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AULA Nº1

INTRODUÇÃO
Á PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉCTRICA

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
HIDROELÉCTRICA DE CAHORA BASSA

Produção de Energia Eléctrica


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INTRODUÇÃO
Importância da energia eléctrica; produção e consumo
• A energia é hoje, sem qualquer dúvida, um bem essencial e indispensável ao ser humano.

• De entre os diferentes tipo de energia que o homem utiliza, a energia eléctrica tem, sem sombra
de dúvida, uma preponderância acentuada.

• A maior quantidade da energia eléctrica é produzida em instalações próprias para o efeito a que
se dá o nome de centrais de produção de energia eléctrica.

• Uma central eléctrica é uma instalação capaz de converter energia mecânica obtida a partir de
outras fontes de energia primária em energia eléctrica.

• A energia primária pode advir da energia armazenada na água, (potencial gravítica e cinética), da
combustão de carvão, gás natural, fuel, resíduos florestais, ou qualquer outro combustível
adequado, do vento, do mar, do sol, da fissão nuclear…

• A produção da energia eléctrica fica a cargo de geradores eléctricos, que podem ser de corrente
contínua ou de corrente alternada. De entre os últimos, temos as máquinas síncronas e as
máquinas de indução.

• Sem dúvida que a grande maioria da energia eléctrica produzida no mundo é produzida pelas
máquinas síncronas.

Produção de Energia Eléctrica


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INTRODUÇÃO
Importância da energia eléctrica; produção e consumo
• As máquinas geradoras de energia eléctrica são accionadas pelas máquinas primárias ou
turbinas, as quais podem ser hidráulicas, de gás, …

• Ao conjunto Turbina-Gerador dá-se o nome Grupo Gerador.

• Existem diversos tipos de centrais produtoras de energia eléctrica, umas mais convencionais,
outras de tecnologia mais recente e que procuram aproveitar novas formas de produzir energia
de forma mais económica e/ou mais ecológica que a queima de combustíveis fósseis.

• Neste último ponto incluem-se os aproveitamentos eólicos, solares, geotérmicas, maremotrizes,


hidráulicos de dimensão reduzida (micro-aproveitamentos e pequenos aproveitamentos),
cogeração, …

• O aproveitamento de outras formas de energia prende-se também com problemas ligados com a
diversificação e redução da dependência energética de determinados países bem como com o
futuro desaparecimento dos combustíveis fósseis.

• Moçambique é um país que tem em vista muitos recursos energético, tais como hídricos,
minerais (carvão), gás natural, cte. Neste momento cerca de 98% consome energia eléctrica
produzida via hídrica.

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INTRODUÇÃO
Importância da energia eléctrica; produção e consumo
• Nos últimos anos existem muitos estudos para implantação de barragens desde mini-hidricas
até hídricas de maior dimensão, o caso de Panda Nkuwa no rio Zambeze em Tete; prospecção
do gás natural e de petróleo na bacia de Rovuma e Buzi. Estes estudos poderão proporcionar
ao país um incremento na exploração e utilização destes recursos para produção de energia
eléctrica.
• Outra forma de menor a problemática de falta de energia no país e sobre tudo nas zonas rurais,
tem se implementado muitos projectos fontes alternativas de energia como solar e eólica
através do Fundo Nacional de Energia Eléctrica

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AULA Nº2

CENTRAIS HIDROELÉCTRICAS

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Centrais Hidroeléctricas:

• Nas centrais com grandes albufeiras, a energia potencial gravítica da água é transformada em energia
cinética a qual por sua vez é transformada nas turbinas hidroeléctricas em energia mecânica que
finalmente será transformada em energia eléctrica nos geradores.

• As albufeiras das centrais hidroeléctricas são construídas sobre o leito de rios, mas o edifício onde se
instalam os equipamentos produtores de energia podem estar mais ou menos afastados da albufeira.

• A albufeira que pode ter maior ou menor capacidade de armazenamento de água a qual será depois
turbinada.

• Note-se que, para que se possa instalar uma central hidroeléctrica para a produção de energia é
necessário que se encontrem as condições geográficas ideais, e ainda que se respeitem certas
condições ambientais e outras como por exemplo conservação de património.

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Centrais Hidroeléctricas:
• A figura que se segue mostra uma central hidroeléctrica onde se pode observar que o edifício
onde estão instaladas as máquinas produtoras de energia se encontra relativamente afastado da
albufeira.

• Este procedimento, justifica-se pela necessidade de aumentar a queda útil da água, a qual
directamente influência a quantidade de energia que se pode produzir, como veremos.

• Obviamente, a distância entre os grupos geradores e a albufeira pode assumir um qualquer valor
de entre aqueles que são técnico-economicamente aceitáveis.

• Não podemos esquecer-nos que a abertura de um túnel para condução da água até aos grupos
geradores representa custos muito elevados, que têm de ser compensados pelo aumento da
energia contida na água resultante de uma maior queda.

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Centrais Hidroeléctricas:
• Note-se também que, a conduta de ligação entre a albufeira e os grupos geradores pode não ser
constituída por um túnel subterrâneo mas sim por uma conduta metálica (aço), á superfície.

Vista onde se vê a albufeira e a conduta forçada á


Escavação de um túnel para superfície. Barragem de Cahora-bassa
instalação de conduta forçada
uma central hidroeléctrica.

• A albufeira de uma central hidroeléctrica é um sistema de armazenamento de energia, uma vez que a
água só será turbinada consoante as necessidades do sistema a que a central se interliga.

• Por vezes a albufeira funciona também como reserva estratégica, não só de energia como também de
água para regas e consumo humano.

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Centrais Hidroeléctricas:
• Existem centrais hidroeléctricas dotadas de uma capacidade especial que consiste na possibilidade de bombearem parte
da água já turbinada de novo para a albufeira.

• Estas centrais são dotadas de duas albufeiras a cotas distintas tais que aquela que possui menor cota armazena parte da
água que sai da albufeira de maior cota, a qual já foi turbinada, para mais tarde ser bombeada de novo para esta. Nas
horas de maior solicitação de energia, a água da bacia superior é turbinada e depois retida na albufeira inferior e nas
horas de vazio bombeada para a bacia superior usando a turbina como motor, se esta for reversível, ou então o próprio
alternador.
APROVEITAMENTO HIDROELÉCTRICA DE CAHORA BASSA
Curso de Água Zambeze
Tipo de Aproveitamento Albufeira
Ano de entrada em serviço 1974
Área da Bacia (km2) 2.700
Altura Média da Queda (m) 171
Largura na Parte superior (m) 303
Profundidade Média (m) 20,9
Capacidade máxima de armazenamento (m3): 65x10 9
Capacidade Útil da Albufeira (m3): 52x109
GWh 18.000
Comprimento de Albufeira (km):
Máximo 270
Largura 30
Números de grupos 5
Potência Instalada MW 1.920 Com possibilidade de aumentar para 3.600 MW
implicando a revisão do nível de isolamento das linhas
MVR de transmissão.
Produtividade Anual (GWh):
Máxima 18.000
Média -
Ano Seco -
Fonte: Hidroeléctrica de Cahora Bassa, S.A, HCB – Songo, Moçambique, 2008
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Classificação das centrais hidroeléctricas

Queda aproveitada
Alta queda h > 250 m
Média queda 50 ≤ h ≤ 250 m
Baixa queda h < 50 m

Caudal
Grande caudal Q > 100 m3/s
Médio caudal 10 ≤ Q ≤ 100 m3/s
Pequeno caudal Q < 10 m3/s

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Classificação das centrais hidroeléctricas

Tipo de aproveitamento
Centrais de fio de água Centrais de fio de Duração de esvaziamento < 100 horas

Centrais de albufeira Duração de esvaziamento ≥ 100 horas

Serviço desempenhado
Centrais de ponta Quando funcionam para cobrir as necessidades energéticas de
certas pontas de consumo.
Centrais de base Quando funcionam em modo continuo

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Centrais Hidroeléctricas:
• A figura que se segue apresenta, em corte, a estrutura básica de uma
central hidroeléctrica:

Imagem digitalizada a partir de um folheto promocional da ABB

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Centrais Hidroeléctricas:
• Mais uma representação em corte de uma hidroeléctrica, onde se destaca a conduta forçada.

Fonte: http://www.fe.up.pt/~leec2002/cadeiras/see1/see.html
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Centrais Hidroeléctricas:
Diferentes tipos de retenção de água...

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Centrais Hidroeléctricas:
A figura que se segue mostra uma central hidroeléctrica com
bombagem de água:

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Vantagens de uma central hidroeléctrica
• Uma construção robusta e requer uma pequena
manutenção;
• Pode ser posta em serviço imediatamente depois de
terminada a construção;
• Pode ser posta em carga sem nenhumas dificuldades;
• Técnicos especializados e engenheiros, são necessários
apenas no momento da concepção e da construção;
• Em pleno funcionamento exige poucos encargo;
• Não há queima de combustível;
• A eficiência não cai com tempo;
• Pode só com um grupo-gerador obter uma potencia
instalada muito grande;
• Eficiente e limpo
• A água depois de bombear as turbinas pode ser usada para
a irrigação e outros fins
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Desvantagens uma central hidroeléctrica

• O custo dos trabalhos de engenharia civil e dos geradores


é extremamente elevado;
• Alto custo de linhas de transmissão;
• Os longo tempo sem chuva podem influenciar na produção
de energia.

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Escolha do loca para uma central hidroeléctrica
• A existência de um rio que tenha quantidade de água
suficiente, com corrente e de estação permanente,
• Uma central hidroeléctrica pode ser construída em
qualquer lugar mais de preferência nos locais com
montanha de maior altitude e com condições de
armazenamento de água (albufeira);
• O local deve permitir fundações com um custo mínimo;
• O local que não irá permitir no futuro fontes de fugas de
água;
• O reservatório de água para albufeira deverá ter dimensões
extremamente grande para garantir que os níveis de água
não baixe para o mínimo;
• O local escolhido deve ser de face acesso;
• Deverá existir a possibilidade de desviar o curso das água
para permitir as obras de construção.

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AULA Nº3

TURBINAS

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Turbinas
• As turbinas hidráulicas transformam em energia mecânica a energia
cinética possuída pela água à sua entrada na turbina e tornam-na
disponível num eixo, ao qual é ligado o rotor do gerador eléctrico –
normalmente um alternador. As turbinas são constituídas
essencialmente por duas partes: o distribuidor e o rotor. O primeiro
conduz a água ao rotor, segundo a direcção adequada a um melhor
rendimento, e este efectua a transformação em energia mecânica.

-Turbinas de acção ( Pelton )

• CLASSIFICAÇÃO

-Turbinas de reacção ( Francis e Kaplan )

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Turbinas de acção ( Pelton )
• Não funcionam imersas na água turbinada, mas sim ao ar livre; a
água encontra a roda móvel (rotor) através de jactos, sendo a
pressão de entrada e de saída iguais

Turbinas de reacção ( francis e kaplan )


• Trabalham no seio da água turbinada e podem ser do tipo francis
ou kaplan. A água penetra na roda móvel por toda a periferia,
fazendo a descarga paralelamente ao eixo de rotação.

• A pressão à saída é inferior à entrada. Estas turbinas são


normalmente utilizadas para médias e baixas quedas.

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Turbinas Pelton

• A distribuição é feita por um a quatro tubos injectores


denominados tubeiras.
• As pás do rotor das turbinas Pelton têm a forma de uma concha
dupla.
• A velocidade de saída da água da turbina é muito pequena, o
que permite um rendimento muito elevado (até 93%).
• São normalmente utilizadas para altas quedas ( 250 a 2500
metros) e para pequenos caudais ( entre 0.2 e 10 m3/s), sendo
o número de rotações baixo.
• A instalação da turbina é feita normalmente com o eixo
horizontal.

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Turbinas Pelton

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Turbinas Pelton

Turbina Pelton com dois injectores

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Turbinas Francis

• A câmara de entrada ou voluta é o recinto que orienta a água


na direcção da turbina e o distribuidor permite efectuar a
regulação da potência da turbina por regulação da inclinação
das pás.
• As turbinas Francis podem ser de eixo vertical ou horizontal e
são normalmente utilizadas para quedas entre 10 e 250 metros
e para caudais entre 10 e 50 m3/s.
• Apresentam, face às pelton, um rendimento máximo mais
elevado, velocidades maiores, menores dimensões e a
possibilidade de serem utilizáveis em saltos (desníveis de
queda) variáveis.

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Turbinas Francis

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Turbinas Kaplan

• As turbinas Kaplan ou turbinas a hélice são utilizadas


normalmente para baixas quedas de água, inferiores a 50
metros, e para caudais até 350 m3/s.
• A roda móvel possui poucas pás, relativamente estreitas e com
a forma de hélices de barcos, e têm inclinação regulável, o que
permite bom rendimento.
• São, por vezes, montadas com o eixo horizontal e
denominando-se, nesses casos grupos bolbo.
• O alternador é directamente acoplado á turbina, sendo o
conjunto submerso na água.

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Turbinas Kaplan

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Zonas de aplicação de (H e Q) das turbinas

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• A imagem que se segue mostra a estrutura de uma hidroeléctrica equipada com uma turbina pelton

Fonte: http://www.fe.up.pt/~leec2002/cadeiras/see1/see.html
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• Idem mas com turbina Francis.

Fonte: http://www.fe.up.pt/~leec2002/cadeiras/see1/see.html

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• Idem com uma turbina Kaplan.

Fonte: http://www.fe.up.pt/~leec2002/cadeiras/see1/see.html

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AULA Nº4

A equação de potência a instalar


numa central hidroeléctrica

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Como já referimos, as centrais hidroeléctricas transformam a energia potencial gravítica da água
em energia eléctrica.

• Mas afinal como se pode estimar a quantidade de energia de uma determinada quantidade de
água?

• A quantificação da energia que se estima produzir através de construção de um aproveitamento


hidroeléctrico depende do valor da potência a instalar e do número de horas que se estima para o
funcionamento da central.

• Por outro lado, a potência a instalar depende do valor da queda, ou desnível topográfico
conseguido na implantação da obra, e do caudal, o qual, como é óbvio varia com o tempo.

• Deve-se assim estudar com adequado rigor a conjugação destas duas variáveis, de forma a
garantir que a sua combinação proporcione valores de potência e de energia úteis que justificam,
do ponto de vista económico a construção de um determinado aproveitamento hidroeléctrico.

• Como sabemos das leis da física, uma massa de água m, situada a uma altura h, possuí, uma
energia potencial gravítica dada pela expressão:

Ep = m*g*h
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1.0
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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
onde m é a massa de água, g a aceleração da gravidade e h a altura bruta da queda de água.

• Teoricamente, a potência a instalar seria:

d (E p ) d ( m * g * h) dV
Pt    g *h*r * 1.1
dt dt dt

onde Pt é a potência teórica a instalar, V o volume de água, r a massa volúmica da água e


dV/dt = Q é o caudal.

• Claro que a potência útil não é igual ao valor da potência teórica, uma vez que o sistema tem
perdas de energia no circuito hidráulico (nas condutas, grelhas, e nas turbinas), as quais são
expressas através da diminuição do valor da queda bruta, obtendo-se um novo valor de queda a
que se designa por queda útil.

• Além disso, o próprio gerador tem também perdas.


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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Assim, a potência útil Pu é dada pela expressão:
Pu = r * g *  * hu * Q 1.2
onde  é o rendimento do gerador e hu a queda útil.
• A queda útil é dada pela expressão:
hu = h – hp 1.3
• em que hp representa a perda de energia ao longo do circuito
hidráulico, incluindo a turbina. Assim a energia será quantificada
por :

E p   Pu dt   r * g * hu * * Qdt 1.4

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Como facilmente nos apercebemos, a partir do exposto anteriormente, a
potência e a produção de energia de uma central hidroeléctrica depende
dos caudais ocorridos e da queda útil do empreendimento.
• Mais ainda, no estudo para implementação de uma central deste tipo não
basta caracterizar a variabilidade de ocorrência dos caudais no que respeita
à sua magnitude, mas também o intervalo de tempo em que os mesmos
ocorrem.
• Fácil é de compreender que uma caudal de grande magnitude não é bom se
ocorrer durante períodos de tempo muito curtos.
• O estudo técnico-económico que antecede a construção de uma central
hidroeléctrica tem, forçosamente que incluir uma parte dedicada á evolução
dos valores dos caudais.
• Se admitirmos que a massa volúmica da água é de 1000 Kg/m3, que a
aceleração da gravidade é de 10 m/s2 e que o rendimento global do sistema
é de 80 %, temos que:
Pu = 8000*Q*h (W) = 8*Q*h (kWh)
1.5

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• A partir desta expressão Pu = 8000*Q*h (W) = 8*Q*h (kWh), podemos com
facilidade concluir que para um mesmo caudal, a potência será tanto maior
quanto maior for a queda.
• Assim se justifica que por vezes se tenham de abrir condutas subterrâneas,
ou construí-las á superfície, ficando os grupos geradores mais ou menos
afastados da albufeira em função dos estudos técnico-económicos, das
condições geográficas e eventualmente outras.
• Para além da potência útil, podemos calcular a potência instalada com a
seguinte equação:
1.6
WP  m  g  H b

Pt  (WP )  m  g  H b   g  H b    Q
d d 1.7
dt dt

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Potência útil depende da potência a instalar, esta por sua vez é
dependente do valor da queda, ou desnível topográfico
conseguido para a implantação da obra, e do caudal, grandeza
esta que é variável com o tempo do número de horas que se
estima para o funcionamento
• da central, então temos:
Pu    g   H u  Q 1.8

• Se considerámos a potência em Cavalo Vapor temos a


expressão da seguinte forma:
QH
WC  QH [kg.m]  Pu   HP 1.9
75
• Onde:
ω- gravidade específica da água para o caudal Q em [m3/seg] o ω
assume 1000 kg/m3 e para Q[litros/seg], ω assume 1 kg/litro

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A equação de potência a instalar numa central
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• A equação de potência de saída no grupo em kW é dada:

QH QH
Pu   735.5  [kW ] 1.10
75  1000 102
• O fluxo (Potência) da duração da curva pode também ser
convertido de HP para kW respectivamente. Se assumirmos a
H = 30 m e O rendimento do grupo for 85 % a equação acima
pode ser escrita:
0.85  1000  Q  30
Pu   340Q HP 1.11
75
E a potência e kW será obtida:
0.85  1000  Q  30
Pu   735.5  250.07Q 1.12
75  1000

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Para o estudo da similaridade das máquinas, consideremos os
triângulos de velocidades de duas máquinas (turbina) representados a
baixo:

• Como podemos ver os dois triângulos são similares, então usemos o


critério da semelhança dos triângulos: bc deve ser igual a BC, desta
forma temos:

V Vm C
   cons tan te
U U m Cu 1.13
Vf V fm
  C f  cons tan te
U Um
Vr Vr m
  cons tan te
U Um
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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• Onde

V é a velocidade absoluta da água


Vr é a velocidade relativa da água com respeito ao Rotor da turbina
U é a velocidade tan gencial do rotor, esta é a velocidade que propociona o movimento no rotor
V f é a velocidade na direcção normal da tan gente, conhecida como velocidade do fluxo da água através da
turbina
Vu é a componente da velocidade da água na direcção tan gencial
C é o coeficiente da velocidade (V  C 2 gH )
Cu é a razão entre velocidades (U  Cu 2 gH )
Cf é a cons tan te dada pela a relação (V f  C f 2 gH ) 1.14

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A equação de potência a instalar numa central
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• Consideremos o caso das pás de uma turbina de Pelton, a


quantidade de água (Q) descarregada pelo o bocal do túnel
com o diâmetro d é dada por:
 1.15
Q  d 2V
4
• O diâmetro do túnel e o diâmetro do rotor tem uma relação
constante, k, então:
D 1.16
d 
k
Deste modo a equação do caudal ou quantidade de água fica:

 D
2

Q   V ou Q  D 2V 1.17
4k 

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A equação de potência a instalar numa central
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• E a velocidade tangencial é proporcional ao produto do


diâmetro do rotor com a velocidade como se vem:

DN
U ou U  DN 1.18
60
• Considerando as equações das razões de velocidades dadas
em cima temos:
Q Qm
2 1.19
D 2  Dm  cons tan te
DN Dm N m
ou
Q Qm 1.20
3
 3
 Cons tan te
D N Dm N m

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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Agora consideremos o caso do fluxo de água nas pás de uma
turbina de Francis.
Q  cons tan te    B  D  V f
B
 cons tan te   D 2V f 1.21
D
 D 2V f
• Onde, B é altura da pá da turbina medida na direcção
perpendicular de Vf
• Aqui claramente vê-se que esta equação similar a da turbina de
Pelton
• Finalmente temos a equação de caudal da turbina de Kaplan,
representada por:
 2
 
  Di  2
2
2
 
Q  D  Di V f  1  2  D V f  D V f 2
1.22
4 4  EnergiaDEléctrica
Produção de  Page 47
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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Deste modo podemos concluir que o caudal em todas as
turbina em calculado com a mesma equação:

Q  D 2V 1.23

• Considerando a similaridade , é necessário que as forças nos


mesmos pontos das máquinas sejam iguais. A força é
proporcional ao quadrado da velocidade, ou

F  V ou U , também F  Área  p
2 2 1.24

• Onde, p é a intensidade da pressão escrita por:


pH 1.25
• Substituindo esta equação nas duas equações acima,
temos:
H H
2
 cons tan te, 2
 cons tan te 1.26
V U
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A equação de potência a instalar numa central
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• Se fizermos considerações idênticas as do caudal, podemos


rescrever as ultimas equações como:
H Hm
2 2
 2 2  cons tan te 1.26
N D N m Dm
• As equações (1.20) e (1.26) são importante para o estudo do
critério de semelhança de todas turbinas.

As grandezas em por unidades


• Para qualquer turbina, os parâmetros importantes são (i) altura
H, (ii) caudal Q, (iii) velocidade do rotor da máquina N, (iv) a
potência P, e (v) o rendimento ɳ, é vantajoso o estudo do
comportamento desses parâmetros porque são os ditam o
monitoramento das centrais
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A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• Designemos os parâmetros em por unidades ficando, unidade


de velocidade, Nu , unidade de caudal, Qu e unidade de
potência, Pu , são definidos por respectivas grandezas de
velocidade, caudal, e potência da turbina quando a altura H é
unidade.
• Consideremos duas turbinas a operarem com duas alturas
diferentes, isto é, H´ e H ;
• Consideremos o membro directo da equação (1.26) na algumas
turbinas tem sido considerada para alturas diferentes como
sendo:
H' Hm
 1.27
D 2 m n ' 2 Dm 2 n 2

• Onde n´ é a velocidade da turbina ou da máquina tendo em


conta a H´ .
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A equação de potência a instalar numa central
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• Da equação (1.27) , podemos chegar a seguinte equação:


'
H
n '2  n 2 1.28
H
• Se H´ é unidade, então n´ é conhecido como unidade de
velocidade, assim temos:
n
nu 
H
• Consideremos agora o comportamento de caudal de máquinas
iguais quando operam em altura de quedas diferentes. Da
equação (1.17) e fazendo que a velocidade V é proporcional a 2 gH
então temos:
Q' Q
 2
D2 H ' D H onde, Q´ caudal quando altura de queda é H´ 1.29
Produção de Energia Eléctrica
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Fernando Hausse Chachaia_2012
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Logo, teremos:
2
Q '
 H' H'
   ou Q Q
'

Q  H H 1.30
• Onde H´ é unidade, então Q´ é também unidade representada
por Qu dado por seguinte equação
Q
Qu 
H 1.31
• Agora considere o comportamento da potência no ponto de
vista da equação (1.9) para uma frequência constante teremos
a seguinte equação:
P  QH 1.32
• De novo, tendo em conta a equação (1.17):
Q  D2 H  H 1.33
Produção de Energia Eléctrica
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Fernando Hausse Chachaia_2012
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• Substituindo a equação (1.33) na equação (1.32)


3
1.34
PH 2

• Quando máquinas iguais a operam a duas alturas diferente,


teremos a seguinte equação:

P' P
3
 3
1.35
'
2 2
H H
• Onde H´ é 1 metro, então P´ é unidade de potência
representada por Pu
P
Pu  3
1.36
2
H
Produção de Energia Eléctrica
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Fernando Hausse Chachaia_2012
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
Velocidade específica
• Na discussão anterior sobre a semelhança das turbinas, foi
provado que as duas equações básicas (1.20) e (1.26)
permanecem iguais para todo tipo de turbinas.
Rescrevendo estas equações numa pequena diferença
temos:
Q  ND3 1.36

• Tendo em conta a equação (1.18) guardamos na mente que


U é proporcional a 2 gH .
H
N  1.37
D
• Substituindo a equação (1.18) na equação (1.37), teremos:
3 5
2 4
H H
P  QH  ND 3 H  N H  N 
N2 P 1.38
Produção de Energia Eléctrica
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Fernando Hausse Chachaia_2012
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• Considerando as suposições feitas anteriormente e tendo


em conta a equação (1.38), temos:

N P N m Pm
5
 5
1.39

H 4 Hm 4

• Na prática os modelos de turbinas são projectados para


desenvolver a unidade de potência em cavalo vapor tendo
em conta a unidade de altura e velocidade do modelo da
turbina em condições específica de (Ns ) velocidade
consequentemente, (Nm) é (Ns ) quando (Hm ) e (Pm ) ambos
são unidades or,
N P
Ns  5 1.40
4
H
Produção de Energia Eléctrica
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Fernando Hausse Chachaia_2012
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica
• Sob ponto de vista da equação (1.39) e (1.40), pode se assumir
que a velocidade específica da turbina modelo e da turbina real
são iguais.
• A velocidade específica acima obtida tem grande importância
para o conhecido valor numérico de (Ns ) para um dado rotor e
permite a visualização do desempenho da turbina.
Velocidade específica na base do caudal
• A velocidade específica na base do caudal é definido como
velocidade (Ns´) geometricamente semelhante quando a
máquina funciona na unidade da altura para uma unidade de
caudal.
• Tendo em conta a equação (1.20) e (1.26) obtemos:
Q2
 cons tan te 1.41
D6D2
H3
 cons tan te 1.42
N 6D6
Produção de Energia Eléctrica
Page 56
Fernando Hausse Chachaia_2012
A equação de potência a instalar numa central
hidroeléctrica

• Dividindo a equação (1.41) e (1.42) temos


Q2N 4
3
 cons tan te
H
1.43
N Q
ou 3
 cons tan te
H4

• Na mesma base das equações (1.39) e (1.40) e tendo em conta


a definição da velocidade específica. Temos:
N Q
Ns 
´
3 1.43
4
H

Produção de Energia Eléctrica


Page 57
Fernando Hausse Chachaia_2012
Comparação entre diferentes tipos de turbinas em termos de
alturas de quedas e velocidades específica

Ordem Turbine Classification Head (m) Specific


speed (r.p.m)
1 Pelton wheel Impulse 90 - 1100 10 - 40
2 Francis Reaction 14 - 300 95 - 440
3 Kaplan Reaction 3 - 30 550 - 830

Produção de Energia Eléctrica


Page 58
Fernando Hausse Chachaia_2012
Aula prática 1

Problema 1
Um rio tem um caudal de 400 l/seg com uma altura de provável
queda de 80 metros. Será aconselhável o uso de uma simples
turbina jet Pelton que tem uma velocidade do rotor de 700 r.p.m?
Caso não seja possível, qual será a sua recomendação? Assume
87 % como o rendimento da máquina
Resolução
QH 0.87  400  80
P   371.2 H .P
75 75
Considerando a equação (1.40).
N P 700  371.2 700  19.27
Ns  5
 5
  56.36 r. p.m
4 4
239.3
H (80)

Produção de Energia Eléctrica


Page 59
Fernando Hausse Chachaia_2012
Aula prática 1

Problema 1 (Continuação da resolução)


• A velocidade específica das pás da turbina Pelton variam entre 10 a 40
r.p.m, entretanto a velocidade obtida no cálculo não está fora da faixa
(56,36 r.p.m) assim, deveram ser usadas uma turbina Pelton com duas
pás ou dois jet com uma roda ou pá deveram ser usadas
Problema 2
• Um rio que flui com um caudal de 40000 l/seg com uma altura de
provável queda de 12,5 metros. Pretende se construir ao longo deste
rio uma central hidroeléctrica para aproveitar efectivamente a altura de
queda. Assume 84% como o rendimento da turbina e 0,82 como a
razão de velocidades Cu.
a) Diga se é possível o uso de duas turbinas com a velocidade do rotor
que varia entre 100 r.p.m à 400 r.p.m;
b) Qual é o tipo de turbina que irá escolher nestas condições;
c) Determine o diâmetro do rotor da turbina

Produção de Energia Eléctrica


Page 60
Fernando Hausse Chachaia_2012
Aula prática 1
Problema 2 (Resolução)
a) Tendo em conta a equação (1.9)
QH 0,84  1  40000  12,5
P H. P  H . P  5600H . P
75 75
Se for a usarmos duas turbinas, cada deverá ter uma potência
de saída de 2800 H.P
Considerando a velocidade da turbina de 100 r.p.m, então,
temos a velocidade específica:
N P 100 2800 100  52,92
Ns  5
 5
  225 r. p.m
4 4
23,52
H (12,5)
Entretanto, a velocidade específica da turbina para a velocidade
normal 100 r.p.m é inferior a 400 r.p.m. mesmo subindo a
velocidade da turbina para 150 r.p.m estaremos ainda na faixa
da Turbina Francis.
Produção de Energia Eléctrica
Page 61
Fernando Hausse Chachaia_2012
Aula prática 1
Problema 2 (Resolução)
b) A turbina Francis deverá ser usada
c) Para o cálculo do diâmetro consideremos a equação (1.18)
DN
U  Cu 2 gH 
60
60  0,82  2  9,81  12,5
D
  150
 1635 m

Problema 3
• Uma turbina modelo tem dimensões de 1/10 da turbina real e
quando testada a uma altura máxima de queda das águas de
7,5 metros, desenvolvem uma potência de 30 HP a uma
velocidade de 450 r.p.m. Se a turbina real operar a 50 m de
altura, qual será a velocidade de rotação e potência em HP ?.

Produção de Energia Eléctrica


Page 62
Fernando Hausse Chachaia_2012
Aula prática 1
Problema 3 (Resolução)
• Considerandos a equação (1.26), temos:
2 2
50  1 
  450
Hm H H Dm
 2 2  N2  Nm 
2 2
2
N m Dm
2
N D Hm D 2
7,5  10 
1 50 1
N  450    450  2,582  116,2 r. p.m
10 7,5 10

A velocidade específica da máquina modelo:


N m Pm 450 30 450  5,477
 5
 5
  197.4 r. p.m
Hm 4 4
12,42
(7,5)
A velocidade específica
5
da máquina real:
197,4  50
5
N P 197,4 H 4
197,4  132,9
4
 5
 P    225.2
4
N 116.2 116.2
H
P  225.2  5072 H .P
2

Produção de Energia Eléctrica


Page 63
Fernando Hausse Chachaia_2012
Aula prática 1

Problema 4
• Uma central hidroeléctrica opera com altura máxima de queda das
águas de 30m. A albufeira desta central tem uma área de 4 x104
hectares. A média da precipitação da chuva na região é 125cm por
ano. Determine a capacidade da central para qual poderá ser
projectada. Assume que 30% da precipitação da chuva é perdida na
evaporação, 5% da é perdida devido a altura de queda, o rendimento
da turbina e do alternador é de 85% e 90% respectivamente e o factor
de carga é de 50%.
Problema 4 (Resolução)
• Total da quantidade de água disponível para todo ano é dada:
 Area quadra  A precipitação da chuva região
 A precentagem da precipitação real da chuva disponivel
 4  108  125  10 2  0,70
 3,5  108 m 3

Produção de Energia Eléctrica


Page 64
Fernando Hausse Chachaia_2012
Aula prática 1

Problema 4 (Resolução continuação)


• Caudal de água disponível:
Quantidadede água em m 3num ano
Q
Total de segundos num ano
3,5  108

365  24  3600
 11,1 m 3 / seg.

• O rendimento total do sistema:


  O ren dim ento de retenção da água pela albufeira  o ren dim ento
da turbina  o ren dim ento do alternador
 0,95  0,85  0,90
 0,727

Produção de Energia Eléctrica


Page 65
Fernando Hausse Chachaia_2012
Aula prática 1

Problema 4 (Resolução continuação)


• Tendo em conta a equação (1.9), a potência disponível é:
HQ
P H .P
75
A capacidade instalada é:
HQ 1
Pi  
75 Factor de c arg a
1000  30  11,1  0,727

75  0,5
 6460 H .P
6460  735,5
 kW
1000
 4,75 MW

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
TPC para entregar

Problema 1
• Uma turbina modelo com a escala de 1/8 é construído como a
implementação do projecto da turbina de Kaplan projectado
para desenvolver uma potência de 8000 H.P para uma altura de
queda 10 metros quando opera a uma velocidade de 100 r.p.m.
Se altura disponível no laboratório é de 5 metros, calcule:
a) A velocidade do modelo;
b) O caudal requerido no laboratório;
c) A velocidade específica do modelo e da turbina real;
d) A potência em H.P da turbina modelo.
Assume 85% como o rendimento da turbina modelo

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
TPC Para entregar

Problema 2
• Se 5500 litros de água está disponível para uma altura de
queda de 85 metros e são usadas duas turbina jet de Pelton a
uma velocidade de rotação das pás de 660 r.p.m. Determine a
velocidade específica da máquina. Assume 86% como o
rendimento da máquina.
Problema 3
• Os seguintes resultados de teste foram obtidos na turbina
Francis
• H = 5 metros, P = 125 HP, Q = 3,2 metros cúbicos por
segundos, velocidade de rotação N = 200 r.p.m e o diâmetro do
rotor D = 0,10 metros.
• Se a turbina opera a uma altura de 25 metros, calcule a nova
velocidade, o caudal e a potência.

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
AULA Nº5

CENTRAIS TÉRMICAS CONVENCIONAIS

Produção de Energia Eléctrica


Page 69
Fernando Hausse Chachaia_2012
• Centrais térmicas convencionais:

• As centrais térmicas são instalações onde a energia mecânica


necessária para colocar em movimento o rotor do gerador eléctrico se
obtém a partir do vapor formado na ebulição de água numa caldeira.

• O vapor gerado na caldeira tem uma pressão elevada a qual é


aproveitada para, na expansão do vapor, accionar a turbina que
converterá a energia do vapor em energia mecânica.

• A designação centrais térmicas convencionais surge para que estas


possam ser distinguidas das centrais térmicas nucleares.

• As centrais térmicas convencionais usam como fonte de energia o


carvão, o fuel, gasóleo, o gás natural, cuja energia térmica, libertada na
sua combustão, é aproveitada para transformar água no estado líquido
em vapor.

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
• Uma central térmica convencional básica tem na sua constituição três
elementos essenciais que são a caldeira, a turbina e o gerador.

A figura representa geração com ciclo de Rankine


• Facilmente se percebe que a caldeira é um elemento essencial pois é
nela que se produz o vapor essencial ao processo.
Produção de Energia Eléctrica
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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
• O condensador é também um elemento importante na constituição de uma
central termoeléctrica, pois é ele que permite efectuar um arrefecimento do
vapor que circula no circuito fechado, após este se ter expandido nas
turbinas.

• Como sabe das leis da termodinâmica, o calor migra das zonas mais
quentes (fontes) para as mais frias (sorvedouros), sendo tanto maior a
transferência de energia associada a esta migração quanto maior for a
diferença de temperatura entre a fonte e o sorvedouro.

• Assim, o arrefecimento criado pelo condensador (sorvedouro) é importante


pois tal permite aumentar a energia associada ao vapor que se desloca do
ponto de produção do vapor (fonte) para o ponto em que este é recolhido
e arrefecido (sorvedouro).

• A figura que se segue mostra alguns condensadores em actividade:


Produção de Energia Eléctrica
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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais

A figura mostra alguns condensadores em actividade:


Note-se que o fumo que sai das torres que constituem os condensadores
não é mais que vapor de água.

Produção de Energia Eléctrica


Page 73
Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais

As figuras mostra uma central térmica, na qual se pode ver o


condensador ao lado esquerdo.
Produção de Energia Eléctrica
Page 74
Fernando Hausse Chachaia_2012
As centrais térmicas e as suas implicações
ambientais.

• Uma central térmica é uma instalação que transforma a energia libertada


pela combustão de combustíveis fósseis em energia térmica a qual ao
accionar uma turbina se transforma em energia mecânica e esta,
finalmente acciona o gerador eléctrico.

• Neste processo 65% da energia é desperdiçada sob a forma de calor e


de contaminação.

• Assim, só um terço da potência inicial do processo é utilizada como


potência eléctrica.

• Portanto, uma central térmica que possui uma potência de 330 MW, na
realidade a sua potência térmica é de aproximadamente 1000 MW.

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
As centrais térmicas e as suas implicações
ambientais.

• A contaminação destas centrais consiste na emissão de gases pelas


chaminés e posterior retorno ao solo a distâncias impensáveis bem
como na libertação de grandes quantidades de água de refrigeração
no mar ou num rio.

• Os gases contaminantes são:

• Dióxido de enxofre (SO2).


• Óxidos de nitrogénio (Nox).
• Partículas de metais pesados.
• Dióxido de carbono (CO2)

Produção de Energia Eléctrica


Page 76
Fernando Hausse Chachaia_2012
As centrais térmicas e as suas implicações
ambientais.
• A tabela mostra os efeitos produzidos sobre a saúde e sobre o
meio ambiente.

Produtos Efeitos
SO2 Chuva ácida. Edemas pulmonares. Morte com alta
exposição
NOx Problemas respiratórios e pulmonares
Partículas Problemas respiratórios, renais, e ósseos
CO2 Alterações climáticas.

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
Dependendo das necessidades energéticas, existem diversas
configurações possíveis além da mostrada na figura acima. Nas figuras a
seguir mostramos algumas delas.

A figura representa geração com turbina ou motor

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais

A figura representa geração com ciclo combinado para consumidores com


baixo consumo de vapor
Produção de Energia Eléctrica
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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais

Figura representa a configuração possível para o sector de serviços


(hotéis, hospitais, shopping centers e aeroportos)

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais

A figura representa a configuração típica de uma planta de cerâmica


branca

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
Equipamentos e ciclos térmicos
Turbina e motor a gás

Trata-se aqui do que é considerado o principal equipamento de um sistema


de geração. Tanto a turbina quanto o motor a gás têm basicamente a mesma
função: transformar a energia proveniente da combustão em energia
mecânica. Esta será em seguida aproveitada para accionamento de um
gerador eléctrico, ou de um compressor ou qualquer outra máquina que exija
um accionador.

Outra semelhança entre os dois accionadores é a produção de grande


quantidade de energia térmica. No caso da turbina a gás, essa energia
térmica se apresenta totalmente em forma de gases de combustão na
descarga, gases esses constituídos principalmente de ar e de CO2. No motor
a gás, a energia térmica produzida se apresenta nos gases de descarga e na
água de arrefecimento, além de uma quantidade menor no retorno do óleo
lubrificante.
Produção de Energia Eléctrica
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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
Numa turbina a gás, de toda a energia disponível no combustível obtém-se
entre 22 e 35% de energia elétrica nos bornes do gerador acionado, enquanto
que num motor a gás a faixa é um pouco maior, podendo-se obter até cerca
de 40% em energia elétrica em potências em que a turbina não alcança 30%.

Motores a gás projectados para produzir pequenas potências de até 5 MW,


pois, pela sua concepção mecânica, suas dimensões trazem dificuldades
físicas para o projecto

Para o caso das turbinas a gás, existem desde pequenas potências como 600
kW até as grandes, de 300 MW.

A turbina leva vantagem do ponto de vista térmico na medida em que quase


toda a energia disponibilizada pela queima do gás e não transformada em
energia mecânica é descarregada nos gases, em maior temperatura do que
nos motores a gás, pois uma das principais funções do ar é refrigerar o
equipamento. Nelas, a temperatura dos gases exaustos fica na faixa de 450 a
900 °C, sendo que nos motores ela fica entre 300 e 500°C.
Produção de Energia Eléctrica
Page 83
Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
Por outro lado, os motores disponibilizam energia térmica em boa parte
na água de arrefecimento, que nem sempre pode ser totalmente
aproveitada, pois exige permutador de calor em vista da possibilidade de
contaminação. Este fator reduz o rendimento, pois ela não se situa numa
faixa de temperatura alta (em torno de 100°C).

A figura representa a Turbina a gás


Produção de Energia Eléctrica
Page 84
Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
A turbina costuma apresentar um preço de aquisição maior do que o motor,
para a mesma potência, entretanto, o maior nível de vibração no motor, pela
sua concepção, pode requerer maiores investimentos na estrutura civil da
planta.

Resumindo, os dois têm vantagens e desvantagens, e para cada caso


estudado deve-se avaliar a conveniência de se optar por um ou por outro.

Produção de Energia Eléctrica


Page 85
Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais

A figura representa Motor a gás

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
Caldeira de recuperação

É o equipamento destinado a aproveitar o calor do exausto, da turbina ou do motor


a gás, para gerar vapor (figura a seguir). Os gases quentes são conduzidos da
descarga do accionador para a caldeira por ducto e entre os dois equipamentos
precisa ser instalada uma válvula “diverter” que é na realidade um “damper” e um
desvio para uma chaminé (de by pass) que permitem controlar a massa de gases
destinada à caldeira ou, eventualmente, à uma operação exclusiva do gerador, sem
a caldeira.

Os gases quentes atravessam a caldeira, envolvendo as serpentinas de água que


se vaporiza e, neste estado, sobe para o “tubulação” superior do qual é extraído
para nova passagem por serpentinas internas, visando torná-lo seco ou até super
aquecido, e finalmente sair para utilização

A caldeira de recuperação se caracteriza por ter a transferência do calor realizada


principalmente através de convecção. Entretanto, é possível aumentar a eficiência
da geração de vapor instalando caldeira de recuperação com maçaricos para
queima adicional, o que introduz um maior nível de radiação na transferência do
calor
Produção de Energia Eléctrica
Page 87
Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
Caldeira de recuperação

A caldeira de recuperação se caracteriza por ter a transferência do calor


realizada principalmente através de convecção. Entretanto, é possível
aumentar a eficiência da geração de vapor instalando caldeira de
recuperação com maçaricos para queima adicional, o que introduz um maior
nível de radiação na transferência do calor

As caldeiras de recuperação sem queima adicional costumam apresentar


uma eficiência entre 70 e 80%, e com queima adicional pode passar de 90%.
Essa eficiência cai se a caldeira estiver suja, carecendo de uma parada para
manutenção, se ela tiver tempo de vida elevado, ou se os gases quentes
tiverem uma temperatura insuficiente. A turbina, nesse caso, tem vantagem
sobre o motor.

Produção de Energia Eléctrica


Page 88
Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
Caldeira de recuperação

A figura representa a Caldeira de Recuperação de Calor

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
Painel de sincronismo e paralelismo

Por forma a garantir uma maior fiabilidade e continuidade dos sistemas de


geração no fornecimento de energia eléctrica é importante que as fontes
estejam sincronizadas num painel. A figura a seguir mostra o painel de
sincronização, isto é, a interligação de sistemas de geração de energia
eléctrica.

Outra vantagem que se pode esperar na interligação dos sistemas de


produção é a garantia de se ter energia na quantidade desejada nos
momentos de carga máxima

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
Painel de sincronismo e paralelismo

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
Turbinas a vapor
Sua aplicação maior é em sistemas de geração “bottoming” ou em ciclo
combinado. O princípio de funcionamento é similar ao da turbina a gás, só
que o vapor, super aquecido, já entra na turbina com a energia que precisa
para accionar os rotores (a figura que se segue). O vapor pode ser retirado
ainda com pressão e temperatura para ser utilizado no processo, ou no
estado chamado "exausto", em que está saturado e pronto para entregar
seu calor latente e se tornar líquido (água) no condensador.

Uma importante vantagem da turbina a vapor, quando comparada com a


turbina a gás, é a sua baixa necessidade de manutenção, pois recebe um
fluido em temperatura não muito alta e limpo e, se este for sempre seco e a
turbina tiver manutenções preventivas frequentes, sua vida útil pode ser de
várias décadas.

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
Turbinas a vapor

Produção de Energia Eléctrica


Page 93
Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
Turbinas a vapor
a - turbina de contra pressão
b - turbina de condensação
c - turbina de condensação com extracção

Produção de Energia Eléctrica


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Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
Projecto de uma central Térmica
O projecto de uma central térmica deverá ser feito por engenheiros e
especialista com muita experiência. O projecto má feito pode afectar
consideravelmente a operação e manutenção da central. Para que uma
central seja considerada bem projectada, deve consistir em uma dimensão e
componentes apropriados, deve também garantir a operação com
segurança e uma localização conveniente dos serviços auxiliar e controlo.

Uma compacta central térmica bem projectada pode ser muito eficiente e ao
mesmo tempo ser uma fonte de electricidade muito importante.

Um projecto satisfatório consiste em seguintes passos:


a)Selecção do local;
b)Capacidade da central;
c)Selecção de caldeiras e seus auxiliares
d)Selecção da turbina
Produção de Energia Eléctrica
Page 95
Fernando Hausse Chachaia_2012
Centrais térmicas convencionais
Projecto de uma central Térmica
Um projecto satisfatório consiste em seguintes passos:

e) Selecção da unidade condensadora;


f) Projecto do sistema de arrefecimento;
g) Selecção do gerador eléctrico
h) Projecto do sistema de controlo e instrumentação

Localização de uma central Térmica


• A localização de uma central térmica joga um papel importante para a
economia da central. Pode se localizar a central térmica em qualquer lugar,
mais isto, pode implicar custos. Geralmente estas centrais são desenhadas
para unidade de potências pequenas.

• Uma central térmica ideal e economicamente viável é aquela cuja a localização


é feita no centro de gravidade da carga, assim, teremos os comprimentos das
linhas de transmissão e cabos curtos e o custo irá reduzir significamente

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Centrais térmicas convencionais
Localização de uma central Térmica
O centro de gravidade de carga pode ser calculada com se segue:

• Consideremos X e Y como linhas referências (equivalente a eixos de abcissa e


coordenadas). Ainda consideremos Q1( x1 ,y1) , Q2( x2 ,y2), Q3( x3 ,y3), Q4( x4 ,y4)
e Q5( x5 ,y5) as cargas em kVA tendo coordenadas em X e Y como foi referido
inicialmente

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