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1. Sistema Elétrico

Um Sistema Elétrico, na sua concepção mais geral, é constituído pelos equipamentos e


materiais necessários para transportar a energia elétrica desde a fonte até os pontos em que ela é
utilizada. Sua representação pode ser feita utilizando uma diagramação multifilar ou unifilar.

Fig. 1.1 - Diagrama Unifilar de um Sistema de Potência

O sistema elétrico de potência se dividir em três etapas básicas, que são:

- Geração Elétrica
Etapas Básicas - Transmissão Elétrica
- Distribuição Elétrica
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Fig. 1.2 - Diagramação de um Sistema Elétrico de Potência

Fig. 1.3 - Fluxograma de um Sistema Elétrico de Potência


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Geração de Energia Elétrica

A geração de energia elétrica pode ser realizada por meio de hidrelétricas, utilizando o
potencial das águas, aproveitando a energia térmica de algum combustível (geração termelétrica),
ou até mesmo fontes de energia renováveis na natureza, com o vento e o sol (geração eólica e
solar respectivamente). No Brasil o uso de energia proveniente das hidrelétricas responde pela
maior parte da demanda energética do país. De acordo com o Sistema de Informações de
Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica SIGA-ANEEL, disponível em sua página da
web, a participação das fontes de geração de energia elétrica na matriz energética brasileira se
encontram distribuídas conforme tabela apresentado abaixo:

Tabela 1: Matriz Elétrica Brasileira

Fonte: SIGA – ANEEL, acessado em 20 de Novembro de 2021, disponível em: https://bit.ly/2IGf4Q0

As siglas apresentadas na primeira coluna da Tabela 1 significam:

 UHE: Usina Hidroelétrica


 UTE: Usina Termoelétrica
 EOL: Usina Eólica
 PCH: Pequenas Centrais Hidrelétricas
 UFV: Usina Fotovoltaica
 UTN: Usina Termonuclear
 CGH: Centrais Geradoras Hidrelétricas

Como é possível notar, a fonte hidráulica, aquela que aproveita o potencial do movimento
das águas de um rio, é predominante na matriz elétrica brasileira. A fonte hidráulica, juntamente
com a fonte térmica, responde por aproximadamente 85% da capacidade instalada de geração do
Brasil, isso torna o Sistema Elétrico Brasileiro com uma característica que podemos denominar de
Hidrotérmica. Contudo, principalmente na última década, a fonte eólica vem ganhando destaque
no cenário elétrico nacional, correspondendo hoje a 11% desta matriz.
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Fonte Hidráulica - Usinas Hidrelétricas (UHE, PCH e CGH)

Provavelmente a forma mais antiga de conversão de energia é a utilização da potência


hídrica. Nas usinas hidrelétricas a energia é obtida livre de qualquer custo, apesar do custo inicial
da instalação ser de sobremodo elevado, devido principalmente às vultuosas obras de engenharia
civil.
Com relação à preservação do meio ambiente, a obra de uma usina hidrelétrica é um
processo que agride bastante o meio ambiente, tendo em vista que uma área considerável será
alagada para obter a formação de um grande reservatório de água. Porém, o processo de geração
de energia elétrica em si não traz impactos ao meio ambiente pois este processo não emite gases
tóxicos para a atmosfera e também não emite dejetos oriundos de seu processo de geração.
Como já visto no tópico anterior, O Brasil é um país rico em usinas desse tipo. Atualmente,
as maiores usinas hidrelétricas do mundo com suas capacidades de geração são as seguintes:

1. Três Gargantas – China – 22.500 MW


2. Itaipu – Brasil/Paraguai – 14.000 MW
3. Xiluodu – China – 13.860 MW
4. Belo Monte – Brasil – 11.233 MW
5. Guri – Venezuela – 10.200 MW

A usina de Itaipu já foi considerada a maior usina hidrelétrica do mundo, quando foi
finalizada em 2012 a obra da usina de Três Gargantas na China e que durou 19 anos,
ultrapassando a usina de Itaipu. A usina de Três Gargantas foi construída no rio Yang-tsé, esta
usina tem capacidade de 22.500 MW e abastece nove províncias e duas cidades, incluindo
Xangai. A usina de Itaipu está localizada no Rio Paraná, na fronteira Brasil-Paraguai e tem
capacidade de 14.000 MW. Considerada uma usina binacional, sendo responsável por atender
quase 15% da demanda de energia brasileira e 93% do Paraguai, sua energia acumulada desde o
início de sua operação, em 1984, abasteceria o mundo por 43 dias. A usina de Xiloudu está
situada na província de Sichuan, na China, no curso superior do rio Jinsha (Yantze superior), a
terceira maior usina hidrelétrica do mundo foi concluída em 2014, com capacidade de gerar
13.860 MW. Fornece eletricidade principalmente para o leste e centro da China e também para
Sichuan e Yunnan. Em 4º lugar vem a usina de Belo Monte, considerada a maior hidrelétrica
100% brasileira, está localizada no rio Xingu, no Pará, entre os municípios de Altamira, Brasil
Novo e Vitória do Xingu, tem capacidade para gerar 11.233 MW de energia, a obra foi concebida a
fio d'água, tecnologia de preservação sustentável com o objetivo de reduzir o impacto ambiental.
A Hidrelétrica de Guri, localizada no Rio Caroni, na Venezuela, possui 7.426 metros de
comprimento e 162 metros de altura. Sua construção foi concluída em 1986, tem capacidade para
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gerar 10.200 MW através de suas 20 turbinas, é responsável pelo abastecimento de energia de


toda a Venezuela.
Em uma usina hidrelétrica, a produção de energia elétrica depende da diferença de altura
entre a parte superior do reservatório de água da usina e o nível das turbinas. Essa diferença é
conhecida como altura de queda. A água caindo dessa altura adquire energia cinética que é
transferida às pás da turbina hidráulica, impulsionando um rotor que gira a uma determinada
velocidade, cortando os enrolamentos do estator do gerador, produzindo tensão elétrica entre os
terminais do mesmo.

Fig. 1.4 – Modelo de uma usina hidrelétrica


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Fig. 1.5 – Descida de um rotor de uma usina hidrelétrica

O gerador terá que girar o suficiente para produzir uma tensão elétrica com frequência de
60 ciclos por segundo, ou Hertz, que é a frequência adotada em todo o sistema elétrico brasileiro.
Quanto mais polos menos giros por segundo para se obter 60 Hertz. Assim, se um gerador
tem 4 polos, precisará girar a 1.800 rotações por minuto para criar uma tensão de 60 Hertz de
frequência.
F - valor da frequência em Hertz;
P - número de polos da máquina;
, onde:
N - velocidade da máquina primária, rpm.

Acoplado ao eixo do gerador está uma turbina, que é uma máquina projetada para
suportar uma pressão mecânica e produzir um efeito cinético.
Associados a essas várias alturas de quedas existem alguns tipos de turbinas
convenientes:

a) Turbinas Pelton

São adequadas para operar entre quedas de 350 m até 1100 m, sendo por isto muito mais
comum em países montanhosos. A Usina Hidrelétrica Governador Pedro Viriato Parigot de Souza,
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no Paraná, utiliza turbinas Pelton. Um dos maiores problemas destas turbinas, devido à alta
velocidade com que a água se choca com o rotor, é a erosão provocada pelo efeito abrasivo da
areia misturada com a água, comum em rios de montanhas. Um dos maiores problemas destas
turbinas, devido à alta velocidade com que a água se choca com o rotor, é a erosão provocada
pelo efeito abrasivo da areia misturada com a água, comum em rios de montanhas.

Fig. 1.6 – Turbina Pelton

b) Turbinas Francis

São adequadas para operar entre quedas de 40 m até 400 m. A Usina hidrelétrica de Itaipu
assim como a Usina hidrelétrica de Tucuruí, Furnas e outras no Brasil funcionam com turbinas tipo
Francis com cerca de 100 m de queda d' água.

Fig. 1.7 – Turbina Francis


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c) Turbinas Kaplan

São adequadas para operar entre quedas até 60 m. A única diferença entre as turbinas
Kaplan e a Francis é o rotor. Este se assemelha a um propulsor de navio (similar a uma hélice).
Um servomotor montado normalmente dentro do cubo do rotor é responsável pela variação do
ângulo de inclinação das pás.

Fig. 1.8.a – Turbina Kaplan

Fig. 1.8.b – Turbina Kaplan


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Fig. 1.8.c e d – Descidas de Turbinas Kaplan

Por motivos técnico-econômicos os geradores de energia elétrica, por maiores que sejam,
são projetados para gerar tensões de até no máximo 25 kV. Outro fato é que as usinas
hidroelétricas são construídas longe dos grandes centros consumidores, o que implica em
transmitir a energia elétrica a longas distâncias.

Fonte Térmica - Usina Termelétricas (UTE)

Os ciclos mais desenvolvidos para geração termelétrica são: caldeira geradora de vapor e
turbogerador a vapor, motogerador com o ciclo diesel, em geral com óleos pesados, óleo diesel ou
gás natural e turbogerador a gás, em geral com óleos leves ou gás natural. O fluido que irá mover
a turbina é o vapor produzido numa caldeira de pressão. Uma caldeira vem a ser um equipamento
composto de tubos d’água em todo o seu perímetro, formando o que se chama de parede d’água.
No interior da caldeira, ladeada pelas paredes d’água, há a zona de combustão ou fornalha, onde
o combustível queimará e assim aquecerá a água no interior dos tubos da parede d’água. Este
vapor será coletado no topo da caldeira, num equipamento chamado tambor e através de
tubulações será conduzido até a turbina. O vapor sob alta pressão e temperatura se expandirá e
movimentará as palhetas da turbina.
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Fig. 1.10 - Usina Térmelétrica

a) Turbinas a Vapor

A combustão de carvão ou a queima de óleo em caldeiras produz vapor a alta temperatura


e pressão, que vai acionar turbinas a vapor. O óleo apresenta a vantagem de poder ser
bombeado, através de um oleoduto, diretamente da refinaria à caldeira da usina termelétrica.

Fig. 1.11 – Turbina a vapor


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b) Turbinas a Gás

A utilização de turbinas a gás como motores primários tem algumas vantagens sobre as
turbinas a vapor. Em operação normal, entretanto, são menos econômicas. Sua principal
vantagem reside na capacidade de partir e tomar carga rapidamente. Assim, as turbinas a gás
estão sendo introduzidas no sistema como um método para atender aos picos de carga. Hoje o
mercado de térmicas, utilizando gás natural, está em ampla expansão, sendo indispensável para a
sustentação do setor energético brasileiro.

Fig. 1.12 - Turbina a gás GE série H, para geração elétrica, de potência de 480 MW.

Fonte Nuclear - Usina Nuclear ou Termonuclear (UTN)

Em uma usina nuclear, um reator nuclear controlado substitui a caldeira tradicional como
fonte de calor. O calor liberado no processo de fissão é levado, através de um refrigerante
primário, a um gerador de vapor que é essencialmente um trocador de calor. O vapor é então
usado na produção de eletricidade.
O vapor é produzido num vaso de pressão chamado gerador de vapor, que é aquecido
indiretamente pela água que resfria um reator nuclear. No reator se processa uma reação de
fissão decorrente do choque de nêutrons com o núcleo de átomos de urânio que se partem
provocando uma grande liberação de energia térmica. Este sistema, chamado de primário, fica a
alta pressão e temperatura, sendo que uma bomba faz o resfriamento do interior do reator por
fazer esta água circular de onde se processa a reação nuclear até o gerador de vapor onde esta
água cede energia térmica por condução, através dos vários tubos em que se bifurca a linha de
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resfriamento do reator para aumentar a área de transferência. A água do gerador de vapor, que é
o sistema secundário, se aquece até vaporizar-se. Este vapor movimentará a turbina.

Fig. 1.13 – Usina Nuclear

Fonte Eólica - Usinas Eólicas, Parques Eólicos ou Complexo Eólico (EOL)

As Usinas Eólicas aproveitam a força da velocidade dos ventos para gerar eletricidade.
São grandes hélices (como cata-ventos gigantes) instaladas em altas torres ou em locais altos.
Esses locais devem ser privilegiados do ponto de vista de ventos. É necessário que haja vento, de
preferência fortes, o tempo todo. No dia em que não tiver vento não será possível a geração de
energia elétrica. A grande vantagem da usina eólica é que não existe nenhum tipo de poluição.
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Fig. 1.14 – Usina Eólica

Fig. 1.15 – Funcionamento de um aerogerador


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Fonte Solar - Usina Solar Fotovoltaica

As usinas solares, na sua concepção mais simples, é considerada como sendo uma
grande central geradora elétrica que utiliza várias placas fotovoltaicas para, de forma direta,
transformar a luz do sol em eletricidade e enviá-la aos centros urbanos por meio de linhas de
transmissão. Também são conhecidas como complexo solar ou parque solar,

Transmissão de Energia Elétrica

Por Transmissão de Energia Elétrica está normalmente implícito o grosso da transferência


de energia pelas linhas de alta tensão, entre os principais centros de carga.
Historicamente o suprimento de energia elétrica iniciou-se pelo emprego da corrente
contínua. Posteriormente, a maior flexibilidade oferecida pela corrente alternada, permitindo gerar
uma tensão, transmitir em outra e ainda distribuir em outro nível, fez com que esta passasse a ser
utilizada com maior intensidade. A adoção do motor de gaiola, simples, robusto e confiável, peça
essencial na indústria, foi também um fator decisivo na adoção universal do suprimento de energia
elétrica em corrente alternada. Surgiram assim as primeiras linhas de transmissão, evoluindo no
nível de tensão e capacidade de transmissão à medida que o desenvolvimento científico e
tecnológico permitia um conhecimento cada vez maior dos fenômenos elétricos de transporte de
energia.

Fig. 1.16 – Linhas de transmissão de energia elétrica

Para que seja economicamente viável a tensão gerada nas usinas deverá ser elevadas,
para poder ser transmitida através de cabos condutores até o centro de carga (cidades). Este
processo é feito dentro de subestações elevadoras, situadas próximas da geração, sendo os
níveis de tensões na saída da subestação extremamente elevados, mas com menores valores de
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corrente. Isto devido ao transformador, equipamento indispensável nos circuito com corrente
alternada. Os níveis de tensão de transmissão mais usuais são de 138 kV, 230 kV, 345 kV, 500
kV e 750 kV em corrente alternada.

Fig. 1.17 – Subestação elevadora de tensão

Em sistemas de grande porte, é usual a interligação entre sistemas, formando uma rede.
O número de interligações aumenta a confiabilidade do sistema, porém aumentando a
complexidade. A interligação pode tanto contribuir para o suprimento de energia quanto para a
propagação de falhas do sistema: um problema que ocorra em um ponto da rede pode afundar a
tensão nos pontos a sua volta e acelerar os geradores, sendo necessário o desligamento de
vários pontos, incluindo centros consumidores, havendo o aparecimento de apagões ou blecautes.
O aumento na capacidade de transmissão, à medida que se eleva o nível de tensão, é
realçado pelo tamanho físico das estruturas, ou seja, uma linha de 765 kV carrega o equivalente a
30 linhas de 138 kV, com uma estrutura de transmissão mais ou menos o dobro da estrutura de
138 kV.
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Fig. 1.18 – Comparação entre estruturas de transmissão


Componentes de um Sistema de Transmissão

a) Cabos Condutores

Através dos cabos condutores realiza-se o processo de transmissão de energia elétrica


em uma LT.
 Alta condutividade elétrica;
 Boa resistência mecânica;
Características de um cabo ideal:  Resistir bem às intempéries;
 Custo não elevado.

b) Material dos Condutores - Em linha de transmissão são utilizados, normalmente, cabos


condutores com fio de Alumínio dispostos em camadas com ou sem alma de aço.

b.1) Cabos ACSR (Aluminium Conductor Steel Reinforced) ou CAA - Cabo de Alumínio
reforçado por um núcleo de aço. Estes cabos são representados utilizando nomes de aves
em Inglês

Fig. 1.19 - Cabo CAA Penguin (1 fio de Fig.1.20 - Cabo CAA Grosbeak ( 7 fios de
20

aço + 6 de Alumínio) aço + 26 fios de Alumínio)

b.2) Cabos CA - Cabos que possuem apenas fios de alumínio encordoados. Estes cabos são
representados utilizando nomes de flores em Inglês. Ex.: Cabo CA Tulip (19 fios de
Alumínio).
b.3) Seção Nominal dos Condutores - A especificação dos cabos dos cabos nus de alumínio
é feita em AWG.

FIOS E CABOS PADRÃO AWG / MCM FIOS E CABOS


American Wire Gauge e 1000 Circular Mils (1 mil = .0254 mm) PADRÃO MÉTRICO

Diâmetro Seção Resistência Corrente Seção Corrente


Bitola aproximado aproximada aproximada1 máxima2 nominal máxima2
[mm] [mm²] [ohm/m] [A] [mm²] [A]

14 AWG 1,6 2,1 0,0083 16 1,5 15

12 AWG 2,0 3,3 0,0052 22 2,5 21

10 AWG 2,6 5,3 0,0033 35 4 28

8 AWG 3,3 8,4 0,0021 50 6 36

6 AWG 4,1 13 0,0013 62 10 50

4 AWG 5,2 21 0,00082 70 16 68

2 AWG 6,5 34 0,00051 90 25 89

1 AWG 7,4 42 0,00041 110 35 111

1/0 AWG 8,2 54 0,00032 130 50 134

3/0 AWG 10,4 85 0,00021 190 70 171

4/0 AWG 11,7 107 0,00016 210 95 207

300 MCM 13,8 150 - 250 120 240

400 MCM 15,4 185 - 300 185 310

600 MCM 19,5 300 - 380 240 365

800 MCM 22,6 400 - 450 300 420

1000MCM 25,2 500 - 480 400 500

- - - - - 500

Tabela 1 – Seção nominal dos cabos de alumínio

c) Isoladores - Ligam os cabos condutores isolando-os eletricamente da estrutura de


transmissão, servindo, também, como resistência as solicitações mecânicas e elétricas dos
cabos condutores. O desempenho de uma linha de transmissão está diretamente
relacionado com os seus isoladores.

Tipos:  Isoladores de Pino - usado até tensões de 69 kV.


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 Isoladores de Suspensão.- para tensões acima de 69 kV.

Os materiais normalmente utilizados na fabricação de isoladores são: Porcelana


Vitrificada, Vidro Temperado, Fibra de Vidro (Poliméricos) e Resinas Sintéticas (Poliméricos). A
medida que os níveis de tensão são elevados o tamanho do isolador aumenta e o número de
isoladores por cadeia também.
As cadeias de isoladores garantem a isolação da estrutura, e se rompida por
motivos naturais (poluição e corrosão) ou vandalismo, comprometem a estabilidade do
circuito, obrigando as proteções a atuarem e paralisando o fornecimento de energia.

Fig. 1.22 – Coluna de isoladores em uma


torre. Os anéis próximos aos cabos e nas
ferragens dos isoladores são usados para
uniformizar o campo elétrico, reduzindo o
Fig. 1.21 – Cadeia de isoladores para 230 kV
efeito corona.

d) Estruturas das linhas aéreas de transmissão

Tem como objetivo sustentar os cabos condutores e elementos associados, como


isoladores, ferragens e cabos para-raios.
As linhas de transmissão de energia elétrica constam fundamentalmente de duas partes:

 Parte Ativa - cabos condutores que são os agentes do transporte de energia;


 Parte Passiva - isoladores, ferragens e estruturas, que assegura o afastamento dos
condutores do solo e entre si;
 Elementos Acessórios - cabos para-raios e aterramentos que servem para proteção dos
condutores.
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Obs.: Cabos Para-raios - ocupam a parte superior das estruturas e se destinam a interceptar
descargas de origem atmosférica e descarregá-las para o solo, evitando que causem danos e
interrupções nos sistemas.

Fig. 1.23 - Estruturas auto-portantes - transmite todos os esforços diretamente para as suas
fundações.

Cross Rope Raquete


Fig. 1.24 - Estruturas Estaiadas - parte das solicitações são absorvidas pelos estais e a
outra pelas fundações.
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Distribuição de Energia Elétrica

A distribuição é a etapa desenvolvida, via de regra, nos centros consumidores. As linhas


de subtransmissão alimentam subestações abaixadoras, geralmente situadas nos centros
urbanos, delas partem as linhas de distribuição primária. Cada povoado, ou conjunto de bairros
terá sua subestação de distribuição cujo porte fica frequentemente na faixa de 5 MVA a 100 MVA.
Destas subestações emergem os alimentadores primários que com capacidade de 2 a 10 MVA
atendendo os consumidores primários (médias indústrias, centros comerciais, etc.) e suprindo as
subestações transformadoras que abaixam a tensão primária (34,5 kV, 13,8 kV) para a tensão de
distribuição secundária (380 V, 220 V ou 127 V). Onde são conectados a maioria dos
consumidores residenciais, comerciais e serviços públicos.

Redes Primárias

Os circuitos primários operam usualmente em 13,8 kV carregando blocos de potência de


alguns MVA’s através de distâncias da ordem de quilômetros. Ao longo do percurso vão sendo
alimentados consumidores dessa tensão e estações transformadoras de distribuição secundária.

Fig. 1.25 – Sistema de distribuição primário


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1.3.1.1. Redes Primárias Aéreas

a) Rede Primária Radial

O tipo mais simples é a rede radial que evolui em forma de árvore, cujo o tronco é
chamado de alimentador principal ou tronco e aos demais ramos de ramais ou laterais.
Evidentemente a confiabilidade desse arranjo é baixa, pois apesar de haver chaves com fusíveis
nas derivações dos ramais, um defeito na rede pode tirar todo o alimentador de serviço.

Fig. 1.26 – Rede Primária Radial

b) Rede Primária em Anel Aberto

Utilizando-se de conexões opcionais de alguns pontos do alimentador principal a circuitos


vizinhos, através de seccionadoras ou chaves a óleo é possível um intercâmbio de cargas em
situações de contingência. Evidentemente, dependendo da localização do defeito haverá
interrupção em áreas restritas, como: ramais, segmento do tronco que contém o defeito
compreendido entre duas chaves de manobra.

Fig. 1.27 – Rede Primária em Anel Aberto


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Redes Secundárias

As redes secundárias são predominantemente radiais, à menos do caso de zonas de alta


densidade de carga nos quais se opta pelo sistema de distribuição subterrânea. Este caráter radial
advém do fato que a rede secundária é responsável por uma parcela pequena de carga (5 kVA a
100 kVA) o que também não justifica proteções mais complicadas da que fusíveis no primário do
transformador da estação a ela associada. As redes secundárias radiais podem ser monofásicas
ou trifásicas, com ou sem neutro conforme sejam as conexões do secundário do transformador de
distribuição.

Fig. 1.28 – Sistema de distribuição primário e secundário

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