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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Centro Tecnológico
Pós-graduação em Metrologia Científica e Industrial

ADAPTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MEDIÇÃO DE


GASES DISSOLVIDOS EM ÓLEO MINERAL
ISOLANTE PARA MONITORAÇÃO DE MÚLTIPLOS
TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

Dissertação submetida à Universidade Federal de Santa Catarina


para obtenção do Grau de Mestre em Metrologia

Autor: Patrick Mendes Cardoso

Orientador: Marco Antonio Martins Cavaco, Ph.D.

Florianópolis, 26 de setembro de 2005.


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ADAPTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MEDIÇÃO DE
GASES DISSOLVIDOS EM ÓLEO MINERAL
ISOLANTE PARA MONITORAÇÃO DE MÚLTIPLOS
TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

Patrick Mendes Cardoso

Esta dissertação foi julgada adequada para obtenção do título de


Mestre em Metrologia
e aprovada na sua forma final pelo
Programa de Pós-graduação em Metrologia Científica e Industrial.

Prof. Marco Antonio Martins Cavaco, Ph.D.


Orientador

Prof. Marco Antonio Martins Cavaco, Ph. D.


Coordenador do Curso de Pós-graduação em Metrologia Científica e Industrial

Banca Examinadora:

Antonio Carlos Zimmermann, Dr. Eng.


Universidade Federal de Santa Catarina

Prof. Carlos Alberto Flesch, Dr. Eng.


Universidade Federal de Santa Catarina

Profa. Jacqueline Gisele Rolim, Dra. Eng.


Universidade Federal de Santa Catarina
Para todos que trabalham por
um mundo melhor.
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais e minha família pelo amor, apoio, carinho, confiança e por
tudo aquilo que já fizeram por mim;
A minha noiva Carla, pela paixão, apoio, compreensão e por acreditar no
nosso grande amor;
Ao meu orientador Prof. Marco Antonio Martins Cavaco pela amizade e por
tornar possível a realização deste trabalho;
Aos bolsistas do LABMETRO, Fernando D. Possamai e Mauro E. Benedet
que trabalharam duro para dar vida ao MAGO;
Aos parceiros de desenvolvimento do MAGO, César A. A. Nogueira, Antonio
Carlos Xavier e José Ricardo de Menezes;
A ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica e a Celesc - Centrais
Elétricas de Santa Catarina pelo financiamento deste projeto de P&D, aos
amigos Régis H. Coelho, Carlos G. Naegele, Alexandre R. Martins e em
especial para os colegas de instalação do MAGO, Gilberto A. Silva e Enio L.
Carvalho pela imensa ajuda;
Ao Programa de Pós-graduação em Metrologia Científica e Industrial da
UFSC, pelo suporte através dos seus professores;
Aos funcionários do LABMETRO, em especial a Rosana M. Vieira pelo apoio
prestado;
A Universidade Federal de Santa Catarina;
A Eletrosul Centrais Elétrica S.A., por acreditar e apoiar a finalização deste
trabalho;
Aos meus amigos;
A Deus.
RESUMO

Transformadores de potência são equipamentos caros e com amplo uso em

subestações de transmissão e de distribuição de energia elétrica.

Dentre as diversas atividades de manutenção que um transformador está

sujeito, a análise de gases dissolvidos em óleo é uma das mais relevantes.

Comumente, o monitoramento da concentração desses gases é realizado através da

análise por cromatografia em fase gasosa, que apresenta resultados aceitáveis.

Infelizmente, esta análise representa um estado determinado na condição do

transformador, não permitindo uma análise continuada e de longo prazo, i.e., a

cromatografia não garante o status dos valores até que uma próxima amostra de

óleo seja retirada.

Existem no mercado sistemas de medição, que são instalados nos

transformadores, capazes de monitorar continuamente a concentração dos gases

dissolvidos no óleo isolante. Entretanto, esses equipamentos são caros e requerem

a instalação de um sistema por transformador.

Nesse sentido, este trabalho apresenta o primeiro protótipo automatizado, de

campo, para monitorar até três transformadores de potência. Neste protótipo um

único sistema de medição é capaz de analisar a concentração dos gases dissolvidos

no óleo dos múltiplos transformadores, reduzindo significativamente os custos de

monitoramento, já que permite o acompanhamento de até três transformadores com

um único sistema de medição.

Palavras-chaves: Gás dissolvido em óleo; Transformador; Óleo mineral isolante.


ABSTRACT

Power transformers are expensive equipment that has a strong presence in

substations of power electric companies.

Usually a transformer is subject to different kind of maintenance programs, in

particular the dissolved gas-in-oil analysis is one of most important. The

determination of the concentrations of gases dissolved in insulating oils is done by

gaseous chromatography, presenting acceptable results. However, this analysis

represents a particular state determined in the condition of the transformer not

allowing a continued evaluation, i.e., the chromatography does not guarantee the

status of the values until a next sample is obtained.

On the other hand, there are commercial measurement systems that can be

installed locally in transformers in order to monitor the concentration of the gases

dissolved in the insulating oil. Such equipments are normally expensive and they

request the installation of a dedicated system for each transformer.

In this direction, this work presents the first automatized prototype designed to

monitor up to three different transformers using only one sensor. In this prototype

there is a measurement system capable to analyze the concentration of the gases

dissolved in the oil of several transformers and consequently reducing costs

significantly.

Keyword: Gas dissolved in oil; Transformer; Insulating mineral oil.


PUBLICAÇÕES

“Avaliação Preliminar na Medição Automatizada da Concentração de Gases

Dissolvidos em Óleo Isolante de Múltiplos Transformadores de

Potência”; Marco Antonio Martins Cavaco, Patrick Mendes Cardoso, César

Augusto Azevedo Nogueira, Antonio Carlos Xavier de Oliveira, José Ricardo

de Menezes, Régis Hamilton Coelho, METROSUL IV – IV Congresso Latino-

Americano de Metrologia, 2004.

“Implementação do Sistema de Medição de Gases Dissolvidos em Óleo

Isolante para a Monitoração de Múltiplos Transformadores de Potência”;

Marco Antonio Martins Cavaco, Patrick Mendes Cardoso, César Augusto

Azevedo Nogueira, Antonio Carlos Xavier de Oliveira, José Ricardo de

Menezes, Régis Hamilton Coelho, 3o COBEF – III Congresso Brasileiro de

Engenharia de Fabricação, 2005.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 15

1.1 Objetivo do trabalho 18

1.2 Estrutura do trabalho 19

2. TRANSFORMADORES E ÓLEO MINERAL ISOLANTE 20

2.1 Classificação dos transformadores 21

2.2 Óleo mineral isolante 23


2.2.1 Propriedades físicas 23
2.2.2 Propriedades elétricas 25
2.2.3 Composição e propriedades químicas 25

2.3 Análise de gases dissolvidos 27


2.3.1 Métodos de diagnóstico de DGA 33
2.3.1.1 Diagnóstico a partir da taxa de evolução de gás 33
2.3.1.2 Método de Rogers 35
2.3.1.3 Método de Doernenburg 37
2.3.1.4 Método de Duval 37
2.3.1.5 Método previsto na NBR 7274 39

3 MÉTODOS DE ACOMPANHAMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE GASES


DISSOLVIDOS EM ÓLEO ISOLANTE 42

3.1 Método tradicional - cromatografia 42


3.1.1 Cromatógrafo 44
3.1.1.1 Gás de transporte e controle do fluxo 45
3.1.1.2 Injetor 46
3.1.1.3 Coluna cromatográfica 47
3.1.1.4 Detector 48
3.1.1.5 Análise qualitativa 48
3.1.1.6 Análise quantitativa 49

3.2 Métodos on-line 50


3.2.1 Hydran 50
3.2.1.1 Sensor do Hydran 201 51
3.2.1.2 Características técnicas do Hydran 52
3.2.2 GMM – Tree Tech 53
3.2.2.1 GMM – medidor 53
3.2.2.2 GMM - MMI 54
3.2.2.3 Características técnicas do GMM 54
3.2.3 Calisto 55
3.2.4 True Gas 57

4 DESENVOLVIMENTO DA CONCEPÇÃO DO MÚLTIPLO ANALISADOR DE


GASES DISSOLVIDOS EM ÓLEO (MAGO) 61

4.1 Características desejáveis do MAGO 61

4.2 Panorama do MAGO 64

4.3 Detalhamento das funções e princípios construtivos adotados 66


4.3.1 Obter a amostra de óleo 67
4.3.2 Medir o óleo amostrado 67
4.3.3 Comandar a multiplexação 67

4.4 Princípios construtivos adotados 68

5 CONSTRUÇÃO DO MAGO 71

5.1 Projeto hidráulico 71

5.2 Projeto elétrico e de comando 74

5.3 Projeto do software de comando 76

6 AVALIAÇÃO DO PROTÓTIPO DESENVOVIDO 81

6.1 Instalação do MAGO no campo 81

6.2 Ensaios realizados na SE 84


6.2.1 Ensaios da vazão do óleo dos transformadores 84
6.2.2 Ensaios da multiplexação do monitoramento da concentração de gases dissolvidos
em óleo dos transformadores 89
6.2.2.1 Valores de medição esperados para o Hydran e o GMM 90
6.2.2.2 Tempo de medição do óleo em análise 92
6.2.2.3 Seqüência dos ensaios 92
6.2.2.4 Resultados obtidos nos ensaios de multiplexação 93

6.3 Avaliação funcional do MAGO 99

6.4 Avaliação metrológica 100

7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 102

7.1 Comentários gerais 102

7.2 Limitações do MAGO 103

7.3 Sugestões para trabalhos futuros 104

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 106

APÊNDICE A – PARTES DO PROTÓTIPO MAGO 110

APÊNDICE B – RESULTADOS DOS ENSAIOS DE MULTIPLEXAÇÃO 116


LISTA DE FIGURAS

Figura 1-1 - DGA - Método tradicional.......................................................................17


Figura 1-2 - DGA - Método on-line ............................................................................17
Figura 1-3 - DGA - Método multiplexado proposto ....................................................18
Figura 2-1 - Sistemas de transmissão e distribuição de energia, adaptado de
BROWN (2002)......................................................................................21
Figura 2-2 - Transf. potência - 213 MVA - 525 kV - 18 kV (Toshiba, 2004)...............22
Figura 2-3 - Corte de um transformador de potência, adaptado de ORNL (2005). ...23
Figura 2-4 - Temp. geração dos gases combustíveis (Power Maintenance, 2004)...30
Figura 2-5 - Fluxograma de análise da DGA, adaptado de LAPWORTH (2002).......32
Figura 2-6 - Diagrama das etapas a serem seguidas conforme resultados das
análises cromatográficas dos gases do óleo isolante (GCOI, 1986). ....35
Figura 2-7 - Triângulo de Duval.................................................................................38
Figura 3-1 - Aparelhagem para extração de gases (ABNT, 1981) ............................44
Figura 3-2 - Representação esquemática de um sistema de análise cromatográfica
(CHEMKEYS,2004) ...............................................................................45
Figura 3-3 - Colunas típicas utilizadas em cromatografia gasosa .............................47
Figura 3-4 - Comparação entre cromatogramas da amostra e de uma solução
padrão ...................................................................................................49
Figura 3-5 - Hydran (GE ENERGY SERVICES, 2004b)............................................51
Figura 3-6 - Sensor de gás do Hydran (NOGUEIRA, 2004) ......................................52
Figura 3-7 - GMM, adaptado de TREE TECH (2005)................................................54
Figura 3-8 - Calisto (MORGAN SCHAFFER, 2004a) ................................................55
Figura 3-9 - Sist. de circulação do Calisto, adaptado de M. SCHAFFER (2004a).....56
Figura 3-10 - True Gas (SERVERON CORPORATION, 2005a) ...............................58
Figura 3-11 - Componentes do True Gas, adaptado de SERVERON
CORPORATION (2005b).......................................................................59
Figura 4-1 - Esquema geral do sistema de multiplexação.........................................65
Figura 5-1 - Diagrama hidráulico ...............................................................................72
Figura 5-2 - Diagrama funcional de comando ...........................................................75
Figura 5-3 - Compact FieldPoint (NATIONAL INSTRUMENTS, 2005)......................76
Figura 5-4 - Diagrama de fiação dos canais do CFP.................................................77
Figura 5-5 - Painel Frontal do Software MAGO.........................................................78
Figura 5-6 - MAGO como construído ........................................................................79
Figura 5-7 - MAGO vista interna como construído ....................................................80
Figura 6-1 - Protótipo MAGO instalado na SE Coqueiros .........................................82
Figura 6-2 - Adaptação realizada na válvula de dreno do transformador ..................83
Figura 6-3 - Lançamento do cabo de fibra óptica ......................................................83
Figura 6-4 - Diagrama esquemático de comunicação do MAGO ..............................83
Figura 6-5 - Seqüência de ensaios de comutação realizados ...................................93
Figura 6-6 - Ensaio 1 - Monitoramento de TT3 com o Hydran - óleo anterior TT2 ....95
Figura 6-7 - Ensaio 1 - Monitoramento de TT3 com o GMM - óleo anterior TT2.......96
Figura 6-8 - Ensaio 3 - Monitoramento de TT3 com o Hydran - óleo anterior TT1 ....97
Figura 6-9 - Ensaio 3 - Monitoramento de TT3 com o GMM - óleo anterior TT1.......97
Figura 6-10 - Resposta consolidada do Hydran ........................................................98
Figura 6-11 - Resposta consolidada do GMM ...........................................................99
LISTA DE TABELAS

Tabela 2-1 - Especificações para o óleo mineral isolante tipo "A" (DNC, 1994)........27
Tabela 2-2 - Concentração de solubilização de gases (MESSIAS, 1993).................31
Tabela 2-3 - Valores internacionalmente considerados de referência (ppm vol/vol)
(MILASCH, 1984) ..................................................................................34
Tabela 2-4 - Especificação dos códigos do método Rogers......................................36
Tabela 2-5 - Diagnóstico de falhas do método Rogers. ............................................36
Tabela 2-6 - Método de identificação de falha de Doernenburg (IEEE, 1991) ..........37
Tabela 2-7 - Concentração dos gases para validação do método de Doernenburg..37
Tabela 2-8 - Diagnóstico de falhas NBR 7274 (ABNT, 1982)....................................39
Tabela 2-9 - Relações características entre gases (ABNT, 1982).............................40
Tabela 3-1 - Características principais do Hydran 201 Ti (GE ENERGY SERVICES,
2003) .....................................................................................................53
Tabela 3-2 - Características técnicas do GMM (TREE TECH, 2004)........................55
Tabela 3-3 - Características técnicas do Calisto (MORGAN SCHAFFER, 2004b)....57
Tabela 3-4 - Características técnicas do True Gas (SERVERON CORPORATION,
2005c)....................................................................................................59
Tabela 4-1 - Soluções adotadas no protótipo MAGO................................................68
Tabela 5-1 - Quadro de cargas do MAGO.................................................................74
Tabela 5-2 - Legenda do diagrama funcional ............................................................76
Tabela 5-3 - Configuração do Compact FieldPoint....................................................77
Tabela 6-1 - Balanços de incertezas - Volume de óleo do TT1.................................85
Tabela 6-2 - Balanços de incertezas - Volume de óleo do TT2.................................85
Tabela 6-3 - Balanço de incertezas - Volume de óleo do TT3..................................86
Tabela 6-4 - Resultados da análise cromatográfica de TT1, TT2 e TT3 ...................90
Tabela 6-5 - Avaliação Funcional do MAGO ...........................................................100
LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ASTM American Society for Testing and Materials
Celesc Centrais Elétricas de Santa Catarina
CFP Compact Fieldpoint
DGA Do inglês Dissolved Gas-in-oil Analysis. Análise de Gases Dissolvidos
em Óleo
DNC Departamento Nacional de Combustíveis
GCOI Grupo Coordenador para a Operação Integrada
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
LED Do inglês Light Emitting Diode. Diodo Emissor de Luz.
NA Contato Normalmente Aberto
NF Contato Normalmente Fechado
PCI Placa de Circuito Integrado
QFD Do inglês Quality Function Deployment. Função Desdobramento da
Qualidade
SE Subestação
SM Sistema de Medição
15

1. INTRODUÇÃO

A energia elétrica está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas. Sua

falta é altamente prejudicial e impacta em praticamente todos os setores da

economia e da sociedade.

A energia elétrica, por ser um produto que não pode ser armazenado a baixo

custo e em grande escala, tem que ser consumida no momento em que é gerada.

Esse é um fato que une, diretamente, a geração, transmissão e a distribuição de

energia elétrica, sendo fundamental que o sistema elétrico possua confiabilidade e

disponibilidade.

No sistema elétrico, os transformadores de potência são equipamentos

fundamentais. Sem esses, não poderíamos transmitir e distribuir a energia elétrica

produzida nas centrais geradoras.

Os transformadores de potência são dispositivos que requerem manutenção e

cuidados especiais devido à sua importância no sistema elétrico que estão inseridos.

Esses transformadores são projetados com elevada vida útil, em torno de 30 anos

(BIANCHI, 2000), mas através de procedimentos corretos de operação e

manutenção, podem chegar a até 50 anos (BIANCHI, 2000; GRAINE, FLETCHER,

et al., 1994).

O custo causado por uma eventual falha de um transformador de potência é

orçado freqüentemente em milhões de dólares, devido à interrupção do sistema

elétrico de potência, sem considerar os valores associados com o reparo ou

substituição do equipamento.

Com intuito de garantir a sua elevada vida útil de operação os transformadores

recebem constantes atividades de manutenção, dentre as mais importantes


16

podemos citar as inspeções semestrais e trienais em buchas, tanques e radiadores,

conservadores, termômetros de óleo e/ou enrolamento, sistema de ventilação

forçada, sistema de circulação de óleo, comutadores de derivação, caixas de

terminais de controle e proteção e ligações externas (WEG, 2004).

Parte importante na manutenção dos transformadores é o monitoramento do

óleo isolante. Esses são utilizados em transformadores com a finalidade dielétrica e

a de realizar a remoção do calor gerado nas bobinas do enrolamento. O óleo é

extraído do petróleo, podendo ser parafínico ou naftênico, dependendo do tipo de

petróleo do qual o mesmo é originado.

No óleo são realizados diversos ensaios físico-químicos tais como: rigidez

dielétrica, teor de água, fator de potencial, tensão interfacial, ponto de fulgor,

densidade, acidez e a análise de gases dissolvidos em óleo (MESSIAS, 1993).

Através do monitoramento do óleo, é possível diagnosticar a situação de operação e

a confiabilidade do transformador.

Dentre os ensaios efetuados, a análise de gases dissolvidos no óleo mineral

(DGA) é um dos passos mais importantes para diagnosticar falhas incipientes no

isolamento do transformador.

Tipicamente, a DGA é realizada através de cromatografia em fase gasosa,

método tradicional, a qual fornece resultados admissíveis, (figura 1.1). Embora seja

uma técnica aceitável, a cromatografia gasosa feita em laboratório tem dois

inconvenientes: a distância entre o ponto de coleta da amostra e o laboratório, e o

período de amostragem (CAVACO, 2003).

Como a técnica tradicional apresenta apenas um status da condição do óleo no

momento da análise, mudanças significativas nos gases do transformador entre os

intervalos de análise não são detectáveis.


17

Figura 1-1 - DGA - Método tradicional

Com o surgimento da tecnologia de monitoramento on-line1, a DGA passou de

prática de manutenção preventiva para preditiva, (figura 1.2). Porém atualmente os

sistemas de medição da concentração de gases dissolvidos em óleo ainda possuem

um elevado custo, não sendo justificável o uso em determinadas situações.

Figura 1-2 - DGA - Método on-line

Este trabalho apresenta o desenvolvimento, a construção e a análise

metrológica de um protótipo capaz de monitorar remotamente a concentração de

gases dissolvidos em óleo isolante através da utilização de um único sistema de

medição, aplicado em múltiplos transformadores, (figura 1.3). Esse protótipo foi

chamado de MAGO (Múltiplo Analisador de Gases dissolvidos em Óleo).

1
Monitoramento on-line – baseado em sistemas de medição da concentração de gases dissolvidos
em óleo isolante, que são instalados diretamente nos transformadores. Esses realizam o
acompanhamento em tempo real da condição de operação do transformador.
18

Com esse sistema é possível realizar uma significativa redução de custos no

monitoramento on-line, já que permite o acompanhamento de vários

transformadores com um único sistema de medição.

Figura 1-3 - DGA - Método multiplexado proposto

1.1 Objetivo do trabalho

Este trabalho foi realizado através da parceria entre o laboratório de metrologia

e automatização (LABMETRO) da Universidade Federal de Santa Catarina e a

empresa Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. (Celesc), proporcionada por um

projeto de P & D – Celesc – Ciclo 2002 / 2003.

O escopo do trabalho é a construção e o teste de um protótipo capaz de

monitorar a concentração de gases dissolvidos em óleo de múltiplos

transformadores.

Os principais objetivos do protótipo são:

● efetuar a multiplexação da monitoração da quantidade de gases

dissolvidos em óleo de múltiplos transformadores;

● permitir o acompanhamento da situação do óleo de um dado

transformador remotamente e em tempo real;


19

● medir com incertezas comparáveis aos sistemas existentes.

1.2 Estrutura do trabalho

No capítulo inicial deste trabalho, foi apresentada a importância dos

transformadores de potência para o sistema elétrico e cuidados referentes com a

sua manutenção. Ainda foi objetivo deste capítulo a exposição dos métodos de

monitoramento da quantidade de gases dissolvidos em óleo isolante, abordando as

características do método tradicional e do método on-line.

No segundo capítulo, é feita uma revisão sobre transformadores, óleo mineral

isolante e as técnicas de DGA empregadas para avaliar a condição de operação dos

transformadores.

No capítulo seguinte, são discutidos os métodos de acompanhamento da

quantidade de gases dissolvidos em óleo isolante. Sendo apresentada a

cromatografia e os sistemas de medição da concentração de gases dissolvidos em

óleo encontrados no mercado nacional e internacional.

O quarto capítulo aborda as características que o protótipo deve possuir e o

desenvolvimento da concepção do MAGO, mostrando suas macrofunções e os

princípios construtivos adotados como solução das mesmas.

No quinto capítulo as soluções adotadas no MAGO são expostas. São

apresentados os projetos hidráulico, elétrico e de comando e do software de

comando.

No sexto capítulo é feita a exposição dos resultados obtidos com o MAGO e

realizada a avaliação metrológica do protótipo.

No sétimo e último capítulo são apresentadas às conclusões obtidas e as

sugestões para a continuação de trabalhos ligados ao tema.


20

2. TRANSFORMADORES E ÓLEO MINERAL ISOLANTE

As exigências técnicas e econômicas fazem com que as construções das

unidades geradoras de energia elétrica, sejam em geral situadas muito longe dos

centros de aproveitamento. Surge assim a necessidade do transporte da energia

elétrica por meio de linhas de comprimento notável.

Por motivos econômicos e de construção, as seções dos condutores destas

linhas devem ser mantidas dentro de determinados limites, o que torna necessária a

limitação da intensidade das correntes nas mesmas. Assim sendo, as linhas deverão

ser construídas para funcionar com tensão elevada, que em certos casos atinge a

centenas de milhares de volts (MARTIGNONI, 1973).

Isto é possível em virtude de a corrente alternada poder ser transformada

facilmente de baixa para alta tensão e vice-versa, por meio de uma máquina

estática, de construção simples e rendimento elevado, que é o transformador.

O transformador é um equipamento elétrico que tem por finalidade transferir

energia elétrica de um circuito para outro, com a mesma freqüência, mas sob

diferentes níveis de tensões (FEIO, 1973).

A figura 2.1 exemplifica um sistema de transmissão e distribuição de energia

elétrica, desde a geração até o consumidor final.

O transformador é um dos equipamentos chave dos sistemas de potência e o

seu estado de operação está diretamente relacionado com a confiabilidade e

estabilidade dos sistemas de potência (WENSHENG, 1998).


21

Figura 2-1 - Sistemas de transmissão e distribuição de energia, adaptado de BROWN (2002).

2.1 Classificação dos transformadores

Não existe classificação normatizada dos transformadores, porém, do ponto de

vista técnico, esses podem ser classificados segundo (SEALEY, 1948;

GOURISHANKAR, 1990; CASTILLO, 2003) quanto ao:

● Número de fases: monofásicos ou polifásicos (em geral, trifásicos).

● Tipo de núcleo: os mais utilizados são:

- núcleo envolvido ou tipo núcleo (Core Type): utilizado para altas

tensões, as quais requerem muitas espiras na bobina e bom isolamento.

Caracteriza-se por correntes relativamente baixas e pequeno fluxo

magnético.
22

- núcleo envolvente ou encouraçado (Shell Type): usados em

transformadores com baixas tensões, onde há poucas espiras, baixo

isolamento, elevadas correntes, altas freqüências e fluxos magnéticos.

● Tipo de aplicação: os principais são os transformadores de

instrumentos, transformadores a corrente constante, transformador série,

transformadores de pequena potência, transformadores de comando e

sinalização, transformadores para operação de campainhas e alarmes,

transformadores de isolamento, transformadores de aterramento e os

transformadores de potência, sendo este último explorado no trabalho.

Os transformadores de potência são utilizados normalmente em subestações

redutoras e elevadoras de tensão, assim como nas casas de força das unidades

geradoras de energia elétrica. Podem ser considerados como transformadores de

potência, aqueles com potência nominal igual ou superior a 500 kVA. Na figura 2.2

pode ser ter uma idéia do tamanho que estes equipamentos podem atingir.

Atualmente na maioria das aplicações dos transformadores de potência, a parte

ativa está submersa em óleo mineral isolante, que realiza a função de meio isolante

e refrigerante, (figura 2.3).

Figura 2-2 - Transformador de potência - 213 MVA - 525 kV - 18 kV (Toshiba, 2004)


23

Figura 2-3 - Corte de um transformador de potência, adaptado de ORNL (2005).

2.2 Óleo mineral isolante

O óleo mineral isolante é largamente utilizado em equipamentos elétricos, tais

como transformadores, reatores, religadores, disjuntores, cabos elétricos,

capacitores e outros. Este material tem duas funções básicas, a primeira no papel de

meio isolante que evita a formação de arco entre dois condutores do equipamento; a

segunda como refrigerante que atua dissipando o calor gerado na operação do

equipamento. Na seqüência são apresentadas as propriedades do óleo mineral de

acordo com a interpretação de MILASCH (1984).

2.2.1 Propriedades físicas

As principais propriedades físicas consideradas na análise do óleo isolante são:

● Cor: o óleo novo tem uma cor amarelo-pálida e é transparente. A cor

muda e escurece na medida em que o óleo vai se deteriorando.


24

● Ponto de fulgor: é a menor temperatura na qual se formam vapores

inflamáveis na superfície do óleo e são identificados pela formação de um

lampejo quando em presença de uma chama.

● Ponto de fluidez: é a temperatura mais baixa na qual o óleo, em

condições perfeitamente estabelecidas, escoa.

● Densidade: a densidade do óleo está, normalmente, em torno de 0,9 na

temperatura de 15 oC.

● Viscosidade: é a resistência que o óleo oferece ao escoamento contínuo

sem turbulência, inércia ou outras forças. A quantidade de calor que o

óleo é capaz de transferir, por hora, do transformador para o meio

ambiente depende desta propriedade.

● Ponto de anilina: é a temperatura em que há a separação da anilina de

uma mistura de anilina e óleo. O ponto de anilina está de certa forma

relacionado com a propriedade de dissolver materiais com os quais entra

em contato e com seu conteúdo aromático.

● Tensão interfacial: na superfície de separação entre o óleo e a água

forma-se uma força de atração entre as moléculas dos dois líquidos que

é chamada de tensão interfacial, sendo medida em N/m. Uma diminuição

da tensão interfacial indica, com bastante antecedência em relação aos

outros métodos, o início da deterioração do óleo.

● Solubilidade da água no óleo: a água pode existir no óleo sob a forma

dissolvida, não dissolvida (em suspensão) ou livre (depositada). A

quantidade de água em solução no óleo depende da temperatura e do

grau de refino. Quanto mais alta a temperatura, tanto maior a quantidade


25

de água dissolvida no óleo, e quanto mais bem refinado for o óleo, tanto

menor será a solubilidade da água.

2.2.2 Propriedades elétricas

As principais propriedades elétricas consideradas na análise do óleo isolante

são:

● Rigidez dielétrica: é a tensão alternada na qual ocorre a descarga

disruptiva na camada de óleo situada entre dois eletrodos e em

condições perfeitamente determinadas. A rigidez dielétrica do óleo é

pouco afetada pela água nele dissolvida. Por outro lado, a água livre em

suspensão no óleo diminui acentuadamente sua rigidez dielétrica, sendo

que em um óleo deteriorado, a água livre tem maior possibilidade de ficar

em suspensão que no óleo novo. Outro fator que contribui para a redução

da rigidez dielétrica são as partículas sólidas em suspensão (fibras

celulósicas, carvão, poeira, etc.).

● Fator de potência: o fator de potência do óleo mineral isolante é igual ao

co-seno do ângulo de fase ou o seno do ângulo de perdas do mesmo.

Este aumenta de valor na medida em que a deterioração do óleo

progride. O fator de potência nos informa uma idéia da quantidade de

corrente que flui pelo óleo e que é uma medida de sua contaminação e

de sua deterioração.

2.2.3 Composição e propriedades químicas

O óleo mineral é extraído do petróleo, sua composição e características

dependem da natureza do petróleo do qual foi obtido e do processo empregado em

sua preparação.
26

O petróleo cru pode ser de base parafínica, cujo produto final da destilação é a

cera parafínica, ou de base naftênica, cujos produtos finais da destilação são de

natureza asfáltica. Apenas 3% do petróleo disponível no mundo são de base

naftênica.

O óleo obtido a partir de petróleo de base naftênica é chamado de óleo

naftênico ou tipo “A” e o originado de petróleo parafínico, óleo parafínico ou tipo “B”.

O óleo mineral isolante tipo "A" é utilizado em transformadores e equipamentos de

manobra onde não é estabelecida a utilização do óleo mineral isolante tipo "B"

(DNC, 1994).

A composição química do óleo mineral é basicamente uma mistura de

hidrocarbonetos em sua maioria, e de não-hidrocarbonetos, também chamados de

heterocompostos, em pequena proporção. Estima-se em cerca de 2900 o número de

compostos existentes no óleo isolante (MILASCH, 1994).

Tendo em vista a presença de um elevado número de componentes em

diferentes quantidades em sua composição, a caracterização de um óleo mineral

para a utilização como isolante não é feita pela composição da mistura do mesmo,

mas por uma série de parâmetros físico-químicos, os quais são afetados pela

composição e por apresentarem reflexos em sua utilização. Assim, o

estabelecimento de limites para esses parâmetros tem como objetivo alcançar uma

uniformidade de comportamento como isolante e referências de qualidade para sua

utilização (ZIRBES, 2003).

Na tabela 2.1 são apresentadas as especificações que o óleo tipo “A” deverá

possuir, bem como os métodos de ensaios para a obtenção das mesmas.


27

Tabela 2-1 - Especificações para o óleo mineral isolante tipo "A" (DNC, 1994)

Valores
Características Unidades Métodos
Min Máx
Aparência - O óleo deve ser Visual
claro, limpo e isento
de material em
suspensão.
Cloretos - Ausente NBR-5779
Cor - - 1,0 ABNT-MB-351
Densidade a 20 ºC - 0,861 0,900 NBR-7148
Enxofre Corrosivo - Não corrosivo ABNT-899
Estabilidade a oxidação NBR-10504
- Índice de neutral (IAT) mg KOH/g - 0,40
- Borra % massa - 0,10
- Fator de perdas dielétricas a 90 ºC % - 20
Fator de perdas dielétricas % NBR-12133
A 25 ºC - 0,05
A 90 ºC - 0,40
A 100 ºC - 0,50
Índice de neutral (IAT) mg KOH/g - 0,03 ABNT-MB-101
Ponto de anilina ºC 63 84 ABNT-MB-299
Ponto de fluidez ºC - 39 ABNT-MB-820
Ponto de fulgor ºC 140 - ABNT-MB-50
Rigidez dielétrica kV NBR-6869
- Eletrodo de disco 30 - NBR-10859
- Eletrodo VDE 42 -
Rigidez dielétrica a impulso (eletrodos de kV 145 - ASTM-D-3300
agulha / esfera)
Sulfatos - Ausente NBR-5779
Tendência a evolução de gases l/min Negativo ASTM-D-2300
Método B
Tensão superficial a 25 ºC N/m 40 - NBR-6234
Teor de carbono aromático % Anotar ASTM-D2140
Teor de inibidor de oxidação % massa - 0,08 NBR-12134
Teor de PCB mg/kg Não detectável ASTM-D-4059
Viscosidade a 20 ºC mm²/s - 25,0 ABNT-MB-293
40 ºC (cST) - 11,0
100 ºC - 3,0
Teor de água mg/kg (ppm) - 35 NBR-10710

2.3 Análise de gases dissolvidos


Através da análise dos gases dissolvidos (DGA) no óleo isolante é possível

avaliar a condição de operação do isolamento do equipamento, com a detecção de

eventuais processos de falha que possam estar ocorrendo. A DGA é a técnica mais

utilizada para monitorar o desempenho de transformadores de potência (COUDERC,

BOURASSA, et al., 1996; YANG, HUANG, 1998; DUVAL, 2002) assim como de
28

outros equipamentos elétricos como reatores, transformadores de corrente,

transformadores de potencial e outros.

O descobrimento de falhas incipientes na isolação óleo / papel pelo método de

DGA é baseado no fato de que a quebra de isolação líquida e sólida, sob condições

térmicas e elétricas anormais fornecem uma variedade de substâncias voláteis e não

voláteis resultantes da degradação, que podem evoluir a falhas nos equipamentos

(COUDERC, BOURASSA, et al., 1996).

A DGA é importante porque, primeiramente, cada falha possível gera um ou

mais gases. Estes surgem do consecutivo aumento da degradação do óleo

adjacente à falha ou da isolação celulósica, e a DGA é capaz de avaliar vários tipos

de gases, portanto apta a identificar e diagnosticar vários tipos de falhas. Além disso,

desde os estágios iniciais estes gases de falha se dissolvem no óleo e podem ser

detectados em algum tempo subseqüente em que uma amostra do óleo é levada a

exame, assim a DGA pode detectar falhas intermitentes. Também porque os gases

de falha podem ser detectados com concentrações muito pequenas, pode-se dizer

que a DGA é uma técnica muito sensível e apropriada para detectar falhas em

estágios iniciais (LAPWORTH, 2002).

Os gases de falha são produzidos pela degradação do óleo do transformador e

dos materiais isolantes tais como o papel e o papelão de isolação do núcleo. A taxa

da degradação da celulose e do óleo é aumentada significativamente na presença

de uma falha dentro do transformador. Os gases importantes que são produzidos na

operação do transformador podem ser listados (SAHA, 2003):

● Hidrogênio e hidrocarbonetos: hidrogênio (H2), metano (CH4), etano

(C2H6), etileno (C2H4) e acetileno (C2H2).


29

● Óxidos de carbono: monóxido de carbono (CO) e dióxido de carbono

(CO2).

● Gases normais (nonfault gases): nitrogênio (N2) e oxigênio (O2).

Normalmente as causas do surgimento dos gases de falha são classificadas em

três categorias:

● efeito Corona2 ou descargas parciais.

● aquecimento.

● arco elétrico.

Dependendo da energia envolvida, da sua localização, da ocorrência

intermitente ou contínua, cada tipo de falha afeta o óleo ou papel de uma forma

diferente, gerando quantidades relativas características de gases dissolvidos

(DUKARM, 1993).

É comumente aceito que o efeito Corona no óleo ou na celulose produz

hidrogênio. Uma pequena elevação de temperatura do óleo isolante 400 oC gera

metano e etano e uma alta elevação de temperatura (500 a 1200) oC produz etileno

e hidrogênio, bem como metano e etano. Acetileno somente é gerado a elevadas

temperaturas 1800 oC que ocorrem na presença de um arco elétrico. A degradação

da celulose a baixa temperatura produz dióxido de carbono e em alta temperatura

gera monóxido de carbono. Descargas elétricas de baixa energia criam hidrogênio e

metano, com poucas quantidades de etano e etileno (SAHA, 2003).

A figura 2.4 apresenta a temperatura, aproximada, em que são gerados os

gases combustíveis no interior do transformador.

2
Efeito Corona ocorre quando um forte campo elétrico associado com um condutor de alta tensão
ioniza o ar próximo ao condutor. Também libera partículas de O2 e produz oxigênio tri atômico (O3,
ozônio) um gás corrosivo que destrói equipamentos de linhas de potência e coloca em perigo a saúde
humana (CAMPOS, 2005).
30

Disca r ga s pa rcia s
(n ão in fluem n a temperatu ra)

Fa ixa n or ma l de oper a ção

Pontos qu en tes
(a umento de temper atu r a) For maçã o de a r co

200 C
0
Hid rog ê nio
(H 2 )

300 C
0
65 0C

Me t an o
(CH 4)

Eta no
(C2 H6)
260 C
0

Etile no
360 0C

(C2H 4)

Ace t ile n o
(C2 H 2)
500 C

700 C
0
150 0C

-Ger a çã o de gá s (sem esca la).


-Temper atu r a, a pr oximada , de
d e c om p o s i ç ã o d o ó l e o.

Figura 2-4 - Temperatura de geração dos gases combustíveis (Power Maintenance, 2004)

A operação de transformadores com grande quantidade de gases combustíveis,

não é uma condição normal, mas pode acontecer, desde que investigado e avaliado

os possíveis riscos desta operação (IEEE, 1991).

Os gases gerados nos transformadores permanecem no óleo isolante, conforme

uma concentração definida em função da pressão e da temperatura do óleo isolante.


31

Na tabela 2.2, são apresentados valores de solubilidade volume a volume dos gases

no óleo isolante de transformadores a 101 kPa e 25 oC.

Tabela 2-2 - Concentração de solubilização de gases (MESSIAS, 1993)


Gases Concentração de Solubilização
Hidrogênio (H2) 7,0 % volume
Nitrogênio (N2) 8,6 % volume
Monóxido de carbono (CO) 9,0 % volume
Oxigênio (O2) 16,0 % volume
Metano (CH4) 30 % volume
Dióxido de carbono (CO2) 120 % volume
Etano (C2H6) 280 % volume
Etileno (C2H4) 280 % volume
Acetileno (C2H2) 400 % volume

Com o incremento da temperatura do óleo, alguns gases chegam a aumentar

sua concentração de solubilização, como o hidrogênio, o monóxido de carbono e o

oxigênio; por sua vez, outros gases como o metano, o acetileno, o dióxido de

carbono, o etileno e o etano diminuem a solubilidade (CASTILLO, 2003).

Do ponto de vista operacional, os procedimentos de detecção e análise dos

gases combustíveis, devem seguir as seguintes prioridades (IEEE, 1991):

● Detecção: detectar a geração de algum gás que excede as quantidades

consideradas “normais” e utilizar critérios apropriados que possam

identificar as possíveis anormalidades que por ventura estejam

ocorrendo.

● Avaliação: avaliar a confiabilidade de operação do transformador,

usando um conjunto de critérios ou recomendações.

● Ação: recomendar ação, que vai desde a confirmação da existência da

falha com análise suplementar, redução da carga, ou até mesmo a

retirada da unidade de serviço.


32

Figura 2-5 - Fluxograma de análise da DGA, adaptado de LAPWORTH (2002).

Existem duas maneiras de detectar os gases dissolvidos em óleo isolante, a

primeira, e mais utilizada, trata-se da análise de maneira off-line, na qual uma

amostra do óleo é extraída do transformador e enviada para a análise em

laboratório. A segunda constitui-se no monitoramento on-line, onde sistemas de

medição da concentração de gases dissolvidos em óleo são conectados diretamente

ao transformador, realizado o monitoramento de modo contínuo. Os meios de

detecção de gases dissolvidos em óleo serão apresentados no capítulo 3.

Para a avaliação dos dados obtidos, inicialmente os resultados atuais devem ser

comparados com os resultados anteriores do mesmo equipamento, para verificar a

variação, ou a taxa de evolução de cada gás.

Após o estudo da taxa de evolução de cada gás, deve ser realizada uma análise

mais criteriosa dos dados obtidos, primeiramente levando em conta as relações de

gases encontrados, onde são estabelecidas faixas de valores prováveis para a

ocorrência de determinados tipos de falha. Em seguida a análise deve levar em

conta a formação do gás mais significativo para aquele tipo de falha, também

chamado de gás chave (MORAIS, 2004).

Existem vários métodos para realizar o diagnóstico de falhas incipientes no óleo

de transformadores, a partir das relações entre os gases encontrados na detecção,


33

sendo que os principais são, o método de Rogers, o método de Doernenburg, o

método de Duval e o critério adotado pela a norma ABNT - NBR 7274.

As ações de intervenção de manutenção no transformador não são discutidas

no escopo deste trabalho.

2.3.1 Métodos de diagnóstico de DGA

A partir da década de 50, principalmente no final dos anos 70, apareceram na

literatura diversos estudos de formação de gases em isolamentos de

transformadores. Assim foram sugeridos diversos métodos de análise, que têm

como principal objetivo descrever como as concentrações dos gases formados pela

degradação do óleo ou do isolamento sólido, causadas por descargas elétricas ou

solicitações térmicas de transformadores imersos em óleo, podem ser interpretadas

para diagnosticar o estado operativo de um transformador.

Em linhas gerais, muitas destas publicações ainda são utilizadas e

transformaram-se em normas e recomendações. Algumas alterações foram

posteriormente sugeridas no que diz respeito aos valores limites para a identificação

de falhas e caracterização de condição de normalidade, mas mantiveram-se as

bases anteriormente estabelecidas (MORAIS, 2004).

2.3.1.1 Diagnóstico a partir da taxa de evolução de gás

A taxa de evolução da concentração dos gases é considerada a indicação mais

significativa no diagnóstico da análise cromatográfica. A evolução ou a indicativa de

defeito deve ser encontrada estudando as “famílias” dos transformadores de mesmo

fabricante e com carregamento semelhante. Como valor de referência, uma taxa de

evolução menor que 10% ao mês é considerada satisfatória, exceto para o gás
34

acetileno, que normalmente não é detectado em transformadores operando

adequadamente (ABNT, 1982).

A taxa de evolução é calculada segundo a equação 2.1:

Taxa Evolução (%) = (Teor do gás na ultima análise – Teor do gás na penúltima análise) X 100 (2.1)
Teor do gás na penúltima análise X Intervalo em meses entre as análises

Resumidamente este método deve ser realizado como a seguir:

● proceder a análises periódicas a intervalos regulares de tempo;

● calcular a taxa de geração do gás - chave da falha, para cada análise;

● comparar a taxa de geração obtida com a anterior.

Os valores considerados internacionalmente como referência para a análise da

concentração de gases dissolvidos em óleo de transformadores, são apresentados

na tabela 2.3.

Tabela 2-3 - Valores internacionalmente considerados de referência (ppm vol/vol)


(MILASCH, 1984)

Central Electricity Generating


Board of Great Britain (CEGB) Mitsubishi
Gás Doernenburg
Transf. Transf. Até 275 kV
500 kV
Elevadores Transmissão ≤ 10 MVA > 10 MVA
H2 240 100 200 400 400 300
CH4 160 120 50 200 150 100
C2H6 115 65 15 150 150 50
C2H4 190 30 60 300 200 100
C2H2 11 35 15 Traços Traços Traços
CO 580 350 1000 300 300 200
CO2 - - 11000 - - -

Os valores da análise no início da operação do transformador servirão de

valores de referência iniciais, com os quais são comparados os valores obtidos nas

análises posteriores, juntamente com os valores de referência aceitos

internacionalmente.
35

Segue na figura 2.6, o diagrama das etapas a serem seguidas na interpretação

dos resultados obtidos na análise cromatográfica.

Concent r ação de
Gases
Obt i dos da Am ost r a

Super i or SI M
aos val or es de
R efer ênci a?

N ÃO
SI M
É pr i m ei r a
Anál i se?
SI M
É pr i m ei r a
Ar qui vo
Anál i se?
N ÃO

N ÃO
Cal cul ar a t axa
de cr esci m ent o
Cal cul ar a t axa
de cr esci m ent o

D et er m i nar o t i po e
gr avi dade do defei t o

SI M N ÃO
M enor ou i gual
a 10%?

E m i t i r l audo
par a pr ovi dênci as

Figura 2-6 - Diagrama das etapas a serem seguidas conforme resultados das análises
cromatográficas dos gases do óleo isolante (GCOI, 1986).

2.3.1.2 Método de Rogers

Utiliza as seguintes relações: CH4/H2, C2H6/CH4, C2H4/C2H6 e C2H2/C2H4. O

método é composto por duas tabelas, na tabela 2.4 em função dos valores obtidos

para as relações gasosas é encontrado um código, e na tabela 2.5, através da

combinação destes códigos, é determinado o diagnóstico da situação de operação

encontrada no transformador (ROGERS, BARRACLOUGH, et al., 1973).


36

Tabela 2-4 - Especificação dos códigos do método Rogers.


Relação de Gases Faixa de Variação Código
≤ 0,1 5
0,1 < CH4/H2 < 1 0
CH4/H2
1 ≤ CH4/H2 < 3 1
≥3 2
<1 0
C2H6/CH4
≥1 1
<1 0
C2H4/C2H6 1 ≤ C2H4/C2H6 < 3 1
≥3 2
< 0,5 0
C2H2/C2H4 0,5 ≤ C2H4/C2H6 < 3 1
≥3 2

Tabela 2-5 - Diagnóstico de falhas do método Rogers.

Diagnóstico CH4/H2 C2H6/CH4 C2H4/C2H6 C2H2/C2H4


Nenhuma falha: deterioração normal. 0 0 0 0
Descargas parciais com baixa densidade de 5 0 0 0
energia.
Descargas parciais com alta densidade de
energia, possivelmente com formação de 5 0 0 1
caminho de arco.
Descargas de baixa energia: arco sem 0 0 0 1
potência.
0 0 1 1
Descargas de baixa energia: centelhamento
contínuo para potencial em flutuação. 0 0 1 2
0 0 2 1
Descargas de alta energia: arco com
potência. 0 0 2 2

Sobreaquecimento de condutor isolado. 0 0 1 0

Falha térmica baixa T < 150 oC. 0 1 0 0


0 1 0 0
o
Falha térmica média (100 < T < 200) C. 1 1 0 0
2 1 0 0
o
Falha térmica (150 < T < 300) C,
sobreaquecimento do cobre por correntes 1 0 1 0
parasitas.
Falha térmica (300 < T < 700) oC, maus 1 0 2 0
contatos (formação de carbono pirolítico de
2 0 2 0
corrente no núcleo e/ou no tanque).
37

2.3.1.3 Método de Doernenburg

Baseia-se nas relações CH4/H2, C2H2/C2H4, C2H6/C2H2 e C2H2/CH4. Este critério

é capaz de identificar três tipos de falhas: superaquecimento local (pontos quentes),

descargas parciais e outros tipos de descargas (falhas elétricas). O critério de

identificação de falha do método de Doernenburg está apresentado na tabela 2.6

(IEEE, 1991), sendo apresentados os valores das relações gasosas que classificam

o tipo de falha a que o equipamento está submetido.

Tabela 2-6 - Método de identificação de falha de Doernenburg (IEEE, 1991)

Relações entre concentrações de gases


Relações principais Relações auxiliares
Tipos de Falha CH4/H2 C2H2/C2H4 C2H6/C2H2 C2H2/CH4
Pontos quentes >1 < 0,75 > 0,4 < 0,3
Descarga parcial < 0,1 --- > 0,4 < 0,3
Outros tipos de descarga 0,1 < CH4/H2 < 1 > 0,75 < 0,4 > 0,3

A tabela 2.6 apresenta os valores de concentração de gases individualmente

para a validação da aplicação do método proposto por Doernenburg. Para a

ratificação do método, no mínimo um dos gases que compõem as relações principais

tem que possuir concentração maior que o dobro do valor da tabela 2.7 e para as

relações auxiliares, ao menos um dos gases tenha uma concentração superior a

apresentada na mesma tabela.

Tabela 2-7 - Concentração dos gases para validação do método de Doernenburg

Gás H2 CH4 C2H6 C2H4 C2H2


Concentração ppm (volume / volume) 200 50 15 60 15

2.3.1.4 Método de Duval

O método de Duval apenas analisa a concentração percentual relativa dos

gases acetileno (C2H2), etileno (C2H4) e metano (CH4). É baseado na visualização da


38

localização da concentração percentual em um mapa triangular, figura 2.7. As

coordenadas são estabelecidas pela relação percentual de cada um dos gases em

relação ao total de gases gerados. Permite identificar três falhas de origem elétrica e

três falhas de origem térmica.

As coordenadas são definidas pelas seguintes equações (DUVAL, 1989):

% C2H2 = 100 x (2.2)


x+y+z

% C2H4 = 100 y (2.3)


x+y+z

% CH4 = 100 z (2.4)


x+y+z

Onde: x = C2H2, y= C2H4, e z = CH4.

Figura 2-7 - Triângulo de Duval

Os códigos apresentados no triângulo representam uma condição de falha,

descritos abaixo:

A: descargas de alta energia;

B: descargas de baixa energia;

C: descargas parciais;

D: falha térmica, T < 200 oC;

E: falha térmica, (200 < T < 400) oC;

F: falha térmica, T > 400 oC.


39

Visto que neste critério não é indicada nenhuma condição de envelhecimento

normal, a implementação cuidadosa deste critério resulta sempre em um diagnóstico

de uma falha, seja ela de natureza elétrica ou térmica. Devido a este problema,

antes de aplicar este método deve ser verificado se a evolução dos gases está

dentro dos limites considerados normais pela empresa (CASTILLO, 2004).

2.3.1.5 Método previsto na NBR 7274

A norma NBR 7274 foi desenvolvida para transformadores de potência, com

enrolamentos de cobre, isolados com papel, papelão ou celulose e imersos em óleo

isolante mineral, em serviço em sistemas de potência (ABNT, 1982).

Tabela 2-8 - Diagnóstico de falhas NBR 7274 (ABNT, 1982)

Relação (ver nota a)


Exemplos típicos
Caso Defeito característico C2H2/C2H4 CH4/H2 C2H4/C2H6
1 Sem defeito 0 0 0 Envelhecimento normal.

0 Descargas nas bolhas de gás


Descargas parciais
2 1 0 resultantes de impregnação
de pequena mas não incompleta, de supersaturação ou
densidade de energia significativo
de alta umidade.
Descargas parciais Como acima, porém provocando
3 de alta densidade de 1 1 0 arvorejamento ou perfuração da
energia isolação sólida.
Centelhamento contínuo no óleo
Descargas parciais devido a más conexões de
4 de energia reduzida 1-2 0 1-2 diferentes potenciais ou potenciais
(nota c) flutuantes. Ruptura dielétrica do
óleo entre materiais sólidos.
Descargas de potência. Arco.
Ruptura dielétrica do óleo entre
5 Descargas de alta 1 0 2 enrolamentos, entre espiras ou
energia
entre espira e massa, corrente de
interrupção no seletor.
Sobreaquecimento Sobreaquecimento local do
6 (150 < T < 300) ºC 0 2 0 núcleo devido a concentrações de
(nota d) fluxo. Pontos quentes de
Sobreaquecimento temperatura crescente, desde
pequenos pontos no núcleo,
7 (300 < T < 700) ºC 0 2 1
sobreaquecimento do cobre
devido a correntes de Foucault,
maus contatos (formação de
Sobreaquecimento
8 0 2 2 carbono por pirólise) até pontos
T > 700 ºC
quentes devido a correntes de
(nota e)
circulação entre núcleo e carcaça.
40

Este método é baseado nas relações C2H2/C2H4, CH4/H2 e C2H4/C2H6 e utiliza


duas tabelas para realizar o diagnóstico da amostra em análise.
A tabela 2.8 é preenchida levando em consideração as seguintes notas (ABNT,
1982):
a-) O código utilizado para as relações é dado abaixo, sendo que, para efeito de

codificação, as relações com denominador igual a zero, são consideradas iguais

a zero:

Tabela 2-9 - Relações características entre gases (ABNT, 1982)

Relação entre os gases Código


característicos (R) C2H2/C2H4 CH4/H2 C2H4/C2H6
0,1 > R 0 1 0
0,1 ≥ R ≥ 1 1 0 0
1≥R≥3 1 2 1
3<R 2 2 2

b) Os valores dados para as relações devem ser considerados apenas como

típicos.

c) Nesta tabela a relação C2H2/C2H4 se eleva de um valor compreendido entre

0,1 e 3 a um valor superior a 3 e a relação C2H4/C2H6 de um valor

compreendido entre 0,1 e 3 a um valor superior a 3 quando a intensidade da

descarga aumenta.

d) Este tipo de falha é indicada normalmente por um aumento da concentração

dos gases. A relação CH4/H2 é normalmente da ordem de 1; o valor real

superior ou inferior a unidade, depende de numerosos fatores tais como, o tipo

de sistema de preservação do óleo, a temperatura e a qualidade do óleo.

e) Um aumento da concentração de C2H2 pode indicar que a temperatura do

ponto quente é superior a 1000 ºC.

f) Os transformadores equipados com comutador de tensões sob carga podem

indicar falhas do tipo 202/102 se os gases gerados pela decomposição do óleo


41

formados no comutador puderem se difundir no óleo do tanque principal do

transformador.

g) Na prática podem ocorrer combinações de relações diferentes da tabela.

Para estes casos deve-se considerar a taxa de evolução.

A aplicação dos métodos descritos acima não permite uma interpretação

perfeita e completa do status do transformador, e a combinação de vários critérios

resulta quase sempre em diagnósticos diferentes, conseqüentemente a aplicação de

técnicas de inteligência artificial pode ser utilizada para tratar essas desvantagens

(THANG, AGGARWAL, et al., 2000).


42

3 MÉTODOS DE ACOMPANHAMENTO DA
CONCENTRAÇÃO DE GASES DISSOLVIDOS EM ÓLEO
ISOLANTE

Nos transformadores elétricos isolados a óleo a inspeção direta de seus

componentes não é possível sem a retirada de operação dos equipamentos. Já que

isto é exatamente o que se procura evitar através da manutenção, se faz necessário

utilizar um procedimento indireto. Os procedimentos de manutenção preditiva3 de

transformadores de potência, baseiam-se principalmente no acompanhamento

periódico e sistemático dos gases dissolvidos no seu líquido isolante (WPA, 1994).

Para a realização deste monitoramento, têm-se dois métodos, a análise off-line

ou tradicional e o acompanhamento on-line ou em tempo real. O objetivo deste

capítulo é a apresentação dos meios de acompanhamento de gases dissolvidos

utilizados nos dois casos.

3.1 Método tradicional - cromatografia


A cromatografia é um método físico-químico de separação. Ela está

fundamentada na migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre

devido a diferentes interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e a fase

estacionária. A grande variedade de combinações entre fases móveis e

estacionárias a torna uma técnica extremamente versátil e de grande aplicação

(DEGANI, CASS, et al., 1998).

3
A manutenção preditiva é uma técnica de manutenção que consiste em acompanhar,
periodicamente, as características e propriedades dos diversos componentes de um sistema e
proceder a uma intervenção quando verificado que se encontra na iminência de falhar
(NEPOMUCENO, 1999).
43

A análise cromatográfica dos gases dissolvidos no óleo é feita em três etapas: a

amostragem do óleo, a extração dos gases da amostra de óleo e a análise dos

gases extraídos da amostra no cromatógrafo de gases, responsável pela

identificação e quantificação de cada gás dissolvido no óleo (ABNT, 1981;

MILASCH, 1984).

A amostragem é uma etapa muito importante do sistema de análise. A amostra

recolhida, para ser representativa do equipamento, deve ser proveniente do óleo de

circulação da parte ativa. As amostras devem ser tiradas, de preferência, com o

equipamento em condições normais de operação (VIEIRA, MATTOS, 1990).

O procedimento detalhado de amostragem é descrito na norma NBR 7070. A

seguir encontram-se algumas considerações sobre a amostragem:

● deve ser dada atenção particular para as precauções de segurança,

particularmente no caso de amostragem em equipamento energizado.

● a seringa de vidro com torneira de três vias é o recipiente ideal para

coleta da amostra;

● para enchimento da seringa deve-se aproveitar a própria pressão da

coluna de óleo do transformador.

● deve-se evitar puxar o êmbolo da seringa, durante a amostragem, pois,

este procedimento pode provocar uma diminuição da pressão interna da

mesma, podendo provocar a defasagem parcial do óleo, tornando a

amostra não mais representativa do óleo em circulação no transformador.

● normalmente a tomada de amostra deve ser realizada na válvula inferior

de amostragem, por questões de facilidade e segurança. Entretanto,

qualquer outro lugar em que se possa obter uma amostra do óleo que

está em circulação na parte ativa pode ser utilizada.


44

Para a extração dos gases presentes na amostra são utilizados diversos

aparelhos, apresentados na figura 3.1.

T or neir a de 3 vias

Bomba de vácuo Septo


e medidor (r etir ada de gás)

Bur eta F r asco de


Reser vatór io mer cúr io
de óleo usado
Ser inga
(amostr a de óleo)

Câmar a de extr ação


de gases
Agitador magnético

Figura 3-1- Aparelhagem para extração de gases (ABNT, 1981)

Para identificação e quantificação dos gases presentes na amostra, uma

pequena alíquota dos gases extraídos é então analisada em cromatógrafo. Os

resultados obtidos são avaliados de acordo com os métodos estabelecidos de

diagnóstico, apresentados no capítulo 2.

3.1.1 Cromatógrafo

No cromatógrafo ocorrem os processos de reconhecimento e avaliação dos

gases presentes na amostra. Como resultado da análise se obtém um

cromatograma4.

As unidades fundamentais de um cromatógrafo, apresentadas na figura 3.2, são

(CHEMKEYS, 2004):

1 - gás de transporte e controle de fluxo;

2 - injetor (vaporizador) de amostra;

4
Gráfico onde se indicam os compostos e o grau de concentração dos compostos que se encontram
presente em uma mistura. Permite a obtenção de dois importantes parâmetros de informação: o
tempo de retenção e a área do pico (LANÇAS, 1993).
45

3 - coluna cromatográfica e forno da coluna;

4 - detector;

5 - eletrônica de tratamento (amplificação) de sinal;

6 - registro de Sinal (registrador ou computador).

Figura 3-2 - Representação esquemática de um sistema de análise cromatográfica

(CHEMKEYS,2004)

3.1.1.1 Gás de transporte e controle do fluxo

Um cilindro contendo o gás sob alta pressão serve como fonte do gás de

transporte, cuja função é levar as moléculas, da amostra a ser separada, do ponto

de injeção até o detector, passando pela coluna onde a separação irá ocorrer.

Deve apresentar as seguintes características (COLLINS, BRAGA, et al., 1993):

● não interagir com a fase estacionária nem com a amostra;

● alta pureza;

● baixo custo;

● ser adequado ao detector em uso.


46

Os gases mais usados como fases móveis são o nitrogênio, hélio, hidrogênio e

argônio.

A vazão do gás de arraste deve ser constante durante a análise,

independentemente de variáveis operacionais tais como pressão na entrada da

coluna, pressão na saída do detector, temperatura, etc., para que haja

reprodutibilidade nos tempos de retenção. A análise quantitativa também é afetada

por variações de vazão, devido a mudanças nas áreas dos picos (LANÇAS, 1993,

BAUGH, 1993).

3.1.1.2 Injetor

Na versão mais simples, trata-se de um bloco de metal conectado à coluna

cromatográfica e à alimentação de gás de transporte. Este bloco contém um orifício

com um septo, geralmente de borracha de silicone, pelo qual amostras líquidas ou

gasosas podem ser injetadas.

Há dois sistemas gerais para a injeção de amostras gasosas: seringas e

válvulas. Apesar de não possibilitar a mesma exatidão apresentada pela válvula de

injeção, as seringas são úteis para a maioria dos propósitos, além de baratas e

altamente versáteis, isto é, permitem grande flexibilidade quanto ao volume a ser

injetado (NOGUEIRA, 2004).

O injetor deve estar aquecido a uma temperatura acima do ponto de ebulição

dos componentes da amostra, para que a amostra se volatilize completa e

instantaneamente e seja carregada para a coluna. Se a temperatura for

excessivamente alta, pode ocorrer decomposição da amostra (CHEMKEYS, 2004).

A amostra deve entrar na coluna na forma de um segmento estreito, para evitar

alargamento dos picos.


47

3.1.1.3 Coluna cromatográfica

As colunas são os dispositivos fundamentais de um cromatógrafo, que permitem

a separação dos constituintes da amostra. Para se obter a separação de compostos

é necessária que a coluna seja eficiente, ou seja, que exista uma grande diferença

entre os coeficientes de adsorção das substâncias de interesse (COLLINS, 1993).

Na versão mais comum, as colunas convencionais são preenchidas

integralmente com as partículas da fase estacionária, um sólido ativo. São

denominadas colunas empacotadas ou recheadas, geralmente empregada na

análise de gases (NOGUEIRA, 2004), conforme a figura 3.3.

Figura 3-3 - Colunas típicas utilizadas em cromatografia gasosa

O preenchimento das colunas é feito com polímeros porosos especiais,

Porapak, tipos N, P, Q, R, S e T, e Chromossorb (série 100). Todos os tipos podem

ser utilizados na faixa de temperatura de (-78 a + 250) oC. As vantagens destes

materiais são (LANÇAS, 1993):

● não existir arraste da fase estacionária e, portanto, alta sensibilidade da

linha básica;

● não adsorver compostos polares, uma mesma coluna pode ser usada

para separar gases, álcoois e glicóis;


48

● não propiciar variações de tempo de retenção, pois não perdem fase

estacionária;

● as colunas são facilmente empacotadas;

● fácil separação da água de materiais orgânicos sem picos assimétricos;

● grande área de superfície de contato.

3.1.1.4 Detector

As substâncias presentes na amostra passam através da coluna, onde são

separadas, e chegam ao sistema de detecção, cuja função é indicar e quantificar os

componentes separados pela coluna. Um grande número de detectores é utilizado

em cromatografia gasosa, sendo os mais comuns (CHEMKEYS, 2004):

● detector por condutividade térmica;

● detector por ionização de chama;

● detector por captura de elétrons;

● detector fotométrico de chama;

● detector de condutividade eletrolítica.

A influência da temperatura no detector depende consideravelmente do tipo de

detector empregado. Como regra geral, o detector e sua conexão com a saída da

coluna deverão estar suficientemente quentes de forma a evitar condensações da

amostra. Um dos efeitos provocados pela condensação da amostra é o alargamento

dos picos (LANÇAS, 1993).

3.1.1.5 Análise qualitativa

Na análise qualitativa, o objetivo é a identificação individual das espécies

contidas na amostra. A identificação das substâncias pode ser feita comparando-se


49

o tempo de retenção de um padrão com o tempo de retenção5 de uma amostra

(VOGEL, 1992, LANÇAS 1993). Se um composto conhecido possui o mesmo tempo

de retenção que um dado elemento na amostra, trata-se da mesma substância,

(figura 3.4).

C oncent r ação Am ostr a

t em po

Padr ão
Concentr ação

t em po

Figura 3-4 – Comparação entre cromatogramas da amostra e de uma solução padrão

3.1.1.6 Análise quantitativa

A cromatografia gasosa é uma técnica eminentemente quantitativa. O princípio

básico da quantificação é que a área dos picos registradas no cromatograma é

proporcional à massa do composto injetado.

Existem vários modos de se medir a área de um pico cromatográfico:

● técnicas manuais;

● integradores eletrônicos;

5
Definido como o tempo decorrido entre a injeção da amostra e o máximo pico cromatográfico do
composto (CHEMKEYS, 2004).
50

● computadores.

Qualquer que seja o modo usado para medir a área dos picos, o procedimento

geral de uma análise quantitativa por cromatografia gasosa envolve a obtenção do

cromatograma da amostra, a medida da área dos picos de interesse e o cálculo da

massa correspondente a cada um dos picos.

Este cálculo deve ser feito empregando uma curva de calibração, gráfico que

correlaciona a área do pico com a massa do composto. A curva de calibração é

obtida a partir da cromatografia de padrões contendo massas conhecidas dos

compostos a serem quantificados. Para cada substância, deve ser feita uma curva

de calibração própria, já que cada composto responde de maneira diferente ao

detector (CHEMKEYS, 2004).

3.2 Métodos on-line


O acompanhamento em tempo real da condição do óleo de transformadores é

uma técnica recente, sendo uma prática de manutenção preditiva com os seguintes

objetivos: operar o transformador com o rendimento máximo, detectar os primeiros

sinais de falha, reduzir as paradas não agendadas e as falhas do equipamento, e

aumentar a vida útil do transformador (GE ENERGY SERVICES, 2004a).

Os sistemas de medição que monitoram a concentração de gases dissolvidos

em óleo de modo on-line são apresentados na seqüência deste capítulo.

3.2.1 Hydran

O Hydran é um sistema de medição da concentração de gases dissolvidos em

óleo fabricado pela GE Energy Services do Canadá, (figura 3.5).

O Hydran é composto por dois módulos principais, o primeiro chamado de

Hydran 201 Ti – Intelligent Transmitter, consiste em um pequeno cilindro que é


51

diretamente ligado à válvula de saída de óleo do transformador. Contém o sensor de

gás do Hydran, o sistema de controle da temperatura da câmera do sensor e o

microprocessamento de controle do instrumento. O Hydran 201 Ti também possui os

contatos de alarme (nível de gás alto, muito alto e de falha do sistema), saída

analógica, display e um teclado alfanumérico que permite o controle do sistema de

medição (SM) sem requerer o uso de um computador externo (GE ENERGY

SERVICES, 2003).

Figura 3-5 – Hydran (GE ENERGY SERVICES, 2004b)

O Hydran 201 Ci-1 é a unidade de comunicação do SM, possui uma saída RS-

232 para a conexão ao um computador externo ou modem e uma RS-485 para a

comunicação com outros Hydran 201 Ci-1. Também indica a leitura realizada pelo

Hydran 201 Ti, bem como a atuação dos alarmes do SM.

3.2.1.1 Sensor do Hydran 201

Os gases combustíveis dissolvidos no óleo passam através de uma membrana

permeável onde são extraídos do óleo, indo para dentro de um detector


52

eletroquímico de gás onde são combinados com oxigênio para produzir um sinal que

é proporcional a taxa de reação entre os estes gases, (figura 3.6). O sensor do

Hydran 201 é seletivo para o hidrogênio (H2), monóxido de carbono (CO), acetileno

(C2H2) e etileno (C2H4) os quais são gases primários gerados em falhas de isolação

do transformador.

Figura 3-6 - Sensor de gás do Hydran (NOGUEIRA, 2004)

A leitura do Hydran é composta pela soma ponderada dos quatro gases chaves

encontrados dissolvidos no óleo. Sendo que a indicação do Hydran é o resultado da

equação (3.1) (GE ENERGY SERVICES, 2003).

Leitura = [H 2 ] + 18%[CO ] + 8%[C 2 H 2 ] + 1,5%[C 2 H 4 ] (3.1)

Onde:

H2: concentração de hidrogênio;

CO: concentração de monóxido de carbono;

C2H2: concentração de acetileno;

C2H4: concentração de etileno.

3.2.1.2 Características técnicas do Hydran

As características técnicas do Hydran são apresentadas na tabela 3.1.


53

Tabela 3-1 – Características principais do Hydran 201 Ti (GE ENERGY SERVICES, 2003)

Faixa de medição: (0 a 2000) ppm (volume / volume, H2 equivalente).


Incerteza de medição: ± 10% da leitura ± 25 ppm.
Identificação de H2: Leitura = 100% de concentração.
Identificação de CO: Leitura = (18 ± 3)% de concentração.
Identificação de C2H2: Leitura = (8 ± 2)% de concentração.
Identificação de C2H4: Leitura = (1,5 ± 0,5)% de concentração.
Resolução: 1 ppm (µmol / mol).
Tempo de resposta: 10 minutos (para uma variação de 90%)
Saída analógica: (0 a 1) mA, 2 V no máximo.
Opção de saída: (4 a 20) mA, 10 V no máximo.
Temperatura do óleo: (- 50 a + 55) oC.
Pressão de óleo: (0 a 700) kPa.
Comunicação: RS 232.

3.2.2 GMM – Tree Tech

O GMM é um sistema de medição desenvolvido pela Tree Tech, com tecnologia

nacional, para a monitoração de gases dissolvidos em óleo isolante (hidrogênio),

usados em transformadores e aparelhagens de alta tensão. O GMM também

monitora a temperatura e teor de água do óleo. Através de cálculos o GMM

disponibiliza as taxas de evolução do hidrogênio e do teor de água.

O GMM é composto por dois módulos: GMM – medidor e GMM – MMI, (figura

3.7).

3.2.2.1 GMM – medidor

É o modulo que contém as membranas para a extração do hidrogênio dissolvido

no óleo e os sensores para a medição das grandezas a serem monitoradas. É

provido de adaptador para a conexão direta na válvula do transformador ou

equipamento de instalação, consistindo de: uma câmara contendo o sistema de

extração de gases (membranas), uma válvula de desaeração e amostragem de óleo,


54

equalizador de pressão, um conjunto de placas (PCIs), para alimentação e

comunicação serial (RS 485) para a conexão com o módulo GMM – MMI ou rede de

comunicação (TREE TECH, 2004).

Figura 3-7 - GMM, adaptado de TREE TECH (2005)

3.2.2.2 GMM - MMI


Módulo de interface, provido de dois displays para a indicação local, duas

saídas de corrente para a indicação remota, configuráveis por software, duas saídas

seriais, sendo uma reversível (RS 232 ou RS 485), para a conexão com o GMM –

medidor. O GMM - MMI possui seis LED’s para a sinalização das condições de

alarmes, oito contatos configuráveis NA / NF e um relógio interno.

Durante o modo normal de trabalho o GMM – MMI indica em tempo real e de

forma seqüencial: concentração de hidrogênio, temperatura do óleo, teor de água e

taxas de evolução de hidrogênio e do teor de água.

3.2.2.3 Características técnicas do GMM


O GMM SM da concentração de gases dissolvidos em óleo apresenta as
seguintes características técnicas, (tabela 3.2).
55

Tabela 3-2 - Características técnicas do GMM (TREE TECH, 2004)

Faixa de medição (H2): (0 a 2000) ppm (volume / volume).


Incerteza de medição (H2): ± 5 % da leitura ± 20 ppm.
Faixa de medição (umidade): (0 a 100) %.
Incerteza de medição (umidade): ± 2 %.
Resolução: 1 ppm (µmol / mol).
Saída analógica: Duas saídas configuráveis.
Temperatura ambiente: (-10 a + 100) oC.
Temperatura do óleo: (-10 a + 100) oC.
Pressão de óleo: ± 1 MPa.
Comunicação: RS 232 e RS 485.

3.2.3 Calisto

O Calisto fabricado pela Morgan Schaffer, empresa canadense, é um dispositivo

que mede continuamente a concentração de hidrogênio e de água dissolvidos no

óleo do transformador. O Calisto é usado para detectar falhas incipientes do

transformador, com o adicional da monitoração contínua da água dissolvida, um

parâmetro importante para avaliar a condição das características do sistema de

isolação do transformador (conjunto papel e óleo).

Figura 3-8 - Calisto (MORGAN SCHAFFER, 2004a)

Diferentemente dos outros SM da concentração de gases dissolvidos

apresentados, o Calisto, para obter uma amostra representativa do óleo do


56

transformador, utiliza um sistema de circulação forçada do óleo (bomba de

circulação interna de 60 ml/min), (figura 3.9).

Figura 3-9 - Sistema de circulação do Calisto, adaptado de MORGAN SCHAFFER (2004a)

A extração contínua dos gases de falha do óleo do transformador é executada

por uma ponta de prova especialmente projetada, feita de múltiplos tubos de

capilares de teflon. Esse processo da extração é realizado devido à permeabilidade

do teflon aos gases. Esses se difundem na ponta de prova em sua própria taxa

específica até que um equilíbrio esteja alcançado. A ponta de prova é preenchida

uma vez e estabilizada, toda a mudança na concentração do gás no óleo começará

imediatamente modificar o equilíbrio na ponta de prova. Para o hidrogênio, 50% do

valor de uma mudança na sua concentração será medida na ponta de prova dentro

de aproximadamente 60 minutos.

O detector de hidrogênio do Calisto é conectado diretamente a uma ponta de

prova, que consiste em um sensor de condutividade térmica. No equilíbrio, a

condutividade térmica da amostra da ponta de prova reflete diretamente sua

composição. Toda a mudança na composição do hidrogênio da amostra será


57

refletida diretamente em uma mudança significativa na condutividade térmica

(MORGAN SCHAFFER, 2004a).

O Calisto apresenta as seguintes características técnicas principais, (tabela 3.3).

Tabela 3-3 - Características técnicas do Calisto (MORGAN SCHAFFER, 2004b)

Faixa de medição (H2): (0 a 50000) ppm.


Incerteza de medição (H2): ± 5% da leitura ± 5 ppm.
Faixa de medição (umidade): (0 a 100) %.
Incerteza de medição (umidade): ± 2 %.
Resolução (H2): 5 ppm (µmol / mol).
Tempo de resposta (H2): 60 minutos (para uma variação de 50%)
Tempo de resposta (umidade): 5 minutos (para uma variação de 90%)
Saída analógica: (4 a 20) mA.
Temperatura do óleo: (-40 a + 120) oC.
Pressão de óleo: Pleno vácuo até 275 kPa
Comunicação: Duas saídas RS 232.

3.2.4 True Gas

Os analisadores de gás de transformadores True Gas da Serveron Corporation,

Estados Unidos, são verdadeiros cromatógrafos acoplados ao transformador, (figura

3.10). Os instrumentos do True Gas fazem um exame de laboratório no óleo

transformador, fornecendo as leituras de oito tipos de gases de falha.

Os erros introduzidos com da manipulação da amostra são eliminados. As

amostras são realizadas com o intervalo de quatro horas, fazendo um

acompanhamento praticamente on-line da situação do transformador.


58

Figura 3-10 - True Gas (SERVERON CORPORATION, 2005a)

O True Gas combina uma tecnologia própria de extração dos gases dissolvidos

no óleo e um robusto cromatógrafo, capaz de ser instalado nas rigorosas condições

ambientais de uma subestação.

O cromatógrafo do True Gas é sensível a oito tipos de gases de falha, sendo

estes: acetileno (C2H2), metano (CH4), etano (C2H6), hidrogênio (H2), oxigênio (O2),

etileno (C2H4), monóxido de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2).

Os subsistemas do True Gas são os seguintes, (figura 3.11) (SERVERON

CORPORATION, 2005b):

● extrator de gases montado diretamente no transformador;

● cromatógrafo acoplado ao transformador;

● tanque de verificação com concentrações conhecidas e rastreáveis de

cada gás de falha, apropriado para a verificação em campo do

desempenho do instrumento;
59

● microcontrolador e memórias não voláteis capazes de armazenar um ano

de dados, modem industrial integrado e indicadores de status externos;

● True Gas software, capaz de direcionar a conexão do modem ao

instrumento para download de todos os dados a um computador remoto.

Figura 3-11 - Componentes do True Gas, adaptado de SERVERON CORPORATION (2005b)

As características técnicas apresentadas pelo True Gas são as seguintes

principais, (tabela 3.4).

Tabela 3-4 - Características técnicas do True Gas (SERVERON CORPORATION, 2005c)

Gás Faixa de Medição Incerteza de medição


Hidrogênio (H2): (10 a 2000) ppm (volume / volume). ± 10% da leitura.
Acetileno (C2H2): (5 a 500) ppm. ± 10% da leitura ± 1 ppm.
Etileno (C2H4): (7 a 2000) ppm. ± 10% da leitura ± 1 ppm.
Monóxido de Carbono (CO): (5 a 2000) ppm. ± 10% da leitura ± 1 ppm.
Metano (CH4): (50 a 2000) ppm. ± 10% da leitura.
Etano (C2H6): (10 a 2000) ppm. ± 10% da leitura.
Oxigênio (O2): (10 a 1400) ppm. ± 10% da leitura.
Dióxido de carbono (CO2): (5 a 7000) ppm. ± 10% da leitura ± 1 ppm.
Temperatura do Óleo: (15 a 55) oC.
Período de Amostragem: 4 h.
60

Os métodos de acompanhamento da quantidade de gás dissolvido em óleo e os

sistemas de medição descritos neste capítulo, nos apresentaram as ferramentas

disponíveis para a elaboração de um protótipo que seja capaz de monitorar o óleo

de múltiplos transformadores.
61

4 DESENVOLVIMENTO DA CONCEPÇÃO DO MÚLTIPLO


ANALISADOR DE GASES DISSOLVIDOS EM ÓLEO
(MAGO)

O método utilizado para o desenvolvimento do protótipo MAGO baseia-se na

técnica de Função do Desdobramento da Qualidade (QFD) e na técnica de Função

Síntese, que prevêem o detalhamento progressivo e sistemático do projeto. Apesar

de exigir um envolvimento inicial maior nas fases de planejamento e concepção, o

resultado final é uma redução nos tempos e custos do projeto.

O projeto inicia pela identificação das necessidades potenciais do cliente, no

caso do MAGO, a Celesc é a financiadora do projeto e principal interessada na

concepção do protótipo. As informações obtidas nesta etapa são usadas para

compor o cenário do protótipo, isto é, como ele se insere num contexto global,

envolvendo aspectos técnicos e econômicos. O passo seguinte inclui a definição em

todos os níveis das funções necessárias ao produto. Para executar cada função

foram idealizadas diferentes concepções de mecanismos ou dispositivos. Essas

foram otimizadas e comparadas entre si a fim de que seja selecionada a concepção

mais apropriada para que, finalmente, o detalhamento do projeto seja iniciado. Cada

uma dessas etapas será descrita em profundidade no decorrer deste capítulo.

4.1 Características desejáveis do MAGO

Através de encontros junto a Celesc foram identificados os principais requisitos

que o projeto deveria apresentar. Esses são descritos através de uma lista de

características desejáveis. As características e sua importância são obtidas

considerando parâmetros relacionados a:


62

● grandeza a medir;

● aplicações típicas;

● formas de apresentação dos resultados;

● condição de operação;

● modo de operação;

● portabilidade;

● tempo máximo por análise;

● tempo máximo de instalação;

● volume de óleo utilizado por operação;

● alimentação.

a) Grandeza a medir

O protótipo deve ser capaz de medir a concentração de gás dissolvido em óleo

de múltiplos transformadores.

Deve perceber a comutação do óleo em análise, sem que ocorra a

contaminação do óleo em diagnóstico com o óleo que estava sendo anteriormente

monitorado. O protótipo deverá ser sensível aos principais gases gerados em falhas

internas do transformador, especialmente: hidrogênio (H2), acetileno (C2H2), etileno

(C2H4) e monóxido de carbono (CO).

O protótipo deverá atingir uma incerteza máxima de ± 20% da leitura e ter uma

faixa de medição de (0 a 2000) ppm.

b) Aplicações típicas

Subestações da Celesc com um, dois ou três transformadores de potência.

c) Forma de apresentação dos resultados

Os resultados obtidos nas análises devem ser expressos localmente, interior do

protótipo, e disponibilizados remotamente. O protótipo também deverá ter um banco


63

de dados com os resultados obtidos durante as medições, para a elaboração de

gráficos e relatórios mais detalhados da condição operacional do óleo do

transformador analisado.

d) Condição de operação

O protótipo estará inserido dentro do pátio de uma subestação, sujeito a

rigorosas condições operacionais, como: elevado campo elétrico, alta interferência

eletromagnética, variações de temperatura (-10 a + 40) oC e instalação desabrigada.

O MAGO deverá ser instalado a uma distância máxima de 15 m do

transformador, sempre de modo que a circulação do óleo desde o transformador até

o protótipo ocorra por gravidade.

e) Modo de operação

Os modos de operação que o protótipo deve possuir são: modo de comando

local e modo de comando remoto. Sendo que o modo local deve estar sempre

disponível para a operação.

f) Portabilidade

O sistema desenvolvido deve ser portátil. Deve ter dimensões reduzidas, sendo

possível seu transporte ser realizado através de camionetes simples. O conjunto

final deve ser montado sobre rodas para facilitar o seu deslocamento dentro da

subestação.

g) Tempo máximo por análise

O tempo máximo desejável por óleo analisado deve ser de 10 h, um tempo

maior que este pode comprometer a representatividade da amostra.

h) Tempo máximo de instalação (setup)

O tempo máximo de instalação desejável para o MAGO é 2 h, com a utilização

de duas pessoas habilitadas para realizar determinada tarefa.


64

i) Volume de óleo utilizado por operação

O volume de óleo utilizado por análise realizada pelo MAGO não deve exceder

a 2 l. Este limite é relativo ao volume de óleo despendido no processo de

amostragem para a realização do exame cromatográfico do óleo (CELESC, 1995).

j) Alimentação

O protótipo deverá ser alimentado em 220 V, 60 Hz.

4.2 Panorama do MAGO


As informações obtidas a partir da análise das características desejáveis foram

utilizadas na composição do panorama6 em que se localiza o MAGO.

Os principais objetivos do protótipo são:

● efetuar a multiplexação da monitoração da quantidade de gases

dissolvidos em óleo de múltiplos transformadores;

● permitir o acompanhamento da situação do óleo de um dado

transformador remotamente e em tempo real;

● medir com incertezas comparáveis aos sistemas existentes.

De modo geral os objetivos do projeto são:

● adquirir e avaliar metrológica e operacionalmente um sistema de medição

para a monitoração on-line, no campo, da concentração de gases

dissolvidos em óleo de transformador;

● construir, montar e testar um sistema multiplexado para monitorar vários

transformadores com um único sensor.

● gerar conhecimentos para a realização de desenvolvimentos futuros na

área.

6
O panorama é definido como o equilíbrio entre o idealmente desejável e o viável sob os aspectos
tecnológico e econômico.
65

Os consumidores / beneficiários diretos do projeto são:

● no primeiro momento, o Departamento de Engenharia de Manutenção da

Celesc é o principal beneficiado.

● no segundo momento, com a elevação da confiabilidade dos

transformadores, os consumidores de energia elétrica serão beneficiados

pela redução da taxa de falha do fornecimento de energia elétrica.

O protótipo desenvolvido será utilizado nas subestações da Celesc, devendo ser

instalado para a monitoração de um a três transformadores. Possuindo controle local

e remoto. Utilizando no máximo 2 l por análise e medindo a concentração de gás

dissolvido em óleo com incertezas compatíveis aos dos meios de medição

existentes, uma visualização do princípio do MAGO pode ser obtida na figura 4.1.

Figura 4-1 – Esquema geral do sistema de multiplexação

As principais técnicas concorrentes são a cromatografia, método tradicional, e

os sistemas de medição on-line, Hydran, GMM – Tree Tech, Calisto e True Gas.

Comparativamente às técnicas anteriores, as vantagens do protótipo proposto

seriam:

● possibilidade de monitorar até três transformadores com um único SM da

concentração de gases dissolvidos em óleo;

● possibilidade de acompanhar remotamente a condição do óleo do

transformador;
66

● redução no volume de óleo despendido por análise;

● possibilidade da realização de um melhor diagnóstico da condição

operacional do transformador.

Como desvantagens, podem ser citadas as seguintes:

● o sistema exige que adaptações sejam feitas na válvula de saída dos

transformadores;

● a subestação deve possuir um local vago onde o MAGO será localizado;

● a subestação onde o MAGO será instalado deverá possuir ponto de rede

disponível, para a comunicação entre o MAGO e a rede da Celesc;

● a subestação deverá possuir um ponto de alimentação (220 V, 60 Hz) no

seu pátio de manobras.

4.3 Detalhamento das funções e princípios construtivos adotados

O objetivo mais importante nesta etapa do projeto é tornar possível a utilização

de um único SM da concentração de gases dissolvidos em óleo, para monitorar

múltiplos transformadores. O propósito de gerar um produto comercializável também

não deve ser ignorado, pelo contrário, deve sempre ser considerado. No entanto,

não se pretende ainda gerar uma ferramenta final dadas às dificuldades encontradas

no decorrer do desenvolvimento do MAGO.

As macrofunções operacionais realizadas pelo protótipo são: obter a amostra de

óleo, medir o óleo amostrado e comandar a multiplexação. O detalhamento de cada

macrofunção e seus diferentes subníveis é realizado na seqüência.


67

4.3.1 Obter a amostra de óleo

Esta macrofunção está ligada ao processo de amostragem do óleo do

transformador e o modo que este é realizado. A macrofunção “obter a amostra de

óleo” foi dividida em:

1.1 - coletar o óleo para amostra;

1.2 - realizar a multiplexação da entrada da amostra;

1.3 - evitar a contaminação do óleo em amostragem com o óleo anteriormente

analisado;

1.4 - realizar a destinação final do óleo analisado;

1.5 - evitar vazamentos no sistema hidráulico.

4.3.2 Medir o óleo amostrado

Esta função está diretamente relacionada ao aspecto final do protótipo, que é

realizar a medição da concentração de gases dissolvidos no óleo. Subdividida em:

2.1 - medir amostra coletada;

2.2 - manter a representatividade da análise.

4.3.3 Comandar a multiplexação

Esta macrofunção é responsável por realizar o comando do protótipo e pela

interface com o usuário. Esta função possui os seguintes subníveis:

3.1 - realizar comando local;

3.2 - realizar comando remoto;

3.3 - realizar a comunicação entre o protótipo e a Internet;

3.4 - sinalizar a atuação do protótipo;

3.5 - arquivar dados das análises realizadas.


68

4.4 Princípios construtivos adotados

Para realizar adequadamente cada função foram idealizadas diferentes

concepções. Através da análise entre as vantagens e desvantagens inerentes a

cada uma delas, procurou-se definir, para cada função, uma única concepção ou

solução.

Nesta seção são apresentadas as funções e as respectivas soluções

empregadas, enfatizando suas vantagens e problemas.

Tabela 4-1 - Soluções adotadas no protótipo MAGO

Função Solução Adotada Vantagens Problemas


1.1 - Coletar o óleo para Utilizar mangueiras Praticidade, A válvula de saída dos
amostra. para realizar a conexão portabilidade. transformadores deverá
entre o MAGO e os ficar aberta. Ocorrendo
transformadores. A falha no sistema
liberação do fluxo de hidráulico do MAGO
óleo será controlada por poderá haver
válvulas solenóides vazamento do óleo do
simples acopladas a transformador.
válvula de saída de óleo
dos transformadores.
1.2 - Realizar a Foram acopladas em Facilidade de comando, Dificuldade de
multiplexação da série no circuito dimensões reduzidas. realização da sua
entrada da amostra. hidráulico válvulas montagem e da sua
solenóide com três vias manutenção.
e duas posições.
1.3 - Evitar a Válvulas solenóides Área reduzida de Dificuldade de
contaminação do óleo com três vias e duas contato entre os óleos realização da sua
em amostragem com o posições. de distintos montagem e da sua
óleo anteriormente transformadores. manutenção.
analisado.
1.4 - Realizar a Depositar o óleo Praticidade. O óleo analisado será
destinação final do óleo analisado em um drenado do
analisado. reservatório, transformador.
posicionado na parte
inferior do protótipo.
69

Tabela 4-1 - Soluções adotadas no protótipo MAGO


Função Solução Adotada Vantagens Problemas
1.5 - Evitar vazamentos Replicação da válvula Maior segurança no A alimentação das
no sistema hidráulico. solenóide que acessa sistema de conexão válvulas deverá ser
os transformadores, transformador – MAGO. levada desde o MAGO
estas estão localizadas até o seu ponto de
junto aos instalação.
transformadores. Sendo
utilizadas válvulas
normalmente fechadas.
2.1 - Medir a amostra Utilização do Hydran7 Com a utilização dos Alto custo dos sistemas
coletada. (composição de gases) dois sistemas de de medição
e do GMM – Tree Tech medição pode-se empregados.
(somente H2). realizar uma análise
mais confiável.
2.2 - Manter a Drenar as mangueiras Facilidade de Maior volume de óleo a
representatividade da que ligam os implementação. ser utilizado por
análise. transformadores ao amostra.
MAGO antes de ser
realizada a análise do
óleo de interesse.
3.1 - Realizar comando Implementação de um Intertravamento entre Dificuldade de
local. circuito elétrico de acionamentos. manutenção.
comando, com relés e
botoeiras.
3.2 - Realizar comando Uso de uma chave Facilidade de O computador que irá
remoto. comutadora para a implementação do comandar o MAGO
seleção do modo de comando do sistema remotamente deverá
comando. Utilização de hidráulico, através do estar conectado na
um controlador, módulo de relé do intranet da Celesc e
Compact Fieldpoint Compact Fieldpoint. possuir o software
(CFP). Programação do CFP LabView Run Time
utilizando LabView. Engine instalado.

7
O Hydran é sensível aos seguintes gases: hidrogênio (H2), monóxido de carbono (CO), acetileno
(C2H2) e etileno (C2H4).
70

Tabela 4-1 - Soluções adotadas no protótipo MAGO


Função Solução Adotada Vantagens Problemas
3.3 - Realizar a A comunicação entre o Com a utilização do Com a utilização de
comunicação entre o MAGO e a rede, CFP é possível realizar enlace óptico para a
protótipo e a Internet. também é realizada a comunicação, comunicação, no
pelo CFP. Foi utilizada comando e aquisição MAGO teve que ser
fibra óptica como meio de dados com o mesmo inserido um conversor
de transmissão de equipamento. elétrico / óptico.
dados desde o MAGO
até um ponto de rede
da Celesc.
3.4 - Sinalizar a atuação Em nível local a O circuito de comando Teve-se que
do protótipo. sinalização é feita e sinalização implementar no
através de lâmpadas implementado atua de software desenvolvido
sinalizadoras. modo que a sinalização as indicações de
Remotamente é local sempre indique atuação do protótipo.
realizada através do qual a situação de
software. operação do MAGO.
3.5 - Arquivar dados Uso do CFP. Maximização da Os dados são salvos
das análises. utilização dos recursos localmente no drive C
do CFP. do CFP e deverão ser
acessados via ftp.

A abordagem adotada para a concepção do MAGO, com o detalhamento e

desdobramento das funções que o protótipo deverá realizar facilitou a busca de

soluções para as tarefas definidas e permitiu a discussão das soluções encontradas.


71

5 CONSTRUÇÃO DO MAGO

A partir dos resultados obtidos na etapa anterior de concepção do projeto, o

protótipo foi desenvolvido.

Com o objetivo de racionalizar o desenvolvimento das soluções encontradas

para as macrofunções que o protótipo apresenta, o projeto MAGO foi dividido em:

• projeto hidráulico;

• projeto elétrico e de comando;

• projeto de software de comando.

5.1 Projeto hidráulico

O protótipo MAGO foi desenvolvido sendo capaz de monitorar até três

transformadores, sendo que para isso foi necessário levar as saídas de óleo dos

transformadores para um local comum. A apresentação geral do princípio do MAGO

pode ser observada na figura 4.1.

Para efetuar a multiplexação das saídas de óleo dos transformadores e levá-las

até um único ponto de análise, foi necessário implementar um sistema hidráulico

com mangueiras e válvulas solenóides, comandadas por um controlador. Todos

estes equipamentos estão dispostos em um mesmo conjunto, com exceção das

mangueiras.

O conjunto que abriga os componentes do sistema acima descritos, foi

denominado de MAGO, sendo que este corresponde ao retângulo destacado na

figura 5.1.
72

Figura 5-1 - Diagrama hidráulico

Para a multiplexação do óleo foi implementado uma lógica de comando

hidráulico com a inserção de duas válvulas de três vias / duas posições em série

com o sistema. Com isso se permite apenas a passagem do óleo proveniente do

transformador que se deseja estudar.

As válvulas que permitem o acesso à saída dos transformadores para

proporcionar ao sistema maior segurança foram duplicadas, de modo a isolar as

mangueiras em dois pontos distintos.

Para realizar uma análise do óleo dos transformadores conectados ao sistema é

necessário realizar a seguinte lógica de acionamentos:

• Análise do Transformador 1:

Acionar válvulas: T1, T12, A, B e D.

• Análise do Transformador 2:

Acionar válvulas: T2, T22, B e D.


73

• Análise do Transformador 3:

Acionar válvulas: T3, T32 e D.

Foram utilizados no protótipo dois SM da concentração de gases dissolvidos em

óleo, o Hydran e o GMM - Tree Tech, já discutidos no capítulo 2.

As mangueiras utilizadas atendem a norma SAE 100 R5 e possuem

terminações com engates rápidos em ambos os lados. Estas mangueiras possuem

malha interna de aço e reforço com manta têxtil, robustas e próprias para o uso em

questão.

As válvulas solenóides utilizadas no MAGO são de fabricação da Parker, com

as seguintes especificações:

● Válvulas T1, T12, T2, T22, T3, T32 e D.

Válvulas Solenóide - Série 20

- duas vias - ação direta / duas posições;

- normalmente fechada;

- 1/4" NPT;

- diâmetro do orifício: 4,4 mm;

- aplicação: óleos leves;

- material: latão (corpo), buna-N (vedação);

- tensão: 220 V, 60 Hz;

- potência da bobina: 11 W;

- especificação: 20BF07CNZ – VE.

● Válvulas A e B.

Válvulas Solenóide - Série 30

- três vias - ação direta / duas posições;

- 1/4" NPT;
74

- diâmetro do orifício: 3,2 mm

- aplicação: óleos leves;

- material: latão (corpo), buna-N (vedação);

- tensão: 220 V, 60 Hz;

- potência da bobina: 11 W;

- especificação: 30BU09CNZ – VE.

5.2 Projeto elétrico e de comando

O projeto elétrico do protótipo foi elaborado para alimentar e proteger os

componentes e os equipamentos que são energizados no MAGO. O protótipo é

alimentado em 220 V, 60 Hz.

O quadro de cargas do MAGO pode ser observado abaixo.

Tabela 5-1 - Quadro de cargas do MAGO

Item Descrição Quantidade Potência (W) Pot. Total (W)


01 Válvulas solenóides 9 11 99
02 Hydran 1 350 350
03 GMM 1 100 100
04 Controlador 1 19 19
06 Conversor óptico / elétrico 1 10 10
Potência Total: 578

Com o somatório das cargas é possível calcular a solicitação de corrente do

MAGO, bem como dimensionar a proteção da instalação elétrica.

Ptotal
I MAGO = (5.1)
V
Substituindo os valores da potência total do protótipo e da tensão nominal de

operação na equação 5.1, encontramos a corrente nominal do MAGO, IMAGO = 2,6 A.

A proteção da instalação elétrica é realizada por um disjuntor de 6 A.


75

O projeto de comando do protótipo foi elaborado de forma a permitir dois modos

de operação, operação via comando local e via comando remoto. No comando local,

o controle sobre qual transformador será analisado é realizado através do

acionamento de botoeiras, localizadas no interior do MAGO, (figura A.6).

Com o acionamento da botoeira de comando, ocorre a ativação dos relés, os

quais alimentam através de seus contatos as válvulas. A seqüência de acionamento

das válvulas já foi apresentada na seção 5.1.

No comando remoto o acionamento das válvulas é realizado através do

controlador, comandado via Internet. A seleção entre modo local ou remoto é feita a

partir da chave comutadora localizada no painel, (figura A.6).

No diagrama elétrico de comando pode-se observar o intertravamento dos relés,

que impede que ocorra a inicialização de uma análise antes que a anterior esteja

acabada ou cancelada, (figura 5.2).

Figura 5-2 - Diagrama funcional de comando


76

Tabela 5-2 - Legenda do diagrama funcional

Legenda do Diagrama Funcional


A Solenóide da válvula A LR Lâmpada de monit. de remoto
B Solenóide da válvula B T1 Solenóide da válvula T1
B0 Bot. para desligar acion. local T12 Solenóide da válvula T12
BT1 Bot. de acion. de T1 via local T2 Solenóide da válvula T2
BT2 Bot. de acion. de T2 via local T22 Solenóide da válvula T22
BT3 Bot. de acion. de T2 via local T3 Solenóide da válvula T3
Ch 1 Comutadora (local – remoto) T32 Solenóide da válvula T32
Ch D Chave acion. válvula D via local Relé R 3 contatos (1 NA e 2 NF)
D Solenóide da válvula D Relé Ra 3 contatos (3 NA)
Dj 1 Disjuntor de entrada Relé S 3 contatos (1 NA e 2 NF)
L1 Lâmpada de monit. de T1 Relé Sa 2 contatos (2 NA)
L2 Lâmpada de monit. de T2 Relé T 3 contatos (1 NA e 2 NF)
L3 Lâmpada de monit. de T3 Relé Ta 1 contato (1 NA)
LL Lâmpada de monit. de local 0NI, 1NI ... 5NI – cont. do controlador

5.3 Projeto do software de comando

No MAGO, foi inserido um controlador dedicado fabricado pela National

Instruments, Compact FieldPoint (CFP), que é o responsável pelo comando

realizado a distância e pela a aquisição das leituras efetuadas pelos sistemas de

medição, (figura 5.3).

Figura 5-3 - Compact FieldPoint (NATIONAL INSTRUMENTS, 2005)

O CFP se destaca por ser configurável e modular, no MAGO foram utilizados

módulos de entrada analógica e de saídas em relé. A tabela 5.3 apresenta a

configuração que foi utilizada no CFP para o protótipo MAGO e a figura 5.4
77

representa o diagrama de fiação8 do CFP. A programação do CFP é realizada em

LabView 7.0.

Figura 5-4 - Diagrama de fiação dos canais do CFP

Tabela 5-3 - Configuração do Compact FieldPoint

Módulo Canal Descrição Configuração


CFP-AI-110 1 Ent. analógica do GMM (H2) (0 a 20) mA
CFP-AI-110 2 Ent. analógica do GMM (H20) (0 a 20) mA
CFP-AI-110 3 Ent. analógica medidor de vazão 1 (0 a 20) mA
CFP-AI-110 4 Ent. analógica chave local / remoto (-10 a +10) V
CFP-AI-100 5 Ent. analógica medidor de vazão 2 (0 a 20) mA
CFP-AI-100 6 Ent. analógica medidor de vazão 3 (0 a 20) mA
CFP-AI-100 7 Ent. analógica medidor de vazão 4 (0 a 20) mA
CFP-AI-600 0 Ent. analógica do Hydran (0 a 20) mA
CFP-RLY-421 0 Saída em relé 1 contato seco
CFP-RLY-421 1 Saída em relé 2 contato seco
CFP-RLY-421 2 Saída em relé 3 contato seco
CFP-RLY-421 3 Saída em relé 4 contato seco
CFP-RLY-421 4 Saída em relé 5 contato seco
CFP-RLY-421 5 Saída em relé 6 contato seco

8
No diagrama de fiação do CFP não está demonstrada as ligações do módulo relé (RLY-421). Estas
estão representadas no diagrama funcional de comando, figura 5.2.
78

Através da programação realizada em LabView 7.0, foi possível criar uma

interface amigável com o usuário. Por meio do painel frontal o usuário é capaz de

acompanhar a leitura do Hydran e do GMM (em ppm). No painel frontal ainda foi

representado o diagrama hidráulico do sistema. Assim é possível acompanhar a

atuação das válvulas solenóides.

Quando o protótipo estiver operando em modo remoto, será possível através do

painel frontal atuar sobre o sistema, (figura 5.5). Deste modo, pode-se enviar um

comando que atuará sobre a comutação das válvulas e assim permitir que o óleo do

transformador que se deseja analisar percorra o sistema.

Para comandar o MAGO no modo remoto, primeiramente a chave comutadora,

(figura A.6), deve estar selecionada para o modo remoto, os demais passos são os

seguintes:

Figura 5-5 - Painel Frontal do Software MAGO

Para realizar o download do painel de controle do software deve-se:


79

• estar com o computador no qual se deseja controlar o MAGO

conectado na rede da Celesc;

• abrir o aplicativo de navegação de Internet, Internet Explorer ou

equivalente;

• realizar o download do painel frontal, figura 5.8, da aplicação residente.

O padrão do endereço da aplicação é a seguinte:

⇒ http://(ip do controlador)/(nome da aplicação).htm

O endereço utilizado para a configuração da subestação de Coqueiros da

Celesc:

⇒ http://ip celesc9/mago.htm

Após aparecer a imagem do painel frontal da aplicação já é possível efetuar

todas operações de comando do MAGO via controle remoto.

Na figura 5.6 e figura 5.7 pode ser observado o protótipo MAGO como

construído.

Figura 5-6 - MAGO como construído

9
Por motivos de segurança das instalações da Celesc o endereço utilizado não será publicado.
80

Figura 5-7 - MAGO vista interna como construído

A construção do MAGO foi realizada nas dependências do LABMETRO. Após a

entrega de todos os componentes do MAGO o tempo despendido para a construção

e testes foi de aproximadamente 4 meses.


81

6 AVALIAÇÃO DO PROTÓTIPO DESENVOVIDO

A avaliação metrológica e funcional do protótipo é o objetivo maior de todo o

trabalho. Tendo como base os resultados obtidos nesta avaliação, se poderá afirmar

que o protótipo desenvolvido cumpriu ou não os requisitos iniciais previstos na fase

de concepção.

Para a avaliação funcional foram considerados os aspectos relativos ao

funcionamento do sistema hidráulico desenvolvido, a instalação, tempo de medição

e da robustez apresentada pelo MAGO.

A avaliação metrológica do protótipo é efetuada através dos resultados que o

mesmo obteve nos ensaios realizados na subestação Coqueiros da Celesc. Esses

ensaios foram realizados no período compreendido entre 10/01/2005 a 25/02/2005.

Este capítulo será iniciado com a apresentação do processo de instalação do

MAGO na SE Coqueiros. A seguir serão mostrados os procedimentos, a seqüência e

os resultados dos ensaios realizados. Por fim, serão apresentadas a avaliação

funcional e metrológica do MAGO.

6.1 Instalação do MAGO no campo

Os testes iniciais de campo do MAGO foram realizados na bancada de ensaios

desenvolvida para a avaliação metrológica do Hydran, concebida na primeira fase

deste projeto, (NOGUEIRA, 2004). Esses testes preliminares buscaram comprovar a

eficácia do sistema hidráulico desenvolvido, sob os aspectos de vazamento,

comando e vazão. Durante os testes ocorreram pequenos vazamentos nas ligações

de algumas válvulas, sendo que os mesmos foram prontamente sanados e

removidos do sistema.
82

Com a validação do sistema hidráulico o passo seguinte foi a instalação do

MAGO na SE Coqueiros, (figura 6.1). Esta subestação foi escolhida para o teste

piloto por possuir três transformadores de potência, ter pessoal do corpo técnico da

Celesc para auxiliar nos trabalhos, ser de fácil acesso e estar conectada na rede de

computadores da Celesc.

Figura 6-1 - Protótipo MAGO instalado na SE Coqueiros

Os procedimentos de instalação do MAGO em uma subestação estão

detalhadamente descritos no Manual de Instruções do MAGO (LABMETRO /

CELESC, 2004).

Para a instalação do MAGO na SE Coqueiros foi necessário realizar algumas

adaptações.

Nas válvulas de dreno dos transformadores foram instaladas terminações em

“T”, permitindo uma conexão com o sistema hidráulico do MAGO e ao mesmo tempo

funcionando com um ponto de coleta local de óleo do transformador para

amostragem, figura 6.2.


83

Figura 6-2 - Adaptação realizada na válvula de dreno do transformador

Foi instalado um cabo de fibra óptica desde a sala de controle da SE até o pátio

de manobras. Esse cabo foi lançado através das canaletas da subestação e tem a

função de realizar a comunicação entre o controlador do MAGO e a Internet, (figura

6.3). O diagrama de comunicação do Mago é apresentado na figura 6.4.

Figura 6-3 - Lançamento do cabo de fibra óptica

Figura 6-4 - Diagrama esquemático de comunicação do MAGO


84

6.2 Ensaios realizados na SE

Em etapas anteriores do desenvolvimento do protótipo ocorreram os testes de

comunicação do controlador com a Internet e do sistema hidráulico desenvolvido.

Deste modo no campo restaram realizar os testes referentes à vazão de óleo e os

ensaios de multiplexação do monitoramento da concentração de gases dissolvidos

em óleo, sendo este o objetivo final do protótipo.

6.2.1 Ensaios da vazão do óleo dos transformadores

O ensaio de vazão foi realizado estando o protótipo ligado aos transformadores

da SE através de mangueiras conectoras. Com a leitura da vazão obtida, em cada

caso, pode-se encontrar os tempos de drenagem do óleo dos respectivos

transformadores.

O tempo de drenagem é definido como o intervalo de tempo necessário para

que o óleo existente nas mangueiras que conectam o MAGO aos transformadores

seja eliminado do sistema. Este óleo é descartado e depositado no reservatório do

MAGO, não fazendo parte do óleo destinado a medição.

O procedimento para a quantificação da vazão foi a medição do volume de óleo

que fluiu no sistema, transformador – MAGO, em um intervalo de tempo de 30

segundos. Este método foi realizado nos três transformadores da SE Coqueiros,

TT1, TT2 e TT3.

Com o emprego da equação (6.1) se obtém a vazão do circuito hidráulico.

volume
Vazão = (6.1)
tempo

Para a realização da medição volume foi utilizada uma proveta com resolução

de 5 ml e para a medição do intervalo de tempo foi utilizado um cronômetro.

● Transformador TT1:
85

Número de medições = 5;

Média do volume de óleo = 114 ml;

Desvio padrão do volume de óleo = 4 ml.

A avaliação de incertezas foi realizada de acordo com a tabela 6.1.

Tabela 6-1 - Balanços de incertezas - Volume de óleo do TT1

O volume de óleo extraído em 30 segundos de TT1 = (114 ± 7) ml.

● Transformador TT2:

Número de medições = 5;

Média do volume de óleo = 112 ml;

Desvio padrão do volume de óleo = 3 ml.

A avaliação de incertezas é apresentada na tabela 6.2.

Tabela 6-2 - Balanços de incertezas - Volume de óleo do TT2

O volume de óleo extraído em 30 segundos de TT2 = (112 ± 6) ml.

● Transformador TT3:

Número de medições = 5;

Média do volume de óleo = 90 ml;


86

Desvio padrão do volume de óleo = 4 ml.

Novamente a avaliação de incertezas é apresentada na tabela 6.3.

Tabela 6-3 - Balanço de incertezas - Volume de óleo do TT3

Finalmente, o volume de óleo extraído em 30 segundos de TT3 = (90 ± 7) ml.

Com os dados do volume retirado em 30 segundos para cada caso em mãos,

utilizando a equação (6.1) é determinada a vazão da saída de óleo para os

transformadores.

0,114
Vazão _ TT 1 = = 0,004 l/s.
30

0,112
Vazão _ TT 2 = = 0,004 l/s.
30

0,090
Vazão _ TT 3 = = 0,003 l/s.
30

Para a avaliação da incerteza padrão combinada da vazão em cada caso, é

utilizada a equação (6.2).

 u c (Vazão ) 
2 2 2
 u (volume)   u (tempo) 
  =  +   (6.2)
 Vazão   volume   tempo 

Estimando que a incerteza padrão do tempo u(tempo) = 1 s, podemos encontrar

a incerteza padrão da vazão, sendo de uc(vazão TT1) = 0,00017 l/s, uc(vazão TT2) =

0,00017 l/s e uc(vazão TT3) = 0,00015 l/s.


87

A incerteza expandida (U95%) que corresponde à faixa de valores que enquadra

a incerteza com nível de confiança de aproximadamente 95% é encontrada pela

equação (6.3)

U 95% = k 95% ∗ u c (6.3)

Adotando k95 = 2 e utilizando a equação (6.3), encontramos os seguintes

resultados para as vazões e respectivas incertezas, com os devidos

arredondamentos:

Vazão TT1 = (0,004 ± 0,001) l/s;

Vazão TT2 = (0,004 ± 0,001) l/s;

Vazão TT3 = (0,003 ± 0,001) l/s.

Com as vazões dos sistemas obtidas, será realizado o cálculo do tempo

necessário para a drenagem das mangueiras para os casos analisados, através da

equação (6.4).

volume ⋅ da ⋅ mangueira _ TTi


Tdgem _ TTi = (6.4)
Vazão _ TTi

As mangueiras utilizadas têm os seguintes comprimentos e os respectivos

volumes:

● TT1 – (10 ± 0,2) m; (0,320 ± 0,006) l;

● TT2 – (10 ± 0,2) m; (0,320 ± 0,006) l;

● TT3 – (15 ± 0,2) m; (0,480 ± 0,010) l.

Os tempos de drenagem para cada transformador respectivamente, foram:

Tdgem TT1 = 80 s;

Tdgem TT2 = 80 s;

Tdgem TT3 = 160 s.


88

A incerteza padrão combinada do tempo de drenagem uc(Tdgem TTi) para cada

caso, é encontrada na equação (6.5).

 u c (Tdgem _ TTi ) 
2 2 2
 u (volume ⋅ da ⋅ mangueira)   u (Vazão _ TTi ) 
  =   +   (6.5)
 Tdgem _ TTi   volume ⋅ da ⋅ mangueira   Vazão _ TTi 

A incerteza padrão do Tdgem TTi para cada transformador é respectivamente a

uc(Tdgem TT1) = 4 s, uc(Tdgem TT2) = 4 s e uc(Tdgem TT3) = 8 s.

Utilizando k95 = 2 e a equação (6.3) para obter a incerteza expandida,

encontramos os seguintes resultados para os Tdgem TTi:

Tdgem TT1 = (80 ± 8) s;

Tdgem TT2 = (80 ± 8) s;

Tdgem TT3 = (160 ± 16) s.

Por segurança o tempo de drenagem considerado para todos os casos foi de

240 segundos.

Com o tempo de drenagem estabelecido, o volume de óleo utilizado por amostra

foi obtido. Considerando o pior caso onde a vazão é igual a (0,004 ± 0,001) l/s e o

com o tempo de drenagem igual a 240 segundos, usando a equação (6.1):

Volume _ Total = 240 ∗ 0,004 = 0,96 l.

Para obter a incerteza associada ao volume total, utilizamos a equação (6.6):

 u c (Volume _ Total ) 
2 2 2
 u (vazão)   u (tempo) 
  =   +   (6.6)
 Volume _ Total   vazão   tempo 

Novamente admitindo que a incerteza padrão do tempo u(tempo) = 1 s e

aplicando os demais valores na equação (6.6) encontramos, uc(Volume Total) =

0,041 l.

Com k95 = 2 e utilizando a equação (6.3) obtemos:

Volume Total = (0,96 ± 0,08) l.


89

O volume de óleo utilizado pelo MAGO para realizar uma análise é menor do

que a quantidade necessária para a execução da amostragem para o ensaio de

cromatografia. Atualmente a Celesc drena aproximadamente 2 l de óleo para efetuar

amostra.

6.2.2 Ensaios da multiplexação do monitoramento da concentração de

gases dissolvidos em óleo dos transformadores

O protótipo MAGO foi concebido para realizar o monitoramento da quantidade

de gases dissolvidos em óleo de múltiplos transformadores.

Para validar a concepção do MAGO foram realizados ensaios de comutação do

óleo que os SM do protótipo estavam monitorando. Estes testes foram chamados de

ensaios de multiplexação do monitoramento e tiveram como objetivo verificar se os

sistemas de medição da concentração de gases dissolvidos instalados no MAGO,

Hydran e GMM, são capazes de responder a mudança de transformador analisado.

Também será avaliado o resultado obtido com o valor esperado para cada

instrumento. Nestes ensaios ainda foi avaliada a ocorrência ou não de contaminação

do óleo após a comutação do transformador.

Para realizar os ensaios de multiplexação foi necessário estabelecer:

● tempo de drenagem do óleo para cada transformador;

● valores de medição esperados para o Hydran e o GMM;

● tempo de medição do óleo em análise;

● seqüência de ensaios.

O tempo de drenagem já foi estabelecido no ensaio de vazão. Os demais

aspectos relacionados com o ensaio de multiplexação serão apresentados na

seqüência deste capítulo.


90

6.2.2.1 Valores de medição esperados para o Hydran e o GMM

Antes de ser realizada a análise do óleo dos transformadores da SE pelo MAGO

foi necessário efetuar uma análise cromatográfica dos óleos dos transformadores em

laboratório. Essa análise laboratorial inicial foi realizada com o objetivo de identificar

os parâmetros de comparação para as medições obtidas com o protótipo.

O ensaio de cromatografia do óleo dos transformadores da SE Coqueiros foi

realizado no laboratório físico-químico da Celesc.

Tabela 6-4 - Resultados da análise cromatográfica de TT1, TT2 e TT3

Transformador TT1 Transformador TT2 Transformador TT3


Gás
Concentração (ppm) Concentração (ppm) Concentração (ppm)
Hidrogênio (H2) (27 ± 1) (25 ± 1) (8,0 ± 0,4)
Oxigênio (O2) (27427 ± 2700) (18233 ± 1800) (19785 ± 2000)
Nitrogênio (N2) (73093 ± 7300) (71888 ± 7200) (72119 ± 7200)
Metano (CH4) (2,2 ± 0,2) (4,1 ± 0,4) (2,2 ± 0,2)
Mon. Carbono (CO) (271 ± 27) (774 ± 77) (267 ± 27)
Diox. Carbono (CO2) (2551 ± 250) (4546 ± 450) (3293 ± 330)
Etileno (C2H4) (21,2 ± 2,1) (60,7 ± 6,1) (38,4 ± 3,8)
Etano (C2H6) (1,1 ± 0,1) (1,4 ± 0,1) (1,2 ± 0,1)
Acetileno (C2H2) - - -

A incerteza de medição da concentração de hidrogênio dissolvido em óleo no

ensaio de cromatografia foi avaliada em torno ± 5%, para o ensaio realizado no

laboratório da Celesc (NOGUEIRA, 2004).

Para os demais gases foi admitida uma incerteza na ordem de ± 10%, que são

valores típicos para este tipo de ensaio (MESSIAS, 1993).

Com base na análise cromatográfica foi calculado o valor esperado para as

leituras do Hydran (Ve Hydran), equação (3.1) e do GMM (Ve GMM), para cada

transformador.
91

• Transformador TT1:

Ve Hydran TT1 = 76 ppm;

Ve GMM TT1 = 27 ppm.

● Transformador TT2:

Ve Hydran TT2 = 165 ppm;

Ve GMM TT2 = 25 ppm.

● Transformador TT3:

Ve Hydran TT3 = 57 ppm;

Ve GMM TT3 = 8 ppm.

A incerteza do valor esperado do GMM é retirada diretamente da incerteza da

análise cromatográfica.

Para obter a incerteza padrão combinada do Ve Hydran utilizou-se a equação

(6.7), onde as incertezas padrões são consideradas estatisticamente dependentes.

u c (Ve _ Hydran) = u ( H 2 ) + 0,18 ∗ u (CO) + 0,08 ∗ u (C 2 H 2 ) + 0,015 ∗ u (C 2 H 4 ) (6.7)

Os valores encontrados para a incerteza padrão combinada em cada caso são

iguais a:

uc(Ve Hydran TT1) = 3 ppm;

uc(Ve Hydran TT2) = 8 ppm;

uc(Ve Hydran TT3) = 3 ppm.

Substituindo os valores e admitindo o fator de k95 = 2 para a estimar a incerteza

expandida através da equação (6.3), temos:

● Transformador TT1:

Ve Hydran TT1 = (76 ± 6) ppm;

Ve GMM TT1 = (27 ± 1) ppm.

● Transformador TT2:
92

Ve Hydran TT2 = (165 ± 16) ppm;

Ve GMM TT2 = (25 ± 1) ppm.

● Transformador TT3:

Ve Hydran TT3 = (57 ± 6) ppm;

Ve GMM TT3 = (8,0 ± 0,4) ppm.

Os valores esperados de medição do Hydran e do GMM serão confrontados

com os resultados obtidos nos ensaios de multiplexação. Esta comparação será a

responsável pela aprovação ou não da proposta da análise multiplexada da

concentração de gases dissolvidos em óleo a partir da utilização de um único SM.

6.2.2.2 Tempo de medição do óleo em análise

O tempo total de análise do óleo consiste na soma do tempo de drenagem

(Tdgem) com o tempo de medição (Tmed), equação (6.8).

Ttotal = Tdgem + Tmed (6.8)

Após ensaios preliminares do tempo de duração da medição, observou-se que a

partir de 6 horas em ambos os sistemas de medição ocorriam uma estabilização nas

indicações. As leituras encontradas além de estarem estabilizadas se aproximavam

dos valores esperados de medição, assim o tempo de medição foi admitido igual a

360 minutos.

Utilizando a equação (6.8) encontramos:

Ttotal = Tdgem + Tmed = 4 + 360 = 364 minutos.

6.2.2.3 Seqüência dos ensaios

Nos ensaios de multiplexação foram realizadas todas as combinações possíveis

de troca de transformador a serem monitorados. Como a SE Coqueiros possui três

transformadores são seis as mudanças possíveis:


93

● Ensaio 1 - Óleo inicial de TT2 comutado para TT3;

● Ensaio 2 - Óleo inicial de TT3 comutado para TT1;

● Ensaio 3 - Óleo inicial de TT1 comutado para TT3;

● Ensaio 4 - Óleo inicial de TT3 comutado para TT2;

● Ensaio 5 - Óleo inicial de TT2 comutado para TT1;

● Ensaio 6 - Óleo inicial de TT1 comutado para TT2.

As comutações realizadas estão representadas na figura 6.5.

Figura 6-5 - Seqüência de ensaios de comutação realizados

6.2.2.4 Resultados obtidos nos ensaios de multiplexação

Os resultados dos ensaios de multiplexação serão expostos em gráficos. Estes

mostram a mudança de indicação dos SM do MAGO após ser realizada a

comutação de transformador a ser analisado.

Serão apresentados em gráficos diferentes os resultados do Hydran e do GMM

a fim de facilitar a visualização dos resultados obtidos. Cada gráfico confronta o valor

esperado de medição do instrumento com o valor obtido no ensaio, juntamente com

os intervalos de incerteza associado a estes valores.

A aquisição dos dados de medição foi realizada pelo software desenvolvido

para controlar remotamente o MAGO. Em laboratório foram realizados testes para

avaliar a aquisição das medições efetuadas pelo software. A incerteza padrão da


94

aquisição obtida nos ensaios foi de 3% do valor da leitura dos SM para toda a faixa

de medição destes.

A incerteza de medição considerada nos ensaios foi estimada como a soma da

incerteza dos fabricantes com a incerteza da aquisição dos dados pelo software do

MAGO, equação (6.9).

_ i = u fabricante _ i + u aquisição
2 2 2
u SM (6.9)

Sabendo que u(Hydran) = 5 %, u(GMM) = 3 % e u(aquisição) = 3 %, através da

equação (6.9) temos:

u(Hydran / MAGO) = 6 %;

u(GMM / MAGO) = 4 %.

Utilizando k95 = 2 na equação (6.3) para obter a incerteza expandida e

acrescentando as constantes fornecidas pelos fabricantes, obtemos:

● U(Hydran / MAGO) = (± 12 % ± 25 ppm);

● U(GMM / MAGO) = (± 8 % ± 20 ppm).

Serão apresentados neste capítulo apenas os resultados obtidos para o

monitoramento do transformador TT3, ensaios 1 e 3. A totalidade dos resultados

está relatada no Apêndice B.

Convém salientar que não são comparados diretamente os dois SM instalados

no MAGO, pois o GMM mede apenas hidrogênio dissolvido em óleo enquanto que o

Hydran apresenta como indicação uma composição de gases presentes, conforme a

equação (3.1).

A figura 6.6 apresenta a resposta do Hydran obtida no ensaio 1. O gráfico

mostra o valor medido pelo Hydran confrontado com o valor esperado para esta

medição.
95

Pode-se observar que a curva de resposta do Hydran estabilizou-se a partir de

90 minutos de teste. O resultado de medição do Hydran (42 ± 30) ppm é

considerado aceitável, pois o Ve Hydran TT3 é (57 ± 6) ppm está dentro da faixa de

incerteza do valor medido.

Figura 6-6 - Ensaio 1 - Monitoramento de TT3 com o Hydran - óleo anterior TT2

O resultado obtido no GMM também se mostrou aceitável, (figura 6.7). Se

compararmos o Ve GMM TT3 de (8,0 ± 0,4) ppm com o valor obtido (11 ± 21) ppm,

veremos que os resultados obtidos estão muito próximos do valor verdadeiro

assumido.

Ainda analisando a figura 6.7, veremos que o GMM possui um tempo de

resposta bem maior que o Hydran, o GMM estabilizou sua indicação em 300 minutos

aproximadamente.
96

Figura 6-7 - Ensaio 1 - Monitoramento de TT3 com o GMM - óleo anterior TT2

No ensaio 3, comutação de TT1 para TT3, como a diferença apresentada em

relação à composição de gases perceptíveis pelo Hydran de TT1 para TT3 não é

brusca, o gráfico obtido pelo Hydran se manteve praticamente estável para esta

comutação, (figura 6.8).

O resultado obtido pelo Hydran neste ensaio foi de (49 ± 31) ppm, comparável

com Ve Hydran TT3 = (57 ± 6) ppm.

Comparando-se os valores medidos pelo Hydran para TT3 nos ensaio 1 e 3,

veremos claramente a validade da multiplexação implementada.

● Ensaio 1 (TT2 para TT3) – resultado de medição Hydran = (42 ± 30) ppm;

● Ensaio 3 (TT1 para TT3) – resultado de medição Hydran = (49 ± 31) ppm.
97

Figura 6-8 - Ensaio 3 - Monitoramento de TT3 com o Hydran - óleo anterior TT1

O GMM no ensaio 3 novamente apresentou que a sua resposta a mudança é

mais lenta que o Hydran, porém este apresentou uma melhor repetitividade, (figura

6.9).

Figura 6-9 - Ensaio 3 - Monitoramento de TT3 com o GMM - óleo anterior TT1
98

Os resultados obtidos pelo GMM para TT3 nos ensaio 1 e 3, foram:

● Ensaio 1 (TT2 para TT3) – resultado de medição = (11 ± 21) ppm;

● Ensaio 3 (TT1 para TT3) – resultado de medição = (11 ± 21) ppm.

Os ensaios de multiplexação realizados estão apresentados de modo agrupado

nos gráficos consolidados. Com o objetivo de destacar individualmente o

comportamento de cada SM utilizado no MAGO durante a multiplexação aplicada

foram elaborados dois gráficos consolidados.

Figura 6-10 - Resposta consolidada do Hydran

Destacando que no monitoramento de TT2 o resultados de medição do Hydran

foram:

● Ensaio 4 (TT3 para TT2) – resultado de medição Hydran (113 ± 37) ppm;

● Ensaio 6 (TT1 para TT2) – resultado de medição Hydran (114 ± 38) ppm.

Comparando os valores medidos pelo Hydran com Ve Hydran TT2 = (165 ± 16)

ppm, estes ainda podem ser considerados aceitáveis. A dispersão dos valores em
99

torno dos resultados de medição para TT2 pelo Hydran estão no limiar da zona de

dispersão apresentada pelo valor esperado.

Convém salientar que no TT2 existe uma elevada concentração de CO, (774 ±

77) ppm, não encontrada nos demais casos. Como pode ser observado na figura

6.10 o Hydran não detectou o CO conforme era esperado.

Figura 6-11 - Resposta consolidada do GMM

Analisando os gráficos consolidados do Hydran e do GMM, figuras 6.10 e 6.11,

pode se concluir que o princípio da multiplexação proposto pelo MAGO é válido.

Também da observação dos resultados afirmamos que o Hydran apresenta uma

resposta à mudança de condição mais rápida do que o GMM, porém o segundo

apresentou uma melhor repetitividade.

6.3 Avaliação funcional do MAGO

A avaliação funcional do protótipo desenvolvido é realizada a partir da

comparação feita entre os requisitos iniciais estipulados para o protótipo com os

resultados obtidos pelo MAGO.


100

Tabela 6-5 - Avaliação Funcional do MAGO

Resultados Obtidos pelo MAGO


Aspecto Avaliado Observações
Atendeu Atendeu Não
parcialmente atendeu
Aspectos metrológicos Ver avaliação metrológica,
X
item 6.4.
Apresentação dos Resultados são apresentados
X
resultados localmente e remotamente.
Condição de operação Ocorreram mudanças no
X MAGO quando este foi
instalado no campo.
Modo de operação Controle local e remoto
X
funcionou perfeitamente.
Portabilidade As rodas do carrinho utilizado
X no MAGO não são adequadas
para as condições das SE´s.
Tempo máximo por Resultados foram obtidos com
análise. X 6h de análise. Tempo
proposto era de 10 h
Tempo de instalação Para instalação em 2 h é
X
necessário muito treinamento.
Volume de óleo utilizado Resultado obtido foi de ≅ 1 l.
X
Padrão atual da Celesc 2 l.
Alimentação X Utilizada a tensão projetada.

A tabela 6.5 nos mostra que de modo geral o MAGO alcançou os seus objetivos

propostos. A maioria dos requisitos atribuídos na fase de concepção foram

plenamente atendidos.

Várias mudanças e adaptações ainda devem ser realizadas para que o protótipo

MAGO se torne um produto comercial. Essas modificações deverão ser executadas

sobretudo nos aspectos ligados ao design, instalação e manutenção do MAGO.

6.4 Avaliação metrológica

Os resultados conclusivos da avaliação metrológica do MAGO para os ensaios

realizados são:
101

Para os resultados obtidos pelo Hydran:

● Vm Hydran = valor indicado ± 12% ± 25 ppm.

Para os resultados obtidos pelo GMM:

● Vm GMM = valor indicado ± 8% ± 20 ppm.

Ambos SM de concentração de gases dissolvidos foram capazes de responder

a multiplexação proposta pelo MAGO.

● Tempo total de medição por análise é de aproximadamente 6 h.

● Volume total de óleo utilizado por amostra é de (0,96 ± 0,24) l.

Neste capítulo foi realizada a análise dos resultados obtidos pelo MAGO,

passando pela instalação do protótipo, a apresentação dos ensaios e os resultados

alcançados. Finalizou com a avaliação funcional e metrológica do MAGO.


102

7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS

FUTUROS

Este trabalho apresentou a construção e a avaliação de um protótipo capaz de

monitorar a concentração de gases dissolvidos em óleo de múltiplos

transformadores.

Neste capítulo é apresentada uma síntese da avaliação do protótipo

desenvolvido, relatado em comentários gerais. A seguir, apresentam-se as

limitações do protótipo, as perspectivas futuras relacionadas à evolução do MAGO e

alguns temas relevantes ao trabalho que poderiam ser estudados.

7.1 Comentários gerais

Neste trabalho foi construído um protótipo que multiplexa com eficiência a

análise dos gases dissolvidos em óleo de transformadores de potência.

Os SM empregados no MAGO foram considerados aptos a responder a

mudança de transformadores dentro de uma mesma subestação e

conseqüentemente do óleo analisado. Os ensaios mostraram que o óleo em análise

não é afetado pelo óleo anteriormente medido. Desta forma os resultados dos testes

realizados nos mostraram que o princípio da multiplexação proposto pelo MAGO é

válido.

Através dos resultados obtidos pelo Hydran e pelo GMM pode-se afirmar que a

resposta à mudança de óleo analisado é mais rápida no Hydran, porém o GMM

apresentou uma melhor repetitividade nos testes.

Os resultados funcionais e metrológicos alcançados pelo MAGO são

considerados aceitáveis.
103

O protótipo desenvolvido é de fácil transporte e configuração, podendo ser

removido e utilizado em diferentes situações e subestações.

O sistema hidráulico desenvolvido para acoplar três transformadores pode ser

facilmente ampliado. Para isto é necessário adicionar em cascata mais válvulas de

duas posições e três vias, conforme a especificação utilizada no MAGO, sendo de

fácil implementação.

Uma economia considerável pode ser obtida com a utilização deste sistema,

uma vez que com apenas um sistema de medição vários transformadores podem ser

monitorados.

Por fim, pode-se dizer que com a utilização do MAGO será possível a elevação

da confiabilidade dos transformadores. Desta forma os consumidores de energia

elétrica serão beneficiados pela redução da taxa de falha do fornecimento de

energia.

7.2 Limitações do MAGO

Uma limitação do protótipo desenvolvido reside no fato do sistema hidráulico

implementado apresentar uma malha aberta. Uma vez drenado o óleo do

transformador para a realização de uma análise, este é depositado no reservatório

do MAGO. Desta forma o óleo não volta ao transformador de origem.

O óleo depositado no reservatório deverá ser inserido novamente no

transformador de maneira manual, ou caso esteja em condições impróprias (alta

concentração de gases) deverá ser levado para uma estação de regeneração de

óleo.

Outra limitação do MAGO está vinculada no monitoramento on-line da

situação do transformador. O MAGO somente é capaz de efetuar a leitura do óleo

drenado até os seus SM. Caso durante o tempo de medição de 6 h ocorra uma
104

situação que cause algum tipo de falha no transformador aumentando a

concentração de gás dissolvido em óleo, esta não será captada pelo MAGO.

Podemos dizer que o MAGO é apto para multiplexar a análise de óleo dos

transformadores de forma automatizada, porém este não é um sistema on-line de

monitoramento da condição operativa de óleo de transformadores.

7.3 Sugestões para trabalhos futuros

Como sugestão para a continuidade deste trabalho podemos listar as

seguintes oportunidades de melhoria para o protótipo MAGO e alguns aspectos

relevantes que poderiam ser estudados:

● Elaborar um sistema hidráulico onde ocorra a circulação do óleo do

transformador em análise. Verificar se esta mudança irá fazer que o

MAGO atue com sistema on-line de monitoramento da concentração de

gases dissolvidos.

● Acrescentar ao sistema hidráulico desenvolvido medidores de vazão.

Esses iriam aumentar a segurança da instalação.

● Testar o MAGO em transformadores que estejam com maiores

concentrações de gases dissolvidos e observar o comportamento do

protótipo.

● Melhorar aspectos ligados ao design do MAGO, tornando-o um

equipamento com aspecto comercial.

● Alterar os sistemas de conexão da alimentação dos módulos para facilitar

a sua instalação.

● Estudar a resposta do Hydran para identificação de CO, já que os

resultados dos ensaios que envolviam TT2, que possui elevada taxa de

CO, apresentaram maior desvio ao valor esperado.


105

● Desenvolver um padrão de óleo mineral isolante, contendo

concentrações conhecidas dos gases de interesse.


106

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ZIRBES, R. Metodologia para a Avaliação e Diagnósticos do Estado de


Isolamentos de Papel Impregnado com Óleo Mineral. Florianópolis, 2003.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Centro Tecnológico, Universidade
Federal de Santa Catarina.
110

Apêndice A – Partes do Protótipo MAGO


111

Para a construção do MAGO, foram projetados diversos elementos, desde a

estrutura metálica externa até as adaptações das saídas de óleo, tanto do Hydran

como do GMM.

As partes constituintes do MAGO as seguintes:

Figura A-1 - MAGO - Visão Geral

1) Transformadores;

2) Módulo de conexão MAGO / Transformadores;

3) MAGO – Múltiplo Analisador de Gases em Óleo;

4) Engate rápido – serve para conectar as mangueiras de óleo aos módulos;

5) Entrada dos cabos de alimentação;


112

Figura A-2 - Módulo de Conexão MAGO / Transformador

6) Regulagem de altura – é utilizada para melhor adaptar o módulo a altura do

registro de saída de óleo do transformador;

7) Conexão interna;

8) Válvula solenóide – duas vias / duas posições e normalmente fechada;

Figura A-3 - Módulo - Vista Interna

9) Tomada de alimentação – deve ser conectada a uma tensão de 220 V, 60 Hz.

10) Entrada para o cabo de fibra óptica;

Figura A-4 - MAGO - Vista Frontal


113

11) Engate rápido – conecta as mangueiras de óleo que vem dos transformadores

com o MAGO;

12) Indicador de nível;

13) Respiro – deve estar aberto para permitir a entrada de óleo no reservatório;

14) Registro de descarte de óleo – serve para retirar o óleo contido no reservatório;

Figura A-5 - MAGO - Vista Posterior

15) Registro do reservatório – deve ser fechado nas ocasiões em que o protótipo for

transportado para evitar fluxo de óleo do reservatório para a parte superior do

MAGO;

16) Painel – possui as botoeiras de comando, para fazer as análises quando no

modo de operação local;

17) Régua das botoeiras – conjunto de conectores onde está ligada a alimentação

das botoeiras e sinalização;

18) Régua para tomadas – alimenta os componentes internos do MAGO;

19) Display GMM Tree Tech – indica os valores medidos pelo sistema de medição

GMM Tree Tech – umidade, temperatura, concentração de H2, concentração de

H2O, tendência das medições de H2 e tendência das medições de H2O;


114

Figura A-6 - MAGO - Vista Interna I

20) Sistema de medição GMM Tree Tech;

21) Sistema de medição Hydran;

22) Conjunto de válvulas – direciona o óleo que vem de vários transformadores para

os sistemas de medição evitando sua mistura;

23) Régua das válvulas – conjunto de conectores onde está ligada a alimentação

das válvulas;

24) Lâmpadas de sinalização – indicam o modo de operação (local / remoto) e o

transformador que está sendo analisado;

Figura A-7 - MAGO - Vista Interna II


115

25) Conversor de sinal – faz a conversão do sinal óptico transmitido e recebido pelo

cabo de fibra óptica, para elétrico a ser processado Compact FieldPoint;

26) Disjuntor – elemento de proteção do circuito elétrico do MAGO;

27) Válvula de drenagem – drena o óleo do transformador já ensaiado e faz a

limpeza do circuito hidráulico do transformador a ser ensaiado. O óleo é drenado

para o reservatório do MAGO;

28) Conjunto de relés – controla o acionamento das válvulas do MAGO na operação

local;

29) Controlador Compact FieldPoint – faz o comando dos componentes do protótipo

e a comunicação com o servidor quando o conjunto está em operação remota.


116

Apêndice B – Resultados dos Ensaios de Multiplexação


117

Ensaio 1 - Óleo inicial de TT2 comutado para TT3

Figura B-1 - Ensaio 1 – Monitoramento de TT3 com o Hydran – óleo anterior TT2

No ensaio 1, o Hydran estabilizou após 90 minutos de teste. O resultado final obtido

nesta comutação foi de (42 ± 30) ppm.

Figura B-2 - Ensaio 1 – Monitoramento de TT3 com o GMM – óleo anterior TT2

Para o GMM, a estabilização ocorreu a partir de 300 minutos de ensaio. O resultado

apresentado foi de (11 ± 21) ppm.


118

Ensaio 2 - Óleo inicial de TT3 comutado para TT1

Figura B-3 - Ensaio 2 – Monitoramento de TT1 com o Hydran – óleo anterior TT3

No caso do ensaio 2, devido à pequena diferença na quantidade de gases em TT3

para TT1, medidos pelo Hydran, o gráfico se apresentou estável. O resultado final

obtido foi de (48 ± 30) ppm.

Figura B-4 - Ensaio 2 – Monitoramento de TT1 com o GMM – óleo anterior TT3

Para o GMM, a comutação ficou bem caracterizada. O resultado de medição obtido

foi de (24 ± 20) ppm.


119

Ensaio 3 - Óleo inicial de TT1 comutado para TT3

Figura B-5 - Ensaio 3 – Monitoramento de TT3 com o Hydran – óleo anterior TT1

No ensaio 3, novamente devido à pequena diferença na quantidade de gases entre

TT3 e TT1, medidos pelo Hydran, o gráfico se manteve praticamente estável. O

resultado de medição encontrado foi de (49 ± 31) ppm.

Figura B-6 - Ensaio 3 – Monitoramento de TT3 com o GMM – óleo anterior TT1

Para o GMM, ocorreu a diminuição dos valores medidos, conforme esperado. O

resultado de medição obtido foi de (11 ± 21) ppm.


120

Ensaio 4 - Óleo inicial de TT3 comutado para TT2

Figura B-7 - Ensaio 4 – Monitoramento de TT2 com o Hydran – óleo anterior TT3

Para o ensaio 4, a comutação ficou bem caracterizada. O Hydran estabilizou após

90 minutos de teste. O resultado final obtido nesta comutação foi de (109 ± 39) ppm.

Figura B-8 - Ensaio 4 – Monitoramento de TT2 com o GMM – óleo anterior TT3

Para o GMM, novamente a comutação ficou evidente. O resultado obtido neste

ensaio foi de (22 ± 21) ppm.


121

Ensaio 5 - Óleo inicial de TT2 comutado para TT1

Figura B-9 - Ensaio 5 – Monitoramento de TT1 com o Hydran – óleo anterior TT2

No ensaio 5, o Hydran estabilizou após 120 minutos de teste. O resultado final

obtido nesta comutação foi de (54 ± 34) ppm.

Figura B-10 - Ensaio 5– Monitoramento de TT1 com o GMM – óleo anterior TT2

No caso do GMM, devido à pequena diferença na quantidade de H2 entre TT2 e

TT1, o gráfico se manteve praticamente estável. O resultado de medição encontrado

foi de (25 ± 21) ppm.


122

Ensaio 6 - Óleo inicial de TT1 comutado para TT2

Figura B-11 - Ensaio 6 – Monitoramento de TT2 com o Hydran – óleo anterior TT1

Para o ensaio 6, a comutação ficou evidente. O resultado final obtido nesta

comutação foi de (110 ± 39) ppm.

Figura B-12 - Ensaio 6– Monitoramento de TT2 com o GMM – óleo anterior TT1

Para o GMM, o resultado final obtido após a comutação realizada foi de (23 ± 20)

ppm.
123

Resultado Consolidado para o Hydran

Figura B-13 – Resposta consolidada do Hydran

Figura B-14 – Resposta consolidada do GMM


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