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Resumo
Este documento registra a experiência do autor na área de inspeção de equipamentos abordando especificamente
vasos de pressão. Abrange noções de projeto, inspeção de fabricação, causas de deterioração de vasos, planeja-
mento e programação da inspeção, técnicas de inspeção, alterações, reparos, registros de inspeção, bem como
seus aspectos legais e normativos
INDICE
ASSUNTO PÁG
1 – Noções de projeto 4
1.1 – Caracterização 4
1.1.1 – ASME 4
1.1.2 – API 510 5
1.1.3 – NR 13 5
1.1.3.1 – Equipamentos que devem obedecer a NR 13 5
1.1.3.2 – Exclusões 10
1.2 – Principais componentes 18
1.2.1 – Terminologia 18
1.2.2 – Tipos de vasos 18
1.2.3 – Casco 18
1.2.4 – Bocais ou conexões 20
1.2.5 – Tubos internos 21
1.2.6 – Bandejas 22
1.2.7 – Leitos e recheios 23
1.2.8 – Retentores de gotas (demisters) 24
1.2.9 – Suportes 25
1.2.10 – Revestimentos 26
1.3 – Classificação de vasos segundo a criticidade (NR 13) 30
1.4 – Normas 31
1.4.1 – Códigos de projeto 31
1.4.2 – Normas de inspeção 31
1.5 – Estrutura do código ASME 32
1.6 – Condições de projeto 34
1.7 – Noções de cálculos estruturais de vasos de pressão 35
1.7.1 – Cálculo da espessura mínima 35
1.7.2 – Cálculo da PMTA 37
1.8 – Juntas soldadas 39
1.8.1 – Classificação 39
1.8.2 – Eficiência de junta soldada 40
1.8.3 – Exame radiográfico de juntas soldadas 41
1.9 – Tratamento térmico 42
1.10 – Requisitos NR 13 relativos ao projeto 45
2 – Inspeção de fabricação 51
2.1 – Objetivo 51
2.2 – Tolerâncias dimensionais 55
2.3 – Critérios de aceitação de descontinuidades 56
2.4 – Qualificações e certificações exigidas 58
2.5 – Materiais para baixa temperatura 58
2.6 – Plano de inspeção de fabricação 60
1.1 – Caracterização
1.1.2 - API 510 (Pressure Vessels Inspection Code – Inspeção de vasos de pressão)
Adota praticamente a mesma definição do ASME divisão 1 e acrescenta as seguintes restri-
ções:
vasos usados para transporte em caminhões, navios ou barcaças;
pulmões de ar que fazem parte de sistemas de freio;
vasos de pressão instalados em navios, barcaças e plataformas flutuantes;
valida as exclusões contidas no código ASME;
aconselha a inclusão no programa de inspeção, de vasos excluídos do escopo das di-
visões 1, 2 e 3 do código ASME, quando análise de risco mostrar que os mesmos ne-
cessitam de inspeção, mencionando como exemplo as torres de destilação a vácuo
sempre presentes nas refinarias de petróleo.
Figura 1.2 – Permutadores (lado esquerdo) e geradores de vapor que aproveitam o calor sen-
sível de correntes de processo (lado direito) também são vasos de pressão segundo a NR 13
b) Equipamentos pressurizados sujeitos a chama que não se enquadram nas definições
de caldeiras [alínea a) do item 13.3.1 da NR 13], nem de fornos (regulamentados pela
NR14) devem ser tratados como se fossem vasos. São exemplos os incineradores de
enxofre e tratadores de óleo (produção de petróleo) mostrados na figura 1.4.
SO2/SO
Tratador de óleo (campos de petróleo
Figura 1.3 – Exemplos de vasos sujeitos a chama que não se enquadram nas definições de
fornos nem de caldeiras
c) Vasos de pressão encamisados, incluindo autoclaves, panelas de cozinhas industriais
e reatores como mostram os exemplos da figura 1.4, inclusive aqueles que são pressu-
rizados somente do lado da camisa.
O item 13.2 (Campo de Aplicação) define os limites dentro dos quais a NR 13 deve ser aplicada:
a) Vasos de pressão cujo produto P.V seja superior a 8,0 onde:
P = máxima pressão de operação em kPa e
V = volume interno em m3.
b) Vasos que operem com fluido classe A independentemente do valor de seu produto P.V
e do diâmetro.
Recipientes móveis são definidos no glossário da NR 13 como sendo aqueles que podem ser
movimentados no interior ou entre instalações, mas não são transportáveis (destinados ao
transporte), conforme mostram as figuras 1.6 e 1.7 respectivamente. Estes devem obedecer a
todos os requisitos da NR 13 se seu produto P.V for superior a 8,0 kPa.m3 ou se o fluido com
que trabalham for classe A.
Recipientes transportáveis estão definidos no glossário da NR 13, como sendo “aqueles são
projetados e construídos para serem transportados pressurizados”, projetados e construídos
conforme normas específicas
Eles não precisam obedecer a NR 13 porque existe uma vasta regulamentação do ministério
dos transportes e do Inmetro, que orienta seu projeto, sua fabricação e inspeção. Figuras 1.9 e
1.10.
b) recipientes transportáveis de GLP com volume inferior a 500 litros e certificados pelo
INMETRO
c) vasos destinados à ocupação humana tais como os usados por mergulhadores (são
regulamentados pelo ASME PVHO1 (Safety Standard for Pressure Vessels for Human
Occupancy);
Este tipo de equipamento deve ser inspecionado, mas não precisa atender aos demais requi-
sitos da NR 13.
Os acessórios que têm contato com o fluido movimentado pela máquina como por exemplo
pulmões, filtros, Inter coolers e acumuladores de pressão de óleo de sistemas hidráulicos não
são considerados auxiliares e devem obedecer todos requisitos da NR 13. Ver figuras 1.6 e 1.7.
Figura 1.13 – Acessórios de máquinas que devem obedecer integralmente à NR 13 pois não
fazem parte de sistemas auxiliares. À esquerda pulmão de compressores de ar e à direita con-
densador de líquido refrigerante de um sistema de refrigeração.
Esfriador de óleo
é auxiliar
Pulmões
Não enquadrado
São NR 13
Figura 1.15 – Acessórios auxiliares devem ser inspecionados, mas não precisam atender aos
demais requisitos da NR 13.
Figura 1.19 – Permutadores de placas engaxetadas (esquerda) devem ser inspecionados, po-
rém não precisam atender aos demais requisitos da NR13. Permutadores de placas soldadas
por difusão (direita) ou brasagem devem obedecer todos os requisitos da NR13 quando seu
produto P.V> 8,0Kpa.m3.
k) “Geradores de vapor não enquadrados em códigos de vasos de pressão”
combustão
gases de
combustível
água
Figura 1.20 – Equipamentos que produzem, mas não acumulam vapor, não são precisam aten-
der aos requisitos relativos a caldeiras nem a vasos, exceto se tiverem sido projetados por
código de vasos de pressão. Neste caso devem ser enquadrados na NR 13 como vasos.
n) e o) vasos fabricados com plástico reforçado com fibra de vidro (PRFV):
que operam com pressão positiva ou negativa,
com fluidos classe A ou B e
com P.V>8,0kPa.m3,
devem ser inspecionados, mas não precisam obedecer aos demais requisitos da NR 13.
Entendemos que vasos de PRFV que operam com fluidos C e D ou cujo produto P.V seja
inferior a 8,0 kPa,m3 não precisam ser inspecionados
1.1.2.3 - Filtros
Filtros são vasos de pressão (devem obedecer a NR 13) quando seu produto P.V é superior a
8,0 kP.m3 ou operam com fluido classe A, exceto quando são caracteristicamente acessórios
de tubulação conforme mostram as fotos a seguir:
Figura 1.23 – Vasos de pressão cuja função no processo é filtragem. Foto da esquerda: fábrica
de alimentos. Da direita: filtros de carvão ativado de uma unidade de produção de vapor.
Para distinguir estes dois tipos de filtros devemos levar em conta o conjunto dos se-
guintes fatores:
é individualizado no projeto (possui tag próprio)?
possui projeto detalhado, com condições de projeto, desenho de conjunto, deta-
lhes e procedimento de soldagem, lista de materiais, etc,?
no seu projeto foi adotado um código de vasos?
possui base propria?
são de médio ou grande porte?
seu diâmetro é muito superior ao da linha?
Se a maioria das respostas forem positivas o equipamento certamente será um vaso
de pressão.
1.2.2 – Tipos
A figura 1.24 mostra as diversas formas e orientações que podem ser adotadas no projeto e
construção de vasos de pressão.
1.2.3 - Casco
É o componente (“parede”) do vaso que suporta a pressão, composta pelo corpo (geralmente
cilíndrico ou esférico) e das tampas que podem ser torosféricas, elipsoidais, esféricas, cônicas
ou planas. Na grande maioria dos casos os cascos são confeccionados por chapas laminadas,
podendo também ser eventualmente forjados, fundidos ou multicamadas.
distância entre tangentes
comprimento do corpo
Até 2 polegadas: ½
luva com solda de en-
caixe ou rosqueada
Figura 1.30 - Exemplos de bocais ou conexões flangeadas e com ½ luva (até 2”)
Figura 1.34 - Bandejas com borbulhadores tipo campânula, detalhes do borbulhador e alça-
pões
Também são muito utilizadas bandejas com borbulhadores valvulados cuja “campânula” se mo-
vimenta entre dois batentes permitindo variação da área de passagem em função diferença de
pressão entre as partes superior e inferior da bandeja.
Leito ou
recheio
Grade
Gases ou
vapor
anéis de enchimento
anéis de Raschig tipo Pall
Figura 1.37 - Leito ou recheio
vapor
demister
vapor
+
gotas
Solda contínua
Figura 1.39 – Suporte tipo sela ou berço (vasos horizontais). Vasos que trabalham aquecidos
podem necessitar furos oblongos na base conforme mostra o desenho à esquerda
1.2.10 - Revestimentos:
Revestimentos Externos
Os revestimentos externos normalmente servem para isolar termicamente o vaso da atmosfera
com o objetivo de minimizar perdas de calor ou proteger os operadores contra queimaduras.
Calha protetora
Revestimento
Revestimentos Internos
Muitos revestimentos internos têm a função de proteger o casco contra o desgaste por corrosão
ou erosão. Podem ser metálicos ou plásticos (elastômeros). Os revestimentos metálicos podem
ser feitos com chapas caldeadas ao metal base por um processo de laminação à quente com
aplicação de um fundente na interface das duas chapas ou então por explosão. As chapas as-
sim revestidas são chamadas de chapas “cladeadas” ou simplesmente “clad”.
Sem interface
Continuidade metálica
Figura 1.47 - Revestimento por deposição de solda elétrica manual (esquerda) e a arco sub-
merso (a direita) com consumível em forma de tira.
Os revestimentos metálicos por aspersão térmica também são empregados com estas mesmas
finalidades (proteção contra corrosão ou erosão), porém sua confiabilidade é muito inferior aos
revestimentos soldados, não sendo recomendados para temperaturas elevadas. Em contrapar-
tida sua aplicação é mais rápida e barata.
Os revestimentos plásticos e pintura podem ser empregados quando a temperatura não é ele-
vada. São muito usados revestimentos com resinas (epóxi, acrílica, poliamidas, etc.) combina-
das com fibras ou flocos de vidro para maior proteção ou elastômeros laminados (ebonite, ne-
oprene, borracha, etc.).
“C”
Vapor de água
Gases asfixiantes simples I II III IV V
Ar comprimido
“D”
Outro flúido. II III IV V V
Onde
P = pressão máxima de operação em MPa (1MPa = 10,197kgf/cm2)
V = volume interno em m 3
O produto P.V representa a quantidade de energia mecânica armazenada no vaso (1) sendo,
portanto, uma medida dos danos que poderiam ser provocados por sua explosão ou colapso.
Limites para classificação fluidos:
São denominados produtos inflamáveis aqueles que têm ponto de fulgor abaixo de 70oC. Pro-
dutos combustíveis são aqueles que ponto de fulgor entre 70 oC e 93,3oC. Esta classificação é
apresentada na Norma Regulamentadora (NR) no 20 do Ministério do Trabalho.
1.4 – Normas:
1.4.1 - Os códigos de projeto são um conjunto coerente de critérios para a escolha de mate-
riais, cálculos de dimensionamento, controle de qualidade de fabricação e montagem, qualifi-
cação e certificação de processos e pessoal, etc. Como estes critérios são interdependentes é
totalmente contraindicado a aplicação parcial de um código de projeto ou até mesmo a adoção
de partes de uma edição de um determinado código associada com partes de outra edição do
mesmo código. Os principais documentos utilizados no Brasil são:
ASME Seção VIII, Divisão 1 - projeto convencional de vasos de pressão
ASME Seção VIII, Divisão 2 - regras alternativas para projeto de vasos de pressão:
adota regras mais rigorosas que a divisão 1 para seleção de materiais e controle de
qualidade, permitindo um dimensionamento mais preciso baseado em análise de ten-
sões que resulta em menores espessuras.
normas PETROBRÁS: estabelecem requisitos adicionais ao código ASME para tipos
especiais de vasos de pressão, baseados na experiência operacional da empresa. As
mais importantes são as seguintes: esferas de armazenamento de gás, vasos para
baixa temperatura, vasos para serviço com hidrogênio, vasos para serviço com soda,
vasos sujeitos à corrosão sob tensão;
1.4.2 - Algumas normas de inspeção definem condições e critérios segundo os quais devem
ser feitas as inspeções periódicas de vasos que se encontram em serviço. As principais são:
NR 13 - norma regulamentadora número 13 do Ministério do Trabalho: define a requisitos
básicos de instalação (projeto), exigências relativas à manutenção e operação de vasos,
requisitos de inspeção (inclusive periodicidade) além da documentação que deve ser
mantida para vasos de pressão.
API 510 – Pressure Vessels Inspection Code - norma publicada pelo Americam Petroleum
Institute e que define as condições em que os vasos de pressão devem ser examinados
periodicamente.
ANSI/NB 23 – National Board Inspection Code – Código publicado pelo National Board of
Boiler and Pressure Vessels Inspection que regulamenta oficialmente a inspeção e ma-
nutenção de caldeiras, vasos de pressão e válvulas de segurança nos Estados Unidos e
Canadá
API RP 572 – Prática recomendada para inspeção de vasos de pressão.
Institute of Petroleum (IP) - Model Code of Safe Practice - Part 12 - Pressure Vessels
Examination - é a norma inglesa que regulamenta a inspeção periódica de vasos de pres-
são que se encontram em serviço.
Outros documentos menos utilizados:
British Standard 5500 - Unfired Fusion Welded Pressure Vessels - código inglês de pro-
jeto de vasos soldados
A D Merkblat - (Associação alemã dos construtores de vasos de pressão) também pu-
blica um código de projeto de vasos
ABNT NB 109 - era a norma brasileira de projeto de vasos que foi cancelada. Atualmente
a ABNT recomenda o uso do código ASME VIII.
Neste capítulo concentraremos nossa atenção nas normas que regulamentam o projeto a fa-
bricação e montagem de vasos de pressão.
Seção Assunto
I Construção de caldeiras de potência
II Materiais:
Parte A: ferrosos - especificação
Parte B: não ferrosos - especificação
Parte C: consumíveis – especificação
Parte D: propriedades
III Componentes nucleares
subseção NCA - exigências gerais
Divisão 1 - componentes e apêndices
Divisão 2 - reatores de concreto e vasos de contenção
IV Caldeiras de aquecimento
V Exames não destrutivos
VI Cuidados com caldeiras de aquecimento
VII Cuidados com caldeiras de potência
VIII Vasos de pressão
Divisão 1 - regras tradicionais
Divisão 2 - regras alternativas
Divisão 3 – vasos com pressão de projeto > 10.000 psi
IX Qualificações de soldagem e brazagem
X Vasos de plástico reforçado com fibra
XI Inspeção de componentes nucleares em serviço
XII Regras para construção e serviço continuado de tanques de trans-
porte
Figura 1.51 – Válvula controladora que provoca a expansão de gás liquefeito, permanente-
mente congelada devido a condensação e solidificação da umidade atmosférica.
Observação: quando o vaso está sujeito a mais de uma combinação de pressão e temperaturas
máximas, devem ser considerados como pressão e temperatura de projeto os valores mais
críticos, isto é o par de valores que ocorre simultaneamente e que resulta nas maiores espes-
suras. A temperatura e pressão de projeto devem estar sempre associadas.
Tensão mecânica: força aplicada em uma peça ou material dividida pela área de sua seção
transversal.
L
D 2
Area =
F 4
F
D
Tensão = = F/Área
Este cálculo deve levar em conta a combinação de pressão em temperatura, que podem ocorrer
simultaneamente no vaso, que resulta no maior valor de espessura mínima.
Exercício 1: calcular a espessura mínima da parte cilíndrica do casco de um vaso com as se-
guintes características:
Pressão de projeto = P = 20kgf/cm2
Temperatura de projeto = Tp = 400oC
Material: ASTM A 515 gr 60
Diâmetro interno = Di = 120cm
Soldas de topo sem mata juntas
Exame radiográfico por amostragem E = 0,85 (tabela na página)
Solução:
Na tabela UCS23 do ASME Seção II encontramos os seguintes valores referentes ao aço A515
gr60:
Limite de resistência mínimo = 55.000psi = 3873kgf/cm2
Limite de escoamento mínimo = 30.000psi = 2112kgf/cm2
Tensão admissível:
até 650oF (343oC) Sa = 13.800psi = 971kgf/cm 2
700oF (371oC) Sa = 13.300psi = 937kgf/cm 2
750oF (399oC) Sa = 12.100psi = 852kgf/cm 2
800oF (426oC) Sa = 10.200psi = 718kgf/cm 2
850oF (454oC) Sa = 8.400psi = 591kgf/cm 2
Como Tp = 400oC tiramos da tabela acima o valor de Sa = 12.100psi = 852kgf/cm 2
Substituindo os valores na fórmula acima teremos:
20 60
em = = 1,685cm = 16,85mm
852 0,85 − 0,6 20
Definições:
Sobre espessura de corrosão (C) é um valor que deve ser acrescentado à espessura mínima
calculada de modo que o vaso tenha uma vida útil (Vu) satisfatória. Deve ser determinada com
base na velocidade de corrosão (Tc) prevista, ou seja: C = Tc.Vu
Espessura de projeto (eP) é a soma da espessura mínima somada com a sobre espessura de
corrosão:
ep= em + C
Espessura nominal é o valor de espessura padronizado pelas especificações de chapas, ime-
diatamente superior à espessura de projeto.
Figura 1.53 - Definição das espessuras mínima (em), de projeto (ep), nominal (en) e real (er)
Solução:
A sobre espessura de corrosão será: SC=C.VU=0,1x20=2,0mm
espessura de projeto será: ep=emin+SC=16,85+2,0=18,85mm
espessura nominal = bitola comercial imediatamente superior ou seja en=3/4”=19,05mm
A fórmula adotada pelo ASME para cálculo da PMTA do corpo cilíndrico de um vaso confirma
que o critério que deve ser adotado é o corroído-quente.
𝑆.𝐸.𝑒
𝑃𝑀𝑇𝐴 = (ASME VIII, UG 27)
𝑅+0,6𝑒
Figura 1.54 - Classificação das juntas soldadas segundo o ASME VIII - UW3.
Esta classificação é função do nível de tensões aos quais as juntas soldadas estão submetidas.
As soldas longitudinais suportam as tensões circunferenciais que são aproximadamente o do-
bro das tensões longitudinais conforme mostra a figura 1.55. Esta classificação tem por finali-
dade aplicar controle de qualidade mais rigorosos nas soldas (longitudinais) que suportam mai-
ores tensões.
Vaso cilíndrico
submetido a Pinterna
c = 2L
L
L c = P.r/e
c
L= P.r/2e
No P Grau Material
1 1,2,3 e 4 Aço ao carbono e C-Mn-Si (A106, A285, A155, A216, A105, A515,
A516)
3 1,2 Aço C-Mo e Cr-Mo - até 0,5%Cr e 0,5%Mo (A155grCM70, A182grF1 e
F2)
4 1,2 Aço Cr-Mo até 1,25%Cr e aço Ni-Cr-Mo até 1%Ni (A155gr1 ¼%Cr,
A182 grF11/F12, A217grWC6, A335grP11/P12, A387gr11/12)
5 1 Aço Cr-Mo até 3,0%Cr (A155gr2 ¼%Cr, A182grF21/F22, A217grWC9,
A335 grP21/P22, A387gr21/22)
5 2 Aço Cr-Mo até 9,0%Cr (A182grF5/F7/F9, A217grC5/C12, A335gr
P5/P7/P9, A387gr5)
6 1,2,3 e 4 Aços inox com 11 a 13% Cr - chapas, tubos, forjados e fundidos
(AISI410, F6 e CA15)
7 1,2 e 3 Aços inox ferríticos com 12 a 18%Cr - chapas, tubos forjados (AISI 405,
410S, 430, F430, etc.)
8 1,2 e 3 Aços inox austeníticos - chapas, tubos, forjados e fundidos (AISI304,
309, 310, 316, 317, 321, 347, CPF8, CPF3, etc.)
9A e B 1 Aços ao Ni até 3 ½ %Ni - chapas, tubos, forjados e fundidos
10A a 10I 1 Aços Mn-V, Cr-V, Cr-Mn-Si, inox de alto Cr (AISI446 - 26%Cr), etc.
11 A 1 a 6 Aços com Ni até 9% e Mn-Mo-Ni
11B 1 a 9 Chapas e forjados de aço liga Cr-Mo e Cr-Mo-Si até 2 ¼%Cr (A517 gr
A/B/D/F/ P) - temperados e revenidos.
22, 23, 25 - Alumínio e suas ligas
32 a 35 - Cobre e suas ligas
41 a 46 - Níquel e suas ligas
51 e 52 - Titânio e suas ligas
61 - Zircônio puro
Tensões
transversais.
Após TT
Tração
Compresão
Inspeção de Vasos - Chainho
Figura 1.58 – Tensões residuais de soldagem
42
Além disso, o ciclo térmico da soldagem pode provocar, em alguns materiais, transformações
metalúrgicas que prejudicam muito suas propriedades mecânicas. O exemplo mais conhecido
é o dos aços temperáveis cujas soldas apresentam tenacidade muito baixa no metal depositado
e na zona termicamente afetada.
Como estes dois efeitos são muito prejudiciais, os códigos de projeto geralmente estabelecem
limites de espessura acima dos quais os materiais devem sofrer tratamento térmico de pós
soldagem, porque este é o meio mais eficiente para regenerar suas propriedades. O código
ASME VIII determina estas espessuras limite para cada grupo de materiais (“Pnumber”). Para
os aços carbono e aços liga esta informação encontra-se na tabela UCS 56.
Mencionamos, como exemplo, o caso dos aços ao carbono (Pnumber 1 graus 1,2 e 3) para os
quais é exigido o tratamento térmico quando a espessura nominal for superior a 1¼ polegadas
podendo ser dispensado para espessuras entre 1¼ e 1½ polegadas se a solda for feita com
pré aquecimento de 200o F, no mínimo.
Outro exemplo: para os aços do grupo Pnumber 5 (aços Cr-Mo até 9%Cr) o tratamento térmico
é obrigatório qualquer que seja o valor da espessura.
Estas mesmas tabelas também definem:
a temperatura de tratamento térmico;
tempo que o material deve permanecer nesta temperatura;
velocidades de aquecimento e esfriamento máximas permitidas.
Por exemplo: as condições de tratamento térmico recomendadas para os aços ao carbono e
baixa liga são:
temperatura de tratamento: 1000o F (593oC)
tempo de tratamento:
para espessuras até 2 polegadas: 1h/polegada (15 minutos no mínimo)
para espessuras maiores: acrescentar 15 min. para cada polegada acima de 2.
não é necessário controlar as velocidades de aquecimento e esfriamento em tempera-
turas inferiores a 800o F (427o C);
para temperaturas maiores a velocidade de aquecimento não pode ser superior a
400oF/h/polegada de espessura (204o C). Não deve ultrapassar 400 oF/h qualquer que
seja a espessura;
o esfriamento deve ser feito no forno numa velocidade não superior a 500 o F/h (260oC).
Abaixo de 800o F (427o C) o vaso pode ser esfriado ao ar.
seguir
Deformação após o esfriamento
Região aquecida
NORMA
Bs5500 ASME VIII Div. 1 ISO DIS2694
extensão a ser aquecida para
cada lado da soldas de topo 2,5 R.t 2.t 2,5 R.t
(I/2)
extensão da região a ser
aquecida para cada lado de 2,5 R.t 12t + maior 2,5 R.t
solda de bocais (I/2) largura do bocal
extensão da região a ser
isolada para cada lado da 5 R.t
solda (A/2)
a temperatura nas bor- a temperatura nas
gradiente térmico das da região aque- bordas da região
cida deve ser menor não especifica aquecida deve ser
que ½ temperatura menor que ½ tempe-
máxima ratura máxima
velocidade de esfriamento 220o C/h/pol 260o C/h/pol 260o C/h/pol
o o
velocidade de aquecimto 220 C/h/pol 204 C/h/pol 220o C/h/pol
PMTA acumulação
Pabertura da PSV
Pprojeto
Poperação
Figura 1.64 – DCBI tipo intertravamento (sistema mecânico que obriga a abertlura de uma das
válvulas quando se aciona o fechamento da outra) no bloqueio da entrada das PSVs e lacre
na saída. Em ambos os casos os DCBIs estão associados a placas de advertência
Vaso de pressão
Ex
Figura 1.68 – Excelentes condições de ventilação, iluminação, saídas independentes. Válidas
tanto para cadeiras como para vasos.
d) iluminação conforme normas vigentes;
e
e) sistema de iluminação de emergência.
vasos instalados em ambientes abertos devem satisfazer as alíneas a), b), d) e e) rela-
cionadas acima. A norma não esclarece se a obrigatoriedade de iluminação de emer-
m
gência se aplica também para os vasos que operam somente no período diurno;
o:
Quando não for possível atender todas estas exigências, deve ser elaborado um projeto alter-
nativo com medidas complementares visando a atenuação dos riscos.