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Banca examinadora:
(Albert Einstein)
AGRADECIMENTOS
O presente trabalho tem por objetivo propor a otimização de um motor de 1.0 litro
para atingir melhor performance, utilizando tecnologia já desenvolvida, como
turbocompressor, injeção eletrônica de última geração e movido a gás natural veicular
(GNV). Montaremos uma proposta de desenvolvimento de um motor com 1.0 litro e alto
desempenho, para ser aplicado em larga escala em veículos populares, sem com isso
alterar as características originais de projeto do motor, ou o mínimo de alterações
necessárias para que o desenvolvimento se torne atraente sob o ponto de vista econômico.
Esperamos, assim, melhorar a motorização de veículos com acréscimo de potência, e
popularizar a utilização de turbocompressor e do GNV.
ABSTRACT
This work aims to present the optimization process of a 1.0L engine for better overall
performance. Using market available technology as turbocharger, last generation electronic
injection and Vehicular Natural Gas (i.e. VNG) as fuel. We are going to set up a development
proposal of a high performance 1.0L displacement engine to be applied in wide scale in
popular vehicles, keeping the modification of the original characteristics of the base line
engine project at a minimum, so as to make it attractive for commercialization. Summarizing,
we hope to achieve a higher performance level of popular vehicles while at the same time
disseminating the use of turbochargers and VNG.
Sumário
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 11
LISTA DE TABELAS 13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 14
LISTA DE SÍMBOLOS 15
1 – INTRODUÇÃO 17
1.1 - ALTERNATIVAS ENERGÉTICAS 17
1.2 – O USO DO GÁS NATURAL 17
1.3 - A PROPOSTA DO TRABALHO 19
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 21
2.1 - CICLOS TERMODINÂMICOS 21
2.1.1 - Ciclos padrão a ar 21
2.1.2 - Ciclo padrão a ar Otto 21
2.2 - PROPRIEDADES DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA 24
2.2.1 – Torque 24
2.2.2 – Potência 25
2.3 - RENDIMENTOS NO MOTOR A COMBUSTÃO INTERNA 31
2.3.1 – Rendimentos 31
2.3.2 – Rendimento térmico 31
2.3.3 - Rendimento volumétrico 31
2.3.4 - Rendimento mecânico 32
2.3.5 - Rendimento global 32
2.4 - COMBUSTÍVEIS 33
2.4.1 – Propriedades dos combustíveis 33
2.4.2 – Gasolina 36
2.4.3 – Álcool 37
2.4.4 - Gás Natural Veicular – GNV 37
2.5 - FENÔMENOS INTERNOS NA CÂMARA DE COMBUSTÃO 39
2.5.1 - Processo de queima do combustível 39
2.5.2 – Detonação 41
2.5.3 - Pré – ignição 41
2.6 – TURBOCOMPRESSOR 43
2.6.1 - Descrição e funcionamento 43
2.6.2 – Componentes principais 45
2.6.3 – Modelagem matemática do turbocompressor 46
2.7 - INJEÇÃO ELETRÔNICA 49
2.7.1 – Electronic Control Module (ECM) 49
2.7.2 – Sensores 50
2.7.3 – Atuadores 52
2.7.4 – Sistemas básicos de controle 54
3 – HIPÓTESES ADOTADAS 57
4 – PROCEDIMENTOS 59
4.1 - DESCRIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS 59
4.1.1 – Motor 59
4.1.2 - Injeção eletrônica 59
4.1.3 – Turbocompressor 60
4.1.4 - Kit de conversão para gás natural 60
4.2 - PREPARAÇÃO DO MOTOR 60
4.3 - METODOLOGIA DE ENSAIO 61
5 – RESULTADOS 65
5.1 - VERIFICAÇÃO DO MOTOR (COMPARAÇÃO 2003 X 2004) 65
5.1.1 – Curvas de comparação 2003 x 2004 66
5.2 - MOTOR ORIGINAL 70
5.2.1 - Valores obtidos em dinamômetro (WOT) 70
5.2.2 - Curvas do motor original (aspirado) 72
5.3 - MOTOR ALTERADO (TURBOALIMENTADO) 76
5.3.1 - Valores obtidos em dinamômetro (WOT) 76
5.3.2 - Curvas do motor alterado (turboalimentado) 78
5.4 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS (ASPIRADO X TURBOALIMENTADO) 82
5.5 - PRESSÕES NA CÂMARA DE COMBUSTÃO 86
5.5.1 - Curvas dos picos de pressão 86
5.6 - CÁLCULO DOS RENDIMENTOS 88
6 – CONCLUSÕES 90
7 – BIBLIOGRAFIA 93
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1- INTRODUÇÃO
2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O ciclo padrão a ar é utilizado apenas para facilitar o estudo do ciclo real, permitindo
analisar qualitativamente a influência das variáveis no desempenho do ciclo.
Um motor de combustão interna opera segundo um ciclo aberto, pois o fluido de
trabalho não passa por um ciclo termodinâmico completo, ou seja, antes de completar um
ciclo, os gases, produtos da combustão, são trocados por uma nova mistura. No ciclo
padrão a ar, consideramos um ciclo fechado, que se aproxima do ciclo real aberto e que é
baseado nas seguintes hipóteses:
• Fluido de trabalho é o ar puro e é tratado como um gás perfeito;
• A massa de ar é fixa e constante, portanto não há admissão nem escape;
• A combustão é substituída por um fornecimento de calor de uma fonte externa;
• Fechamento do ciclo é feito pela transferência de calor do fluido ativo para uma fonte
fria;
• Os processos de compressão e expansão são considerados isoentrópicos;
• Todos os processos são internamente reversíveis.
Wc = W 2 – W 1 (1)
No diagrama T-S (Figura 2.1), a área sob a curva 2-3 representa o fornecimento de
calor ao sistema (Q1) com o objetivo de simular a combustão e, a área sob a curva 1-4
22
velocidade do pistão, e este tempo será estudado mais adiante, pois a partir de seu estudo é
possível atingir maiores trabalhos.
4- Perdas pelo tempo finito de abertura da válvula de escape:
No ciclo teórico, o processo de escape dos gases de combustão foi substituído por
uma isocórica, onde cede-se calor para uma fonte fria a fim de obter o fechamento do ciclo.
No ciclo real o tempo de abertura da válvula de escape para a saída dos gases sob pressão
é finito, sendo assim a válvula deve abrir com uma certa antecedência. Quanto mais
adiantada a abertura em relação ao PMI, menor será a área de trabalho positivo, em
contrapartida, menor será a área de trabalho negativo, sendo assim, podemos admitir que a
determinação do instante de abertura da válvula de escape visa otimizar o trabalho.
24
2.2.1 - Torque
T = F×R (4)
Além do torque que definimos anteriormente e cuja sua medição exige a existência
de um dinamômetro, existem outras propriedades que descrevem as qualidades do motor,
seja quanto ao seu desempenho, seja quanto à sua eficiência .
Estas serão descritas juntamente com os seus meios de medição e se classificam
em três tipos, que são:
• Potência Efetiva - Ne;
• Potência de Atrito - Na;
• Potência Indicada - Ni;
2.2.2 - Potência
Potência efetiva
Representada por Ne, é também chamada potência ao freio.
É a potência medida no eixo do motor, conhecido o torque e a rotação através do
dinamômetro.
Esta potência é medida com um dispositivo freiante aplicado ao eixo do motor.
O primeiro dispositivo freiante usado, era chamado de freio de Prony, que nos dias
de hoje foi substituído por modernos dispositivos hidráulicos ou elétricos, que possuem o
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mesmo princípio básico de funcionamento. Na prática, o freio de Prony só pode ser utilizado
para pequenas potências.
O freio de Prony é constituído de duas borboletas, por intermédio das quais se pode
aumentar ou diminuir o momento freiante.
A potência do eixo do motor absorvida pelo freio é transformada e dissipada na
forma de calor.
No caso do freio de Prony, tem-se muita dificuldade na dissipação deste calor, o que
limita o seu uso para pequenas potências e, portanto, restringe-se apenas para aplicações
didáticas. Logo, freios de maior aplicação na prática são: os hidráulicos, que normalmente
utiliza-se água como meio frenante, e os elétricos que se utiliza de um campo elétrico ou
magnético para frear.
O valor do momento é medido através de uma balança colocada na extremidade do
braço.
Utilizando o princípio do freio de Prony, a potência efetiva do motor pode ser obtida
do seguinte modo:
N e = F × R ×ϖ (5)
Ne = T ×ϖ (6)
Ne = T × 2 ×π × n (7)
Ne = 2 ×π × n ×T (8)
T ×n
Ne = (10)
716,2
Ne = 2×π × n × F × R (11)
Ne = K × F ×n (12)
Exemplo:
Para dinamômetro com braço de 0,7162m, temos:
2 × π × F × 0,7162 (13)
Ne =
60 × 75
n× F (14)
Ne =
1000
Ne = K × F × n (15)
Potência de atrito
É a potência consumida internamente pelo motor, para vencer o atrito entre as partes
mecânicas em movimento. Podemos notar que não é só o atrito que consome potência do
motor, mas sim todo o sistema que move o motor, como por exemplo: bomba de óleo,
bombas de água, alternador, etc.
A potência de atrito pode ser obtida pelo acionamento do motor de combustão
desligado, por meio de um dinamômetro elétrico, que possa funcionar como motor elétrico.
As expressões para o cálculo são as mesmas que foram indicadas para a potência
efetiva, substituindo no lugar de F, que é lido na balança, acionando o dinamômetro com o
motor de combustão, por Fa, que é lido na balança, acionando o motor desligado com o
dinamômetro.
28
Teste de Morse
Medimos a potência efetiva do motor desligando os cilindros do motor um de cada
vez e lembrando que ao desligar um cilindro a potência mantém-se, mas a potência indicada
diminui de uma quantidade igual àquela desenvolvida por aquele cilindro. Com isso teremos
z medidas, sempre na mesma rotação, graças à utilização do dinamômetro.
Primeiramente temos que:
Ne = Ni − Na (16)
4
∑ Nej = 3 × Ni − 4 × N a (21)
j =1
4
∑ Nej = 3 × (N e + N a ) − 4 × N a (22)
j =1
e portanto:
4
Na = 3× Ne − ∑ Nej (23)
j =1
z
N a = ( z − 1) × N e − ∑ N e j (24)
j =1
29
N a = ( z − 1) × N e − z × N e ' (25)
Potência indicada
É a potência desenvolvida na cabeça dos pistões, pelo ciclo termodinâmico do fluido
ativo. Esta potência pode ser medida se tivermos um indicador de pressões, que permita
traçar o ciclo do fluido ativo. O trabalho indicado é igual à área do diagrama p-V fornecido
pelo aparelho.
W = ∫ p × dV (26)
n
N i = Wi × (27)
x
30
Figura 2.6: Relação entre o calor fornecido e as potências definidas para o motor
31
2.3.1 - Rendimentos
Ni
ηT = . (28)
Q
ρe ⋅V ⋅ n
m ae = (29)
x
Pe
ρe = (30)
k ⋅t
Então, o rendimento volumétrico pode ser calculado por:
.
ma
ηV = .
(31)
m ae
Ne
ηg = .
ou η g = η T ⋅ η m (33)
Q
33
2.4 – COMBUSTÍVEIS
Densidade
A densidade dos combustíveis líquidos não é especificada, mas de acordo com a
mistura dos hidrocarbonetos varia entre 0,70 a 0,76 kg/l. O consumo de combustível em um
motor é inversamente proporcional à sua densidade, ou seja, quanto mais denso, menor o
consumo.
Poder calorífico
É a quantidade de calor produzido por um (1) quilograma de combustível, quando
este entra em combustão e é queimado completamente, ou seja, com excesso de ar, sendo
os gases resultantes da combustão resfriados, de modo que o vapor de água contido seja
34
totalmente condensado. Obtém-se então um valor conhecido como poder calorífico superior
(pcs). Este valor não é utilizado no dimensionamento de motores térmicos, pois o mesmo é
acrescido do calor latente do vapor d’água.
No cálculo e dimensionamento de um motor de combustão interna, para que o
mesmo forneça determinada potência, é necessária a subtração do calor latente do vapor
d’água na determinação do calor específico. Esse novo valor é conhecido como poder
calorífico inferior (pci), que possui a mesma definição do pcs, sendo os gases resultantes da
combustão resfriados até o ponto de ebulição da água, evitando que a água contida nos
gases da combustão seja condensada.
Volatilidade de um combustível
Podemos definir como volatilidade de um combustível líquido a porcentagem deste
que evapora a uma temperatura definida, quando a pressão atuante for de um (1)
atmosfera, ou seja, a denominação dada aos combustíveis líquidos que, em condições
ambientes, facilmente passam à fase vapor.
A volatilidade de um combustível está diretamente ligada ao bom funcionamento do
motor, mas sempre mantendo essa propriedade dentro da faixa padronizada pelas normas
ASTM e/ou ABNT.
Um combustível com volatilidade baixa prejudica a partida a frio e aumenta o tempo
necessário para que o motor atinja a temperatura ideal de funcionamento. Também a
distribuição para os cilindros pode ser prejudicada, ficando desbalanceada, com a
vaporização total do mesmo ocorrendo durante a combustão. Com isso, o consumo de
combustível aumentará significativamente.
Se for muito volátil, atingirá a vaporização muito rapidamente e irá superaquecer o
sistema de admissão. Esses vapores têm um volume específico muito grande e ocuparão
parte do volume que deveria ser ocupado pelo ar. Com menos ar na câmara de combustão,
o rendimento volumétrico do motor será reduzido, e consequentemente a potência
produzida será menor. Esta formação de vapor de combustível no sistema de alimentação
pode reduzir ou até interromper o fluxo de combustível, causando parada do motor.
Corrosividade
Os combustíveis líquidos, derivados de petróleo, podem conter impurezas como
enxofre e compostos do mesmo, que podem oxidar-se durante a combustão. Na presença
de água, formam ácidos sulfuroso e sulfúrico, que atacam as superfícies dos cilindros e
pistões. Geralmente esta reação acontece em temperaturas baixas, no aquecimento do
motor ou no seu desligamento.
2.4.2 - Gasolina
2.4.3 - Álcool
O álcool caracteriza-se por ter uma fórmula básica igual à dos hidrocarbonetos,
onde substitui o hidrogênio por um ou dois radicais OH (hidroxila), e são assim denominados
combustíveis oxigenados. Os álcoois mais importantes são o metanol (CH3-OH) e o etanol
(C2H5-OH). Este último é obtido pela decomposição de substâncias mais complexas como
os açúcares e os amidos, enquanto que o metanol é obtido pela síntese do monóxido de
carbono e do hidrogênio.
No Brasil, utiliza-se principalmente o etanol, ficando o metanol restrito a
importações para alguns casos específicos. O etanol é produzido a partir da cana-de-
açúcar, sendo assim uma fonte de energia renovável, considerada uma alternativa
energética para países de grandes extensões territoriais, pois necessita de grandes áreas
para o plantio de cana-de-açúcar, diminuindo assim a dependência do petróleo.
O metanol é basicamente produzido a partir do gás natural, porém também pode
ser obtido usando-se madeira como matéria-prima. Como visto, tanto o metanol como o
etanol podem ser adicionados à gasolina como aditivos para aumentar a resistência a
detonação.
Apesar de ter um poder calorífico menor que o da gasolina, o álcool tem o NO
maior, sendo mais resistente a detonação, permitindo funcionar o motor com taxas de
compressão mais elevadas, e proporcionando um melhor rendimento térmico. Em
contrapartida, quando funcionando com álcool, o consumo de combustível de um motor
aumenta, pois como seu poder calorífico é inferior, é necessária maior massa de
combustível para que a mesma quantidade de energia seja disponibilizada pelo motor.
Geralmente, o consumo de combustível para motores a álcool é de 20 à 25% maior do que
o consumo de gasolina, para um mesmo motor.
Assim como o petróleo, o gás natural precisa ser tratado antes de sua
comercialização. Assim que o gás natural é retirado de uma jazida, passa por vasos
depuradores para separar as partículas líquidas (água e hidrocarbonetos líquidos) e sólidas
(pó, produtos de corrosão). Se o nível de resíduos de enxofre estiver em excesso, o gás
passa por unidades de dessulfurização. Depois, o gás é transferido para as Unidades de
Processamento do Gás Natural (UPGN). Parte do gás natural pode ser aproveitado para
estimular a recuperação do petróleo através dos métodos de reinjeção de gás.
38
Nas Unidades de Processamento de Gás Natural, UPGN, o gás natural passa por
algumas etapas até estar pronto para comercialização. Inicialmente, é desidratado para
retirar o vapor d'água existente, e em seguida, sofre um processo de absorção com
refrigeração ou de turbo expansão, com a finalidade de separar as frações pesadas,
atendendo às exigências do mercado e do meio ambiente. O resultado final é a produção de
gás natural residual (metano e etano), gás natural liqüefeito (propano e butano - também
conhecido como gás de cozinha) e C5+ (gasolina natural - transportada para as refinarias
para futuro processamento).
O gás, assim, chega ao consumidor, que pode ser residencial, comercial, industrial
(como matéria-prima, combustível e redutor siderúrgico) ou automotivo.
O GNV apresenta importantes vantagens técnicas que, se comparadas com os
combustíveis tradicionais, gasolina, álcool e óleo diesel, o coloca como uma promissora
alternativa de combustível automotivo:
• Temperatura de auto-ignição superior, o que o torna mais seguro quanto ao manuseio;
• Menor densidade que o ar atmosférico, esta é uma propriedade muito importante para
um combustível gasoso, pois em caso de vazamento, possibilita sua rápida dissipação
na atmosfera, reduzindo a probabilidade de ocorrência de grandes concentrações,
aumentando o risco de explosões;
• Não é tóxico nem irritante no manuseio, ao contrário do pensamento da grande maioria
dos usuários;
• A combustão do GNV com excesso de ar é muito próxima da combustão completa;
• Reduzir os resíduos de dióxido de carbono e vapor d’água e inibir a formação de
resíduos de carbono no motor , o que aumenta sua vida útil e o período entre
manutenções;
• Em função da baixa formação de resíduos da combustão e por ser um combustível limpo
e seco que não se mistura nem contamina o óleo lubrificante, permite um maior intervalo
entre trocas de óleo, sem comprometer a integridade das partes e componentes do
motor.
39
Faísca
Atrasada
Faísca
Adiantada
2.5.2 – Detonação
2.5.3 – Pré-ignição
Devido a alta temperatura, o pistão, a válvula de escape e a vela podem não resistir
aos esforços impostos e, por ser conseqüência da detonação, eis a importância da mesma
ser evitada.
43
2.6 - TURBOCOMPRESSOR
ma
ηv = (34)
m ae
η g = ηt ×η m (35)
ou
N e = m& ae × f × pci × ηt × η m × ηv (37)
mc
f = (38)
ma
ou
.
mc
f = .
(39)
ma
A energia dos gases de escape, que seria perdida para a atmosfera, é utilizada para
comprimir o ar a ser enviado ao motor, possibilitando o aumento da pressão no coletor de
admissão. A figura abaixo apresenta o esquema de funcionamento do turbocompressor.
Turbina
A turbina é acionada pelos gases de escape. Esses gases são direcionados pela
carcaça da turbina que impulsionam e fazem girar seu rotor, produzindo potência que é
transmitida ao compressor através de um eixo solidário ao rotor do mesmo.
Onde:
1- Entrada dos gases;
2- Saída dos gases;
3- Turbina;
4- Compressor;
5- Entrada de ar;
6- Saída de ar sob pressão;
7- Válvula limitadora de pressão (Wastegate).
46
Compressor
O compressor é constituído por uma carcaça e um rotor com um eixo solidário. É
acionado pela turbina através do mesmo eixo, fazendo com que o compressor aspire o ar da
atmosfera e comprima-o no conduto de admissão, aumentando sua entalpia. Com a
elevação da pressão da massa de ar, a mesma torna-se mais densa, ou seja, para um
mesmo volume, estaremos fornecendo ao motor uma massa de ar muito maior àquela que o
mesmo é capaz de aspirar, dando condições do mesmo produzir maior potência.
r r r r r
Teixo = (r2 × Vt2 − r1 × Vt1 ) × m& a (40)
e também:
N c = nc × Teixo (41)
n
m& a = m × ρ × V SW × η v (43)
2
• Para determinar qual será a pressão após a turbina, deve-se partir da pressão
atmosférica externa e determinar quais são as perdas de carga induzidas em função
do duto de escape, abafadores e catalisador. Obtém-se então o valor da pressão de
saída da turbina e pode-se determinar as pressões parciais dos gases de escape,
determinando também a energia que cada componente dos gases residuais irá
fornecer ao rotor;
• Calcula-se a vazão em massa da turbina, através da fórmula abaixo:
Te'
m& t = (44)
Pe'
Te
m& a = (45)
Pe
A eletrônica vem sendo aplicada cada vez mais, à medida que o custo de
desenvolvimento e fabricação vem caindo, proporcionando uma crescente melhora da
relação custo-benefício. O desenvolvimento da indústria eletrônica, da informática e a
imposição das restrições do mercado, fizeram com que a aplicação de elementos de
controle e atuação eletrônicos tenha se tornado obrigatória.
As principais funções do sistema eletrônico agindo no motor são: controlar emissões
de poluentes, garantir a melhor queima do combustível aproveitando ao máximo a energia
disponível, instrumentar veículos para análise de seu desempenho, melhorar a dirigibilidade
do veículo, facilitar análise de falhas e defeitos entre outras funções.
Sensores: convertem um sinal mecânico em elétrico, e enviam este sinal para ser
processado. Na indústria automotiva, os mais comuns são os sensores de velocidade,
posição de borboleta, pressão de óleo e sonda lambda, tendo sua construção básica
50
2.7.2 - Sensores
Map Sensor (mesuring absolut pressure sensor): este sensor é usado para medir a
pressão absoluta do coletor de admissão. Este valor também é usado como parâmetro para
medir a carga de solicitação do motor. Basicamente, é constituído de um diafragma de
silicone conectado a material piezorresistor, onde a variação de pressão causa um
desbalanceamento no circuito interno do sensor (Ponte de Wheatstone), gerando um sinal
elétrico que será amplificado e usado como referência, possibilitando assim criar parâmetros
de medição da pressão que está atuando sobre o diafragma de silicone. Estes sensores são
conhecidos como Silicon-Diaphragm Strain Gage MAP Sensor.
Este tipo de sensor também pode ter uma configuração baseada em capacitores.
São conhecidos como Capacitor-Capsule MAP Sensor e a capacitância C, dada pela
fórmula abaixo é usada para referenciar a alteração de pressão medida. Difere em sua
característica a não linearidade de sua curva, sendo esta a mais difícil de ser calibrada.
∈0 A
C= (46)
d
Air Flow Rate Sensor: usado para medir a massa de ar, é basicamente constituído
como o sensor map, utilizando uma Ponte de Wheatstone, sendo que um de seus
elementos é uma resistência elétrica mantida a temperatura constante. Esta resistência
elétrica é colocada no fluxo de ar que altera a sua temperatura e, conseqüentemente, sua
resistência, causando um desbalanceamento na ponte e gerando assim o sinal elétrico para
referência de medida de massa de ar. Atualmente este tipo de sensor foi eliminado e o
volume de ar é obtido através de métodos indiretos usando-se informações de outros
sensores e através de cálculos matemáticos feito pelo sistema.
Exhaust Gas Oxigen Sensor: usado para medir a quantidade de oxigênio no gás de
escapamento, também conhecido como sensor de O2, ou simplesmente sonda lambda. Sua
função é enviar dados para a ECM a fim de ajustar instantaneamente a mistura
ar/combustível, a fim de deixá-lo a níveis ótimos para o funcionamento do motor.
Pressupondo que a queima da mistura de ar/combustível fosse estequiometricamente
correta, não existiria oxigênio no gás de escape, e à sua não detecção poderia ser conferido
o valor “lambda um”. Este ponto é usado, como referência de trabalho do motor a explosão
por ciclo Otto, como sendo ponto de melhor controle nos níveis de emissões de poluentes.
Seu funcionamento está baseado em reações químicas, constituído na maioria das vezes
por uma ponta de óxido de zircônio sobre lâminas de platina, que em contato com o ar
atmosférico de referência e com íons de oxigênio no gás de escapamento, transforma-se em
uma pilha. O valor do seu sinal dependerá da concentração de oxigênio no gás de escape.
Ar / combustível
λ= (47)
mistura estequiometrica
Knock Sensor: este sensor pode ser caracterizado por um microfone ligado ao bloco
do motor. Uma bobina magnética é calibrada para captar o ruído na faixa de freqüência da
detonação, a fim de informar para a ECM os limites do ponto de ignição.
2.7.3 - Atuadores
Engine Crank: é basicamente uma tabela que, ao calcular a massa de ar, usando o
sensor de pressão absoluta do coletor de admissão, o sensor de temperatura de ar e a
rotação do motor, dosam o combustível, com uma mistura um pouco rica e sem correções
para iniciar a combustão do motor. O ponto de ignição é fixado por tabela.
Idle Speed Control: eliminando-se a carga do motor, o sistema passa para condição
de marcha lenta, controlando a rotação requerida e a mistura ar-combustível na faixa de
economia e controle de emissões de poluentes.
Knock Control: Este sistema tem como função detectar a ocorrência de detonação.
Verificar em qual cilindro e atrasar o ponto para que a detonação não volte a ocorrer.
Bastante complexo, é dividido em dois principais módulos de correção: “correção rápida” e
56
“correção lenta”. A correção rápida detecta a detonação e imediatamente retira alguns graus
de avanço e aguarda o próximo ciclo de queima deste cilindro para verificar se foi suficiente.
A correção lenta tem a capacidade de atrasar e adiantar o avanço da faísca, ciclo após ciclo,
fazendo o sistema se adaptar na melhor condição possível. Estes parâmetros são pré-
determinados e possuem faixas de trabalhos específicas, sendo que o atraso pode variar
em torno de 5 a 10 graus, e o avanço nunca passa do máximo estipulado em tabela. Ainda
existem sistemas de segurança, acionados na medida em que o módulo de detonação não
consiga manter o controle, passando para uma tabela fixa com valores seguros até que a
causa do difícil controle seja detectada.
Estes sistemas descritos não precisam seguir uma regra rígida e podem variar de
acordo com cada fabricante. As possibilidades são muito grandes e a variação de sistemas
de controle vai depender da capacidade que todo o conjunto da injeção eletrônica oferece, e
da capacidade que o calibrador tem de explorar os recursos, ou até mesmo o
desenvolvimento de novas exigências.
57
3 - HIPÓTESES ADOTADAS
• Não são fabricados, para uso comum, veículos movidos somente a gás natural.
Assim, a relação de compressão original do motor foi mantida;
• Uma das formas de melhorar o desempenho do motor é aumentar a razão de
compressão e/ou pressão de sobrealimentação – o valor desse aumento foi
encontrado através de testes em dinamômetro. Com o aumento da razão de
compressão, o rendimento térmico também aumenta, e dessa forma conseguimos
melhor aproveitamento da queima do combustível;
• O motor a ser aplicado nos testes tem um rendimento global na ordem de 28%
(conforme cálculo mostrado no item 5.6). Consideramos, assim, que o motor tem
capacidade não explorada, e pode ser desenvolvido;
• O rendimento volumétrico de um motor é a eficiência no enchimento do cilindro.
Sobrealimentando o motor, o seu rendimento volumétrico não será alterado, já que
este valor só depende do motor em funcionamento nas condições ambiente, mas a
câmara de combustão admitirá mais mistura com o aumento da pressão na
admissão, e com isso o trabalho resultante será maior. Ao instalarmos um
turbocompressor, podemos aproveitar a energia dos gases de escape para fornecer
maior massa de ar para a câmara de combustão, e assim aumentar a eficiência do
motor;
• O GNV tem características antidetonantes melhores que as do álcool, e assim, pode
ser aplicado em motores Otto com razões de compressão e pressões de
sobrealimentação maiores, compensando em muito a conhecida redução de
eficiência do motor pela sua utilização;
• A injeção eletrônica proporcionou todos os meios de controle do funcionamento do
motor, garantindo a segurança e a obtenção da máxima capacidade de
desempenho;
• No motor controlado eletronicamente, a eficiência de queima do combustível foi feita
pela sonda lambda, instalada na saída para o escapamento, que verifica a
quantidade de oxigênio nos gases residuais da combustão e manda as informações
necessárias para que o módulo de controle eletrônico (ECM) faça as devidas
correções. Assim, o controle da mistura ar/combustível é garantido para qualquer
faixa de trabalho do motor;
• Com o sistema de controle de detonação, a ECM pode buscar o limite do ponto de
ignição identificando o problema e fazendo as correções necessárias para que o
58
4- PROCEDIMENTOS
4.1.1- Motor
• Modelo: Fiat-GM família I 1.0L MPFI, 8V, SOCH
• Tipo: 4 cilindros em linha
• Número de mancais principais: 5
• Ordem de ignição: 1-3-4-2
• Diâmetro interno do cilindro: 71,1 mm
• Curso do êmbolo: 62,9 mm
• Razão de compressão: 9,4:1
• Cilindrada: 999 cm³
• Rotação de marcha lenta: 900-1000 rpm
• Potência máxima liquida (ABNT NBR ISO 1585): 44,0 kW (60CV) a 6000rpm
• Momento de força (torque) máximo líquido (ABNT NBR ISO 1585): 81Nm (8,3 kgfm)
a 3000rpm
• Rotação de corte: 6400 rpm:
• Capacidade do cárter do motor: 3,25 l
• Capacidade do filtro de óleo: 0,25 l
• Capacidade do sistema de arrefecimento: 5,9 l
• Tipo de óleo: API-SJ SAE 20W40
• Líquido de arrefecimento: água potável com etileno glicol na proporção de 50%
• Velas: BPR6YE, com folga de 0,8/0,9 mm
• Temperatura de trabalho do líquido de arrefecimento: 90 ºC +/- 3 ºC
4.1.3- Turbocompressor
Curvas base-line:
• Utilizamos os componentes originais do motor;
• O coletor de escape foi conectado diretamente ao sistema de exaustão;
• Os injetores de GNV foram acoplados diretamente ao coletor de admissão, próximos
aos bicos injetores;
• Utilizamos os bicos injetores originais;
• A ECM do kit de conversão GNV foi acoplada a ECM original do motor;
• Os sensores de temperatura, pressão e sonda lambda foram acoplados conforme
necessidade (verificar nas planilhas de dados coletados).
Curvas turbo:
• O turbocompressor foi acoplado entre o coletor de escape e o sistema de exaustão;
• O tubo de pressão foi acoplado entre o turbocompressor e o coletor de admissão;
• A ECM original foi substituída por uma ECM de motor flex fuel 1.8L, sem limite de
corte para rotação;
• Os sensores de temperatura, pressão e sonda lambda foram acoplados aos mesmos
pontos das curvas base line.
61
Demais Equipamentos
• Dinamômetro com capacidade para operar em toda a faixa de rotação do motor em
“WOT”;
• Dispositivos para medição de torque, temperaturas, pressões, consumo de
combustível, sonda lambda.
• Dispositivo controlador de temperatura do motor.
• Bomba para pressurização do combustível.
Limites de temperaturas
• Saída de água: 90ºC +/- 5ºC;
• Ar de admissão: temperatura ambiente entre 20°C e 30ºC
• Óleo: mínimo 80ºC, máximo 130ºC
• Gás do escapamento máximo de 950ºC
62
Limites de pressões
• Óleo: mínimo de 150 kPa, máximo de 450 kPa;
• Combustível: entre 300/400 kPa;
• Coletor de admissão foi definido conforme o desenvolvimento do ensaio;
• Escapamento máximo de 35 kPa.
Dados levantados
• Hora e data;
• Tipo de combustível;
• Rotação;
• Ponto de ignição;
• Vazão de combustível;
• Torque observado;
• Temperaturas: ar de admissão, bulbo úmido, bulbo seco, entrada de água, saída de
água, óleo, escape;
• Pressões: barométrica, no coletor de admissão, no escape, do óleo e do
combustível.
Todas as curvas foram executadas a partir da menor rotação até a maior rotação
especificada, sem interrupções;
Ao final de cada levantamento de dados, o motor foi levado lentamente até a rotação
de 1200rpm e desligado somente após a temperatura de óleo chegar a 110°C;
As correções das curvas foram feitas de acordo com a norma NBR ISO 1585.
Levantamento das curvas com motor original, utilizando GNV como combustível (a
ECM de controle da injeção de GNV foi calibrada de modo a obter um valor fixo de correção
da relação ar/combustível).
• Estabilizamos o motor no ponto de rotação desejado;
• Com a instrumentação especifica, ajustamos o mínimo ângulo de ignição para o
melhor torque;
• Ajustamos o consumo de combustível (l) para o máximo torque observado;
• Fizemos a leitura e gravação dos dados;
• Imprimimos a curva de pressão da câmara de combustão;
• Repetimos o procedimento para cada valor de rotação adotado;
5 - RESULTADOS
TORQUE
100
90
80
70
60
Torque (Nm)
Base-Line 2004
50
40
Base-Line 2003
30
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.1 – Comparação das curvas de torque corrigidos de 2003 x 2004 - Aspirado com gasolina
67
POTÊNCIA
60
50
40
Potência (kW)
Base-Line 2004
30
Base-Line 2003
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.2 – Comparação das curvas de potência corrigidas de 2003 x 2004 - Aspirado com gasolina
CONSUMO ESPECÍFICO
400
350
300
Consumo específico (g/kW.h)
250
Base-Line 2004
200
100
50
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.3 – Comparação das curvas de consumo específico de 2003 x 2004 - Aspirado com gasolina
68
900
800
700
600
Temperatura (ºC)
500
Base-Line 2004
400
Base-Line 2003
300
200
100
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.4 – Comparação das curvas de temperatura dos gases de escape de 2003 x 2004 - Aspirado com
gasolina
TEMPERATURA DO ÓLEO
140
120
100
Temperatura (ºC)
80
Base-Line 2004
60
Base-Line 2003
40
20
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.5 – Comparação das curvas de temperatura do óleo de 2003 x 2004 - Aspirado com gasolina
69
AVANÇO
30
25
20
Avanço (º)
Base-Line 2004
15
Base-Line 2003
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.6 – Comparação do avanço da faísca de 2003 x 2004 - Aspirado com gasolina
LAMBDA
1.000
0.990
0.980
0.970
0.960
0.950
0.940
Lambda
0.920
0.910
Base-Line 2003
0.900
0.890
0.880
0.870
0.860
0.850
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.7 – Comparação das curvas de lambda de 2003 x 2004 - Aspirado com gasolina
70
TORQUE
100
90
80
70
60
Torque (Nm)
Gasolina Aspirado
50
GNV Aspirado
40
Álcool Aspirado
30
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.8 – Curvas de torque corrigidos para gasolina, álcool e GNV – Aspirado
POTÊNCIA
60
50
40
Potência (kW)
Gasolina Aspirado
30
GNV Aspirado
Álcool Aspirado
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.9 - Curvas de potência corrigidas para gasolina, álcool e GNV – Aspirado
73
CONSUMO ESPECÍFICO
700
600
500
Consumo específico (g/kW.h)
GNV Aspirado
300
Álcool Aspirado
200
100
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.10 - Curvas de consumo específico para gasolina, álcool e GNV – Aspirado
900
800
700
600
Temperatura (ºC)
Álcool Aspirado
300
200
100
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.11 - Curvas de temperatura dos gases de escape para gasolina, álcool e GNV – Aspirado
74
TEMPERATURA DO ÓLEO
160
140
120
100
Temperatura (ºC)
Gasolina Aspirado
80
GNV Aspirado
60
Álcool Aspirado
40
20
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.12 - Curvas de temperatura do óleo para gasolina, álcool e GNV – Aspirado
AVANÇO
45
40
35
30
Gasolina Aspirado
Avanço (º)
25
20 GNV Aspirado
15 Álcool Aspirado
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.13 – Comparação do avanço da faísca para gasolina, álcool e GNV – Aspirado
75
LAMBDA
1.000
0.990
0.980
0.970
0.960
0.950
0.940
Gasolina Aspirado
Lambda
0.930
0.890
0.880
0.870
0.860
0.850
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.14 – Comparação das curvas de lambda para gasolina, álcool e GNV – Aspirado
76
TORQUE
140
120
100
Torque (Nm)
80 Gasolina Turbo
GNV Turbo
60
Álcool Turbo
40
20
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.15 – Curvas de torque corrigidos para gasolina, álcool e GNV – Turboalimentado
POTÊNCIA
80
70
60
50
Potência (kW)
Gasolina Turbo
40
GNV Turbo
30
Álcool Turbo
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.16 – Curvas de potência corrigidas para gasolina, álcool e GNV – Turboalimentado
79
CONSUMO ESPECÍFICO
600
500
Consumo específico (g/kW.h)
400
Gasolina Turbo
300
GNV Turbo
100
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.17 – Curvas de consumo específico para gasolina, álcool e GNV – Turboalimentado
1000
900
800
700
Temperatura (ºC)
600
Gasolina Turbo
500
GNV Turbo
400
Álcool Turbo
300
200
100
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.18 – Curvas de temperatura dos gases de escape para gasolina, álcool e GNV – Turboalimentado
80
TEMPERATURA DO ÓLEO
140
120
100
Temperatura (ºC)
80 Gasolina Turbo
GNV Turbo
60
Álcool Turbo
40
20
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.19 – Curvas de temperatura do óleo para gasolina, álcool e GNV – Turboalimentado
PRESSÃO DO COMPRESSOR
80
70
60
50
Gasolina Turbo
Pressão (kPa)
GNV Turbo
40 Álcool Turbo
30
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.20 – Curvas de pressão do compressor para gasolina, álcool e GNV – Turboalimentado
81
AVANÇO
35
30
25
20
Avanço (º)
Gasolina Turbo
15 GNV Turbo
Álcool Turbo
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.21 – Comparação do avanço da faísca para gasolina, álcool e GNV – Turboalimentado
LAMBDA
1.000
0.990
0.980
0.970
0.960
0.950
0.940
0.930
0.920
Gasolina Turbo
0.910
Lambda
0.900
0.890 GNV Turbo
0.880
0.870 Álcool Turbo
0.860
0.850
0.840
0.830
0.820
0.810
0.800
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.22 – Comparação das curvas de lambda para gasolina, álcool e GNV – Turboalimentado
82
TORQUE
140
120
100
Gasolina Aspirado
Torque (Nm)
80
GNV Aspirado
Álcool Aspirado
60 Gasolina Turbo
GNV Turbo
Álcool Turbo
40
20
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.23 – Comparação das curvas de torque corrigidos para gasolina, álcool e GNV
Aspirado x Turboalimentado
POTÊNCIA
80
70
60
50
Gasolina Aspirado
Potência (kW)
GNV Aspirado
40
Álcool Aspirado
Gasolina Turbo
30 GNV Turbo
Álcool Turbo
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.24 – Comparação das curvas de potência corrigidas para gasolina, álcool e GNV
Aspirado x Turboalimentado
83
CONSUMO ESPECÍFICO
700
600
500
Consumo específico (g/kW.h)
Gasolina Aspirado
400
GNV Aspirado
Álcool Aspirado
300 Gasolina Turbo
GNV Turbo
Álcool Turbo
200
100
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.25 – Comparação das curvas de consumo específico para gasolina, álcool e GNV
Aspirado x Turboalimentado
1000
900
800
700
Temperatura (ºC)
200
100
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.26 – Comparação das curvas de temperatura dos gases de escape para gasolina, álcool e GNV
Aspirado x Turboalimentado
84
TEMPERATURA DO ÓLEO
160
140
120
100
Temperatura (ºC)
Gasolina Aspirado
GNV Aspirado
80
Álcool Aspirado
Gasolina Turbo
60 GNV Turbo
Álcool Turbo
40
20
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.27 – Comparação das curvas de temperatura do óleo para gasolina, álcool e GNV
Aspirado x Turboalimentado
AVANÇO
45
40
35
30
Gasolina Aspirado
Avanço (º)
25
GNV Aspirado
Álcool Aspirado
20
Gasolina Turbo
GNV Turbo
15
Álcool Turbo
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
LAMBDA
1.000
0.990
0.980
0.970
0.960
0.950
0.940
0.930
0.920 Gasolina Aspirado
0.910
Lambda
GNV Aspirado
0.900
Álcool Aspirado
0.890
Gasolina Turbo
0.880
GNV Turbo
0.870
Álcool Turbo
0.860
0.850
0.840
0.830
0.820
0.810
0.800
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.29 – Comparação das curvas de lambda para gasolina, álcool e GNV
Aspirado x Turboalimentado
86
70
60
50
Pressão (bar)
Gasolina Aspirado
40
GNV Aspirado
30
Álcool Aspirado
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.30 – Picos de pressão na câmara de combustão para gasolina, álcool e GNV – Aspirado
87
70
60
50
Pressão (bar)
Gasolina Turbo
40
30 Álcool Turbo
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.31 – Picos de pressão na câmara de combustão para gasolina e álcool – Turboalimentado
70
60
50
Pressão (bar)
Gasolina Aspirado
GNV Aspirado
40
Álcool Aspirado
30 Gasolina Turbo
Álcool Turbo
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Rotação (rpm)
Figura 5.32 – Picos de pressão na câmara de combustão para gasolina, álcool e GNV
Aspirado x Turboalimentado
88
Como visto no item 2.3.5, o rendimento global do motor é a relação entre a potência
que o mesmo fornece e o calor fornecido pela queima do combustível, ou seja, o rendimento
global do motor expressa a porcentagem de energia que o motor aproveita de toda àquela
que é gerada pela queima do combustível.
De acordo com as fórmulas e os dados dos combustíveis expressos abaixo, foram
calculados os rendimentos globais para cada condição de funcionamento na rotação de
potência máxima conforme segue abaixo:
Dados:
• pci da gasolina: 9450 kcal/kg
• pci do álcool: 6400 kcal/kg
• pci do GNV: 8283 kcal/kg
Fórmulas:
Ne
η= ⋅ (48)
Q
⋅ ⋅
Q = pci ⋅ m c (49)
⋅
Q = 229.27 kW
η = 18 %
6 – CONCLUSÕES
O projeto deste motor utilizado para os ensaios, bem como outros modelos de
capacidade de 1.0 litro, foi desenvolvido a partir de um motor de capacidade volumétrica
maior, portanto podemos afirmar que muitos de seus elementos estão super dimensionados
para esta aplicação. Logo, com testes de durabilidade pode-se determinar uma maior faixa
de trabalho, a fim de obter um maior desempenho do mesmo ou ainda, objetivando redução
uma de custos, pode-se estudar uma otimização desse motor reduzindo o tamanho do
conjunto powertrain (motor, embreagem e câmbio).
Comparando as temperaturas dos gases de escape, observou-se que alguns pontos
atingiram temperaturas muito elevadas, acima de 850 ºC. A fim de reduzir esta temperatura,
para garantir o não surgimento de detonações e o possível “tulipamento de válvulas”, a
solução foi diminuir o valor de lambda, tornando a mistura mais rica, ou seja, com mais
combustível do que o necessário, para que o mesmo refrigerasse o escapamento e
reduzisse a temperatura.
O ponto de ignição do GNV é da ordem de 600 ºC, enquanto que os combustíveis
líquidos ficam na faixa de 200 à 300 ºC, somando-se à isso o fato que o GNV é um
91
combustível gasoso e com isso não refrigera a câmara de combustão e, sua frente de
chama ter uma velocidade mais lenta, o mesmo deveria proporcionar temperaturas mais
altas de combustão e de gases de escape. Isso de fato poderia ocorrer se o avanço da
faísca fosse mantido o mesmo da gasolina. Adiantando a faísca no processo de
compressão, é possível fazer com que a frente de chama consiga queimar toda a mistura
ainda na câmara de combustão, sem atingir o escapamento, ou seja, provocamos um
“deslocamento da curva de combustão para a esquerda” conforme a figura 6.1 abaixo.
70.0
60.0
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
-10.0
-200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200
7 – BIBLIOGRAFIA
Livros
Wylen, Gordon J. van – Sonntag, Richard E. – Fundamentos da Termodinâmica Clássica,
Ed. Edgard Blücher, 1976.
Internet
Gás Energia, Portal do Gás Natural - http://www.gasenergia.com.br/
(acessado em 16 de março de 2004)
Dinamômetros - http://www.joseclaudio.eng.br/dinos1.html
(acessado em 6 de abril de 2004)
Outras Publicações
Vale, Ramón M. – Carvalho, Remo D. B. – Rodrigues, Vander F. – Performance and
Emission Analisys of the Turbocharged Spark-Ignition Engine Converted to Natural Gas,
SAE Technical Paper Series, 2003.