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TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

TEMA-PROBLEMA: A QUALIDADE DE VIDA E A PRESERVAÇÃO DA


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NATUREZA
1-INTRODUÇÃO
Há muitos anos que se verificam inúmeras implicações ambientais a
nível do desenvolvimento humano, fruto da experiência acumulada a
nível nacional e internacional. Consequentemente, aos estados cabe a
responsabilidade de definir políticas ambientais que correspondem a
uma nova tecnologia global e que tenham o objectivo de assegurar
permanentemente a melhoria da qualidade dos cidadãos, não só
renovando ou utilizando correctamente os recursos naturais
disponíveis. Em angola, este ponto encontra-se consagrado nos artigos
12º, número 2, e 24º, número 1,2 e 3, da lei constitucional.
Lei nº 5/98 de 19 de Junho de 1998, lei de base do
ambiente.
Lição nº__I-Trimestre
Tema-problema: a qualidade de vida e a preservação da natureza
Subtema: o património local e a sua conservação
 Noção de património
O termo “património” provem do latim patrimonium e faz menção ao
conjunto de bens materiais ou imateriais que, pela sua importância,
devem ser considerados para identidade de uma determinada cultura
de um povo; é tudo aquilo que pode ser herdado e passado de geração
em geração.

 Tipos de património
Património cultual e património natural

 Património cultural: conjunto de edifícios, monumentos, sítios


de valores histórico, estético, arqueológico, cientifico, etnológico e
antropológico.

Exemplo: museu nacional da escravatura em Luanda, museu das


forças armadas em Luanda, museu nacional de história natural em
Luanda.

 Património natural: designa um bem com características físicas,


biológicas e geológicas extraditarias como, os habitats de espécies
de animais ou vegetais em risco e áreas de grande valor.

Exemplo: a palanca negra gigante em Malanje, weliwítschia mirabilis,


no deserto do Namibe, queda de Calandula em Malanje, pedras de
pungo andongo, em Malanje.
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 A conservação do património
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O património é um bem que merece ser conservado porque foi deixado
pelos nossos antepassados, pela sua beleza e importância estética, bem
como pela qualidade de vida que pode proporcionar aos seres humanos.

As gerações que nos seguem têm o direito a usufruir de tudo o que


também pudemos ter ao longo da nossa vida, mas é um direito
inalienável também conservar esta herança maravilhosa. Os museus, os
animais, as florestas, as barragens, os edifícios históricos devem ser
tratados com respeito e devem, também, ser renovados sem nunca
perder os seus padrões originais.

O património é a riqueza da nossa cultura, pelo que deve estar presente


ao longo da vida de todos os humanos, para que estes se lembrem que a
nossa Pátria reforçou o mundo com valores físicos estéticos
fundamentais.

Lição nº__I-Trimestre
Tema-problema: A qualidade de vida e a preservação da natureza
Subtema: A qualidade de vida da nossa sociedade

 A Qualidade de vida é método utilizado para medir as condições


de vida do ser humano.

Esta medição envolve a qualificação do bem-estar físico, mental,


psicológico e emocional, bem como a socialização, a saúde, a educação,
a situação económica regularizada e outras circunstâncias
fundamentais a vida homem.

 Angola é um país em constante mudança e podemos afirmar que,


nos últimos anos, ganhou novas orientações sociais e
económicas. O reconhecimento internacional que lhe é feito
cresceu devido ao grande poderio em riqueza naturais e
energéticas como o diamante e o petróleo.
 Relativamente a alguns países da SADC (Soutbem African
Development Community), Angola é um país próspero, “cansado
de guerra e de enterrar os seus filhos”.

A assistência à população, denominada por qualidade de vida, deve


ser construída através dos seguintes factores:
 Saúde: construção de mais hospitais, formação e qualificação de
médicos, etc.
 Alimentação: apoiar e incentivar a agricultura, a pesca, a caça.
 Melhoramento de estrada para a passagem de pessoas e bens.
 Educação: construção de mais escolas, investimento na formação
e qualificação de professores, com o intuito de educar/formar a
juventude.
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 Economia: proporcionar mais emprego para a população e


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salários dignos para os funcionários.

Lição nº___I-Trimestre
Tema-problema: a qualidade de vida e a preservação da natureza
Subtema: a chuva, sua importância e consequência

 A chuva é um fenómeno natural através do qual ocorre a


precipitação de água em forma de gotas que caem sobre a costa
terrestre.

 Este fenómeno pode ser dividido em três tipos que


abordaremos em seguida:

 Chuvas orográficas: originam-se a partir do contacto de uma


massa única com área de relevo mais elevado.
 Chuvas convectivas: causadas pelo movimento de massas de ar
mais quente que sobem e condensam as gotículas de água
presentes nas nuvens, originando nuvens carregadas que se
revestem em chuva.
 Chuva ácida: é a precipitação atmosférica cuja acidez seja
substancialmente maior do que o resultado da dissociação do
dióxido de carbono. A principal causa desta acidificação é a
presença de gases, particularmente ricos em enxofre e azoto, na
atmosfera.

 Importância da chuva

Independentemente da origem, as chuvas são importantes em toda a


actividade humana destacando-se em seguida as suas funções
essenciais:
 Irrigação na agricultura.
 Aumento de caudal dos rios, de onde é tirada água para o
benefício doméstico.
 Usada para a pastagem do gado.
 Usada nas máquinas e indústrias.
 Purifica a natureza, amenizando a poeira e outras impurezas
existentes.

 Consequências das chuvas


As chuvas podem provocar várias consequências como:
 Inundar cidades, provocando muitos estragos.
 O desabamento de terras.
 A queda de casas.
 Acidente nas vias.
 A libertação de alguns metais tóxicos, “acordando” os vulcões (no
caso de chuvas acidas).
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 A desflorestação.
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Lição nº__I-Trimestre
Tema-problema: a qualidade de vida e a preservação da natureza
Subtema: o aquecimento global

 O aquecimento global é provocado pela quantidade excessiva de


radiação solar que a terra recebe. Constata-se que a atmosfera
terrestre absolve 91% deste calor, enquanto os restantes 9% são
retidos para o espaço.

A conservação do gás carbónico, oriundo da queima de combustíveis


fósseis, diminui e dificulta o percentual de radiação que a terra reflecte
para o espaço, o que provoca, paulatinamente, o aumento de
temperatura média da superfície.

Devido a poluição atmosférica e aos seus efeitos, alguns cientistas


apontam que o aquecimento global no planeta, a médio e longo prazo,
terá um carácter irreversível. Assim sendo, deveríamos diminuir as
emissões de gases que provocam o aquecimento.

Lição nº___I-Trimestre
Tema-problema: a qualidade de vida e a preservação da natureza
Subtema: o encontro com a natureza (a poluição)

A natureza é o património da humanidade e o bem mais precioso


existente no nosso planeta. Através dos seus agentes, sobrevivemos com
qualidade e se a preservarmos viveremos de uma forma mais saudável.
No entanto lutaremos todos os dias, contra a poluição que provocamos
e tentamos evita-la.

 Poluição define-se através da inserção directa/indirecta de


substâncias / energia no meio ambiente, provocando efeitos
negativos no seu equilíbrio, causando, consequentemente, danos
químicos, genéticos e energéticos na saúde humana, nos seres
vivos e no ecossistema.

 Tipos de poluição:

 Poluição hídrica: define-se como a poluição de água, provoca


imensos danos nas águas do mar e dos rios e consequências
gravas na saúde humana.
Exemplo: caso não sejam tratados, os esgotos provocam doenças como
febre tifóide, cólera, disenteria e meningite.
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 Poluição atmosférica: é contaminação da atmosfera através de


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gases poluentes ou partículas solidas, provoca doenças como a
asma e infecções pulmonares.
Exemplo: queimadas, fumo industrial e dos automóveis.
 Poluição do solo: define-se pela poluição realizada na camada
superficial da terra. A presença de elementos químicos estranhos
no solo, como resíduos ou líquidos produzidos pelo homem,
prejudicam a saúde humana.

 Este tipo de poluição pode classificar-se como urbana ou rural


o Lixo urbano: resulta da actividade doméstica e comercial dos
indivíduos que habitam as cidades.
o Lixo rural: resulta da contaminação do solo provocada pelo uso
de substâncias tóxicas no solo tais como curtumes para a criação
de gado e fertilizantes para o crescimento das plantas.
o Os aterros sanitários constituem uma das formas de depósito de
lixo urbano sem qualquer forma de tratamento ou reciclagem.
Recomenda-se que estes se devam situar das localidades/ centros
urbanos e com uma duração mínima de dez anos para evitar a
contaminação de doenças.

 Poluição sonora: é a poluição provocada pelo som, ou seja, a


compressão mecânica ou onda mecânica que se propaga de forma
circuncêntrica e meios que tenham massa e elasticidade, sejam
eles sólidos, líquidos ou gasosos.

 Poluição sonora provoca, entre outras, as seguintes


consequências:
o Insónia
o Depressão
o Stress
o Perda de audição
o Dores de cabeça
o Cansaço
o Aumento da pressão arterial
o Perda de memória.

Lição nº__I-Trimestre
Tema-problema: a qualidade de vida e a preservação da natureza
Subtema: problema da água e energia

A água encontra-se em toda a parte do mundo e ocupa,


aproximadamente, 70% da terra.
Como principal constituinte dos seres vivos, pode apresentar-se de
várias formas: salgada ou doce, pura ou mineralizada, chuva ou
vapor, em gelo, neve e granizo.
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A escassez deste elemento é um problema sério para a humanidade e


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sabe-se inclusive, que muitos humanos faleceram por falta de água
potável. Neste sentido, devemos investir e desenvolver um conjunto de
acções para melhorar a produção, a distribuição ou abastecimento de
água potável em toda a população tais como:
o A construção de barragens.
o A construção de torneiras e chafarizes em toda a área.
Tendo em conta o que foi referido anteriormente, as famílias deixam
deixariam de percorrer longas distâncias para procurarem água e,
consequentemente, a probabilidade de ter doenças tais como a cólera
seria mais diminuta.
A energia eléctrica considera-se como uma fonte secundária de
energia pois depende de uma fonte primária como a água, o carvão ou o
petróleo; gera-se através de diferenças de potencial eléctrica entre dois
pontos e conforme a transformação adequada é possível obter energia
em forma de luz, movimento ou calor.
A energia e a água são fontes que se interligam e constate-se que para
produzir energia são necessárias grandes quantidades de água, bem
como para transporte de água são essenciais grandes quantidades de
energia. Assim, se a água é escassa também a energia falta às
populações. Sem energia, a vida diária dos humanos seria muito mais
complexa, até porque esta actividade serve para realizar trabalhos:
o Luminosos-lâmpadas.
o Mecânicos-aspirador, ar condicionado, computador.
A electricidade é um bem fundamental para o ser o humano mas deve
ser utilizada apenas quando é necessária, pelo que devemos desligar
sempre as lâmpadas quando não são necessárias bem como diminuir o
número de electrodomésticos presentes nas nossas casas.
Lição nº___I-Trimestre
Tema-problema: a qualidade de vida e a preservação da natureza
Sub-tema: desertificação e desflorestação
Este Termo define-se como um fenómeno que corresponde a
transformação de uma área num deserto.
Segundo a Convenção das Nações Unidas de combate à desertificação,
este conceito determina a degradação da terra nas regiões áridas (seca),
semiáridas e sub-húmidas secas, resultantes de factores como:
o As variações climáticas.
o A actividade humana.
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A desertificação acontece quando o solo de determinados lugares


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começa a ficar cada vez mais estéril o que significa que a terra perde os
seus nutrientes e a capacidade de fazer nascer qualquer tipo de
vegetação, quer sejam florestas naturais ou plantações feitas pelo
homem.
No caso do deserto arenoso, este origina-se a partir do empobrecimento
do solo e, consequentemente, dá-se a marte de vegetação, sendo
substituída por terreno arenoso. No caso dos desertos polares, a causa
evidente é a temperatura extremamente baixa daquelas regiões. Nas
regiões semiáridas e sub-húmidas secas, a acção humana intensifica os
processo de desertificação.
 Consequências da desertificação
 Redução da produção de alimentos.
 Dificuldade de recuperar a área degradada.
 Perda de algumas espécies.
 Desemprego.
 Pobreza.

 Desflorestação
 Desflorestação ou desmatamento define-se como o processo,
através do qual se dá desaparecimento da floresta, causada pela
actividade do homem.
Podemos exemplificar este processo através do abate excessivas de
árvores para o fabrico da madeira, das queimadas excessivas que
podem prejudicar a floresta; maioritariamente, os danos são
provocados pelas agriculturas, criação de pastos e colheita de
alimentos.
 Consequências de desflorestação
 Desaparecimento dos absorventes do dióxido de carbono, que
ajuda na purificação do ar.
 Aumenta o aquecimento do globo.

 Conselhos:
 Licenciar empresas para o abate, para que se elimine o abate
antárctico de árvores.
 As empresas legalizadas devem replantar, “reflorestar”, dez
arvores mesmo quando abatem uma só; só assim combatemos a
desflorestação.
 Investir na fiscalização das fronteiras para um melhor controlo de
saída de madeira.
Lição nº___I-Trimestre
Tema-problema: a qualidade de vida e a preservação da natureza
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Sub-tema: o lixo e suas consequências


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O lixo é todo e qualquer material/ produto que se considera inútil,
sem valor produzido pela actividade humana, e que se deseja
eliminar.
Este conceito pode ser considerado uma concepção humana porque
em processos naturais não existe lixo, mas produtos inertes pois este
pode ser reutilizado a partir da reciclagem desde que seja
adequadamente tratado.
A reciclagem tornou-se, assim, fonte de renda e emprego para a
população e ajuda, ainda, a combater a poluição. De referir ainda a
extrema importância do conhecimento que o lixo hospital ou nuclear
não pode ser reutilizado em nenhuma forma.
A palavra lixo aplica-se, geralmente, em materiais sólidos; os
líquidos ou gases considerados inúteis denominam-se resíduos
líquidos ou gasosos.
 Consequências do lixo
 Quando não são tratados, os resíduos:
o Poluem a natureza, provocando diversas doenças como a cólera, a
conjuntivite, doenças diarreicas, etc.
o Produzidos pelos seres humanos são altamente tóxicos e
perigosos pois transmitem, com facilidade, uma grande
quantidade de bactérias, fungos, vírus e causadores de doenças.
 Tipo de lixo
 Lixo orgânico: considera-se todo o material / produto que se
considera inútil; tem origem animal ou vegetal, podem ser restos
de alimentos, folhas, sementes, carnes, ossos, papéis, madeira
que serão reutilizados na agricultura, por exemplo o adubo.
 Lixo ou resíduos inorgânicos: considera-se todo o material que
não é de origem biológica mas de origem da natureza (exemplos:
restos de metal, plástico, vidro, etc.); são perigosos quando não
são sujeitos ao tratamentos e, normalmente, a sua
decomposição/ degradação é lenta.
 Reciclagem
A reciclagem de lixo considera-se o reaproveitamento do material
orgânico e inorgânico de lixo; é o melhor método de tratamento porque
diminui a qualidade de lixo enviado para os aterros sanitários.
Lição nº___I-Trimestre
Tema-problema: a qualidade de vida e a preservação da natureza
Sub-tema: êxodos demográficos-causas e consequências
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Tal como a própria palavra indica, Demo significa povo e Grafia


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compreende-se como estudo, ou seja estudo do povo.
 A demografia define-se como ciência geográfica que estuda a
dinâmica populacional humana e cujo objecto compreende o
estudo estatísticos, a estrutura e a distribuição das populações
humanas.
Neste sentido, esta análise baseia-se essencialmente, nas
características de uma determinada sociedade como, por exemplo,
Educação, a Nacionalidade, a Religião e a etnia.
Este conceito alberga, naturalmente, dois tipos de êxodo que
estudaremos em seguida.

 Êxodo urbano: é a deslocação dos indivíduos da cidade para o


meio interior, devido à falta de qualidade de vida nas cidades e
aos grandes custos inerentes nestas localizações.
 Êxodo rural: os indivíduos do campo deslocam-se para as cidade,
para terem melhores condições de vida; procuram sustentar as
suas famílias, libertando-se da miséria que vivem nos meios
interiores.
As regiões angolanas têm uma fraca densidade populacional devido ao
êxodo rural. A fome, a sede e as doenças ligadas à subnutrição fizeram
com que grande parte da população do interior procurasse melhores
condições de vida nas localidades mais desenvolvidas.
No entanto, esta situação provocará, por um lada, a desertificação do
interior do país e, por outro, o excesso de população nas cidades.
Consequentemente, muitas pessoas vão ficar desempregadas levando a
marginalização de vários indivíduos.
 As migrações do interior para o centro das grandes
localidades devem-se, entre muitos outros, aos seguintes
motivos:
 Fuga à pobreza.
 Baixo nível de vida no interior do País: desemprego, salários
baixos e pobreza.
 Guerra.
 Violência.
 Perseguição política e religiosa.
 Catástrofes naturais: secas, inundações, erupções vulcânicas.
 Desejo de uma relação profissional e melhoria da formação/
educação do indivíduo.
O êxodo rural e o consequente fluxo migratório tem sérias
consequências demográficas, económicas e sociais quer no meio
interior, quer nas grandes localidades.
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 Consequências demográficas
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 Interior:
o Diminuição da população absoluta.
o Diminuição da taxa de natalidade.
o Aumento da taxa de mortalidade.
o Diminuição da taxa de crescimento natural.
o Envelhecimento da população.
 Cidades:
o Aumento da população.
o Aumento da taxa de natalidade.
o Diminuição da taxa de mortalidade.
o Aumento da taxa de crescimento.
o Rejuvenescimento da população.

 Consequências económicas
 Interior:
o Diminuição da mão-de-obra em alguns dos sectores de
actividade.
o Abandono dos campos agrícolas.
o Diminuição do desemprego.
o Recepção de poupanças enviadas pelos emigrantes;
consequentemente, a qualidade de vida é melhor e o investimento
pode resultar na modernização e desenvolvimento das zonas
rurais.
 Cidades:
o Aumento de mão-de-obra que se torna barata e exigente.
o Diminuição dos salários, devido ao aumento da população com
idade para trabalhar.
o Aumento do espírito empreendedor e inovador.

 Consequências sociais
Este tipo de consequências só se manifesta nas cidades pois, por um
lado, permitem o enriquecimento cultural mas, por outro lado,
reflectem:
o As dificuldades na interacção dos imigrantes, sobretudo na língua
e noutros termos culturais diferentes;
o A falta de habitação e o aumento dos “bairros de lata”.
o Os conflitos sociais.
o O aumento do racismo e de xenofobia.
o O aumento da intolerância.
o O aumento da criminalidade.
Lição nº___ I-Trimestre
Tema: problema: a qualidade de vida e a preservação da natureza
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Sub-tema: globalização
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 A globalização é um processo de interacção e integração entre os
indivíduos, as empresas e os governos das diferentes nações; é
um processo impulsionado pelo comércio e investimentos
internacionais, com o auxílio da tecnologias de informação.
Este fenômeno permite as países mais desenvolvidos, cujos mercados
internos já se encontram saturados, um aumento claro da sua
economia. A dinâmica capitalista de uma aldeia global consiste a
realização de transacções financeiras e a expansão de negócios. Assim,
diz respeito à interacção entre os países e a aproximação das pessoas,
tendo em conta aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos.
Este termo encontra a sua origem no período mercantilista, entre os
séculos XVI e XVIII, com a queda dos custos de transporte marítimo
bem como com o aumento da dificuldade das relações políticas
europeias. O seu impacto é muito forte pois afecta todas as áreas da
sociedade, principalmente, a comunicação, o comércio internacional, a
liberdade de modernização e de movimentação, dependendo,
obviamente, do nível de desenvolvimento e integração das nações ao
redor do planeta.
 Vantagens:
o Gera mais empregos.
o Surgem novas tecnologias.
o Facilita a vida e a convivência entre os países.
o Os produtos importados são mais baratos e de melhor qualidade.
 Desvantagens:
o A desvalorização de muitas culturas.
o Exploração de mão-de-obra barata.
o Desigualdades sociais.
A globalização é um dos fenómenos mais importantes na sociedade
contemporânea; a vida quotidiana é moldada por este conceito e realiza-
se a homogeneização cultural, procurando unir as mais diversas raças e
povos.
 Proposta de trabalho
1- Comente a citação “O mundo está cada vez mais pequeno”
2- Indique a razão pela qual nós devemos dar ao trabalho de salvar
uma espécie em risco de extinção?
3- Como pode a conservação ter lugar num mundo dominado pele
economia, desenvolvimento e pela expansão humana?
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TEMA-PROBLEMA: OS FINS E OS MEIOS: QUE ÉTICA PARA A VIDA


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HUMANA.
Lição nº__II-Trimestre
Tema-problema: os fins e os meios: que ética para a vida humana.
Sub-tema: a descoberta da crítica: o universo dos valores
A descoberta da crítica e o universo de valores são inerentes à temática
da evolução do mundo, pelo que se baseiam e enquadram numa
evolução da esfera artística da componente sociocultural.
Conhecer e aprofundar este universo dos valores é descobrir as
ciências do saber ser e conhecer o Homem e, também, situá-lo no
universo real da vida.
Neste sentido, existem uma série de dificuldades na formação do
intelecto do cidadão e o mais importante não é apontar as diferenças
mas aprender a lidar com a realidade, integrando as práticas que
reflectem as atitudes da vida quotidiana.
A integração na realidade dos acontecimentos possibilita às pessoas a
captação e visão da realidade de uma forma mais séria, o que lhes
permite aceitar os desafios, relacionando-se com as todas as áreas e
tendo um campo de acção mais alargado. Consequentemente, a
descoberta das coisas reais, a criatividade nas práticas vividas e a visão
crítica da realidade de valores/atitudes ajudam-nos neste campo.
No contexto educativo, a descoberta e o universo dos valores baseiam-se
nos grandes valores humanistas e certos projectos relacionam-se com a
aprendizagem numa perspectiva positiva em relação a várias
experiências inseridas numa formação plural e integradora.
O valor da história na descoberta do universo tem um papel
primordial na formação dos indivíduos, no desenvolvimento do seu
sistema e na forma como lhes proporciona uma atitude crítica e curiosa
em relação á pedagogia da descoberta. Consequentemente, faz-se com
que o indivíduo participe numa dinâmica entre a teoria e a prática, isto
é, entre o mundo dos sonhos e do mundo real.
Túlia Machado refere que “A história oferece um campo mais especifico
para o desenvolvimento intelecto a determinadas capacidades
essenciais a formação de um indivíduo que compreende a realidade
social e participe das actividades na vida colectiva” e “Visa finalidades
especificas, algumas das qualidades podem ser alcançadas por outros
ramos do saber pois constituem um campo mais englobante e menos
impessoal quer os outras sobre ou ramos científicos”.
“A diversidade cultural implica que cada grupo ou sociedade tenha a
sua cultura própria suportada em valores que assume como melhores
ou mais importantes para cada ser. Mas isso não implica que todos
tenham de os assumir. Cada um decide o seu caminho, feito através de
escolhas individuais. Escolhemos o grupo em que queremos participar
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

ou pertencer os amigos, o clube desportivo, o partido político, mas


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porque existe a possibilidade de fazer opções, a individualidade de cada
um fica assegurada, bem como a existência da liberdade”.
Lição nº___II-Trimestre
Tema-problema: os fins e os meios: que ética para vida humana
Sub-tema: Os fundamentos ético-políticos das sociedades, as suas
especificidades e diferenças

Ao longo do tempo, as sociedades sofrem alterações no que concerne à


sua estruturação devido á aculturação. Assim, mudam também os
homens que as compõem, pelo que se defende a importância de uma
educação escolar, com base na formação ética, para as novas gerações.
As sociedades apoiar-se-ão nos conceitos, procedimentos e actividades,
tendo em conta as suas especificidades e diferenças culturais.

O objectivo de uma formação básica na terna idade baseia-se na


aquisição de conhecimentos e habilidades, bem como na formação de
atitudes e valores, que incluem a formação ética e estética, e o
desenvolvimento dos fundamentos científicos e tecnológicos presentes
em cada sociedade.

Aprender os fundamentos éticos, histórico-filosóficos, socioeconómicos


e culturais demonstra atitudes de reflexão sobre a sociedade e as
especificidades no campo da educação e dos conhecimentos
relacionados com a formação do homem social.
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Lição nº__II-Trimestre
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Tema-problema: os fins e os meios: que ética para vida humana
Sub-tema: os valores na vida humana

“REGRESSO

Regresso à terra que chama


Quando estou ausente

Perturba-me a distância

Não é saudade

É aquela vontade
De sentir o seu calor
Na pele nua

O abraço quente
Á chegada

O olhar da sua gente


Tão meigo e tão doce

Estrelas que me guiam

África
Que me chama nos ventos
De todos os planaltos

E eu regresso sempre
E envolvo-me nos seus encantos”
HELENA PAZ

Para abordar a temática de valores na vida humana é essencial focar a


preservação de valores de uma determinada sociedade, povo ou cultura.
 Valores definem-se como razões que vêm a identificar ou
justificar as acções, tornando-os preferíveis em determinados
indivíduos, em prol de outros.
Os valores na vida humana são comparados com os hábitos e costumes
de um determinado povo que devem ser salvaguardados de geração em
geração pois são comportamentos que um indivíduo deve acarretar no
seu dia-a-dia.
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Assim sendo, devem respeitar-se os seguintes rituais: dar importância a


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uma data histórica, cumprir os direitos e deveres do cidadão enquanto
inseridos numa determinada sociedade.
A importância desta temática é elevada pois é através dela que se
caracteriza a integridade do indivíduo na sua forma de ser/ estar e que
se demonstra que é preciso respeitar a opinião dos outros. Todos nós
temos visões diferentes da vida, todavia temos que valorizar todos os
que nos rodeiam bem como as suas opiniões/ pensamentos.
De certa forma, os nossos valores não são coisas nem simples ideias
que aprendemos ou adquirimos como um bem material mas que
traduzem as nossas preferências; são bens inesgotáveis que cada ser
humano tem como, por exemplo, a verdade, a justiça, o bem e a beleza
das coisas, a liberdade e a generosidade.
Muitas vezes, temos tendência para enquadrar o vocábulo valor apenas
no sentido positivo e devemos, salientar que estes são agrupados em
vários grupos consoante a sua natureza.
 Valores éticos: referem-se ás normas ou critérios de conduta que
afectam todas as áreas da nossa actividade.
Exemplos: solidariedade, honestidade, verdade, lealdade, bondade,
altruísmo.
 Valores estéticos: referem-se aos valores de expressão.
Exemplos: harmonia, belo, feio, sublime, trágico.
 Valores religiosos: referem-se à relação dos homens com a
transcendência.
Exemplos: sagrado, pureza, santidade, perfeição.
 Valores vitais: saúde e força.
Os valores na vida humana constroem-se com a convivência familiar,
onde as normas de boa convivência são passada de geração em geração,
cumprindo-se assim, todos os propósitos esperados.
Constate-se também a importância dos grupos sociais que cada
indivíduo frequenta, pois solidificam alguns itens já presentes na nossa
mente, ao longo do nosso crescimento. Muito vezes, a forma de agir e
ver o mundo altera-se em relação ao padrão que recebemos no seio
familiar. Desta forma, verifica-se a necessidade urgente de transformar
mentalidades para resgatar e salvaguardar aquilo que é os valores que
nos identificam como seres humanos racionais, tentando lutar a favor
da vida. Todos juntos devemos construir e desenvolver uma nova
cultura.
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Lição nº__II-Trimestre
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Tema-problema: os fins e os meios: que ética para vida humana
Sub-tema: Alguns suportes éticos da vida humana contemporâneo
Actualmente, os suportes éticos da vida contemporâneo albergam a
forma como o ser humano é submetido a várias situações
constrangedoras e, em alguns casos, ao risco da vida. A ética humana
iniciou um debate referente ao direito à saúde e à vida, valorizando,
fundamentalmente, as novas questões levantadas pelo avanço da
biotecnologia. Sabe-se que o Homem é submetido a várias situações de
risco e, neste aspecto, devemos relembrar a importância da aliar a
responsabilidade ao poder da tecnologia presente no nosso quotidiano e
nas estruturas fundamentais dos nossos sistemas de saúde.
Os conflitos vivenciados e provocados pela Medicina são questões
habituais nos debates entre especialistas da área da vida humana.
Alguns destes acreditam que a ética contemporânea e moral são
sinónimos, facto que não acontece pois as palavras não possuem o
mesmo significado.
Ética ou Éthica define-se como um determinado número de
comportamentos morais que o indivíduo deve conter na sua própria
personalidade e que, consequentemente, o forma como um elemento
com princípios e hábitos íntegros. Assim os elementos que se
considerem éticos vivem conforme as leis e os deveres vigentes numa
determinada sociedade, partilham experiências e passam o testemunho
às gerações do futuro.
Constate-se que o comportamento humano é influenciável pelos valores,
crenças e atitudes numa determinada etapa da vida. Os indivíduos não
nascem com conjunto pré-determinado de atitudes; estas adquirem-se
através da experiência e das interacções directas/indirectas; a partir
deste ponto, inicia-se a interacção com o mundo e com os sistemas que
fazem parte do comportamento, desenvolvendo a sua formação. O
homem será, futuramente, o que for trabalhando ao longo do tempo. O
ambiente familiar, por exemplo, fomenta, consideravelmente, o papel no
contexto natural e cultural da pessoa.
A concepção da prática educacional na modernidade propõe a formação
do homem, o que implica mudanças; espera-se que as representações
actuais sobre a própria pessoa e, também, sobre o mundo se alterem e
desloquem.
Tendo em conta o que foi referido anteriormente, os meios de
comunicação e as novas tecnologias difundiram novos processos éticos
e morais num mundo extremamente heterogéneo e complexo,
perturbando, inevitavelmente, os antigos esquemas de pensamento.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

Lição nº__II-Trimestre
17
Tema-problema: os fins e os meios: que ética para vida humana
Sub-tema: conflitos religiosos
Abordar os conflitos religiosos é falar das várias religiões que existem
actualmente. Todos nós já ouvimos críticas construtivas à religião e
sabemos que existem seitas religiosas, cujas leis são de origem
duvidosa para quem tem uma visão clara da temática.
Alguns especialistas da saúde bem como alguns activistas reconhecem
o papel a importância da promoção religiosa. Para eles, a religião deve
ser mais realista quanto à prevenção e contenção das mais variadas
situações.
Segundo o artigo 10º da constituição angolana:
1.a República de Angola é um estado laico, havendo separação
entre o estado e as igrejas, nos termos da lei.
2. o Estado reconhece e respeita as diferentes confissões
religiosas, as quais são livres na sua organização e no exercício das
suas actividades, desde que as mesmas se conformem á constituição e
ás leis da republica de angola.
3.o Estado protege as igrejas e as confissões religiosas, bem coma
a seus lugares e objetos de culto, desde que não atentam contra na
constituição e a ordem pública e se conformem com a constituição e a
lei.
Existem seitas religiosas, cujas leis são de origem duvidosa para quem
tem uma visão clara, a religião deve ser mais realista quando a sua
proveniência.
O conflito religioso revela as várias divergências existentes entre as
várias seitas ou religiões, algumas pessoas que se afirmam como
pastores ou anciões levam os fiéis ao fanatismo no que concerne ao
respeito às leis e normas de uma determinada religião. Assim sendo, os
indivíduos sem uma orientação organizada ou sem uma vida de fé
seguem regras que colocam em risco a sua integridade.
Constate-se que existem religiões onde o crente se abstém da
alimentação durante um certo período de tempo. Sabemos que os
alimentos fornecem ao organismo energia e restauração, pelo que dão,
obviamente, continuidade às nossas actividades vitais. Se algum
elemento que se julga máximo nessa religião proíbe alguém de se
alimentar saudavelmente, está a mata-lo lenta e cruelmente. Podemos
também referir ao indivíduos que pedem aos fiéis um valor monetário
superior àquele que ele recebe e que tem para sustentar a sua família.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

As atitudes anteriormente referidas são abomináveis e a própria Bíblia


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refere que não temos que dar o que não temos em nome de um Deus
inventado. A nosso ver, o Deus inventado por algumas seitas religiosas
é uma aberração porque Deus deve ser para todos, deve ser
misericordioso e, acima de tudo, cheio de compaixão. Este Deus
necessita de homens capazes de seguir em frente, ultrapassando todos
os problemas possíveis, e consciencializando-se dos seus actos e
deveres como seres humanos.
O essencial é saber que Deus é um só e está presente em todos aqueles
que acreditam na sua profecia e, acima de tudo, é fundamental
acreditar n o valor de cada um de nós. Neste sentido, devemos ainda
respeitar os que nos rodeiam, bem como os seus valores, crenças e
religião.
Abordar os conflitos religiosos é determinar guerras religiosas que
prejudicam a união e a construção da mentalidade dos povos e
desencorajar a fé e as crenças de cada indivíduo. Antigamente, a
religião era o ponto mais alto e a instituição onde os povos se uniam
para um propósito de fé e de união; tornava-os mais firmes e fontes e,
através destes factores, podiam encarar as dificuldades presentes no
mundo.
As divisões entre os povos existem há muitos séculos e sempre foram
causadas por diferenças nas crenças e práticas religiosas. Essas são a
origem de muitas das tensões e dos conflitos actuais, “O comunismo, o
fascismo, o socialismo e o nacionalismo; todos eles encaram a religião
como maior ameaça ao projecto que tinham para criar novas
sociedades, pois em muitos casos era ele um importante acessório do
regime que os revolucionários queriam derrubar. Em consequência,
deu-se uma investida sem precedentes contra edifícios religiosos padres
e fieis”.
Com o elevado número de conflitos na religião, o ser humano não sabe
como actuar perante a sociedade e, por vezes, a guerra não está no que
foi realizado mas apenas no que somos, ou seja, na nossa cor e na
nossa raça. O mais importante seria unirmo-nos, lutando a favor da
liberdade espiritual de todos os homens porque, por mais religiões que
possam existir, o Deus que todos procuramos é único e vela por todos,
independentemente na raça de cada um.
O maior conflito religioso existente é entre os árabes e os judeus; este
originou-se a partir do livro sagrado dos muçulmanos, o Alcorão, onde
os israelitas são considerados elementos sem importância e não
confiáveis, pelo que necessitam, obrigatoriamente, de ficar sobre o
domínio muçulmano.
Lição nº___II-Trimestre
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

Tema-problema: os fins e os meios: que ética para vida humana


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Sub-tema: delinquência juvenil
 A delinquência juvenil define-se como o acto de agressão física,
provocado por adolescentes, na fase da juventude.
 Entre outras, as principais causas da delinquência são:
 A falta de orientação familiar.
 A guerra que desestruturou as famílias, deixando-se sem
orientação educativa; para conseguirem bens materiais ou apenas
para conseguirem sobreviver, os jovens roubam e matam.
 A mera diversão dos adolescentes; roubam e matam para
mostrarem aos amigos que são fortes.
 A influência dos amigos.
 A violência domestica-os filhos que não se adaptam a esta
realidade crescem desorientados e com instintos violentos.
 As agressões que os vitimaram em outras fases da vida os
traumas psicológicos motivados por estas agressões criam
desequilíbrios mentais e alteram os comportamentos psicológicos,
tornado os adolescentes agressivos.
Lição nº___II-Trimestre
Tema-problema: os fins e os meios: que ética para vida humana
Sub-tema: as drogas
 Droga é toda e qualquer substancia natural ou sintética que,
introduzida no organismo, modifica as funções psíquicas e física.
Este vocábulo deriva do francês drogue e do neerlandês droog que
equivale a coisa seca, e define-se como narcótico entorpecente ou
estupefaciente.
 Tipos de drogas
Quando a sua forma podem ser classificadas em:
 Droga naturais: (obtidas através de determinadas plantas,
animais e de alguns minerais); opio, maconha, psilcocibina, dmt,
liamba.
 Drogas semi-sinteticas (obtidas a partir de drogas naturais com
alterações químicas e, posteriormente, fabricadas em laboratório);
crack, cocaína, cristais de haxixe.
 Drogas sintéticas (fabricadas em laboratório); anfetamina, isd 25,
que tamina, etc.
Classificação das drogas
As drogas podem ainda classificar-se como:
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

 Estimulantes: provocam o aumento da actividade pulmonar e


20
diminuem a fatiga.
Exemplos: cocaína, cafeína, crack e anfetamina
 Depressivas: diminuem a actividade cerebral.
Exemplos: álcool, maconha, diluentes, ópio, morfina e heroína.
 Perturbadoras: provocam a despersonalização.
Exemplos: lsd e ecstasy.
Constate-se ainda que as drogas se podem dividir da seguinte forma:
 Drogas legais: medicamentos, dissolventes, colas, tira-nódoas,
dissolvente, tabaco, álcool.
 Drogas ilegais: cannabias, alucinogénios, cocaína, opiáceos,
drogas sintéticas.
 Consequências das drogas
 As drogas prejudicam a saúde do homem, provocando-lhe graves
consequências na sua vida pessoal mas também no meio onde se
insere.
 Provocam a diminuição da actividade mental e viciam
rapidamente.
 A morfina, heroína, crack, cocaína são, entre outras, as drogas
mais perigosas e as mais viciantes e, muitas delas, provocam
overdose aos indivíduos consumidores.
 Factores que podem levar um indivíduo ao consumo de
drogas
 Desequilíbrio mental.
 Perda de um ente-querido.
 Falta de capacidade de se adaptar a um determinado meio.
 Más companhias, etc.
Lição nº___II-Trimestre
Tema-problema: os fins e os meios: que ética para vida humana
Sub-tema: A poligamia
A poligamia, prática comum em África e pertencente a muitas culturas
africanas, consiste na união reprodutiva entre mais de dois indivíduos
de uma espécie; considera-se a união conjugal de uma pessoa com
duas ou mais pessoas ao mesmo tempo. Os casos mais típicos
acontecem, fundamentalmente, nos homens que casa com várias
mulheres.
Consta-se que, tal como a poligamia, também existe a poliandria, que se
define por uma mulher que vive casada com vários homens. Todavia,
não devemos confundir a poliandria com o “ser amante”, facto comum
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

nas sociedades humanas, ainda assim, neste segundo caso, o laço com
21
um parceiro social para além do casamento não é aceite pela lei e,
maioritariamente, não é de conhecimento público.
Estes dois conceitos, poligamia e poliandria, são temas frequentes da
sociedade actual e, em algumas religiões e legislações de certos países,
até já são permitidos.
Alguns aspectos históricos da poligamia
Durante a história, a poligamia já foi amplamente usada, tendo como
principal causa a grande diferença numérica entre homens e mulheres
ocasionada pelas guerras. Actualmente, mesmo em países onde esta é
uma pratica legal, está a cair em desuso, sendo usada somente em
áreas de conflito.
Este questão da poligamia sempre foi muito polemica a nível religioso.
Se recordarmos a época de Cristo, o velho Testamento aborda uma
personagem denominada Jacó que teve duas mulheres e doze filhos,
todavia vários deles foram fritos com as suas escravas.
Causas da poligamia
 Causas econômicas
 Consequência das guerras em que os povos estiveram envolvidos e
onde participavam, principalmente, os homens; assim, muitas
mulheres ficam viúvas e os filhos tornaram-se órfãos (a única forma
de prestar assistência a estes indivíduos sem meios de
sobrevivências era casamento).
 Êxodo rural (os homens trocam o campo pelo cidade ou emigram
para outros países para arranjar emprego, deixando as aldeias com
excesso de mulheres).
Lição nº___Trimestre
Tema-problema: os fins e os meios: que ética para vida humana
Sub-tema: a homossexualidade
“Homossexualidade (do grego homos= igual +latim serus=sexo) refere-
se ao atributo, característica ou qualidade de um ser, humano ou não,
que sente atracção física estética e / ou emocional por outro ser do
mesmo sexo”.
O vocábulo homossexualidade provem do grego e do latim, com o
primeiro elemento derivado do grego homos (mesmo) e o segundo
membro derivado do latim serus (sexo). Não se relaciona com o homo
latino (homem), mas conota actos sexuais e afectos entre membros do
mesmo sexo. Enquanto orientação sexual, refere-se a um padrão
duradouro de experiências sexuais afectivas e românticas entre homens
ou duas mulheres.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

A homossexualidade é a palavra generalizada para estes actos sejam


22
realizados por homens ou mulheres. Ainda assim, nas mulheres é
habitualmente definida por lesbianismo e nos homens a palavra é gay.
Alguns países, como Portugal, Brasil e EUA, aceitam a união sexual
entre dois homens ou duas mulheres, todavia ainda são grupos muito
excluídos e marginalizados nas sociedades actuais, sofrendo, muitas
vezes, actos de exclusão e violência.
Constate-se que este conceito é parte integrante das três categorias de
orientação sexual, juntamente com a bissexualidade e
heterossexualidade, sendo também comum em muitas espécies de
animais.
Lição nº___ II-Trimestre
Tema-problema: os fins e os meios: que ética para vida humana
Sub-tema: o descalabro de 11 de Setembro de 2001
No dia 11 de Setembro de 2001, os Estados Unidos da América foram
submetidos a um ataque terrorista, coordenado pela Al-Qaeda. Nessa
manhã, dezanove terroristas sequestraram quatro aviões comerciais a
jacto de passageiros e prosseguiram com o seu plano malévolo.
Dois dos aviões embateram contra as famosas torres gémeas do World
Ttade Center, em Nova Iorque, e mataram não só todos os passageiros
dos dois aviões, como também muitos indivíduos que estavam a
trabalhar nas torres gémeas.
O total de mortes nos ataques foi de 2996 pessoas, incluindo os
dezanove sequestradores. Entre os mortos encontravam-se cidadãos de
mais de setenta países do Mundo.
Os ataques vividos nos Estados Unidos da América provocaram uma
resposta por parte deste pai que lançou a guerra ao terror; os
americanos invadiram o Afeganistão para derrubar os Taliban, que
abrigava os terroristas da Al-Qeada.
Local: Nova Iorque, Candado de Arlington, VA, Shanksville, PA.
Data: 11 de Setembro de 2001
Hora: 8:43 AM-10:28 AM
Mortos-2993 mortos, incluindo 19 terroristas
Feridos-6291
Responsável- Al-Qeada, planeado por Osama Bin Laden
Número de participantes terroristas-19
Lição nº___IIºTrimestre
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

Tema-problema: os fins e os meios: que ética para vida humana


23
Sub-tema: Eutanásia
Do Grego euθαvασίαˉєυ bom θάvτος (“Morte”), Eutanásia é a prática pela
qual se abrevia a vida de um doente incurável, de maneira controlada e
assistida por um especialista. Assim, consideramos este conceito como
o acto de facultar a morte sem sofrimento a um indivíduo cujo estado
de doença e crónico e incurável e que está sujeito a um enorme
sofrimento físico e psíquico. Este conceito pode ser directo ou indirecto
e ambos têm objectivos diferentes.
Directo-o objectivo é provocar directamente a morte pondo fim ao
sofrimento.
Indirecto-o objectivo é aliviar a dor ou diminuir o estado de consciência
do doente pelo uso de narcóticos patentes sendo que estes vão
apresentar o processo de morte.
A eutanásia pode ainda ser dividida em dois grupos:
1-Eutanasia activa-o doente e o médico negociam para que se ponha
fim ao sofrimento e a vida do indivíduo em questão.
2-Eutanasia passiva- não provoca deliberadamente a morte; no entanto,
com o decorrer do tempo e com a falta de cuidados médicos, o doente
acaba por falecer. Neste grupo, são cessadas todas as acções que
tenham com intuito prolongar a vida do enfermo.
Etimologicamente, distanásia é o oposto de eutanásia pois defende que
devem ser utilizados todos os meios e todas as possibilidades para
prolongar a vida de um ser humano, ainda que a cura não seja possível
e o sofrimento se torne demasiadamente penoso.
PROPOSTA DE TRABALHO
1-A violência doméstica, o alcoolismo e a toxicodependência – que
razões encontra para justificar o crescimento desta fenomenologia
social?
2-Eutanásia
“O acto de promover a morte antes do que seria de esperar, por motivo
de compaixão e diante de um sofrimento penoso e insuportável, sempre
foi motivo de reflexão por parte da sociedade. Agora, essa discussão
tornou-se ainda mais presente quando se discute os direitos individuais
como resultado de uma ampla mobilização do pensamento dos sectores
organizados da sociedade e quando a cidadania exige mais direitos.
Além disso, surgem cada vez mais tratamentos e recursos capazes de
prolongar por muito tempo a vida dos pacientes descerebrados, o que
pode levar a um demorado e penoso processo de morrer.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

A medicina actual, na medida em que avança na possibilidade de salvar


24
mais vidas, cria inevitavelmente complexos éticos que permitem maiores
dificuldades para um conceito mais ajustado do fim da existência
humana.
O cenário da morte e a situação de paciente terminal são as condições
que provocam uma maior discussão neste contexto, levando em conta
os princípios da preservação da vida e do alívio do sofrimento.”
a) - “Quais as vantagens disso para a sociedade, para os familiares e
para paciente”?
b) -Relacione o texto anterior com o debate sobre Eutanásia.
c) -Será legitimo aprovar legislação a favor da Eutanásia? Explique.

3-Atendos Terroristas- 11 de Setembro


“Quando tomei conhecimento dos horrorosos ataques terroristas
realizados nos Estados Unidos, fiz a mim mesmo uma pergunta, a
mesma que já tinha feito antes, quando os jornais nos transmitiram a
notícia de outros actos igualmente monstruosos embora com um menor
de número de vítima e com uma divulgação mais pequena.
Um terrorista é alguém que procura o que deseja sem se importar se

actuar mal para o conseguir?)

a) -Sobre atentados terroristas: como é possível que um ser humano


possa conceber e planear acções deste tipo, com um total desprezo pela
vida própria e alheia? Que processo terá levado a que estes homens se
transformassem em “monstros” que nada tem de humanidade.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

25

TEMA-PROBLEMA:OS CONFLITOS NO MUNDO E OS DIREITOS


HUMANOS
Introdução: Este tema-problema enfatiza os vários conflitos mundiais,
a nível geográfico, histórico, económico e cultural. A unidade explicita
os diferentes factores que contribuem para as situações de conflito.
Assim, também se torna fundamental apresentar hipóteses de
negociação, bem como identificar a caracterizar as várias instituições
mundiais dedicadas à manutenção da paz e do desarmamento.
Consequentemente, constatam-se os Direitos Humanos fundamentais
para o homem, para a mulher e para a criança. Aborda-se o conceito de
Democracia e a Constituição, com as prerrogativas que lhes são
inerentes.
Lição nº____III-Trimestre
Tema-problema: os conflitos no mundo e os direitos humanos
Sub-tema: Os vários conflitos a nível mundial (Geográficos, Históricos,
Económicos e Culturais).
A Geografia dos conflitos exibe as várias áreas de tensão espalhadas
pelo globo, tendo como rivalidades étnicas, religiosas, nacionalistas e
em casos de disputa entre estados ou mudanças de fronteiras.
 Conflitos geográficos
 Colômbia: país onde existe uma guerra civil; grupos armados
objectivaram a tomada de poder, usando as Forças Armadas
Revolucionarias da Colômbia; é um dos conflitos mais
duradouros e sangrentos da América Latina.
 Conflito entre a Índia e o Paquistão: a Índia (maioritariamente
Hindu) e o Paquistão (maioritariamente muçulmanos) disputam a
região de Caxemira localizada no Norte da Índia.
 África: na Nigéria, o conflito nasceu entre cristãos e
muçulmanos; este país é o principal exportador de petróleo em
África mas 112 milhões de pessoas vivem na pobreza; as
péssimas condições de vida causaram mais de 250 grupos étnicos
e vários conflitos religiosos.
 Conflitos históricos
Os conflitos ocorrem no mundo como resultado de um processo
histórico de ocupação e de invasão de territórios fora de um
determinado país.
Principais conflitos:
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

 Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918): guerra entre a Tríplice


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Entente (Império Russo, Império Britânico e França) e Estados
Unidos (a partir de 1917) contra as Potencias Centrais (Império
Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano).
 Em 1935, a Alemanha ocupou a Polónia.
 Em 1937, a China foi invadida pelo Japão.
 Ataque a Pearl Harbor: o Japão atacou a frota norte-americana,
que se encontrava no porto de Pearl Harbor, no Havaí, dando
início à Guerra do Pacífico.
 Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945): foi o maior conflito da
história, com cem milhões de militares mobilizados; os principais
países envolvidos foram os Países Aliados (União Soviética,
Estados Unidos, Império Britânico, China, Polónia, França e
Brasil) e os Países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão); esta guerra
foi, também, o conflito mais letal de toda a humanidade,
totalizando setenta milhões de mortos.
 11 de Setembro de 2001: foi um dos conflitos mais violentos na
história da Humanidade; as quedas das torres nos Estados
Unidos da América, motivadas por ataques suicidas por parte de
elementos da Al-Qaeda, totalizaram um número elevado de
mortos e conflitos sucessivos entre os Estados Unidos e o Iraque
até à actualidade; este facto alterou o mundo e, por isso mesmo,
todos os países aumentaram a segurança nos seus aeroportos.
 Conflitos económicos
 A situação do petróleo no mundo-quem dita o preço do petróleo.
 Conflitos culturais
 Diversidade cultural (Católica e muçulmanos)
 Muitas culturas não são aceites no mundo devido à sua
educação.
 O mundo parou porque uma mulher muçulmana ia ser
apedrejada até à morte. Isto é um atentado aos direitos humanos!
Devemos canalizar as pessoas para a aceitação de todas as
culturas, desde as mesmas não violem os Direitos do Homem.
 Definição de conflito
O vocábulo conflito deriva do latim conflitctu, que significa choque,
embate ou luta; pode também ter o sentido de guerra, oposição,
alteração, desordem ou momento crítico.
Normalmente, os conflitos nascem em todos os sistemas sociais,
pessoas e internacionais e são um mal permanente no desenvolvimento
das sociedades. Este termo associa-se à capacidade da sociedade para o
resolver, fazendo-se valer de estruturas como tribunais, quando o
mesmo resulta em casos extremos de violências. O termo violência
refere-se, maioritariamente, à parte física; ainda assim, não se descarta
a violência psicológica e emocional.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

Tendo em conta o que foi abordado no parágrafo anterior, o termo


27
conflito surge da discrepância de objectivos entre duas ou mais partes
que não contam com um mecanismo efectivo de coordenação ou
mediação. Entenda-se que as partes são os Estados ou, como se
denomina no mundo contemporâneo, as comunidades dentro dos
Estados. Assim, quando estas comunidades não resolvem as suas
discrepâncias, a guerra é um perigo iminente, afectando milhares de
civis inocentes.
De acordo com um estudo realizado pela Carnegie Commission on
Preventing Deadly Conflit, uma sociedade pode entrar em guerra
devido aos seguintes factores:
 Estado fraco, desintegrado ou corrupto.
 Regimes repressivos ou ilegítimos.
 Discriminação contra certos grupos sociais e / ou étnicos.
 Tratamento inadequado das diferenças religiosas, culturais ou
étnicos
 Comunidades religiosas politicamente activas que promovem
mensagens hostis e de discórdia.
 Legado político e económico do colonialismo e / ou da Guerra
Fria.
 Mudanças políticas e económicas repentinas
 Alto índice de analfabetismo e de doenças.
 Falta de recursos vitais como água e terra própria para cultivo.
 Depósito de armas e munição.
 Ameaça às relações regionais.
Refere-se ainda, neste estudo, que “quando as diferenças permanentes
são exploradas por políticos demagogos, está actividades favorece a
escalada da violência.
 Os factores que contribuem para situações de conflitos a
nível mundial
A grande crise alimentar tem aumentado nos últimos meses e,
paulatinamente atinge milhões de pessoas em todo o mundo,
representando uma ameaça para todos nós. O preço dos produtos
agrícolas ascendeu com o aumento do preço do petróleo, trazendo sérios
problemas às comunidades, especialmente às mais vulneráveis.
A crise levou a revoltas alimentares em mais de trinta países até agora,
sendo que os casos mais preocupantes se encontram no Médio Oriente,
na Ásia e em África; o ciclone Nargir, que destruiu para uma situação
trágica, assim como as secas e mudanças climáticas que reduziram o
desenvolvimento agrícola.
 Soluções de negociação para situações de conflitos
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

As negociações de conflitos serão tratados nas Instituições


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Internacionais, defendendo sempre os respectivos problemas. Por
exemplo, o ciclone Nargis destruiu Myanmar, o que provocou que as
populações ficassem sem casas, alimentação; nesta situação trágica, a
Cruz Vermelha Internacional bem como outras organizações intervieram
prontamente.
Caso algum país seja atacado, a ONU (Organização das Nações Unidas)
tem como dever intervir e ajudar na luta e na conservação da paz.
Registe-se que Angola foi apoiada pela ONU para tentar encontrar a paz
quando existia guerra no nosso país. Realça-se que os capacetes azuis
também marcaram presença nas eleições livres, onde ganhou o M.P.L.A
(Movimento Popular de Libertação de Angola).
 As instituições internacionais dedicadas à manutenção de e
do desarmamento.
As Instituições Internacionais dedicadas à manutenção da paz e do
desarmamento associam-se ao Direito Nacional; são constituídas por
estados e decorrem através de conferências e relações de paz, entre as
várias nações.
Instituições Internacionais
 ONU-Organização das Nações Unidas
 É uma das mais conhecidas e importantes organizações
internacionais, pois visa a manutenção da paz, o desarmamento e
a cooperação entre os membros.
 Tem 200 estados-membros.
 Abrange as áreas de segurança, saúde e economia.
 OTAN-Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO)
 Defensora da segurança na Europa
 É uma organização militar e um instrumento político.
 Václav Havel afirmou que a Aliança é, acima de tudo, um
instrumento em prol da Democracia.
 Defensora dos valores espirituais e políticos.
 É um pilar da segurança global.
 É a única organização com meios e capacidades para intervir
militarmente em qualquer parte do que necessita.
 O ataque da OTAN contra os Boémios, na Sérvia, serviu para a
organização de bom ambiente em prol da paz.
 Interfere sempre que é necessário
 OUA-Organização da Unidade Africana
 Proclamou a carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos,
em 1981.
Lição nº__ III-Trimestre
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

Tema-problema: os conflitos no mundo e os direitos humanos


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Sub-tema: Definição dos direitos humanos
A palavra direito provém do vocábulo latino directus e significa
liberdade para todos. Segundo o artigo primeiro da Declaração
Universal dos Direitos do Homem, “Todos os seres humanos nascem
livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de
consciência, devem agir uns para com os outros em espirito de
fraternidade “. Neste sentido, o indivíduo tem direito à liberdade de
expressão, liberdade de pensamento e igualdade perante a lei, “os
direitos humanos são as liberdades e os direitos de todos os seres
humanos”.
 Os direitos humanos e sua história
Ao longo dos anos, filósofos e juristas trabalham conjuntamente para
que a existência, a liberdade e a posse de bens pudessem ser direitos
adquiridos por todos os cidadãos. Hobbes, Locke e, mais tarde,
Montesquieu, Voltaire e Rousseau demonstraram que os direitos
humanos criaram uma nova concepção de obediência, limitando, desta
maneira, o domínio do Estado.
A história retracta que o Cristianismo, na Idade Média, defende a
igualdade de todos os homens com a mesma dignidade. Também os
matemáticos cristãos desenvolveram uma teoria acerca desta temática,
denominada Teoria do Direito Natural. Aqui constatou-se que o Homem
pertence a uma ordem social e jurídica justa, não obstante à lei de Deus
laica que era uma obrigação importa por Reis, Príncipes e Imperadores.
Na Idade Moderna, os racionalistas pertencentes aos séculos XVII e
XVIII, recriaram a teoria do direito natural, suprimindo, então, o
domínio de uma ordem divina. Para estes homens, todos os humanos
são naturalmente livres e, assim que se integram na sociedade, não
podem ser privados de qualquer direito. Desta forma, atentou-se na
protecção dos Direitos Humanos, inspirando o actual sistema
internacional.
Naturalmente, as várias noções foram evoluindo e reflectiram-se,
essencialmente e inicialmente, em Inglaterra e nos Estados Unidos da
América. A Magda Carta de 1215 garantiu a luta contra a arbitrariedade
da coroa e influenciou diversos documentos como, por exemplo, o Acto
Habeas Corpus (1679), a primeira tentativa para impedir as prisões
ilegais. A 4 de Julho de 1779, e com base na Declaração de Virgínia,
surge a Declaração Americana de Independência, onde nascem os
direitos naturais do ser humano que todos deveriam respeitar.
Em 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão é
promulgada em França e, ao longo dos séculos XIV e XV, as
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

reivindicações a favor da liberdade aumentaram, forçando a definição


30
de direitos económicos e sociais
A evolução ao longo dos anos foi clara, mas entre 1945 e 1948, durante
a Guerra Mundial, as atrocidades foram tão cruéis que se criou a ONU
(Organização das Nações Unidas), com o intuito de estabelecer e manter
a paz no mundo.
A 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral da ONU proclamou,
então, a Declaração dos Direitos Humanos e estabeleceu a paz e o
consenso entre os povos como um dos seus objectivos principais.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Adoptada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembleia
Geral das Nações Unidas em 10 de Dezembro de 1948.
Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os
membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos
resultaram em actos bárbaros que ultrajaram a consciência da
Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem
de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do
temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do
homem comum,
Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo
Estado de Direito, para que o homem não seja compelido, como último
recurso, à rebelião contra tirania e a opressão,
Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações
amistosas entre as nações,
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta,
sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da
pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e das mulheres,
e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de
vida em uma liberdade mais ampla,
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a
desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal
aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a observância desses
direitos e liberdades, Considerando que uma compreensão comum
desses direitos e liberdades é da mis alta importância para o pleno
cumprimento desse compromisso,
A Assembleia Geral proclama
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

A presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal


31
comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o
objectivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo
sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da
educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela
adopção de medidas progressivas de carácter nacional e internacional,
por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e
efectivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto
entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
Artigo I
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras
com espírito de fraternidade.
Artigo II
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja
de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra
natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer
outra condição.
Artigo III
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o
tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo V
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel,
desumano ou degradante.
Artigo VI
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida
como pessoa perante a lei.
Artigo VII
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a
igual protecção da lei. Todos têm direito a igual protecção contra
qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo VIII
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes


32
remédio efectivo para os actos que violem os direitos fundamentais que
lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Artigo IX
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo X
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e
pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir
de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação
criminal contra ele.
Artigo XI
1. Toda pessoa acusada de um acto delituoso tem o direito de ser
presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de
acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido
asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer acção ou omissão que, no
momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou
internacional. Tampouco será imposta pena mais forte do que aquela
que, no momento da prática, era aplicável ao acto delituoso.
Artigo XII
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua
família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua
honra e reputação. Toda pessoa tem direito à protecção da lei contra
tais interferências ou ataques.
Artigo XIII
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro
das fronteiras de cada Estado.
2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o
próprio, e a este regressar.
Artigo XIV
1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de
gozar asilo em outros países.
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição
legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos
contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XV
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do


33
direito de mudar de nacionalidade.
Artigo XVI
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de
raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimónio e
fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento,
sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno
consentimento dos nubentes.
Artigo XVII
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com
outros.
2.Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e
religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e
a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela
prática, pelo culto e pela observância, isolada ou colectivamente, em
público ou em particular.
Artigo XIX
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito
inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar,
receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras.
Artigo XX
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação
pacíficas.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo XXI
1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país,
directamente ou por intermédio de representantes livremente
escolhidos.
2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu
país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta
vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a


34
liberdade de voto.
Artigo XXII
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança
social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação
internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado,
dos direitos económicos, sociais e culturais indispensáveis à sua
dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo XXIII
1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a
condições justas e favoráveis de trabalho e à protecção contra o
desemprego.
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual
remuneração por igual trabalho.
3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e
satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência
compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se
necessário, outros meios de protecção social.
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para
protecção de seus interesses.
Artigo XXIV
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável
das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas.
Artigo XXV
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si
e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário,
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e
direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez,
velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu
controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência
especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimónio,
gozarão da mesma protecção social.
Artigo XXVI
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo
menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar
será obrigatória. A instrução técnico profissional será acessível a todos,
bem como a instrução superior, está baseada no mérito.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da


35
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos
humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos
raciais ou religiosos, e coadjuvará as actividades das Nações Unidas em
prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito n escolha do género de instrução
que será ministrada a seus filhos.
Artigo XXVII
1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de
seus benefícios.
2. Toda pessoa tem direito à protecção dos interesses morais e materiais
decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da
qual seja autor.
Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os
direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser
plenamente realizados.
Artigo XXIV
1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e
pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita
apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim
de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e
liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da
ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser
exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações
Unidas.
Artigo XXX
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada
como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito
de exercer qualquer actividade ou praticar qualquer acto destinado à
destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

 OS DIREITOS DA MULHER E A SUA HISTÓRIA


TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

Papel da mulher estava estagnado no tempo nas mais diversas


36
sociedades, Inclusive nas ocidentais. Constate-se que não sofriam uma
evolução cronológica nem social nas comunidades.
Ainda assim realçam-se alguns nomes, como a inglesa Dora Russel, a
egípcia Hoda Sharaawi, a porto-riquenha Luísa Capetillo e a sul-
africana Shamima Shaikh, que defenderam sempre os direitos e a
liberdade da mulher na sociedade, lutando contra a discriminação.
Nas guerras, os homens, usando a sua superioridade física, criaram
situações de humilhação a mulher, batendo-lhes os dirigindo-lhes
palavras impróprias. Também, em algumas regiões, existia o corte do
clitóris; a mulher não tinha direito ao prazer na relação sexual, apenas
tinha a obrigação de procriar.
Actualmente, na nossa sociedade, as mulheres participam activamente
em todas as áreas sociais, tendo os mesmos direitos que os homens.
Este facto consta mesmo no Protocolo a Carta Africana dos Direitos do
Homem e dos Povos relativamente aos direitos da Mulher Africana.
“PROTOCOLO À CARTA AFRICANA DOS DIREITOS DO HOMEM E
DOS POVOS, RELATIVO AOS DIREITOS DA MULHER EM ÀFRICA”
Considerando que o artigo 66.º da Carta Africana dos Direitos do
Homem e dos Povos prevê a adopção de protocolos ou acordos
especiais, se forem necessários, para completar as disposições da Carta
Africana e que a Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da
Organização da Unidade Africana, reunida na sua 31.ª Sessão
Ordinária em Adis Abeba, Etiópia, em Junho de 1995, endossou,
através da sua Resolução AHG/Res.240 (XXXI), a recomendação da
Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos no sentido de se
elaborar um Protocolo sobre os Direitos da Mulher em África,
Considerando igualmente que o artigo 2.º da Carta Africana dos Direitos
do Homem e dos Povos estabelece o princípio da não discriminação com
base na raça, na etnia, na cor, no sexo, na língua, na religião, na
opinião política ou em outra situação;
Considerando ainda que o artigo 18.º da Carta Africana dos Direitos do
Homem e dos Povos exorta os Estados Partes que eliminem todas as
formas de discriminação contra a mulher e assegurem a protecção dos
direitos da mulher, tal como estipulado em declarações e convenções
internacionais;
Notando que os artigos 60.º e 61.º da Carta Africana dos Direitos do
Homem dos Povos reconhecem os instrumentos regionais e
internacionais relativos aos direitos humanos e às práticas africanas,
em conformidade às normas internacionais dos Direitos do Homem e
dos Povos, como referências importantes para a aplicação e a
interpretação da Carta Africana; Evocando que os direitos da mulher
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

são reconhecidos e garantidos em todos os instrumentos internacionais


37
relativos aos Direitos do Humanos, nomeadamente a Declaração
Universal dos Direitos Humanos. O pacto internacional relativo aos
direitos civis e políticos, assim como direitos económicos, sociais e
culturais, a Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de
Descriminação Contra a Mulher e o seu protocolo facultativo, outras
convenções e pactos internacionais relativos aos direitos da mulher,
como sendo direitos humanos inalienáveis, interdependentes e
indivisíveis.”
Os direitos da mulher referem-se à liberdade que lhe é inerente.
Geralmente, são ignorado/ ilegais e suprimidos por leis ou costumes de
uma determinada sociedade.
Direitos fundamentais da mulher em todas as sociedades:
1. Direito à vida.
2. Direito à liberdade e à segurança pessoal.
3. Direito à igualdade e a estar livre de todas as formas de
discriminação.
4. Direito à liberdade de pensamento.
5. Direito à informação e à Educação.
6. Direito à felicidade.
7. Direito à saúde e à protecção.
8. Direito a constituir relacionamento conjugal e a planear a sua
família.
9. Direito a decidir ter ou não ter filhos e quando tê-los.
10. Direito aos benefícios do progresso científico.
11. Direito à liberdade de reunião e participação política.
12. Direito a não ser submetida a torturas e maus-tratos.
Segundo Paul Johnson, “a raça humana tem estado a funcionar com
metade da sua energia criativa”, pelo que em cem anos o desperdício ou
a não utilização do talento feminino será considerado um erro sério e
incompreensível.
A mulher devia participar activamente na sociedade; todavia, em
algumas zonas do mundo, a ausência ou diminuta participação do sexo
feminino é frequente, o que levará a um modelo incómodo para homens
e mulheres, pois revela persistência de modelos sociais arcaicos.
Na sociedade, as diferenças entre os dois sexos são demasiado
profundas. As mulheres são classificadas como sensíveis, emotivas
carinhosas, preocupadas com prática, intuitivas, doces meigas,
sedutoras, espertas, levianas, fracas, tentadoras dos homens, fadas, do
lar, vaidosas, perspicazes, coscuvilheiras, fatais, sentimentais, belas,
feias, velhas, perversas e frustradas. Já os homens designam-se pela
natureza cerebral, dureza, resistência, agressividade, violência,
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

coragem, força, liderança, amizade, competição mas também são


38
passíveis e tentados ao pecado pelas mulheres, calmos e criativos.
O peso dos poderes entre os homens e mulheres é ainda demasiado
exacerbado e, neste sentido, a Declaração Universal dos Direitos
Humanos trabalha com o intuito de igualar as oportunidades quer para
os homens, quer para a mulher.
 OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA
A criança é um ser humano ingénuo que devemos criar e educar, sem
nunca esquecer todos os direitos que lhe são inerentes e fundamentais
para o seu correcto desenvolvimento. Sabemos que é um ente que
necessita de amor e afecto para um crescimento harmonioso, bem como
cuidados especiais para ter qualidade de vida.
A família tem como dever proteger a criança, proporcionando-lhe
assistência a vários níveis, desde uma alimentação adequada até aos
cuidados de saúde necessários e oportunos a cada etapa da vida.
Infelizmente, o Mundo só direccionou os seus olhos para os direitos das
crianças depois da 2ª Guerra Mundial, onde estas sofreram verdadeiras
atrocidades tais como violações e enforcamentos. Ainda hoje, em alguns
locais do mundo, existem maldades contra as crianças que chegam a
ser acusadas de feitiçarias e até são mortos pelos próprios familiares. A
Pedofilia e o trabalho infantil continuam a ser comuns na sociedade,
mas já começamos a trabalhar com objectivo de suprimir este tipo de
comportamentos.
A sociedade tem um papel preponderante no
desenvolvimento/crescimento adequado da população infantil, pois esta
é o futuro da nossa nação. Neste sentido, em Angola, todos aqueles que
prejudicam o futuro da nação, as crianças, são punidos de acordo a lei.
O conjunto de normas, valores e princípios foram uma inspiração para
se obter a Declaração dos Direitos da Criança. Neste contexto, a criança
não é só uma extensão da sua família, mas membro duma sociedade,
sendo ainda considerada “o futuro do amanhã”.
A 20 de Novembro de 1959, a Organização das Nações Unidas (ONU)
elaborou a Declaração dos Direitos da Crianças. Assim, decidiu-se por
unanimidade, que todas as crianças tinham os seguintes direitos civis,
políticos, económicos, social e culturais:

1- A criança deve ter condições para se desenvolver física, mental,


moral, espiritual e socialmente, com liberdade e dignidade.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

2- Todos a criança tem direito a um nome e a uma nacionalidade e,


39
tanto quanto possível, o direito de conhecer os pais e de ser
educada por eles.
3- A criança tem direito à alimentação, lazer, moradia e serviços
médicos adequados.
4- A criança deve crescer amparada pelos pais e soba sua
responsabilidade, num ambiente de afecto e de segurança.
5- Uma criança que seja prejudicada física ou mentalmente deve
receber tratamento, educação e cuidados especiais.
6- A criança tem direito à educação gratuita e obrigatória nas etapas
elementares.
7- A criança, em todas as circunstâncias, deve estar entre os
primeiros a receber protecção e socorro.
8- A criança deve ser protegida contra o abandono e a exploração.
Não deverá trabalhar antes de uma idade adequada.
9- As crianças devem ser protegidas contra a prática de
discriminação racional, religiosa ou de qualquer outra índole.
10- A criança deve ser educada num espírito de compreensão,
tolerância, amizade, fraternidade e paz entre os povos.
Lição nº____ IIIºTrimestre
Tema-problema: Os conflitos no mundo e os direitos humanos
Sub-tema: A Constituição da República de Angola
Uma Constituição define-se como um sistema de governação que
estabelece regras e princípios de uma entidade política autónoma.
Nos países, este termo refere-se especialmente à constituição nacional
que define princípios políticos fundamentais e estabelece a estrutura, os
procedimentos, os poderes e os deveres do governo.
Para estabelecer de uma forma mais clara a Constituição Angolana,
referimos, em seguida, alguns artigos da nossa Constituição. Os
restantes artigos poderão ser consultados na própria Constituição,
realçando-se que esta não pode ser rasurada ou modificada.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA
PREÂMBULO
Nós, o Povo de Angola, através dos nossos lídimos representantes,
Deputados da Nação livremente eleitos nas eleições parlamentares de
Setembro de 2008;
Cientes de que essas eleições se inserem na longa tradição de luta do
povo angolano pela conquista da sua cidadania e independência,
proclamada no dia 11 de Novembro de 1975, data em que entrou em
vigor a primeira Lei Constitucional da história de Angola, corajosamente
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

preservada graças aos sacrifícios colectivos para defender a soberania


40
nacional e a integridade territorial do país;
Tendo recebido, por via da referida escolha popular e por força do
disposto no artigo 158.º da Lei Constitucional de 1992, o nobre e
indeclinável mandato de proceder à elaboração e aprovação da
Constituição da República de Angola;
Cônscios da grande importância e magna valia de que se reveste a
feitura e adopção da lei primeira e fundamental do Estado e da
sociedade angolana;
Destacando que a Constituição da República de Angola se filia e
enquadra directamente na já longa e persistente luta do povo angolano,
primeiro, para resistir à ocupação colonizadora, depois para conquistar
a independência e a dignidade de um Estado soberano e, mais tarde,
para edificar, em Angola, um Estado democrático de direito e uma
sociedade justa;
Invocando a memória dos nossos antepassados e apelando à sabedoria
das lições da nossa história comum, das nossas raízes seculares e das
culturas que enriquecem a nossa unidade;
Inspirados pelas melhores lições da tradição africana substrato
fundamental da cultura e da identidade angolanas;
Revestidos de uma cultura de tolerância e profundamente
comprometidos com a reconciliação, a igualdade, a justiça e o
desenvolvimento;
Decididos a construir uma sociedade fundada na equidade de
oportunidades, no compromisso, na fraternidade e na unidade na
diversidade;
Determinados a edificar, todos juntos, uma sociedade justa e de
progresso que respeita a vida, a igualdade, a diversidade e a dignidade
das pessoas;
Relembrando que a actual Constituição representa o culminar do
processo de transição constitucional iniciado em 1991, com a
aprovação, pela Assembleia do Povo, da Lei n.º 12/91, que consagrou a
democracia multipartidária, as garantias dos direitos e liberdades
fundamentais dos cidadãos e o sistema económico de mercado,
mudanças aprofundadas, mais tarde, pela Lei de Revisão Constitucional
n.º 23/92;
Reafirmando o nosso comprometimento com os valores e princípios
fundamentais da Independência, Soberania e Unidade do Estado
democrático de direito, do pluralismo de expressão e de organização
política, da separação e equilíbrio de poderes dos órgãos de soberania,
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

do sistema económico de mercado e do respeito e garantia dos direitos e


41
liberdades fundamentais do ser humano, que constituem as traves
mestras que suportam e estruturam a presente Constituição;
Conscientes de que uma Constituição como a presente é, pela partilha
dos valores, princípios e normas nela plasmados, um importante factor
de unidade nacional e uma forte alavanca para o desenvolvimento do
Estado e da sociedade;
Empenhando-nos, solenemente, no cumprimento estrito e no respeito
pela presente Constituição e aspirando a que a mesma postura seja a
matriz do comportamento dos cidadãos, das forças políticas e de toda a
sociedade angolana;
Assim, invocando e rendendo preito à memória de todos os heróis e de
cada uma das angolanas e dos angolanos que perderam a vida na
defesa da Pátria;
Fiéis aos mais altos anseios do povo angolano de estabilidade,
dignidade, liberdade, desenvolvimento e edificação de um país moderno,
próspero, inclusivo, democrático e socialmente justo;
Comprometidos com o legado para as futuras gerações e no exercício da
nossa soberania;
Aprovamos a presente Constituição como Lei Suprema e Fundamental
da República de Angola.
TÍTULO I
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Artigo 1.º
(República de Angola)
Angola é uma República soberana e independente, baseada na
dignidade da pessoa humana e na vontade do povo angolano, que tem
como objectivo fundamental a construção de uma sociedade livre, justa,
democrática, solidária, de paz, igualdade e progresso social.
Artigo 2.º
(Estado Democrático de Direito)
1. A República de Angola é um Estado Democrático de Direito que tem
como fundamentos a soberania popular, o primado da Constituição e da
lei, a separação de poderes e interdependência de funções, a unidade
nacional, o pluralismo de expressão e de organização política e a
democracia representativa e participativa.
2. A República de Angola promove e defende os direitos e liberdades
fundamentais do Homem, quer como indivíduo quer como membro de
grupos sociais organizados, e assegura o respeito e a garantia da sua
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

efectivação pelos poderes legislativo, executivo e judicial, seus órgãos e


42
instituições, bem como por todas as pessoas singulares e colectivas.
Artigo 3.º
(Soberania)
1. A soberania, una e indivisível, pertence ao povo, que a exerce através
do sufrágio universal, livre, igual, directo, secreto e periódico, do
referendo e das demais formas estabelecidas pela Constituição,
nomeadamente para a escolha dos seus representantes.
2. O Estado exerce a sua soberania sobre a totalidade do território
angolano, compreendendo este, nos termos da presente Constituição,
da lei e do direito internacional, a extensão do espaço terrestre, as
águas interiores e o mar territorial, bem como o espaço aéreo, o solo e o
subsolo, o fundo marinho e os leitos correspondentes.
3. O Estado exerce jurisdição e direitos de soberania em matéria de
conservação, exploração e aproveitamento dos recursos naturais,
biológicos e não biológicos, na zona contígua, na zona económica
exclusiva e na plataforma continental, nos termos da lei e do direito
internacional.
Artigo 4.º
(Exercício do poder político)
1. O poder político é exercido por quem obtenha legitimidade mediante
processo eleitoral livre e democraticamente exercido, nos termos da
Constituição e da lei.
2. São ilegítimos e criminalmente puníveis a tomada e o exercício do
poder político com base em meios violentos ou por outras formas não
previstas nem conformes com a Constituição.
Artigo 5.º
(Organização do território)
1. O território da República de Angola é o historicamente definido pelos
limites geográficos de Angola tais como existentes a 11 de Novembro de
1975, data da Independência Nacional.
2. O disposto no número anterior não prejudica as adições que tenham
sido ou que venham a ser estabelecidas por tratados internacionais.
3. A República de Angola organiza-se territorialmente, para fins político
administrativos, em Províncias e estas em Municípios, podendo ainda
estruturar-se em Comunas e em entes territoriais equivalentes, nos
termos da Constituição e da lei.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

4. A definição dos limites e das características dos escalões territoriais,


43
a sua criação, modificação ou extinção, no âmbito da organização
político administrativo, bem como a organização territorial para fins
especiais, tais como económicos, militares, estatísticos, ecológicos ou
similares, são fixadas por lei.
5. A lei fixa a estruturação, a designação e a progressão das unidades
urbanas e dos aglomerados populacionais.
6. O território angolano é indivisível, inviolável e inalienável, sendo
energicamente combatida qualquer acção de desmembramento ou de
separação de suas parcelas, não podendo ser alienada parte alguma do
território nacional ou dos direitos de soberania que sobre ele o Estado
exerce.
Artigo 6.º
(Supremacia da Constituição e legalidade)
1. A Constituição é a lei suprema da República de Angola.
2. O Estado subordina-se à Constituição e funda-se na legalidade,
devendo respeitar e fazer respeitar as leis.
3. As leis, os tratados e os demais actos do Estado, dos órgãos do poder
local e dos entes públicos em geral só são válidos se forem conformes à
Constituição.
Artigo 7.º
(Costume)
É reconhecida a validade e a força jurídica do costume que não seja
contrário à Constituição nem atente contra a dignidade da pessoa
humana.
Artigo 8.º
(Estado unitário)
A República de Angola é um Estado unitário que respeita, na sua
organização, os princípios da autonomia dos órgãos do poder local e da
desconcentração e descentralização administrativas, nos termos da
Constituição e da lei.
Artigo 9.º
(Nacionalidade)
1. A nacionalidade angolana pode ser originária ou adquirida.
2. É cidadão angolano de origem o filho de pai ou de mãe de
nacionalidade angolana, nascido em Angola ou no estrangeiro.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

3. Presume-se cidadão angolano de origem o recém-nascido achado em


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território angolano.
4. Nenhum cidadão angolano de origem pode ser privado da
nacionalidade originária.
5. A lei estabelece os requisitos de aquisição, perda e reaquisição da
nacionalidade angolana.
Artigo 10.º
(Estado laico)
1. A República de Angola é um Estado laico, havendo separação entre o
Estado e as igrejas, nos termos da lei.
2. O Estado reconhece e respeita as diferentes confissões religiosas, as
quais são livres na sua organização e no exercício das suas actividades,
desde que as mesmas se conformem à Constituição e às leis da
República de Angola.
3. O Estado protege as igrejas e as confissões religiosas, bem como os
seus lugares e objectos de culto, desde que não atentem contra a
Constituição e a ordem pública e se conformem com a Constituição e a
lei.
Artigo 11.º
(Paz e Segurança Nacional)
1. A República de Angola é uma Nação de vocação para a paz e o
progresso, sendo um dever do Estado e um direito e responsabilidade
de todos garantir, com respeito pela Constituição e pela lei, bem como
pelas convenções internacionais, a paz e a segurança nacional.
2. A paz tem como base o primado do direito e da lei e visa assegurar as
condições necessárias à estabilidade e ao desenvolvimento do País.

3. A segurança nacional é baseada no primado do direito e da lei, na


valorização do sistema integrado de segurança e no fortalecimento da
vontade nacional, visando a garantia da salvaguarda do Estado e o
asseguramento da estabilidade e do desenvolvimento, contra quaisquer
ameaças e riscos.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

Lição nº___ IIIºTrimestre


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Tema-problema: Os conflitos no mundo e os direitos humanos
Sub-tema: A Democracia, Definição e História
Definição de Democracia
A palavra democracia deriva do vocábulo grego demos que significa
povo. Neste sentido, pode ser definida como um regime governamental,
onde o povo tem um poder soberano sobre o poder legislativo e
executivo.
Democracia é “governo do povo, pelo povo e para o povo”, tendo como
objectivo generalizado fomentar os valor da tolerância, cooperação e
compromisso.
História da Democracia
O governo democrático nasceu em Atenas, na Antiga Grécia, no século
V a.C.; neste tempo, o povo reunia-se em assembleia e votava, sempre
que existia necessidade de tomar decisões em relação a algum assunto
fulcral para a comunidade. Todos os elementos tinham o direito e o
dever de participar nas decisões das assembleias, pelo que o papel que
cada um assumia tinha uma importância preponderante para o futuro
da sociedade.
Embora esta realidade fosse a desejada, só se concretizava em 10%,
sendo que apenas alguns atenienses tinham direito ao voto: as
mulheres, os escravos e os estrangeiros não eram considerados
cidadãos e eram totalmente excluídos das grandes decisões. Roma foi
também um caso onde existia abuso de poder por parte dos monarcas e
a Democracia era apenas uma mera utopia que, na realidade, não
existia.
As ideias democráticas reapareceram entre os vários os séculos XVII e
XVIII, depois de Roma. O abuso de poder da monarquia levou os
intelectuais a meditar sobre o poder absoluto do governo. Assim, lutou-
se contra o absolutismo e a favor do liberalismo. Os liberais lutaram
conta a aristocracia da Idade Média, onde o poder político e a
propriedade eram hereditários, ou seja, eram “herdados” por familiares.
John Locke, filósofo liberal, distinguiu a esfera pública da esfera
privada, bem como a sociedade política e a sociedade civil. Segundo o
seu pensamento, o poder apenas é legítimo se a sua origem for
parlamentar, o que significa que ninguém tem o direito de ocupar um
cargo político só porque nasceu numa família nobre.
Rousseau defendeu uma democracia aproximada com a da velha
Grécia. Na opinião deste filósofo, os governantes não são representantes
do povo, mas seus agentes. Desta forma, devem ser subordinados à
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

soberania popular que toma decisões através de assembleias


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referendos.
Ao longo dos anos, muitos foram as opiniões acerca do conceito de
Democracia e existiram várias modificações até à actualidade.
Angola, segundo o artigo 2º da Constituição da República, é um estado
democrático de direito. O voto é um dever cívico e todo o indivíduo com
mais de 18 anos de idade pode votar.
Para uma interpretação mais aprofundada deste tema, deve ler-se o
preâmbulo da Constituição Angolana, presente no ponto anterior.
ANEXO: LEI Nº 5/98 DE 19 JUNHO 1998
A experiência acumulada nos últimos anos tanto a nível internacional
como nacional, tem produzido uma nova consciência global acerca das
implicações ambientais do desenvolvimento humano, traduzida por
uma cada vez maior responsabilização da sociedade como um todo,
diante das referidas implicações.
Entretanto, cabe aos Estados, em primeiro lugar, definir políticas
ambientais que correspondam a essa nova consciência global, com o
objectivo não só de renovar ou utilizar correctamente os recursos
naturais disponíveis, garantindo assim o desenvolvimento sustentado
de toda a humanidade, como também de assegurar, permanentemente,
a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. No caso de Angola, tal
imperativo está expressamente consagrado na Lei Constitucional no
número 2 do artigo 12.º e nos números 1, 2 e 3 artigo 24.º
Ainda no caso do nosso País, a formulação de um quadro jurídico que
defina de modo global e preciso as responsabilidades colectivas e
individuais, diante das complexas questões ambientais e ecológicas que
a todos se colocam, mostrasse como o primeiro passo a realizar, a par
de outras medidas, para a concretização da política ambiental que ao
Estado cabe estabelecer.
Nestes termos, ao abrigo da alínea h) do artigo 90.º da Lei
Constitucional, a Assembleia Nacional aprova a seguinte:
LEI DE BASES DO AMBIENTE
CAPÍ TULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1.º
(Âmbito)

A presente lei define os conceitos e os princípios básicos da protecção,


preservação e conservação do ambiente, promoção da qualidade de vida
e do uso racional dos recursos naturais, de acordo com os n.ºs 1, 2 e 3
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

do artigo 24.º e n.º 2 do artigo 12.º da Lei Constitucional da República


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de Angola.
Artigo 2.º
(Definições)

As definições e conceitos utilizados no articulado são definidos no


glossário anexo, que faz parte integrante da presente lei.
Artigo 3.º
(Princípios gerais)

1. Todos os cidadãos têm direito a viver num ambiente sadio e aos


benefícios da utilização racional dos recursos naturais do país,
decorrendo daí as obrigações em participar na sua defesa e uso
sustentado, respectivamente.
2. É devido o respeito aos princípios do bem-estar de toda a população,
à protecção, preservação e conservação do ambiente e ao uso racional
dos recursos naturais, cujos valores não podem ser subestimados em
relação a interesses meramente utilitários.
3. Ao Estado compete implantar um Programa Nacional de Gestão
Ambiental para atingir os objectivos preconizados anteriormente,
criando para o efeito as necessárias estruturas e organismos
especializados e fazendo publicar legislação que permita a sua
exequibilidade.
Artigo 4.º
(Princípios Específicos)

Com base nos princípios gerais previstos no artigo 3.º da presente Lei
devem ser observados os seguintes princípios específicos:
a) Da formação e educação ambiental: todos os cidadãos têm o direito
e o dever de receberem educação ambiental de forma a melhor
compreenderem os fenómenos do equilíbrio ambiental, base essencial
para uma actuação Consciente na defesa da Política Ambiental
Nacional;
b) Da Participação: todos os cidadãos têm o direito e o dever de
participar no controlo da execução da Política Ambiental, quer através
de órgãos colectivos onde estejam representados, quer através de
consultas públicas de projectos específicos que interfiram com os seus
interesses ou do equilíbrio ambiental;
c) Da prevenção: todas as acções ou actuações com efeitos imediatos
ou a longo prazo no ambiente, devem ser consideradas de forma
antecipada, de forma a serem eliminados ou minimizados os eventuais
efeitos nocivos;
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

d) Do equilíbrio: deve ser assegurada a inter-relação das políticas de


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desenvolvimento económico e social com os princípios de conservação e
preservação ambiental e uso racional dos recursos naturais, de forma a
se alcançarem os objectivos do Desenvolvimento Sustentável;
e) Da unidade de gestão e acção: deve ser criado e dinamizado um
órgão nacional responsabilizado pela política ambiental, que promova a
aplicação dos princípios para a melhoria da qualidade do ambiente e de
vida em todos os sectores da vida nacional, organize e administre uma
rede de áreas de protecção ambiental e incentive a educação ambiental
de forma sistemática e permanente;
f) Da cooperação internacional: determina a procura de soluções
concertadas com outros países, com organizações regionais, sub
regionais e internacionais, quanto a problemas ambientais e à gestão de
recursos naturais comuns;
g) Da responsabilização: confere responsabilidades a todos os agentes
que como resultado das suas acções provoquem prejuízos ao ambiente,
degradação, destruição, ou delapidação de recursos naturais,
atribuindo-lhes a obrigatoriedade da recuperação e/ou indemnização
dos danos causados, sendo para os casos anteriores à publicação da
presente Lei, aplicado o previsto no artigo 18.º desta mesma Lei;
h) Da valorização dos recursos naturais: atribui um valor
contabilizável a todos os recursos naturais destruídos ou utilizados nas
várias acções, tanto como matéria-prima ou matéria subsidiária, valor a
ser incorporado no produto final e que deve ser objecto de cobrança a
favor de fundos de gestão ambiental;
i) Da defesa dos recursos genéticos: confere ao Estado a
responsabilidade da defesa dos recursos genéticos nacionais em todas
as suas vertentes, incluindo a sua preservação dentro do espaço
nacional.
Artigo 5.º
(Objectivos e Medidas)

Para a manutenção de um ambiente propício à qualidade de vida da


população, é necessária a adopção de medidas que visem
nomeadamente:

a) Alcançar de forma plena um Desenvolvimento Sustentável em todas


as vertentes da vida nacional;
b) Manter um equilíbrio entre a satisfação das necessidades básicas dos
cidadãos e a capacidade de resposta da natureza;
c) Garantir o menor impacte ambiental das acções necessárias ao
desenvolvimento do país através de um correcto ordenamento do
território e aplicação de técnicas e tecnologias adequadas;
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

d) Prestar a maior atenção à qualidade do ambiente urbano através de


49
uma eficaz aplicação da administração local e municipal;
e) Constituir, consolidar e reforçar uma rede de Áreas de Protecção
Ambiental de forma a garantir a manutenção da biodiversidade,
aproveitando essas áreas para a educação ambiental e recreação da
população;
f) Promover acções de investigação e estudo científico em todas as
vertentes da ecologia, aproveitando as capacidades nacionais
principalmente dos centros universitários e de pesquisa;
g) Promover a aplicação de normas de qualidade ambiental em todos os
sectores produtivos e de prestação de serviços, com base em normas
internacionais adaptadas à realidade do país;
h) Garantir a participação dos cidadãos em todas as tomadas de decisão
que impliquem desequilíbrios ambientais e sociais;
i) Promover de acordo com outros sectores da vida nacional, a defesa do
consumidor;
j) Estabelecer normas claras e aplicáveis na defesa do património
natural, cultural e social do país;
k) Proceder à recuperação, das áreas degradadas no território nacional;
l) Articular com países limítrofes acções de defesa ambiental e de
aumento da qualidade de vida das populações fronteiriças.

CAPÍTULO I I
ÓRGÃOS DE GESTÃO AMBIENTAL

Artigo 6.º
(Responsabilidades do Estado)

Cabe ao Estado através do Governo e dentro da Política Ambiental a


definição e execução do Programa de Gestão Ambiental, no qual devem
ser estabelecidas:
a) Responsabilidades a todos os órgãos do Governo cujo controlo e ou
actividade tenha influência no ambiente, através da utilização de
recursos naturais, produção e emissão de poluentes e influência nas
condições sócio económicas das comunidades;
b) Responsabilidades a todos os agentes não estatais que façam uso de
recursos naturais, influenciem o equilíbrio ambiental e as condições
socioeconómicas das comunidades;
c) Responsabilidades aos cidadãos pelo uso incorrecto de recursos
naturais, emissão de poluentes e prejuízos à qualidade de vida.

Artigo 7.º
(Órgãos Centrais e Locais)

1. O Governo deve criar um órgão central coordenador das actividades


do Programa Nacional de Gestão Ambiental, que se pode fazer
representar a níveis regional, provincial, municipal e local.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

2. O órgão central coordenador do Programa Nacional de Gestão


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Ambiental pode ainda criar organismos especializados em actividades
específicas da Gestão Ambiental.
3. O órgão coordenador das actividades do Programa Nacional de
Gestão Ambiental tem por principal missão, realizar e promover j unto
dos restantes órgãos do aparelho de Estado e organismos não estatais,
as actividades que conduzam ao Desenvolvimento Sustentável em todas
as vertentes da vida nacional.
Artigo 8.º
(Participação dos Cidadãos)

Todos os cidadãos têm o direito e a obrigação de participar na Gestão


Ambiental, quer através de organizações associativas, a título individual
nas consultas públicas de projectos programados, quer através da
participação a quem de direito, de acções de terceiros que julgue
lesarem os princípios do Desenvolvimento Sustentável ou de legislação
em vigor.

Artigo 9.º
(Organizações não Governamentais)

As organizações associativas não-governamentais devidamente


legalizadas, cujo conteúdo programático e objecto social seja da defesa
do ambiente, do uso racional dos recursos naturais e da protecção dos
direitos de qualidade devida, têm o direito de participar e fazerem-se
representar nos foros de Gestão Ambiental.
Artigo 10.º
(Consultas Públicas)
Todos os projectos de acções cujas actividades impliquem com os
interesses das comunidades, interfiram com o equilíbrio ecológico e
utilizem recursos naturais com prejuízo de terceiros, devem ser sujeitos
a processos de Avaliação de Impacte Ambiental e Social, nos quais é
obrigatória a prática de Consultas Públicas.

CAPÍTULO III
MEDIDAS DE PROTECÇÃO AMBIENTAL
Artigo 11.º
(Legislação de Gestão Ambiental)

1. Cabe ao Governo fazer publicar os regulamentos necessários para a


execução do Programa Nacional de Gestão Ambiental,
responsabilizando os diversos órgãos nele integrados pelo cumprimento
do estabelecido.
2. Os órgãos judiciários devem acompanhar e dar parecer sobre as
propostas de regulamentos resultantes da presente Lei de Bases do
Ambiente, devendo introduzir no sistema de princípios judiciais, os
conceitos de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável necessários à sua
actividade.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

51
Artigo 12.º
(Património Ambiental)
O Governo deve assegurar que o património ambiental, nomeadamente
o natural, o histórico e o cultural, seja objecto de medidas permanentes
de defesa e valorização, através do envolvimento adequado das
comunidades, em particular das associações de defesa do ambiente.

Artigo 13.º
(Protecção da Biodiversidade)

1. São proibidas todas as actividades que atentem contra a


biodiversidade ou a conservação, reprodução, qualidade e quantidade
dos recursos biológicos de actual ou potencial uso ou valor,
especialmente os ameaçados de extinção.
2. O Governo deve assegurar que sejam tomadas medidas adequadas
com vista à:
a) Protecção especial das espécies vegetais ameaçadas de extinção ou
dos exemplares botânicos isolados ou em grupo que, pelo seu potencial
genético, porte, idade, raridade, valor científico e cultural, o exijam;
b) Manutenção e regeneração de espécies animais, recuperação de
habitats danificados, controlando em especial as actividades ou o uso
de substâncias susceptíveis de prejudicar as espécies da fauna e os
seus habitats.

Artigo 14.º
(Áreas de Protecção Ambiental)

1. A fim de assegurar a protecção e preservação dos componentes


ambientais, bem como a manutenção e melhoria de ecossistemas de
reconhecido valor ecológico e socioeconómico, o Governo deve
estabelecer uma rede de áreas de protecção ambiental
2. As áreas protegidas podem ter âmbito nacional, regional local ou
ainda internacional, consoante os interesses que procuram
salvaguardar e podem abranger áreas terrestres, lacustres, fluviais,
marítimas e outras.
3. As áreas de protecção ambiental são submetidas a medidas de
classificação, conservação e fiscalização, as quais devem ter sempre em
consideração a necessidade de preservação da biodiversidade assim
como dos valores de ordem social, económica, cultural científica e
paisagística.
4. As medidas referidas no número anterior devem incluir a indicação
das actividades proibidas ou permitidas no interior das áreas protegidas
e nos seus arredores, e assim como a indicação do papel das
comunidades locais na gestão dessas áreas.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

5. As áreas de protecção ambiental de âmbito nacional são


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proclamadas pela Assembleia Nacional e só a ela compete alterar o seu
estatuto.
6. São, pela presente Lei, consideradas áreas de protecção ambiental,
as já existentes à data da independência do país, as quais devem ser
sujeitas a estudos de reavaliação, para posterior reclassificação,

Artigo 15.º
(Implantação de Infra-estruturas)

A implantação de infra-estruturas no espaço nacional, que pela sua


dimensão, natureza ou localização provoquem impacto negativo
significativo no ambiente natural ou social, é condicionada a um
processo de Avaliação de Impacte Ambiental e Social, na qual se
determinam a sua viabilidade social, ambiental, económica e os
métodos para a neutralização ou minimização dos seus efeitos.

Artigo 16.º
(Avaliação de Impacte Ambiental)
1. As Avaliações de Impacte Ambiental, são um dos principais
instrumentos de Gestão Ambiental, sendo a sua execução obrigatória
para as acções que tenham implicações com o equilíbrio e harmonia
ambiental e social.
2. Os moldes da Avaliação de Impacte Ambiental e demais formalidades
a ela relacionada, são objecto de legislação específica a publicar pelo
Governo, abrangendo todos os sectores da vida nacional.
3. A Avaliação do Impacte Ambiental tem como base Estudos de
Impacte Ambiental adaptados para cada caso específico e devem conter
no mínimo:
a) Um resumo não técnico do projecto;
b) Uma descrição das actividades a desenvolver;
c) Uma descrição geral da situação ambiental do local de implantação
da actividade;
d) Um resumo das opiniões e críticas resultantes das consultas
públicas;
e) Uma descrição das possíveis mudanças ambientais e sociais
provocadas pelo projecto;
f) Indicação desmedida prevista para eliminar ou minimizar os efeitos
sociais e ambientais negativos;
g) Indicação dos sistemas previstos para o controlo e acompanhamento
da Actividade.
Artigo 17.º
(Licenciamento Ambiental)

1. O licenciamento e o registo das actividades que pela sua natureza,


localização ou dimensão sejam susceptíveis de provocar impactos
ambientais e social significativos, são feitos de acordo com o regime a
estabelecer pelo governo, por regulamento específico.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

2. A emissão da licença ambiental é baseada no resultado da Avaliação


53
de Impacte Ambiental da proposta da actividade e precede a emissão de
quaisquer outras licenças legalmente exigidas para cada caso.

Artigo 18.º
(Auditorias Ambientais)

1. Todas as actividades que à data da entrada em vigor desta Lei se


encontrem em funcionamento e sem a aplicação de medidas de
protecção ambiental e social, resultando disso o conhecimento de danos
no meio, são objecto de auditorias ambientais.
2. Os custos decorrentes da reparação dos danos ambientais e sociais
eventualmente constatados pela auditoria, são da responsabilidade dos
empreendedores da actividade.

Artigo 19.º
(Poluição do Ambiente)

1. A poluição do ambiente é um dos mais graves problemas resultantes


da acção do homem no seu afã de promover o desenvolvimento
económico, pelo que devem ser aplicadas medidas rigorosas para
eliminar ou minimizar os seus efeitos.
2. O Governo deve fazer publicar e cumprir legislação de controlo da
produção, emissão, depósito, transporte, importação, e gestão de
poluentes gasosos, líquidos e sólidos.
3. O Governo deve estabelecer padrões de qualidade ambiental urbana
e não urbana, relativas à poluição de origem sonora, da queima de
combustíveis, industrial, agrícola e doméstica.
4. É expressamente proibida a importação de resíduos ou lixos
perigosos, salvo o que vier a ser estabelecido em legislação específica, a
aprovar pela Assembleia Nacional.

Artigo 20.º
(Educação Ambiental)

1. A Educação Ambiental é a medida de Protecção Ambiental que deve


acelerar e facilitar a implantação do Programa Nacional de Gestão
Ambiental, através do aumento progressivo de conhecimentos da
população sobre os fenómenos ecológicos, sociais e económicos que
regem a sociedade humana.
2. A Educação Ambiental deve ser organizada de forma permanente e
em campanhas sucessivas, dirigidas principalmente em duas vertentes:

a) Através do sistema formal de ensino;


b) Através do sistema de comunicação social.
3. As campanhas de Educação Ambiental devem atingir todas as
camadas da população sendo de considerar a organização de projectos
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

especiais, nomeadamente para as Forças Armadas, dirigentes e


54
responsáveis do aparelho de Estado.

CAPÍ TULO IV
DIREI TOS E DEVERES DOS CIDADÃOS
Artigo 21.º
(Direito à Informação)

Todos os cidadãos têm o direito de acesso à informação relacionada


com a gestão do ambiente do País, sem prejuízo dos direitos de terceiros
legalmente protegidos.
Artigo 22.º
(Direito à Educação)

Todas as pessoas têm direito de acesso à Educação Ambiental com


vista a assegurar uma eficaz participação na gestão do ambiente.

Artigo 23.º
(Direito de Acesso à Justiça)

1. Qualquer cidadão que considere terem sido violados ou estar em vias


de violação os direitos que lhe são conferidos pela presente Lei, pode
recorrer às instâncias judiciais, para pedir, nos termos gerais do direito,
a cessação das causas de violação e a respectiva indemnização.
2. Compete ao Ministério Público a defesa dos valores ambientais
protegidos por esta Lei, sem prejuízo da legitimidade dos lesados para
propor as acções referidas na presente Lei.

Artigo 24.º
(Embargos)

Aqueles que se julguem ofendidos nos direitos a um ambiente


ecologicamente equilibrado, podem recorrer a suspensão imediata da
actividade causadora da ofensa, através dos meios processuais
adequados.

Artigo 25.º
(Utilização Responsável dos Recursos)

É dever do cidadão em geral e dos sectores público e privado, utilizar os


recursos naturais de forma responsável e sustentável
independentemente do fim a que se destinam e colaborar na melhoria
progressiva da qualidade de vida.

Artigo 26.º
(Participação de Infracções)
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

Qualquer pessoa que verifique infracções às disposições desta Lei ou


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qualquer outra legislação ambiental, ou ainda que presuma que tais
infracções estejam na eminência de ocorrer, tem a obrigação de
informar as autoridades constituídas sobre o facto.

CAPÍ TULO V
RESPONSABI L IDADES, INFRACÇÕES E SANÇÕES
Artigo 27.º
(Seguro de Responsabilidade Civil)

Todas as pessoas singulares ou colectivas, que exerçam actividades que


envolvam riscos de degradação do ambiente, assim classificados pela
legislação sobre Avaliação de Impacte Ambiental, devem ser detentoras
de seguro de responsabilidade civil.

Artigo 28.º
(Responsabilidade Objectiva)

1. Constituem-se na obrigação de reparar os prejuízos e ou indemnizar


ao Estado, todos aqueles que, independentemente de culpa, tenham
causado danos ao Ambiente.
2. Compete aos tribunais avaliar a gravidade dos danos previstos no
número anterior por meio de peritagem ambiental.

Artigo 29.º
(Crimes e Contravenções Ambientais)

As infracções de carácter criminal bem como as contravenções relativas


ao ambiente, são objecto de regulamentação em legislação específica.

CAPÍ TULO VI
FISCAL I ZAÇÃO AMBIENTAL
Artigo 30.º
(Fiscalização Ambiental)

O Governo deve criar nos termos a regulamentar, um sistema de


fiscalização ambiental para velar pela implementação da legislação
ambiental.

Artigo 31.º
(Dever de Colaboração)

Todas as pessoas independentemente das suas funções e sujeitas à


fiscalização ambiental, devem colaborar com os agentes da fiscalização
na realização das suas actividades profissionais.

Artigo 32.º
(Participação das Comunidades)
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

56
Com vista a garantir a necessária participação das comunidades locais
e a utilizar adequadamente os seus conhecimentos e capacidades
humanas, o Governo deve promover a criação de um corpo de agentes
de fiscalização comunitários.

CAPÍ TULO VI I
DISPOSIÇÕES FINAIS
Artigo 33.º
(Incentivos)

O Governo deve criar incentivos económicos ou de outra natureza com


vista a encorajar a utilização de tecnologias, processos produtivos e
recursos naturais de acordo com o espírito do Desenvolvimento
Sustentável.

Artigo 34.º
(Revogação de Legislação)

É revogada toda a legislação que contrarie as disposições da presente


Lei.

Artigo 35.º
(Legislação a Publicar)

A legislação a aprovar como resultado das exigências da presente Lei,


deve ser publicada num prazo máximo de um ano, a partir da entrada
em vigor desta Lei.

Artigo 36.º
(Duvidas e Omissões)

As dúvidas e omissões que se suscitarem na interpretação e aplicação


da presente Lei, São resolvidas pela Assembleia Nacional.

Artigo 37.º
(Entrada em Vigor)

A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação.


TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

ANEXO À LEI DE BASES DO AMBIENTE


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Para efeitos de interpretação da presente Lei de Bases do Ambiente, são
adoptadas as seguintes definições, para as palavras e conceitos
utilizados no seu articulado:

1.Actividade: é qualquer acção de iniciativa pública ou privada,


relacionada com a utilização ou a exploração de componentes
ambientais, a aplicação de tecnologias ou processos produtivos, planos,
programas, actos legislativos ou regulamentares, que afectam ou podem
afectar o ambiente.
2. Ambiente: é o conjunto dos sistemas físicos, químicos, biológicos e
suas relações e dos factores económicos, sociais e cultural com efeito
directo ou indirecto, mediato ou imediato, sobre os seres vivos e a
Qualidade de Vida dos seres humanos.
3. Áreas de Protecção Ambiental: são espaços bem definidos e
representativos de biomas ou ecossistemas que interessa preservar,
onde não são permitidas actividades de exploração dos recursos
naturais, salvo, em algumas delas, a utilização para turismo ecológico,
educação ambiental, e investigação científica. As áreas de protecção
ambiental podem ter várias classificações de acordo com o seu âmbito e
objectivo.
4. Avaliação de Impacte Ambiental: é um instrumento da gestão
ambiental preventiva e consiste na identificação e análise prévia,
qualitativa e quantitativa dos efeitos ambientais benéficos e perniciosos
de uma actividade proposta.
5. Biodiversidade: é a variabilidade entre os organismos vivos de todas
as origens, incluindo, entre outros, os dos ecossistemas terrestres,
marinhos e outros ecossistemas aquáticos, assim como os complexos
ecológicos dos quais fazem parte; compreende a diversidade dentro de
cada espécie, entre as espécies e de ecossistemas.
6. Componentes Ambientais: São os diversos elementos que integram
o ambiente e cuja interacção permite o seu equilíbrio, incluindo o ar, a
água, o solo, o subsolo, os seres vivos e todas as condições
socio­económicas que afectam as comunidades; são também designados
correntemente por recursos naturais.
7. Degradação ou Dano do Ambiente: é a alteração adversa das
características do ambiente, e inclui, entre outras, a poluição, a
desertificação, a erosão e o desflorestamento.
8. Desflorestamento: é a destruição ou abate indiscriminado de matas
e florestassem a reposição devida.
9. Desenvolvimento Sustentável: é o desenvolvimento baseado numa
gestão ambiental que satisfaz as necessidades da geração presente sem
comprometer o equilíbrio do ambiente e a possibilidade de as gerações
futuras satisfazerem também as suas necessidades.
10. Desertificação: é um processo de degradação do solo, natural ou
provocado pela remoção da cobertura vegetal ou utilização predatória
que, devido a condições climáticas, acaba por transformá-lo num
deserto.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

11. Ecossistema: é um complexo dinâmico de comunidades vegetais,


58
animais e microrganismos, e o seu ambiente não vivo, que interage
como uma unidade funcional.
12. Erosão: é o desprendimento da superfície do solo pela acção
natural dos ventos ou das águas, que muitas vezes é intensificado por
práticas humanas de retirada de vegetação.
13. Estudo de Impacte Ambiental: é a componente do processo de
avaliação de impacte ambiental que analisa técnica e cientificamente as
consequências da implantação de actividades de desenvolvimento sobre
o ambiente.
14. Gestão Ambiental: é o maneio e a utilização racional e sustentável
dos componentes ambientais, incluindo o seu reuso, reciclagem,
protecção e conservação.
15. Impacte Ambiental: é qualquer mudança do ambiente, para
melhor ou para pior, especialmente com efeitos no ar, na terra, na água,
na biodiversidade e na saúde das pessoas, resultante de actividades
humanas.
16. Legislação Ambiental: abrange todo e qualquer diploma legal que
rege a gestão do ambiente.
17. Ordenamento do Território: é o processo integrado da organização
do espaço biofísico, tendo como objectivo o uso e transformação do
território de acordo com as suas capacidades, vocações permanência
dos valores de equilíbrio biológico e de estabilidade geológica, numa
perspectiva de manutenção e aumento da sua capacidade de suporte à
vida.
18. Padrões de Qualidade Ambiental: são os níveis admissíveis de
concentração de poluentes prescritos por lei para os componentes
ambientais com vista a adequá-los a determinado fim.
19. Património Genético: inclui qualquer material de origem vegetal,
animal, de microrganismos ou de outra origem, que possuam unidades
funcionais de hereditariedade de valor actual ou potencial.
20. Política Ambiental: é a articulação de ideias e atitudes dos
cidadãos, que determinam um rumo na vida da sociedade humana com
vista ao aumento da Qualidade de Vida, sem pôr em risco os ciclos
biogeoquímicos indispensáveis a manutenção da biodiversidade, onde
se inclui a sobrevivência do ser humano.
21. Poluição: é a deposição no ambiente de substâncias ou resíduos,
Independentemente da sua forma, bem como a emissão de luz, som e
outras formas de energia, de tal modo e em quantidade tal que o afecta
negativamente.
22. Programa Nacional de Gestão Ambiental: é o conjunto de
medidas legislativas e executivas do aparelho de Estado que conduzem
a vida nacional para uma Política Ambiental de acordo com os
princípios do Desenvolvimento sustentável.
23. Qualidade do Ambiente: é o equilíbrio e a sanidade do ambiente,
incluindo a adequabilidade dos seus componentes às necessidades do
homem e de outros seres vivos.
TEXTO DE APOIO DA 11ªCLASSE, DISCIPLINA: FORMAÇÃO DE ATITUDES INTEGRADORAS

24. Qualidade de Vida: é o resultado da interacção de múltiplos


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factores no funcionamento das sociedades humanas que se traduz no
bem-estar físico, mental e social e na afirmação cultural do indivíduo.
25. Resíduos ou Lixos Perigosos: são substâncias ou objectos que se
eliminam, que se tem a intenção de eliminar, ou que se é obrigado por
lei a eliminar, e que contêm características de risco por serem
inflamáveis, explosivas, corrosivas, tóxicas, infecciosas ou radioactivas,
ou por apresentarem qualquer outra característica que constitua perigo
para a vida ou saúde das pessoas e para a qualidade do ambiente.

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