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O estado do ambiente em Portugal

O crescimento econó mico moderno e a utilizaçã o dos recursos


No âmbito da disciplina de economia foi nos proposto abordar o tema do estado do
ambiente em Portugal. Iremos começar por falar dos objetivos deste trabalho, isto é,
os custos ecológicos do crescimento económico moderno e avaliar as soluções
possíveis para os problemas ecológicos. Para a realização deste trabalho recorremos
ao site do INE e do PORDATA.

( No final da apresentação iremos fazer um questionário à turma sobre esta


temática.)

Durante as últimas aulas, falamos sobre o crescimento económico moderno, isto é, o


crescimento económico conjugado com outros diversos fatores, entre os quais
salientamos o aumento dos mercados interno e externo, o investimento em capital
físico e humano e o progresso técnico. O crescimento económico é indispensável para
a atividade produtiva, isto é, produção de bens e serviços, no entanto, a produção implica
sempre tensão sobre o meio natural, pois exige a utilização de matérias-primas e matérias
subsidiárias.

(Conceito de matérias-primas: É um produto natural ou transformado usado como base no


processo produtivo das indústrias.

Matérias subsidiárias: são consumidas na produção, mas não se integram no produto final.)

O quociente entre o PIB e o CIM é denominado de Produtividade dos Recursos, sendo o PIB
considerado a preços constantes, para efeitos de análise intertemporal.
Analisando o comportamento do CIM face ao PIB, verifica-se que, entre 1995 e 2019, o CIM
aumentou 18,1% (26,4 milhões de toneladas), enquanto o PIB cresceu 40,5% em volume
(valores estimados).
A produtividade de recursos (PIB/CIM) registou um mínimo em 2008, ano em que se verificou
uma inflexão. Refira-se que o aumento da produtividade dos recursos é sobretudo
impulsionado pela dinâmica de ramos de atividade com utilização mais intensiva de materiais,
como por exemplo a Construção. Comparando com 2013, a produtividade de recursos
diminuiu 3,49% em 2019, o que se explica por um aumento de 18% CIM, ligeiramente acima
do crescimento do PIB em volume (+14%). Entre 1995 e 2019, a produtividade de recursos
aumentou 18,4%.
https://youtu.be/tQYhmSEEVtM

O que nos faz questionar sobre: Quais são os limites que a Natureza nos obriga a respeitar
quando procuramos os recursos para a produção?

Para respondermos a esta pergunta iremos abordar 4 conceitos fundamentais para a


sustentabilidade dos recursos ambientais.

 Pegada ecológica- O conceito de pegada ecológica foi criado por William Rees e
MathisWackernagel, na década de 1990, para medir a quantidade de recursos naturais
que os seres humanos utilizam para suportar o seu modelo de vida.
O conceito de pegada ecológica representa, portanto, a marca que o ser humano deixa no
planeta em função dos seus gastos.
A pegada ecologia averigua a área terrestre e marinha de que uma população (indivíduo,
cidade, país ou humanidade) necessita para produzir, repor os recursos consumidos e
absorver os resíduos gerados, tendo em conta a tecnologia disponível, isto é, mede o
impacto que o ser humano exerce sobre a biosfera. É medida em hectares globais (Gha).
Componentes da pegada ecológica:
 Carbono
 Áreas de cultivo
 Pastagens
 Florestas
 Áreas construídas
 Stocks pesqueiros
 Biocapacidade- O conceito de biocapacidade representa as possibilidades do Planeta
responder biologicamente aos gastos das pessoas com a satisfação das suas necessidades,
o que implica, igualmente, a reposição dos gastos efetuados e a absorção dos resíduos
provocados.
A biocapacidade analisa o montante de terra e água biologicamente produtivas para
prover os bens e serviços do ecossistema relativos à procura para consumo, sendo
equivalente à capacidade regenerativa da natureza.
Nota: A comparação da Pegada Ecológica de uma área com a respetiva
Biocapacidade traduz o balanço da Sustentabilidade dessa área.
 Défice ecológico-

sobre o ambiente é, desde a década de 1970, produtora de desequilíbrios ambientais.

 Desenvolvimento sustentável: Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que


assegura as necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras de
garantirem as suas próprias necessidades.
O desenvolvimento sustentável é um conceito que implica limites na utilização dos
recursos naturais.

O crescimento económico moderno tem conduzido:


 à redução das florestas e zonas verdes
 à diminuição da água potável disponível
 à redução da área de solos produtivos
 à diminuição da biodiversidade

A poluiçã o
Falar de crescimento económico obriga-nos a pensar em termos ecológicos, isto é, tentar
perceber os riscos que a produção pode trazer ao mundo natural. Nesta parte do trabalho
iremos refletir sobre os fenómenos da poluição, diminuição dos recursos disponíveis e as
fontes de poluição.

Poluição- De acordo com a OCDE, a poluição significa a introdução pelo homem, direta ou
indiretamente, de substâncias ou de energia no meio ambiente, resultando em efeitos
negativos de tal natureza que põem em perigo a saúde humana e os ecossistemas vivos,
afetando o bem-estar e outros usos legítimos do meio ambiente.

Poluiçã o atmosférica
A poluição atmosférica acontece quando a emissão de substâncias na atmosfera muda a
composição do ar, provocando desequilíbrios ambientais e causando prejuízos à saúde dos
seres vivos.
Fatores que estão na origem da poluição atmosférica:

 A atividade industrial, que lança para o ar gases e poeiras em quantidades superiores à


capacidade de absorção da natureza, ficando assim estas substâncias acumuladas na
atmosfera.
 Os gases e as substâncias químicas resultantes do consumo de combustíveis fósseis
utilizados pelo ser humano.
A poluição atmosférica está na origem de fenómenos como:
 A formação de chuvas ácidas.
 A redução da camada de ozono.
 As perturbações no efeito de estufa
https://youtu.be/2BeTXPPKyd0

Nota: O uso da terra, mudança no uso da terra e silvicultura ( LULUCF )

De acordo com a submissão do Inventário Nacional de Emissões de 2021, realizada


em março de 2021 (período 1990-2019), as emissões de GEE, sem contabilização
das emissões de LULUCF, são estimadas em cerca de 63,6 Mt CO2e para 2019,
representando um aumento de 8,1% face a 1990 e um decréscimo de 5,4%
relativamente a 2018.

Considerando o setor LULUCF, o total de emissões em 2019 é estimado em 55,8


MtCO2e, correspondendo a uma redução de 7,2% em relação a 1990 e uma
diminuição de 7,9% face a 2018.

As emissões registadas em 2019 confirmam uma trajetória de cumprimento das


metas nacionais e europeias de redução de emissões para 2020 e 2030. As
emissões totais sem LULUCF, representando uma redução de cerca de 26% face
aos níveis de 2005, suplantam o intervalo da meta PNAC de 2020.
Poluiçã o das á guas
A poluição da água é resultado das alterações de sua qualidade, o que a torna imprópria para o
consumo e prejudicial aos organismos vivos que nela habitam.

Fatores que estão na origem da poluição das águas:

 O aumento da poluição atmosférica, que transporta as partículas poluentes do ar para


a água, por exemplo através das chuvas ácidas.
 O aumento de substâncias tóxicas, como pesticidas, fertilizantes, metais pesados e
radioativos, que são lançados nas águas dos mares, rios, lagos e oceanos.
 A contaminação dos lençóis freáticos provocada pelas fossas séticas, por ruturas dos
aterros sanitários e pelas águas residuais da agricultura, da pecuária e de outras
atividades.

Poluiçã o dos solos


A poluição do solo é a ocorrência de poluição deste acima de certos níveis, causando a
deterioração ou perda de uma ou mais das funções do solo. Consiste na presença
indevida no solo de elementos químicos estranhos, como os resíduos sólidos ou
afluentes líquidos produzidos pelo homem, que prejudicam as formas de vida e seu
desenvolvimento regular.
Fatores que causam a poluição dos solos:
 O uso de produtos químicos na agricultura e na pecuária, o que contamina os
solos.
 A deposição das partículas poluentes transportadas pelas chuvas ácidas.
 A contaminação provocada por aterros sanitários mal construídos e por lixeiras
a céu aberto.

Fontes de poluiçã o
A nossa experiência de vida permite-nos perceber que são várias, e de diferentes espécies, as
fontes de poluição.

As fontes de poluição podem ser:

 fixas (Resultam de fenómenos naturais, por vezes potenciados por ações poluidoras
do Homem, que os seres humanos dificilmente conseguem combater, exemplo:
tempestade tropical)
 difusas ( Ocorrem em contínuo, ainda que não seja possível encontrar as causas
próximas ou delimitá-las no tempo e espaço, exemplo: A degradação da água potável
subterrânea em virtude de poluentes arrastados pela chuva.)
 acidentais ( A origem dessas ocorrências é acidental, exemplo: tsunami)
 sistemáticas( Ocorrem de forma recorrente na natureza, em locais determinados e
perante condições climáticas especificas exemplo: fogos florestais que não são de
origem criminosa)
Diminuiçã o da base de recursos disponíveis
Devido aos estilos de vida que assumimos no presente, estamos a comprometer os estilos de
vida que poderemos manter no futuro, para as gerações atuais e para as gerações futuras.
Visto isto, é necessário repensar os modelos de desenvolvimento seguidos até agora, assentes
no princípio do crescimento económico, que têm conduzido à degradação do ambiente e à
delapidação dos recursos naturais.

Não nos é difícil imaginar o eventual esgotamento de recursos não renováveis como o petróleo
ou o carvão, em consequência da utilização indiscriminada dessas matérias primas para
abastecer, em termos energéticos, a economia pós-industrial.

A produção de energia a partir de fontes renováveis reduz a necessidade de importar


combustíveis fósseis, como o carvão e o gás natural, para esse fim, tornando o País menos
dependente do exterior em termos energéticos (redução da dependência energética) e
reduzindo a emissão de gases com efeito de estufa.

Atualmente, a produção doméstica de energia primária em Portugal baseia-se quase na


totalidade em Fontes de Energia Renovável (FER).

Fontes de energia renovável são as provenientes de recursos naturais (água, vento, biomassa,
Sol, e calor da Terra) que se renovam de forma natural e regular, de um modo sustentável,
mesmo depois de serem usadas para gerar energia (eletricidade ou calor).

https://youtu.be/f131QC5H8QQ

Relativamente à energia elétrica produzida com base em FER, assistiu-se a um aumento em


2020, retomando-se os valores da produção renovável na ordem daqueles registados em 2016,
uma vez que em 2017, devido à seca ocorrida nesse ano, assistiu-se a uma quebra de 55,7% na
produção hídrica.

A produção de eletricidade a partir de FER em 2020 situou-se nos 32 083 GWh (28 830 GWh
em 2019) e a incorporação de FER para efeitos da Diretiva FER foi de 58,1% (o valor real foi de
58,3%).

Para além do esgotamento de recursos naturais não renováveis, o crescimento económico


moderno acompanhou outras situações que se caracterizam pela diminuição da base de
recursos naturais disponíveis, por exemplo, a escassez da água potável, o desmatamento da
floresta, a morte de milhares de peixes nos rios e ribeiros e a extinção de espécies vegetais e
animais, todos estes exemplos são considerados ameaças para a biodiversidade.

A biodiversidade é a diversidade e quantidade de espécies de seres vivos numa determinada


região.

Para além dos recursos naturais não renováveis e a biodiversidade o crescimento económico
moderno afeta os recursos minerais.

Externalidades, bens pú blicos e bens comuns


Externalidades- Efeitos negativos e positivos decorrentes do processo de produção ou
consumo.

As externalidades positivas temos como exemplo a construção de um equipamento social,


como uma escola, um teatro, ou um pavilhão gimno-desportivo, produzem se efeitos que
todos os indivíduos daquela localidade poderão beneficiar sem para isso terem de pagar.

As externalidades negativas temos como exemplo a exploração de madeira ou a abertura de


estradas na região amazónica está a ter efeitos gravíssimos em termos ecológicos, já que todo
o sistema ecológico esta em transformação e a ser atacado. O abate de árvores altera o estado
do clima, Já que diminui a evaporação que as árvores e plantas realizam, ao mesmo tempo que
reduz a produção de oxigénio. Por outro lado, as chuvas nas regiões desarborizadas são
violentas e degradam os solo, porque o efeito de atenuação que árvores produziam
desapareceu.

Bens públicos- bens que satisfazem necessidades coletivas cujos benefícios são usufruídos pela
população.

Por exemplo, a existência de um hospital em determinada região satisfaz as necessidades de


saúde de toda a população abrangida, mesmo que alguns indivíduos nunca venham a precisar
de cuidados médicos, pelo que o seu benefício não se encontra limitado a um indivíduo em
particular. É para todos. Neste sentido, é um bem com um custo de utilização adicional
praticamente nulo. É também o caso da iluminação pública. Todos beneficiam da sua utilização
independentemente de o desejarem.

Bens comuns- São os bens sobre os quais não existe qualquer direito de propriedade, pelo que
são de todos os indivíduos.
Por exemplo, recursos naturais, como o ar e a água, pertencem a todos.

É evidente que não nos podem cobrar pelo ar que respiramos ou pela água que retirar-mos de
um rio. O uso desses recursos, em rigor, nunca poderá ser impedido.

Intervençã o do estado
O papel do estado é minimizar a existência de falhas de mercado com a criação de um quadro
legislativo para a área do ambiente para regular as ações dos agentes económicos sobre o
ambiente.

Princípio do poluidor-pagador
Aplicação de taxas, impostos e multas ambientais sobre as ações poluidoras provocadas pelos
agentes económicos, de forma que estes agentes adotem práticas mais eficientes e, portanto,
cada vez menos poluidoras.

A atribuição de direitos de propriedade pode constituir outra forma adotada pelo Estado na
procura de respostas aos problemas ambientais.

O Estado pode atribuir direitos de propriedade aos agentes afetados pela externalidade
negativa, tendo o agente que a provoca de lhes pagar uma indemnização pelos danos
causados.

O papel da inovação tecnológica na atenuação dos problemas ecológicos

•As inovações tecnológicas e a investigação científica podem desempenhar um importante


papel na mitigação dos impactos que as atividades humanas têm sobre por ambiente.

•A descoberta de soluções que permitem a sobrevivência do planeta é urgente, sendo a


aposta em I&D indispensável.

•A mudança de hábitos e padrões de consumo é essencial à preservação e equilíbrio do meio


ambiente.

•A educação pode constituir o grande instrumento de mudança da mentalidade das pessoas,


num sentido mais ecológico.

Conclusão

Em suma, a mudança de hábitos e padrões de consumo é essencial à preservação e equilíbrio


do meio ambiente. O crescimento económico implica a utilização de recursos que podem pôr a
natureza em perigo.

- A poluição atmosférica, dos rios e mares, do solo e subsolo, a desflorestação e todas as


formas de pressão sobre o meio ambiente, constituem desrespeito pela natureza e problemas
de sobrevivência a médio prazo.

- As energias alternativas são exemplos de soluções que respeitam o ambiente.

- O problema ambiental é global, exigindo medidas a serem seguidas por todos os países.
- A descoberta de soluções que permitam a sobrevivência do planeta é urgente, sendo a
aposta em I&D indispensável.

(Agora iremos fazer uma atividade sobre esta apresentação)

Fazer as perguntas

Demos assim como concluída a nossa apresentação espero que tenham gostado e aprendido
mais sobre o estado do ambiente em Portugal.

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