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CENTRO UNIVERSITÁRIO MÓDULO

MARCIO ALVES JUNIOR

CENTRO DE TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

TRABALHO DE CURSO I

CARAGUATATUBA –SP
2023
MARCIO ALVES JUNIOR

CENTRO DE TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de XXX da Universidade Federal da
Fronteira Sul (UFFS), como requisito para obtenção
do título de XXX. (Verificar texto no Quadro 3 do
Manual de Trabalhos Acadêmicos, disponível no
link: https://www.uffs.edu.br/institucional/pro-
reitorias/graduacao/bibliotecas/normalizacao-de-
trabalhos).

CARAGUATATUBA - SP
2023
MARCIO ALVES JUNIOR

CENTRO DE TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

Este Trabalho de Curso foi apresentado em ____________ de ____________________ de 2022


como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. O
candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após
deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.
Este trabalho foi defendido e aprovado pela banca em DD/MM/AAAA.

__________________________________________
Prof.ª Dr.ª Isabel Rosa Gritti – UFFS
Orientadora

___________________________________________
Prof. Ms. Ernesto Cassol – URI
Avaliador

___________________________________________
Prof. Dr. Humberto José da Rocha – UFFS
Avaliador
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, por todo o zelo e dedicação que sempre
despenderam comigo. Aos meus amigos…
Olhem de novo para o ponto. É ali. É a nossa casa. Somos nós. Nesse ponto,
todos aqueles que amamos, que conhecemos, de quem já ouvimos falar,
todos os seres humanos que já existiram, vivem ou viveram as suas vidas.
Toda a nossa mistura de alegria e sofrimento, todas as inúmeras religiões,
ideologias e doutrinas econômicas, todos os caçadores e saqueadores,
herois e covardes, criadores e destruidores de civilizações, reis e
camponeses, jovens casais apaixonados, pais e mães, todas as crianças,
todos os inventores e exploradores, professores de moral, políticos corruptos,
“superastros”, “lideres supremos”, todos os santos e pecadores da história da
nossa espécie, ali – num grão de poeira suspenso num raio de sol (SAGAN,
1994, não paginado).
RESUMO
ABSTRACT

The present work consists in the historical rescue of the struggle of Urban Popular
Movement (MPU) of Erechim / RS, active, from 2007 to 2016, in the defense of rights
to housing of workers who built their houses and their lives on the edge of railroads
and BR 153. It aims to understand what were the motivations that resulted in the
creation of this Movement, which actions were developed, and which factors
contributed to the disarticulation of its activities, within the time frame from 1996 to
2016. The organization This Social Movement emerged from the threat of eviction of
families due to the possible return of trains and the construction of parallel roads in the
urban crossing of BR 153. […] The research was articulated around the concept of
“moving borders”, with the railroad as the emblematic and paradoxical symbol of the
region in the mobility of this border and as a fundamental issue in the struggle for
space. The pursuit of progress, modernization, and exclusion advanced at the same
pace. The same railroad that excluded the “caboclos” from the contested border
between Santa Catarina and Paraná at the advent of the twentieth century will exclude
the railroad tracks from its shores at the beginning of the 21st century. The
methodology used involves bibliographic research, documentary, and oral history,
through interviews with participants of the Urban Popular Movement, municipal
managers, advisors and community leaders who coordinated the process of removal
and resettlement of edge of railroads and edge of highway. The study also rescues the
process of space occupation in the region of Erechim/RS and the housing policies
implemented by the Union and the Municipality. Over the course of three chapters, it
demonstrates how people's resistance and struggle for the space dispute promotes
achievements that somehow improve their lives, just as the MPU has ensured through
its action that families are not evicted and conquered new housing spaces in social
subdivisions, thus effecting constitutional rights historically denied to the popular
classes. Resumo copiado de Psidonik (2019).

Keywords: housing; Erechim; social movements.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


UFFS Universidade Federal da Fronteira Sul
LISTA DE SÍMBOLOS

Σ Somatório
¬ Negação lógica
∩ Intersecção
SUMÁRIO
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1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, temos presenciado um crescimento significativo da busca por terapias
integrativas e complementares (TICs), que visam proporcionar bem-estar e qualidade de vida para as
pessoas de forma integral. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo desenvolver um
estudo detalhado para a criação de um Centro de Terapias Integrativas e Complementares.

Dessa forma, a escolha de um tema tão relevante como a criação de um Centro de Terapias
Integrativas e Complementares se faz extremamente pertinente, uma vez que há uma crescente
demanda por esses serviços e a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece suas práticas
como complementares à saúde tradicional, desde que sejam realizadas por profissionais qualificados.

Com base em estudos e dados fornecidos pela OMS, é possível constatar a eficácia e os
benefícios das terapias alternativas em diversas situações clínicas, seja para o alívio da dor, melhora
da qualidade do sono, redução da ansiedade e estresse, entre outros. Além disso, essas terapias têm
se mostrado cada vez mais importantes para a promoção da saúde e prevenção de doenças, sendo
uma opção segura e natural para o tratamento de diversas condições.

O uso dessas terapias tem se mostrado eficaz no tratamento de transtornos mentais como a
depressão e ansiedade, transtornos que foram agravados pela pandemia de COVID-19,
especialmente em relação ao isolamento social e à incerteza do futuro. Nesse contexto, as TICs
podem ser uma opção segura e eficaz para o tratamento desses transtornos, proporcionando alívio
dos sintomas e melhora da qualidade de vida. No Brasil, as TICs têm sido cada vez mais
reconhecidas e adotadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece algumas dessas terapias
gratuitamente à população.
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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho é desenvolver um projeto arquitetônico para um Centro de


Terapias Integrativas e Complementares que promova o bem-estar físico e mental,
proporcionando um ambiente acolhedor e harmonioso para o cuidado de pessoas que
busquem esta forma de terapia.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Aplicar soluções que possam proporcionar espaços que favoreçam a busca por saúde física e
mental;

• Investigar soluções arquitetônicas que contribuam para a criação de um ambiente terapêutico,


contemplando aspectos como iluminação, ventilação, acústica e materiais de construção
adequados;

• Realizar uma revisão aprofundada e estudos sobre terapias integrativas e complementares,


focando na compreensão das práticas terapêuticas e como elas podem ser integradas no
espaço arquitetônico.

• Analisar os impactos da pandemia de COVID-19 na busca por terapias integrativas,


considerando as mudanças nas necessidades de design e nas expectativas dos usuários.

• Explorar e aplicar os princípios da neuroarquitetura e biofilia no projeto arquitetônico do centro,


com o objetivo de criar um ambiente que promova a cura, o relaxamento e a conectividade com
a natureza.

• Investigar a influência da cultura asiática nas terapias integrativas e na arquitetura,


incorporando elementos estéticos e filosofias que harmonizem com as práticas terapêuticas.

• Estudar e compreender a legislação e regulamentações específicas relacionadas à construção


de centros de terapias integrativas, garantindo a conformidade com os padrões de segurança e
acessibilidade.
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3. JUSTIFICATIVA

3.1 FATORES MUNDIAIS

A demanda por Terapias Integrativas e Complementares (TICs) tem crescido globalmente,


refletindo uma mudança na percepção da saúde e do bem-estar. As TICs são abordagens terapêuticas
que visam prevenir agravos à saúde, promover e recuperar a saúde. Nesse contexto, a neuroarquitetura
e a biofilia surgem como conceitos que se alinham a essa visão holística de saúde, buscando criar
ambientes que promovam bem-estar e saúde.
A importância das Terapias Integrativas e Complementares (TICs) para o tratamento de
transtornos mentais, como depressão e ansiedade, tem sido cada vez mais reconhecida. As TICs, que
incluem uma variedade de abordagens terapêuticas, têm o potencial de oferecer soluções eficazes para
a prevenção e tratamento desses transtornos. A tecnologia tem aberto um novo campo na assistência
à saúde mental e na coleta de dados. Dispositivos móveis, como telefones celulares, smartphones e
tablets, estão proporcionando ao público, aos prestadores de serviços de saúde e aos pesquisadores
novas maneiras de acessar ajuda, monitorar o progresso e aumentar a compreensão do bem-estar
mental.
A pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo na saúde mental da população mundial.
No primeiro ano da pandemia, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%,
segundo um relatório científico divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse aumento
nos níveis de ansiedade e depressão foi desencadeado por vários fatores, incluindo o isolamento social
resultante da pandemia, as restrições à capacidade das pessoas de trabalhar, buscar apoio de entes
queridos e se envolver em suas comunidades. Portanto, as TICs surgem como uma alternativa
promissora para o tratamento desses transtornos mentais no contexto atual.

3.2 FATORES NACIONAIS

No Brasil, as Terapias Integrativas e Complementares (TICs) têm obtido espaço e se expandido


pela Rede de Atenção à Saúde. A pandemia de COVID-19 exacerbou os problemas de saúde mental
em todo o mundo, incluindo o Brasil. No Brasil, os impactos da pandemia não foram muito diferentes
do resto do mundo, em redação para a National Geographic Brasil foram análisados dados de diversos
estudos, e foi apontado que enquanto no mundo os casos de ansiedade e depressão por conta da
pandemia aumentara em 25%, no Brasil 4 a cada 10 pessoas desenvolveram esses problemas
decorrentes da pandemia. Nesse contexto, as TICs surgem como uma alternativa promissora para o
tratamento de transtornos mentais. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, de forma
integral e gratuita, 29 procedimentos de Terapias Integrativas e Complementares (TICs) à população.
Segundo o Ministério da Saúde, “As TICs fazem parte das práticas denominadas pela Organização
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Mundial da Saúde (OMS) de Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI). Tais


práticas são recursos terapêuticos que fortalecem o cuidado ofertado no SUS e ampliam a percepção
da população para no sentido da autonomia e do autocuidado” (BRASIL, 2023).
O Ministério da Saúde do Brasil reconhece a importância das Terapias Integrativas e
Complementares (TICs) para a saúde da população. De acordo com o Ministério, as TICs são
“abordagens terapêuticas que visam prevenir agravos à saúde, promover e recuperar a saúde,
enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre ser humano,
meio ambiente e sociedade” (BRASIL, 2023). Este reconhecimento oficial das TICs pelo Ministério da
Saúde destaca o valor dessas terapias na promoção da saúde e do bem-estar da população brasileira.
E com base no reconhecimento de tamanha importância destes tratamentos, nota-se o valor
de sua disponibilização gratuita no SUS, que por ser um dos mais complexos sistemas de saúde pública
no mundo, deve oferecer os mais variados recursos para a população. Segundo o Ministério da Saúde:

“O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais complexos


sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo desde o simples atendimento para
avaliação da pressão arterial, por meio da Atenção Primária, até o transplante de
órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país”
(BRASIL, 2023).

3.3 FATORES REGIONAIS

Caraguatatuba é a maior cidade do litoral norte de São Paulo, com uma população de 134.875
pessoas em 2022 (IBGE, 2022). A economia de Caraguatatuba é diversificada, com setores como
comércio, serviços, turismo e construção civil desempenhando papéis importantes. Comparativamente,
Caraguatatuba tem uma economia mais robusta do que outras cidades na região do litoral norte, como
Ubatuba e São Sebastião, o que a posiciona como um local estratégico para investimentos em saúde
e bem-estar.
No que diz respeito à saúde mental, Caraguatatuba tem enfrentado desafios significativos. A
cidade realizou sua 1ª Conferência Municipal de Saúde Mental em 2023, destacando a importância da
discussão sobre saúde mental. Além disso, houve um aumento de 35% nos casos de saúde mental
após a pandemia de Covid-19. Esses dados indicam a necessidade urgente de abordar questões de
saúde mental na cidade.
A criação de um Centro de Terapias Integrativas e Complementares em Caraguatatuba
contribuirá para o bem-estar da população local, oferecendo um espaço onde as pessoas possam
buscar tratamentos complementares para promover sua saúde. Este centro será particularmente
relevante dado o impacto da pandemia na saúde mental da comunidade.
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4.1 Saúde mental no Brasil:

A saúde no Brasil se divide hoje em pública, estruturada pelo Sistema Único de Saúde, o
SUS, e saúde suplementar, que é privada, e compreende os planos de saúde. Atualmente, 75% dos
brasileiros dependem exclusivamente do SUS, 150 milhões de pessoas. Mesmo que algum cidadão
opte por adquirir um plano de saúde, ele não perde o direito de utilizar o SUS, afinal, um de seus
princípios é a universalidade do sistema, onde todos os brasileiros têm direito aos serviços de saúde.

A saúde pública no Brasil enfrenta diversos problemas, tendo como o gerenciamento dos
recursos financeiros insuficiente o principal deles. O Brasil tem hoje 2,11 médicos para cada mil
habitantes (Ver Fig. 1). Vários estudos apontam a escassez ou ausência de médicos em diversas
regiões do Brasil. Isso acontece especialmente em regiões mais afastadas dos grandes centros
urbanos, onde normalmente as estruturas para o atendimento à população são mais precárias.

Figura 1: Fonte Saúde pública no Brasil | Temas de redação para o Enem


(adonisnobrega.com).

Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que 5,8% dos brasileiros (cerca de
12 milhões de pessoas) sofrem de depressão. É a maior taxa da América Latina e a segunda maior
das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos. Estima-se que entre 20% e 25% da população teve,
tem ou terá depressão, sendo essa a doença psiquiátrica com maior prevalência no Brasil. Em
seguida, aparece a ansiedade, que afeta 9,3% dos brasileiros (cerca de 19,4 milhões), e faz com que o Brasil
ocupe o primeiro lugar da lista de países mais ansiosos do mundo (Ver Fig. 2). Os transtornos ansiosos incluem
fobia, transtorno obsessiva-compulsivo, estresse pós-traumático e ataques de pânico. O suicídio é a terceira
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principal causa externa de mortes no Brasil (atrás de acidentes e agressões), com 12,5 mil casos em 2017,
segundo o Ministério da Saúde. Em relação ao ano anterior, o aumento foi de 16,8%.

Figura 2: Fonte Casos de ansiedade, estresse e depressão aumentam no isolamento social, aponta estudo —
R/udge Ramos Online (metodista.br)

As restrições durante a pandemia e o isolamento social da Covid-19, provocaram aumento


considerável nesses números. Segundo dados da OMS de março de 2022, a prevalência global de
ansiedade e depressão aumentou em 25%, onde no Brasil, segundo pesquisa da UERJ, casos de
depressão dobraram 57% no período de quarentena e ocorrências de ansiedade e estresse tiveram
aumento de 80%. Entre junho de 2020 e julho de 2021, foram avaliados mais de 84 mil registros
distintos de pacientes, e 925 mil agendamentos de tele consultas psicológicas. (UERJ).

4.2 Saúde Mental no estado de São Paulo:

O Estado de São Paulo conta atualmente com 41.055.761 milhões de habitantes, o que
representa mais de um quinto da população do Brasil. Durante os últimos anos a assistência à saúde
mental tem passado por importantes mudanças estruturais. Medidas governamentais associadas a
iniciativas dos profissionais de saúde e dos usuários dos serviços e de seus familiares levaram à
transformação de um modelo hospitalocêntrico e anacrônico em um modelo de atenção voltado às
intervenções extra-hospitalares e comunitárias.
Mais de metade da população adulta do estado de São Paulo afirma sentir ansiedade ou
nervosismo com frequência desde que a pandemia de COVID-19 começou, revela uma pesquisa feita
pela internet com 11.863 cidadãos por cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),
da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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Na cidade de São Paulo, que é a cidade mais populosa do Brasil, nota-se um número
alarmante de pessoas que sofrem de algum transtorno mental, 29,6% da população da cidade (Ver
fig. 3). E dentre estas pessoas, o mais comum é a ansiedade, afetando 19,9% da população local.

Figura 3: É MAIS COMUM DO QUE VOCÊ IMAGINA. SÃO PAULO: SUPER INTERESSANTE, 22 dez. 2016.

4.3 Saúde mental em Caraguatatuba -SP:

O modelo de saúde adotado pelo Município segue as propostas recomendadas pelas


Políticas Nacionais de Saúde tendo como porta de entrada do SUS a Estratégia de Saúde da Família
que visa fortalecer a descentralização e estabelecer vínculo com a comunidade. Implantado desde
1998, o novo modelo proposto vem conquistando tanto a aceitação da comunidade como dos
próprios profissionais e gestores de saúde.
Caraguatatuba e o mundo vivem uma nova realidade pós-pandemia: o aumento do número
de casos relacionados à saúde mental (Ver Fig. 4). Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), a ansiedade afeta 18,6 milhões de brasileiros e os transtornos mentais são responsáveis por
mais de um terço do número de pessoas incapacitadas no mundo. Em Caraguatatuba, desde 2020
houve um aumento de 35% nos atendimentos do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), sendo a
maioria por transtorno de ansiedade e depressão.
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Figura 4: Fonte Google Trends • Valores parametrizados: 100 representa momento de maior busca.

5 A PANDEMIA DE 2020 E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE FÍSICA E MENTAL DA


POPULAÇÃO BRASILEIRA

Como analisado no capítulo anterior a saúde mental no Brasil já apresentava problemas


significativos considerando a parcela da população afetada por estes transtornos. Porém, como em
todo o mundo, o Brasil também experimentou um aumento no número de casos de depressão e
ansiedade decorrentes da pandemia de Covid-19.

Com o surgimento da pandemia da COVID-19 (SARS-Cov-2) no início do mês de março de


2020, se instalou de imediato medidas de isolamento social e quarentena para diminuir o impacto da
grande contaminação (MOREIRA; DE LUCCA, 2020). Dentre os grupos afetados chamam a atenção
dois grupos em específico: Os profissionais da saúde e os grupos considerados de risco.

No cenário brasileiro, a pandemia teve início com os primeiros casos relatados no início de
2020, e a cronologia dos eventos iniciais revela um desafio significativo na resposta inicial. A resposta
do Brasil à pandemia incluiu medidas como lockdowns parciais, fechamento de escolas e
estabelecimentos comerciais não essenciais e a promoção de medidas de higiene e distanciamento
social, como indicado por Ho et al. (2020). No entanto, a eficácia dessas medidas foi objeto de debate
devido a desafios logísticos e à adesão variável da população.

“A pandemia trouxe à tona a necessidade urgente de abordagens


abrangentes e coordenadas para enfrentar os desafios de saúde pública,
sociais e econômicos que surgiram. A situação global e nacional exigiu
respostas rápidas para proteger a saúde da população e mitigar os
impactos adversos.” (Depierro et al., 2020).
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5.1 Impacto global da Pandemia na Saúde Física

Uma característica distintiva da COVID-19 é a ampla gama de manifestações clínicas que ela pode
apresentar. Surpreendentemente, muitos dos infectados permanecem assintomáticos. Esta categoria
de indivíduos assintomáticos é de particular interesse, pois, mesmo sem mostrar sinais evidentes da
doença, podem ser portadores do vírus e potencialmente transmissíveis a outros. Por outro lado, há
aqueles que apresentam sintomas que variam de leves a moderados, com características
semelhantes a um estado gripal comum.
A COVID-19 apresentou ao mundo uma série de desafios clínicos, sociais e econômicos. A
variabilidade de suas manifestações clínicas, desde casos assintomáticos até sintomas semelhantes
aos da gripe, torna essencial a realização de testes e o monitoramento contínuo da população. A
identificação precoce e a intervenção médica são cruciais para reduzir a propagação do vírus e
garantir a saúde e segurança de todos, como foi destacado por Xavier et al.:

"[...] Muitos infectados são assintomáticos (e podem ser portadores) ou


apresentam sintomas leves a moderados, semelhantes ao estado gripal [...]"
(XAVIER et al., 2020).

Ao considerar a magnitude e o impacto desta pandemia, torna-se evidente a necessidade de uma


abordagem multidisciplinar para combater a disseminação do SARS-CoV-2 e mitigar seus efeitos na
saúde pública global.
Para aqueles que desenvolvem sintomas, estes podem variar de leves a moderados, com
características que lembram um quadro gripal. Os sintomas mais comuns incluem: Febre, fadiga,
tosse seca, dores no corpo, dor de cabeça, coriza, diarreia, dor de garganta e falta de ar. A presença
e a gravidade desses sintomas podem variar, e nem todos os pacientes apresentarão todos esses
sintomas. Além disso, conforme já mencionado, muitos podem ser assintomáticos.
Os testes sorológicos têm desempenhado um papel crucial na detecção da resposta imune à
infecção. Especificamente, os anticorpos da imunoglobulina das classes M (IgM) e G (IgG) tornam-se
detectáveis cerca de sete dias após o início dos sintomas clínicos.
A COVID-19, causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), tem
impactos variados dependendo de diversos fatores, sendo a idade um dos mais significativos. Em
todas as faixas etárias, os sintomas podem variar desde formas assintomáticas até quadros graves
da doença. No entanto, é importante destacar a vulnerabilidade particular dos idosos.

5.1.1 Idosos: Um Grupo de Alta Vulnerabilidade

Os idosos são reconhecidos como um grupo de alta vulnerabilidade à COVID-19. Diversos fatores
contribuem para essa vulnerabilidade, incluindo a presença de comorbidades, a diminuição natural da
imunidade com o avanço da idade e outros aspectos fisiológicos. Os dados de um estudo realizado
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pela CSP (Cadernos de Saúde Pública) corroboram esta preocupação, aonde pode ser observado
por exemplo o número de óbitos por faixa etária (Ver tab. 1). Além das preocupações clínicas, a
pandemia trouxe à tona preocupações sociais sobre os idosos, principalmente no que diz respeito ao
desamparo e ao isolamento social.

Tabela 1: Óbitos da população brasileira por faixa etária.


Fonte CSP.

Durante a pandemia, observou-se uma necessidade crescente de proteger os direitos dos idosos,
garantindo-lhes acesso à saúde, segurança e bem-estar. O Estatuto do Idoso, em particular, enfatiza
a importância de assegurar esses direitos, especialmente em tempos de crise.
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Além disso, fazer parte do grupo de riscos gerou enorme tensão à população pertencente a esses
grupos, algo que foi determinante no impacto emocional dessas pessoas.

5.2 Impacto da Pandemia na Saúde Mental da População brasileira

A crise da COVID-19 não afetou apenas a saúde física da população; a saúde mental
também foi profundamente impactada. O isolamento social, necessário para conter a disseminação
do vírus, trouxe consigo sentimentos de solidão, ansiedade e depressão para muitos brasileiros.

Os constantes relatos sobre o aumento no número de casos e mortes pela doença,


somados à incerteza sobre o futuro, intensificaram o estresse e a preocupação entre a população.
Ademais, o distanciamento de amigos e familiares, bem como a adaptação a novas rotinas, geraram
desafios emocionais adicionais.

Profissionais de saúde, que estavam na linha de frente do combate à pandemia,


enfrentaram cargas de trabalho extenuantes e o constante medo de contaminação. Além disso,
muitos lidaram com o trauma de ver pacientes falecerem e com a pressão de tomar decisões críticas
em ambientes de recursos limitados.

Outro grupo significativamente afetado foi o dos idosos. Além de serem mais vulneráveis ao
vírus, muitos enfrentaram o isolamento de forma mais intensa, já que visitas de familiares e amigos
foram restritas para protegê-los. Esta situação amplificou sentimentos de solidão e desamparo. Sobre
o isolamento social, distanciamento e lockdown foi destacado que:

“Essas e outras medidas, como o fechamento do comércio, de


instituições de ensino, realização de lockdown nas cidades, foram adotadas
pela maioria da população mundial com o intuito de diminuir o contágio da
população e evitar a sobrecarga dos sistemas de saúde. Todavia, a
manutenção de bem-estar físico e psicológico, além de estilos de vida
saudáveis são importantes para manutenção e qualidade de vida”. (ALVES,
J. de O.; DIAS, M. A.; ARAÚJO, R. B., 2021).

Em contrapartida, crianças e adolescentes, afastados das escolas e de suas rotinas


habituais, experimentaram desafios em sua saúde mental, como ansiedade, irritabilidade e problemas
de sono.

A interrupção de tratamentos psicológicos presenciais, somada à sobrecarga dos serviços


de saúde mental, fez com que muitos indivíduos não recebessem o suporte necessário durante a
pandemia, agravando ainda mais o cenário.
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5.2.1 ISOLAMENTO SOCIAL E ESTRESSE PSICOLÓGICO

O isolamento social emergiu como uma das principais medidas adotadas globalmente para
conter a propagação da COVID-19. Embora essa medida tenha sido crucial para a saúde pública, ela
trouxe consigo desafios significativos para a saúde mental da população.

Para muitos, o isolamento significou uma interrupção abrupta da rotina diária, uma limitação
nas interações sociais e uma crescente sensação de confinamento. A consequência direta dessa
restrição foi um aumento nos sentimentos de solidão, desamparo e ansiedade. De acordo com
Oliveira et al. (2023), "as medidas de distanciamento intensificaram sentimentos de isolamento e
solidão", destacando os riscos à saúde mental, especialmente para o grupo de idosos.

Além do aspecto físico do isolamento, o constante bombardeio de informações, muitas


vezes conflitantes, sobre a pandemia exacerbou o estresse psicológico. O medo de contrair o vírus, a
preocupação com entes queridos e a incerteza sobre a duração e impacto da pandemia foram fatores
que contribuíram para o aumento da ansiedade e estresse em diversos segmentos da população.

Outro fator a ser considerado é a transição abrupta para o trabalho remoto e a educação à
distância. Essa mudança, embora necessária, levou a desafios como a dificuldade de separar a vida
profissional do pessoal, a falta de infraestrutura adequada para o trabalho e estudo em casa e o
sentimento de estar "sempre ligado", contribuindo para o esgotamento e estresse.

No contexto dos profissionais de saúde, o isolamento foi duplamente desafiador. Além de


enfrentarem os riscos associados à exposição ao vírus, muitos tiveram que se isolar de suas famílias
para protegê-las, intensificando sentimentos de solidão e sacrifício (Estevam et al., 2023).

5.3 ACESSO À SAÚDE MENTAL

A pandemia da COVID-19 trouxe consigo uma série de desafios para a saúde mental, tornando as
intervenções psicológicas um componente crucial na resposta à crise sanitária. Com a necessidade
de limitar as interações face a face para reduzir a propagação do vírus, os serviços de saúde mental
tiveram que se adaptar rapidamente, incorporando tecnologias de informação e comunicação para
atender às necessidades emergentes da população e dos profissionais da saúde (Schmidt et al.,
2020).

A prestação de serviços psicológicos por meio de canais como a internet, telefone e até cartas
tornou-se uma estratégia vital para manter o apoio psicológico durante as medidas de distanciamento
social. No Brasil, a Resolução CFP nº 4/2020 permitiu a ampliação desses serviços para atender a
situações de urgência e emergência, evidenciando uma mudança regulatória importante em resposta
à pandemia (Schmidt et al., 2020).

As intervenções psicológicas destinadas à população geral têm enfatizado a importância da


psicoeducação, oferecendo recursos como cartilhas informativas e canais de escuta psicológica
disponíveis 24 horas por dia. Essas estratégias procuram não apenas aliviar o sofrimento psicológico,
mas também educar o público sobre as reações esperadas em contextos pandêmicos e promover o
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bem-estar psicológico através de uma rotina organizada, cuidados com o sono e prática de exercícios
físicos (Schmidt et al., 2020).

Para os profissionais da saúde, os desafios são ainda mais significativos. Eles lidam não apenas com
as demandas intensas do trabalho, mas também com o impacto emocional de atender pacientes com
COVID-19. As intervenções para este grupo concentram-se em oferecer suporte e estratégias de
autocuidado, promovendo a saúde mental e prevenindo implicações psicológicas negativas. Ainda
assim, há desafios como a baixa adesão devido à sobrecarga de trabalho e ao cansaço, bem como a
preocupação com a escassez de equipamentos de proteção individual (Schmidt et al., 2020).

Diante dos desafios impostos pela pandemia, as intervenções psicológicas precisam ser dinâmicas e
adaptáveis, com atenção particular às necessidades que mudam rapidamente e aos recursos
disponíveis. A experiência atual destaca a necessidade de inovação contínua e desenvolvimento de
estratégias inclusivas que possam alcançar populações diversas, especialmente aquelas com acesso
limitado à tecnologia.

“Intervenções psicológicas voltadas tanto à população geral quanto


aos profissionais da saúde desempenham um papel central para lidar com
as implicações na saúde mental em decorrência da pandemia do novo
coronavírus”. (Schmidt et al., 2020, p. 7).

6. TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

As Terapias Integrativas e Complementares (TICs) configuram um campo de práticas que abrangem


um espectro amplo de abordagens terapêuticas, as quais são utilizadas de maneira a complementar
ou integrar os métodos convencionais de tratamento médico. O termo "integrativo" remete à
combinação harmoniosa entre as práticas convencionais e as complementares, buscando uma
abordagem mais holística do paciente, ao passo que "complementar" sugere uma oferta adicional às
práticas médicas tradicionais.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as TICs representam "um conjunto
diversificado de práticas e produtos que não fazem parte da medicina convencional" (OMS, 2013).
Este conjunto inclui práticas como acupuntura, homeopatia, fitoterapia, reiki, yoga e meditação, entre
outras. A importância destas terapias tem sido reconhecida na medida em que oferecem alternativas
para o alívio de sintomas, promoção de bem-estar e prevenção de doenças, preenchendo lacunas
que a medicina convencional pode deixar, especialmente no que tange ao tratamento de aspectos
psicossociais e espirituais do ser humano.

No Brasil, as TICs ganharam destaque com a sua inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) por
meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) instituída em 2006. A
PNPIC tem como objetivo " implementar as práticas integrativas com base em conhecimentos
tradicionais, em consonância com a Política Nacional de Saúde" (Ministério da Saúde, 2006). Isso
representa um marco significativo, pois endossa o reconhecimento oficial das TICs como parte
integrante do sistema de saúde público do país, contribuindo para a democratização do acesso a
essas práticas.

A relevância das TICs se amplifica em um contexto em que o estresse e as doenças crônicas não
transmissíveis vêm crescendo. Estudos indicam que as TICs podem contribuir significativamente para
a melhoria da qualidade de vida, para a redução dos níveis de estresse e para o tratamento
complementar de condições crônicas (GLASS, LIMA & NASCIMENTO, 2021).
25

O crescente interesse e a busca por essas práticas também refletem uma mudança no paradigma de
saúde, onde o indivíduo procura uma participação mais ativa no seu processo de cura e bem-estar. O
paciente não é mais visto apenas como um receptor passivo de cuidados, mas como um participante
ativo, que busca o equilíbrio não só físico, mas também emocional, mental e espiritual.

A construção de uma clínica de TICs em Caraguatatuba-SP vai ao encontro dessa demanda social
por abordagens de saúde mais inclusivas e integrativas. Este projeto visa oferecer um espaço
terapêutico que combine o conhecimento médico convencional com as TICs, proporcionando assim
uma assistência à saúde mais completa e centrada no indivíduo.

Para o projeto foram selecionadas algumas das Terapias que são oferecidas hoje no Brasil, e que serão
abordadas individualmente nos capítulos a seguir.

6.1 TERAPIAS NATURAIS

As terapias naturais constituem um conjunto de práticas de saúde que utilizam recursos da natureza e
conhecimentos tradicionais para promover bem-estar, prevenir doenças e tratar diversas condições de
saúde. Essas práticas são caracterizadas pelo uso de técnicas que visam estimular os mecanismos
naturais de prevenção de doenças e recuperação da saúde, enfatizando a capacidade intrínseca do
corpo para se curar (BRASIL, 2006). Dentre a vasta gama de terapias naturais existentes, foram
selecionadas três destes tratamentos para serem oferecidos pela clínica: Terapia floral; fitoterapia e
aromaterapia.

6.1.1 TERAPIA FLORAL

A Terapia Floral é uma modalidade de tratamento que faz parte das Terapias Naturais e que
foi desenvolvida nos anos 1930 pelo médico inglês Edward Bach. O princípio fundamental da terapia
floral é o de que as doenças físicas têm uma origem emocional e que a saúde total do indivíduo depende
da harmonia entre o corpo e a mente (BARROS et al., 2014). Essa modalidade terapêutica utiliza
essências florais para equilibrar as emoções do indivíduo, atuando nos campos energéticos e
promovendo o bem-estar mental e físico.
Um estudo realizado por Lara et al. (2022) avaliou a efetividade das essências florais no
trabalho de parto e nascimento, observando os parâmetros obstétricos e neuroendócrinos. Os
resultados sugerem que as essências florais podem contribuir para a redução da ansiedade e no
manejo da dor durante o trabalho de parto. Este estudo destaca a aplicabilidade da terapia floral em
um contexto clínico específico, oferecendo evidências de sua eficácia em situações de grande estresse
emocional e físico.
26

A terapia floral não busca substituir o tratamento médico convencional, mas servir como um
complemento ao promover a saúde emocional, que é essencial para a recuperação e manutenção da
saúde física. No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), as essências florais são disponibilizadas
como uma opção terapêutica complementar, o que reforça a importância da integração das práticas
tradicionais e naturais na saúde pública (BRASIL, 2006).

6.1.2 FITOTERAPIA

A Fitoterapia, como parte das terapias naturais, representa o uso de plantas medicinais e seus
derivados para a prevenção e tratamento de diversas condições de saúde. Esta prática, embasada em
uma longa tradição de conhecimento popular e evidências científicas, aproveita as propriedades
curativas inerentes a várias espécies de plantas. No contexto brasileiro, a fitoterapia se destaca devido
à vasta biodiversidade do país e ao conhecimento tradicional acumulado sobre as plantas nativas
(SANTOS et al., 2011).
A integração da fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS) é uma afirmação da relevância
dessa modalidade terapêutica dentro da política de saúde pública. O SUS oferece acesso a
medicamentos fitoterápicos, reconhecendo a importância de práticas que valorizam os saberes
tradicionais e ampliam as opções de cuidado acessíveis à população (BRASIL, 2006).
Santos et al. (2011) discutem a fitoterapia como prática integrativa, salientando que, além de
ser uma alternativa terapêutica para diversas doenças, a fitoterapia pode atuar de forma preventiva e
contribuir para a promoção da saúde. A análise dos autores sobre a fitoterapia no SUS aponta para o
potencial desta prática em oferecer tratamentos menos invasivos e com menos efeitos colaterais,
comparativamente aos medicamentos sintéticos.
A fitoterapia, portanto, não é apenas uma forma de tratamento alternativo, mas uma abordagem
que se alinha com os princípios de um cuidado mais sustentável e integral, alinhado com a perspectiva
de saúde promovida pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares.

6.1.2 AROMATERAPIA

A Aromaterapia é uma prática terapêutica que utiliza óleos essenciais extraídos de plantas com
o propósito de melhorar a saúde física e emocional dos indivíduos. A técnica se baseia na premissa de
que os aromas dos óleos podem estimular o cérebro e o corpo, promovendo efeitos benéficos sobre o
humor, o estresse e a saúde geral (BRITO et al., 2013).
Os óleos essenciais usados na aromaterapia são obtidos por destilação ou outros métodos de
extração e podem ser aplicados de diversas formas, incluindo inalação direta, massagem terapêutica,
banhos aromáticos, entre outros. Essas substâncias são conhecidas por suas propriedades anti-
27

inflamatórias, antimicrobianas, relaxantes, entre outras, que contribuem para o tratamento e a


prevenção de condições de saúde variadas.
O artigo de Brito et al. (2013) explora o histórico e os usos contemporâneos da aromaterapia,
destacando a sua relevância tanto no contexto histórico quanto no moderno. A aromaterapia é apontada
como uma prática que, ao longo dos tempos, tem sido utilizada para ajudar na cura de doenças, na
redução de sintomas de estresse e ansiedade, e na promoção do bem-estar geral.
No SUS, a aromaterapia está incluída entre as práticas integrativas e complementares oferecidas à
população, ressaltando a política de saúde pública brasileira de ampliar as opções terapêuticas
disponíveis e de valorizar os conhecimentos tradicionais em sinergia com a ciência moderna.

6.2 TERAPIAS CORPORAIS

As Terapias Corporais compreendem uma diversidade de práticas que utilizam o toque, a


manipulação física e a movimentação consciente do corpo como caminhos para o restabelecimento e
manutenção da saúde. Essas técnicas são baseadas na compreensão de que o corpo não apenas
reflete a saúde física, mas também é um campo de expressão e armazenamento de emoções e tensões
psicológicas. No contexto das políticas de saúde pública do Brasil, as Terapias Corporais são
reconhecidas e ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), valorizando o cuidado integral e a
promoção da saúde (BRASIL, 2006).
Entre as modalidades de Terapias Corporais, encontram-se práticas como a massoterapia, que
envolve uma variedade de técnicas de massagem, a apiterapia, que utiliza produtos derivados das
abelhas, e a acupuntura, que trabalha com a inserção de agulhas em pontos específicos do corpo para
equilibrar o fluxo energético. Essas práticas são empregadas com o intuito de proporcionar alívio de
dores, melhorar a circulação, reduzir o estresse, entre outros benefícios, enfatizando a conexão entre
corpo e mente e procurando ativar os mecanismos naturais de cura do organismo.
A adoção dessas terapias pelo SUS demonstra o reconhecimento de que o cuidado com a saúde
vai além da biomedicina convencional, abrindo espaço para abordagens complementares que são
menos invasivas e que podem ser integradas aos tratamentos tradicionais, oferecendo uma assistência
mais ampla e respeitosa às necessidades individuais de cada paciente.
As terapias corporais selecionadas para integrar os tratamentos oferecidos pela clínica serão
detalhados a seguir.

6.2.1 MASSOTERAPIA

A Massoterapia é uma prática terapêutica que se caracteriza pelo uso sistemático de técnicas
de massagem para promover o relaxamento, a recuperação muscular, o alívio de dores e a melhoria
da circulação sanguínea. Essa modalidade terapêutica é uma das mais antigas e amplamente
28

reconhecidas dentro do conjunto de Terapias Corporais e é aplicada em diversos contextos clínicos e


de bem-estar (CAMPOS et al., 2009).
No estudo de Campos et al. (2009), a massoterapia é apontada como uma ferramenta valiosa
na relação fisioterapeuta-paciente, destacando-se a importância do toque terapêutico e das habilidades
comunicativas do terapeuta no processo de cura. O ensino dessa prática envolve não apenas a técnica,
mas também a capacidade de estabelecer uma conexão empática com o paciente, o que é crucial para
um tratamento eficaz.
A incorporação da Massoterapia nas práticas ofertadas pelo SUS reflete um esforço para
diversificar as opções de cuidado e tratamento disponíveis para a população. Ao valorizar o papel do
toque e do cuidado manual, o SUS reconhece a massoterapia como uma intervenção complementar
capaz de auxiliar no manejo de condições crônicas de dor, na redução do estresse e na promoção da
saúde integral (BRASIL, 2006).

6.2.2 APITERAPIA

A Apiterapia é uma forma de terapia natural que utiliza produtos derivados das abelhas, como
mel, pólen, própolis, geleia real e veneno, com fins medicinais e terapêuticos. Essa prática milenar é
reconhecida por suas propriedades anti-inflamatórias, antibióticas, analgésicas e de fortalecimento
imunológico, sendo utilizada em diversas culturas ao redor do mundo para tratar uma variedade de
condições de saúde (SANTOS et al., 2011).
No contexto brasileiro, a Apiterapia tem ganhado espaço dentro das políticas de saúde pública,
sendo incorporada ao rol de terapias oferecidas pelo SUS. A Política Nacional de Práticas Integrativas
e Complementares reconhece a Apiterapia como uma das abordagens complementares para a
promoção da saúde e prevenção de doenças, alinhando-se com os princípios de sustentabilidade e
valorização do conhecimento tradicional (SANTOS et al., 2011).
O uso terapêutico dos produtos apícolas é apoiado por evidências que demonstram seus
benefícios em casos de doenças respiratórias, problemas de pele, feridas crônicas e outras condições.
No entanto, é importante que a prática seja realizada por profissionais capacitados, considerando as
possíveis reações alérgicas e a necessidade de um diagnóstico correto para a aplicação das
substâncias apícolas de forma segura e efetiva.

6.2.3 ACUPUNTURA

A Acupuntura é uma prática terapêutica com raízes milenares na medicina tradicional chinesa,
que consiste na inserção de agulhas em pontos específicos do corpo. Esses pontos, conhecidos como
acupontos, estão localizados em meridianos, canais por onde circula a energia vital, ou Qi. A
29

estimulação desses pontos busca restaurar o equilíbrio energético do corpo, favorecendo a saúde e o
bem-estar do indivíduo (TAFFAREL; FREITAS, 2009).

De acordo com Taffarel e Freitas (2009), a Acupuntura é utilizada para uma variedade de
condições clínicas, incluindo dor crônica, distúrbios do sono, desequilíbrios emocionais e uma série de
outras condições. No Brasil, esta prática foi incorporada ao SUS, demonstrando a abertura do sistema
de saúde para práticas integrativas que complementam a medicina convencional.

A eficácia da Acupuntura tem sido objeto de estudo em diversas pesquisas clínicas, que apontam
melhorias significativas em pacientes com dores musculoesqueléticas, cefaleias e outras condições
dolorosas. A inserção das agulhas, realizada por profissionais qualificados, é considerada um
procedimento seguro, com efeitos colaterais mínimos quando comparada a outras intervenções
médicas.

6.3 TERAPIAS ENERGÉTICAS

As terapias energéticas são práticas que se concentram na manipulação e no equilíbrio das


energias do corpo para promover saúde e bem-estar. Essas terapias são baseadas na crença de que
o corpo humano é cercado e interpenetrado por um campo energético que, quando desequilibrado,
pode levar a doenças físicas e emocionais. Portanto, o reequilíbrio dessas energias pode auxiliar na
prevenção e no tratamento de doenças, além de promover relaxamento e redução do estresse.
No contexto das práticas integrativas e complementares, as terapias energéticas têm sido cada
vez mais reconhecidas e adotadas, não apenas como métodos alternativos ou complementares de
tratamento, mas também como parte de uma abordagem holística da saúde, em que o bem-estar físico,
emocional, mental e espiritual são vistos como interligados e interdependentes.
As principais terapias energéticas que ganharam destaque e são reconhecidas dentro do
Sistema Único de Saúde (SUS) incluem a Meditação, o Yoga e o Reiki. Essas práticas contribuem para
a promoção da saúde e a prevenção de doenças, além de oferecerem recursos terapêuticos valiosos
para o tratamento e a recuperação de pacientes.
As terapias energéticas são aplicadas em diferentes contextos, desde centros de saúde até
espaços comunitários e ambientes hospitalares, refletindo a sua crescente aceitação e integração nas
políticas de saúde pública no Brasil.
30

6.3.1 MEDITAÇÃO

A meditação é uma prática ancestral que envolve técnicas de concentração,


relaxamento e consciência plena, visando alcançar um estado de tranquilidade mental e equilíbrio
emocional. No contexto das terapias energéticas, a meditação é reconhecida por sua capacidade de
influenciar positivamente o campo energético do indivíduo, promovendo uma harmonia entre corpo,
mente e espírito (CARPENA; MENEZES, 2018).
Esta prática milenar tem se popularizado nas últimas décadas como uma ferramenta valiosa
no manejo do estresse e de condições relacionadas à saúde mental. Estudos têm demonstrado que a
meditação pode reduzir sintomas de ansiedade, depressão e dor, além de melhorar a qualidade de vida
e o bem-estar geral. No Brasil, a inclusão da meditação no SUS reflete uma tendência global de
valorização de práticas integrativas e complementares na saúde pública (CARPENA; MENEZES,
2018).
A Meditação Focada, uma das modalidades praticadas, envolve a concentração em um objeto,
pensamento ou atividade específica para treinar a atenção e a consciência. Pesquisas indicam que
essa forma de meditação pode contribuir significativamente para o aumento do mindfulness
disposicional, ou seja, uma maior capacidade de estar presente e consciente no momento atual, o que
tem implicações positivas para a saúde mental dos indivíduos (CARPENA; MENEZES, 2018).
A prática da Meditação, portanto, não só oferece benefícios para a saúde mental, mas também
pode ser um complemento eficaz no tratamento de condições físicas, ajudando na recuperação e na
manutenção da saúde.

6.3.2 YOGA

O Yoga é uma disciplina física e mental que se originou na Índia e engloba uma
variedade de práticas, incluindo posturas físicas (asanas), exercícios de respiração (pranayama),
meditação e um estilo de vida ético. Suas raízes remontam a milhares de anos, refletindo uma busca
pelo equilíbrio entre mente e corpo e uma conexão mais profunda com a consciência espiritual. No
contexto das terapias energéticas, o Yoga é apreciado por sua capacidade de melhorar o fluxo de
energia vital (prana) através dos canais energéticos do corpo (nadis), promovendo saúde e bem-estar
(BARROS et al., 2014).
A prática regular do Yoga tem sido associada a numerosos benefícios para a saúde, incluindo
a melhoria da flexibilidade, força e equilíbrio, a redução do estresse, a promoção da relaxação e a
melhoria da saúde mental. No SUS, o Yoga é reconhecido como uma prática integrativa e
complementar que pode ser oferecida em conjunto com outros tratamentos médicos, contribuindo para
a abordagem holística da saúde (BARROS et al., 2014).
Além de seu valor terapêutico, o Yoga também é considerado uma prática preventiva, ajudando
a manter o bem-estar físico e mental e a promover um estilo de vida saudável. A inclusão do Yoga nas
31

políticas de saúde pública no Brasil demonstra o reconhecimento de seu valor como uma prática que
transcende a cultura e a geografia, sendo acessível e benéfica para pessoas de todas as idades e
condições de saúde (BARROS et al., 2014).

6.3.3 REIKI

O Reiki é uma terapia energética originária do Japão, que se baseia na canalização da energia
vital universal ("Ki") para promover a cura e o equilíbrio físico, mental e emocional. A prática do Reiki
envolve o posicionamento das mãos do terapeuta em ou sobre o paciente, com o objetivo de transferir
energia e estimular os processos naturais de cura do corpo. No âmbito das terapias integrativas e
complementares, o Reiki é reconhecido por sua capacidade de reduzir o estresse e promover o
relaxamento, contribuindo significativamente para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos
(AMARELLO; CASTELLANOS; SOUZA, 2021).
A inclusão do Reiki nos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) reflete uma
abertura às práticas que abordam a saúde de uma perspectiva holística, reconhecendo a interconexão
entre o bem-estar físico e as dimensões emocional e espiritual. Os praticantes de Reiki no SUS atuam
em diversos níveis de atenção à saúde, proporcionando uma terapia de suporte que pode ser integrada
aos tratamentos convencionais (AMARELLO; CASTELLANOS; SOUZA, 2021).
Diversos relatos de experiência têm apontado para o potencial terapêutico do Reiki em
diferentes contextos clínicos, incluindo a redução da ansiedade em pacientes oncológicos, o alívio da
dor crônica e o suporte no processo de recuperação pós-operatória. Estas experiências sugerem que
o Reiki pode desempenhar um papel valioso como complemento aos cuidados de saúde tradicionais,
oferecendo uma abordagem não invasiva e sem efeitos colaterais conhecidos (AMARELLO;
CASTELLANOS; SOUZA, 2021).

7. BIOFILIA NA ARQUITETURA DA SAÚDE

O ser humano contemporâneo encontra-se imerso em um paradoxo singular: embora mais


conectado do que nunca por meio da tecnologia, muitas vezes está distanciado do contato essencial
com o ambiente natural. Esta desconexão com a natureza tem sido associada a uma variedade de
desafios de saúde mental e física, suscitando um crescente interesse na integração de princípios que
reforcem a conexão humana com o meio ambiente no campo da arquitetura. É neste contexto que
emergem um conceito revolucionário para o design de espaços de cura e bem-estar: a Biofilia.
A arquitetura contemporânea na área da saúde tem presenciado uma crescente incorporação
de elementos naturais em seus espaços, buscando estabelecer uma relação mais harmônica entre o
ser humano e o meio ambiente. Essa abordagem, conhecida como biofilia, tem raízes profundas na
32

predisposição inata dos seres humanos para se conectarem com a natureza, um conceito que foi
popularizado pelo biólogo E.O. Wilson no final do século XX. A biofilia, portanto, vai além de uma mera
preferência estética ou tendência de design; ela reflete uma necessidade psicológica e fisiológica
fundamental para o bem-estar humano.
Nos ambientes clínicos e hospitalares, tradicionalmente caracterizados por espaços estéreis e
artificiais, a biofilia representa uma ruptura significativa com o passado. A integração de elementos
naturais nesses espaços não é apenas uma escolha decorativa; é uma estratégia deliberada para
melhorar a experiência e os resultados de saúde dos pacientes. A arquiteta Valeska Almeida e a médica
Wiviane Rocha, em seus relatos, destacam a importância de ambientes projetados com biofilia para a
regeneração, descanso e qualidade de vida de pacientes, profissionais e visitantes, apontando a
redução de estresse e ansiedade como benefícios notáveis (Medicina S/A, 2023).
A relevância da biofilia para a saúde e o bem-estar é amplamente documentada. Estudos
demonstram que ambientes que refletem características naturais podem reduzir o estresse, melhorar
o humor e até acelerar o processo de cura. Segundo a arquiteta Bia Rafaelli Casaccia, o design biofílico
está fundamentado em trazer a experiência da natureza para os ambientes construídos, seja por meio
de luz natural, ar puro, vegetação, ou materiais e cores que evocam o mundo natural (Casa e Jardim,
2023).
Além disso, a biofilia tem sido reconhecida por especialistas como um fator que pode
potencializar os resultados das terapias integrativas e complementares. Ao incorporar a natureza no
projeto arquitetônico de uma clínica, inicia-se o processo terapêutico já no primeiro contato do paciente
com o espaço, como evidenciado no caso da clínica de saúde e estética em João Pessoa, onde a
presença de plantas e ambientes amplos com visibilidade para áreas externas promove uma sensação
de liberdade e relaxamento (Medicina S/A, 2023).
Em Caraguatatuba, a proposta para uma clínica de terapias integrativas e complementares
conectada diretamente com a natureza se alinha com essas observações, buscando criar um ambiente
de cura que utiliza a proximidade com a Mata Atlântica para potencializar os efeitos terapêuticos. O
projeto visa explorar o conceito de biofilia, transformando o espaço em um santuário de saúde, onde
cada elemento arquitetônico é cuidadosamente planejado para promover conexões com a natureza.
A inclusão de elementos como iluminação natural, vegetação interna e externa, materiais
naturais como a madeira e a presença de água são apenas alguns dos princípios biofílicos que podem
ser integrados no design arquitetônico da clínica (Medicina S/A, 2023). A implementação desses
princípios será abordada em detalhes nos subcapítulos subsequentes, com o objetivo de criar um
ambiente que não apenas auxilie na recuperação física, mas que também ofereça um refúgio para o
bem-estar mental e emocional dos usuários.
33

7.1 BIOFILIA EM AMBIENTES CLINICOS

Em meio à busca por ambientes de saúde mais humanizados e terapêuticos, a biofilia emerge
como uma abordagem promissora para a integração do bem-estar humano com a natureza nos
espaços de cuidado clínico. A premissa da biofilia, que sublinha a afinidade inata dos seres humanos
com o mundo natural (Zanatta et al., 2019), tem sido cada vez mais adotada em hospitais e clínicas, a
fim de fomentar um ambiente de recuperação mais confortável e psicologicamente benéfico para os
pacientes.
A aplicação da biofilia em cuidados paliativos, especificamente, destaca-se pela sua
capacidade de atender às necessidades emocionais e relacionais dos pacientes em estágios terminais.
A inserção de elementos biofílicos, tais como a horticultura terapêutica e a zooterapia, tem demonstrado
potencial para aliviar o estresse e promover sentimentos positivos, atuando como um suporte emocional
e espiritual significativo (Zanatta et al., 2019).
As evidências sugerem que a contemplação da natureza pode induzir uma recuperação do
estresse em um período surpreendentemente curto, com melhorias notáveis em indicadores físicos e
psicológicos, tais como a pressão arterial e a atividade cerebral (Zanatta et al., 2019). Esta rápida
restauração sugere que ambientes clínicos que incorporam vistas para a natureza ou proporcionam
acesso a espaços verdes podem desempenhar um papel crucial na recuperação dos pacientes.
O design biofílico em ambientes clínicos não beneficia apenas os pacientes; os trabalhadores
da saúde também reportam uma sensação de maior satisfação e diminuição do estresse quando suas
condições de trabalho incluem elementos naturais ou vistas para espaços verdes. Isso implica que a
integração da biofilia nos cuidados de saúde pode ter um efeito benéfico em cascata, impactando
positivamente toda a dinâmica de cuidado.
A biofilia nos ambientes clínicos transcende a estética e se estabelece como uma ferramenta
valiosa para o melhoramento da qualidade do cuidado e do ambiente de saúde como um todo. Com a
crescente adoção de estratégias biofílicas, hospitais e clínicas de todo o mundo estão redefinindo o
paradigma de cuidados de saúde, priorizando não apenas a eficácia clínica, mas também o bem-estar
emocional e psicológico dos envolvidos.

7.2 PRINCÍPIOS DE DESIGN BIOFÍLICO PARA CLÍNICAS TERAPÊUTICAS

A adoção de princípios de design biofílico em uma clínica de terapias integrativas e


complementares é uma manifestação direta da busca por uma experiência de cura mais holística e
natural. Esses princípios buscam criar um ambiente que promova a conexão dos pacientes e
funcionários com a natureza, potencializando os efeitos terapêuticos e contribuindo para uma
experiência de recuperação mais efetiva e agradável.
34

Presença de Luz Natural

A luz natural desempenha um papel vital na regulação dos ritmos circadianos e na promoção
da saúde mental. A clínicas pode maximizar o uso da luz natural através de amplas janelas, claraboias
e o uso de materiais translúcidos que permitem a entrada de luz sem comprometer a privacidade. O
posicionamento estratégico das áreas de tratamento e de descanso pode garantir que os pacientes e
funcionários se beneficiem do acesso à luz natural ao longo do dia.

Vegetação e Espaços Verdes

A incorporação de vegetação nos espaços internos e externos é outro pilar central do design
biofílico. Jardins terapêuticos, paredes vivas e o cultivo de plantas nos interiores não apenas
enriquecem o ambiente visual, mas também melhoram a qualidade do ar e oferecem oportunidades
para a interação calmante com a natureza. Tais espaços podem ser usados para meditação, terapia
de relaxamento e como áreas de convívio social.

Elementos de Água

A presença de água, seja através de fontes internas, aquários ou pequenos lagos, pode ter um
efeito calmante significativo, reduzindo o estresse e promovendo a tranquilidade. O som suave da água
corrente pode atuar como um agente de relaxamento acústico, enquanto a visão da água em
movimento pode ter um efeito hipnótico e meditativo.

Uso de Materiais Naturais

O uso de materiais naturais, como madeira, pedra e tecidos orgânicos, pode criar um ambiente
acolhedor e confortável. Estes materiais não apenas estabelecem uma ligação visual com a natureza,
mas também podem contribuir para a qualidade acústica dos espaços, reduzindo o ruído e criando um
ambiente mais sereno para a recuperação e terapia.

7.3 BENEFÍCIOS DA BIOFILIA PARA PACIENTES E FUNCIONÁRIOS

A incorporação da biofilia em ambientes de saúde não apenas enriquece esteticamente o


espaço, mas também possui um impacto significativo no processo de recuperação dos pacientes e no
bem-estar dos funcionários. Estudos conduzidos por Ulrich (1984) evidenciam que a exposição a vistas
naturais em hospitais pode acelerar a recuperação pós-cirúrgica, reduzir a dependência de analgésicos
e melhorar o humor e disposição dos pacientes. Tais observações foram reforçadas pela prática
35

contemporânea na Fleury Medicina e na Alice Saúde (Fig. 5 e 6), onde o uso de elementos naturais foi
estrategicamente implementado para criar ambientes de cura mais eficazes (Casa e Jardim", 2023).

Figura 5: Alice Saúde: uma das unidades do plano de saúde paulistano subverte a ideia de
espaço médico estéril.
Fonte: Revista Casa e Jardim

Figura 6: Hall de entrada da Fleury Medicina, em São Paulo.


Fonte: Revista Casa e Jardim

Além dos benefícios físicos, o contato com elementos naturais tem um efeito tranquilizador,
ajudando a reduzir o estresse e a ansiedade. Estes efeitos são cruciais, especialmente em contextos
de saúde, onde o estresse pode ser uma constante tanto para pacientes quanto para profissionais. A
36

biofilia oferece um antídoto para o ambiente clínico muitas vezes frio e estéril, promovendo um ambiente
mais acolhedor e terapêutico.
Funcionários de instituições de saúde também se beneficiam de ambientes biofílicos. A
natureza no local de trabalho está associada a um aumento na satisfação no trabalho, diminuição nos
níveis de estresse e melhor saúde geral. Projetos como os da UBS do Parque do Riacho, em Brasília,
demonstram o potencial da biofilia em transformar espaços de trabalho em locais mais saudáveis e
estimulantes (Casa e Jardim, 2023).

Figura 7: Cobogós dos prédios da UBS do Parque do Riacho, Brasília.


Fonte: Revista Casa e Jardim

É importante notar que os benefícios da biofilia não se limitam a áreas específicas de uma
clínica ou hospital, mas podem ser estendidos a todas as áreas onde pacientes e funcionários
interagem, desde salas de espera até corredores e áreas de descanso. Portanto, a biofilia se estabelece
como uma estratégia vital para o design de ambientes de saúde, contribuindo significativamente para
a humanização dos cuidados de saúde e a promoção da saúde integral (Zanatta et al., 2019).

7.4 ESTUDO DE CASO: APLICAÇÃO DA BIOFILIA NA CLÍNICA DE TERAPIAS


INTEGRATIVAS

O conceito de biofilia, que sugere uma inerente necessidade humana de conexão com a
natureza, deverá encontrar no projeto da clínica de terapias integrativas uma representação
arquitetônica que reforce essa premissa. O terreno, localizado no entorno da Mata Atlântica e abraçado
37

pela sinuosidade do Morro da Brava, oferece uma base fértil para a implementação de uma arquitetura
que se alinha aos princípios biofílicos, onde o bem-estar dos usuários é o foco principal.

A escolha do local para a implantação do projeto não foi aleatória. A proximidade com a Mata
Atlântica, uma das mais ricas biodiversidades do planeta, oferece não apenas uma vasta paleta de
elementos naturais a serem integrados no design, mas também um ambiente já predisposto ao conceito
de cura pela natureza. A localização do terreno proporciona uma oportunidade ímpar de observação
direta de diferentes espécies da flora e fauna local, permitindo que a conexão com o ambiente natural
seja uma experiência constante e enriquecedora para os pacientes e funcionários da clínica.

Figura 8 - Vista do entorno do terreno com a Mata Atlântica ao circundante, ilustrando


a proximidade da área com o ecossistema local.
Fonte: Própria

Considerando a topografia do local, o projeto arquitetônico será desenvolvido com a intenção


de causar o mínimo impacto possível, respeitando as curvas de nível e integrando-se harmoniosamente
ao relevo. A estrutura deverá acompanhar a inclinação do terreno, proporcionando, assim, uma vista
privilegiada do bairro Martim de Sá e do oceano que se estende à vista. Essa perspectiva é não apenas
esteticamente valorosa, mas também contribui para o processo terapêutico, reafirmando a filosofia de
que um ambiente bem projetado é um coadjuvante essencial na recuperação e no bem-estar dos
indivíduos.
38

Figura 9 - Croqui da edificação respeitando a topografia do terreno, mostrando a


integração do edifício com o relevo natural.
Fonte: Própria

Uma das fachadas deverá se abrir para o mar, o pintando como uma tela viva, onde o
dinamismo das águas e o reflexo do sol no horizonte marítimo são elementos ativos na composição do
espaço interno. Grandes vãos e aberturas serão estrategicamente posicionados para enquadrar as
vistas, permitindo que a luz natural inunde os espaços de tratamento e repouso, alinhando a arquitetura
com os ciclos diurnos e fortalecendo o vínculo dos usuários com o ritmo natural.

Figura 10 - Fachada da clínica com amplas aberturas para o mar, destacando o uso de
vidros e a integração visual com o ambiente externo.
Fonte: Própria

A clínica foi projetada para ser mais do que um local de terapias; é um santuário de
tranquilidade e recuperação. Áreas de meditação e espaços de convívio foram concebidos para
estimular a interação social e a contemplação, elementos considerados fundamentais na filosofia
biofílica. Elementos de água, como pequenos lagos, fontes ou uma cascata, poderão ser incorporados
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ao paisagismo, proporcionando uma experiência sensorial completa, com o som tranquilizador da água
corrente que complementa o cenário de serenidade (Fig. 10 e 11).

Figura 11 – Croqui demonstrando possível setorização de paisagismo


com volume da edificação orgânico incorporada.
Fonte: Própria

8. CONCEITO ARQUITETÔNICO

Para projetar um centro de terapias integrativas e complementares é necessário compreender


melhor suas raízes. Entendendo o contexto no qual essas terapias nascem, pode ser projetada uma
clínica capaz de se aproximar ao máximo da intenção original de cada uma dessas terapias.
A princípio, reconhecer que as terapias holísticas têm suas raízes no Oriente nos leva a
questionar como essas práticas podem ser harmoniosamente integradas em contextos ocidentais,
dados os profundos contrastes culturais. Uma análise histórica pode nos ajudar a entender esse
processo de integração.
Porém, de acordo com Souza e Luz (2009), o fenômeno denominado de "orientalização do
Ocidente" é a chave para compreendermos a disseminação das terapias alternativas na sociedade
ocidental contemporânea. Este termo vai além do mero consumo ocidental de produtos e práticas
orientais, como a yoga ou a medicina chinesa; reflete uma mudança paradigmática onde valores e
práticas do Oriente estão sendo progressivamente incorporados e valorizados pelo Ocidente,
desafiando e reconfigurando suas próprias crenças e paradigmas tradicionais.
É evidente que a "orientalização do Ocidente" proposta por Campbell (1997), citada pelos
autores, não se limita a um fenômeno superficial ou puramente estético, mas indica uma transformação
40

mais profunda nas estruturas de pensamento e prática. O interesse crescente do Ocidente por sistemas
médicos e práticas terapêuticas alternativas reflete uma busca por abordagens holísticas e integrativas
à saúde, contrapondo-se à visão mecanicista e reducionista tradicionalmente enraizada na medicina
ocidental. Essa transição cultural e filosófica tem levado à integração das sabedorias e técnicas
terapêuticas orientais no tecido social e nos sistemas de saúde ocidentais, representando um
movimento de abertura a novas compreensões do bem-estar e da cura (Souza e Luz, 2009).
Esse processo de “orientalização” não está isento de desafios, especialmente quando
consideramos o choque cultural inerente à transposição de ideias entre sociedades com históricos e
estilos de vida distintos. Essa dinâmica é semelhante ao que observamos na culinária, onde pratos
estrangeiros são adaptados às preferências locais. Podemos então fazer uma analogia com a culinária
estrangeira e sua implementação no Brasil. Para que determinado alimento faça sucesso ele passa por
uma descaracterização, aproximando mais o alimento do que é consumido no Brasil. O hot-dog
(cachorro-quente no Brasil) é um exemplo disso, o prato Americano original consiste apenas de uma
salsicha dentro de um pão, e então é adicionado ketchup e mostarda para dar mais sabor ao alimento,
entretanto quando ele é implementado no Brasil adicionamos maionese, batata palha, purê de batata,
entre outros. Chamamos esse fenômeno por aqui de “abrasileirar” como foi apontado por Garcia (2003).
Isso ocorre também com outros alimentos, como o Croissant, que originalmente não tem recheio, ou
até mesmo o sushi japonês.
A descaracterização não é um fenômeno exclusivo da culinária, ela pode ocorrer em diversas
outras áreas, e o quanto o objeto será descaracterizado para ter maior aceitação dependerá muito da
distância entre a cultura do local de origem e a cultura do local aquilo será implementado (Garcia, 2003).
Da mesma maneira que os alimentos enfrentam um processo de adaptação cultural ao serem
implementadas no Ocidente, as expressões artísticas também refletem essas dinâmicas de
aculturação. Este paralelo é evidente quando examinamos representações visuais emblemáticas de
ambas as culturas. Para esclarecer esta dúvida Souza e Luz (2009) fazem uma critica a sociedade
ocidental, que em oposição a natureza oriental é uma sociedade mais individualista, enquanto os
orientais são holistas, ou seja, se preocupam mais com a sociedade como um todo. O momento em
que essas terapias aparecem na cultura ocidental coincide com um período de ainda mais
individualidade, como citado no estudo:

“No momento da contracultura, tempo de nascimento e


desenvolvimento das terapias alternativas contemporâneas, o individualismo
como valor hegemônico teria alcançado níveis altos, a ponto de ameaçar a
integridade do próprio ‘tecido’ social.”. (Souza e Luz, 2009, p. 401).

Ao considerar o impacto do movimento de contracultura, que promoveu uma abertura para a


inclusão de práticas orientais no Ocidente, percebemos como esse movimento pavimentou o caminho
para a aceitação das terapias holísticas em diferentes contextos, incluindo o Brasil. Essa aceitação,
entretanto, não foi sem a necessidade de adaptações significativas, refletindo o processo de
41

“abrasileiramento” que frequentemente acompanha a adoção de elementos culturais estrangeiros.


Além disso, a ineficiência da medicina ocidental em atender todos os problemas relacionados a saúde
possibilita então uma demanda por tratamentos alternativos, que surgem para preencher essas
lacunas.
Assim como os alimentos sofrem adaptações culturais, as terapias holísticas também podem
ser descaracterizadas ao serem adotadas por um novo público. Esse fenômeno se conecta a
movimentos sociais mais amplos, como o da contracultura dos anos 1960 e 1970, que desafiavam as
normas vigentes e abraçavam influências orientais em busca de novas perspectivas sobre saúde e
sociedade. Essa capacidade de adaptação e evolução das terapias holísticas no Brasil exemplifica a
resiliência e a transformação dessas práticas, e destaca a importância de compreender essas
dinâmicas ao projetar um centro de terapias integrativas. O objetivo deste capítulo, portanto, é
identificar como essas origens e adaptações culturais podem ser respeitadas e incorporadas no
conceito e design do projeto.
Tendo definido a necessidade de compreender as origens culturais das terapias e o
contraste com o Ocidente, buscamos agora identificar elementos de design que possam harmonizar
essas diferenças. Esta análise nos leva à arte e arquitetura, campos onde a interação entre a expressão
cultural oriental e ocidental é palpável e instrutiva para o nosso projeto.

8.1 OCIDENTE X ORIENTE

Conforme citado no capítulo anterior, a intensão do presente trabalho é de implantar uma


edificação orgânica em um terreno com topografia acidentada. O grande desafio é o de causar o menor
impacto possível no ambiente, como se a edificação fosse uma continuidade do ambiente natural. Para
este propósito, busquei como fonte a arquitetura tradicional japonesa, pois a visão arquitetônica oriental
se difere bastante do ocidente em relação ao protagonismo em um projeto. Como citado pelo arquiteto
e historiador Bruno Perenha, quando as artes oriental e ocidental são colocadas lado a lado é possível
observar um grande contraste cultural entre elas (Perenha, 2021). Para exemplificar isso podemos
colocar duas obras marcantes para comparação, a Monalisa de Leonardo da Vinci (Fig. 12), que tem
grande relevância para o ocidente e sendo uma das obras mais marcantes na renascença, e a obra
japonesa Kiyomizu-dera de Kawashima Shigenobu (Fig. 13), que apresenta a vista da cidade de Kyoto
no Japão no século XVIII.
42

Figura 12 – Monalisa – Pintura ocidental. Figura 13 – Kiyomizu-dera – Pintura oriental.


Fonte: Amazon. Fonte: Japan Objects.

A comparação destas obras de arte revela as divergências fundamentais nas abordagens


estéticas e filosóficas entre Oriente e Ocidente. Esta apreciação das artes visuais nos prepara para
explorar um campo relacionado, onde tais contrastes são igualmente evidentes: a arquitetura. Enquanto
na obra Monalisa o grande protagonista é a própria Gioconda, a mulher representada na pintura, na
obra japonesa o grande protagonista é o ambiente, nesta obra a primeira coisa que salta aos nossos
olhos são as árvores, as montanhas, a própria arquitetura. As pessoas nesta obra são meros
coadjuvantes.
Obviamente existem algumas exceções, como também foi apontado por Perenha, mas em sua
essência a visão ocidental e oriental seguem este padrão.
O arquiteto e historiador Bruno Perenha também faz outra análise bem relevante para a
compreensão deste contraste, onde são comparadas obras arquitetônicas ocidentais e orientais. As
obras em questão são: Vila Capra (Fig. 14) do arquiteto italiano Andrea Palladio e a Vila Katsura (Fig.
15), que é uma vila imperial japonesa.

Figura 14 – Vila Capra. Figura 15 – Vila Katsura.


Fonte: Capturada por Mario Ferrara. Fonte: Capturada por Rafael Azevedo França.
43

Esta análise comparativa entre as obras arquitetônicas ocidentais e orientais evidencia uma
abordagem distintamente diferente em relação ao ambiente e ao papel da arquitetura dentro dele. Este
entendimento é fundamental ao refletirmos sobre o design do nosso Centro de Terapias Integrativas e
Complementares, pois nos desafia a pensar sobre como a edificação pode, e talvez deva interagir com
seu entorno natural.
Em resumo, as artes tanto orientais quanto ocidentais refletem profundamente as histórias e
culturas de seus povos. A tendência ocidental de dominar contrasta com o respeito oriental pela
natureza, um contraste que nos oferece insights valiosos para o projeto de um centro que procura
integrar harmoniosamente práticas de saúde tradicionais em um ambiente tecnologicamente
desenvolvido e potencialmente urbano. À medida que avançamos para a fase de design, essas
percepções se tornam guias para a criação de um espaço que não apenas acomoda, mas também
celebra a síntese cultural que as terapias integrativas e complementares representam.

9. CONCEITO PAISAGÍSTICO

Assim como nas artes e na arquitetura, o contraste cultural também pode ser observado no
paisagismo, que além da cultura é também impactado pela geografia, já que a flora se difere bastante
dependendo da região a ser observada. Além disso, deve-se ter extrema cautela ao trabalhar com o
paisagismo, pois por tratar-se de seres vivos a escolha das espécies podem impactar diretamente o
meio onde foi colocada, o risco do uso de espécies exóticas aumenta se tratando de um terreno
localizado na beira da mata atlântica. Sobre o tema, Cecchetto (2020) faz duas observações
pertinentes, primeiramente, é importante tomar cuidado ao utilizar espécies exóticas, pois elas além de
correrem risco do mal adaptabilidade ao local, ainda podem colocar espécies nativas em risco. O
segundo ponto é em relação aos benefícios da utilização de espécies nativas, que segundo Cechetto,
alguns dos benefícios são:

“adaptabilidade garantida ao clima e solo; melhor desenvolvimento


metabólico; maiores possibilidades de produção de flores e frutos saudáveis;
propicia a alimentação para animais também nativos, conservando a fauna
local; promulga a proliferação da espécie, evitando a sua extinção; evita o
aumento de espécies invasoras exóticas e as doenças e pragas ocasionadas
pelas mesmas; além de oferecer os benefícios comuns a todos os gêneros
arbóreos.”. (Cechetto et al, 2020, p. 5).

Tendo isso em mente, podemos agora analisar a importância da integração do projeto de


arquitetura com o paisagismo e seu entorno imediato.
O paisagismo, em sua essência, não é apenas uma expressão artística ou uma técnica de
embelezamento de espaços interiores e exteriores; ele é uma prática que pode influenciar
profundamente o bem-estar humano, tanto físico quanto psicológico. No contexto das terapias
44

integrativas, o paisagismo transcende sua função estética, assumindo um papel terapêutico e


contribuindo para a saúde e a harmonia do indivíduo (Kaplan & Kaplan, 1989).
As terapias integrativas, englobam práticas de cuidado que transcendem os métodos
tradicionais de tratamento médico, visando a promoção da saúde integral ao abarcar aspectos físicos,
emocionais, sociais e espirituais do indivíduo (Ministério da Saúde, 2018). Dessa forma, o ambiente no
qual essas terapias são aplicadas torna-se um componente crucial para potencializar seus efeitos. A
interação com a natureza, proporcionada por um espaço paisagístico bem planejado, pode facilitar o
processo de cura e recuperação, bem como promover um estado de relaxamento e conexão espiritual
(Ulrich, 1984).
Este capítulo tem como objetivo a compreensão do paisagismo japonês e sua interação com
as terapias orientais. Além disso, é importante destacar que assim como o conceito arquitetônico deve
ser adaptado para ser melhor aceito dentro de uma nova cultura, buscarei adaptar a essência do
paisagismo nipônico ao contexto brasileiro, mais especificamente da mata atlântica do litoral norte de
São Paulo.
Consequentemente, este capítulo visa estabelecer o alicerce teórico para o design de dois
jardins específicos: um Jardim Zen, adaptado ao contexto da Mata Atlântica brasileira, e um Jardim de
Ervas, integrado às práticas terapêuticas do centro. A sinergia entre esses espaços paisagísticos e o
ambiente natural circundante será um ponto focal, buscando uma imersão sensorial e uma experiência
contemplativa que ressoem com os valores intrínsecos das terapias oferecidas no centro.

9.1 PAISAGISMO NO CONTEXTO DAS TERAPIAS INTEGRATIVAS

Quando falamos em terapias integrativas e complementares a primeira coisa que vêm a mente
das pessoas é a cultura oriental, mais especificamente Índia, China e Japão. Isso acontece, pois, essas
terapias têm sua origem no mundo oriental, como citado nos capítulos anteriores. No contexto
brasileiro, a cultura oriental com a qual temos maior intimidade é a cultura japonesa, dado o fato de
abrigarmos a maior colônia de população japonesa fora do Japão (Brasil, 2022). Além disso, Oda (2020)
faz uma observação interessante ao apontar a exportação cultural massiva do Japão, especialmente
durante as décadas 1980 e 1990, como um dos motivos do interesse ocidental pela cultura do País.
Para uma boa implementação de um paisagismo integrativo, é imprescindível compreender os
princípios fundamentais do paisagismo japonês e como eles podem ser aplicados de forma a respeitar
tanto a cultura quanto a biodiversidade local. O paisagismo japonês é conhecido por seus jardins que
buscam replicar a beleza natural em uma escala menor, refletindo princípios como a simplicidade, a
naturalidade e a profundidade espiritual. Tais jardins não são apenas espaços de contemplação, mas
também locais que propiciam a meditação e o reencontro com o eu interior, elementos essenciais para
as terapias integrativas.
A imersão na cultura oriental, em particular na cultura japonesa, traz à tona a relevância dos
jardins japoneses, que são mais do que meramente estéticos; eles são uma manifestação de filosofias
profundas e da relação simbiótica com o meio ambiente. As terapias integrativas e complementares,
45

ao se valerem desses espaços, buscam promover uma cura que transcende o físico, tomando
emprestada a serenidade e o equilíbrio destes refúgios paisagísticos.

Elementos naturais como pedras, cascalho e areia são empregados com intenção simbólica e
funcional nos jardins japoneses. As pedras, veneradas desde tempos ancestrais no xintoísmo, não
apenas adquirem um papel decorativo, mas também representam montanhas e colinas, estabelecendo
uma ponte entre o divino e o terreno (Schauwecker, 2020). O uso de pedras grandes e incomuns reflete
um status elevado, enquanto as menores, junto ao cascalho, delineiam lagoas e riachos ou criam a
ilusão de água em jardins secos, conhecidos como karesansui.
A água, vital e purificadora, manifesta-se em lagoas e cachoeiras. As lagoas são o coração do
jardim, simbolizando lagos e mares, e muitas vezes são habitadas por carpas coloridas, introduzindo
vida e dinamismo ao espaço. Riachos e cachoeiras, por sua vez, representam o fluxo contínuo e a
mutabilidade da existência (Schauwecker, 2020).
Ilhas e pontes dentro dessas lagoas evocam a ideia de travessia e transformação, sendo, às
vezes, representações de ilhas reais ou de figuras míticas, reforçando o caráter contemplativo do jardim
(Schauwecker, 2020). As pontes variam de simples lajes de pedra a construções elaboradas,
conectando o visitante não apenas de uma margem a outra, mas também de um estado de ser a outro,
numa jornada que pode ser tanto física quanto espiritual.
A vegetação é criteriosamente selecionada e posicionada para ressaltar as mudanças sazonais
ou para oferecer uma beleza resiliente durante os meses mais frios. O bambu, por exemplo, simboliza
a flexibilidade e a força, enquanto os pinheiros e ameixeiras são valorizados por sua estética invernal
(Schauwecker, 2020).
As lanternas de pedra, presentes nos jardins, não são apenas fontes de luz, mas também
elementos que convidam à reflexão, frequentemente pareadas com bacias de água, que juntas
constituem o espaço de purificação antes das cerimônias do chá (Schauwecker, 2020).
O conceito de cenário emprestado (shakkei) é talvez o mais significativo para o projeto de um
centro de terapias integrativas, pois ilustra a habilidade de incorporar a paisagem exterior ao projeto do
jardim, criando um diálogo entre o espaço construído e o natural, ampliando a percepção do belo e do
sagrado (Schauwecker, 2020).
No contexto brasileiro, onde se pretende implementar esse estilo paisagístico, é imperativo
considerar a biodiversidade e o ecossistema da Mata Atlântica, adaptando esses princípios à flora
nativa e ao clima tropical. Essa adaptação requer uma compreensão profunda não só do estilo
paisagístico japonês, mas também da ecologia local, para garantir que o jardim seja um ecossistema
sustentável que favoreça tanto a biodiversidade quanto a terapêutica integrativa.

10. LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DO TEMA

Quando falamos em terapias integrativas e complementares a primeira coisa que vêm a mente
das pessoas é a cultura oriental, mais especificamente Índia, China e Japão. Isso acontece, pois, essas
terapias têm sua origem no mundo oriental, como citado nos capítulos anteriores. No contexto
46

brasileiro, a cultura oriental com a qual temos maior intimidade é a cultura japonesa, dado o fato de
abrigarmos a maior colônia de população japonesa fora do Japão (Brasil, 2022).

11. REFERÊNCIAS TEÓRICAS

Quando falamos em terapias integrativas e complementares a primeira coisa que vêm a mente
das pessoas é a cultura oriental, mais especificamente Índia, China e Japão. Isso acontece, pois, essas
terapias têm sua origem no mundo oriental, como citado nos capítulos anteriores. No contexto
brasileiro, a cultura oriental com a qual temos maior intimidade é a cultura japonesa, dado o fato de
abrigarmos a maior colônia de população japonesa fora do Japão (Brasil, 2022).

12. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Quando falamos em terapias integrativas e complementares a primeira coisa que vêm a mente
das pessoas é a cultura oriental, mais especificamente Índia, China e Japão. Isso acontece, pois, essas
terapias têm sua origem no mundo oriental, como citado nos capítulos anteriores. No contexto
brasileiro, a cultura oriental com a qual temos maior intimidade é a cultura japonesa, dado o fato de
abrigarmos a maior colônia de população japonesa fora do Japão (Brasil, 2022).

13. VISITA TÉCNICA

Quando falamos em terapias integrativas e complementares a primeira coisa que vêm a mente
das pessoas é a cultura oriental, mais especificamente Índia, China e Japão. Isso acontece, pois, essas
terapias têm sua origem no mundo oriental, como citado nos capítulos anteriores. No contexto
brasileiro, a cultura oriental com a qual temos maior intimidade é a cultura japonesa, dado o fato de
abrigarmos a maior colônia de população japonesa fora do Japão (Brasil, 2022).

14. ANÁLISE DO TERRENO

Quando falamos em terapias integrativas e complementares a primeira coisa que vêm a mente
das pessoas é a cultura oriental, mais especificamente Índia, China e Japão. Isso acontece, pois, essas
terapias têm sua origem no mundo oriental, como citado nos capítulos anteriores. No contexto
brasileiro, a cultura oriental com a qual temos maior intimidade é a cultura japonesa, dado o fato de
abrigarmos a maior colônia de população japonesa fora do Japão (Brasil, 2022).

15. IMPACTOS URBANÍSTICOS E AMBIENTAIS

Quando falamos em terapias integrativas e complementares a primeira coisa que vêm a mente
das pessoas é a cultura oriental, mais especificamente Índia, China e Japão. Isso acontece, pois, essas
47

terapias têm sua origem no mundo oriental, como citado nos capítulos anteriores. No contexto
brasileiro, a cultura oriental com a qual temos maior intimidade é a cultura japonesa, dado o fato de
abrigarmos a maior colônia de população japonesa fora do Japão (Brasil, 2022).
16. ESTUDO PRELIMINAR

Quando falamos em terapias integrativas e complementares a primeira coisa que vêm a mente
das pessoas é a cultura oriental, mais especificamente Índia, China e Japão. Isso acontece, pois, essas
terapias têm sua origem no mundo oriental, como citado nos capítulos anteriores. No contexto
brasileiro, a cultura oriental com a qual temos maior intimidade é a cultura japonesa, dado o fato de
abrigarmos a maior colônia de população japonesa fora do Japão (Brasil, 2022).

17. MEMORIAL JUSTIFICATIVO

Quando falamos em terapias integrativas e complementares a primeira coisa que vêm a mente
das pessoas é a cultura oriental, mais especificamente Índia, China e Japão. Isso acontece, pois, essas
terapias têm sua origem no mundo oriental, como citado nos capítulos anteriores. No contexto
brasileiro, a cultura oriental com a qual temos maior intimidade é a cultura japonesa, dado o fato de
abrigarmos a maior colônia de população japonesa fora do Japão (Brasil, 2022).

18. ANTEPROJETO

Quando falamos em terapias integrativas e complementares a primeira coisa que vêm a mente
das pessoas é a cultura oriental, mais especificamente Índia, China e Japão. Isso acontece, pois, essas
terapias têm sua origem no mundo oriental, como citado nos capítulos anteriores. No contexto
brasileiro, a cultura oriental com a qual temos maior intimidade é a cultura japonesa, dado o fato de
abrigarmos a maior colônia de população japonesa fora do Japão (Brasil, 2022).

19. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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52
53

ANEXO A – Título

[Inserir anexo, se houver].


54

ANEXO B – Título

[Inserir anexo, se houver].

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