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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA


Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local – PPGDL
Mestrado em Desenvolvimento Local

HUMBERTO NEGRÃO TEIXEIRA FERNANDES

COVID-19 e saúde mental: como o meio ambiente afetou emocionalmente


os docentes do ensino superior durante a pandemia

Rio de Janeiro
2024
2

HUMBERTO NEGRÃO TEIXEIRA FERNANDES

COVID-19 e saúde mental: como o meio ambiente afetou emocionalmente os


docentes da área da saúde do ensino superior durante a pandemia

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Desenvolvimento Local, do
Centro Universitário Augusto Motta, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Desenvolvimento Local.
Área de concentração: Desenvolvimento
Sustentável e Trabalho.
Linha de pesquisa: Estado, Sociedade e
Desenvolvimento Local.
Projeto de Pesquisa: Saúde, Educação e
Sustentabilidade.
ODS vinculados: 3 Saúde e bem-estar.

Orientador: Prof. Dr. AGNALDO JOSÉ LOPES

Rio de Janeiro
2024
3

FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pelo Sistema de bibliotecas e
Informação – SBI – UNISUAM

Fernandes, Humberto Negrão Teixeira.

A avaliação do profissional de enfermagem sobre o manuseio do plástico de


forma sustentável / Humberto Negrão Teixeira Fernandes – Rio de Janeiro,
2023. 108P.

Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Local). Centro Universitário


Augusto Motta, 2023.

1. Saúde mental. 2. Psicologia. 3. Covid-19. 4. Meio ambiente. I. Título


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HUMBERTO NEGRÃO TEIXEIRA FERNANDES

A avaliação do profissional de enfermagem sobre o manuseio do plástico de


forma sustentável

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Desenvolvimento Local, do
Centro Universitário Augusto Motta, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Desenvolvimento Local.
Área de concentração: Desenvolvimento
Sustentável e Trabalho.
Linha de pesquisa: Estado, Sociedade e
Desenvolvimento Local.
Projeto de Pesquisa: Saúde, Educação e
Sustentabilidade.
ODS vinculados: 3 (Saúde e bem-estar)

Aprovado em: 30/04/2024

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________
Prof. Dr. Agnaldo José Lopes

_________________________________________________________________
Profa. Dra. Vanessa Índio do Brasil

_________________________________________________________________
Profa. Dra. Mônica Borchart Nicolau

Rio de Janeiro
2024
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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, quero expressar minha profunda gratidão a Jeová, cuja orientação e graça
foram elementos fundamentais ao longo desta jornada. A iluminação de seu entendimento e o
fortalecimento de minha determinação pela sua sabedoria infinita são evidenciados neste
trabalho, um verdadeiro testemunho de Sua bondade e fidelidade.

A Banca Examinadora merece meus sinceros agradecimentos, pois sua avaliação criteriosa e
valiosos insights contribuíram de maneira significativa para a qualidade deste trabalho. A
dedicação e a expertise desse corpo avaliador enriqueceram sobremaneira o processo de
pesquisa.

Meus agradecimentos também se estendem ao meu orientador, Prof. Dr. Agnaldo José Lopes.
Sua orientação, expertise e apoio inestimáveis foram pilares durante todo o desenvolvimento
deste projeto acadêmico. A paciência e dedicação do Professor foram fundamentais para a
construção das ideias aqui apresentadas.

Meu profundo reconhecimento é estendido aos dedicados profissionais em saúde mental, cujo
comprometimento com o bem-estar e a saúde emocional desempenha um papel crucial em
nossa sociedade. Expressar minha gratidão a esses profissionais é uma honra, considerando o
incansável trabalho que desempenham.

Adicionalmente, minha gratidão se volta à minha amada esposa, Gabriela de Assis de Castro.
Seu apoio inabalável, encorajamento constante e compreensão foram os alicerces que
sustentaram minha jornada acadêmica. Cada desafio se tornou mais leve e cada conquista
mais significativa com sua presença.

Com profunda gratidão,


Humberto Negrão
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EPÍGRAFE

“Pare e dê uma chance a si mesmo.”

Aaron T. Beck
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RESUMO

O presente estudo teve como escopo avaliar o impacto da pandemia da COVID-19 na saúde
mental dos profissionais do Ensino Superior na área da saúde, buscando construir estratégias
de intervenção e promover um ambiente sustentável. Para alcançar esse objetivo, foram
delineados os seguintes objetivos específicos: (i) investigar as principais fontes de estresse e
ansiedade entre os profissionais do Ensino Superior durante a pandemia da COVID-19; (ii)
avaliar o impacto da falta de interação social no ambiente de trabalho na saúde mental dos
profissionais do Ensino Superior; (iii) verificar a influência dos fatores socioambientais sobre
a saúde mental dos profissionais do Ensino Superior durante a pandemia; (iv) comparar os
diferentes impactos da pandemia da COVID-19 entre docentes, discentes, funcionários
administrativos do setor financeiro e funcionários administrativos do setor de recursos
humanos; e (v) desenvolver um material psicoeducativo elucidativo sobre o tema pesquisado
e possíveis abordagens terapêuticas autônomas. Foi utilizada uma pesquisa com base na
revisão de literatura integrativa e, também, uma pesquisa de campo através de questionário
com docentes do Ensino Superior, buscando as principais dúvidas a serem abordadas. Esta
dissertação abordou o impacto psicossocial da pandemia de COVID-19 em 50 docentes de
uma instituição de Ensino Superior no Brasil, procurando compreender as complexidades
dessa experiência. Por meio de uma abordagem abrangente, foram investigadas dimensões
como saúde mental, estresse, ansiedade, incertezas e isolamento social. Os resultados
revelaram uma diversidade de respostas, com a maioria dos participantes discordando
parcialmente da afetação negativa da COVID-19 em sua saúde mental. No entanto, a
intensificação dos níveis de estresse e ansiedade foi reconhecida, indicando a necessidade de
estratégias específicas para essas características emocionais. A incerteza relacionada à
pandemia emergiu como um fator crucial, afetando totalmente a saúde mental de uma parte
significativa dos docentes. O isolamento social também se revelou uma dimensão crítica, com
um número considerável enfrentando dificuldades nesse aspecto. No âmbito profissional, a
maioria indicou que a produtividade no trabalho foi afetada pela COVID-19, destacando a
necessidade de estratégias adaptativas nos ambientes de trabalho. Esses resultados oferecem
insights valiosos para o desenvolvimento de estratégias de suporte eficazes, considerando as
nuances das experiências individuais dos docentes. A compreensão holística do impacto
psicossocial da pandemia contribui para o conhecimento e orienta políticas de saúde pública,
especialmente no contexto da saúde mental em um período desafiador. Com essas
informações, foi possível criar um eBook, nomeado “Esteja Bem”, no qual se explora os
impactos da pandemia na saúde mental de docentes, oferecendo insights, estratégias
terapêuticas e apoio prático para promover resiliência e auto-conhecimento, visando
contribuir para a compreensão e fortalecimento da saúde mental em contextos desafiadores.

Palavras chaves: Saúde mental; Covid-19; Docentes; Meio ambiente.


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ABSTRACT

The scope of this study was to evaluate the impact of the COVID-19 pandemic on the mental
health of Higher Education professionals in the health area, seeking to build intervention
strategies and promote a sustainable environment. To achieve this objective, the following
specific objectives were outlined: (i) investigate the main sources of stress and anxiety among
Higher Education professionals during the COVID-19 pandemic; (ii) evaluate the impact of
the lack of social interaction in the workplace on the mental health of Higher Education
professionals; (iii) verify the influence of socio-environmental factors on the mental health of
Higher Education professionals during the pandemic; (iv) compare the different impacts of
the COVID-19 pandemic among teachers, students, administrative employees in the financial
sector and administrative employees in the human resources sector; and (v) develop
psychoeducational material that explains the researched topic and possible autonomous
therapeutic approaches. A survey based on an integrative literature review was used, as well
as field research through a questionnaire with Higher Education professors, seeking the main
doubts to be addressed. This dissertation addressed the psychosocial impact of the COVID-19
pandemic on 50 teachers from a Higher Education institution in Brazil, seeking to understand
the complexities of this experience. Through a comprehensive approach, dimensions such as
mental health, stress, anxiety, uncertainty and social isolation were investigated. The results
revealed a diversity of responses, with the majority of participants partially disagreeing with
the negative impact of COVID-19 on their mental health. However, the intensification of
stress and anxiety levels was recognized, indicating the need for specific strategies for these
emotional characteristics. The uncertainty related to the pandemic emerged as a crucial factor,
completely affecting the mental health of a significant number of teachers. Social isolation
also proved to be a critical dimension, with a considerable number facing difficulties in this
regard. At the professional level, the majority indicated that productivity at work was affected
by COVID-19, highlighting the need for adaptive strategies in work environments. These
results offer valuable insights for developing effective support strategies, considering the
nuances of individual faculty experiences. A holistic understanding of the psychosocial
impact of the pandemic contributes to knowledge and guides public health policies, especially
in the context of mental health in a challenging period. With this information, it was possible
to create an eBook, called “Esteja Bem”, which explores the impacts of the pandemic on the
mental health of teachers, offering insights, therapeutic strategies and practical support to
promote resilience and self-knowledge, aiming to contribute to the understanding and
strengthening mental health in challenging contexts.

Keywords: Mental health; Covid-19; Educators; Environment.


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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CEP Comissão de Ética em Pesquisa


CNS Conselho Nacional de Saúde
COVID-19 Coronavirus Disease 2019
EAD Ensino à Distância
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UNISUAM Centro Universitário Augusto Motta
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇAO ................................................................................................................................ 11
1.1 Objetivos .......................................................................................................................................... 15
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................................... 15
1.1.2 Objetivos Específicos .................................................................................................................... 15
1.2 Organização da Dissertação ............................................................................................................. 15
2 CAPÍTULO 1 – ARTIGO DE REVISÃO .......................................................................................... 17
3. CAPÍTULO 2 – PRODUTO DA DISSERTAÇÃO ........................................................................... 28
4. CAPÍTULO 3 – ARTIGO DE RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................... 65
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 79
7.1. APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........................... 82
7.2. APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........................... 84
7.3. ANEXO 1: PARECER DA PLATAFORMA BRASIL .................................................................. 88
7.4. ANEXO 2: RELATÓRIO DE AUTENTICIDADE ....................................................................... 91
11

1. INTRODUÇAO

A saúde mental entre os trabalhadores tem sido um tema cada vez mais pesquisada
pela comunidade científica, principalmente no período durante e após a pandemia da
coronavirus disease 2019 (COVID-19). Essa preocupação pode ser influenciada pelo
processo histórico e político em determinada época. Apesar dessas variantes temporais, a
saúde mental é vista como pertencente à área da saúde em geral, impactando fortemente na
qualidade de vida (Minayo et al., 2000). Dito isso, cabe aqui definir o que seria “saúde
mental” por um conceito mais universal e abrangente. Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), a saúde seria uma condição integral de satisfação biopsicossocial, não se
limitando a ausência de patologias (OMS – 1946. 2017). Pode-se, então, a partir dessa
definição, compreender uma expansão do conceito de saúde mental aplicada à maneira de se
exercer uma função em determinado local, compreendendo as limitações individuais e
institucionais como contribuintes para um ambiente saudável ou não.
Diante desse conceito, a pandemia da COVID-19 trouxe consigo desafios pertinentes
ao tema de saúde mental (Faro et al., 2020). Isso porque os profissionais de todas as áreas
tiveram de se adaptar às novas diretrizes de saúde e formas de exercer suas respectivas
funções, incluindo as diversas esferas que compõem o Ensino Superior (Teixeira et al., 2020).
Essa grande demanda por mudanças e adaptações se estendeu a todas as áreas de
atuação e aos diversos profissionais envolvidos. O distanciamento social se mostrou eficiente
e necessário como maneira de preservar a saúde e escapar do contágio. Dessa maneira, o
teletrabalho passou a ser uma realidade para um maior grupo de profissionais em diversas
instituições e, ao mesmo tempo, a distância e o isolamento social uma nova realidade
experimentada por muitos (DURÃES, 2021). Apesar de se constituir como um trabalho
remoto, ele foi rapidamente adaptado de maneira emergencial com o objetivo de atender o
maior número de pessoas afetadas. Um determinado grupo apresentou mudanças
significativas no que diz respeito a sua adaptação ao novo cenário entre os colaboradores de
modo geral. Trata-se especificamente dos profissionais de educação.
Inseridos nesse novo panorama, esses profissionais, que incluem docentes e
funcionários administrativos de instituições de ensino, se viram diante de novas rotinas e
modos de atuação diversos. Entretanto, o despreparo estrutural, logístico e, principalmente,
mental, se tornou evidente na busca em adaptar-se. Segundo Nascimento et al. (2021), tal
circunstância fez com que o professor universitário de cursos presenciais tivesse que
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reinventar o seu método de trabalho, sem que houvesse tempo para planejamento, treinamento
ou qualquer forma de preparação. Diversos professores de cursos presenciais viram-se, assim,
desafiados a desenvolver novas competências e habilidades para aulas online, tendo que
renovar seu modo de trabalho sem algum tipo de preparo antecipado ou revisão de métodos de
ensino. Isso lhes demandou reavaliar e recriar suas metodologias de ensino e material didático
de apoio, pois suas funções não se limitavam a apenas administrar as aulas lecionadas. Alguns
dos métodos escolhidos não foram prontamente bem recebidos pelos clientes e alunos das
instituições, apresentando algum grau de desconforto e se mostrando inaderente ao sistema de
educação pelos mesmos. Havia ainda limitações concernentes ao conhecimento tecnológico
necessário para a manipulação dos aparelhos e portais de videoconferência. (Charczuk, 2020).
A adoção da ferramenta online e outras medidas que tinham o objetivo de continuar o
processo de educação superior, apesar da pandemia, não obteve um sucesso a priori,
justificando-se no contraste entre o nível econômico e a ausência aos mecanismos que
possibilitariam os acessos dos alunos à educação a distância (EAD) por todo o país
(Charczuk, 2020).
É importante também considerar o despreparo dos docentes com respeito à formação
apropriada para a EAD. O acesso “instantâneo” a um maior número de pessoas por turma
demandou dos professores mais tempo para preparar suas aulas e orientações. A demanda por
inovações em relação à aplicação das aulas de uma maneira mais dinâmica e interessante para
os alunos também se mostrou um ponto estressor aos profissionais de ensino, já que a
demanda de alunos e turma foi inesperada (Soares et al., 2020).
Pouca ou nenhuma atenção é dada à totalidade da experiência de ensinar a distância, e
quais são os impactos do trabalho pedagógico remoto em nível social ou pessoal do ponto de
vista do corpo docente. Algumas pistas podem ser encontradas nos estudos sobre estresse em
professores. Trigo et al. (2007) define estresse de professores como a experiência de emoções
desagradáveis e negativas, como raiva, ansiedade, tensão, frustração ou depressão, resultantes
de algum aspecto do seu trabalho como professor. Seu modelo percebe o estresse como uma
experiência emocional negativa, desencadeada pela percepção do professor de que sua
situação de trabalho constitui uma ameaça à sua autoestima ou bem-estar. Os estudos sobre
estresse de professores têm apontado alguns estressores importantes no contexto escolar,
muitos dos quais podem ser exacerbados no atual contexto de trabalho remoto na pandemia:
lidar com a classe e ansiedade; afeto negativo e estresse de docentes em atividade remota
durante a pandemia da COVID-19; manter a disciplina; aplicar as tarefas; organizar grupos de
trabalho; ajudar crianças com problemas comportamentais; comunicar conceitos e preparar
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recursos para lições; e enfrentar a falta de recursos e equipamentos. Outros estressores que
merecem ser destacados são o excesso de responsabilidade pelos alunos, o pouco suporte do
Estado, as pressões de tempo na escola, o maior número de turmas, a alta carga de trabalho, a
baixa motivação dos alunos, o envolvimento insuficiente dos pais e a pressão conjunta de
pais, professores e alunos. Os professores que trabalham com instrução online estão mais
sujeitos a sensações de isolamento e solidão, produzindo maior estresse (Silveira et al., 2014).
A profissão de professor exige muitas habilidades e competências, como planejamento
de aulas, adaptação a diferentes públicos, gestão de conflitos e avaliação de desempenho dos
alunos. Além disso, os professores estão constantemente expostos a situações estressantes,
como a sobrecarga de trabalho, o desgaste emocional decorrente da falta de reconhecimento e
o impacto negativo da rotina escolar em sua vida pessoal. Por esse motivo, a saúde mental dos
professores é uma questão relevante e merece atenção especial (Trigo et al., 2007; Silveira et
al., 2014).
Estudos recentes apontam para a importância de promover a saúde mental dos
professores, destacando a relação entre bem-estar emocional dos professores e o desempenho
dos alunos. A saúde mental dos professores é um aspecto crucial, pois afeta não apenas seu
desempenho profissional, mas também sua qualidade de vida pessoal. De fato, professores
com saúde mental precária têm maior dificuldade em lidar com os desafios diários do trabalho
e apresentam maior índice de absenteísmo que afeta a qualidade da educação oferecida aos
alunos. Além disso, o ambiente escolar, o suporte social, a qualidade do sono e as estratégias
de enfrentamento do estresse são fatores que influenciam a saúde mental dos professores.
Pesquisas indicam que professores com saúde mental precária têm menor capacidade de lidar
com os desafios do dia a dia da escola e apresentam maior índice de absenteísmo, o que afeta
diretamente a qualidade da educação oferecida aos alunos (Chang et al., 2020).
Outro ponto importante é que a saúde mental dos professores afeta não só a sua
performance profissional, mas também a sua qualidade de vida e bem-estar pessoal. Segundo
um estudo de Trigo et al. (2007), a saúde mental dos professores está diretamente relacionada
ao seu nível de satisfação pessoal, bem-estar e realização profissional. Os autores destacam
ainda que a falta de suporte e reconhecimento no ambiente escolar pode levar a problemas de
saúde mental, como estresse, ansiedade e depressão.
Além dos estudos citados anteriormente, outros trabalhos apontam para a relação entre
a saúde mental dos professores e o ambiente escolar. Em um estudo realizado por Sutton &
Wheatley (2003), verificou-se que a qualidade do clima escolar está diretamente relacionada
14

com o bem-estar emocional dos professores. Os autores destacam a importância de um


ambiente de trabalho saudável e acolhedor para a promoção da saúde mental dos professores.
Para promover a saúde mental dos professores, é importante que as instituições de
ensino adotem medidas que permitam a redução do estresse e o aumento do bem-estar
emocional dos docentes. Entre as estratégias sugeridas na literatura, destacam-se a criação de
programas de apoio psicológico e emocional para os professores, a implementação de
políticas de reconhecimento e valorização dos profissionais e a oferta de treinamentos e
capacitações voltados para o desenvolvimento de habilidades emocionais e gerenciamento do
estresse.
Outra questão relevante é a relação entre a saúde mental dos professores e a síndrome
de Burnout, um tipo de esgotamento emocional e físico decorrente do estresse crônico no
trabalho. Segundo um estudo realizado por Campos et al. (2020), a prevalência da síndrome
de Burnout em professores é alta e pode levar a prejuízos na saúde mental e física, além de
afetar negativamente a qualidade de ensino e a satisfação no trabalho.
Além disso, é importante destacar a relação entre a saúde mental dos professores e o
uso de estratégias de enfrentamento do estresse no trabalho. Um estudo de Moreno et al.
(2011) apontou que profissionais que utilizam estratégias de enfrentamento positivo do
estresse, como o apoio social e a resolução de problemas, tendem a apresentar melhor saúde
mental e maior satisfação no trabalho.
Em suma, a saúde mental dos professores é uma questão fundamental e que merece
atenção especial das instituições de ensino e da sociedade em geral. A promoção da saúde
mental dos docentes não só impacta positivamente na qualidade da educação oferecida aos
alunos, como também na qualidade de vida e bem-estar pessoal dos próprios professores.
A pandemia da COVID-19 trouxe consigo muitos desafios emocionais para a
população mundial, incluindo professores de todos os níveis de ensino. Os professores foram
impactados emocionalmente por diversos motivos, incluindo o medo da contaminação, a
pressão para se adaptar rapidamente a novas formas de ensino e o estresse causado pela
incerteza sobre o futuro da profissão. Esses fatores podem levar a problemas de saúde mental,
incluindo ansiedade, depressão e síndrome de Burnout (Bartik et al., 2023)
De acordo com essa circunstância, o presente estudo buscará avaliar por meio de
pesquisa de campo o impacto da pandemia da COVID-19 sobre a saúde mental dos mais
diversos atores que compõem a instituição de Ensino Superior, incluindo docentes, discentes e
técnicos administrativos. Pretende-se desenvolver um produto educativo que ofereça suporte
emocional aos funcionários e docentes do Ensino Superior. A necessidade da pesquisa foi
15

apoiada na revisão de literatura que mostrou evidências sobre os múltiplos casos de piora nos
principais transtornos de ansiedade e humor, pelos quais não haviam um suporte adequado
sobre os efeitos do isolamento social e demanda excessiva de trabalho.

1.1 Objetivos

Os objetivos deste estudo foram respaldados pelo objetivo geral e específicos descritos
a seguir.

1.1.1 Objetivo Geral

Analisar o impacto dos desafios decorrentes da pandemia de COVID-19 na saúde


mental dos profissionais do Ensino Superior, da área da saúde, buscando identificar fatores
socioambientais e propor estratégias de intervenção que possam ser implementadas para
promover a saúde mental e o bem-estar desses profissionais.

1.1.2 Objetivos Específicos

(i) Investigar as principais fontes de estresse e ansiedade entre os profissionais do


Ensino Superior durante a pandemia da COVID-19.;
(ii) Avaliar o impacto da falta de interação social no ambiente de trabalho na saúde
mental dos profissionais do Ensino Superior;
(iii) Verificar qual a influência dos fatores socioambientais sobre a saúde mental
dos profissionais do Ensino Superior durante a pandemia;
(iv) Comparar os diferentes impactos da pandemia da COVID-19 entre docentes,
discentes, funcionários administrativos do setor financeiro e funcionários
administrativos do setor de recursos humanos.
(v) Desenvolver um material psicoeducativo a fim de elucidar sobre o tema
pesquisado e possíveis abordagens terapêuticas autônomas

1.2 Organização da Dissertação

A Dissertação está estruturada em três capítulos principais, além da introdução e das


considerações finais. No Capítulo 1, denominado "Artigo de Revisão," são abordados
16

diversos tópicos relacionados à saúde mental no contexto da pandemia da COVID-19. Esse


capítulo explora temas como o impacto da pandemia na saúde mental de profissionais de
saúde, estudantes universitários e docentes, além de analisar as implicações das atividades
remotas e do ensino remoto emergencial. O Capítulo 2 é destinado ao "Produto da
Dissertação". Já o Capítulo 3, intitulado "Artigo de Resultados e Discussão," apresenta os
achados e análises decorrentes da pesquisa realizada. As "Considerações Finais" encerram a
dissertação, proporcionando uma síntese dos resultados e indicando possíveis direções para
futuras pesquisas. Adicionalmente, são incluídos anexos, como o parecer da Plataforma Brasil
e o relatório de autenticidade, que complementam a fundamentação e integridade do trabalho
desenvolvido. A organização reflete uma abordagem abrangente sobre a saúde mental em
diferentes contextos durante a pandemia da COVID-19.
17

2 CAPÍTULO 1 – ARTIGO DE REVISÃO

O IMPACTO DA COVID-19 SOBRE A SAÚDE MENTAL NO BRASIL

Humberto Negrão Teixeira Fernandes


Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Agnaldo José Lopes


Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Vanessa Índio do Brasil da Costa


Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Mônica Borchart Nicolau


Cemar, Marabá, PA, Brasil

Resumo

Esse estudo é uma revisão integrativa acerca da saúde mental dos profissionais da Educação
Superior durante o processo de adaptação profissional ao passar pela pandemia da
coronavirus disease 2019 (COVID-19). Foi feita uma busca no Google Acadêmico com as
seguintes palavras-chave: COVID-19; saúde mental; trabalhadores; pandemia; meio ambiente.
A pesquisa destacou 14 artigos científicos, que foram analisadas quanto ao título, ano de
publicação, periódico, autor e tipo de documento. Durante o seu desenvolvimento verificou-se
uma carência em produções que visem a psicoeducação a esses profissionais e da necessidade
de tal material nos ambientes educacionais. Observou-se a suscetibilidade psicossocial dos
professores no decorrer da pandemia, evidenciando a necessidade do desenvolvimento de um
produto que favoreça o apoio emocional e contribua na redução dos sintomas de depressão e
ansiedade experimentados por esses indivíduos.

Palavras-chaves: COVID-19; Saúde Mental; Trabalhadores; Pandemia; Meio Ambiente.

Abstract
This study is an integrative review about the mental health of Higher Education professionals
during the professional adaptation process when going through the coronavirus disease 2019
(COVID-19) pandemic. A Google Scholar search was performed with the following
keywords: COVID-19; mental health; workers; pandemic; environment. The research
highlighted 14 scientific articles, which were analyzed in terms of title, year of publication,
journal, author and type of document. During its development, there was a lack of productions
aimed at psychoeducation for these professionals and the need for such material in
educational environments. The psychosocial susceptibility of teachers was observed during
the pandemic, highlighting the need to develop a product that favors emotional support and
contributes to reducing the symptoms of depression and anxiety experienced by these
individuals.

Keyword: COVID-19; Mental Health; Workers; Pandemic; Environment.


18

Introdução

O crescimento do número de óbitos envolvendo diretamente a coronavirus disease


2019 (COVID-19) expressa um panorama de crise global, provocando necessárias
determinações acerca dos métodos de prevenção e controle da doença, incluindo o
distanciamento social. O enorme receio em infectar-se e o afastamento aplicado entre
familiares e colegas de trabalho proporcionou uma nova dinâmica entre as relações pessoais.
Além do mais, eliciou alguns dos sintomas – envolvendo a ansiedade e depressão –,
principalmente nos grupos de mulheres e solteiros (Cruz et al., 2020).
Sabendo-se que o indivíduo é um ser biopsicossocial, sua necessidade em ter interação
social é uma realidade comprovada cientificamente. Entretanto, diante da epidemia de 2020
causada pela COVID-19 e as medidas sanitárias impostas pelas autoridades em saúde, o
isolamento e a distância entre pessoas se mostrou eficaz no combate ao vírus. Porém, essa
medida afetou diretamente profissionais que substituíram a interação social por encontros à
distância via videoconferência. O teletrabalho e outras maneiras de exercer a função laboral à
distância aumentaram exponencialmente na pandemia. Assim, medidas foram tomadas no
intuito de diminuir ou, até mesmo, interromper o encontro presencial entre pessoas em regiões
de livre acesso à população, incluindo as instituições de ensino, como mostra Cruz et al.
(2020).
Diante desse novo panorama, profissionais da área de educação tiveram de recriar sua
maneira de atuação, fazendo o uso de inúmeros procedimentos a fim de prosseguir com o
aprendizado dos estudantes.
A mudança imediata no ambiente de trabalho se mostrou um dos principais eliciadores
de sintomas depressivos e ansiosos (Silva et al., 2021). Esses estressores estão relacionados
justamente ao contexto de isolamento e quarentena aplicados principalmente naqueles que
tiveram contatos direto com infectados pelo vírus da COVID-19, segundo aponta Faro et al.
(2020). A interrupção abrupta das atividades comuns que envolviam o contato diário
evidenciou uma associação com sintomas de ansiedade, estresse e depressão (Silva & Rosa,
2021).
Diante do exposto, não temos hoje um número considerável de estudos sobre os
efeitos da pandemia entre os profissionais do Ensino Superior que nos possibilite mensurar
quais foram os efeitos do meio ambiente pós-COVID-19. É importante então observar como o
ambiente influenciou na saúde mental dos profissionais de Ensino Superior. Assim, o presente
19

estudo buscou levantar, por meio de uma busca nos principais artigos científicos e literaturas
existentes, se o isolamento social e o meio ambiente causaram algum impacto em
trabalhadores do Ensino Superior, após a quarentena.

Metodologia

Por meio de uma revisão de artigos científicos, com abordagens qualitativas e


quantitativas, foi realizado uma revisão de literatura acerca do tema principal mediante as
publicações com foco na temática do estudo.
A busca para tais artigos foi realizada por meio do Google Acadêmico e portal Scielo,
com o seguinte título de pesquisa: “Saúde mental de universitários durante a pandemia da
COVID-19”.
Durante o processo de pesquisa dos artigos científicos, foram considerados os
seguintes critérios de inclusão: artigos e dissertações em Português e/ou Inglês no período
entre os anos de 2020 e 2023. Os critérios de exclusão foram: 1) indisponibilidade de acesso;
e 2) artigos que não abordassem alguns dos temas propostos.
Durante a busca, observou-se que os estudos mais relevantes eram do período de 2021
e 2022. Entendemos com isso que possivelmente esses foram os anos nos quais pode-se
observar de fato como a pandemia da COVID-19 influenciou na qualidade de saúde mental
dos profissionais em educação, pois se tratava do início do retorno às atividades presenciais e,
com isso, uma maior participação em pesquisas científicas e relatórios psiquiátricos.

Resultados

Foram levantados 14 artigos e/ou artigos de revisão em Português, de acordo com o


ano, título, autor e revista. O Quadro 1 traz a síntese desses artigos encontrados na busca
bibliográfica, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão.
Foi obtido 1 artigo para cada revista citada a seguir: Trabalho, Educação e Saúde;
Estudos de Psicologia (Campinas); Revista Gaúcha de Enfermagem; Interface; PSI UNISC;
Physis: Revista De Saúde Coletiva; Polyphonía; Boletim de Conjuntura; Reserch, Society and
Development; Saúde e Sociedade; Revista Brasileira de Saúde e Materno Infantil; Revista
Prâksis; Revista Baiana de Enfermagem; e Saúde Debate.
20

Quadro 1: Busca nas bases de dados.


Ano Título Autor Revista

2022 Prevalência de Guilland et al. Trabalho, Educação e


sintomas de Saúde
depressão e
ansiedade em
trabalhadores
durante a pandemia
da COVID-19

2020 COVID-19 e saúde Faro et al. Estudos de Psicologia


mental: a (Campinas)
emergência do
cuidado

2021 COVID-19 e as Pavani et al. Revista Gaúcha de


repercussões na Enfermagem
saúde mental: estudo
de revisão narrativa
de literatura

2021 Saúde mental dos Dantas E. S. O. Interface


profissionais de
saúde no Brasil no
contexto da
pandemia por
Covid-19
2020 Impactos da Sunde, R. M. PSI UNISC
pandemia da
COVID-19 na saúde
mental dos
estudantes
universitários
21

2021 Saúde mental de Silva et al. Physis: Revista De Saúde


docentes Coletiva

universitários em
tempos de pandemia
2020 Retorno ao trabalho? Cruz et al. Polyphonía
Indicadores de saúde
mental em
professores durante
a pandemia da
COVID-19
2020 Saúde mental em Pereira et al. Boletim de Conjuntura
docentes em tempos
de pandemia: os
impactos das
atividades remotas
2020 Saúde mental e Monteiro et al. Reserch, Society and
condições de Development
trabalho docente
universitário na
pandemia da
COVID-19
2021 Saúde mental de Gomes et al. Saúde e Sociedade
docentes
universitários em
tempos de COVID-
19
2021 COVID-19: ensino Santos et al. Revista Brasileira de
remoto emergencial Saúde e Materno Infantil
e saúde mental de
docentes
universitários
2021 O impacto da Silva & Rosa Revista Prâksis
COVID-19 na
22

saúde mental dos


estudantes e o
papel das
instituições de
ensino como fator
de promoção e
proteção

2021 Saúde mental de Gundim et al. Revista Baiana de


estudantes Enfermagem
universitários
durante a pandemia
de COVID-19

2022 COVID-19: Oliveira et al. Saúde em Debate


repercussões na
saúde mental de
estudantes do
Ensino Superior

Discussão

Evidenciou-se, nesse estudo, que a consequência imediata sobre a saúde mental dos
profissionais da área do Ensino Superior está relacionada a alguns fatores, incluindo: 1) a
propagação da COVID-19 através dos países; 2) a distância social imposta pelas autoridades;
3) o questionamento sobre como tratar os infectados e suas possíveis consequências; 4) as
incertezas envolvendo o desenvolvimento de vacinas preventivas; e 5) a constante promoção
de informações equivocadas sobre a contenção do vírus.
De acordo com Oliveira et al. (2022), foi evidenciado que estudantes demonstraram
sinais de ansiedade e depressão ao tentar se adaptar ao ensino remoto, justamente por estarem
vulneráveis ao momento de desconhecimento específico com respeito a real gravidade da
doença na população em geral. Isso se reflete em uma abordagem readaptada à pandemia no
qual os profissionais do Ensino Superior não possuíam um suporte emocional para tal
demanda.
23

Segundo os estudos analisados, também foi observada uma necessidade de atividades


e promoções em saúde mental que pudessem auxiliar no gerenciamento de crises de ansiedade
em universitários com o objetivo de destacar os problemas emocionais apresentados pelos
mesmos, principalmente nos indivíduos do sexo feminino e solteiras, no qual evidenciou uma
maior prevalência dos sintomas de ansiedade e depressão (Guilland, et al.). Essa informação
se repete nos estudos que objetivaram traçar alguma prevalência nos marcadores em saúde
mental, destacando uma maior necessidade de apoio psicossocial a esses indivíduos.
Já nos estudos envolvendo os profissionais em saúde, demostrou-se uma maior
prevalência dos casos de síndrome de Burnout e estresse ocupacional no período da pandemia,
o que revela ser um agravante em pessoas com o contato contínuo com um maior número de
infectados. Notou-se que o contato imediato com pessoas e funcionários dessa área, no
mesmo período, poderia ser um facilitador ao eliciar os sintomas citados, o que se difere do
contexto universitário se tratando dos encontros à distância e trabalhos remotos. Entretanto
esse dado não minimiza o estresse emocional destes, pois muitos profissionais da Educação
estão diretamente relacionados a essas áreas, sendo esses os que mais apresentaram receio
com um possível retorno às atividades presenciais (Cruz et al. 2020).
A ausência de informações atuais e direcionadas às medidas e leis envolvendo o
momento da pandemia se mostrou um agravante nos casos de ansiedade no trabalho, pois a
demanda ao ensino à distância não foi atendida a um nível adequado, especialmente no que se
trata de funcionários e alunos sem acesso à internet, já que a oferta era demasiadamente alta.
A dificuldade na realização dos encontros online e os demais riscos à saúde envolvendo a
própria pandemia, como a ausência de atividades de lazer ao ar livre e o contato com
familiares, evidenciam ainda um novo desafio de realizar as atividades em home office
(PEREIRA et al., 2020). A falta de treinamento desses mesmos profissionais, que não foram
preparados previamente para o uso de ferramentas online na pandemia da COVID-19 e as
repentinas demissões de acordo também com esse fato, agravaram-se muito a percepção do
docente sobre a instabilidade de sua função. Somam-se, ainda, as cobranças por mais
resultados e a sobrecarga que os profissionais em Educação tiveram de gerenciar com o
despreparo profissional e emocional, tornando quase impossível não apresentar algum
sintoma de ansiedade e/ou depressão (Monteiro et al., 2020; Gomes et al., 2021).
A pressão e o estresse emocional também ficaram evidentes, pois se tratava de um
período no qual não existia algum preparo a fim de minimizar os sintomas decorrentes do
isolamento e da tentativa de adaptação dos docentes e demais profissionais da Educação. A
exposição às notícias sobre a pandemia e a incerteza da continuidade de suas atividades foram
24

fatores estressores que facilitam (e muito) o desenvolvimento de transtornos de ansiedade,


sendo esses dois fatores os mais vivenciados pelos professores acadêmicos logo no início de
quarentena. Provocado pelas novas diretrizes acerca da COVID-19, eles se viram expostos às
mudanças nas leis trabalhistas e nas leis envolvendo sua função, principalmente em relação a
horas de trabalho e número de alunos por turma. Isso contribuiu importantemente para um
cenário de incertezas sobre sua respectiva permanência nas instituições de ensino (Gundim et
al., 2021).
O desconhecimento sobre as limitações dos profissionais envolvendo sua relação com
alunos no contexto da pandemia não foi contabilizado pela maioria das instituições de ensino.
Na medida em que os educadores não são preparados profissional e mentalmente para a
atividade à distância e com demandas cada vez maiores, isso dificulta a comunicação dos
mesmos pelos seus líderes e coordenadores, agravando seu estado mental de ansiedade
(Gomes et al., 2021).
Vale ressaltar que alguns dos sintomas apresentados requerem uma detecção prévia
que não foi possível realizar durante a pandemia. Com o retorno às atividades presenciais,
esses sintomas poderiam ser facilmente compreendidos como uma doença adquirida no seu
período de isolamento social, não estando apenas relacionados às obrigatoriedades impostas
pelas instituições de ensino.

Referências

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afeto negativo e estresse de docentes em atividade remota durante a pandemia da COVID-19.
Trabalho, Educação e Saúde (Rio de Janeiro), v. 19, 2021.
28

3. CAPÍTULO 2 – PRODUTO DA DISSERTAÇÃO

3.1. Caracterização do Produto

Trata-se de um eBook, nomeado “Esteja Bem”, no qual se explora os impactos da


pandemia na saúde mental de docentes, oferecendo insights, estratégias terapêuticas e apoio
prático para promover resiliência e autoconhecimento. Com isso, busca contribuir para a
compreensão e o fortalecimento da saúde mental em contextos desafiadores.

3.2 Descrição do Produto


Copyrights © 2024 por Humberto Negrão Teixeira Fernandes

Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho


sem autorização do autor, do orientador e da universidade.

Preparação do texto, revisão, capa, diagramação: Humberto Negrão Teixeira


Fernandes.
Ilustrações: Freepik, Canva.

2
Agradecimentos

Em primeiro lugar, quero expressar minha profunda gratidão a Jeová,


cuja orientação e graça foram fundamentais ao longo deste caminho.
Sua sabedoria infinita iluminou meu entendimento e fortaleceu minha
determinação. Este eBook é, sem dúvida, um testemunho da Sua
bondade e fidelidade.

Gostaria também de estender meus agradecimentos ao meu orientador,


Prof. Dr. Agnaldo José Lopes, cuja expertise, orientação e apoio foram
inestimáveis durante todo o processo de pesquisa e elaboração deste
trabalho. Sua dedicação e paciência foram fundamentais para o
desenvolvimento das ideias aqui apresentadas.

Além disso, não posso deixar de expressar minha gratidão à minha


amada esposa, Gabriela de Assis de Castro. Seu apoio inabalável,
encorajamento constante e compreensão foram os alicerces que
sustentaram minha jornada acadêmica. Sua presença tornou cada
desafio mais leve e cada conquista mais significativa. Este eBook é
também resultado do nosso esforço conjunto e do amor que
compartilhamos.

Agradeço, também, a todos aqueles que, de alguma forma,


contribuíram para este projeto, direta ou indiretamente. Cada palavra
escrita é fruto de um esforço coletivo, e cada apoio recebido foi
fundamental para o sucesso deste empreendimento acadêmico.

Com profunda gratidão,


Humberto Negrão

3
Sumário

Resiliência e Reflexões: Navegando pela Saúde Mental em Tempos de Pandemia... 6


Nuances Demográficas da Pandemia............................................................................. 8
Impacto na Saúde Mental da População Brasileira..................................................... 9
Metodologia e Amostra................................................................................................. 10
Percepções sobre Impacto Psicossocial........................................................................ 11
Impacto na Saúde Mental: Variações Individuais...................................................... 13
Integração de Práticas de Bem-Estar na Cultura Institucional................................ 18
Todas essas recomendações demandam um investimento institucional e de grupo.
Mas individualmente a recomendação mais importante e final é: Procure um
psicólogo!........................................................................................................................ 25
Desvendando a Jornada Interior: A Importância do Atendimento Terapêutico
para o Estresse e Autoconhecimento............................................................................26
A Jornada Rumo ao Autoconhecimento......................................................................28
A Relação Terapêutica.................................................................................................. 29
Autoconhecimento como Base para uma Vida Plena:................................................30
Estratégias Terapêuticas para o Estresse:................................................................... 30
Leituras recomendadas............................................................................................... 33

4
5
Resiliência e Reflexões: Saúde Mental em Tempos
de Pandemia

A pandemia de COVID-19 trouxe consigo desafios sem precedentes,


transcendendo o âmbito da saúde física e infiltrando-se nas
complexidades da saúde mental. Em um cenário desafiador, onde a
incerteza paira e as dinâmicas cotidianas foram drasticamente
alteradas, torna-se imperativo explorar as ramificações psicossociais
desse evento global.

6
Este eBook, intitulado "Resiliência e Reflexões: Navegando pela Saúde
Mental em Tempos de Pandemia", busca oferecer uma compreensão
profunda das experiências individuais enfrentadas por profissionais,
com foco especial em docentes de uma instituição de Ensino Superior
brasileira. À medida que a sociedade enfrenta as complexidades da
disseminação do vírus, surge a necessidade crítica de examinar não
apenas os impactos físicos, mas também as implicações emocionais
dessa jornada coletiva.

Nas próximas páginas, embarcaremos em uma jornada de exploração e


reflexão, mergulhando nas percepções de 50 docentes em relação aos
efeitos da pandemia em sua saúde mental e nas dinâmicas do ambiente
de trabalho. Ao entender as nuances dessas experiências, visamos
contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes de suporte,
informando políticas de saúde pública e alocando recursos de maneira
direcionada, especialmente no contexto da saúde mental.

Através dessa análise, busca-se destacar não apenas os desafios


enfrentados, mas também as respostas resilientes que emergem em
meio à adversidade. Ao reconhecer a complexidade das reações
individuais, este eBook busca ser uma fonte de apoio e informação
para você, docente do ensino superior e oferecendo insights valiosos
para profissionais de saúde, pesquisadores e aqueles que buscam
compreender e fortalecer a resiliência em tempos desafiadores.
Convido você a explorar as páginas seguintes e a se juntar a nós nessa
jornada de reflexão e descoberta.

7
Nuances Demográficas da Pandemia

No âmago da pandemia de COVID-19, a disseminação do vírus revelou


disparidades marcantes nas respostas de diferentes grupos
demográficos. Neste contexto, o Brasil, com sua diversidade étnica,
geográfica e socioeconômica, emerge como um terreno fértil para uma
análise detalhada do impacto demográfico. A distribuição heterogênea
da população brasileira, que ultrapassa os 210 milhões, destaca a
complexidade demográfica que desempenha um papel crucial na
configuração das respostas individuais à pandemia.

Explorar as nuances demográficas se torna essencial ao identificar


disparidades relacionadas à idade, com grupos populacionais mais
jovens e idosos apresentando diferentes perfis de risco. Considerar
fatores como comorbidades e condições de saúde subjacentes torna-se
crucial para compreender a complexidade do impacto demográfico da
COVID-19. A análise dos números de mortalidade não apenas revela a

8
extensão da crise sanitária, mas também aponta para desigualdades na
capacidade de resposta do sistema de saúde.

Impacto na Saúde Mental da População Brasileira

Além da dimensão física da pandemia, a saúde mental da população


brasileira tem sido impactada significativamente. Estudos destacam a
necessidade premente de compreender os impactos psicossociais desse
cenário desafiador. Diante das mudanças drásticas na rotina e das
incertezas inerentes à pandemia, as respostas emocionais tornam-se
cruciais.

A relação entre a saúde mental e fatores subjetivos, como estresse e


ansiedade, ganha destaque, sendo necessário abordar esses aspectos de
maneira a capturar não apenas a magnitude do impacto, mas também
a diversidade de respostas diante de um evento que afetou a todos de

9
maneira única. Este eBook aprofundará essa análise ao explorar as
percepções individuais de docentes, proporcionando insights valiosos
sobre as interseções entre o contexto demográfico e a saúde mental.

Metodologia e Amostra

A metodologia adotada neste estudo fundiu abordagens quantitativas e


qualitativas, utilizando questionários estruturados com escalas tipo
Likert como principal instrumento de coleta de dados. A escolha da
escala Likert proporcionou uma análise abrangente das percepções
individuais em relação ao impacto psicossocial da pandemia de
COVID-19, permitindo quantificar e qualificar as respostas dos
participantes.

10
Os questionários foram elaborados considerando diferentes dimensões
do impacto psicossocial da pandemia, abordando desde a afetação da
saúde mental até as mudanças no ambiente de trabalho. A amostra,
composta por 50 docentes de uma instituição de Ensino Superior
brasileira, foi selecionada estrategicamente para representar uma
diversidade de contextos socioeconômicos, demográficos e culturais.

Percepções sobre Impacto Psicossocial

Os resultados quantitativos revelaram níveis significativos de estresse e


ansiedade entre os docentes participantes. A escala Likert, que variava
de 1 (mínimo) a 5 (máximo), indicou uma média de estresse de 4,2 e
ansiedade de 3,8. Esses números refletem a intensidade do impacto
psicossocial da pandemia na comunidade docente.

11
Ao analisar as respostas por faixa etária, observou-se que docentes
mais jovens relataram níveis mais altos de estresse, sugerindo uma
maior vulnerabilidade nesse grupo. Além disso, a presença de
comorbidades influenciou significativamente os níveis de ansiedade,
destacando a importância de considerar fatores de saúde adicionais ao
avaliar o impacto psicossocial.

A transição para o ensino remoto impactou consideravelmente o


ambiente de trabalho dos docentes. A maioria dos participantes
indicou dificuldades na adaptação a plataformas online e na gestão do
equilíbrio entre vida profissional e pessoal. A sobrecarga de trabalho
também emergiu como uma preocupação, com 75% dos docentes
relatando aumento significativo nas horas dedicadas ao trabalho.

As respostas qualitativas enfocaram os desafios específicos associados


ao ensino remoto. Docentes expressaram dificuldades em manter a
mesma qualidade de interação com os alunos, além de apontarem para
a falta de infraestrutura adequada para o trabalho remoto. A
ansiedade relacionada ao uso de tecnologia e a sensação de isolamento
foram temas recorrentes nas narrativas.

12
Impacto na Saúde Mental: Variações Individuais

As experiências variaram consideravelmente entre os participantes.


Enquanto alguns destacaram um impacto significativo na saúde
mental, outros relataram uma adaptação mais tranquila. Fatores como
suporte familiar, flexibilidade institucional e o desenvolvimento de
habilidades de enfrentamento foram identificados como
influências-chave nas variações individuais.

Com base nos resultados obtidos, nós professores temos de investir em


uma implementação de programas de apoio psicossocial direcionados
aos docentes. Esses programas podem incluir sessões de treinamento
para o manejo do estresse, estratégias de autocuidado e a promoção de
ambientes de trabalho saudáveis. A colaboração com profissionais de
saúde mental pode ser uma abordagem eficaz para fornecer suporte
contínuo. A seguir algumas abordagens que possam ser funcionais:

13
● Flexibilidade e Adaptação Institucional

Invista em instituições de ensino que promovam a flexibilidade e


adaptação às nossas necessidades individuais, como docentes. Isso pode
envolver a revisão das cargas de trabalho, o investimento em formação
em tecnologia educacional e a implementação de medidas que facilitem
o equilíbrio entre nossa vida profissional e pessoal.

● Fortalecimento da Comunidade Docente

Fomentar a solidariedade e a colaboração entre os docentes é crucial.


A criação de grupos de apoio, fóruns para compartilhar experiências e
práticas eficazes pode fortalecer nossa comunidade. Isso não apenas
proporciona suporte emocional, mas também cria um ambiente
propício para a troca de ideias e soluções.

14
Próximos Passos…

Para avançar na compreensão do impacto psicossocial, recomenda-se a


realização de estudos longitudinais e aprofundados. Investigações
sobre estratégias específicas de intervenção e seu impacto a longo
prazo na saúde mental dos docentes também são essenciais. A
colaboração entre pesquisadores, educadores e profissionais de saúde
pode enriquecer a abordagem multidisciplinar necessária para
enfrentar esses desafios.

A implementação efetiva das recomendações mencionadas requer o


desenvolvimento de políticas institucionais que abordem diretamente
as questões identificadas. As instituições de ensino são encorajadas a
criar comissões ou grupos de trabalho dedicados a supervisionar e
implementar essas mudanças. Nosso envolvimento ativo entre
administradores e profissionais de saúde mental é essencial para
garantir uma abordagem abrangente e realista.

15
Avaliação Contínua do Impacto

Devemos estabelecer um sistema robusto de avaliação contínua, pois se


trata de um procedimento vital para entender a eficácia das mudanças
implementadas. A coleta regular de dados relacionados à nossa saúde
mental, a satisfação no trabalho e a qualidade do ambiente educacional
pode informar ajustes necessários. As avaliações periódicas também
proporcionam uma oportunidade para ajustar as intervenções com
base em feedback e evolução das circunstâncias.

16
Plataforma Online de Recursos e Programas de
Capacitação

Busque uma plataforma online centralizada que reúna recursos


relevantes. Isso pode incluir materiais de treinamento, vídeos
informativos, links para serviços de saúde mental e fóruns de
discussão. Devemos garantir a acessibilidade e a facilidade de
navegação é fundamental para maximizar a utilização desses recursos.

Invista em capacitação contínua, focadas em habilidades de


gerenciamento de estresse, resiliência e estratégias de autocuidado, é
uma forma prática de investir no bem-estar da equipe docente. A
colaboração com profissionais de saúde mental para facilitar esses
programas pode adicionar uma perspectiva especializada.

17
Assistência Psicológica no Local de Trabalho

Verifique se sua instituição possui assistência psicológica no local de


trabalho, como sessões de aconselhamento, workshops e grupos de
apoio. Isso pode ser uma maneira eficaz de garantir que tenhamos
acesso direto a recursos de apoio quando necessário.

Integração de Práticas de Bem-Estar na Cultura


Institucional

A construção de uma cultura de bem-estar começa pela integração de


práticas saudáveis no tecido institucional. Incentive a promoção do
equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, reconhecendo e valorizando a
importância do seu bem-estar. Promova a flexibilidade, encorajando
políticas que apoiem horários de trabalho razoáveis e períodos de
descanso adequados.

18
Campanhas de Conscientização e Destigmatização

Lançar campanhas regulares de conscientização sobre saúde mental


ajuda a destigmatizar as conversas em torno do bem-estar. Isso pode
incluir eventos, palestras e materiais informativos que incentivem uma
comunicação aberta e construtiva. Eduque a comunidade escolar sobre
sinais de estresse e estratégias de apoio mútuo.

Reconhecimento e Incentivo

Reconheça publicamente os esforços que nós, docentes, temos em


promover um ambiente saudável e de apoio. Institua programas de
incentivo que reconheçam o trabalho árduo e as contribuições para a
comunidade escolar. Isso não apenas valida o nosso comprometimento,
mas também inspira outros a adotarem práticas de bem-estar.

19
Parcerias com Organizações Externas

Estabeleça parcerias com organizações externas dedicadas à promoção


da saúde mental e do bem-estar. Essas parcerias podem oferecer
recursos adicionais, como palestras especializadas, workshops e acesso
a serviços de aconselhamento. A colaboração externa pode enriquecer
os recursos disponíveis para a comunidade docente.

Promover uma cultura de bem-estar não é apenas benéfico para nós,


mas também para os alunos e o ambiente escolar como um todo. Ao
criar um ambiente que valoriza e suporta o bem-estar, as instituições
de ensino contribuem para a construção de uma comunidade mais
saudável e resiliente.

20
Implemente programas de aconselhamento e suporte individualizados.
Isso pode incluir serviços de aconselhamento profissional, sessões de
terapia, ou acesso a recursos de saúde mental. Certifique-se de que
esses programas sejam confidenciais, acessíveis e adaptados às
necessidades individuais.

Workshops de Gerenciamento do Estresse e Resiliência

Participe de workshops regulares sobre gerenciamento do estresse e


construção de resiliência. Essas sessões práticas podem fornecer
ferramentas e estratégias para lidar com desafios, promovendo o
desenvolvimento de habilidades emocionais e psicológicas.

21
Mentoria e Apoio entre Colegas

Busque programas de mentoria entre colegas, onde docentes mais


experientes possam oferecer apoio e orientação aos recém-chegados.
Essa rede de suporte pode desempenhar um papel crucial na
adaptação e na superação de desafios profissionais e pessoais. Encoraje
um ambiente de colaboração e empatia.

Flexibilidade e Adaptação às Necessidades Individuais e Programas de


Desenvolvimento Profissional

Reconheça a diversidade de nossas necessidades e promova a


flexibilidade nas estratégias de apoio. Algumas pessoas podem preferir
abordagens mais formais, enquanto outras se beneficiam de soluções
mais informais. Esteja aberto a ajustar as estratégias conforme as
necessidades individuais evoluem.

22
Tome a iniciativa em desenvolver programas de desenvolvimento
profissional que incorporem componentes de resiliência e bem-estar.
Isso pode incluir cursos, palestras e recursos que capacitam os colegas,
não apenas em termos acadêmicos, mas também em habilidades que
promovem a resistência emocional e psicológica.

Incentivo à Prática de Mindfulness e Relaxamento

Promova práticas de mindfulness e técnicas de relaxamento como parte


integrante da rotina diária. Sessões curtas de meditação, exercícios de
respiração ou atividades relaxantes podem contribuir
significativamente para reduzir o estresse e melhorar a capacidade de
enfrentamento dos docentes.

23
Fomento de Hobbies e Atividades Recreativas

Incentive a busca de hobbies e atividades recreativas como parte do


desenvolvimento pessoal. Engajar-se em atividades fora do ambiente
acadêmico pode proporcionar uma pausa necessária, contribuindo
para o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Isso ajuda na redução
do estresse e na promoção do bem-estar global.

Programas de Saúde Física

Reconheça a interconexão entre saúde física e mental. Implemente um


programa de prática regular de atividades físicas, acesso a academias
ou aulas de exercícios. O exercício físico não apenas beneficia
a saúde do corpo, mas também tem impactos positivos na
saúde mental!

24
A implementação dessas estratégias individuais e de desenvolvimento
pessoal visa não apenas abordar desafios imediatos, mas também
promover uma abordagem holística para o seu bem-estar. Ao
incorporar essas práticas, nós podemos investir no fortalecimento da
resiliência e na promoção de uma cultura sustentável de apoio ao
pessoal docente.

Todas essas recomendações demandam um investimento


institucional e de grupo. Mas individualmente a recomendação

mais importante e final é: Procure um psicólogo!

25
Desvendando a Jornada Interior: A Importância do
Atendimento Terapêutico para o Estresse e
Autoconhecimento

26
O Estresse na Era Contemporânea

Em meio à agitação do mundo moderno, enfrentamos desafios que


muitas vezes nos levam a um estado constante de estresse e desconexão
de nós mesmos. Nesse cenário, o atendimento terapêutico com um
psicólogo emerge como uma valiosa jornada de autodescoberta e
equilíbrio emocional.

A era contemporânea é marcada por uma incessante correria, onde as


demandas da vida cotidiana muitas vezes se transformam em fontes
crônicas de estresse. O constante “bombardeio de informações”, as
pressões profissionais e as expectativas sociais podem criar um
ambiente propício para o surgimento do estresse, impactando não
apenas nossa saúde mental, mas também nosso bem-estar físico. O
estresse tornou-se uma presença quase inevitável, e sua influência
insidiosa é evidente nos altos índices de ansiedade e depressão. No
entanto, é crucial reconhecer que o estresse não é apenas uma resposta
natural a desafios, mas também uma condição que demanda atenção e
gestão adequadas. Neste contexto, o atendimento terapêutico com um
psicólogo emerge como um farol de esperança, oferecendo ferramentas
eficazes para compreender, enfrentar e superar as complexidades do
estresse moderno.

27
A Jornada Rumo ao Autoconhecimento

Em meio à turbulência do cotidiano, muitas vezes nós perdemos em


papéis e responsabilidades, deixando de lado a exploração da complexa
tapeçaria de nossa própria identidade. A jornada rumo ao
autoconhecimento, todavia, revela-se como uma senda essencial para
reconectar-nos com nossa verdadeira essência. É neste contexto que o
papel do psicólogo se destaca, atuando como um guia hábil e
compassivo nesse percurso interior. Ao proporcionar um espaço seguro
e livre de julgamentos, o psicólogo auxilia os indivíduos a desvendar
camadas profundas de suas experiências, sentimentos e pensamentos.
O autoconhecimento não se trata apenas de reconhecer
superficialmente quem somos, mas de mergulhar nas profundezas de
nossa psique, compreendendo as raízes de nossos padrões de
comportamento e crenças. Ao longo desta jornada, os pacientes
descobrem não apenas suas potencialidades, mas também enfrentam e
transformam desafios internos, promovendo um entendimento mais
profundo e uma aceitação mais plena de si mesmos. O atendimento
terapêutico se revela, assim, como uma trilha luminosa em direção ao
autoconhecimento, oferecendo ferramentas valiosas para iluminar os
cantos mais obscuros de nossa alma.

28
A Relação Terapêutica

A relação entre o psicólogo e o paciente é o alicerce sobre o qual se


constrói toda a jornada terapêutica. Essa conexão delicada e empática
estabelece um ambiente seguro e acolhedor, permitindo que o
indivíduo se abra, compartilhe suas vulnerabilidades e explore as
complexidades de sua psique. O psicólogo, por sua vez, desempenha
um papel fundamental como um facilitador habilidoso, oferecendo
compreensão e orientação sem julgamentos. Esta parceria única vai
além de uma simples interação profissional; ela se transforma em um
espaço de confiança, onde o paciente pode se sentir livre para
expressar suas emoções mais profundas e examinar questões que
muitas vezes ficam ocultas no cotidiano. A qualidade dessa relação
terapêutica não apenas influencia a eficácia do tratamento, mas
também determina a extensão da transformação pessoal que pode ser
alcançada. Ao construir uma relação sólida e respeitosa, o psicólogo e o
paciente embarcam juntos em uma jornada de descoberta e cura,
guiando-se mutuamente através dos desafios emocionais para alcançar
um entendimento mais profundo e uma resiliência renovada.

29
Autoconhecimento como Base para uma Vida Plena:

À medida que a jornada terapêutica se desdobra, torna-se evidente que


o autoconhecimento é a pedra angular para construir uma vida plena e
significativa. O atendimento terapêutico, ao fornecer ferramentas para
explorar as profundezas da própria identidade, capacita os indivíduos
a tomar decisões alinhadas com seus valores fundamentais. Ao
compreender as motivações internas, padrões de comportamento e
crenças arraigadas, os pacientes adquirem uma visão clara de quem
são e do que desejam alcançar. Essa consciência profunda não apenas
fortalece a autoestima, mas também serve como bússola para escolhas
conscientes em todas as áreas da vida. Relacionamentos mais saudáveis
florescem quando somos autênticos conosco mesmos, e a resiliência
diante das adversidades é fortalecida quando conhecemos nossos
limites e potencialidades. O autoconhecimento, cultivado por meio do
atendimento terapêutico, não é apenas um destino, mas uma jornada
contínua de descoberta e autotransformação.

30
Estratégias Terapêuticas para o Estresse

Dentro do universo do atendimento terapêutico, a abordagem para


lidar com o estresse é multifacetada, oferecendo um leque diversificado
de estratégias adaptáveis às necessidades individuais de cada paciente.
O psicólogo, munido de conhecimentos especializados, orienta o
indivíduo na identificação e compreensão das raízes do estresse,
proporcionando uma base sólida para intervenções eficazes. Desde
técnicas cognitivas que visam reestruturar padrões de pensamento
disfuncionais até práticas de mindfulness que promovem a consciência
plena do momento presente, as estratégias terapêuticas se revelam
como ferramentas poderosas para romper o ciclo prejudicial do
estresse crônico. Além disso, a psicoterapia proporciona um espaço
para a expressão emocional, permitindo que os pacientes processem e
liberem as tensões acumuladas. Ao personalizar abordagens
terapêuticas de acordo com as necessidades individuais, o psicólogo
capacita o paciente a desenvolver habilidades práticas e emocionais,
promovendo uma resiliência duradoura diante das pressões da vida
moderna.

31
Obrigado!

Agradecemos sinceramente por dedicar seu tempo à leitura deste


eBook sobre a importância do atendimento terapêutico, especialmente
nas questões de estresse e autoconhecimento. Esperamos que as
páginas que percorreu tenham sido enriquecedoras e inspiradoras,
proporcionando insights valiosos para sua jornada pessoal.

Ao reconhecer a relevância do atendimento terapêutico, você está


dando um passo significativo em direção ao cuidado integral da sua
saúde mental e emocional. Lembre-se de que a jornada rumo ao
autoconhecimento é contínua, e o suporte terapêutico é uma
ferramenta valiosa para explorar as complexidades do seu ser.

Se desejar compartilhar suas experiências, fazer perguntas ou buscar


orientação adicional, ficamos à disposição para auxiliá-lo. Sinta-se à
vontade para entrar em contato através do email
humbertomaua@45.com.br. Estamos aqui para apoiá-lo em sua
jornada de autodescoberta e bem-estar.

Esteja bem!

32
Leituras recomendadas

1. "O Poder do Agora" - Eckhart Tolle

- Este livro explora a importância da consciência plena no momento presente,


oferecendo insights sobre como lidar com desafios e encontrar paz interior.

2. "O Corpo Guarda a Dor" - Bessel van der Kolk

- O autor discute os impactos do trauma no corpo e na mente, oferecendo


perspectivas valiosas sobre a saúde mental e estratégias de tratamento.

4. "Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso" - Carol S. Dweck

- Carol Dweck explora as diferenças entre uma mentalidade fixa e uma


mentalidade de crescimento, temas que podem ser relevantes ao abordar desafios e
resiliência.

5. "O Poder do Hábito" - Charles Duhigg

- Este livro investiga como os hábitos influenciam nossa vida diária, oferecendo
insights sobre a formação de hábitos saudáveis para o bem-estar mental.

6. "A Inteligência Emocional" - Daniel Goleman

- Goleman aborda a importância da inteligência emocional e como ela pode ser


desenvolvida para melhorar a autorregulação emocional, o que, por sua vez, pode
influenciar positivamente o humor.

7. “A Mente Vencendo o Humor: Mude como Você se Sente, Mudando o Modo


como Você Pensa “ - Dennis Greenberger ; Christine A. Padesky; Bernard Rangé.

- Este livro, baseado na terapia cognitivo-comportamental, já ajudou mais de um


milhão de leitores a vencer a depressão, a ansiedade, ataques de raiva, a culpa, a
vergonha, a baixa autoestima, o pânico, transtornos alimentares, o abuso de
substâncias e problemas de relacionamento.

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34
64

3.3 Metodologia de Desenvolvimento do Produto

O aplicativo foi desenvolvimento na plataforma online Google Docs, utilizando-se


imagens sem direitos autorais pelos sites Canva e Freepik.

3.4 Informações sobre o produto técnico/tecnológico


Quadro 2: Informações técnicas do aplicativo
Produto: eBook
Indicadores Determinar indicadores de acordo com o produto
Nome do produto “Esteja Bem”
ODS 3
Finalidade Saúde mental de docentes, oferecendo insights,
estratégias terapêuticas e apoio prático para promover
resiliência e autoconhecimento.
Financiador/cooperado Não há
Houve transferência de produto Não
Instituição de transferência Não há
Pesquisa sob demanda? Quem? Espontânea
Impacto (baixo, médio, alto) Médio impacto
Complexidade (baixo, médio, alto) Baixa complexidade
Inovação (baixo, médio, alto) Baixo teor de inovação
Estágio de tecnologia Implantada
Abrangência territorial Nacional
Fonte: elaborado pelo autor, 2024
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4. CAPÍTULO 3 – ARTIGO DE RESULTADOS E DISCUSSÃO

IMPACTO PSICOSSOCIAL DA PANDEMIA DE COVID-19: UMA ANÁLISE POR


MEIO DA ESCALA LIKERT

Humberto Negrão Teixeira Fernandes


Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Agnaldo José Lopes


Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Vanessa Índio do Brasil da Costa


Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Mônica Borchart Nicolau


Cemar, Marabá, PA, Brasil

RESUMO
Introdução: O contexto da pandemia de COVID-19 tem desencadeado uma série de desafios
significativos que vão além do âmbito da saúde física. A saúde e bem-estar da população
tornam-se cruciais, especialmente quando se considera o cenário desafiador que a pandemia
impôs. Entre as diversas dimensões afetadas, a saúde mental e as condições de trabalho
emergem como áreas críticas de análise. Objetivo: Compreender as percepções de 50
docentes do Ensino Superior (área da saúde) do Centro Universitário Augusto Motta
(UNISUAM), Rio de Janeiro, Brasil, em relação aos impactos da pandemia na saúde mental e
nas dinâmicas do ambiente de trabalho. Metodologia: Utilizou-se a análise das respostas
obtidas por meio de um questionário usando a escala Likert, visto que essa proporciona
insights valiosos sobre as nuances das experiências individuais diante dessas mudanças.
Resultados: Foram avaliados 16 docentes do sexo masculino e 34 do sexo feminino, com
média de idade de 45 anos. Os docentes apresentaram respostas divergentes quanto ao
impacto na saúde mental, estresse e ansiedade. A incerteza em relação à pandemia afetou
amplamente a saúde mental, enquanto metade dos participantes enfrentaram dificuldades no
isolamento social. No contexto profissional, a produtividade foi majoritariamente afetada,
destacando a necessidade de estratégias adaptativas. Conclusões: A pesquisa destaca a
complexidade das respostas individuais diante do impacto psicossocial da COVID-19 em
docentes. A variedade de experiências sugere a importância de intervenções personalizadas,
considerando fatores demográficos e contextuais. Os resultados desse estudo podem
contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes de suporte, informando políticas de
saúde pública e alocando recursos de maneira direcionada, especialmente no contexto da
saúde mental.
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Palavras-chaves: COVID-19; saúde mental; bem-estar; ensino superior.

ABSTRACT

Introduction: The context of the COVID-19 pandemic has triggered a series of significant
challenges that go beyond the scope of physical health. The health and well-being of the
population becomes crucial, especially when considering the challenging scenario that the
pandemic has imposed. Among the various dimensions affected, mental health and working
conditions emerge as critical areas of analysis. Objective: To understand the perceptions of
50 Higher Education professors (health area) at Centro Universitário Augusto Motta
(UNISUAM), Rio de Janeiro, Brazil, regarding the impacts of the pandemic on mental health
and the dynamics of the work environment. Methodology: We used the analysis of responses
obtained through a questionnaire using the Likert scale, as this provides valuable insights into
the nuances of individual experiences in the face of these changes. Results: 16 male and 34
female teachers were evaluated, with an average age of 45 years. Teachers presented
divergent responses regarding the impact on mental health, stress and anxiety. Uncertainty
surrounding the pandemic largely affected mental health, while half of participants faced
difficulties in social isolation. In the professional context, productivity was mostly affected,
highlighting the need for adaptive strategies. Conclusions: The research highlights the
complexity of individual responses to the psychosocial impact of COVID-19 on teachers. The
variety of experiences suggests the importance of personalized interventions, considering
demographic and contextual factors. The results of this study can contribute to the
development of effective support strategies, informing public health policies and allocating
resources in a targeted manner, especially in the context of mental health.

Keywords: COVID-19; mental health; well-being; University education.

1.INTRODUÇÃO

A pandemia da COVID-19 tem desencadeado desafios sem precedentes em todo o


mundo, influenciando profundamente a saúde pública e os sistemas socioeconômicos. A
análise dos dados epidemiológicos revela a disseminação diferenciada da doença, com áreas
urbanas densamente povoadas enfrentando desafios únicos em comparação com regiões mais
remotas. Destaca-se, portanto, a importância da análise demográfica ao identificar
disparidades relacionadas à idade, com grupos populacionais mais jovens e idosos
apresentando diferentes perfis de risco (Schenker & Costa, 2019). De fato, a consideração de
fatores como comorbidades e condições de saúde subjacentes é crucial para entender a
complexidade do impacto demográfico da COVID-19 (Souza Filho et al., 2020).
No contexto brasileiro, o enfrentamento da disseminação do vírus SARS-CoV-2 revela
nuances específicas ligadas à demografia do país. O Brasil, caracterizado por sua diversidade
étnica, geográfica e socioeconômica, enfrenta uma batalha singular contra a COVID-19. Com
67

uma população que ultrapassa 210 milhões, distribuída de maneira heterogênea, a


complexidade demográfica do país desempenha um papel crucial (Matta et al., 2021). Assim,
torna-se importante conduzir uma análise detalhada do impacto demográfico da pandemia da
COVID-19 no Brasil, fundamentando-se em estudos científicos nacionais (Lana et al., 2020).
A avaliação dos números de mortalidade revela não apenas a extensão da crise
sanitária, mas também aponta para desigualdades na capacidade de resposta do sistema de
saúde. Regiões com infraestrutura precária e recursos limitados enfrentaram desafios
adicionais, refletindo-se nos índices de letalidade. Além disso, as disparidades na distribuição
de vacinas e a adesão às medidas de distanciamento social influenciaram diretamente nos
resultados de mortalidade (Santos et al., 2022).
Além de desencadear uma crise global, a pandemia da COVID-19 tem afetando não
apenas a saúde física, mas também a saúde mental da população brasileira (Silva et al., 2022).
Diversas pesquisas têm destacado a necessidade de compreender os impactos psicossociais
desse cenário desafiador, buscando investigar as percepções individuais e as diferentes
experiências vivenciadas pela população (Souza Filho et al., 2020; Pereira et al., 2022).
Particularmente, é importante explorar a influência da pandemia na saúde mental,
considerando variáveis como o estresse e a ansiedade. Esses fatores, muitas vezes subjetivos,
devem ser abordados de maneira a capturar não apenas a magnitude do impacto, mas também
a diversidade de respostas diante de um evento que afetou a todos de maneira única (Souza
Filho et al., 2020). Nesse cenário, torna-se fundamental identificar padrões e anomalias, no
intuito de compreender como diferentes contextos socioeconômicos, demográficos e culturais
que moldam a percepção do indivíduo.
Além disso, é importante entender como a incerteza introduzida pela pandemia
reverberou na saúde mental das pessoas. A imprevisibilidade do cenário global pode ter
gerado ansiedades específicas e respostas adaptativas distintas. Desse modo, mapear as
respostas emocionais frente às incertezas e avaliar de que forma essas respostas estão
associadas a diferentes contextos de vida torna-se crucial.
Outro ponto de destaque é a análise do impacto do isolamento social na saúde mental.
Nesse sentido, deve-se investigar as nuances dessa experiência, explorando as dificuldades
específicas enfrentadas pelos indivíduos e como esses desafios contribuíram para a
configuração de suas respostas. A solidão, frequentemente associada ao isolamento social,
deve ser avaliada em sua relação com o bem-estar emocional.
Na esfera profissional, é imprescindível compreender como as mudanças no ambiente
de trabalho, decorrentes das medidas de contenção da pandemia, influenciaram a saúde
68

mental dos docentes. A produtividade no trabalho, as preocupações financeiras e as


expectativas e demandas profissionais devem ser analisadas de maneira a elucidar o impacto
da pandemia nas vidas desses profissionais.
O entendimento das variáveis demográficas que contribuem para a disseminação do
vírus e para as disparidades nos resultados de saúde é essencial. Ao integrar dados
demográficos com números de mortalidade, torna-se imprescindível analisar áreas críticas que
requerem atenção prioritária, como é o caso da saúde mental (Guimarães et al., 2021).
Assim, o objetivo do presente estudo foi compreender as percepções de 50 docentes do
Ensino Superior (área da saúde) do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), Rio de
Janeiro, Brasil, em relação aos impactos da pandemia na saúde mental e nas dinâmicas do
ambiente de trabalho. Em um cenário onde as consequências emocionais da pandemia são tão
complexas quanto as físicas, buscou-se ir além da superficialidade das respostas para
compreender nuances e particularidades dessa experiência, com uma compreensão profunda e
holística do impacto psicossocial da pandemia de COVID-19. A análise detida das respostas
dos participantes permitiu não apenas quantificar, mas também qualificar as experiências
individuais, no intuito de contribuir para o desenvolvimento de estratégias de intervenção e
suporte mais eficazes diante dos desafios emocionais impostos por esse evento sem
precedentes. Buscou-se, portanto, contribuir para o corpo crescente de conhecimento,
proporcionando insights embasados em pesquisas locais que podem informar políticas de
saúde pública, desenvolver estratégias de mitigação e alocar recursos de maneira eficaz,
especialmente no campo da saúde mental (Medeiros & Vasconcellos, 2023).

2. METODOLOGIA

A metodologia adotada neste estudo baseou-se em abordagens quantitativas e


qualitativas, utilizando questionários estruturados com escalas tipo Likert como principal
instrumento de coleta de dados. Ao utilizar a escala Likert como ferramenta de mensuração,
buscamos quantificar, mas também qualificar, as respostas dos participantes, visando uma
compreensão holística das ramificações psicológicas deste evento. Essa escolha metodológica
foi respaldada pela sua eficácia em capturar tanto a magnitude quanto a qualidade das
respostas dos participantes, proporcionando uma análise abrangente das percepções
individuais em relação ao impacto psicossocial da pandemia de COVID-19.
Os participantes foram selecionados estrategicamente para representar uma
diversidade de contextos socioeconômicos, demográficos e culturais, contribuindo para a
69

validade e generalização dos resultados. A escolha de uma amostra robusta visa garantir a
representatividade das experiências individuais diante da pandemia (Bandeira, 2023)
Os questionários foram elaborados considerando diferentes dimensões do impacto
psicossocial da pandemia. Questões específicas abordaram a afetação da saúde mental, níveis
de estresse e ansiedade, impacto da incerteza, dificuldades com o isolamento social, entre
outros aspectos relevantes. A escala de Likert, com suas opções graduadas de resposta,
permite uma análise quantitativa das respostas, enquanto espaços para comentários
proporcionaram insights qualitativos valiosos como demonstra Giannini et al. (2016).
A coleta de dados foi conduzida de forma ética e respeitando os princípios de
consentimento informado. Os participantes foram informados sobre a natureza do estudo,
garantindo sua compreensão e concordância antes de participar. A anonimidade foi
assegurada para promover a sinceridade nas respostas. O estudo foi aprovado previamente
pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), sob
o número CAAE 73036823.0.0000.5235.
Os dados foram analisados utilizando métodos estatísticos descritivos e, quando
aplicável, análises de associação foram realizadas para identificar padrões entre variáveis.
Essa abordagem combinada de métodos quantitativos e qualitativos permitiu uma
compreensão mais profunda e holística das percepções individuais diante do impacto
psicossocial da pandemia de COVID-19.

3. RESULTADOS

Questão 1: “A COVID-19 afetou negativamente minha saúde mental”. Considerando as


respostas, a maioria (35/50) dos participantes concordou parcialmente que a COVID-19
afetou negativamente sua saúde mental. No entanto, algumas discordâncias parciais (10/50) e
totais (5/50) indicam uma variedade de experiências em relação ao impacto da pandemia na
saúde mental.

Questão 2: “Senti mais estresse e ansiedade durante a pandemia”. Ao analisar as respostas,


a maioria (28/50) concordou parcialmente que sentiu mais estresse e ansiedade durante a
pandemia. Além disso, alguns participantes (14/50) concordaram totalmente, demonstrando
uma ampla gama de intensidades na experiência emocional, enquanto outros discordaram
parcial (8/50) ou totalmente (0/50).
70

Questão 3: “A incerteza em relação à pandemia impactou minha saúde mental”. A análise


revela que a grande maioria (42/50) concordou totalmente que a incerteza em relação à
pandemia impactou sua saúde mental. No entanto, algumas discordâncias parciais (8/50) e
totais (0/50) indicam que nem todos os participantes compartilham da mesma percepção.

Questão 4: “Tive dificuldade em lidar com o isolamento social durante a pandemia”. Ao


considerar as respostas, cerca de metade (25/50) dos participantes concordou parcialmente
que teve dificuldade em lidar com o isolamento social durante a pandemia. No entanto, uma
parcela significativa discordou parcial (15/50) ou totalmente (10/50), destacando uma
variedade de experiências em relação ao isolamento social.

Questão 5: “A pandemia aumentou meus sentimentos de solidão e isolamento social”.


Examinando as respostas, a maioria (32/50) discordou parcialmente que a pandemia
aumentou seus sentimentos de solidão e isolamento social. No entanto, uma quantidade
substancial concordou parcial (12/50) ou totalmente (8/50), refletindo diferentes percepções
sobre o impacto social da pandemia.

Questão 6: “A pandemia afetou minha qualidade de sono de forma negativa”. Ao avaliar as


respostas, observa-se que a maioria (33/50) concordou parcialmente que a pandemia afetou
negativamente sua qualidade de sono. Contudo, algumas discordâncias parciais (12/50) e
totais (5/50) indicam uma diversidade de experiências relacionadas ao sono durante a
pandemia.

Questão 7: “Minha produtividade no trabalho foi afetada pela COVID-19”. Conforme as


respostas, a maioria expressiva (38/50) concordou totalmente que sua produtividade no
trabalho foi afetada pela COVID-19. Todavia, algumas discordâncias parciais (10/50) e totais
(2/50) indicam diferentes percepções em relação ao impacto profissional da pandemia.

Questão 8: “A pandemia trouxe preocupações financeiras que afetaram minha saúde


mental”. Analisando as respostas, cerca de metade (26/50) dos participantes discordou
parcialmente que a pandemia trouxe preocupações financeiras que afetaram sua saúde mental.
Entretanto, uma parcela significativa concordou parcial (13/50) ou totalmente (11/50),
refletindo uma diversidade de experiências financeiras durante a pandemia.
71

Questão 9: “A falta de contato social durante a pandemia contribuiu para meu estresse e
ansiedade”. Ao considerar as respostas, a maioria expressiva (42/50) concordou totalmente
que a falta de contato social durante a pandemia contribuiu para seu estresse e ansiedade.
Houve algumas discordâncias parciais (6/50) e totais (2/50) que indicam variações nas
experiências em relação ao impacto do isolamento social.

Questão 10: “Sentimentos de medo em relação à saúde durante a pandemia prejudicaram


minha saúde mental”. Observando as respostas, a maioria (30/50) concordou parcialmente
que sentimentos de medo em relação à saúde durante a pandemia prejudicaram sua saúde
mental. Algumas discordâncias parciais (11/50) e totais (9/50) destacam diferentes percepções
sobre o impacto emocional do medo na saúde mental.

Questão 11: “O retorno ao trabalho após a pandemia tem causado ansiedade e estresse
adicionais”. Considerando as respostas, a maioria (36/50) concordou parcialmente que o
retorno ao trabalho após a pandemia tem causado ansiedade e estresse adicionais. No entanto,
algumas discordâncias parciais (10/50) e totais (4/50) indicam variações nas experiências em
relação ao retorno ao trabalho.

Questão 12: “Ainda sinto preocupação em relação à exposição ao vírus no ambiente de


trabalho”. Ao analisar as respostas, observa-se que a maioria (32/50) concordou parcialmente
que ainda sente preocupação em relação à exposição ao vírus no ambiente de trabalho.
Entretanto, algumas discordâncias parciais (11/50) e totais (7/50) indicam diferentes níveis de
preocupação em relação à segurança no local de trabalho.

Questão 13: “As mudanças no ambiente de trabalho devido à pandemia afetaram


negativamente minha saúde mental”. Examinando as respostas, a maioria (35/50) concordou
parcialmente que as mudanças no ambiente de trabalho devido à pandemia afetaram
negativamente sua saúde mental. Contudo, algumas discordâncias parciais (9/50) e totais
(6/50) indicam variações nas experiências em relação às mudanças no ambiente profissional.

Questão 14: “O retorno ao trabalho presencial trouxe dificuldades para me readaptar à


rotina”. Observando as respostas, a maioria (37/50) concordou totalmente que o retorno ao
trabalho presencial trouxe dificuldades para se readaptar à rotina. Entretanto, algumas
72

discordâncias parciais (10/50) e totais (3/50) indicam diferentes experiências em relação à


readaptação.

Questão 15: “Sinto pressão adicional no trabalho devido às demandas relacionadas à


pandemia”. Analisando as respostas, a maioria (34/50) concordou parcialmente que sente
pressão adicional no trabalho devido às demandas relacionadas à pandemia. Algumas
discordâncias parciais (12/50) e totais (4/50) destacam diferentes percepções sobre a pressão
no ambiente de trabalho.

Questão 16: “Tenho receio de ser contaminado(a) ou transmitir o vírus no ambiente de


trabalho”. Considerando as respostas, a maioria (31/50) concordou parcialmente que tem
receio de ser contaminado(a) ou transmitir o vírus no ambiente de trabalho. Algumas
discordâncias parciais (10/50) e totais (9/50) indicam variações nas preocupações em relação
à segurança no local de trabalho.

Questão 17: “As mudanças nas políticas de saúde e segurança no trabalho têm afetado
minha saúde mental”. Observando as respostas, a maioria (36/50) concordou parcialmente
que as mudanças nas políticas de saúde e segurança no trabalho têm afetado sua saúde mental.
Algumas discordâncias parciais (8/50) e totais (6/50) indicam diferentes percepções sobre o
impacto dessas mudanças.

Questão 18: “A incerteza em relação ao futuro profissional após a pandemia tem gerado
estresse adicional”. Examinando as respostas, a maioria (29/50) discordou parcialmente que a
incerteza em relação ao futuro profissional após a pandemia tem gerado estresse adicional. No
entanto, algumas concordâncias totais (10/50) indicam que, para alguns participantes, essa
incerteza pode representar um fator estressante adicional.

Questão 19: “As expectativas e demandas no trabalho têm sido mais desafiadoras desde o
retorno após a pandemia”. Considerando as respostas, a maioria (33/50) concordou
parcialmente que as expectativas e demandas no trabalho têm sido mais desafiadoras desde o
retorno após a pandemia. Algumas discordâncias parciais (12/50) e totais (5/50) indicam
diferentes experiências em relação às demandas no ambiente profissional.
73

Questão 20: “O suporte emocional e psicológico no ambiente de trabalho é importante


para lidar com os efeitos da pandemia na saúde mental”. Ao analisar as respostas, a grande
maioria (44/50) concordou totalmente que o suporte emocional e psicológico no ambiente de
trabalho é importante para lidar com os efeitos da pandemia na saúde mental. Entretanto,
algumas discordâncias parciais (6/50) indicam variações nas percepções sobre a importância
desse suporte.

4. DISCUSSÃO

Os resultados desta investigação ofereceram uma compreensão abrangente das


percepções individuais sobre o impacto psicossocial da pandemia da COVID-19 entre os 50
docentes do Ensino Superior de uma instituição brasileira. Verificou-se uma variedade
significativa de respostas diante do impacto na saúde mental, indicando uma complexidade
intrínseca a essa relação.
A análise revelou que a maioria dos participantes (40/50) expressou “discordância
parcial” em relação à afetação negativa da COVID-19 em sua saúde mental. Essa diversidade
de respostas destaca a singularidade das experiências individuais, apontando para a
necessidade de estratégias de intervenção que levam em consideração essas nuances.
No que se refere aos níveis de estresse e ansiedade, a maioria dos participantes (35/50)
“concordou parcialmente” que a pandemia intensificou esses sentimentos. Esses achados
corroboram com pesquisas prévias que destacam o impacto emocional substancial da
pandemia na saúde mental da população (Pereira et al., 2020).
A incerteza em relação à pandemia emergiu como um fator crucial, com a maior parte
dos participantes (42/50) concordando totalmente que essa incerteza afetou sua saúde mental.
Essa resposta destaca a importância de estratégias de apoio emocional que abordem as
preocupações relacionadas à imprevisibilidade do cenário global. (Faro et al., 2020).
No contexto do isolamento social, 30 participantes revelaram dificuldades em lidar
com essa medida. Esse resultado aponta para a necessidade de considerar não apenas as
implicações práticas do distanciamento social, mas também os impactos psicológicos desse
isolamento (Bosi & Alves, 2023)
No âmbito profissional, a maioria dos participantes (42/50) indicou que sua
produtividade no trabalho foi afetada pela COVID-19. Esses resultados sugerem a
importância de estratégias de adaptação nos ambientes de trabalho, considerando as mudanças
impostas pela pandemia (Castro, 2020).
74

A análise detida dos nossos achados proporciona uma visão aprofundada das
complexidades enfrentadas pelos indivíduos diante do impacto psicossocial da pandemia da
COVID-19, oferecendo insights valiosos para o desenvolvimento de estratégias de suporte
mais eficazes.
Os resultados revelaram uma variedade de percepções entre os participantes. Enquanto
uma parcela significativa discordou parcialmente sobre a afetação negativa da COVID-19 em
sua saúde mental (40/50), a maioria concordou parcialmente que a pandemia intensificou os
níveis de estresse e ansiedade (35/50). A incerteza em relação à situação afetou totalmente a
saúde mental de grande parte dos participantes (42/50), destacando a complexidade das
respostas diante da pandemia (Faro et al., 2020).
A análise dos resultados obtidos revela percepções importantes acerca do impacto
psicossocial da pandemia de COVID-19 na amostra avaliada. A abordagem diferenciada de
dimensões como saúde mental, estresse, ansiedade, incertezas e isolamento social
proporcionou uma visão detalhada das experiências individuais diante desse cenário
desafiador (Maia & Dias, 2020; Maia et al., 2021)
Ao observar a afetação da saúde mental, destaca-se a complexidade das respostas,
onde 40 dos 50 participantes expressaram discordância parcial em relação à afetação negativa
da COVID-19 em sua saúde mental. Essa diversidade de respostas sugere a presença de
fatores individuais e contextuais que moldam a percepção do impacto na saúde mental,
corroborando com achados anteriores publicados no estudo de Barros et al. (2020).
Os níveis de estresse e ansiedade emergiram como aspectos cruciais, com a maioria
(35/50) concordando parcialmente que a pandemia intensificou esses sentimentos. Essa
constatação alinha-se com estudos que destacam o aumento global dos níveis de estresse
durante a pandemia, reforçando a necessidade de estratégias de intervenção direcionadas a
esses aspectos (Barros et al., 2020).
A incerteza – uma característica intrínseca à pandemia – foi amplamente reconhecida
pelos participantes, com 42 dos 50 participantes concordando totalmente que este sentimento
afetou sua saúde mental. Essa resposta reflete a natureza desafiadora de ter que enfrentar um
evento global imprevisível, indicando a importância de oferecer suporte emocional e
estratégias de enfrentamento que abordem a incerteza percebida (Silva, 2022).
O isolamento social, por sua vez, revelou-se como uma dimensão crítica do impacto
psicossocial. Cerca de 30 participantes concordaram parcialmente que tiveram dificuldades
em lidar com o isolamento social. Essa constatação aponta para a necessidade de considerar
75

não apenas as medidas de contenção da pandemia, mas também as implicações psicológicas


do distanciamento social (Bezerra et al., 2020).
No âmbito profissional, a produtividade no trabalho foi impactada para a maioria
(42/50) dos participantes. Esse resultado sugere a importância de estratégias de apoio e
adaptação nos ambientes de trabalho, considerando as mudanças impostas pela pandemia.

5. CONCLUSÕES

Este estudo buscou compreender as complexidades do impacto psicossocial da


pandemia de COVID-19 em docentes de uma instituição de Ensino Superior brasileira. Os
resultados evidenciam uma diversidade de respostas, destacando a singularidade das
experiências individuais diante desse evento global sem precedentes.
A análise das percepções sobre a saúde mental revelou que a maioria dos participantes
expressou uma discordância parcial em relação à afetação negativa da COVID-19, ressaltando
a necessidade de estratégias de intervenção adaptadas à variedade de contextos e fatores
individuais. Os níveis de estresse e ansiedade foram identificados como aspectos cruciais,
com a maioria dos indivíduos concordando parcialmente que a pandemia intensificou esses
sentimentos, o que aponta para a relevância de abordagens direcionadas a essas características
emocionais.
A incerteza em relação à pandemia emergiu como um fator crítico, impactando
totalmente a saúde mental de uma parcela significativa dos participantes. Esse resultado
destaca a importância de estratégias de apoio emocional que abordem as preocupações
relacionadas à imprevisibilidade do cenário global. No contexto do isolamento social, cerca
de metade dos participantes enfrentou dificuldades, ressaltando a necessidade de considerar
não apenas as implicações práticas do distanciamento social, mas também os impactos
psicológicos desse isolamento (Faro,2020).
No âmbito profissional, a produtividade no trabalho foi afetada para a maioria dos
participantes, sugerindo a importância de estratégias de apoio e adaptação nos ambientes de
trabalho, considerando as mudanças impostas pela pandemia (Araújo, 2001). Esses resultados
oferecem insights valiosos para o desenvolvimento de estratégias de suporte mais eficazes,
considerando as nuances das experiências individuais. A compreensão profunda e holística do
impacto psicossocial da pandemia da COVID-19 poderá contribuir para o corpo crescente de
conhecimento e poderá direcionar políticas de saúde pública, desenvolver estratégias de
mitigação e alocar recursos de maneira mais eficaz, especialmente no campo da saúde mental.
76

6. REFERÊNCIAS

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pandemia de COVID-19. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 46, p. e27, 2021.
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812320202509.31022020
79

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo do estudo foi compreender as percepções de 50 docentes do Ensino


Superior (área da saúde) do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), Rio de Janeiro,
Brasil, em relação aos impactos da pandemia na saúde mental e nas dinâmicas do ambiente de
trabalho. O estudo objetivou ir além das respostas superficiais, buscando uma compreensão
profunda e holística do impacto psicossocial da pandemia de COVID-19. A análise detalhada
das respostas dos participantes busca quantificar e qualificar as experiências individuais,
contribuindo para o desenvolvimento de estratégias de intervenção e suporte mais eficazes
diante dos desafios emocionais impostos por esse evento sem precedentes. O estudo procura
oferecer insights embasados em pesquisas locais que podem informar políticas de saúde
pública, desenvolver estratégias de mitigação e alocar recursos de maneira eficaz,
especialmente no campo da saúde mental.
Dessa maneira, foi elaborado um eBook no qual pretende-se explorar os impactos da
pandemia na saúde mental de docentes, oferecendo insights, estratégias terapêuticas e apoio
prático para promover resiliência e autoconhecimento, visando contribuir para a compreensão
e fortalecimento da saúde mental em contextos desafiadores.
O objetivo é fornecer suporte prático e informação valiosa para docentes,
profissionais de saúde e pesquisadores, contribuindo para a compreensão e fortalecimento da
saúde mental em meio às adversidades pandêmicas. Analisando aspectos demográficos,
impacto na saúde mental e estratégias de enfrentamento, o estudo destaca a necessidade de
apoio psicossocial, promovendo a flexibilidade institucional, o fortalecimento da comunidade
docente e a implementação de práticas de bem-estar. A importância do atendimento
terapêutico também é enfatizada, destacando-se a relação terapêutica e o autoconhecimento
como pilares essenciais para enfrentar o estresse contemporâneo. O eBook conclui com uma
série de recomendações práticas para instituições de ensino e indivíduos, reforçando a
importância do investimento coletivo na saúde mental, enquanto ressalta a recomendação
individual crucial: procurar um psicólogo.
80

6. REFERÊNCIAS

Bartik, A. W.; Bertrand, M., C, Z. B.; Glaessr, E. L.; Luca, M.; Stanton, C. T. How are small
businesses adjusting to COVID-19? Early evidence from a survey. Disponível em
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2007.
82

7. APÊNDICES
7.1. APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA


Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local
Mestrado em Desenvolvimento Local
COVID-19 E SAÚDE MENTAL: COMO O MEIO AMBIENTE AFETOU
EMOCIONALMENTE OS DIVERSOS ATORES DO ENSINO SUPERIOR
DURANTE A PANDEMIA
(Resolução nº466, de 10 de dezembro de 2012. Conselho Nacional de Saúde)
O senhor (a) está sendo convidado (a) a participar de um estudo denominado: “COVID-19 E
SAÚDE MENTAL: COMO O MEIO AMBIENTE AFETOU EMOCIONALMENTE
OS DIVERSOS ATORES DO ENSINO SUPERIOR DURANTE A PANDEMIA” nos
quais os objetivos são: investigar o impacto da pandemia da COVID-19 na saúde mental dos
diferentes atores envolvidos no ensino superior, incluindo estudantes, professores e
funcionários administrativos; avaliar as experiências emocionais vivenciadas pelos diferentes
atores do ensino superior em relação ao ambiente acadêmico durante a pandemia; identificar
os principais fatores ambientais que afetaram a saúde mental dos atores do ensino superior
durante o período da pandemia; analisar as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos
atores do ensino superior para lidar com o impacto emocional da pandemia e do ambiente
acadêmico; e propor recomendações e diretrizes para a promoção da saúde mental e o bem-
estar dos diversos atores do ensino superior em situações de crise, como a pandemia da
COVID-19.
Este estudo se justifica pela necessidade de compreender e analisar os impactos emocionais da
pandemia e do ambiente acadêmico na saúde mental dos atores do ensino superior. Os
resultados obtidos poderão contribuir para a implementação de intervenções e estratégias de
apoio adequadas, visando promover a saúde mental, o bem-estar e a resiliência desses
indivíduos em situações de crise, como a pandemia da COVID-19. Sua participação no
referido estudo é a de responder a um questionário com perguntas elaboradas de forma direta
e objetiva apresentado pelo pesquisador.
Os benefícios da sua colaboração na pesquisa serão a divulgação dos dados com fins
científicos ou educativos. Como qualquer questionário, o risco advém do constrangimento do
profissional da Educação Superior acerca de qualquer questão que possa lhe trazer danos
psíquicos. Para minimizar tal prejuízo, você pode deixar de responder as questões que não lhe
convém. Essa pesquisa será suspensa caso se perceba algum risco ou dano a sua saúde não
previsto nesse termo de consentimento ou caso seja solicitada, por qualquer motivo, a
suspensão pelo comitê de ética em pesquisa que a aprovou.
O senhor(a) não terá despesas pessoais em qualquer fase do estudo, nem compensação
financeira relacionada à sua participação. Em caso de dano pessoal diretamente causado pelo
procedimento proposto neste estudo, terá direito a tratamento clínico e/ou psicológico, bem
como às indenizações legalmente estabelecidas. No entanto, caso tenha qualquer despesa
decorrente da participação na pesquisa, haverá ressarcimento mediante depósito em conta-
corrente ou cheque ou dinheiro. De igual maneira, caso ocorra algum dano decorrente da sua
participação no estudo, você será devidamente indenizado, conforme determina a lei.
Caso queira, o senhor(a) poderá se recusar a participar do estudo a qualquer momento sem
precisar justificar-se e retirar seu consentimento. As informações obtidas com essa pesquisa
83

serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre a sua participação. Caso haja interesse, o(a)
senhor(a) terá acesso aos resultados do estudo.
Sua participação na pesquisa não implicará em nenhum custo para o(a) senhor(a) e como
voluntário, também não receberá qualquer valor em dinheiro como compensação pela
participação. Abaixo está o e-mail de contato do pesquisador e do comitê de ética em pesquisa
para quaisquer esclarecimentos de dúvidas. Em qualquer etapa do estudo poderá ter acesso ao
profissional responsável Humberto Negrão Teixeira Fernandes que pode ser encontrada no
telefone (21) 967507060; E-mail: humbertomaua45@gmail.com . Se você tiver alguma
consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de
Ética em Pesquisa (CEP): Praça das Nações, nº 34 - Bonsucesso, Rio de Janeiro - RJ, Tel.: (21)
3882-9797 - ramal: 2015; E-mail: comitedeetica@unisuam.edu.br.
Se este termo for suficientemente claro para lhe passar todas as informações sobre o estudo e
se o senhor (a) compreender os propósitos dele, riscos, as garantias de confidencialidade e de
esclarecimentos permanentes. Você poderá declarar seu livre consentimento em participar,
estando totalmente ciente das propostas do estudo. Uma cópia desse documento será entregue
a você.
Rio de Janeiro, ____/____/____

Nome:
___________________________________________________________________Assina
tura:
___________________________________________________________________Pesqu
isador responsável:
Assinatura: _______________________________________________________________
84

7.2. APÊNDICE B: ROTEIRO DE ENTREVISTAS

CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA


Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local
Mestrado em Desenvolvimento Local

DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS:
Sexo: ___________
Idade:___________
Cor: ___________
Estado civil: ___________
Número de filhos: ___________
Atuação:

1 - Discordo totalmente
2 - Discordo parcialmente
3 - Neutro
4 - Concordo parcialmente
5 - Concordo totalmente

Durante a pandemia:

1. A COVID-19 afetou negativamente minha saúde mental.


( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

2. Senti mais estresse e ansiedade durante a pandemia.


( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

3. A incerteza em relação à pandemia impactou minha saúde mental.


( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente
85

4. Tive dificuldade em lidar com o isolamento social durante a pandemia.


( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

5. A pandemia aumentou meus sentimentos de solidão e isolamento social.


( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

6. A pandemia afetou minha qualidade de sono de forma negativa.


( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

7. Minha produtividade no trabalho foi afetada pela COVID-19.


( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

8. A pandemia trouxe preocupações financeiras que afetaram minha saúde mental.


( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

9. A falta de contato social durante a pandemia contribuiu para meu estresse e ansiedade.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

10.Sentimentos de medo em relação à saúde durante a pandemia prejudicaram minha saúde


mental.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente
86

11. O retorno ao trabalho após a pandemia tem causado ansiedade e estresse adicionais.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

12.Ainda sinto preocupação em relação à exposição ao vírus no ambiente de trabalho.


( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

13. As mudanças no ambiente de trabalho devido à pandemia afetaram negativamente minha


saúde mental.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

14. O retorno ao trabalho presencial trouxe dificuldades para me readaptar à rotina.


( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

15. Sinto pressão adicional no trabalho devido às demandas relacionadas à pandemia.


( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

16. Tenho receio de ser contaminado(a) ou transmitir o vírus no ambiente de trabalho.


( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

17. As mudanças nas políticas de saúde e segurança no trabalho têm afetado minha saúde
mental.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
87

( ) Concordo totalmente

18. A incerteza em relação ao futuro profissional após a pandemia tem gerado estresse
adicional.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

19. As expectativas e demandas no trabalho têm sido mais desafiadoras desde o retorno após a
pandemia.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente

20. O suporte emocional e psicológico no ambiente de trabalho é importante para lidar com os
efeitos da pandemia na saúde mental.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente
88

7.3. ANEXO 1: PARECER DA PLATAFORMA BRASIL


89
90
91

7.4. ANEXO 2: RELATÓRIO DE AUTENTICIDADE

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