Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Rio de Janeiro
2024
2
Rio de Janeiro
2024
3
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pelo Sistema de bibliotecas e
Informação – SBI – UNISUAM
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________________
Prof. Dr. Agnaldo José Lopes
_________________________________________________________________
Profa. Dra. Vanessa Índio do Brasil
_________________________________________________________________
Profa. Dra. Mônica Borchart Nicolau
Rio de Janeiro
2024
5
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, quero expressar minha profunda gratidão a Jeová, cuja orientação e graça
foram elementos fundamentais ao longo desta jornada. A iluminação de seu entendimento e o
fortalecimento de minha determinação pela sua sabedoria infinita são evidenciados neste
trabalho, um verdadeiro testemunho de Sua bondade e fidelidade.
A Banca Examinadora merece meus sinceros agradecimentos, pois sua avaliação criteriosa e
valiosos insights contribuíram de maneira significativa para a qualidade deste trabalho. A
dedicação e a expertise desse corpo avaliador enriqueceram sobremaneira o processo de
pesquisa.
Meus agradecimentos também se estendem ao meu orientador, Prof. Dr. Agnaldo José Lopes.
Sua orientação, expertise e apoio inestimáveis foram pilares durante todo o desenvolvimento
deste projeto acadêmico. A paciência e dedicação do Professor foram fundamentais para a
construção das ideias aqui apresentadas.
Meu profundo reconhecimento é estendido aos dedicados profissionais em saúde mental, cujo
comprometimento com o bem-estar e a saúde emocional desempenha um papel crucial em
nossa sociedade. Expressar minha gratidão a esses profissionais é uma honra, considerando o
incansável trabalho que desempenham.
Adicionalmente, minha gratidão se volta à minha amada esposa, Gabriela de Assis de Castro.
Seu apoio inabalável, encorajamento constante e compreensão foram os alicerces que
sustentaram minha jornada acadêmica. Cada desafio se tornou mais leve e cada conquista
mais significativa com sua presença.
EPÍGRAFE
Aaron T. Beck
7
RESUMO
O presente estudo teve como escopo avaliar o impacto da pandemia da COVID-19 na saúde
mental dos profissionais do Ensino Superior na área da saúde, buscando construir estratégias
de intervenção e promover um ambiente sustentável. Para alcançar esse objetivo, foram
delineados os seguintes objetivos específicos: (i) investigar as principais fontes de estresse e
ansiedade entre os profissionais do Ensino Superior durante a pandemia da COVID-19; (ii)
avaliar o impacto da falta de interação social no ambiente de trabalho na saúde mental dos
profissionais do Ensino Superior; (iii) verificar a influência dos fatores socioambientais sobre
a saúde mental dos profissionais do Ensino Superior durante a pandemia; (iv) comparar os
diferentes impactos da pandemia da COVID-19 entre docentes, discentes, funcionários
administrativos do setor financeiro e funcionários administrativos do setor de recursos
humanos; e (v) desenvolver um material psicoeducativo elucidativo sobre o tema pesquisado
e possíveis abordagens terapêuticas autônomas. Foi utilizada uma pesquisa com base na
revisão de literatura integrativa e, também, uma pesquisa de campo através de questionário
com docentes do Ensino Superior, buscando as principais dúvidas a serem abordadas. Esta
dissertação abordou o impacto psicossocial da pandemia de COVID-19 em 50 docentes de
uma instituição de Ensino Superior no Brasil, procurando compreender as complexidades
dessa experiência. Por meio de uma abordagem abrangente, foram investigadas dimensões
como saúde mental, estresse, ansiedade, incertezas e isolamento social. Os resultados
revelaram uma diversidade de respostas, com a maioria dos participantes discordando
parcialmente da afetação negativa da COVID-19 em sua saúde mental. No entanto, a
intensificação dos níveis de estresse e ansiedade foi reconhecida, indicando a necessidade de
estratégias específicas para essas características emocionais. A incerteza relacionada à
pandemia emergiu como um fator crucial, afetando totalmente a saúde mental de uma parte
significativa dos docentes. O isolamento social também se revelou uma dimensão crítica, com
um número considerável enfrentando dificuldades nesse aspecto. No âmbito profissional, a
maioria indicou que a produtividade no trabalho foi afetada pela COVID-19, destacando a
necessidade de estratégias adaptativas nos ambientes de trabalho. Esses resultados oferecem
insights valiosos para o desenvolvimento de estratégias de suporte eficazes, considerando as
nuances das experiências individuais dos docentes. A compreensão holística do impacto
psicossocial da pandemia contribui para o conhecimento e orienta políticas de saúde pública,
especialmente no contexto da saúde mental em um período desafiador. Com essas
informações, foi possível criar um eBook, nomeado “Esteja Bem”, no qual se explora os
impactos da pandemia na saúde mental de docentes, oferecendo insights, estratégias
terapêuticas e apoio prático para promover resiliência e auto-conhecimento, visando
contribuir para a compreensão e fortalecimento da saúde mental em contextos desafiadores.
ABSTRACT
The scope of this study was to evaluate the impact of the COVID-19 pandemic on the mental
health of Higher Education professionals in the health area, seeking to build intervention
strategies and promote a sustainable environment. To achieve this objective, the following
specific objectives were outlined: (i) investigate the main sources of stress and anxiety among
Higher Education professionals during the COVID-19 pandemic; (ii) evaluate the impact of
the lack of social interaction in the workplace on the mental health of Higher Education
professionals; (iii) verify the influence of socio-environmental factors on the mental health of
Higher Education professionals during the pandemic; (iv) compare the different impacts of
the COVID-19 pandemic among teachers, students, administrative employees in the financial
sector and administrative employees in the human resources sector; and (v) develop
psychoeducational material that explains the researched topic and possible autonomous
therapeutic approaches. A survey based on an integrative literature review was used, as well
as field research through a questionnaire with Higher Education professors, seeking the main
doubts to be addressed. This dissertation addressed the psychosocial impact of the COVID-19
pandemic on 50 teachers from a Higher Education institution in Brazil, seeking to understand
the complexities of this experience. Through a comprehensive approach, dimensions such as
mental health, stress, anxiety, uncertainty and social isolation were investigated. The results
revealed a diversity of responses, with the majority of participants partially disagreeing with
the negative impact of COVID-19 on their mental health. However, the intensification of
stress and anxiety levels was recognized, indicating the need for specific strategies for these
emotional characteristics. The uncertainty related to the pandemic emerged as a crucial factor,
completely affecting the mental health of a significant number of teachers. Social isolation
also proved to be a critical dimension, with a considerable number facing difficulties in this
regard. At the professional level, the majority indicated that productivity at work was affected
by COVID-19, highlighting the need for adaptive strategies in work environments. These
results offer valuable insights for developing effective support strategies, considering the
nuances of individual faculty experiences. A holistic understanding of the psychosocial
impact of the pandemic contributes to knowledge and guides public health policies, especially
in the context of mental health in a challenging period. With this information, it was possible
to create an eBook, called “Esteja Bem”, which explores the impacts of the pandemic on the
mental health of teachers, offering insights, therapeutic strategies and practical support to
promote resilience and self-knowledge, aiming to contribute to the understanding and
strengthening mental health in challenging contexts.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇAO ................................................................................................................................ 11
1.1 Objetivos .......................................................................................................................................... 15
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................................... 15
1.1.2 Objetivos Específicos .................................................................................................................... 15
1.2 Organização da Dissertação ............................................................................................................. 15
2 CAPÍTULO 1 – ARTIGO DE REVISÃO .......................................................................................... 17
3. CAPÍTULO 2 – PRODUTO DA DISSERTAÇÃO ........................................................................... 28
4. CAPÍTULO 3 – ARTIGO DE RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................... 65
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 79
7.1. APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........................... 82
7.2. APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........................... 84
7.3. ANEXO 1: PARECER DA PLATAFORMA BRASIL .................................................................. 88
7.4. ANEXO 2: RELATÓRIO DE AUTENTICIDADE ....................................................................... 91
11
1. INTRODUÇAO
A saúde mental entre os trabalhadores tem sido um tema cada vez mais pesquisada
pela comunidade científica, principalmente no período durante e após a pandemia da
coronavirus disease 2019 (COVID-19). Essa preocupação pode ser influenciada pelo
processo histórico e político em determinada época. Apesar dessas variantes temporais, a
saúde mental é vista como pertencente à área da saúde em geral, impactando fortemente na
qualidade de vida (Minayo et al., 2000). Dito isso, cabe aqui definir o que seria “saúde
mental” por um conceito mais universal e abrangente. Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), a saúde seria uma condição integral de satisfação biopsicossocial, não se
limitando a ausência de patologias (OMS – 1946. 2017). Pode-se, então, a partir dessa
definição, compreender uma expansão do conceito de saúde mental aplicada à maneira de se
exercer uma função em determinado local, compreendendo as limitações individuais e
institucionais como contribuintes para um ambiente saudável ou não.
Diante desse conceito, a pandemia da COVID-19 trouxe consigo desafios pertinentes
ao tema de saúde mental (Faro et al., 2020). Isso porque os profissionais de todas as áreas
tiveram de se adaptar às novas diretrizes de saúde e formas de exercer suas respectivas
funções, incluindo as diversas esferas que compõem o Ensino Superior (Teixeira et al., 2020).
Essa grande demanda por mudanças e adaptações se estendeu a todas as áreas de
atuação e aos diversos profissionais envolvidos. O distanciamento social se mostrou eficiente
e necessário como maneira de preservar a saúde e escapar do contágio. Dessa maneira, o
teletrabalho passou a ser uma realidade para um maior grupo de profissionais em diversas
instituições e, ao mesmo tempo, a distância e o isolamento social uma nova realidade
experimentada por muitos (DURÃES, 2021). Apesar de se constituir como um trabalho
remoto, ele foi rapidamente adaptado de maneira emergencial com o objetivo de atender o
maior número de pessoas afetadas. Um determinado grupo apresentou mudanças
significativas no que diz respeito a sua adaptação ao novo cenário entre os colaboradores de
modo geral. Trata-se especificamente dos profissionais de educação.
Inseridos nesse novo panorama, esses profissionais, que incluem docentes e
funcionários administrativos de instituições de ensino, se viram diante de novas rotinas e
modos de atuação diversos. Entretanto, o despreparo estrutural, logístico e, principalmente,
mental, se tornou evidente na busca em adaptar-se. Segundo Nascimento et al. (2021), tal
circunstância fez com que o professor universitário de cursos presenciais tivesse que
12
reinventar o seu método de trabalho, sem que houvesse tempo para planejamento, treinamento
ou qualquer forma de preparação. Diversos professores de cursos presenciais viram-se, assim,
desafiados a desenvolver novas competências e habilidades para aulas online, tendo que
renovar seu modo de trabalho sem algum tipo de preparo antecipado ou revisão de métodos de
ensino. Isso lhes demandou reavaliar e recriar suas metodologias de ensino e material didático
de apoio, pois suas funções não se limitavam a apenas administrar as aulas lecionadas. Alguns
dos métodos escolhidos não foram prontamente bem recebidos pelos clientes e alunos das
instituições, apresentando algum grau de desconforto e se mostrando inaderente ao sistema de
educação pelos mesmos. Havia ainda limitações concernentes ao conhecimento tecnológico
necessário para a manipulação dos aparelhos e portais de videoconferência. (Charczuk, 2020).
A adoção da ferramenta online e outras medidas que tinham o objetivo de continuar o
processo de educação superior, apesar da pandemia, não obteve um sucesso a priori,
justificando-se no contraste entre o nível econômico e a ausência aos mecanismos que
possibilitariam os acessos dos alunos à educação a distância (EAD) por todo o país
(Charczuk, 2020).
É importante também considerar o despreparo dos docentes com respeito à formação
apropriada para a EAD. O acesso “instantâneo” a um maior número de pessoas por turma
demandou dos professores mais tempo para preparar suas aulas e orientações. A demanda por
inovações em relação à aplicação das aulas de uma maneira mais dinâmica e interessante para
os alunos também se mostrou um ponto estressor aos profissionais de ensino, já que a
demanda de alunos e turma foi inesperada (Soares et al., 2020).
Pouca ou nenhuma atenção é dada à totalidade da experiência de ensinar a distância, e
quais são os impactos do trabalho pedagógico remoto em nível social ou pessoal do ponto de
vista do corpo docente. Algumas pistas podem ser encontradas nos estudos sobre estresse em
professores. Trigo et al. (2007) define estresse de professores como a experiência de emoções
desagradáveis e negativas, como raiva, ansiedade, tensão, frustração ou depressão, resultantes
de algum aspecto do seu trabalho como professor. Seu modelo percebe o estresse como uma
experiência emocional negativa, desencadeada pela percepção do professor de que sua
situação de trabalho constitui uma ameaça à sua autoestima ou bem-estar. Os estudos sobre
estresse de professores têm apontado alguns estressores importantes no contexto escolar,
muitos dos quais podem ser exacerbados no atual contexto de trabalho remoto na pandemia:
lidar com a classe e ansiedade; afeto negativo e estresse de docentes em atividade remota
durante a pandemia da COVID-19; manter a disciplina; aplicar as tarefas; organizar grupos de
trabalho; ajudar crianças com problemas comportamentais; comunicar conceitos e preparar
13
recursos para lições; e enfrentar a falta de recursos e equipamentos. Outros estressores que
merecem ser destacados são o excesso de responsabilidade pelos alunos, o pouco suporte do
Estado, as pressões de tempo na escola, o maior número de turmas, a alta carga de trabalho, a
baixa motivação dos alunos, o envolvimento insuficiente dos pais e a pressão conjunta de
pais, professores e alunos. Os professores que trabalham com instrução online estão mais
sujeitos a sensações de isolamento e solidão, produzindo maior estresse (Silveira et al., 2014).
A profissão de professor exige muitas habilidades e competências, como planejamento
de aulas, adaptação a diferentes públicos, gestão de conflitos e avaliação de desempenho dos
alunos. Além disso, os professores estão constantemente expostos a situações estressantes,
como a sobrecarga de trabalho, o desgaste emocional decorrente da falta de reconhecimento e
o impacto negativo da rotina escolar em sua vida pessoal. Por esse motivo, a saúde mental dos
professores é uma questão relevante e merece atenção especial (Trigo et al., 2007; Silveira et
al., 2014).
Estudos recentes apontam para a importância de promover a saúde mental dos
professores, destacando a relação entre bem-estar emocional dos professores e o desempenho
dos alunos. A saúde mental dos professores é um aspecto crucial, pois afeta não apenas seu
desempenho profissional, mas também sua qualidade de vida pessoal. De fato, professores
com saúde mental precária têm maior dificuldade em lidar com os desafios diários do trabalho
e apresentam maior índice de absenteísmo que afeta a qualidade da educação oferecida aos
alunos. Além disso, o ambiente escolar, o suporte social, a qualidade do sono e as estratégias
de enfrentamento do estresse são fatores que influenciam a saúde mental dos professores.
Pesquisas indicam que professores com saúde mental precária têm menor capacidade de lidar
com os desafios do dia a dia da escola e apresentam maior índice de absenteísmo, o que afeta
diretamente a qualidade da educação oferecida aos alunos (Chang et al., 2020).
Outro ponto importante é que a saúde mental dos professores afeta não só a sua
performance profissional, mas também a sua qualidade de vida e bem-estar pessoal. Segundo
um estudo de Trigo et al. (2007), a saúde mental dos professores está diretamente relacionada
ao seu nível de satisfação pessoal, bem-estar e realização profissional. Os autores destacam
ainda que a falta de suporte e reconhecimento no ambiente escolar pode levar a problemas de
saúde mental, como estresse, ansiedade e depressão.
Além dos estudos citados anteriormente, outros trabalhos apontam para a relação entre
a saúde mental dos professores e o ambiente escolar. Em um estudo realizado por Sutton &
Wheatley (2003), verificou-se que a qualidade do clima escolar está diretamente relacionada
14
apoiada na revisão de literatura que mostrou evidências sobre os múltiplos casos de piora nos
principais transtornos de ansiedade e humor, pelos quais não haviam um suporte adequado
sobre os efeitos do isolamento social e demanda excessiva de trabalho.
1.1 Objetivos
Os objetivos deste estudo foram respaldados pelo objetivo geral e específicos descritos
a seguir.
Resumo
Esse estudo é uma revisão integrativa acerca da saúde mental dos profissionais da Educação
Superior durante o processo de adaptação profissional ao passar pela pandemia da
coronavirus disease 2019 (COVID-19). Foi feita uma busca no Google Acadêmico com as
seguintes palavras-chave: COVID-19; saúde mental; trabalhadores; pandemia; meio ambiente.
A pesquisa destacou 14 artigos científicos, que foram analisadas quanto ao título, ano de
publicação, periódico, autor e tipo de documento. Durante o seu desenvolvimento verificou-se
uma carência em produções que visem a psicoeducação a esses profissionais e da necessidade
de tal material nos ambientes educacionais. Observou-se a suscetibilidade psicossocial dos
professores no decorrer da pandemia, evidenciando a necessidade do desenvolvimento de um
produto que favoreça o apoio emocional e contribua na redução dos sintomas de depressão e
ansiedade experimentados por esses indivíduos.
Abstract
This study is an integrative review about the mental health of Higher Education professionals
during the professional adaptation process when going through the coronavirus disease 2019
(COVID-19) pandemic. A Google Scholar search was performed with the following
keywords: COVID-19; mental health; workers; pandemic; environment. The research
highlighted 14 scientific articles, which were analyzed in terms of title, year of publication,
journal, author and type of document. During its development, there was a lack of productions
aimed at psychoeducation for these professionals and the need for such material in
educational environments. The psychosocial susceptibility of teachers was observed during
the pandemic, highlighting the need to develop a product that favors emotional support and
contributes to reducing the symptoms of depression and anxiety experienced by these
individuals.
Introdução
estudo buscou levantar, por meio de uma busca nos principais artigos científicos e literaturas
existentes, se o isolamento social e o meio ambiente causaram algum impacto em
trabalhadores do Ensino Superior, após a quarentena.
Metodologia
Resultados
universitários em
tempos de pandemia
2020 Retorno ao trabalho? Cruz et al. Polyphonía
Indicadores de saúde
mental em
professores durante
a pandemia da
COVID-19
2020 Saúde mental em Pereira et al. Boletim de Conjuntura
docentes em tempos
de pandemia: os
impactos das
atividades remotas
2020 Saúde mental e Monteiro et al. Reserch, Society and
condições de Development
trabalho docente
universitário na
pandemia da
COVID-19
2021 Saúde mental de Gomes et al. Saúde e Sociedade
docentes
universitários em
tempos de COVID-
19
2021 COVID-19: ensino Santos et al. Revista Brasileira de
remoto emergencial Saúde e Materno Infantil
e saúde mental de
docentes
universitários
2021 O impacto da Silva & Rosa Revista Prâksis
COVID-19 na
22
Discussão
Evidenciou-se, nesse estudo, que a consequência imediata sobre a saúde mental dos
profissionais da área do Ensino Superior está relacionada a alguns fatores, incluindo: 1) a
propagação da COVID-19 através dos países; 2) a distância social imposta pelas autoridades;
3) o questionamento sobre como tratar os infectados e suas possíveis consequências; 4) as
incertezas envolvendo o desenvolvimento de vacinas preventivas; e 5) a constante promoção
de informações equivocadas sobre a contenção do vírus.
De acordo com Oliveira et al. (2022), foi evidenciado que estudantes demonstraram
sinais de ansiedade e depressão ao tentar se adaptar ao ensino remoto, justamente por estarem
vulneráveis ao momento de desconhecimento específico com respeito a real gravidade da
doença na população em geral. Isso se reflete em uma abordagem readaptada à pandemia no
qual os profissionais do Ensino Superior não possuíam um suporte emocional para tal
demanda.
23
Referências
Bartik, A. W.; Bertrand, M., C, Z. B.; Glaessr, E. L.; Luca, M.; Stanton, C. T. How are small
businesses adjusting to COVID-19? Early evidence from a survey. Disponível em
https://www.nber.org/system/files/working_papers/w26989/w26989.pdf. Acesso em:
07/03/2023.
Chang, M.-L.; Cheng, Y.-W.; & Chen, H.-L. The influence of elementary school teachers’
psychological well-being on their students’ learning: a longitudinal study. Frontiers in
Psychology, v. 10, p. 1-11, 2019.
25
Cruz, R. M.; Ruppel Da Rocha, R. E.; Andreoni, S.; Duarte Pesca, A. Retorno ao trabalho?
Indicadores de saúde mental em professores durante a pandemia da COVID-19. Revista
Polyphonía, v. 31, n. 1, p. 325-344, 2020.
Durães, B.; Da Cruz Bridi, M. A.; Dutra, R. Q. O teletrabalho na pandemia da covid-19: uma
nova armadilha do capital? Sociedade e Estado, v. 36, n. 3, p. 945-966, 2021.
Faro, A.; Bahiano, M. A.; Nakano, T. C.; Reis, C.; Silva, B. F. P.; Vitti, L. S. COVID-19 e
saúde mental: a emergência do cuidado. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 37, p. e200074,
2020.
Gomes, N. P.; Carvalho, M. R. S.; Silva, A. F.; Moita, C. E.; Santos, J. R. L.; Couto, T. M.; et
al. Saúde mental de docentes universitários em tempos de covid-19. Saúde & Sociedade, v. 30,
p. 2, 2021.
Guilland, R.; Klokner, S. G. M.; Knapik, J.; Crocce-Carlotto, P. A.; Ródio-Trevisan, K. R.;
Zimath, S. C.; et al. Prevalência de sintomas de depressão e ansiedade em trabalhadores
durante a pandemia da Covid-19. Trabalho, Educação & Saúde, v. 20, p. e00186169, 2022.
Gundim, V. A.; Encarnação, J. P.; Santos, F. C.; Santos, J. E.; Vasconcellos, E. A.; Souza, R.
C. Saúde mental de estudantes universitários durante a pandemia de COVID-19. Revista
Baiana de Enfermagem, v. 35, p. e37293, 2020.
Nascimento, E. M.; Cornaccione Jr, E. B.; Carvalho, M. G. Pain in the times of Covid-19:
adaptation disorder in Brazilian professor. In SciELO Preprints, 2021 Disponível em:
https://preprints.scielo.org/index.php/scielo/preprint/view/2734. Acesso em: 9 de mai. 2023.
Oliveira, E. N.; Vasconcelos, M. I. O.; Almeida, P. C.; Pereira, P. J. A.; Linhares, M. S. C.;
Ximenes Neto, F. R. G.; et al. Covid-19: repercussions on the mental health of higher
education students. Saúde em Debate, v. 46, (spe1), 2022.
Pavani, F. M.; Silva, A. B.; Olschowsky, A.; Wetzel, C.; Nunes, C. K.; & Souza, L. B. Covid-
19 and repercussions in mental health: a narrative review of literature. Revista Gaúcha de
Enfermagem, v. 42, (spe), 2021.
Pereira, H. P.; Santos, F. V.; & Manenti, M. A. Saúde mental de docentes em tempos de
pandemia: os impactos das atividades remotas. Boletim de Conjuntura (BOCA), v. 3, n. 9, p.
26-32, 2020.
Santos, G. M. R. F.; Silva, M. E.; & Belmonte, B. R. COVID-19: emergency remote teaching
and university professors’ mental health. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 21,
Suppl 1, 2020.
Silva, A. F. D.; Estrela, F. M.; Lima, N. S.; Abreu, C. T. D. A. Saúde mental de docentes
universitários em tempos de pandemia. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v, 30, n. 2, 2020.
Silva, S. M.; Rosa, A. R. O impacto da covid-19 na saúde mental dos estudantes e o papel das
instituições de ensino como fator de promoção e proteção. Revista Prâksis, v. 2, p. 189-206,
2021.
27
Silveira, G. E. L.; Viana, L. G.; Sena, M. M.; Alencar, M. M. S. C.; Soares, P. R. A. L.;
Aquino, P. S.; et al. Sintomas de ansiedade e depressão no ambiente acadêmico: um estudo
transversal. Acta Paulista de Enfermagem, v. 35, p. APE00976, 2022.
Soares, F. A.; Rocha, K. K. A.; Portela, R. A.; Silva, A. C. O.; Corrêa, R. G. C. F.; Oliveira, B.
L. C. A. Cenário da educação superior à distância em saúde no Brasil: a situação da
Enfermagem. Revista Escola Anna Nery, v. 25, n. 3, 2021.
Sutton R. E.; Wheatley, K. F. Teachers' emotions and teaching: a review of the literature and
directions for future research. Educational Psychology Review, v. 15, n. 4, p. 327-358, 2003.
Teixeira, C. F. S.; Soares, C. M.; Souza, E. A.; Lisbo, P. A. E. S.; Pinto, I. C. M.; Andrade, L.
R.; et al. A saúde dos profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia de Covid-19.
Ciência Saúde Coletiva, v. 25, n. 9, 2020.
Troitinho, M. C. R.; Silva, I. B.; Sousa, M. M.; Santos, A. D. S.; Maximino, C. Ansiedade,
afeto negativo e estresse de docentes em atividade remota durante a pandemia da COVID-19.
Trabalho, Educação e Saúde (Rio de Janeiro), v. 19, 2021.
28
2
Agradecimentos
3
Sumário
4
5
Resiliência e Reflexões: Saúde Mental em Tempos
de Pandemia
6
Este eBook, intitulado "Resiliência e Reflexões: Navegando pela Saúde
Mental em Tempos de Pandemia", busca oferecer uma compreensão
profunda das experiências individuais enfrentadas por profissionais,
com foco especial em docentes de uma instituição de Ensino Superior
brasileira. À medida que a sociedade enfrenta as complexidades da
disseminação do vírus, surge a necessidade crítica de examinar não
apenas os impactos físicos, mas também as implicações emocionais
dessa jornada coletiva.
7
Nuances Demográficas da Pandemia
8
extensão da crise sanitária, mas também aponta para desigualdades na
capacidade de resposta do sistema de saúde.
9
maneira única. Este eBook aprofundará essa análise ao explorar as
percepções individuais de docentes, proporcionando insights valiosos
sobre as interseções entre o contexto demográfico e a saúde mental.
Metodologia e Amostra
10
Os questionários foram elaborados considerando diferentes dimensões
do impacto psicossocial da pandemia, abordando desde a afetação da
saúde mental até as mudanças no ambiente de trabalho. A amostra,
composta por 50 docentes de uma instituição de Ensino Superior
brasileira, foi selecionada estrategicamente para representar uma
diversidade de contextos socioeconômicos, demográficos e culturais.
11
Ao analisar as respostas por faixa etária, observou-se que docentes
mais jovens relataram níveis mais altos de estresse, sugerindo uma
maior vulnerabilidade nesse grupo. Além disso, a presença de
comorbidades influenciou significativamente os níveis de ansiedade,
destacando a importância de considerar fatores de saúde adicionais ao
avaliar o impacto psicossocial.
12
Impacto na Saúde Mental: Variações Individuais
13
● Flexibilidade e Adaptação Institucional
14
Próximos Passos…
15
Avaliação Contínua do Impacto
16
Plataforma Online de Recursos e Programas de
Capacitação
17
Assistência Psicológica no Local de Trabalho
18
Campanhas de Conscientização e Destigmatização
Reconhecimento e Incentivo
19
Parcerias com Organizações Externas
20
Implemente programas de aconselhamento e suporte individualizados.
Isso pode incluir serviços de aconselhamento profissional, sessões de
terapia, ou acesso a recursos de saúde mental. Certifique-se de que
esses programas sejam confidenciais, acessíveis e adaptados às
necessidades individuais.
21
Mentoria e Apoio entre Colegas
22
Tome a iniciativa em desenvolver programas de desenvolvimento
profissional que incorporem componentes de resiliência e bem-estar.
Isso pode incluir cursos, palestras e recursos que capacitam os colegas,
não apenas em termos acadêmicos, mas também em habilidades que
promovem a resistência emocional e psicológica.
23
Fomento de Hobbies e Atividades Recreativas
24
A implementação dessas estratégias individuais e de desenvolvimento
pessoal visa não apenas abordar desafios imediatos, mas também
promover uma abordagem holística para o seu bem-estar. Ao
incorporar essas práticas, nós podemos investir no fortalecimento da
resiliência e na promoção de uma cultura sustentável de apoio ao
pessoal docente.
25
Desvendando a Jornada Interior: A Importância do
Atendimento Terapêutico para o Estresse e
Autoconhecimento
26
O Estresse na Era Contemporânea
27
A Jornada Rumo ao Autoconhecimento
28
A Relação Terapêutica
29
Autoconhecimento como Base para uma Vida Plena:
30
Estratégias Terapêuticas para o Estresse
31
Obrigado!
Esteja bem!
32
Leituras recomendadas
- Este livro investiga como os hábitos influenciam nossa vida diária, oferecendo
insights sobre a formação de hábitos saudáveis para o bem-estar mental.
33
34
64
RESUMO
Introdução: O contexto da pandemia de COVID-19 tem desencadeado uma série de desafios
significativos que vão além do âmbito da saúde física. A saúde e bem-estar da população
tornam-se cruciais, especialmente quando se considera o cenário desafiador que a pandemia
impôs. Entre as diversas dimensões afetadas, a saúde mental e as condições de trabalho
emergem como áreas críticas de análise. Objetivo: Compreender as percepções de 50
docentes do Ensino Superior (área da saúde) do Centro Universitário Augusto Motta
(UNISUAM), Rio de Janeiro, Brasil, em relação aos impactos da pandemia na saúde mental e
nas dinâmicas do ambiente de trabalho. Metodologia: Utilizou-se a análise das respostas
obtidas por meio de um questionário usando a escala Likert, visto que essa proporciona
insights valiosos sobre as nuances das experiências individuais diante dessas mudanças.
Resultados: Foram avaliados 16 docentes do sexo masculino e 34 do sexo feminino, com
média de idade de 45 anos. Os docentes apresentaram respostas divergentes quanto ao
impacto na saúde mental, estresse e ansiedade. A incerteza em relação à pandemia afetou
amplamente a saúde mental, enquanto metade dos participantes enfrentaram dificuldades no
isolamento social. No contexto profissional, a produtividade foi majoritariamente afetada,
destacando a necessidade de estratégias adaptativas. Conclusões: A pesquisa destaca a
complexidade das respostas individuais diante do impacto psicossocial da COVID-19 em
docentes. A variedade de experiências sugere a importância de intervenções personalizadas,
considerando fatores demográficos e contextuais. Os resultados desse estudo podem
contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes de suporte, informando políticas de
saúde pública e alocando recursos de maneira direcionada, especialmente no contexto da
saúde mental.
66
ABSTRACT
Introduction: The context of the COVID-19 pandemic has triggered a series of significant
challenges that go beyond the scope of physical health. The health and well-being of the
population becomes crucial, especially when considering the challenging scenario that the
pandemic has imposed. Among the various dimensions affected, mental health and working
conditions emerge as critical areas of analysis. Objective: To understand the perceptions of
50 Higher Education professors (health area) at Centro Universitário Augusto Motta
(UNISUAM), Rio de Janeiro, Brazil, regarding the impacts of the pandemic on mental health
and the dynamics of the work environment. Methodology: We used the analysis of responses
obtained through a questionnaire using the Likert scale, as this provides valuable insights into
the nuances of individual experiences in the face of these changes. Results: 16 male and 34
female teachers were evaluated, with an average age of 45 years. Teachers presented
divergent responses regarding the impact on mental health, stress and anxiety. Uncertainty
surrounding the pandemic largely affected mental health, while half of participants faced
difficulties in social isolation. In the professional context, productivity was mostly affected,
highlighting the need for adaptive strategies. Conclusions: The research highlights the
complexity of individual responses to the psychosocial impact of COVID-19 on teachers. The
variety of experiences suggests the importance of personalized interventions, considering
demographic and contextual factors. The results of this study can contribute to the
development of effective support strategies, informing public health policies and allocating
resources in a targeted manner, especially in the context of mental health.
1.INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
validade e generalização dos resultados. A escolha de uma amostra robusta visa garantir a
representatividade das experiências individuais diante da pandemia (Bandeira, 2023)
Os questionários foram elaborados considerando diferentes dimensões do impacto
psicossocial da pandemia. Questões específicas abordaram a afetação da saúde mental, níveis
de estresse e ansiedade, impacto da incerteza, dificuldades com o isolamento social, entre
outros aspectos relevantes. A escala de Likert, com suas opções graduadas de resposta,
permite uma análise quantitativa das respostas, enquanto espaços para comentários
proporcionaram insights qualitativos valiosos como demonstra Giannini et al. (2016).
A coleta de dados foi conduzida de forma ética e respeitando os princípios de
consentimento informado. Os participantes foram informados sobre a natureza do estudo,
garantindo sua compreensão e concordância antes de participar. A anonimidade foi
assegurada para promover a sinceridade nas respostas. O estudo foi aprovado previamente
pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM), sob
o número CAAE 73036823.0.0000.5235.
Os dados foram analisados utilizando métodos estatísticos descritivos e, quando
aplicável, análises de associação foram realizadas para identificar padrões entre variáveis.
Essa abordagem combinada de métodos quantitativos e qualitativos permitiu uma
compreensão mais profunda e holística das percepções individuais diante do impacto
psicossocial da pandemia de COVID-19.
3. RESULTADOS
Questão 9: “A falta de contato social durante a pandemia contribuiu para meu estresse e
ansiedade”. Ao considerar as respostas, a maioria expressiva (42/50) concordou totalmente
que a falta de contato social durante a pandemia contribuiu para seu estresse e ansiedade.
Houve algumas discordâncias parciais (6/50) e totais (2/50) que indicam variações nas
experiências em relação ao impacto do isolamento social.
Questão 11: “O retorno ao trabalho após a pandemia tem causado ansiedade e estresse
adicionais”. Considerando as respostas, a maioria (36/50) concordou parcialmente que o
retorno ao trabalho após a pandemia tem causado ansiedade e estresse adicionais. No entanto,
algumas discordâncias parciais (10/50) e totais (4/50) indicam variações nas experiências em
relação ao retorno ao trabalho.
Questão 17: “As mudanças nas políticas de saúde e segurança no trabalho têm afetado
minha saúde mental”. Observando as respostas, a maioria (36/50) concordou parcialmente
que as mudanças nas políticas de saúde e segurança no trabalho têm afetado sua saúde mental.
Algumas discordâncias parciais (8/50) e totais (6/50) indicam diferentes percepções sobre o
impacto dessas mudanças.
Questão 18: “A incerteza em relação ao futuro profissional após a pandemia tem gerado
estresse adicional”. Examinando as respostas, a maioria (29/50) discordou parcialmente que a
incerteza em relação ao futuro profissional após a pandemia tem gerado estresse adicional. No
entanto, algumas concordâncias totais (10/50) indicam que, para alguns participantes, essa
incerteza pode representar um fator estressante adicional.
Questão 19: “As expectativas e demandas no trabalho têm sido mais desafiadoras desde o
retorno após a pandemia”. Considerando as respostas, a maioria (33/50) concordou
parcialmente que as expectativas e demandas no trabalho têm sido mais desafiadoras desde o
retorno após a pandemia. Algumas discordâncias parciais (12/50) e totais (5/50) indicam
diferentes experiências em relação às demandas no ambiente profissional.
73
4. DISCUSSÃO
A análise detida dos nossos achados proporciona uma visão aprofundada das
complexidades enfrentadas pelos indivíduos diante do impacto psicossocial da pandemia da
COVID-19, oferecendo insights valiosos para o desenvolvimento de estratégias de suporte
mais eficazes.
Os resultados revelaram uma variedade de percepções entre os participantes. Enquanto
uma parcela significativa discordou parcialmente sobre a afetação negativa da COVID-19 em
sua saúde mental (40/50), a maioria concordou parcialmente que a pandemia intensificou os
níveis de estresse e ansiedade (35/50). A incerteza em relação à situação afetou totalmente a
saúde mental de grande parte dos participantes (42/50), destacando a complexidade das
respostas diante da pandemia (Faro et al., 2020).
A análise dos resultados obtidos revela percepções importantes acerca do impacto
psicossocial da pandemia de COVID-19 na amostra avaliada. A abordagem diferenciada de
dimensões como saúde mental, estresse, ansiedade, incertezas e isolamento social
proporcionou uma visão detalhada das experiências individuais diante desse cenário
desafiador (Maia & Dias, 2020; Maia et al., 2021)
Ao observar a afetação da saúde mental, destaca-se a complexidade das respostas,
onde 40 dos 50 participantes expressaram discordância parcial em relação à afetação negativa
da COVID-19 em sua saúde mental. Essa diversidade de respostas sugere a presença de
fatores individuais e contextuais que moldam a percepção do impacto na saúde mental,
corroborando com achados anteriores publicados no estudo de Barros et al. (2020).
Os níveis de estresse e ansiedade emergiram como aspectos cruciais, com a maioria
(35/50) concordando parcialmente que a pandemia intensificou esses sentimentos. Essa
constatação alinha-se com estudos que destacam o aumento global dos níveis de estresse
durante a pandemia, reforçando a necessidade de estratégias de intervenção direcionadas a
esses aspectos (Barros et al., 2020).
A incerteza – uma característica intrínseca à pandemia – foi amplamente reconhecida
pelos participantes, com 42 dos 50 participantes concordando totalmente que este sentimento
afetou sua saúde mental. Essa resposta reflete a natureza desafiadora de ter que enfrentar um
evento global imprevisível, indicando a importância de oferecer suporte emocional e
estratégias de enfrentamento que abordem a incerteza percebida (Silva, 2022).
O isolamento social, por sua vez, revelou-se como uma dimensão crítica do impacto
psicossocial. Cerca de 30 participantes concordaram parcialmente que tiveram dificuldades
em lidar com o isolamento social. Essa constatação aponta para a necessidade de considerar
75
5. CONCLUSÕES
6. REFERÊNCIAS
Araújo, T. M.; Lua, I. O trabalho mudou-se para casa: trabalho remoto no contexto da
pandemia de COVID-19. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 46, p. e27, 2021.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/2317-6369000030720
Barros, M. B. A.; Lima, M. G.; Malta, D. C.; Szwarcwald, C. L.; Azevedo, R. C. S.; Romero,
D.; et al. Relato de tristeza/depressão, nervosismo/ansiedade e problemas de sono na
população adulta brasileira durante a pandemia de COVID-19. Epidemiologia em Serviços de
Saúde, v. 29, n. 4, p. e2020427, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1679-
49742020000400018
Bezerra, C. B.; Saintrain, M. V. L.; Braga, D. R. A.; Santos, F. S.; Lima, A. O. P.; Brito, E. H.
S.; et al. Impacto psicossocial do isolamento durante pandemia de covid-19 na população
brasileira: análise transversal preliminar. Saúde & Sociedade, 2020; v. 29, n. 4, p. e200412,
2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-12902020200412
Faro, A.; Bahiano, M. A.; Nakano, T. C.; Reis, C.; Silva, B. F. P.; Vitti, L. S. COVID-19 e
saúde mental: a emergência do cuidado. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 37, p. e200074,
2020.
77
Guimarães, R. M.; Villardi, J. W. R.; Sampaio, J. R. C.; Eleuterio, T. A.; Ayres, A. R. G.;
Oliveira, R. A. D. Questões demográficas atuais e implicações para o modelo de atenção à
saúde no Brasil. Cadernos de Saúde Coletiva, v. 29, n. spe, p. 3-15, 2021. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/1414-462X202199010436
Lana, R. M.; Coelho, F. C.; Gomes, M. F. C.; Cruz, O. G.; Bastos, L. S.; Villela, D. A. M.;
Codeço, C. T. Emergência do novo coronavírus (SARS-CoV-2) e o papel de uma vigilância
nacional em saúde oportuna e efetiva. Cadernos de Saúde Pública, v. 36, n. 3, 2020.
Maia, B. R.; Rocha, K. K. A.; Portela, R. A.; Silva, A. C. O.; Corrêa, R. G. C. F.; Oliveira, B.
L. C. Cenário da educação superior à distância em saúde no Brasil: a situação da Enfermagem.
Revista Escola Anna Nery, v. 25, n. 3, 2021.
Matta, G.C.; Rego, S.; Souto, E.P.; Segata, J.; eds. Os impactos sociais da Covid-19 no Brasil:
populações vulnerabilizadas e respostas à pandemia. Rio de Janeiro: Observatório Covid 19;
Editora FIOCRUZ, 2021, 221 p. Informação para ação na Covid-19 series. ISBN: 978-65-
5708-032-0.
Schenker, M.; Costa, D. H. Avanços e desafios da atenção à saúde da população idosa com
doenças crônicas na Atenção Primária à Saúde. Ciências & Saúde Coletiva, v. 24, n. 4, p.
1369-1380, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232018244.01222019
Silva, J. A.; Santos, R. C.; Silva, J. A.; Cardoso, F. S.; Campos, L. A. M. Impactos da
pandemia da Covid-19 na saúde mental. 2022. Acessado em: 05/02/2024. Disponível em:
https://www.ffclrp.usp.br/imagens_noticias/23_02_2023__09_09_50__60.pdf
Souza Filho, Z. A.; Nemer, C. R. B.; Teixeira, E.; Neves, A. L. M.; Nascimento, M. H. M.;
Medeiros, H. P.; et al. Fatores associados ao enfrentamento da pandemia da COVID-19 por
pessoas idosas com comorbidades. Escola Anna Nery, v. 25, n. spe, p. e20200495, 2021.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2020-0495
Sutton, R. E.; Wheatley, K. F. Teachers’ emotions and teaching: a review of the literature and
directions for future research. Educational Psychology Review, v. 15, n. 2, p. 327-358, 2003.
Teixeira, C. F. S.; Soares, C. M.; Souza, E. A.; Lisbo, P. A. E. S.; Pinto, I. C. M.; Andrade, L.
R.; et al. A saúde dos profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia de Covid-19.
Ciência Saúde Coletiva, v. 25, n. 9, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-
812320202509.31022020
79
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS
Bartik, A. W.; Bertrand, M., C, Z. B.; Glaessr, E. L.; Luca, M.; Stanton, C. T. How are small
businesses adjusting to COVID-19? Early evidence from a survey. Disponível em
https://www.nber.org/system/files/working_papers/w26989/w26989.pdf. Acesso em:
07/03/2023.
Burton, A.; Burgess, C.; Dean, S.; Koutsopoulou, G. Z.; Hugh-Jones, S. How effective are
mindfulness-based interventions for reducing stress among healthcare professionals? A
systematic review and meta-analysis. Stress and Health, v. 33, n. 1, pp. 3–13, 2017.
Chang, M-L.; Cheng, Y.-W.; Chen, H-L. The influence of elementary school teachers’
psychological well-being on their students’ learning: a longitudinal study. Frontiers in
Psychology, v. 10, p. 1-11, 2019.
Durães, B.; Da Cruz Bridi, M. A.; Dutra, R. Q. O teletrabalho na pandemia da covid-19: uma
nova armadilha do capital? Sociedade e Estado, v. 36, n. 3, p. 945-966, 2021.
Faro, A.; Bahiano, M. A.; Nakano, T. C.; Reis, C.; Silva, B. F. P.; Vitti, L. S. COVID-19 e
saúde mental: a emergência do cuidado. Estudos de Psicologia (Campinas), v,37, 2020.
Nascimento, E. M., Cornaccione Jr, E. B., Carvalho, M. G. (2021). Pain in the times of covid-
19: adaptation disorder in Brazilian professor. In SciELO Preprints.
https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2734
81
Silveira, G. E. L.; Viana, L. G.; Sena, M. M.; Alencar, M. M. S. C.; Soares, P. R. A. L.;
Aquino, P. S.; et al. Sintomas de ansiedade e depressão no ambiente acadêmico: um estudo
transversal. Acta Paulista de Enfermagem, v. 35, p. APE00976, 2022.
Soares, F. A.; Rocha, K. K. A.; Portela, R. A.; Silva, A. C. O.; Corrêa, R. G. C. F.; Oliveira, B.
L. C. A. Cenário da educação superior à distância em saúde no Brasil: a situação da
Enfermagem. Revista Escola Anna Nery, v. 25, n. 3, 2021.
Sutton, R. E.; Wheatley, K. F. Teachers’ emotions and teaching: a review of the literature and
directions for future research. Educational Psychology Review, v. 15, n. 2, p. 327-358, 2003.
Teixeira, C. F. S.; Soares, C. M.; Souza, E. A.; Lisbo, P. A. E. S.; Pinto, I. C. M.; Andrade, L.
R.; et al. A saúde dos profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia de Covid-19.
Ciência Saúde Coletiva, v. 25, n. 9, 2020.
7. APÊNDICES
7.1. APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobre a sua participação. Caso haja interesse, o(a)
senhor(a) terá acesso aos resultados do estudo.
Sua participação na pesquisa não implicará em nenhum custo para o(a) senhor(a) e como
voluntário, também não receberá qualquer valor em dinheiro como compensação pela
participação. Abaixo está o e-mail de contato do pesquisador e do comitê de ética em pesquisa
para quaisquer esclarecimentos de dúvidas. Em qualquer etapa do estudo poderá ter acesso ao
profissional responsável Humberto Negrão Teixeira Fernandes que pode ser encontrada no
telefone (21) 967507060; E-mail: humbertomaua45@gmail.com . Se você tiver alguma
consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de
Ética em Pesquisa (CEP): Praça das Nações, nº 34 - Bonsucesso, Rio de Janeiro - RJ, Tel.: (21)
3882-9797 - ramal: 2015; E-mail: comitedeetica@unisuam.edu.br.
Se este termo for suficientemente claro para lhe passar todas as informações sobre o estudo e
se o senhor (a) compreender os propósitos dele, riscos, as garantias de confidencialidade e de
esclarecimentos permanentes. Você poderá declarar seu livre consentimento em participar,
estando totalmente ciente das propostas do estudo. Uma cópia desse documento será entregue
a você.
Rio de Janeiro, ____/____/____
Nome:
___________________________________________________________________Assina
tura:
___________________________________________________________________Pesqu
isador responsável:
Assinatura: _______________________________________________________________
84
DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS:
Sexo: ___________
Idade:___________
Cor: ___________
Estado civil: ___________
Número de filhos: ___________
Atuação:
1 - Discordo totalmente
2 - Discordo parcialmente
3 - Neutro
4 - Concordo parcialmente
5 - Concordo totalmente
Durante a pandemia:
9. A falta de contato social durante a pandemia contribuiu para meu estresse e ansiedade.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente
11. O retorno ao trabalho após a pandemia tem causado ansiedade e estresse adicionais.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente
17. As mudanças nas políticas de saúde e segurança no trabalho têm afetado minha saúde
mental.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
87
( ) Concordo totalmente
18. A incerteza em relação ao futuro profissional após a pandemia tem gerado estresse
adicional.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente
19. As expectativas e demandas no trabalho têm sido mais desafiadoras desde o retorno após a
pandemia.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente
20. O suporte emocional e psicológico no ambiente de trabalho é importante para lidar com os
efeitos da pandemia na saúde mental.
( ) Discordo totalmente
( ) Discordo parcialmente
( ) Neutro
( ) Concordo parcialmente
( ) Concordo totalmente
88