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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

ESCOLA DE EDUCAÇÃO E TEOLOGIA


CURSO DE PEDAGOGIA

REGINA LESSA TAKADUMA CHRISTOFOLETTI

Projeto Diagnóstico Educacional – “Os profissionais de saúde e


o enfrentamento ao COVID-19 no Brasil: Como lidar com as
emoções em tempos de Pandemia?”

SÃO PAULO
2020
REGINA LESSA TAKADUMA CHRISTOFOLETTI

Projeto Diagnóstico Educacional – “Os profissionais de saúde e


o enfrentamento ao COVID-19 no Brasil: Como lidar com as
emoções em tempos de Pandemia?”

Trabalho apresentado no Curso de Pedagogia da


instituição de ensino superior Anhembi Morumbi
de São Paulo, como requisito para a realização da
disciplina de prática profissional: Diagnóstico
organizacional.

Orientador(es): Prof.

SÃO PAULO
2020
RESUMO

Este projeto integrador traz em seu bojo a questão do enfrentamento a Pandemia do COVID-
19 no Brasil, tratando em específico dos profissionais em Saúde que atuam na linha de frente
no combate ao Coronavírus, onde foi diagnosticado, no Estado do Paraná, em especial na cidade
de Curitiba, que médicos e enfermeiros estão adoecendo física e mentalmente por não
suportarem o estresse e a pressão de trabalhar em hospitais que apresentam poucos recursos,
sobrecarga de horas de trabalho e equipes de trabalho reduzidas devido ao afastamento de
muitos colaboradores. Partindo deste diagnóstico, este projeto, utilizando-se de aportes teóricos
da Pedagogia Hospitalar alinhados a prática, expôs em seu planejamento um rol de ações a
serem trabalhadas junto a equipe multiprofissional em saúde que atua no combate a Pandemia
da COVID-19, estruturando ações que venham auxiliar no âmbito educacional e
socioemocional aqueles que tanto necessitam estar saudáveis física, emocional e mentalmente
neste momento tão delicado em que o país atravessa.

Palavras-chave: Pandemia, COVID-19, enfrentamento, saúde física e emocional.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 8
1.1 Objetivos do trabalho ............................................................................................... 8
1.2 Objetivo específico ....................................................................................................... 9
2. REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................... 10
3. ANÁLISE DA PROBLEMÁTICA ............................................................................... 17
4. PROPOSTA DE MELHORIAS .................................................................................... 18
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 20
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 20
ANEXOS...................................................................................................................... 23
Coronavírus: cuidados em saúde mental para trabalhadores da Saúde................................... 24
8

1. INTRODUÇÃO

Este projeto tem como intuito principal analisar como se dá o enfrentamento ao estresse
emocional sofrido por profissionais da Saúde que atuam na área de frente no combate da
Pandemia da Covid-19 no Brasil, expondo o compromisso que a organização hospitalar tem
junto a equipe no concerne a promoção de ações que primem pela preservação das habilidades
socioemocionais de seus colaboradores através da Pedagogia Hospitalar e suas especificidades.
Diante da matéria apresentada no site Saúde e Debate onde abordou-se a temática
“Coronavírus: cuidados para saúde mental e emocional para trabalhadores em Saúde”,
onde foi delineado o cenário do Estado do Paraná, demonstrando que a situação de crise somada
à sobrecarga de trabalho, à falta de recursos e às equipes reduzidas têm causado danos
significativos junto aos médicos e enfermeiros que, por sua vez, acabam até se afastando do
trabalho, por não conciliar o estado físico com o emocional,
De acordo com a psicóloga Manuela Pimentel Leite (CRP-08/22419), citada na matéria,
é necessário que os profissionais cuidem de suas necessidades básicas, como higiene,
alimentação, descanso e convívio social para manter a sanidade socioemocional.
É importante realizar intervalos durante e entre suas jornadas de trabalho, alimentar-
se de forma equilibrada e manter contato com familiares e amigos, ainda que por
meios digitais, de forma a manter-se vinculado a uma rede de apoio psicossocial.
(LEITE, Manuela, 2020)

Para a psicóloga, além do trabalho, é importante manter atividades de lazer e prazerosas,


tais como atividades físicas, meditação, palestras e atividades que trabalhem as emoções dos
profissionais na própria instituição de saúde.
Diante deste diagnóstico, este projeto contará com subsídios da Pedagogia Hospitalar
para o planejamento de ações que possam ser efetivas junto a equipe de Saúde no enfrentamento
a Pandemia da COVID-19, de modo que as emoções estejam em equilíbrio para o bom
desenvolvimento de trabalho e também para que o bem-estar físico e emocional do profissional
em saúde seja conservado diante de um cenário inédito no Brasil.

1.1 Objetivos do trabalho


Planejar ações preventivas e continuadas para auxiliar os profissionais da Saúde que estão
na linha de frente no combate a Pandemia do COVID-19 no Brasil, utilizando subsídios da
Pedagogia Hospitalar.
9

1.2 Objetivo específico

✓ Identificar as principais causas que dificultam o enfrentamento a Pandemia do


COVID-19 e que acabam afetando o emocional dos profissionais em Saúde;
✓ Analisar quais as ações possíveis de serem implementadas nas instituições de
Saúde para garantir a permanência dos profissionais em suas atividades laborais,
reduzindo os afastamentos e a sobrecarga das equipes de trabalho;
✓ Organizar as ações de prevenção e as ações de formação continuada junto aos
profissionais em saúde que possam atenuar os danos socioemocionais causados
pela Pandemia.
10

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A Pedagogia possui vários campos de atuação, como o empresarial, o educacional, o


hospitalar, que será em particular destacada neste estudo. No campo hospitalar, o pedagogo
tem a incumbência de trabalhar com as pessoas no sentido de sanar as condições inadequadas
de aprendizagem e de promover sentimentos de autoestima. Assim sendo, auxilia a pessoa na
percepção e no desenvolvimento de suas potencialidades, recupera seus processos internos de
apreensão de uma realidade, nos diversos aspectos: cognitivo, afetivo-emocional e de
conteúdos acadêmicos. Quando o trabalho é realizado dentro de um espaço físico para tratar
problemas já instalados, costumamos denominá-lo “trabalho pedagógico hospitalar”.
Na área hospitalar, ele pode colaborar no trabalho da equipe multidisciplinar dessa
instituição, tal como psicólogos, assistentes sociais, terapeutas, enfermeiros e médicos, além
dos professores. Também pode auxiliar no apoio às famílias e atuar com crianças, jovens e
adultos, ajudando-os no seu processo de aprendizagem nas classes hospitalares ou atuando
nas atividades recreativas das brinquedotecas hospitalares.
Considerando-se o âmbito hospitalar como um espaço de relações humanas, estruturado
como uma associação de pessoas em torno de uma atividade com objetivos específicos e,
portanto, como um espaço também aprendente, cabe à comunicação buscar estratégias e
metodologias que garantam uma melhor apropriação de informações e conhecimentos, tendo
sempre como pano de fundo a realização de ideais e objetivos precisamente definidos. A boa
comunicação tem como finalidade principal provocar mudanças no comportamento das pessoas
de modo que estas melhorem tanto na qualidade do seu desempenho profissional quanto pessoal
quanto em suas emoções. (FERREIRA: 2008, p.12)

A comunicação existe, portanto, para dar suporte tanto em relação à estruturação das
mudanças quanto em relação à ampliação e à aquisição de conhecimento no espaço
organizacional. A comunicação “promove a reconstrução de conceitos básicos, como
criatividade, espírito de equipe e autonomia emocional e cognitiva”. (LOPES,
2006:74)

Nessa perspectiva, a comunicação como ferramenta de gestão se ocupa basicamente


com os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes diagnosticadas como
indispensáveis/ necessárias à melhoria da produtividade. Para tal, implanta-se programa de
qualificação/requalificação profissional, produz e difunde o conhecimento, estrutura o setor
treinamento, desenvolve e adapta metodologias da informação e da comunicação às práticas de
treinamento.
11

Ratificando esse olhar sobre a comunicação, Almeida (2006) afirma que o foco desta é
“qualificar os profissionais para atuarem no âmbito hospitalar, visando os (sic) processos de
planejamento, capacitação, treinamento, atualização e desenvolvimento do corpo funcional do
hospital”.
Do ponto de vista de atuação do pedagogo hospitalar, Almeida (2006) lista várias áreas,
tais como:
 Coordenação de ações culturais que facilitem as esferas de comunicação com as equipes
de saúde.
 Desenvolvimento de recursos humanos em hospitais por meio de capacitações
específicas.
 Elaboração de políticas públicas visando à melhoria dos serviços à população em
hospitais nas esferas municipais, estaduais e federais.
 Gestão e desenvolvimento em centros de convivência.
Em termos de gestão de pessoas, ainda, enumera:
 Coordenação de equipes multidisciplinares no desenvolvimento de projetos.
 Utilização de métodos educacionais para uma aprendizagem organizacional
significativa e sustentável no cenário hospitalar em momentos de Pandemia.
 Geração de mudanças culturais no ambiente de trabalho.
 Definição de políticas voltadas ao desenvolvimento socioemocional humano
permanente.
“Prestação de consultoria interna relacionada ao treinamento e ao desenvolvimento dos
profissionais na organização hospitalar”. (ALMEIDA, 2006).

Da cultura do ensino para a cultura da comunicação

Outro dado interessante a relatar diz respeito aos debates sobre a comunicação
profissional que apontam para “novos métodos” que não são tão novos, pois enfocam questões
já conhecidas, como a própria necessidade de mudanças de métodos e a aprendizagem ativa. O
perigo dessa visão está em poder provocar atitudes do tipo “isso sempre se fez assim”,
essencialmente inibidor da vontade de inovar.
Sobre a inovação, esta implica novas formas de pensar pedagogicamente, outro
profissionalismo didático-metodológico, isto é, implica assumir uma dimensão da
aprendizagem na qual é possível o desenvolvimento das faculdades da comunicação humana.
(FERREIRA, 2008)
12

Quanto aos métodos e às relações sociais, estes implicam muito mais do que já
conhecido. Observamos certa ênfase nas metodologias que, de algum modo, centram-se no
profissional, especialmente no âmbito hospitalar.

Trata-se, pois, da sensibilização em favor da criatividade para a auto-regulação, do


abandono da ilusão da crença de poder planejar e dominar e, ainda, da capacitação
profissional do médico/enfermeiro para que atue eticamente em função das
necessidades da situação, em cada caso. (FERREIRA, 2008:108)

A partir do exposto, podemos afirmar que o conceito didático norteador da mudança dos
métodos é essencial para uma postura mais aberta diante das questões de formação/treinamento
para a atuação do pedagogo na instituição hospitalar. (FERREIRA, 2008:108)
Para uma atuação mais efetiva em termos do desenvolvimento de relações interpessoais
no contexto da sociedade atual, é necessário que o profissional da saúde tenha acesso aos
métodos de aprendizagem orientados para a experiência, tornando-se capaz de manejá-los
segundo critérios menos centrados nele mesmo (WITTWER, 1992). Cabe ressaltar que as
experiências mais amplas, como capacidade de resolver problemas e capacidade de trabalhar
de forma mais independente, serão desenvolvidas tão somente em contextos de aprendizagem
apropriados (MÜNCH, 1993).

O profissional em saúde tem de aprender a ser mais flexível e permitir, ao planejar


uma atividade de formação profissional, que a aprendizagem seja realizada pelos
aprendizes e que as metas esperadas de cada um (possibilidades de desempenho de
cada aluno) sejam claramente definidas e informadas ao aprendiz. (MEYER, 1987,
p.65)

A formação e o aperfeiçoamento do pedagogo hospitalar na comunicação entre os médicos


e enfermeiros nas instituições hospitalares

No contexto atual, consideram-se como requisitos principais de um departamento de


recursos humanos ou de um setor responsável pela formação profissional a elevação do
potencial de aprendizagem existente nos demais departamentos e o fortalecimento da
comunicação no espaço de trabalho.
Essa nova postura provoca uma redefinição do papel do pedagogo hospitalar, que se faz
ainda mais presente e responsável pela comunicação entre os membros da equipe
multiprofissional de saúde. Entende-se este profissional como “um mediador/instrutor ocupado
com a profissionalização de adultos” que organiza cursos como gestão do tempo, treinamento,
comunicação e desenvolvimento, cede lugar à ideia de um assessor para assuntos de processos
13

de formação e desenvolvimento organizacional que atua (ele próprio) a partir de critérios


estratégicos. (HÖLTRHOFF, 1989)
Na perspectiva desta concepção orientada para o desenvolvimento, a responsabilidade
quanto ao aperfeiçoamento profissional passa a ser compartilhada por todos os níveis
organizacionais, e a decisão passa a uma instância cada vez mais diretiva. Ao pedagogo
hospitalar, como já dito anteriormente, cabe um papel/uma função de assessoramento e apoio e
facilitador de relações interpessoais.
As questões pontuadas neste item tomam como referências principais as contribuições
de Perrenoud (2002) acerca dos novos perfis exigidos pela sociedade atual em termos de uma
formação pautada muito mais no desenvolvimento de competências e habilidades do que no
domínio puramente teórico ou prático de um determinado conhecimento e/ou função. A partir
do autor aqui mencionado, podemos inferir no que diz respeito à pedagogia hospitalar e no que
se refere ao desenvolvimento de competências e habilidades, sobretudo àquelas relacionadas à
capacidade de resolução de situações-problema, em específico, a comunicação da equipe
multiprofissional.
Nessa perspectiva, cabe destacar a relevância que o desenvolvimento de competências
e o exercício destas têm no âmbito das organizações hospitalares, pois, refere-se à capacidade
de adequar/transformar conhecimentos e tecnologias. Considerando-se que, por outro lado,
competência remete à ideia de pessoalidade, é necessário quer o pedagogo hospitalar
compreenda que, no contexto hospitalar, os conhecimentos demandados ou construídos
refletem os significados construídos pelas pessoas que compõem a organização. Dito de outro
modo, o conhecimento é sempre pessoal. Daí a necessidade de ter presente que:

O ponto fundamental é o fato de que as competências comunicacionais representam


potenciais desenvolvidos sempre com contextos de relações significativas,
prefigurando ações a serem realizadas em determinado âmbito de atuação (...). Assim
as formas de realização das competências foram chamadas de habilidades (...). As
competências constituem, portanto, padrões de articulação do conhecimento a serviço
da inteligência (PERRENOUD, 2002: 144-146)

A partir do exposto, destacam-se algumas competências consideradas essenciais à


configuração de um perfil adequado ao pedagogo hospitalar nas organizações hospitalares. São
elas:
14

a) Trabalhar em equipe

O trabalho em equipe é uma marca das organizações contemporâneas. Portanto, o


desenvolvimento da competência da regulação é indispensável à manutenção da própria equipe.
Em outras palavras, em uma equipe, sempre existem alguns elementos que exercem forte
influência sobre as decisões ou os comportamentos dos pares; outros passam a impressão de
que apenas se submetem às determinações do líder. A regulação, aqui, representa a
possibilidade de propor o equilíbrio do grupo a partir da criação de oportunidades de expressão
e comunicação dos membros da equipe, sem o que ela não sobreviverá.
Acrescenta-se, ainda, que trabalhar em equipe pressupõe entender que a cooperação e a
comunicação é um valor profissional. Isso nem sempre pode ser observado nas equipes. As
resistências manifestadas em relação à cooperação/comunicação ou ao trabalho em equipe
devem-se, especialmente, ao medo que seus membros têm de serem devorados ou dominados
pelo grupo ou mesmo pelo líder. Outra faceta da resistência diz respeito a que uma postura
entusiasta pode arrefecer diante da percepção de que não se sabe agir de modo cooperativo,
levando os membros da equipe ao estresse. Perrenoud (2000: p. 82) distingue três grandes
competências, a partir de Gather Thurler:

1. Saber trabalhar eficazmente em equipe e passar de uma “pseudo-equipe” a uma


verdadeira equipe.
2. Saber discernir os problemas de comunicação que requerem uma concepção
intensiva. Ser profissional não é trabalhar em equipe “por principio”, é saber fazê-
lo conscientemente, quando for mais eficaz. É, portanto, participar de uma cultura
de cooperação e comunicação, estar aberto para ela, saber encontrar e negociar as
modalidades de trabalho em função dos problemas a serem resolvidos.
3. Saber perceber, analisar e combater resistências, obstáculos, paradoxos ligados à
cooperação e a comunicação, saber auto-avaliar, lançar um olhar compreensivo
sobre um aspecto da profissão que jamais será evidente, haja vista sua
complexidade.
Acrescenta, ainda, um ponto essencial a ser percebido e entendido pelo gestor em saúde:

Salientarei particularmente a segunda ideia: saber trabalhar em equipe é, também,


paradoxalmente, saber não trabalhar em equipe quando não valer a pena. A
comunicação é um meio que deve apresentar mais vantagens do que inconvenientes.
É preciso abandoná-la se, por exemplo, o tempo de acordos e a energia psíquica a
requeridos para chegar a um consenso forem desproporcionais aos benefícios
esperados. Uma equipe duradoura tem um saber insubstituível: dá aos seus membros
uma ampla autonomia de concepção ou de realização cada vez que não for
indispensável dar-se às mãos... (PERRENOUD, 2000:82)
15

Ratificamos, portanto, a flexibilidade de postura necessária para entender que a


comunicação nem sempre significa um projeto comum. Refere-se ao entendimento de que a
cooperação/comunicação implica, antes, a necessidade de entrar em acordo a respeito de
procedimentos e/ou atitudes em um determinado momento acerca da realização de uma
atividade, tarefa ou projeto. Nem sempre é fácil entender que tantas são as alianças/os acordo
quantas forem às pessoas e as tarefas a serem realizadas. Um dado importante a acrescentar é o
de que uma equipe que no início tem apenas uma tarefa em comum pode desenvolve/criar uma
rede de cooperação e comunicação em projetos posteriores. Isso ocorre na medida em que cada
um percebe a definição clara do seu papel e função tanto no projeto quanto na organização.

b) Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões

Conduzir uma reunião nem sempre é uma tarefa simples, embora não represente,
necessariamente, uma tarefa especializada. Conduzir uma reunião significa muito mais do que
distribuir a fala dos participantes ou controlar para que a pauta seja respeitada; significa “dar
vida” à equipe que dela participa. Para que esse papel seja exercido a contento, é primordial
que a equipe não confunda liderança com autoridade administrativa.

c) Enfrentar e analisar em conjunto situações complexas, práticas e problemas


profissionais

Um dos problemas a ser enfrentado pelo gestor em saúde diz respeito às constantes
reclamações e insatisfações sobre trabalho, sobre a organização. Nesse sentido, “uma equipe
perde o vigor, se não consegue trabalhar sobre o trabalho.” (HUTMACHER apud
PERRENOUD, 2002:89). Acrescentamos que:

O verdadeiro trabalho de equipe começa quando os membros se afastam do “muro das


lamentações” para agir, utilizando toda a zona de autonomia disponível e toda a capacidade de
negociação de um ator coletivo que esta determinada, para realizar seu projeto, a afastar as
restrições institucionais e a obter novos recursos e os apoios necessários.

Um cuidado a ser tomado é o de que o desejo de analisar e refletir sobre as práticas não
assuma a dimensão de puro ativismo, o que acabaria por prejudicar a melhoria dos desempenhos
individuais e organizacionais.
Um dado importante, aqui, é o de que o funcionamento de uma equipe depende da
maturidade, da estabilidade, da serenidade das pessoas que a compõem. O papel de mediação
16

exercido pelo gestor em saúde torna-se primordial na prevenção dos conflitos. Embora seja
inerente às relações humanas, há de se ter cuidado para trabalhar intelectualmente sobre o que
reúne e o que separa, desenvolvendo-se formas de lucidez que permitam uma maior clareza
sobre os “reais” desafios do conflito que surge. Essa postura permite que se tenha uma visão
menos emocional da realidade de modo que se “desdramatizem” os conflitos e seus efeitos,
assumindo que a ideia de equipe como um “paraíso relacional” é um mito a ser ultrapassado,
especialmente pelo gestor em saúde diante da comunicação entre a equipe multiprofissional de
saúde.

Relações interprofissionais

De acordo com Simeoni e De Santi (2012), a verdadeira natureza da assistência à saúde


implica no estabelecimento de relações colaborativas entre os profissionais, os pacientes e suas
famílias, uma vez que nenhuma profissão ou especialidade responde por si só às necessidades
de saúde de uma pessoa.
A diversidade de fatores que influenciam o estado de saúde das pessoas, a crescente
complexidade das intervenções clínicas e a grande prevalência de doenças crônicas, associadas
e múltiplas em pacientes mais idosos exigem a intervenção de profissionais capazes de trabalhar
em conjunto de forma abrangente e dinâmica.
A combinação de conhecimento, capacidades técnicas e de relação peculiares a cada
profissional de saúde representa atualmente o mecanismo mais eficaz para a obtenção dos
objetivos assistenciais. (SIMEONI E DE SANTI, 2012)
“Colaborar” significa trabalhar todos os dias com outros profissionais (médicos de
várias especialidades, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, psicólogos etc.) para obter
um benefício compartilhado e alcançar um objetivo comum. Em saúde, esse conceito é
praticamente inseparável daquele de excelência e não pode ser interpretado apenas em termos
de altruísmo, mas também como um modo de alcançar objetivos comuns num esquema de
interdependência. “Colaboração” significa, portanto, resolução por meio de decisões e
responsabilidade compartilhada e coordenação de ações individuais para a obtenção dos
objetivos. (SIMEONI E DE SANTI, 2012).
17

3. ANÁLISE DA PROBLEMÁTICA

Diante das atribuições do pedagogo hospitalar vistas no referencial teórico e da


problemática analisada neste estudo que é o enfrentamento a Pandemia do COVID-19 e que
acabam afetando o emocional dos profissionais em Saúde, este projeto apresenta um plano de
melhoria onde são expostas ações junto aos profissionais de modo que os mesmos participem
individual e coletivamente de situações motivacionais e de aprendizagem para lidar socio-
emocionalmente com o momento em que o país enfrenta.
Para tanto a Organização de Saúde que apresentou o problema no Estado do Paraná,
contratará um pedagogo hospitalar e solicitará ao mesmo um Plano de melhorias expondo a
situação de estresse emocional em que o quadro de funcionários se encontra e o mesmo deverá
apresentar o rol de ações para avaliação da gestão hospitalar.
18

4. PROPOSTA DE MELHORIAS

Plano de Melhorias junto a equipe de Saúde/ linha de frente no Combate a COVID-19 n

Área de Público- Atividades Resultado esperados


Atuação
alvo Realizadas (Ações a
Da Pedagogiaa
Hospitalar serem desenvolvidas)
Hospital Público no Equipe 1-Anamnese individual Espera-se que este
Estado do Paraná Multiprofissi com cada profissional plano traga
onal em mediante protocolo estabilidade nas
Saúde específico. relações interpessoais
atuante na entre os profissionais
linha de 2-Aplicação de Q.D.O e principalmente
frente no (Questionário
combate a contemple os
Diagnóstico
Pandemia do Organizacional) para profissionais junto ao
COVID-19 análise e levantamento equilíbrio de suas
no Estado do das problemáticas emoções no
Paraná, vivenciadas no ambiente enfrentamento a
pedagogo de trabalho. Pandemia da COVID-
hospitalar, 19, pois é de suma
psicólogo. 3- Realização de importância que o
palestras sobre o profissional esteja
enfrentamento da com sua mente e suas
COVID-19 em outros emoções saudáveis
estados e países. para auxiliar os
pacientes acometidos
4- Apresentação de
por essa doença,
vídeos com relatos de
histórias de sucesso no
combate a COVID-19

5- Estudo de artigos da
PEBMED já com
resultados de estudos
científicos sobre a
COVID-19 e
tratamentos utilizados.

6- Tratativas de ordem
emocional (dinâmicas
de grupo).

7- Rodas de conversa
sobre ações de
prevenção aos
problemas de ordem
emocional em meio a
Pandemia.
19

8- Sociabilização de
vivências entre os
profissionais junto aos
pacientes acometidos
pela COVID-19.

9- Organização de um
memorial com as
vivências dos
profissionais.

10- Organização de uma


reunião com a gestão
hospitalar junto aos
funcionários e pedagogo
hospitalar para formação
continuada e
permanência das ações
de trabalho junto a
equipe.
20

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dando encerramento a esta atividade vale ressaltar que as oportunidades de melhoria


mapeadas foram realizar atividades em grupo e dinâmicas continuadas junto aos profissionais
em Saúde que estão atuando na linha de frente no combate a Pandemia do COVID-19 no Estado
do Paraná, onde levantou-se a situação-problema que encontra-se em anexo a este trabalho. As
prioridades de ação a serem implementadas pela instituição são parcerias com profissionais
como o pedagogo hospitalar e também psicólogos para dar assistência aos profissionais no
aspecto socioemocional, de modo que os mesmos tenham atendimento no ambiente de trabalho,
não precisando buscar suporte em outros locais e até mesmo que esses profissionais atuem com
ações preventivas para que diminuam os afastamentos dos médicos e enfermeiros por
problemas de ordem emocional neste momento de Pandemia.
Espera-se que estas ações prioritárias venham agregar benefícios na instituição
hospitalar junto a saúde do profissional em saúde para que o mesmo possa continuar
desempenhando suas atividades com excel~encia, garantindo o cuidado, a atenção básica, a
urgência e emergência e os cuidados específicos no contexto da COVID-19.
Os objetivos específicos expostos neste projeto foram contemplados onde foram
identificadas as principais causas que dificultam o enfrentamento a Pandemia do COVID-19 e
que acabam afetando o aspecto mental e emocional dos profissionais em Saúde que é a falta de
ações conjuntas da organização hospitalar para auxiliar seus profissionais neste contexto, porém
com o Plano de Melhoria, esta falha já pode ser atenuada. Outro objetivo levantado foi a análise
das ações possíveis de serem implementadas nas instituições de Saúde para garantir a
permanência dos profissionais em suas atividades laborais, reduzindo os afastamentos e a
sobrecarga das equipes de trabalho, onde foi destacado um rol de ações que podem ser
trabalhados com os colaboradores da instituição no escopo do plano e por fim cumprindo o
último objetivo foi exposto e organizado no Plano de Melhoria as ações de prevenção e as ações
de formação continuada junto aos profissionais em saúde que possam atenuar os danos sociais,
emocionais e mentais causados pela Pandemia.
21

REFERÊNCIAS

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Brasport, 2006.

CARVALHO, E.C.; BACHION, M.M. Abordagens teóricas da comunicação humana e sua


aplicação na Enfermagem. In: STEFANELLI, M.C.; CARVALHO, E.C. (org.) A comunicação
nos diferentes contextos da enfermagem. Barueri, SP: Manole, 2005.

BERSUSA, A.A.S.; RICCIO, G.M.G. Trabalho em Equipe _ Instrumento Básico de


Enfermagem. In: CIANCIARULLO, T.I. Instrumentos básicos para o cuidar. Um desafio
para a qualidade da assistência. São Paulo: Atheneu, 2006.

BITTES JUNIOR, A.; MATHEUS, M.C.C. Comunicação. In: CIANCIARULLO, T.I.


Instrumentos básicos para o cuidar. Um desafio para a qualidade da assistência. São
Paulo: Atheneu, 2006.

FERREIRA, V.G. Gerência de qualidade total. Belo Horizonte, 2008.

HÖLTRHOFF, D. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1989.

LOPES, TRINDADE, CARVALHO e CADINHA. Pedagogia empresarial: uma nova


concepção de aprendizagem nas organizações. Rio de Janeiro, 2006.

MEYER, V. RH como facilitador no desenvolvimento da inteligência emocional. Rio de


Janeiro: o autor, 1987.

MUNCH, B. Marketing do treinamento. São Paulo: Nobel, 1993.

PEDUZZI, M.; CIAMPONE, M.H.T. Trabalho em equipe e processo grupal. In: KURCGANT,
P. (coord). Gerenciamento em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

PERRENOUD, P. e THURLER, M.G. As competências para o século XXI. Porto Alegre:


Artmed, 2002.

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saúde. 2. ed. São Paulo: Editora Gente, 2006.

SIMEONI, Ioli, DE SANTI, Anna Maria. Comunicação em enfermagem: colaboração entre


profissionais de saúde. Yendis, São Paulo, 2012.
22

STEFANELLI, M.C.; CARVALHO, E.C.; ARANTES, E.C. Comunicação e enfermagem. In:


STEFANELLI, M.C.; CARVALHO, E.C. (org.) A comunicação nos diferentes contextos da
enfermagem. Barueri, SP: Manole, 2005.

WITTWER. I. Administração do desempenho: metodologia gerencial da excelência. Rio de


Janeiro: Qualitymark Ed. ABRH – Nacional, 1992.
23

ANEXOS
24

Coronavírus: cuidados em saúde


mental para trabalhadores da Saúde
Orientações do Conselho Regional de Psicologia do Paraná para quem não pode parar neste
momento de combate ao novo coronavírus

Sobre: Profissionais da saúde devem cuidar da saúde mental diante do atual cenário
Créditos: Freepik
Equipes de Limpeza, Maqueiros, Técnicos de Enfermagem, Enfermeiros, Fisioterapeutas,
Biomédicos, Médicos e, em muitos casos, Psicólogos são algumas das profissões que estão na
linha de frente no combate à Covid-19, infecção causada pelo coronavírus. Estes profissionais
atuam nos leitos e ambientes dos serviços de saúde que recebem quem precisa de atenção
médica e, por isso, para boa parte dessas profissões não é possível o isolamento social ou
quarentena.

Neste momento, a situação de crise se soma à sobrecarga de trabalho, à falta de recursos e às


equipes reduzidas em um contexto que pode colocar em risco a saúde mental destes
profissionais. Por isso, alguns cuidados são essenciais.
25

A coordenadora da Comissão de Psicologia Hospitalar do Conselho Regional de Psicologia do


Paraná (CRP-PR), Manuela Pimentel Leite (CRP-08/22419), orienta que, primeiramente, é
preciso que os profissionais cuidem de suas necessidades básicas, como higiene, alimentação,
descanso e convívio social. “É importante realizar intervalos durante e entre suas jornadas de
trabalho, alimentar-se de forma equilibrada e manter contato com familiares e amigos, ainda
que por meios digitais, de forma a manter-se vinculado a uma rede de apoio psicossocial”,
afirma. Para Manuela, além do trabalho, é importante manter atividades de lazer e prazerosas,
tais como atividades físicas, meditação e hobbies.

Leia também - Isolamento domiciliar: o que fazer se apresentar sintomas do novo


coronavírus

Leia também - Coronavírus: Sistema Unimed elabora guias com orientações para ajudar
a população durante a pandemia

A psicóloga comenta que o estresse é uma experiência que certamente será sentida por
muitas(os) profissionais de saúde neste período de crise, visto ser um momento de grande
mobilização da categoria. “Assim, senti-lo neste contexto não é um sinal de que o profissional
não pode mais exercer o seu trabalho, mas sim um lembrete para redobrar a atenção nos
cuidados com sua saúde emocional”, alerta.

Acolhendo o medo

O medo – como o receio de levar o vírus para casa e atingir familiares, por exemplo – também
é um sentimento que pode estar presente, explica Manuela. Nessas horas, é essencial estar
munido de informações, realizar uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
e seguir as orientações de prevenção. “Conversar com colegas de trabalho pode auxiliar a
formar uma rede de apoio, pois podem estar passando por situações semelhantes, assim como
auxilia a elaborar estratégias para minimizar este sentimento”, acrescenta a psicóloga.

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Nesse aspecto, Bianca Louise Lemes (CRP-08/12093), psicóloga que também compõe a
Comissão de Psicologia Hospitalar do CRP-PR, lembra que muitos trabalhadores que estão nas
equipes têm renda reduzida e precisariam ter acesso ampliado a políticas públicas de saúde
mental. “São pessoas que algumas vezes não têm condições de deixar um idoso em isolamento
domiciliar porque, muitas vezes, há poucos cômodos na casa e não há ninguém com quem essa
pessoa possa dividir os cuidados. Esse trabalhador precisa mais do que nunca de orientação e
de acolhimento”, alerta. “Daí a importância da valorização das políticas públicas de saúde e da
oferta em saúde mental. É preciso realizar muito mais em relação ao atendimento em saúde
mental do trabalhador da saúde durante todo o ano, não só quando temos uma epidemia”,
defende.
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Gerenciando os recursos disponíveis

Para Manuela, é preciso que profissionais de saúde busquem manter a calma e viver a realidade
com os recursos disponíveis naquele momento, inclusive os seus próprios – priorizar seus
recursos psíquicos para gerenciar o aqui-agora, sem se colocar na pior situação
antecipadamente. “Vale lembrar de situações semelhantes e quais recursos foram empregados
para solucioná-las”, explica.

Ainda assim, os trabalhadores da saúde podem manifestar sentimentos de impotência e culpa


diante da alta demanda de trabalho, porém é preciso lembrar de todas as contingências que
determinam esta situação, minimizando a responsabilização individual de uma situação que
ocorre em âmbito social e coletivo.

Lidando com perdas

Outro aspecto que pode gerar sentimentos como frustração, culpa e impotência, é a perda de
pacientes, ainda mais diante de momentos de crise na saúde coletiva. A reação de cada
profissional pode variar de acordo com seus recursos cognitivos, emocionais, sociais e
espirituais, assim como experiências anteriores similares.

“É importante destacar que, diante de catástrofes, a elaboração do luto é tanto individual quanto
coletiva. Existe uma mobilização social em torno das perdas – as pessoas choram não só por
aqueles que se foram, mas também pelas suas próprias dores em meio às incertezas e angústias
geradas pelo evento adverso. Além disso, diante da morte mobilizam-se recursos psíquicos para
significação deste acontecimento, daí a importância dos profissionais compreenderem em qual
contexto estão trabalhando e quais contingências influenciam neste desfecho – fatores
biológicos e políticas públicas, por exemplo. Assim, amplia-se o fato para além da
responsabilização individual, retomando seu caráter coletivo”, comenta Manuela.

Cuidando de quem cuida

Os profissionais de saúde, diante da alta carga de trabalho e de estresse, podem manifestar sinais
de esgotamento tais como: dificuldades para dormir, prejuízo das atividades laborais e de
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autocuidado e sentimentos de raiva, ansiedade, solidão e medo. Podem ainda manter-se em


estado de alerta, com necessidade constante de informações sobre a epidemia e perguntas
persistentes aos familiares e colegas sobre seus estados de saúde.

“Em um quadro como este, é importante sinalizar à pessoa a percepção de que ela se encontra
fragilizada e incentivá-la a buscar ajuda de profissionais de saúde mental, sem confundir
fragilidade com fraqueza ou inabilidade de lidar com a situação. A exposição de profissionais
de saúde nestes momentos os coloca como vulneráveis ao adoecimento psíquico, sendo
fundamental respeitar os limites humanos ao entrar em contato com uma carga tão grande de
sofrimento e angústia”, alerta Manuela.

Bianca lembra que colegas não-psicólogos podem também acolher e auxiliar a identificar
quando é preciso buscar ajuda. “É importante estar disposto a ouvir, consultando se a pessoa
deseja falar sobre seus sentimentos e respeitando se ela não quiser conversar. Em casos mais
graves, cabe também procurar a chefia imediata ou o departamento de recursos humanos para
passar o caso e possibilitar que a ou o colega receba ajuda profissional especializada de
Psicólogos ou psiquiatras”, orienta.

A psicóloga também recomenda que, neste momento, gestores dos serviços de saúde possam
atuar de forma ativa, oferecendo informações para colaborar na redução dos níveis de
ansiedade. “Fixar informativos nos locais próximos ao ponto ou de circulação dos profissionais
e se colocar disponíveis para a escuta poderá fazer com que o trabalhador ou a trabalhadora
perceba que não está sozinha e que tem o apoio da instituição”.

“Minimizar o sofrimento psíquico das equipes permite o melhor desempenho de suas funções.
O gestor que fornecer apoio, monitorar o estresse e reforçar procedimentos de segurança irá
fazer com que seus colaboradores se sintam cuidados em momentos difíceis”, concorda
Manuela.

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Prevenção também vale para saúde mental

A psicóloga Bianca ressalta que a prevenção também deve estar presente quando se fala sobre
saúde mental. “As instituições precisam dar capacitações e treinamentos, se adiantando às
epidemias ou outras emergências. Há uma grande diferença entre fazer um preparo gradual ou
a necessidade de uma ação emergencial. Essa experiência também pode nos ajudar a refletir
sobre qual o apoio em saúde mental que se dá ao trabalhador em outros momentos. As
dificuldades ficam ressaltadas na crise, mas estão presentes no dia a dia das equipes de saúde”,
avalia.

“Aqui cabe perguntar, temos psicólogas ou psicólogos presentes em número suficiente para
oferecer esse atendimento nos serviços de saúde? Compreendendo que esse é um serviço que
não pode ser prestado pela mesma equipe que dá assistência aos pacientes. São questões
diferentes, que podem envolver questões íntimas, de cunho familiar ou até mesmo chefias,
colegas em comum, estruturas administrativas, por isso demandam profissionais específicos
para esse atendimento. Esta é uma reflexão que esse momento nos proporciona e precisamos
avançar sem esperar a próxima crise”, alerta a profissional.

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