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SÃO PAULO
2020
REGINA LESSA TAKADUMA CHRISTOFOLETTI
Orientador(es): Prof.
SÃO PAULO
2020
RESUMO
Este projeto integrador traz em seu bojo a questão do enfrentamento a Pandemia do COVID-
19 no Brasil, tratando em específico dos profissionais em Saúde que atuam na linha de frente
no combate ao Coronavírus, onde foi diagnosticado, no Estado do Paraná, em especial na cidade
de Curitiba, que médicos e enfermeiros estão adoecendo física e mentalmente por não
suportarem o estresse e a pressão de trabalhar em hospitais que apresentam poucos recursos,
sobrecarga de horas de trabalho e equipes de trabalho reduzidas devido ao afastamento de
muitos colaboradores. Partindo deste diagnóstico, este projeto, utilizando-se de aportes teóricos
da Pedagogia Hospitalar alinhados a prática, expôs em seu planejamento um rol de ações a
serem trabalhadas junto a equipe multiprofissional em saúde que atua no combate a Pandemia
da COVID-19, estruturando ações que venham auxiliar no âmbito educacional e
socioemocional aqueles que tanto necessitam estar saudáveis física, emocional e mentalmente
neste momento tão delicado em que o país atravessa.
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 8
1.1 Objetivos do trabalho ............................................................................................... 8
1.2 Objetivo específico ....................................................................................................... 9
2. REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................... 10
3. ANÁLISE DA PROBLEMÁTICA ............................................................................... 17
4. PROPOSTA DE MELHORIAS .................................................................................... 18
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 20
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 20
ANEXOS...................................................................................................................... 23
Coronavírus: cuidados em saúde mental para trabalhadores da Saúde................................... 24
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1. INTRODUÇÃO
Este projeto tem como intuito principal analisar como se dá o enfrentamento ao estresse
emocional sofrido por profissionais da Saúde que atuam na área de frente no combate da
Pandemia da Covid-19 no Brasil, expondo o compromisso que a organização hospitalar tem
junto a equipe no concerne a promoção de ações que primem pela preservação das habilidades
socioemocionais de seus colaboradores através da Pedagogia Hospitalar e suas especificidades.
Diante da matéria apresentada no site Saúde e Debate onde abordou-se a temática
“Coronavírus: cuidados para saúde mental e emocional para trabalhadores em Saúde”,
onde foi delineado o cenário do Estado do Paraná, demonstrando que a situação de crise somada
à sobrecarga de trabalho, à falta de recursos e às equipes reduzidas têm causado danos
significativos junto aos médicos e enfermeiros que, por sua vez, acabam até se afastando do
trabalho, por não conciliar o estado físico com o emocional,
De acordo com a psicóloga Manuela Pimentel Leite (CRP-08/22419), citada na matéria,
é necessário que os profissionais cuidem de suas necessidades básicas, como higiene,
alimentação, descanso e convívio social para manter a sanidade socioemocional.
É importante realizar intervalos durante e entre suas jornadas de trabalho, alimentar-
se de forma equilibrada e manter contato com familiares e amigos, ainda que por
meios digitais, de forma a manter-se vinculado a uma rede de apoio psicossocial.
(LEITE, Manuela, 2020)
2. REFERENCIAL TEÓRICO
A comunicação existe, portanto, para dar suporte tanto em relação à estruturação das
mudanças quanto em relação à ampliação e à aquisição de conhecimento no espaço
organizacional. A comunicação “promove a reconstrução de conceitos básicos, como
criatividade, espírito de equipe e autonomia emocional e cognitiva”. (LOPES,
2006:74)
Ratificando esse olhar sobre a comunicação, Almeida (2006) afirma que o foco desta é
“qualificar os profissionais para atuarem no âmbito hospitalar, visando os (sic) processos de
planejamento, capacitação, treinamento, atualização e desenvolvimento do corpo funcional do
hospital”.
Do ponto de vista de atuação do pedagogo hospitalar, Almeida (2006) lista várias áreas,
tais como:
Coordenação de ações culturais que facilitem as esferas de comunicação com as equipes
de saúde.
Desenvolvimento de recursos humanos em hospitais por meio de capacitações
específicas.
Elaboração de políticas públicas visando à melhoria dos serviços à população em
hospitais nas esferas municipais, estaduais e federais.
Gestão e desenvolvimento em centros de convivência.
Em termos de gestão de pessoas, ainda, enumera:
Coordenação de equipes multidisciplinares no desenvolvimento de projetos.
Utilização de métodos educacionais para uma aprendizagem organizacional
significativa e sustentável no cenário hospitalar em momentos de Pandemia.
Geração de mudanças culturais no ambiente de trabalho.
Definição de políticas voltadas ao desenvolvimento socioemocional humano
permanente.
“Prestação de consultoria interna relacionada ao treinamento e ao desenvolvimento dos
profissionais na organização hospitalar”. (ALMEIDA, 2006).
Outro dado interessante a relatar diz respeito aos debates sobre a comunicação
profissional que apontam para “novos métodos” que não são tão novos, pois enfocam questões
já conhecidas, como a própria necessidade de mudanças de métodos e a aprendizagem ativa. O
perigo dessa visão está em poder provocar atitudes do tipo “isso sempre se fez assim”,
essencialmente inibidor da vontade de inovar.
Sobre a inovação, esta implica novas formas de pensar pedagogicamente, outro
profissionalismo didático-metodológico, isto é, implica assumir uma dimensão da
aprendizagem na qual é possível o desenvolvimento das faculdades da comunicação humana.
(FERREIRA, 2008)
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Quanto aos métodos e às relações sociais, estes implicam muito mais do que já
conhecido. Observamos certa ênfase nas metodologias que, de algum modo, centram-se no
profissional, especialmente no âmbito hospitalar.
A partir do exposto, podemos afirmar que o conceito didático norteador da mudança dos
métodos é essencial para uma postura mais aberta diante das questões de formação/treinamento
para a atuação do pedagogo na instituição hospitalar. (FERREIRA, 2008:108)
Para uma atuação mais efetiva em termos do desenvolvimento de relações interpessoais
no contexto da sociedade atual, é necessário que o profissional da saúde tenha acesso aos
métodos de aprendizagem orientados para a experiência, tornando-se capaz de manejá-los
segundo critérios menos centrados nele mesmo (WITTWER, 1992). Cabe ressaltar que as
experiências mais amplas, como capacidade de resolver problemas e capacidade de trabalhar
de forma mais independente, serão desenvolvidas tão somente em contextos de aprendizagem
apropriados (MÜNCH, 1993).
a) Trabalhar em equipe
Conduzir uma reunião nem sempre é uma tarefa simples, embora não represente,
necessariamente, uma tarefa especializada. Conduzir uma reunião significa muito mais do que
distribuir a fala dos participantes ou controlar para que a pauta seja respeitada; significa “dar
vida” à equipe que dela participa. Para que esse papel seja exercido a contento, é primordial
que a equipe não confunda liderança com autoridade administrativa.
Um dos problemas a ser enfrentado pelo gestor em saúde diz respeito às constantes
reclamações e insatisfações sobre trabalho, sobre a organização. Nesse sentido, “uma equipe
perde o vigor, se não consegue trabalhar sobre o trabalho.” (HUTMACHER apud
PERRENOUD, 2002:89). Acrescentamos que:
Um cuidado a ser tomado é o de que o desejo de analisar e refletir sobre as práticas não
assuma a dimensão de puro ativismo, o que acabaria por prejudicar a melhoria dos desempenhos
individuais e organizacionais.
Um dado importante, aqui, é o de que o funcionamento de uma equipe depende da
maturidade, da estabilidade, da serenidade das pessoas que a compõem. O papel de mediação
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exercido pelo gestor em saúde torna-se primordial na prevenção dos conflitos. Embora seja
inerente às relações humanas, há de se ter cuidado para trabalhar intelectualmente sobre o que
reúne e o que separa, desenvolvendo-se formas de lucidez que permitam uma maior clareza
sobre os “reais” desafios do conflito que surge. Essa postura permite que se tenha uma visão
menos emocional da realidade de modo que se “desdramatizem” os conflitos e seus efeitos,
assumindo que a ideia de equipe como um “paraíso relacional” é um mito a ser ultrapassado,
especialmente pelo gestor em saúde diante da comunicação entre a equipe multiprofissional de
saúde.
Relações interprofissionais
3. ANÁLISE DA PROBLEMÁTICA
4. PROPOSTA DE MELHORIAS
5- Estudo de artigos da
PEBMED já com
resultados de estudos
científicos sobre a
COVID-19 e
tratamentos utilizados.
6- Tratativas de ordem
emocional (dinâmicas
de grupo).
7- Rodas de conversa
sobre ações de
prevenção aos
problemas de ordem
emocional em meio a
Pandemia.
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8- Sociabilização de
vivências entre os
profissionais junto aos
pacientes acometidos
pela COVID-19.
9- Organização de um
memorial com as
vivências dos
profissionais.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
PEDUZZI, M.; CIAMPONE, M.H.T. Trabalho em equipe e processo grupal. In: KURCGANT,
P. (coord). Gerenciamento em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
ANEXOS
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Sobre: Profissionais da saúde devem cuidar da saúde mental diante do atual cenário
Créditos: Freepik
Equipes de Limpeza, Maqueiros, Técnicos de Enfermagem, Enfermeiros, Fisioterapeutas,
Biomédicos, Médicos e, em muitos casos, Psicólogos são algumas das profissões que estão na
linha de frente no combate à Covid-19, infecção causada pelo coronavírus. Estes profissionais
atuam nos leitos e ambientes dos serviços de saúde que recebem quem precisa de atenção
médica e, por isso, para boa parte dessas profissões não é possível o isolamento social ou
quarentena.
Leia também - Coronavírus: Sistema Unimed elabora guias com orientações para ajudar
a população durante a pandemia
A psicóloga comenta que o estresse é uma experiência que certamente será sentida por
muitas(os) profissionais de saúde neste período de crise, visto ser um momento de grande
mobilização da categoria. “Assim, senti-lo neste contexto não é um sinal de que o profissional
não pode mais exercer o seu trabalho, mas sim um lembrete para redobrar a atenção nos
cuidados com sua saúde emocional”, alerta.
Acolhendo o medo
O medo – como o receio de levar o vírus para casa e atingir familiares, por exemplo – também
é um sentimento que pode estar presente, explica Manuela. Nessas horas, é essencial estar
munido de informações, realizar uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
e seguir as orientações de prevenção. “Conversar com colegas de trabalho pode auxiliar a
formar uma rede de apoio, pois podem estar passando por situações semelhantes, assim como
auxilia a elaborar estratégias para minimizar este sentimento”, acrescenta a psicóloga.
Leia também - Novo coronavírus: o que fazer quando voltar para casa?
Nesse aspecto, Bianca Louise Lemes (CRP-08/12093), psicóloga que também compõe a
Comissão de Psicologia Hospitalar do CRP-PR, lembra que muitos trabalhadores que estão nas
equipes têm renda reduzida e precisariam ter acesso ampliado a políticas públicas de saúde
mental. “São pessoas que algumas vezes não têm condições de deixar um idoso em isolamento
domiciliar porque, muitas vezes, há poucos cômodos na casa e não há ninguém com quem essa
pessoa possa dividir os cuidados. Esse trabalhador precisa mais do que nunca de orientação e
de acolhimento”, alerta. “Daí a importância da valorização das políticas públicas de saúde e da
oferta em saúde mental. É preciso realizar muito mais em relação ao atendimento em saúde
mental do trabalhador da saúde durante todo o ano, não só quando temos uma epidemia”,
defende.
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Para Manuela, é preciso que profissionais de saúde busquem manter a calma e viver a realidade
com os recursos disponíveis naquele momento, inclusive os seus próprios – priorizar seus
recursos psíquicos para gerenciar o aqui-agora, sem se colocar na pior situação
antecipadamente. “Vale lembrar de situações semelhantes e quais recursos foram empregados
para solucioná-las”, explica.
Outro aspecto que pode gerar sentimentos como frustração, culpa e impotência, é a perda de
pacientes, ainda mais diante de momentos de crise na saúde coletiva. A reação de cada
profissional pode variar de acordo com seus recursos cognitivos, emocionais, sociais e
espirituais, assim como experiências anteriores similares.
“É importante destacar que, diante de catástrofes, a elaboração do luto é tanto individual quanto
coletiva. Existe uma mobilização social em torno das perdas – as pessoas choram não só por
aqueles que se foram, mas também pelas suas próprias dores em meio às incertezas e angústias
geradas pelo evento adverso. Além disso, diante da morte mobilizam-se recursos psíquicos para
significação deste acontecimento, daí a importância dos profissionais compreenderem em qual
contexto estão trabalhando e quais contingências influenciam neste desfecho – fatores
biológicos e políticas públicas, por exemplo. Assim, amplia-se o fato para além da
responsabilização individual, retomando seu caráter coletivo”, comenta Manuela.
Os profissionais de saúde, diante da alta carga de trabalho e de estresse, podem manifestar sinais
de esgotamento tais como: dificuldades para dormir, prejuízo das atividades laborais e de
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“Em um quadro como este, é importante sinalizar à pessoa a percepção de que ela se encontra
fragilizada e incentivá-la a buscar ajuda de profissionais de saúde mental, sem confundir
fragilidade com fraqueza ou inabilidade de lidar com a situação. A exposição de profissionais
de saúde nestes momentos os coloca como vulneráveis ao adoecimento psíquico, sendo
fundamental respeitar os limites humanos ao entrar em contato com uma carga tão grande de
sofrimento e angústia”, alerta Manuela.
Bianca lembra que colegas não-psicólogos podem também acolher e auxiliar a identificar
quando é preciso buscar ajuda. “É importante estar disposto a ouvir, consultando se a pessoa
deseja falar sobre seus sentimentos e respeitando se ela não quiser conversar. Em casos mais
graves, cabe também procurar a chefia imediata ou o departamento de recursos humanos para
passar o caso e possibilitar que a ou o colega receba ajuda profissional especializada de
Psicólogos ou psiquiatras”, orienta.
A psicóloga também recomenda que, neste momento, gestores dos serviços de saúde possam
atuar de forma ativa, oferecendo informações para colaborar na redução dos níveis de
ansiedade. “Fixar informativos nos locais próximos ao ponto ou de circulação dos profissionais
e se colocar disponíveis para a escuta poderá fazer com que o trabalhador ou a trabalhadora
perceba que não está sozinha e que tem o apoio da instituição”.
“Minimizar o sofrimento psíquico das equipes permite o melhor desempenho de suas funções.
O gestor que fornecer apoio, monitorar o estresse e reforçar procedimentos de segurança irá
fazer com que seus colaboradores se sintam cuidados em momentos difíceis”, concorda
Manuela.
Leia também - Hospitais oferecem orientação online para casos não emergenciais durante
pandemia de coronavírus
A psicóloga Bianca ressalta que a prevenção também deve estar presente quando se fala sobre
saúde mental. “As instituições precisam dar capacitações e treinamentos, se adiantando às
epidemias ou outras emergências. Há uma grande diferença entre fazer um preparo gradual ou
a necessidade de uma ação emergencial. Essa experiência também pode nos ajudar a refletir
sobre qual o apoio em saúde mental que se dá ao trabalhador em outros momentos. As
dificuldades ficam ressaltadas na crise, mas estão presentes no dia a dia das equipes de saúde”,
avalia.
“Aqui cabe perguntar, temos psicólogas ou psicólogos presentes em número suficiente para
oferecer esse atendimento nos serviços de saúde? Compreendendo que esse é um serviço que
não pode ser prestado pela mesma equipe que dá assistência aos pacientes. São questões
diferentes, que podem envolver questões íntimas, de cunho familiar ou até mesmo chefias,
colegas em comum, estruturas administrativas, por isso demandam profissionais específicos
para esse atendimento. Esta é uma reflexão que esse momento nos proporciona e precisamos
avançar sem esperar a próxima crise”, alerta a profissional.