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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES ASSOCIADAS DE

ENSINO - FAE

DAIANA ROCHA SILVA TAVARES

PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA:


RESPONSABILIDADE SOCIAL E ESTRATÉGIA
PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO
SUSTENTÁVEL

São João da Boa Vista- SP

2016
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES ASSOCIADAS
DE ENSINO - FAE

DAIANA ROCHA SILVA TAVARES

PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA:


RESPONSABILIDADE SOCIAL E ESTRATÉGIA PARA
O DESENVOLVIMENTO HUMANO SUSTENTÁVEL

Dissertação de mestrado apresentada ao


Centro Universitário da Faculdades Associadas
– FAE, como requisito para obtenção do título
de Mestre em Desenvolvimento Sustentável e
Qualidade de Vida.
Orientadora: Prof.ª Dra. Erica Passos Baciuk.

São João da Boa Vista- SP

2016
[FICHA CATALOGRÁFICA]
COLOCADA NO VERSO DA FOLHA DE ROSTO
DAIANA ROCHA SILVA TAVARES

PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: responsabilidade


social e estratégia para o desenvolvimento humano
sustentável

Dissertação apresentada ao Centro Universitário das Faculdades Associadas de


Ensino – UNIFAE, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em
Desenvolvimento Sustentável e Qualidade de Vida.
Dissertação de Mestrado defendida e aprovada em 24/08/2016.

BANCA EXAMINADORA:

____________________________________________________
Profa. Dra. Erica Passos Baciuk (Orientadora)

____________________________________________________
Profa. Dra. Lilian Gomes Villas Boas – UNIFEG

____________________________________________________
Prof. Dra. Betânia Alves Veiga Dell’Agli – UNIFAE

_____________________________________________________
Profa. Dra. Maria Helena Cirne de Toledo – UNIFAE (suplente)

SÃO JOÃO DA BOA VISTA


2016
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meu filho, meu esposo,


meus pais, meu irmão e minhas sobrinhas, que
sempre foram inesgotáveis em seu amor, apoio
e compreensão.
Este trabalho é dedicado ainda aos
profissionais de saúde e de educação que
buscam contribuir, por meio de suas ações,
para o crescimento de uma sociedade justa,
pautada em princípios de amor, tolerância e
respeito.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por me dar a vida, por me acompanhar em todos os momentos e me


possibilitar acreditar e realizar os sonhos que Ele sonhou.
A meu filho, meu esposo, meus pais, meu irmão e minhas sobrinhas, pelo
amor e pela compreensão nos longos momentos de ausência.
A minha orientadora, Erica Passos Baciuk, por me encorajar e apoiar
incansavelmente. Por sua confiança, dedicação e competência na condução deste
trabalho.
A professora, Betânia Alves Veiga Dell’Agli e Maria Helena Cirne de Toledo e
ao professor Marcolino Fernandes Neto, que enriqueceram e contribuíram com a
execução desta pesquisa.
A professora Lilian Gomes Villas Boas, por aceitar compor a banca de defesa
e por meio de sua competência, experiência e dedicação agregar positivamente a
este estudo.
Aos amigos, Paulo Eduardo Brianezi e Denise Oliveira Cândido que sempre
confiaram em meu trabalho, e que me fazem buscar e acreditar na transformação
social.
A Gerência de Saúde do Sesc – Minas Gerais, em especial a Viviane de
Melo Cardoso Ribeiro, Hélida Fonseca Rabelo, Natália Bezerra Cunha, Huiara da
Silva, Patrícia Silva Santos e Ednamar de Sousa Fernandes, que sempre me
incentivaram a buscar na educação em saúde um meio de autonomia e qualidade de
vida para os alunos e suas família.
A Faculdade Pitágoras, em especial ao professor Carlos Cesar Barbosa, que
me confiou o exercício da docência, que me possibilita exercer e acreditar em uma
educação viva e libertadora.
Aos colegas mestrandos, em especial a minha amiga Dora Oliveira, por todo
o apoio, partilha e confiança.
A Secretaria Municipal de Saúde, em especial a enfermeira Camila Bacelar e
Secretaria de Educação de Poços de Caldas, que autorizaram a realização deste
estudo.
Aos profissionais de saúde e educação que aceitaram participar desta
pesquisa, permitindo que a mesma fosse concluída.
“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos
não é senão uma gota de água no mar.
Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”.
(Madre Teresa de Calcutá)
RESUMO

Este estudo tem por objetivo apresentar a percepção dos profissionais de saúde e
da educação, de um município do sul de Minas Gerais, sobre a implantação e
execução do Programa Saúde na Escola (PSE) e sua articulação com o
Desenvolvimento Humano Sustentável. Trata-se de uma pesquisa de campo,
descritiva, com delineamento transversal e base de análise quantitativa. Foram
entrevistados profissionais que atuam em instituições pactuadas para o
desenvolvimento do PSE. Responderam a pesquisa 174 profissionais de saúde e
177 da educação, perfazendo um total de 351 profissionais. Como resultados
observou-se que ambas as categorias acreditam na contribuição do programa para a
autonomia e Qualidade de Vida (QV) do aluno e reconhecem como importante um
programa que trate de educação em saúde na escola, no entanto, este
reconhecimento apresentou-se mais presente entre os profissionais da escola. Na
percepção de ambos profissionais, a qualidade de vida e a autonomia do aluno em
saúde, dentro do PSE, apresentou elevada correlação. Os profissionais de saúde
tem uma percepção menor sobre a contribuição do PSE ao Desenvolvimento
Humano Sustentável. Como facilitadores para o desenvolvimento do PSE destacam-
se o reconhecimento dos profissionais sobre a importância dos temas abordados e
de seu papel para o desenvolvimento do programa. Como fatores que dificultam o
desenvolvimento do PSE no município estudado identificou-se escassez de reuniões
entre os dois setores envolvidos, tanto prévias quanto após a aplicação de ações,
preparo e conhecimento insuficientes para atuação com educação em saúde,
ausência de capacitações, baixa sintonia entre os temas abordados pelos
profissionais no PSE e a programação da escola, além de ausência de recursos
para o desenvolvimento das atividades. Conclui-se que o PSE pode contribuir com a
transformação social e na saúde de alunos, profissionais e da comunidade onde
estão inseridos, desde que adequadamente implantado e conduzido.

Palavras-chave: saúde na escola; qualidade de vida; desenvolvimento humano


sustentável.
ABSTRACT

This study aims to present the perception of health and education professionals, a
municipality in southern Minas Gerais, on the implementation and execution of the
School Health Program (PSE) and its relationship with Sustainable Human
Development. This is a field research, descriptive, cross-sectional design and
quantitative analysis basis. Were interviewed professionals working in institutions
agreed to the development of PSE. They responded to 174 health professionals and
177 research education, a total of 351 professionals. As a result it was observed that
both categories believe in the program's contribution to the autonomy and quality of
life (QOL) of the student and recognize how important a program that addresses
health education in school, however, this recognition has performed more present
among school professionals. In the perception of both professionals, the quality of life
and autonomy of the student in health within the PSE, showed high correlation.
Health professionals have a lower perception of the contribution of PSE to
Sustainable Human Development. As facilitators for the development of PSE include
the recognition of professionals on the importance of the themes and their role in the
development of the program. As factors that hinder the development of PSE in the
city studied was identified shortage of meetings between the two sectors involved,
both prior and after the implementation of actions, preparation and insufficient
knowledge to act with health education, lack of skills, low line between the topics
addressed by professionals in the PSE and the school schedule, and lack of
resources for development activities. We conclude that the PSE can contribute to
social change and the health of students, professionals and the community where
they live, if properly implemented and conducted.

Keywords: school health; quality of life; sustainable human development.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Mapa de ações do PSE no município estudado ..................................... 77


LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Pesquisas relacionadas ao PSE ............................................................. 36


TABELA 2: Desdobramentos das pesquisas sobre PSE nos anos de 2011 a 2015...
.................................................................................................................................. 38
TABELA 3: Pesquisas atuais sobre o PSE................................................................ 40
TABELA 4: Dados do município ................................................................................ 50
TABELA 5: Metodologias utilizadas no PSE por profissionais de saúde ................... 75
LISTA DE ABREVIATURAS E ABREVIATURAS

Bireme Biblioteca Regional de Medicina


AIDS Acquired Immunodeficiency Syndrome
DST Doença Sexualmente Transmissível
ESF Estratégia de Saúde da Família
IREPS Iniciativa Regional Escolas Promotora de Saúde
MEC Ministério da Educação e Cultura
Medline Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MS Ministério da Saúde
NASF Núcleo de Apoio à Saúde da Família
OMS Organização Mundial de Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
OPAS Organização Pan-Americana de Saúde
PCN Parâmetros Curriculares Nacionais
PIB Produto Interno Bruto
PROVAB Programa de Valorização da Atenção Básica
PSE Programa Saúde na Escola
Scielo Scientific Electronic Library Online
SME Secretaria Municipal de Educação
SMS Secretaria Municipal de Saúde
SPSS Statistical Package for Social Sciences
SUS Sistema Único de Saúde
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
1.1 Tema geral e foco do trabalho ......................................................................... 13
1.2 Justificativa ........................................................................................................ 15
1.3 Pergunta-problema............................................................................................ 16
1.4 Objetivos do trabalho........................................................................................ 16
1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 16
1.4.2 Objetivos específicos..................................................................................... 17
1.5 Hipóteses ........................................................................................................... 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 19
2.1 Política Pública de Saúde e o olhar para a Promoção e Educação em Saúde
.................................................................................................................................. 19
2.2 Desenvolvimento Sustentável e a Política Pública de Saúde........................ 22
2.3 O nascimento histórico do olhar para a saúde do escolar ............................ 24
2.4 O Programa Saúde na Escola (PSE) ................................................................ 28
2.5 Como educar em saúde? .................................................................................. 31
2.6 Pesquisas atuais sobre o PSE ......................................................................... 36

3 METODO................................................................................................................ 49
3.1 Delineamento da pesquisa ............................................................................... 49
3.2 População .......................................................................................................... 49
3.3 Local da pesquisa ............................................................................................. 50
3.3.1 O PSE no município estudado ...................................................................... 51
3.4 Variáveis de estudo ........................................................................................... 52
3.5 Instrumentos ...................................................................................................... 53
3.6 Procedimentos de coleta de dados ................................................................. 54
3.7 Análise dos dados ............................................................................................. 55
3.8 Aspectos éticos ................................................................................................. 55

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 56


4.1 Caracterização dos participantes .................................................................... 56
4.2 Percepção dos profissionais da saúde e da educação sobre a implantação
e execução do PSE e sua articulação com o Desenvolvimento Humano
Sustentável .............................................................................................................. 57
4.3 Percepção dos profissionais de saúde e de educação sobre aspectos que
facilitam e dificultam o desenvolvimento do trabalho educativo em saúde na
escola ....................................................................................................................... 62
4.4 Metodologias de trabalho utilizadas pelos profissionais de saúde para as
ações educativas desenvolvidas na escola .......................................................... 75
4.5 Mapeamento das ações do PSE desenvolvidas na escola no município
estudado: comparação e análise ........................................................................... 77

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 96

6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 98

APÊNDICE 1 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .......... 108


APÊNDICE 2 – QUESTIONÁRIO APLICÁVEL AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
................................................................................................................................ 110
APÊNDICE 3 – QUESTIONÁRIO A SER APLICADO AOS PROFISSIONAIS DE
EDUCAÇÃO ............................................................................................................ 114
13

1 INTRODUÇÃO

1.1 Tema geral e foco do trabalho

Discutir ou pensar sobre o Desenvolvimento Sustentável e Qualidade de Vida


na sociedade contemporânea remete à discussão sobre Políticas Públicas,
implantação de programas específicos e o papel de cada indivíduo enquanto
cidadão e ator neste dinâmico processo. Ao se pensar em vida com qualidade, e a
sustentabilidade desta, deve-se aprofundar a reflexão sobre seu vínculo com a
saúde e a educação da população.
A Constituição Federal Brasileira, no art. 227, prevê o direito à saúde e à
educação, e os atribui como um dever da família, da sociedade e do estado. Neste
contexto, as políticas públicas de saúde vêm ao encontro desta garantia, sendo
estas reguladas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Lei n. 8080, do
ano de 1990.
Dentre os Programas elaborados para assegurar saúde à população destaca-
se, o Programa Saúde na Escola (PSE), dos Ministérios da Saúde (MS) e do
Ministério da Educação e Cultura (MEC). Este foi instituído em 2007, pelo Decreto
Presidencial de n. 6.286, visando contribuir para que as ações educativas em saúde
possam favorecer um desenvolvimento humano integral e que articule saúde e
educação (BRASIL, 2011).
O PSE é um programa intersetorializado e propõe oferecer ações de saúde
para alunos de escolas públicas, de todos os níveis que compõem a educação
básica. Estas podem ocorrer dentro dos espaços do SUS, assim como da escola
(BRASIL, 2008).
A escola, por seu contexto individual e comunitário, torna-se espaço propício
para o desenvolvimento de atividades que possam abordar todos os aspectos do
indivíduo, sendo, portanto, local privilegiado para o desenvolvimento de ações de
promoção à saúde e prevenção de doenças (BRASIL, 2011).
Os parâmetros nacionais curriculares preconizam que os educandos
deveriam, ao curso de seu processo de aprendizagem, desenvolver habilidades para
tornarem-se protagonistas de sua própria história, de forma a serem cidadãos que
atuam frente a direitos e deveres no contexto político, civil e social, com perfil
14

condizente com a análise e a ação mediante a necessidade do outro, sendo


empático frente à situação deste. Com relação à saúde, descreve que os mesmos
deveriam ser capazes de adotar hábitos de contribuição positiva à saúde, agindo de
forma comprometida com a mesma no âmbito individual e coletivo (BRASIL, 2011).
Desta forma, os parâmetros nacionais curriculares citam que não se deve
utilizar a educação em saúde para ações pontuais ou de aplicação momentânea,
mas se faz necessário reforçar o ensino de saúde como componente de formação
do aluno, trazendo práticas que possam ser inseridas em seu cotidiano (BRASIL,
2011).
O trabalho, portanto, deve ser construído de forma interdisciplinar entre saúde
e educação, com ações conjuntas e interligadas, de funcionários de ambos os
setores, promovendo um entendimento bilateral desta necessidade. Segundo
Figueiredo, Machado e Abreu (2010), se somente existir a abordagem médica,
priorizando o controle e a prevenção de doenças, esta não apresentará efetividade
para a autonomia individual do educando.
Uma vez que se tem como busca o desenvolvimento de ações educativas
com qualidade é necessária a atuação de profissionais comprometidos com a
política proposta, dispostos a trabalhar com estratégias efetivas para tornarem o
indivíduo e sua comunidade protagonistas de sua própria história e transformação, e
principalmente dispostos a identificar e discutir as práticas adotadas para atingir os
objetivos tanto individuais como comunitários.
Cerqueira (2007) referencia que a escola é muitas vezes entendida pelo
profissional de saúde como um local para a realização de ações de prevenção de
doenças, sendo sua atuação para um público apenas receptor de informações, não
existindo envolvimento dos alunos como membros ativos no processo, segundo as
verbalizações de alguns professores.
Desta forma, o presente trabalho, por meio do reconhecimento da percepção
dos profissionais da saúde e da educação sobre o PSE pretende contribuir, no
mínimo com uma reflexão dos profissionais, para que possam rever suas práticas
para atuar de forma efetiva, provocando transformações sociais, objetivo maior do
referido programa.
A pesquisa foi estruturada em quatro capítulos, sendo que no primeiro
realizou-se a contextualização da escolha do tema e sua relevância.
No capítulo 2 construiu-se o referencial teórico da pesquisa dividindo-o entre
15

os temas relevantes do estudo, iniciando-se por uma apresentação sobre as


políticas públicas e suas interfaces com a promoção da saúde, o desenvolvimento
sustentável e a qualidade de vida. Em seguida abordou-se a concepção histórica
sobre a Educação em Saúde no ambiente escolar até efetivamente tratar-se do PSE
e por fim sobre como educar em saúde na escola, onde se apresentaram as
diversas metodologias educativas em saúde e sua aplicabilidade, finalizando com
pesquisas atuais sobre o PSE.
O capítulo 3 apresentou o método, o delineamento do estudo, os
participantes, com a descrição dos procedimentos de coleta e de análise de dados.
No capítulo 4 foram apresentados os resultados do estudo e a discussão dos
resultados.
No capítulo 5 foram estabelecidas as considerações finais, e, no capítulo 6
foram elencadas as referências bibliográficas utilizadas no desenvolvimento do
trabalho.

1.2 Justificativa

Considerando que a proposta de educar em saúde no ambiente escolar tem


sua origem e seus processos muitas vezes distantes da real necessidade da
comunidade (MACIEL, 2009) e que os profissionais de saúde e educação envolvidos
com o programa são fundamentais para a efetividade das ações, conhecer a
percepção destes sobre o PSE, torna-se uma necessidade para o aprimoramento
destas junto ao mesmo.
A educação em saúde deve respeitar a autonomia, considerar a vivência do
aluno, atentando para que as informações repassadas permitam a inserção prática
dos conhecimentos (MACIEL, 2009), possibilitando a transformação individual e
comunitária (OLIVEIRA, 2005).
Para que este processo aconteça, é necessário que os profissionais
visualizem suas ações além do foco preventivo ou meramente informativo,
considerando também o meio onde o indivíduo se insere, os contextos que o
envolvem, social e culturalmente, assim como seus anseios, desejos e
necessidades, respeitando sua autonomia (OLIVEIRA, 2005; COLOMÉ, 2012).
Assim, espera-se que a educação em saúde seja um processo que leve o
16

indivíduo a assumir o autocuidado, adotando atitudes que provoquem a melhoria de


sua vida e também do meio onde se insere (COLOMÉ e OLIVEIRA, 2012).
Desta forma, o MS (BRASIL, 2011), cita que para a construção do PSE se faz
necessária articulação entre diferentes contextos, que considerem o aluno enquanto
ser individual e coletivo e que visualizem os diversos papeis dos atores que se
envolvem neste processo, tais como pais, mães, professores, merendeiras, avós,
porteiros, entre outros.
Tendo em vista que o PSE vem com uma proposta de fortalecer a educação e
promover a saúde, justifica-se uma pesquisa que busque avaliar a percepção dos
profissionais envolvidos no programa, de forma a contribuir com o mesmo por meio
de um espaço que provoque a reflexão e a revisão sobre as ações executadas em
seu processo, com consequente transformação social e sustentabilidade ao longo de
seu caminhar.

1.3 Pergunta-problema

Qual a percepção dos profissionais da saúde e da educação sobre o PSE em


um município no sul de Minas Gerais?
A forma de implantação e execução do PSE no referido município atende às
diretrizes propostas para o mesmo?

1.4 Objetivos do trabalho

1.4.1 Objetivo Geral

Investigar a percepção dos profissionais da saúde e da educação sobre a


implantação e execução do PSE e sua articulação com o Desenvolvimento Humano
Sustentável.
17

1.4.2 Objetivos específicos

 Analisar a percepção dos profissionais de saúde e de educação sobre


aspectos que facilitam e dificultam o desenvolvimento do trabalho educativo
em saúde na escola.
 Identificar as metodologias de trabalho utilizadas pelos profissionais de saúde
para as ações educativas desenvolvidas na escola.
 Mapear as ações educativas desenvolvidas na escola no município estudado.
 Comparar e analisar as ações desenvolvidas entre as escolas pactuadas.

1.5 Hipóteses

 Os profissionais de saúde identificam como facilitadores do desenvolvimento


do trabalho educativo em saúde na escola a estrutura dos locais e o uso dos
recursos audiovisuais, a execução de atividades diretamente ligadas à
assistência, tais como avaliação antropométrica e avaliação do calendário
vacinal.
 Os profissionais de saúde identificam como fragilidades do desenvolvimento
do trabalho educativo em saúde na escola ausência de capacitações e
atuação interdisciplinar, apontada por ausência de reuniões de planejamento,
inserção dos temas de saúde no currículo escolar.
 Os profissionais da educação identificam como facilitadores do
desenvolvimento do trabalho educativo em saúde na escola o
reconhecimento da capacidade transformação de um programa
instrumentalizado de saúde.
 Os profissionais da educação identificam como fragilidades do
desenvolvimento do trabalho educativo em saúde na escola ausência de
capacitações e atuação interdisciplinar, apontada por ausência de reuniões
de planejamento e inserção dos temas de saúde no currículo escolar.
 As metodologias de trabalho frequentemente utilizadas pelos profissionais de
saúde para as ações educativas na escola é o uso de palestras.
18

 As escolas pactuadas que têm um maior número de profissionais que


receberam e participaram dos treinamentos sobre o PSE realizam maior
diversidade de ações, além de as mesmas serem mais bem sucedidas.
19

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Política Pública de Saúde e o olhar para a Promoção e Educação


em Saúde

O termo promoção da saúde teve sua primeira utilização datada do ano de


1974, pelo Ministro da Saúde e Bem-Estar Nacional do Canadá, Mark Lalonde, no
documento Novas perspectivas sobre a saúde dos canadenses. Tal referência
afirmava que o comportamento individual e as exposições ambientais possuíam
influência sobre o processo de doença e morte. Desta forma, provocar mudanças no
ambiente e no comportamento reduziria morbidades e mortalidades (BUNTON,
NETTLTON e BURROWS, 1995).
Nos anos de 1970 a 1980, a saúde, até então centrada somente na questão
assistencial, ampliou seu conceito, em especial sobre a prevenção e promoção
(CECCIM e FERLA 2009), entendendo assim a necessidade de uma saúde global e
não meramente focada em tratamento e doenças.
Quando se trata de saúde global é necessário considerar que os
comportamentos apresentados por um indivíduo ou pela comunidade tem ligação
direta com o meio onde se insere, renda, nível de escolaridade, moradia, função
laboral, atividades de lazer e meio ambiente. Por meio do entendimento destes
aspectos, visualizou-se a promoção de saúde como uma estratégia promissora para
a construção de uma saúde viável para a população (BUSS, 2000).
Já na década de 1980 a 1990, a Promoção da Saúde começa a caracterizar-
se como uma opção de modo de trabalho para as políticas públicas (SANTOS e
BÓGUS, 2007). Tal afirmação se fortalece no ano de 1986, no Canadá, onde foi
realizada a Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde. Nesta, o
termo Promoção de Saúde foi conceituado como um processo de conscientização
comunitária, no qual cada ser humano deveria ser capacitado a buscar, controlar e
melhorar a própria saúde (CARTA DE OTTAWA, 1986). Desta forma, foi visualizado
que a educação em saúde poderia inclusive, contribuir com o desenvolvimento da
cidadania (MACHADO et al. 2007), considerando que os esforços das ações
educativas devem ir ao encontro do preparo e apoio do protagonismo individual e
comunitário (BUSS, 2000).
20

A carta de Ottawa aparece como documento marco para a compreensão do


contexto de Promoção da Saúde, trazendo este conceito associado a diversos
atores e estratégias como forma de enfrentar as diferentes necessidades da
comunidade, dentre eles, a escola. Esta passa a ser vista como um cenário capaz
de promover a autonomia e protagonismo, possibilitando o olhar integral e
multidisciplinar dos indivíduos e comunidade (SANTOS e BÓGUS, 2007).
A partir de então, a necessidade de que os indivíduos fossem informados
sobre os benefícios e possíveis resultados negativos de suas ações frente à própria
saúde passaram a ser reforçados, de forma a contribuir para decisões conscientes
(CARTA DE OTTAWA, 1986). No entanto, sabe-se que o informar apenas, não
modifica as ações, é importante ressaltar que levar estratégias de Promoção da
Saúde para as escolas significa levar ações participativas, que envolvam toda a
comunidade educativa de forma a buscar melhoria contínua (HERNÁNDEZ, 2007),
dentro de um consenso entre os atores envolvidos.
Na construção histórica sobre a importância de ações que promovam a saúde
se insere ainda o PSE que tem como objetivo atuar na formação integral dos
estudantes por meio da promoção, prevenção e atenção à saúde, direcionando ao
enfrentamento das vulnerabilidades de alunos da rede pública de ensino (BRASIL,
2011).
É possível então perceber a existência de uma relação paralela e construtiva
entre Educação e Promoção da Saúde, considerando que as atividades educativas
realizadas, além de atuarem na prevenção, tem potencial para contribuir com o
desenvolvimento dos educandos (MACIEL et al., 2010) e de suas comunidades.
É necessário entender que a Promoção da Saúde cresce diretamente ligada a
política pública, assim para se tratar da promoção e da questão educativa em saúde,
se faz necessário entender a inserção destes temas nas políticas públicas, uma vez
que são interligadas e interdependentes.
Para Souza (2006) políticas públicas são princípios que direcionam as
conduções das ações do poder público, considerando sua relação com a sociedade,
visando o seu benefício e necessidades. As políticas públicas têm o seu surgimento
com o Estado Moderno onde o exercício do poder deveria ser pautado em princípios
da legalidade e legitimidade, sendo exercido e construído conjuntamente com a
comunidade (DERANI, 2006).
21

As construções devem partir de necessidades da sociedade considerando


diferentes realidades, sendo vinculadas a acordos, tais como a Declaração da Alma-
Ata, que traz a importância da proteção dos povos e a promoção de sua saúde,
sendo esta a essência para o desenvolvimento econômico e melhoria da Qualidade
de Vida (BRASIL, 2002).
O entendimento de que a saúde se vincula à forma como a sociedade está
organizada nas diversas esferas, fez-se necessário pensar em maneiras ampliadas
para o atendimento da comunidade (PAIM, 2001).
A Constituição traz então a saúde como direito de todos e dever do Estado,
sendo que a garantia desta se daria por meio das políticas sociais e econômicas, em
uma busca da redução de doenças e agravos e acesso a serviços que garantam sua
promoção, proteção e recuperação (BRASIL, 1988).
Assim, implanta-se o SUS, que tem entre suas bases o atendimento integral,
com maior atenção para a prevenção, sem contudo perder o olhar para a assistência
e participação da comunidade no meio onde se insere (BRASIL, 1988). A promoção
da saúde e os princípios do SUS são então vinculados a busca de uma construção e
desenvolvimento de sujeitos autônomos que exerçam controle sobre a própria
saúde, garantindo melhoria das condições individuais e comunitárias (CARTA DE
OTTAWA, 1986).
Dentre as políticas brasileiras e na perspectiva de contribuir com a promoção
de saúde se insere então o PSE, que remete aos três eixos estruturantes
governamentais (federal, estadual e municipal), garantindo a intersetorialidade
(BRASIL, 2011). Assim o programa integra os setores de saúde e educação, sendo
importante considerar que para o desenvolvimento de políticas saudáveis é
necessário a clareza para a condução de um processo interdisciplinar e não de
subordinação de outros setores ao seguimento da saúde, proporcionando um
crescimento conjunto das áreas atuantes (BUSS, 2000). Tal afirmação pode ser
embasada pela constatação de que em países como Argentina, Peru, Colômbia e
Brasil, embora existam recomendações para que as ações sejam construídas com
participações equânimes, a saúde apresenta-se como maior responsável pelo
processo decisório das conduções (FERREIRA et al., 2012).
Desta forma, para a construção de uma política pública centrada na promoção
da saúde e qualidade de vida, além de considerar todo o contexto individual e
comunitário, existe a necessidade de que os setores envolvidos estejam dispostos a
22

realizar ações articuladas, tornando aptos os envolvidos a provocar transformações


e empoderamento ao longo da vida e, fazendo-se assim sustentável.

2.2 Desenvolvimento Sustentável e a Política Pública de Saúde

O desenvolvimento é criado com um olhar multidisciplinar, tendo como foco o


homem, onde se centralizam os tratados e as resoluções que atendem as demandas
dos Estados e das Organizações Intergovernamentais, conforme Carta de São
Francisco, que originou a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) (SILVA
JUNIOR, 2002)
Nesta carta já se demonstrava uma preocupação internacional com a
promoção do desenvolvimento sustentável de maneira a garantir a preservação das
gerações futuras. A Carta apresenta a necessidade de atenção para a manutenção
da paz e segurança a nível coletivo, assim como a cooperação para a resolução de
problemas econômicos, sociais, culturais ou humanitários (BRASIL, 1945).
Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos reafirmou conceitos
relativos ao desenvolvimento, quando cita em seu art. 19 o direito a receber e
transmitir informações e em seu art. 26 o direito à instrução, além do direito ao
desenvolvimento de sua personalidade nos artigos 22 e 26 (ONU, 1998).
Entretanto o conceito de desenvolvimento se atrelou em especial às questões
ambientais, uma vez que eram crescentes os danos ao meio ambiente paralelo à
ascensão econômica (SILVA JUNIOR, 2002). Esta relação foi demonstrada na
Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente, em 1972, destacando-se como
pioneira e abordando a nível mundial questões relativas ao meio ambiente e
problemas sociais (BARBIERI e SILVA, 2011; SPERANDIO et al., 2014).
Dez anos após a Conferência de Estocolmo, a destruição ambiental e o uso
de recursos naturais não renováveis de forma irracional permaneciam visíveis, assim
a Assembleia das Nações Unidas convocou uma Conferência, onde se formou a
Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1983, cuja
presidente era Gro Harlen Brundtland (SILVA JUNIOR, 2002).
Esta comissão apresentou ao término de seus trabalhos, em 31 de dezembro
de 1987, a produção de um documento chamado de Nosso Futuro Comum ou
Relatório Brundtland, passando a tratar o desenvolvimento sustentável como um
23

caminho para as esferas sociais, ambientais e econômicas, tendo como meta


cumprir as necessidades atuais e futuras (SILVA JUNIOR, 2002).
Enquanto os trabalhos da Comissão sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento aconteciam, em 4 de dezembro de 1986, foi apresentada a
Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento, que traz já em seu artigo 1° que
todos os povos devem estar aptos a participar do desenvolvimento nas esferas
econômicas, sociais, culturais e políticas e deste poder desfrutar. É apontado ainda
que o ser humano é sujeito central deste desenvolvimento, tendo responsabilidade
pelo mesmo, cabendo aos Estados a formulação de políticas adequadas para que
este possa ocorrer (ONU, 1986).
O caminhar histórico nos leva aos anos 90, onde aconteceu no Rio de
Janeiro, a II Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente, conhecida como
Rio 92, tal ato trouxe, entre outros, a questão da cidadania e da necessidade de um
crescimento que não comprometesse o desenvolvimento econômico e apresentasse
a necessidade do uso consciente de recursos (NASCIMENTO, 2012).
Dos países participantes da Rio 92 veio então um compromisso firmado por
meio da denominada Agenda 21, onde se traçavam estratégias para o
desenvolvimento sustentável, aliado à transformação social (BARBOSA, 2008).
Em 1993, em Viena, aconteceu a Conferência Mundial dos Direitos Humanos
que reafirma em seu artigo 10 o Direito ao Desenvolvimento como parte dos Direitos
Humanos, sendo este principio também reafirmado na Conferência Internacional
sobre População e Desenvolvimento, que ocorreu no ano de 1994, no Cairo e em
1995, na Cúpula de Copenhague para o Desenvolvimento Sustentável (SILVA
JUNIOR, 2002).
No ano de 2000 aconteceu a Reunião de Cúpula do Milênio das Nações
Unidas, de onde surgiu a Declaração do Milênio que reconheceu a responsabilidade
coletiva com a manutenção da dignidade humana, igualdade e equidade (ONU,
2000).
Já em 2002, a ONU realizou em Johanesburgo a Conferência das Nações
Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a denominada Rio + 10.
Nesta discutiu-se a importância de um desenvolvimento que em meio à globalização
pudesse sustentar-se de forma equilibrada, sem restringir-se somente à preservação
ambiental (LAGO, 2006). As discussões trataram então de temas como água,
energia, agricultura, saúde, entre outros (JURAS, 2002).
24

No ano de 2012, no Rio de Janeiro aconteceu a Rio + 20, onde se tratou do


planejamento referente aos últimos 20 anos. A Rio + 20 oportunizou a renovação de
compromissos de economia verde, erradicação da pobreza e desenvolvimento
sustentável (JURAS, 2012).
É possível visualizar que os estudos sobre sustentabilidade e
desenvolvimento cresceram paralelamente. Entretanto, a sustentabilidade, antes
centrada somente no meio ambiente, ampliou seu olhar para outras necessidades
relativas à sobrevivência e continuidade da espécie humana. E nessa perspectiva
insere-se este estudo, considerando que o educar em saúde pretende contribuir
para o desenvolvimento de indivíduos e comunidades, permitindo que os mesmos,
por meio do conhecimento, possam sustentar sua existência e de gerações
posteriores de maneira saudável.
As práticas de trabalho devem também ser analisadas, contextualizadas,
refletidas e adequadas, garantindo um processo sustentável. Tal afirmação vem ao
encontro dos estudos de Nicoletto et al. (2013), para o qual, os trabalhadores de
saúde, enquanto atuantes no SUS devem pautar-se sobre a reflexão de suas
práticas, no ambiente individual e coletivo.
É necessário ainda o aumento da capacidade do autocuidado das pessoas e
famílias, o que pode ser promovido pelos programas de Estratégia de Saúde da
Família onde se prioriza a capacitação individual e comunitária e onde se insere
ainda o PSE (FERREIRA et al, 2014).
Desta forma a interface da política pública, da promoção da saúde, qualidade
de vida e sustentabilidade é um processo em construção e que pode contribuir para
que a educação aconteça de maneira sustentável, onde os indivíduos tornem-se
membros ativos na transformação e manutenção de sua saúde.

2.3 O nascimento histórico do olhar para a saúde do escolar

O termo saúde do escolar é usado para definir atividades que objetivam levar
mínimas condições de saúde às atividades educativas (GOMES e HORTA, 2010).
Este termo também pode ser remetido às ações realizadas para a comunidade
escolar que tem como componente a concretização das propostas de promoção da
saúde, com ações que facilitem a sua saúde (DECS, 2015). Tais definições remetem
25

à política de atenção à saúde do escolar, que teve início no final do século XIX,
quando Johann Peter Frank, médico alemão, elaborou o System Einer Vollstandigen
Medicinishen Politizei, posteriormente denominado como Sistema Frank
(FIGUEIREDO, MACHADO e ABREU, 2010).
O sistema Frank foi publicado em uma obra no ano de 1979 na Alemanha,
que lhe concedeu o título de pai da saúde do escolar. Esta constava de nove
volumes, sendo considerado um marco no pensamento a respeito das relações
sociais da saúde e da doença, trazendo aspectos de saúde pública e individual, tais
como casamento, procriação, pós-parto, saúde da criança, saúde militar, doenças
infectocontagiosas, higiene, prevenção de acidentes, esporte e saúde mental (LIMA,
1985).
Em seu início eram ainda avaliadas as condições de saúde dos envolvidos
com o ensino e realizadas prescrições a respeito da salubridade dos locais de
ensino e regras de convivências entre alunos e professores (LIMA, 1985).
O sistema Frank resultou na proposição de um código chamado de Franz
Anton Mai, que era também tratava com grande atenção a educação. A primeira lei
do código abordava que um oficial da saúde deveria ter ações em escolas,
direcionando-as para estudantes e professores (FIGUEIREDO, MACHADO e
ABREU, 2010).
Embora o código elaborado por Mai não tenha vigorado por questões de
ordem tanto econômica quanto política, os estudos de Frank ganharam o continente
europeu e os Estados Unidos (LIMA, 1985).
No Brasil os estudos sobre a saúde do escolar se deram a partir de 1850
(FIGUEIREDO, MACHADO e ABREU, 2010). No entanto, as questões de higiene
escolar tiveram impulso no início do século XX (LIMA, 1985), época em que o país
vivia uma crise dentro de sua saúde pública, com quadros de varíola, cólera, peste
bubônica, febre amarela urbana, além de malária, sífilis, tuberculose e hanseníase.
Tais doenças causavam impacto na economia do país, visto que o comércio exterior
ficava abalado, além do alto número de mortalidade, em especial nas crianças que
somavam ao seu quadro episódios de diarreia, sarampo, tétano, coqueluche e
difteria.
As práticas de saúde no ambiente escolar passaram a assumir maior
importância com as escolas Promotoras de Saúde que tiveram origem em 1992, na
Rede Europeia das Escolas Promotoras de Saúde, tendo a Organização Mundial de
26

Saúde (OMS) como articuladora do processo. Nas regiões do Brasil e Caribe, o seu
lançamento aconteceu pela Organização Pan-Americana da Saúde, no ano de 1995,
durante o Congresso de Saúde Escolar no Chile tendo como busca o fortalecimento
da colaboração entre a saúde e a educação nas ações desenvolvidas na atenção à
saúde do escolar. Neste contexto já se observava a necessidade de inclusão dos
pais e comunidade (IPPOLITO-SHEPHERD, 2003).
As Escolas Promotoras de Saúde tem sua fundamentação em conceitos de
promoção da saúde, idealizados a partir da Carta de Ottawa (1986). Dentro de seu
contexto incluem-se as ações onde o indivíduo aprende e passa a exercer maior
cuidado com a própria saúde, reduzindo os fatores nocivos à mesma. A iniciativa
das Escolas Promotoras de Saúde corresponde a estratégias envolvendo diferentes
setores focados em melhorias das condições de saúde e bem-estar, ampliando
assim as oportunidades para um aprendizado de qualidade e desenvolvimento
humano sustentável para a comunidade componente das atividades (IPPOLITO-
SHEPHERD, 2003).
Desta forma, a Escola Promotora de Saúde trouxe conceitualmente a
importância da capacitação para o autocuidado, e a necessidade da transmissão de
informações que permitem escolhas conscientes. Estes conceitos vêm
acompanhados do envolvimento dos escolares nas decisões, o que contribui para
que o desenvolvimento das relações entre profissionais e educandos aconteça de
forma horizontal (HARADA, 2003).
No século XIX e XX o tema de principal atenção para a educação em saúde
era a higiene, conceituado como um conjunto das ciências para o bem-estar. As
concepções neste período visualizavam a higiene como uma estratégia para a
solução de problemas ligados à saúde pública, uma vez que se entendia que os
indivíduos adoeciam pelo desconhecimento de regras para a saúde e higiene, sendo
neste discurso, a escola vista como a responsável por moldar os indivíduos às
regras então preconizadas (AROUCA, 1975; LAROCCA e MARQUES, 2010).
A escola se mostrava como o espaço de escolha para as capacitações
conceituais sobre higiene, uma vez que se entendia que os estudantes eram da
mesma faixa etária e tinham o mesmo padrão cultural. Portanto, se educados para
certas concepções poderiam tornar-se multiplicadores na comunidade das
informações apresentadas (AROUCA, 1975; LAROCCA e MARQUES, 2010).
27

Nas décadas de 1980 a 1990 as atividades executadas na América Latina,


dentro do contexto educacional em saúde, mantinham sua atenção voltada para
condições de higiene e saneamento básico, prevenção de doenças transmissíveis,
tratamento de doenças específicas e realização periódica e indiscriminada de
exames médicos ou provas de triagem. Observava-se que a saúde dos estudantes
não era visualizada como uma transformação decorrente de inúmeros fatores, que
tinham interferência na saúde e no bem-estar, mas sim como a ausência de doenças
(IPPOLITO-SHEPHERD, 2003).
Posteriormente, as dificuldades escolares foram relacionadas à desnutrição,
distúrbios neurológicos e outras doenças, assim teve-se um processo de
patologização da educação (ZUCOLOTO, 2007).
No caminhar do século XX, a saúde apresentou evoluções técnico científicas,
deixando de ser centralizada no discurso tradicional – de lógica biomédica e passou
a vivenciar a concepção da estratégia Iniciativa Regional Escolas Promotora de
Saúde (IREPS), que trouxe a necessidade da promoção da saúde inserida no
contexto público, incluindo-se então a saúde do escolar (IPPOLITO-SHEPHERD,
2003).
O conceito das IREPS traz a Carta de Ottawa entre suas bases, onde os
indivíduos devem zelar pela promoção da própria saúde, conhecendo e intervindo
inclusive nos fatores que podem afetá-la (CARTA DE OTTAWA, 1986). Após a
iniciativa das Escolas Regionais Promotoras, a saúde do escolar passa a ter um
novo olhar, deixando de ser centrada na visão higienista e assistencialista, passando
a ter uma visão com maior amplitude sobre o indivíduo (HARADA, 2003).
Assim, a Organização Pan-Americana passa a estimular a IREPS, com o
objetivo de incentivar países da América Latina e Caribe a ter atenção à saúde do
escolar, sendo um trabalho articulado entre saúde, educação e sociedade e que
deve identificar em seu processo as necessidades de saúde e condutas para seu
enfrentamento (FIGUEIREDO, MACHADO e ABREU, 2010). A IREPS atenta para a
educação em saúde integral, com o desenvolvimento de habilidades para a vida,
proporciona ambientes saudáveis, oferta de serviços de saúde, alimentação
adequada e vida ativa (FIGUEIREDO, MACHADO e ABREU, 2010).
Desde as concepções idealizadas por Johann Peter Frank, a saúde do
escolar passou por mudanças metodológicas e de necessidades de abordagem,
entretanto, o reconhecimento da importância do espaço escolar como local propício
28

para prevenção de doenças e promoção da saúde permaneceu (CASEMIRO,


FONSECA e SECCO, 2014).
A Escola Promotora de Saúde tem entre suas bases de implementação o
apoio ao bem estar individual e coletivo, oportunidades para o crescimento e
desenvolvimento de crianças e adolescentes, tendo entre suas estratégias a
participação interdisciplinar, envolvendo saúde, educação, família e comunidade; a
oferta de uma educação abrangente que permita o desenvolvimento de habilidades
práticas no cotidiano; aprimorar a conceituação sobre os fatores de proteção e de
diminuição do risco, acesso aos serviços de saúde, nutrição e atividade física, sendo
que membros da escola e comunidade devem estar envolvidos ativamente no
processo de decisão e aplicação da mesma. O plano de trabalho deve contemplar a
melhora do ambiente físico e psicossocial, criação de ambientes livres de hábitos
nocivos à saúde e com garantias de condições de promoção à saúde, tais como
água limpa, instalações sanitárias adequadas e alimentação saudável, além de
proporcionar um ambiente escolar saudável com capacidade de levar este contexto
para atividades fora da escola (IPPOLITO-SHEPHERD, 2003).
Historicamente, portanto, a saúde e a educação são interligadas em suas
concepções, podendo-se afirmar que a relação de ambas deve considerar que
indivíduos com melhores níveis educacionais integram a comunidade de forma mais
saudável, assim como pessoas que gozam de melhores condições de saúde tem
maiores possibilidades de buscar conhecimento (CASEMIRO, FONSECA e SECCO,
2014).
Sabe-se que as diretrizes das IERPS deram origem em 2007, ao decreto que
instituiu o PSE (FIGUEIREDO, MACHADO e ABREU, 2010), assim a escola se faz
um espaço propicio para o encontro de saúde e educação, onde são possíveis
variadas ações, desde avaliações físicas e diagnósticos de saúde até atividades
educativas e de promoção de saúde (CASEMIRO, FONSECA e SECCO, 2014).

2.4 O Programa Saúde na Escola (PSE)

A saúde e a educação no Brasil se construíram historicamente juntas, uma


vez que, nos anos 50 do século passado, o então Ministério da Educação e Saúde
29

se desdobrou nos MS e MEC, passando a apresentar autonomia para elaborar e


implantar políticas em suas respectivas áreas (BRASIL, 2009).
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em 2006, constatou que o
acesso crescente a educação formal reforça a necessidade de se promover saúde
na escola (IPPOLITO-SHEPHERD, 2003), assim no ano de 2007, o PSE foi
instituído pelo Decreto Presidencial n. 6.286, sendo este dos MS e MEC. Pelo
mesmo, segundo publicação do MS (BRASIL, 2011) busca-se, por meio da
intersetorialidade, contribuir para a qualidade de vida da população brasileira.
O programa objetiva ampliar as ações de saúde para alunos da rede pública
de ensino de todos os níveis de estudo: ensino fundamental, médio, profissional,
tecnológico e educação de jovens e adultos (BRASIL, 2008).
O referido programa traz em suas diretrizes:

 Tratamento da saúde e educação como parte de uma formação abrangente.


 Atenção integral às crianças e adolescentes, proporcionando a ampliação das
ações de saúde e educação.
 Articulação dos conhecimentos contando com a participação de educandos,
pais, membros da escola e sociedade para a construção e controle das
políticas públicas de saúde e educação.
 Promover a saúde e a cultura da paz permitindo a prevenção de agravos e o
fortalecimento das áreas de saúde e educação.
 Permitir articulação da educação pública com o SUS, de forma a aperfeiçoar o
uso de espaços, equipamentos e recursos disponíveis.
 Enfrentar a vulnerabilidade apresentada, considerando que esta pode
interferir no processo educativo.
 Permitir que a escola e a unidade de saúde tenham um melhor processo de
comunicação, encaminhamento e resolutividade dos casos.
 Promover um serviço de saúde integral a educandos e familiares.

O PSE prevê a realização de monitorização das ações, avaliação e fluxo de


transferência de recursos financeiros (BRASIL, 2011).
30

Além das diretrizes, o programa tem previsto a monitorização da efetividade


de suas ações, sendo este fator de atenção para a garantia da sustentabilidade dos
mesmos (BRASIL, 2011).
Para o desenvolvimento das atividades educativas, se faz necessária a
assinatura de um Termo de Compromisso, onde a gestão passa a se comprometer
com metas anuais de número de estudantes assistidos pelas ações do PSE
(BRASIL, 2011).
Promoção da saúde, prevenção de doenças e assistência fazem parte das
ações de saúde previstas para o PSE, assim as mesmas compreendem, entre
outras, avaliações clínica, nutricional, oftalmológica, de saúde e higiene bucal,
auditiva, psicossocial, além de promoção da alimentação saudável, atualização e
controle do calendário vacinal, atenção para acidentes e violência, prevenção e
redução do consumo de álcool, drogas, tabagismo e outros fatores de risco ao
câncer, promoção da saúde sexual e da saúde reprodutiva, educação permanente
em saúde, atividade física em saúde, promoção da cultura da prevenção no âmbito
escolar, inclusão de temáticas de educação em saúde no projeto político pedagógico
das escolas (BRASIL, 2007).
O PSE apresenta a Equipe de Saúde da Família como o elo de constituição
com a Educação Básica, para a integração e articulação permanente entre as
políticas de educação e saúde (BRASIL, 2009).
Assim é previsto que as equipes de saúde que nele atuam tenham contato
frequente com as escolas pactuadas de forma a avaliar a saúde dos alunos e prestar
os atendimentos necessários no decorrer do ano letivo (BRASIL, 2007).
A escola permite um confronto de diferentes conhecimentos científicos,
vivenciados pelos alunos, adquiridos em decorrência da cultura, divulgados pela
imprensa, gerando-se assim a denominada cultura escolar (BRASIL, 2009). As
necessidades de atuação em educação em saúde estão centradas na aplicação
prática do ensino e no aprimoramento dos colaboradores da escola e da Equipe de
Saúde da Família, conhecimento das práticas de risco e na avaliação da efetividade
das iniciativas (BRASIL, 2006).
A Estratégia de Saúde da Família é corresponsável pela saúde e qualidade
de vida da população, devendo ser agente de promoção da saúde escolar e
comunitária (BRASIL, 2009).
31

Considerando então a necessidade de articulação entre educação e saúde,


as trocas entre estes profissionais devem ser contínuas, sendo que os profissionais
de saúde devem buscar com a educação o conhecimento sobre as melhores
estratégias para o processo de ensino e aprendizagem (BRASIL, 2009).
Desta forma, observa-se que a construção do PSE é um processo amplo, que
envolve profissionais de saúde e de educação, alunos e comunidade. Considerando
ainda que o espaço da escola é transcendido, uma vez que as pessoas que ali estão
trazem vivências e culturas externas, um programa de saúde na escola ultrapassa a
fronteira da escola (BRASIL, 2009).

2.5 Como educar em saúde?

Quando se analisa a educação em saúde em uma perspectiva histórica, a


relação entre a saúde e a educação nem sempre foi equilibrada e com um potencial
de provocar mudanças, sendo que os alunos foram inicialmente percebidos como
seres passivos para o recebimento de informações (CERQUEIRA, 2007).
A educação em saúde traz diferentes definições e abordagens educativas,
que consideram o local onde está inserida. Um dos modelos apresentado para as
ações seria o da educação em saúde tradicional, onde a busca se dá pela
prevenção de doenças. Neste modelo, as posturas tidas como inadequadas pelos
indivíduos contribuem para o seu adoecimento, tratando-o de forma punitiva ou
culpabilização (CRAWFORD, 1977).
Oliveira (2005) aponta que o modelo tradicional os profissionais de saúde
utilizam uma didática onde se colocam em um posicionamento de detentores do
conhecimento, passando a demonstrar então qual o melhor estilo de vida a ser
seguido pelas pessoas, devendo induzi-las a adotarem as condutas esperadas.
Esse modelo não considera o meio onde o indivíduo está inserido, reduzindo
a saúde a um produto de autocontrole. Essa visão, segundo Oliveira (2001) mostra-
se equivocada uma vez que pesquisas realizadas por meio de abordagens adotadas
em campanhas de saúde mostram que parte da população, mesmo que esclarecida
não adota comportamentos preventivos.
Assim, se faz necessário refletir o quanto os comportamentos sofrem
influências de fatores externos, como a cultura e normas sociais, em detrimento de
32

analisar a saúde como um resultado do comportamento individual, fundamentado


em aspectos simplistas como certo ou errado (OLIVEIRA, 2005).
A construção metodológica do processo educativo em saúde tem, na análise
de Oliveira (2005), predominância de profissionais de áreas médicas e afins, o que
poderia dificultar a implantação de novos modelos de educação. Cita ainda que,
embora a maior parte das ações educativas voltadas para saúde ocorra no âmbito
internacional, no Brasil as ações ainda voltam-se para a prevenção de doenças e
responsabilização individual, retratando o modelo tradicional.
O outro modelo educativo em saúde é também conhecido como radical, onde
a base proposta é a de trabalhar sobre os conhecimentos e capacidade crítica das
pessoas. Neste método, o trabalho é realizado prioritariamente em grupos, sendo
iniciado por meio de uma análise reflexiva da realidade de cada indivíduo e das
causas desta, visualizando então, quais suas repercussões práticas e estratégias
para o desenvolvimento de medidas para superação (TONES e TILIFORD, 2001).
Os trabalhos em grupos permitem a criação de uma consciência coletiva, uma
vez que possibilita aos membros a troca de informações e ideias sobre as questões
levantadas, buscando então, mais do que uma transformação individual, uma
mudança na sociedade, levando o indivíduo a envolver-se no processo de
transformação de sua saúde (OLIVEIRA, 2005).
Outro fator a ser trabalhado dentro do contexto educativo é a relação
desenvolvida entre o educando e o educador, uma vez que esta deverá ser
horizontal, onde ambos têm seu papel mediante as necessidades apresentadas
(TONES e TILIFORD, 2001).
O profissional de saúde deve então, no método radical, entender que a
educação em saúde é a promoção da autonomia e liberdade de escolha. Não se
pode, entretanto, desconsiderar que se este modelo de promoção da saúde trabalha
com indivíduos autônomos, torna-se também necessário refletir que para uma
sociedade saudável, as pessoas devem desejar a adoção de escolhas saudáveis
(OLIVEIRA, 2005).
A ideia de se praticar a educação em saúde dentro do espaço escolar,
considera que este é um local de construção de valores, e que a saúde deve estar
contextualizada dentro deste ambiente. Reforça-se neste ponto que para a
construção das práticas de saúde devem ser considerados os diversos contextos e
saberes, de forma que os educandos bem como os profissionais que atuam na
33

escola passem a ser atores envolvidos, de forma corresponsável, na construção das


práticas adotadas (BRASIL, 2011).
O PSE busca ter em sua base de atuação o que os educandos sabem e o
que podem fazer por sua saúde, fazendo com que cada indivíduo avalie sua rotina,
seus hábitos e o que pode fazer por sua melhoria de qualidade de vida, tendo como
um de seus focos a atitude de autonomia frente às suas necessidades (BRASIL,
2011).
É possível visualizar que grande parte das ações do referido programa
acontecem para um grupo de pessoas. Tal método vem ao encontro do apresentado
por Souza et al. (2005), onde o trabalho com grupos se mostra como estratégia
importante para promoção e educação em saúde no meio comunitário, tendo
capacidade de facilitar a difusão de conhecimento para um maior número de
pessoas, bem como levar os mesmos a refletirem sobre suas necessidades.
Considerando que este é um programa de adesão, o mesmo deve ser
apoiado por gestores de ambas as áreas, nas esferas municipais e estaduais
(BRASIL, 2011).
Para que as orientações sejam recebidas de forma positiva, uma das
necessidades é que as ações do PSE estejam inseridas no projeto político-
pedagógico, com conhecimento prévio dos alunos dos temas a serem trabalhados,
de forma que os mesmos possam contextualizar as informações, considerando
ainda, as diferenças regionais e autonomia de educadores e equipes pedagógicas
(BRASIL, 2011).
Desde a concepção das ideias sobre educação em saúde, quando as escolas
promotoras de saúde tratavam do assunto, já se apontavam alguns temas, nos
quais, os profissionais de saúde deveriam atuar, tais como a construção da
cidadania, por meio da participação da comunidade de forma a ter capacidade para
alterar o meio que a cerca (HARADA, 2003).
O MEC entende que a saúde deve ser um eixo transversal ao currículo de
ensino. A escola deverá, juntamente com a família e sociedade ser uma parceira na
promoção da saúde, sendo que esta necessidade esbarra em algumas dificuldades,
entre elas, a existência de materiais para o desenvolvimento das ações em sala de
aula (DINIZ, OLIVEIRA e SCHALL, 2010).
Desta forma, além da escolha dos temas a serem tratados se faz necessário
avaliar os instrumentos que serão usados no processo educativo. Assim, para Diniz,
34

Oliveira e Schall (2010), os materiais educativos em saúde fazem parte do contexto


de ensino, tendo sua importância nas ações de saúde pública.
Observa-se ainda, que os temas de saúde, dentro dos livros didáticos tem
como utilização o método memorizador. Além disso, é visualizado que o contexto
grandemente difundido é o curativo e não o preventivo, com ausência de vínculo
entre a comunidade e os educadores, o ceticismo dos profissionais em atuar junto à
participação popular e a falta de preparo profissional são obstáculos para a
promoção da saúde (DINIZ, OLIVEIRA e SCHALL, 2010). Iniciativas nas quais os
indivíduos tornam-se protagonistas de sua própria história e multiplicadores das
informações apresentadas deverão ser sempre valorizadas (MONTES et al.,2012).
Casemiro, Fonseca e Secco (2014), mostra que para a educação em saúde
os profissionais inserem as mais diversas metodologias, desde métodos tradicionais,
tais como palestras e distribuição de material impresso, até atividades lúdicas, como
círculo de cultura, teatro e contação de história.
A OPAS sugere a utilização de metodologias que provoquem a participação e
que envolvam a comunidade durante seu processo (BRASIL, 2006).
É importante entender que a educação em saúde não pode funcionar de
forma isolada, sendo necessário que a mesma aconteça de forma contínua, tendo
atenção para os temas que se fazem necessários para o conhecimento da
comunidade, além de considerar o tipo de estratégia pedagógica adotada para o
ensino e aprendizagem (DINIZ, OLIVEIRA e SCHALL 2010).
Sendo assim, é necessário um educador interessado em aprender e aplicar
seus novos conhecimentos para que o conhecimento científico seja aplicado de
maneira satisfatória (MEGID NETO e FRACALANZA, 2003)
A incorporação de hábitos saudáveis e a valorização dos mesmos podem ser
garantidas por meio do acesso a informações educativas em saúde, sendo
importante que os alunos desenvolvam o olhar individual e comunitário. O contexto
educativo das atividades devem se dar de forma lúdica, por meio de músicas,
vídeos, jogos, atividades culturais e serviços de saúde (MACIEL et al., 2010).
O cuidado à criança requer ações divididas entre profissionais e pais. As
informações devem ser repassadas em linguagem apropriada, de modo a ser
compreendida pela família naquele contexto familiar (QUEIROZ e JORGE, 2006).
Já no ambiente escolar, o trabalho de promoção à saúde, precisa considerar
o conhecimento prévio dos estudantes e ainda o que eles podem incorporar ao seu
35

cotidiano, contribuindo para a melhoria de sua qualidade de vida. Desta forma, é


importante que os profissionais de saúde e educação tenham sempre o
compromisso de trabalhar o empoderamento dos alunos (CARVALHO e GASTALDO
2008).
Assim Azevedo e Peliciolli (2011), coloca que a promoção de saúde vem da
junção de conhecimentos populares e científicos, trabalhando com ideias de
responsabilização, seja pelos problemas, ou pelas soluções propostas para eles,
combinando ações governamentais, comunitárias, individuais, do sistema de saúde
e parceria entre setores.
Deste modo, para que o processo de educação em saúde ocorra é importante
que os profissionais superem as antigas metodologias educativas, estabelecendo
vínculos, envolvendo professores nos contextos apresentados, atentando para os
diferentes conhecimentos e necessidades (DUTTA-BERGMAN, 2004).
Comumente os profissionais de saúde tem visto a educação em saúde como
estratégia pontual, tratando de assuntos pautados por adoecimentos sofridos pela
população no momento, tal ação foge das propostas dos parâmetros curriculares
nacionais (PCN), que preconiza que as ações devem estar em acordo com a
formação de crianças e adolescentes como uma abordagem interdisciplinar
(BRASIL, 2011).
De acordo com os PCN, por meio de todo o processo educativo os educandos
deveriam estar capacitados para atuar de forma consciente em relação a seus
direitos e deveres políticos, civis e sociais com capacidade para mudar seu cotidiano
em diversos aspectos perpassando pelo que se refere a saúde, adoção de hábitos
saudáveis e melhoraria da qualidade de vida (BRASIL, 2011).
Em contrapartida as ações realizadas por profissionais de saúde por vezes
são percebidas por profissionais de educação como pontuais e pouco proveitosas
(CERQUEIRA, 2007).
Considera-se então necessário que o profissional de saúde ao trabalhar com
as questões educativas esteja apto para reduzir a assistência curativa, visando
ações que possibilitam o atendimento ao indivíduo e à comunidade (ALVES, 2005).
A relação do profissional com o usuário do sistema de saúde deve ser
construída tendo como base a escuta, o conhecimento da necessidade do outro, a
interação e a reconstrução dos saberes e das práticas do dia a dia, visualiza-se,
entretanto, que a pratica educativa pautada nestes princípios ainda não está
36

estabelecida para os profissionais de saúde (CERVERA, PARREIRA e GOULART,


2011).
Assim percebe-se que para que o processo educativo aconteça de maneira
eficaz são necessários profissionais envolvidos, análise e conhecimento dos
educandos e meio onde se inserem, além de metodologias agregadoras e
sustentáveis.

2.6 Pesquisas atuais sobre o PSE

Para o presente estudo realizou-se uma revisão de literatura, com o objetivo


de apresentar pesquisas recentes que tratam sobre o PSE.
Para esta análise, foram consultados os bancos de dados do Centro Latino-
Americano e do Caribe de Informação em Ciência da Saúde (Bireme; anteriormente
conhecido pela sua denominação original Biblioteca Regional de Medicina), do
Scientific Electronic Library Online (Scielo), Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online (Medline), Google Acadêmico com a palavra-chave: Programa Saúde
na Escola.
Foram considerados todos os estudos que tinham a descrição PSE em seu
título, no período de 2011 a 2015, sendo selecionados artigos originais, revisões de
literatura, estudo de caso, dissertações e teses.
Foram levantadas 21 pesquisas, sendo que 17 apresentavam abordagem
qualitativa, 2 quali-quantitativa e 2 quantitativas. Destas, 13 foram pesquisas
originais e 8 revisões de literatura. As pesquisas relacionadas ao PSE tiveram um
aumento considerável no ano de 2014 como se pode ver na Tabela 1.

Tabela 1. Pesquisas relacionadas ao PSE


Ano Número de pesquisas
2015 2
2014 12
2013 3
2012 2
2011 2
Fonte: elaboração própria, 2016.
37

Tal fator demonstra que 07 anos após sua instituição o mesmo ainda vem
sendo estudado em questões referentes à sua implantação e implementação, gestão
e assistência.
É importante considerar que o PSE tem como meta abranger todas as
escolas públicas brasileiras, e ser implementado de forma eficaz nas instituições que
aderirem ao programa. Estima-se que “80.383 escolas distribuídas em 4.861
municípios tenham aderido ao PSE no ano de 2013, sendo 41.050 da região
Nordeste, 17.606 da região Sudeste, 9.611 da região Sul, 7.545 da região Norte e
4.571 da região Centro-Oeste” (BRASIL, 2013, p. 2).
Assim, vê-se que o número de adesões justificam pesquisas que busquem
avaliar o programa e contribuir para o mesmo.
É importante entender que esta implantação tem que perpassar as diretrizes
escritas, indo ao encontro das necessidades reais da comunidade. Tal afirmação foi
abordada por Nascimento, no ano de 2010, quando citou que uma política pública
vai além do exigido legalmente, envolvendo mudanças práticas e culturais das
organizações envolvidas.
O crescimento dos estudos, conforme comparativo, entre os anos 2011 e
2014 demonstra que pesquisas sobre o PSE são atuais e ainda se fazem
necessárias, o que pode ser relacionado, segundo estudo de Calazans (2006), à
necessidade de repensar as formas de transmissão de informações que sofrem
mudanças ao longo da história, sendo passíveis de interesse e atualização.
É necessário que profissionais estejam aptos a conduzir as informações
fazendo com que cheguem aos seus receptores de forma apropriada (TABOSA et
al., 2013).
Assim, as pesquisas devem apontar aplicabilidade prática e virem ao encontro
das necessidades das comunidades envolvidas. Desta forma, observou-se que os
temas pesquisados foram bastante diversificados, conforme pode ser visualizado na
tabela 1.
Percebe-se que 17 dos estudos estão ligados às práticas políticas e/ou
gestão de forma direta ou indireta, correspondendo a 80,9% e 4 relacionam-se
diretamente à questão assistencial, perfazendo 19,04% do total.
Tendo em vista que o objetivo do PSE é contribuir para a formação integral
dos estudantes, se faz necessário entender que este programa perpassa por todas
as esferas, considerando as necessidades de promoção, prevenção e também da
38

assistência à saúde (BRASIL, 2011). Os dados levantados encontram-se na Tabela


2.

Tabela2. Desdobramentos das pesquisas sobre o PSE nos anos de 2011 a 2015
Tema de relação com o PSE Desdobramento Quantidade de
artigos
Dificuldade de aprendizado, patologização 1
e medicalização
Implantação/implementação Implementação territorial (2); implantação 3
política (1)
Acuidade visual 1
Nutrição Processo de medicalização (1); avaliação 2
nutricional em saúde bucal (1)
Doenças negligenciadas e currículo de 1
ciências
Intersetorialidade Anemia (1); informação (1); práticas dentro do 8
território (5); percepção dos gestores (1)
Participação social 1
Análise de documentos oficiais 2
Promoção da saúde e enfermagem 1
Orientações posturais 1
Fonte: elaboração própria, 2016.

Observa-se que as pesquisas que remetem à necessidade do trabalho


intersetorial tem maioria dentro dos estudos, o que vem ao encontro do esperado
para o referido programa, considerando que o mesmo deve ser coordenado por
grupos intersetoriais em níveis federais, estaduais e municipais, reforçando-se ainda
que o planejamento das ações deva ser realizado após a compreensão das
necessidades do ambiente em que as abordagens serão realizadas de forma
coletiva. Tal apontamento também é refletido no estudo de Dias (2014), por meio da
análise de 46 documentos oficiais referentes ao PSE, nos quais se observou que a
proposta de trabalho intersetorial foi sinalizada em todos os documentos.
Ressalta-se então, que a construção de políticas fragmentadas e
setorializadas se desencontram do princípio da promoção da saúde, que se baseia
em compartilhamento do diálogo e construção conjunta dos processos, na busca de
uma melhor qualidade de vida da comunidade. Os setores diretamente envolvidos
com o PSE são a saúde e a educação. Estes setores têm afinidades históricas no
trabalho conjunto, uma vez que até 1950 juntas compunham um único ministério,
sendo que o desdobramento resultou no MS e MEC, causando posteriores
dificuldades para um trabalho em parceria (BRASIL, 2009).
A intersetorialidade se mostra como forma importante de gestão pública,
tendo como base a busca de atendimentos onde a visão não poderia tornar-se
39

unilateral (FERNANDES, CASTRO e MARON, 2013) e no ano de 2007, por meio do


Decreto Presidencial de n° 6287 retoma-se então a necessidade de vinculação entre
os setores de saúde e educação, colocando em pauta a necessidade de um trabalho
integrado, com uma finalidade comum, sendo um desafio, uma vez que
historicamente as instituições trabalham em prol dos próprios objetivos (TABOSA et
al., 2013).
O PSE busca esta intersetorialidade, considerando que projetos que articulem
saúde e educação podem proporcionar ao grupo estudantil um desenvolvimento
integral, uma vez que se considerarão as vulnerabilidades que podem comprometer
o desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens brasileiros (BRASIL, 2011).
Assim, a intersetorialidade se baseia na articulação de diferentes setores, que
juntos buscam a resolutividade das necessidades apontadas (GONÇALVES et al.,
2008).
Também parte dos estudos se dirigiu para questões ligadas à implantação e
implementação do PSE, conforme pode ser visto na identificação de Ferreira et al.
(2014), em Fortaleza, quando as dificuldades de implantação foram associadas a
decisões políticas, ações sem continuidade, ausências dos grupos de trabalho
regionais, alteração de gestores a nível municipal nos órgãos da saúde e da
educação.
Tabosa et al. (2013) aponta que alguns dos fatores que podem ser
relacionados à distância ainda existente de profissionais atuantes no PSE estão a
falta de conhecimento, ausência de consciência sobre a importância das ações do
programa para a formação do aluno, para a melhoria na escola, na comunidade e
em suas vidas, entre outros.
Observam-se que os artigos dividem-se ainda em relações direta ou indireta
com a gestão e com a assistência, o que vem ao encontro das propostas do PSE
que se desdobram em áreas temáticas como avaliação clínica e psicossocial,
atividades que conduzam à promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos,
aprimoramento contínuo de profissionais e jovens, acompanhamento contínuo das
ações do PSE (DIAS, 2014).
Para melhor compreensão das pesquisas atuais sobre o PSE elaborou-se a
Tabela 3, considerada uma tabela resumo, de maneira sistematizada.
40

Tabela 2. Pesquisas atuais sobre o PSE


Autores Título Tipo de População Procedimento do estudo Variáveis Resultados
estudo
GESSER et al., As significações de Estudo 10 profissionais que atuam no -Entrevista semiestruturada e observação dos Percepção dos - Os resultados foram apresentados
2015. profissionais que atuam qualitativo e de PSE: grupos de trabalho intersetorial. profissionais acerca em dois eixos centrais: compreensão
no Programa Saúde na cunho - 5 de saúde das dificuldades de dos entrevistados frente à dificuldade
Escola (PSE) acerca das exploratório. - 5 de educação. aprendizagem de aprendizagem e compreensão do
dificuldades de PSE como um programa voltado à
aprendizagem: medicalização das dificuldades.
patologização e -No primeiro eixo a compreensão dos
medicalização do fracasso articuladores do PSE abrangeu três
escolar explicações para a origem desse
fenômeno, sendo elas: as dificuldades
de aprendizagem como decorrentes
da família pobre e/ou desestruturada;
as dificuldades de aprendizagem
como decorrentes do aluno; e a
escola e as políticas públicas como
coprodutoras das dificuldades de
aprendizagem.
O outro eixo de análise refere-se à
compreensão do papel do PSE como
um agente que pode contribuir para o
diagnóstico e medicalização das
dificuldades de aprendizagem.
SILVA, 2015 Programa Saúde na Estudo Participaram 12 gestores - Análise das diretrizes do PSE e dos Estado nutricional e - Os entrevistados reconheceram que
Escola: estado nutricional transversal, municipais, equipe diagnósticos encontrados no estado bucal dos escolares em as avaliações nutricionais e
e saúde bucal dos descritivo, com multiprofissional e escolares nutricional e na saúde bucal dos estudantes Mossoró odontológicas fazem parte dos
escolares na cidade de abordagem de escolas pactuadas do município de componentes do PSE.
Mossoró – RN. quali- Mossoró-RN, no ano de 2013. - Palestras foram identificadas como
quantitativa - O levantamento se deu por meio de componentes da educação em saúde
gestores, equipe multiprofissional e no PSE.
escolares. - Alguns entrevistados perceberam
- Para avaliação das variáveis somente a realização diagnóstica nas
antropométricas foi utilizado o IMC e para ações.
avaliação da saúde bucal foi utilizado o - A falta de estrutura e de
formulário funcionários foram citados como
Proposto pela OMS para levantamentos componentes que podem
Epidemiológicos em saúde bucal. comprometer as atividades do PSE.
-A maior parte dos estudantes
apresentou-se eutrófico.
- Em relação a média de dentes
41

afetados foi de 2,66 aos 12 anos e de


3,15 como média geral para o grupo
entre 07 e 15 anos.
BRANDÃO, A implementação do Pesquisa - O estudo teve como pergunta norteadora Estratégias utilizadas -Programa implantado em
2014. Programa Saúde na exploratória com Quais estratégias foram acionadas para se para a implementação Manguinhos no ano de 2011, Foram
Escola no território de abordagem implementar o PSE em Manguinhos, RJ? do PSE contemplados 3 unidades de ensino
Maguinhos (RJ): crítico-dialético, - Foram analisadas estratégias de para execução da referida política.
estratégias de privatização direcionada a um implantação do período de 2008 a 2013, - Não existiu uma publicação clara
na política pública estudo de caso. analisando a política pública até sua das escolas que foram pactuadas pelo
configuração em Manguinhos. programa, o que dificulta a análise de
números quando necessário.
- As equipes da organização
contratada gerem o PSE, de forma
paralela as ESF e ainda paralela a
prestação de serviços de um projeto
ligado a Fiocruz.
- Este programa expressa o resultado
das lutas de classe, enquanto ação
política historicamente determinada.
- Falta de mecanismos de gestão e
avaliação do PSE, bem como a
ausência participação plena entre
saúde e educação indicam a
necessidade de melhor percepção da
classe trabalhadora sobre as políticas
públicas voltadas as carências e as
voltadas ao direito à saúde e
educação.
BRAGA e A avaliação da acuidade Estudo Participaram 30 docentes e 166 Alunos: acuidade visual medida por meio da Importância da - Em um total de 87,3% dos alunos a
RODRIGUES, visual do escolar no qualitativo discentes matriculados no Escala Optométrica de Snellen. avaliação da acuidade acuidade visual teve resultado normal
2014. Programa Saúde na Ensino Fundamental no ano de visual do escolar no e 12,7% apresentaram algum grau de
Escola: proposta de vídeo 2012. Docentes: questionário com perguntas PSE déficit de acuidade visual, sendo feito
para orientação docente abertas. encaminhamento para casos
necessários.
- A maior parte dos docentes
considera a escola como um
importante mecanismo assistencial de
promoção da equidade no
atendimento das necessidades de
saúde da população.
- Foi reconhecido de forma
prevalente que o acompanhamento
programado do crescimento e
desenvolvimento, o controle das
42

doenças prevalentes na infância e na


adolescência podem ser também
realizadas pela escola, embora os
docentes não se considerem aptos
para tal acompanhamento.
- O encaminhamento para
profissional foi prevalentemente
apontado como a conduta a ser
adotada para o aluno com problemas
visuais.
TELES, 2014. A nutrição no foco do Revisão da Para a revisão foram utilizados 5 artigos de A desnutrição e o - Capturou-se no censo comum que a
Programa Saúde na literatura revisão, 5 livros/cadernos, 3 documentos fracasso escolar desnutrição produziria deficiência
Escola: reflexões sobre o oficias e 1 dissertação. física e mental que impediria a
processo de criança de aprender, entretanto,
medicalização estudos mostram que a influência da
desnutrição no desenvolvimento
cognitivo é uma questão controversa,
uma vez que a desnutrição de
primeiro grau não afeta o sistema
nervoso central, sendo esta a mais
frequente em crianças na idade
escolar.
- Ainda assim, o PSE está baseado na
concepção de que a deficiência
biopsicossocial de que crianças
pobres padecem impedem sua
aprendizagem.
ASSIS e As doenças Pesquisa Análise de 21 currículos de ciências dos - Doenças As doenças negligenciadas são
ARAUJO– negligenciadas e a documental, estados brasileiros, e 48 documentos oficiais negligenciadas nos indicadas poucas vezes nos
JORGE, 2014. promoção da saúde: exploratório, do PSE coletados a partir dos sites do MS, currículos de ciências e currículos de ciências, ignoradas nos
possibilidades e limites qualitativa. MEC, Ministério do Desenvolvimento Social documentos do PSE documentos oriundos do PSE e
para a articulação entre os e Coordenação Geral de Alimentação e -Articulação entre poucos são os incentivos de
currículos de ciências e o Nutrição, recuperados entre agosto e currículos de ciência e articulação entre professores de
Programa Saúde na dezembro de 2013. ações do PSE Ciências e os atores do PSE
Escola (PSE) - No ano de 2010 somente 1 das
propostas mencionava o PSE no
currículo, referindo que o mesmo
deveria integrar o Projeto Político
Pedagógico e considerar doenças
negligenciadas.
FARIAS, 2014. Análise da Pesquisa de As formações dos profissionais -Entrevistas semiestruturadas gravadas em -Impacto do PSE -Entrevistados apresentaram
intersetorialidade no caráter que compuseram a pesquisa MP3 e depois transcritas. -Experiência com o conceitos sobre o PSE semelhantes às
Programa Saúde na exploratório, foram: 9 agentes comunitários - A análise foi por meio da análise de PSE preconizações do governo e
Escola no município de descritivo, com de saúde,2 auxiliares de conteúdo proposta por Bardin, associados ao - Envolvimento dos reconheceram a importância do
43

Olinda – PE: perspectivas abordagem enfermagem, 1 licenciatura em programa computacional NVivo®, também estudantes e familiares programa.
da saúde e da educação qualitativa. educação especial, 1 foi utilizado o diário de campo. com o PSE. - Os profissionais apresentaram baixa
licenciatura em geografia, 2 - Ações intersetoriais credibilidade em relação à execução
pedagogos, 2 técnicos de do programa e observaram pouco
enfermagem e 1 profissional do envolvimento da gestão com as ações
serviço social desenvolvidas.
- Existe insatisfação em relação ao
número de capacitações para atuação.
- Para parte dos ACS não existe
clareza a respeito do conceito da
intersetorialidade, embora
reconhecessem a prática como
existente.
- Profissionais identificaram conflito
de interesses entre os setores de
saúde e educação, bem como
dificuldade de diálogo entre estas
áreas.
- Aponta-se envolvimento deficiente
de setores externos a saúde e
educação.
- A família é envolvida nas ações do
PSE apenas quando necessário ou
quando existem patologias presentes.
SILVA, 2014. Participação Social no Pesquisa -Avaliação de documentos oficiais, do PSE Possibilidades e limites - A presença da sociedade civil está
Programa Saúde na documental, (decretos, documentos regulatórios e à efetivação da restrita a esfera municipal, visto que
Escola: Possibilidades e qualitativa orientadores) do PSE e 26 periódicos promoção da saúde e as esferas estaduais e federais são
limites à efetivação da publicados em revista de Qualis A, B ou C educação para a compostas pelos gestores.
promoção da saúde e nos de 1997 a 2011. cidadania - Participação desigual entre MS e do
educação para a cidadania MEC, tendo o MS maior parte das
decisões e gestão do programa.
- Os documentos apresentam
conceitos conflituosos em relação ao
empoderamento.
- A cidadania é um processo em
construção, especialmente no que
tange a formação dos sujeitos para
uma ação política.
- Participação social foi vista nos
documentos e categorizada:
participação social, participação
como atuação técnico profissional e
participação comunitária e estudantil,
participação provocada
44

FERREIRA et Percepções de gestores Estudo, Gestores no âmbito municipal, - Amostra intencional. - Gestão do PSE; - Iniciativa de incorporar o PSE na
al., 2014. locais sobre a descritivo, com estadual e Distrito Federal, - O instrumento de coleta de dados foi um - Desenvolvimento das maioria das vezes se deu pelo setor
intersetorialidade no uma abordagem totalizando 10 gestores, questionário eletrônico que constava com ações intersetoriais; saúde.
Programa Saúde na qualitativa. divididos entre 5 de saúde e 5 categorias previamente estabelecidas: - A participação dos grupos
Escola da educação, representando as  gestão do PSE; Monitoramento e intermunicipais tem participação dos
regiões do país (Norte,  desenvolvimento das ações avaliação das ações; setores saúde e educação, assim
Nordeste, Centro-Oeste, intersetoriais; como sua gestão.
Sudeste e Sul)  monitoramento e avaliação das Sustentabilidade do - Destacou-se a Secretaria de
ações; PSE. Assistência Social como parceira do
 sustentabilidade do PSE. PSE
- Sete a 10 respondentes
- As questões fechadas foram submetidas à reconheceram cumprimento das
análise descritiva e para as questões abertas, competências relacionadas ao
utilizou-se a técnica da análise de conteúdo. ambiente escolar.
- Três entrevistados assumiram
competências relacionadas a
capacitações das ESF, gestores e
responsáveis do PSE.
- Seis respondentes realizavam
reuniões mensais, 2 bimestrais e 2
quinzenais.
- Foram controversas as respostas
sobre a tomada de decisão nos GTIs.
-Existe reconhecimento de fatores
importantes para o desenvolvimento
de trabalho intersetorial, assim como
de instrumentos utilizados para a
avaliação e monitoramento do PSE.
- O fortalecimento da inserção no
PSE nos municípios, na ESF, escolas
e metas do governo é reconhecido
como importante para sua
sustentabilidade.
SILVA Programa saúde na Pesquisa Estudo de caso , qualitativo - Acompanhamento de trabalho dos grupos - Percepção sobre a - Necessidade da execução de
JUNIOR, 2014. escola: limites e qualitativa intersetoriais de 3 escolas, unidades de saúde implantação do PSE. políticas na escola de enfrentamento
possibilidades e representantes da Secretaria do estado e do -Percepção sobre a aos agravos à saúde.
intersetoriais município da educação e secretária intersetorialidade no - Ações intersetoriais não sucedem de
municipal de saúde. PSE. forma incipiente.
-Uso de entrevistas semiestruturadas, com - A escola pode ser o cenário onde se
analise das narrativas. promove o autocuidado, entretanto
- Narrativa das próprias experiências na aponta-se que para tal é necessário a
abordagem dos diálogos intersetoriais. valorização e formação dos
trabalhadores da saúde e da
educação, investimento em
45

infraestrutura,
melhoria do acesso aos serviços e
assistência à saúde.
DIAS, 2014. Programa Saúde na Estudo Examinou-se 46 documentos, Estudo documental feito por meio de Regulamentação do PSE - Verificou-se que a maior parte dos
Escola: Tecendo uma documental com dos quais 21 documentos oficiais, cartilhas, manuais, materiais encontrados se destinava a
análise dos documentos análise de foram normativos, 11 instrutivos, livros, decretos-lei, portarias e uma
oficiais conteúdo educativos e 14 informativos. outras publicações acerca do programa, além abordagem de âmbito nacional em
de avaliação dos sítios eletrônicos do M, que os métodos, sugestões e fluxos
utilizando-se da análise de conteúdo para eram determinantes ao nível que foi
organizar as informações. publicado.
- Poucos materiais regionais
localizados.
- Os maiores desafios encontram-se
na área intersetorial.
SOUSA, 2014. Saúde na Escola: Estudo de caso Principais gestores e - Foi analisado o processo político-gerencial Ações intersetoriais - A intersetorialidade ainda é pouco
analisando os caminhos exploratório e executores do PSE: secretaria desenvolvido na implementação do desenvolvidas entre os entendida e praticada, havendo mais
da descritivo, de educação, secretaria de programa, com elaboração de uma matriz de setores da saúde e da justaposição de ações.
intersetorialidade. realizado em um saúde, coordenador análise, contendo como unidades de análise educação na execução - Na implementação do programa
município da pedagógico, subcoordenador o grupo intersetorial (equipes de ESF e do Programa nota-se uma liderança do setor saúde.
Bahia. do PSE, cirurgiã dentista, ex- escolas). Saúde na Escola. - As atividades de saúde nas escolas
secretária de saúde, enfermeiro, - Para a coleta e são preventivas e realizadas quase
ACS, técnico em enfermagem, produção dos dados utilizaram-se entrevistas que exclusivamente pela equipe de
vice-diretor, coordenador semiestruturadas, análise documental saúde, tendo a equipe escolar uma
pedagógico, professor e diretor, e observação atuação coadjuvante.
perfazendo 23 entrevistados - Os principais achados evidenciam
que o PSE fortaleceu a relação entre
os setores saúde e educação, no
entanto, a articulação intersetorial no
processo político-gerencial e no
processo de trabalho mostrou-se
frágil e limitada.
ALMEIDA, Estudo de caso. 15 entrevistados, sendo 2 Estudo com atores sociais do PSE do Implantação do - A escola foi tomada como espaço
2013. Praticas intersetoriais do pessoas do grupo de trabalho município de Contagem/MG, envolvidos processo intersetorial de socialização e desenvolvimento
Programa Saúde na intermunicipal e 13 atores diretamente no planejamento e execução das das práticas intersetoriais do PSE,
Escola: estudo sobre as sociais divididos entre ações do programa. Observações sendo palco de relações conflituosas
ações e interações dos professores, diretores, sistemáticas sobre as interações sociais e entre atores sociais do programa.
atores sociais envolvidos. articuladores comunitários, ações desenvolvidas no programa, - Foram apontados como fatores
enfermeiro, técnicos de registradas em diário de campo, e entrevistas restritivos ao processo de trabalho
enfermagem, e Agentes semiestruturadas. intersetorial: não compreensão da
Comunitários de Saúde dinâmica intersetorial; resistência
para a realização de ações;
dificuldade de organização,
planejamento e demanda do trabalho.
- A efetivação da intersetorialidade
46

ainda encontra-se em fase inicial.


SILVA et al., Promoção da saúde no Pesquisa Participaram 26 profissionais, - Entrevistas semiestruturadas com perguntas Atuação dos - Existência de uma transferência de
2014. Programa Saúde na qualitativa, na sendo 15 enfermeiros e 11 direcionadas para compreensão de aspectos profissionais da saúde responsabilidade para a escola na
Escola e inserção da modalidade assistentes de educação, além políticos e organizacionais do programa com no PSE e sua inserção formação de hábitos,
enfermagem estudo de caso, de 2 gestores da educação e 1 profissionais de saúde e educação que atuam na promoção da saúde. comportamentos e valores dos
baseado no coordenador do PSE como no PSE em município de grande porte em alunos.
referencial da informante Minas Gerais. - A relação dos setores saúde e
dialética. - Observação de escola municipal do estudo, educação apresentam-se como um
enfocando atividades do PSE. desafio a ser superado.
- O papel dos enfermeiros nas ações
educativas tem potencial de
responder às condições de saúde
escolar.
TABOSA et A gestão da informação Estudo teórico, - Foram consultados 3 livros e 12 periódicos, Gestão da informação - O PSE é elemento fundamental nas
al., 2013 no Programa Saúde na empreendido a por meio do qual se permitiu uma reflexão no PSE em Fortaleza. escolas municipais de Fortaleza e
Escola e Fortaleza-CE: partir de uma sobre a gestão da informação vem desenvolvendo suas atividades
impasses e alternativas revisão no PSE, destacando sua influência no no intuito de trazer melhorias para a
bibliográfica. desenvolvimento e formação educacional rede de ensino por meio do
dos desenvolvimento de ações voltadas
estudantes da rede pública municipal de para a formação em saúde.
Fortaleza-CE. O estudo apresenta a questão da
gestão da informação, tendo como
objetivo: analisar as ações
desenvolvidas no PSE, a fim de
verificar sua contribuição na
formação educacional dos estudantes.
VIEIRA, 2013 Programa Saúde na Pesquisa Responderam ao questionário -Pesquisa bibliográfica, documental e de -Trajetória do PSE de - Maior participação de profissionais
Escola: A exploratória e 201 profissionais ligados ao campo. 2007 a 2013. da saúde no estudo.
intersetorialidade em descritiva, com PSE e que participaram do II - Foram entrevistados e responderam a - Modelo de gestão do - Necessidade de presença de maior
movimento investigação Encontro Nacional de questionários profissionais ligados ao PSE e PSE. número de setores para o
qualitativa e Formação dos grupos de que participaram II Encontro Nacional de desenvolvimento do PSE, sendo a
quantitativa. trabalho interestaduais (GTIEs) Formação dos GTIEs e das Oficinas de igreja apontada como setor
e das oficinas de formação Formação Estadual do PSE de 10 estados. contribuinte.
estadual do PSE de 10 estados. - Gestores do PSE com nível superior
Foram entrevistados 16 correspondem a 92,5%, com perfil
gestores do GTIEs, sendo 8 da jovem, em sua prevalência, sendo
saúde e 8 da educação. que 65% dos pesquisados tinham no
máximo um ano de experiência
enquanto gestores do PSE.
- No total de 56% os grupos de
trabalho intermunicipais (GTIMs) se
formalizaram sem existência da
portaria.
- Como desafios para a concretude do
47

PSE se apresentaram: trabalhar de


forma instersetorial, articulada e
integrada; uso dos equipamentos das
escolas e UAB e implicação de todos
os membros de forma responsável.
- Para implementação das ações do
PSE municipal foram apresentados:
reuniões entre a gestão,
planejamentos intersetoriais e
palestras.
- Como potencialidades para o
desenvolvimento dos GTIM foi
apontado o entrosamento das
equipes, o planejamento coletivo e
intersetorial, as parceria com
universidades, a transferência de
conhecimentos, cobertura das ESF,
entre outros.
-Temas levantados como de
necessidade: sexualidade, drogas,
violência, bulling, homofobia,
gravidez na adolescência, etc.
- Os participantes viram o PSE como
positivo.
COSTA, 2013. O Programa Saúde na Pesquisa Pesquisa teórica. As delimitações para Nexos e determinações - As concepções teóricas,
Escola: Análise da bibliográfica análise foram o decreto presidencial entre a formação educacionais e pedagógicas, não
implementação de uma 6.286/2007 e os Manuais Instrutivos do PSE permanente e a consideram questões relacionadas a
política pública de de 2011 a 2013. Foi usado a análise de concepção pedagógica determinações sócio históricas.
educação conteúdo, orientada pelas categorias: da escola e dos - O programa apresenta-se
Realidade e Possibilidade. professores no PSE contraditório em suas propostas de
formação permanente; na
inviabilidade dos princípios de
intersetorialidade; no financiamento
que tem a rede de saúde como gestão
de recurso e as propostas mais
voltadas para adolescentes.
- O programa vem para atender
demandas da saúde, fazendo recair
sobre a escola e professores uma
demanda que não lhes pertence.
SANTIAGO et Implantação do Programa Relato de Relato da implantação do PSE por uma Experiência da - A relação entre os profissionais de
al., 2012. Saúde na Escola em experiência equipe da ESF em uma escola pública em implantação do PSE, saúde e adolescentes é limitada,
Fortaleza –CE: atuação de Fortaleza-CE. As atividades desenvolvidas especialmente no sendo o PSE uma proposta capaz de
equipe da Estratégia incluíram seminário de implantação do PSE âmbito da saúde do permitir a criação e estabelecimento
48

Saúde da Família com os docentes e integrantes da ESF, adolescente. de vínculo


oficinas com os estudantes, avaliação clinica - A aproximação entre escola e ESF é
e odontológica dos adolescentes e entrega da de relevância para a construção de
Caderneta de Saúde do Adolescente. comportamentos saudáveis de
adolescentes.
-A implantação do PSE permitiu aos
profissionais de saúde a percepção do
seu papel social de educador e
possibilitou aos adolescentes maior
contato com a equipe da ESF.
FERREIRA et Diplomas Normativos do Pesquisa -Análise do decreto e 8 portarias que Equanimidade entre - A participação da Saúde e da
al., 2012. Programa Saúde na documental instituíram o PSE. saúde e educação no Educação no PSE acontece de forma
Escola: qualitativa - Utilizou-se analise de conteúdo proposta PSE equânime.
análise de conteúdo por Bardin, associada ao programa - Em áreas como o financiamento das
associada à ferramenta computacional ATLAS TI 5.2 ações, processo de adesão e
ATLAS TI coordenação da Comissão
Intersetorial verifica-se maior
domínio do setor saúde.
VIEIRA, 2011. Orientações posturais Pesquisa Participaram 56 profissionais, Entrevista semiestrutura a respeito do Inserção do tema - As orientações sobre prevenção
preventivas para escolares descritiva e cujas atuações acontecem na conhecimento de questões posturais de prevenção postural no postural ainda não foram
do ensino fundamental: quantitativa. escola ou na área de saúde. profissionais de saúde e educação. PSE em Volta introduzidas nas atividades do
Proposta de inclusão do Redonda programa, embora os profissionais de
tema pelo Programa educação e saúde considerarem
Saúde na Escola bastante produtivo e pertinente
inclui-las.
- Foi possível levantar o
conhecimento prévio sobre cuidados
necessários relativos à postura dos
educandos e verificar quais
informações foram abordadas por
profissionais de saúde.
-Nenhum entrevistado apresentava
conhecimento sobre material didático
para educação postural no PSE, mas
100% o consideraram válido.
CASTRO, Análise do Programa Revisão de Análise documental, por meio de leitura de Lacunas das políticas Existe a ausência da anemia
2011. Saúde na Escola (PSE) literatura documentos oficiais, dissertação, tese, livro, públicas educacionais falciforme na relação das doenças
como política pública pesquisa, anais, entre outros, totalizando 18 promovidas pelo crônicas apresentadas no citado
educacional no âmbito referências. A discussão foi fundamentada governo brasileiro, em programa, sendo esta importante,
intersetorial: pela teoria da análise de discurso. especial no que tange a uma vez que vulnerabiliza o
focalizando a anemia anemia falciforme indivíduo por ela acometido.
falciforme
Fonte: elaboração própria, 2016.
49

3 MÉTODO

3.1 Delineamento da pesquisa

Tratou-se de uma pesquisa de campo, exploratória, descritiva e de


abordagem quantitativa.
Para o levantamento bibliográfico utilizaram-se bancos de dados como Lilacs,
Medline, Scielo, Bireme, Departamento de Atenção Básica – MS, com os seguintes
descritores: saúde na escola, qualidade de vida, desenvolvimento humano
sustentável.

3.2 População

Foram convidados para participar do presente estudo profissionais que atuam


em escolas públicas pactuadas para o recebimento das ações do PSE e os
profissionais das Equipes de Saúde da Família (ESF) e Núcleo de Apoio à Saúde da
Família (NASF) que trabalham com o referido programa, em um município do sul de
Minas Gerais.
Foram critérios de inclusão: profissionais de saúde (agentes comunitários de
saúde, assistente sociais, auxiliares de saúde bucal, dentistas, educadores físicos,
enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, psicólogos, técnicos em enfermagem e
terapeutas ocupacionais) e da área de educação (auxiliares de desenvolvimento
infantil, auxiliares de educação inclusiva, berçaristas, coordenadores pedagógicos,
diretores, interprete de libras, monitora, professores, supervisores e vice-diretores)
vinculados ao PSE, direta ou indiretamente.
Foram critérios de exclusão: profissionais de educação que atuam em escolas
que, embora pactuadas, desconhecem o PSE. Profissionais de saúde que atuem na
Estratégia de Saúde da Família ou no Núcleo de Apoio a Saúde da Família que,
embora atuem em unidades pactuadas para a realização de ações do PSE não a
tenham executado ou participado direta ou indiretamente de sua execução.
50

3.3 Local da pesquisa

O município de pesquisa está localizado na região sul de Minas Gerais. Conta


com uma população estimada de 162.379 habitantes (BRASIL, 2014). A média de
renda domiciliar mensal é de R$ 942,54 (BRASIL, 2015).
A cidade apresenta índices crescentes de Desenvolvimento Humano,
conforme elucidado no quadro abaixo, apresentando pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE); vide Tabela 4.

Tabela 3: Dados do município


Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM
IDHM 2010 0,779
IDHM 2000 0,716
IDHM 1991 0,581
Fonte: Atlas Brasil 2015 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

O índice de pobreza e desigualdade é de 10,44, sendo um dos menores do


estado de Minas Gerais. O Produto Interno Bruno (PIB) per capita é de R$29691,66.
A população alfabetizada é de 137.011(BRASIL, 2012).
O município conta, na contextualização da atenção básica, com 32 unidades
de Saúde da Família, sendo destas 26 na área urbana, 03 unidades Básicas de
Saúde, 01 Programa Materno Infantil, 02 consultórios volantes de odontologia, 01
equipe de atenção domiciliar, destinado a pacientes que residem fora da área de
cobertura de Estratégia de Saúde da Família ou Núcleo de Apoio à Saúde da
Família (NASF), 1 consultório odontológico e a referência do programa de Doença
Sexualmente Transmissível/Acquired Immunodeficiency Syndrome (DST/AIDS)
(PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE, 2013) e com 03 NASF onde atuam: assistente
social, educador físico, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo e terapeuta
ocupacional.
O município possui 45 escolas com oferta de ensino na educação
fundamental, 17 no ensino médio e 63 no ensino pré-escolar, sendo que deste total
o ensino público se configura em 8 escolas estaduais e 25 municipais com oferta no
ensino fundamental, 7 escolas estaduais e 1 escola municipal que oferecem ensino
médio e 45 escolas municipais que oferecem ensino pré-escolar.
51

A população de alunos matriculados, segundo os dados do Instituto Brasileiro


de Geografia, do ano 2012 foi de 28939, sendo que dentre estes, 23088 encontram-
se na rede pública de ensino.
Do total de escolas públicas 27, equivalendo a 31,3%, encontram-se
pactuadas para as ações do PSE.

3.3.1 O PSE no município estudado

O PSE foi implantado no município de estudo no ano de 2011, sendo


atribuição das Equipes de Saúde da Família e das escolas públicas pactuadas.
As ações para estas escolas devem atender os seguintes componentes:
avaliação antropométrica, verificação da situação vacinal, saúde bucal, saúde ocular,
avaliação de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável, promoção
da cultura e paz e Direitos Humanos, saúde mental, saúde e prevenção nas escolas
(SPE): educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das
DST/AIDS e prevenção ao uso de álcool, crack e outras drogas.
A pactuação tem sua escolha pautada por critérios de maior vulnerabilidade
social e cobertura das redes de saúde e educação, a condição de saúde dos
educandos, de acordo com levantamentos feitos por meio de sistemas de
informação do SUS.
Na Secretaria Municipal de Saúde, o PSE é tratado dentro do setor de
Atenção Básica de Saúde, na divisão de Coordenação do PSF. Deste departamento
se originam as pactuações e direcionamentos para as equipes de ESF e NASF. Na
Secretaria Municipal de Educação foi designado uma servidora, que entre as outras
atividades, também atende as necessidades do PSE.
No ano de 2014 foram contratadas quatro enfermeiras por meio do Programa
de Valorização da Atenção Básica (PROVAB) que trabalhavam exclusivamente no
apoio às atividades do PSE, sendo suas atividades realizadas durante o período de
um ano.
52

3.4 Variáveis de estudo

Foram analisados o perfil e a percepção dos profissionais, de saúde e de


educação, sobre o PSE, por meio de questionário construído pela autora, que segue
os critérios preconizados para a atuação no PSE, estabelecidos pelo MS e MEC
(BRASIL, 2011).
Foi avaliado, no mesmo questionário, a percepção dos profissionais de saúde
e de educação sobre a relação de referido programa com o que se preconiza a ONU
para o Desenvolvimento Humano Sustentável (ONU, 1986).
O perfil dos profissionais foi descrito por meio das seguintes variáveis:

 Tipo de instituição que trabalha


Esta variável identificou em qual estabelecimento, escola ou saúde, o
participante trabalha;
 Cargo
O participante da educação teve como categorias: professor de ensino infantil
(1); professor de ensino fundamental 1 (2); professor de ensino fundamental 2
(3); professor de ensino médio (4); diretor (5); vice-diretor (6); coordenador
pedagógico (7); outro (8);
O participante da saúde teve como categorias: assistente social (1); dentista
(2); educador físico (3); enfermeiro (4); fisioterapeuta (5); médico (6);
nutricionista (7); psicólogo (8); terapeuta ocupacional (9); farmacêutico (10);
agente comunitário de saúde (11); técnico em enfermagem (12); outros (13).
 Tempo de exercício na função
Os participantes foram categorizados em: 0 a 1 ano (1); 1 a 5 anos (2); 5 a 10
anos (3); maior que 10 anos (4).
 Tempo de atuação junto ao PSE
Os participantes foram categorizados em: 01 a 1 ano (1); 1 a 5 anos (2); maior
que 5 anos (3).
A percepção dos profissionais sobre a implantação e execução do PSE e sua
articulação com o que preconiza a ONU para o Desenvolvimento Humano
Sustentável foi respondido por meio das seguintes categorias: importância e
contribuição do PSE, capacidade de transformação, resolutividade e relação com o
53

Desenvolvimento Humano Sustentável.


A percepção dos profissionais sobre os aspectos que facilitam e dificultam o
desenvolvimento do trabalho educativo em saúde na escola foi respondido por meio
das seguintes categorias: temáticas, preparo e conhecimento para atuação junto ao
programa, reconhecimento individual, coletivo e satisfação, estrutura e recursos e
metodologias de trabalho.

3.5 Instrumentos

O instrumento foi composto por dados de caracterização dos participantes,


tais como: tempo de exercício da atividade e local onde trabalham (saúde ou
escola), equipe em que atuam (ESF, NASF ou escola), formação e tempo de
atuação junto ao PSE.
Os questionários foram respondidos sem a participação ou interferência do
pesquisador.
Para avaliação da eficácia da pesquisa a mesma foi aplicada em uma escola
pública do município, bem como em uma unidade de Estratégia de Saúde da
Família. Após o teste piloto, a mesma foi adaptada, sendo então aplicada nas
instituições elegíveis.
Para a mensuração o instrumento utilizou a Escala de Likert, onde as
respostas variaram de um a cinco, de forma equilibrada para não haver tendência
das respostas a uma análise positiva ou negativa (ANASTASI e URBINA 2000). As
escalas utilizadas foram:
 de frequência: onde um representa nunca e o cinco, sempre;
 de satisfação: onde um representa muito insatisfeito e cinco, muito satisfeito;
 de preparação: onde um represente nada e cinco, completamente.
O questionário dos participantes da área da saúde (Apêndice 2) foi constituído
do perfil do profissional, descrito por identificação do local onde trabalha, questão 1;
cargo, indicada na questão 2; tempo de exercício na função, questão 3, e tempo de
atuação junto ao PSE, questão 4.
A percepção dos profissionais sobre a implantação e execução do PSE e sua
articulação com o Desenvolvimento Humano Sustentável, frente à categoria
importância e contribuição do PSE foi contempladas nas questões 5 e 7, capacidade
54

de transformação questão 6, relação com o Desenvolvimento Humano Sustentável


questão 15 e resolutividade questão 31.
Sobre os aspectos que facilitam e dificultam o trabalho educativo em saúde,
consideraram-se as categorias temáticas do programa contempladas nas questões 8
e 9, o preparo e conhecimento para atuação junto ao programa às questões 10, 11,
12, 13, 24, 25, 28 e 29, o reconhecimento individual, coletivo e satisfação foi
respondidos pelas questões 14, 16, 18, 26 e 27, a estrutura e recursos, questões 17
e 30. As metodologias de trabalho forma respondidas pelas questões 19, 20, 21, 22
e 23.
O questionário dos participantes da área da educação (Apêndice 3) foi
constituído do perfil do profissional, descrito por identificação do local onde trabalha,
questão 1; cargo, indicada na questão 2; tempo de exercício na função, questão 3, e
tempo de atuação junto ao PSE, questão 4.
A percepção dos profissionais sobre a implantação e execução do PSE e sua
articulação com o Desenvolvimento Humano Sustentável, frente à categoria
importância e contribuição do PSE foi contempladas nas questões 5 e 7, capacidade
de transformação questão 6, relação com o Desenvolvimento Humano Sustentável
questão 15 e resolutividade questão 24.
Sobre os aspectos que facilitam e dificultam o trabalho educativo em saúde,
consideraram-se as categorias temáticas do programa contempladas na questão 9,
o preparo e conhecimento para atuação junto ao programa às questões 8, 10, 12,
13, 17, 18, 22, 23 e 17, reconhecimento individual, coletivo e satisfação foi
respondidos pelas questões 11, 14, 16, 19, 20 e 21.

3.6 Procedimentos de coleta de dados

A presente pesquisa iniciou-se após a devida autorização das Secretarias


Municipais de Educação (SME) e Saúde (SMS) do município objeto de estudo.
Na sequência a pesquisadora dirigiu-se a todas as escolas e unidades de
saúde da família que atenderam aos critérios de inclusão, onde apresentou a
pesquisa e seu instrumento, permitindo então que os participantes respondessem
sem sua interferência.
Os participantes que aceitaram responder o instrumento de forma voluntária
55

assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 1).


Os questionários para os profissionais da saúde e da educação são
apresentados nos Apêndices 2 e 3 respectivamente.

3.7 Análise dos dados

Os dados, tanto de caracterização dos profissionais, como de suas respostas


que remeteram à percepção do PSE foram tabulados em uma planilha utilizando o
software MS-Excel 2010.
Foi utilizada a análise descritiva por meio de frequência absoluta e relativa,
seguindo as diretrizes para cálculo propostas por Larson e Farber (2010).

3.8 Aspectos éticos

Na realização desta pesquisa foram cumpridos os princípios enunciados na


Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012).
O presente estudo não ofereceu riscos adicionais para os participantes, além
da disposição de aproximadamente 15 minutos do seu tempo de trabalho para
responder ao questionário.
A identificação dos participantes da pesquisa foi preservada e não houve
ônus aos mesmos.
56

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Caracterização dos participantes

Participaram da pesquisa 351 profissionais da saúde e educação ligados


direta ou indiretamente ao PSE. A seleção dos participantes obedeceu aos critérios
de inclusão e de exclusão descritos no capítulo três.
O estudo foi composto de 177 profissionais de educação, sendo 30 (16,9%)
professores de ensino infantil, 43 (24,2%) professores de ensino fundamental 1, 39
(22%) professores do ensino fundamental 2, 4 (2,2%) diretores, 1 (0,5%) vice-diretor,
8 (4,5%) coordenadores pedagógicos, 9 (5,1%) auxiliares de desenvolvimento
infantil e 43 (24,2%) de outros cargos, divididos entre 11 (6,21%) auxiliares de
educação inclusiva, 24 (13,5%) berçaristas, 2 (1,1%) interpretes de libras, 1 (0,5%)
monitora, 2 (1,1%) professores eventuais 2 (1,1%) professores de apoio e 1 (0,5%)
professor comunitário.
No estudo de Costa, Figueiredo e Ribeiro (2013), que avaliava a importância
do enfermeiro junto ao PSE, também teve como característica de sua amostra um
maior número de profissionais com atuação no Ensino Fundamental.
A população participante de profissionais de saúde foi composta de 174
profissionais, sendo, 2 (1,1%) assistentes sociais , 1(0,5%) educador físico, 24
(13,7%) enfermeiros, 2 (1,1%) fisioterapeutas, 12 (6,8%) médicos, 2 (1,1%)
psicólogos, 1 (0,5%) terapeuta ocupacional, 1 (0,5%) farmacêutico, 95 (54,4%)
agentes comunitários de saúde, 32 (18,3%) técnicos em enfermagem e 2 (1,1%)
auxiliares de saúde bucal. Observa-se grande número de agentes comunitários,
seguidos por técnicos de enfermagem e enfermeiros, depois os demais profissionais
da saúde.
A pesquisa de Flisch et al. (2014), bem como de Jacóe et al. (2014) também
apresentaram uma amostra maior de agentes comunitários de saúde, sendo esta a
categoria mais numerosa em uma equipe de Estratégia de Saúde da Família. O
estudo de Marqui et al. (2010) também traz em sua descrição, uma maior
participação de agentes comunitários, enfermeiros, técnicos em enfermagem e
médicos quando comparado aos profissionais do NASF.
O tempo de exercício na função para os profissionais de educação foi de 21
57

(11,8%) para profissionais com 0 a 1 ano de atuação, 71 (40,1%) de 1 a 5 anos, 22


(12,4%) de 5 a 10 anos e 63 (35,9%) com tempo superior 10 anos. Em relação ao
tempo de atuação junto ao PSE, 135 (76,2%) profissionais atuam em período inferior
a 1 ano, 25 (14,1%) de 1 a 5 anos e 17 (9,6%) em período maior que 5 anos.
Entre os profissionais de saúde o tempo de atuação no PSF foi de 11 (6,3%)
profissionais de 0 até 1 ano, 88 (50,5%) profissionais de 1 a 5 anos, 52 (29,9%) com
o tempo entre 5 e 10 anos e 23 (13,2%) com o tempo superior a 10 anos. Em
referência ao tempo de atuação com o PSE os dados apontaram para 58 (33,3%) de
0 até 1 ano, 99 (56,9%) de 1 a 5 anos e 17 (9,8%) com tempo superior a 5 anos.
Observa-se na educação uma concentração de profissionais novos (40,1%)
nas escolas, seguido de profissionais com mais de 10 anos de experiência. Já entre
os profissionais da saúde, sendo 80,4% com menos de 10 anos de experiência.

4.2 Percepção dos profissionais da saúde e da educação sobre a


implantação e execução do PSE e sua articulação com o
Desenvolvimento Humano Sustentável

As perguntas sobre a percepção dos profissionais de saúde foram as de


número 5 a 7, 15 e 31. Já para os profissionais de educação as respostas que
atendem ao objetivo de avaliação da percepção sobre o PSE são as de número 5 a
7, 15 e 24.
A pergunta de número 5 questionou o quanto o profissional considera
importante o PSE para a qualidade de vida do aluno da forma como está instituído.
Para os profissionais de saúde as respostas apontaram que 9 (5,2%) acreditam que
em nada, 29 (16,6%) muito pouco, 44 (25,3%) que sua contribuição é média, 52
(29,9%) que bastante e 40 (23%) que completamente. Para os profissionais da
educação a questão obteve os seguintes resultados 7 (3,9%) consideram como
nada importante, 16 (9%) como muito pouco importante, 36 (20,3%) como médio, já
para 74 (41,8%) é bastante importante e para 44 (24,8%) completamente importante.
Estes resultados sugerem que a maioria, tanto dos profissionais da saúde
como da educação, acredita que o PSE contribui para a QV dos alunos, da forma
como ele está instituído. No entanto, um maior número de profissionais da educação
acredita no PSE como importante para a qualidade de vida da forma como está
58

instituído quando comparado aos profissionais da saúde.


Pode-se inferir, neste contexto, que os profissionais de saúde acreditam
menos no programa da forma como está sendo conduzido no referido município.
Entretanto, faz-se necessário considerar que os profissionais de educação acreditam
na proposta do PSE provavelmente por acompanharem os alunos de forma mais
próxima na sua rotina diária do que os profissionais da saúde, assim, se faz pensar
que os profissionais da educação poderiam participar mais ativamente do PSE.
Estes resultados corroboram com os achados de Costa, Figueiredo e Ribeiro
(2013) onde a totalidade (100%) dos profissionais da educação afirmou ser o PSE
uma importante fonte promotora de qualidade de vida.
Bezerra et al. (2013), em um estudo com 16 profissionais de saúde que
participam do PSE, levantou que os mesmos percebem a importância do programa
como uma oportunidade de interação e saúde, dando oportunidades para ações de
prevenção e promoção da saúde. Os respondentes afirmaram que, mesmo com
alguns impasses, o programa é eficaz no seu objetivo que é o de promover melhor
qualidade de vida aos alunos, sendo de fundamental importância na orientação de
adolescentes quanto a certas patologias que frequentemente podem ocorrer nesta
faixa etária.
Segundo Casemiro, Fonseca e Secco (2014), o PSE traz entre seus pilares a
contribuição para a qualidade de vida. Referindo ser esta um componente da
promoção da saúde e da saúde do escolar, e que, enquanto política pública, deverá
ser garantida aos educandos.
Este conceito é reafirmado na perspectiva da promoção de saúde que
considera que a educação em saúde, deve partir do conhecimento prévio dos alunos
e profissionais, de modo a estimular o protagonismo destes à própria mudança,
tendo como resultados impactos positivos em sua qualidade de vida (BRASIL, 2009).
Segundo Flisch et al. (2014), a educação em saúde tem entre seus objetivos
levar autonomia por meio de uma reflexão crítica, em que os sujeitos podem buscar
as modificações necessárias para o próprio estilo de vida. Do mesmo modo, para
Harada (2003) as ações educativas em saúde permitem atuações de forma
individual e coletiva, levando a conhecimentos e habilidades que podem
proporcionar melhoria da qualidade de vida.
A pergunta de número 6 busca avaliar a percepção sobre em que medida o
PSE contribui para a autonomia em saúde do aluno. As respostas obtidas na área
59

de saúde permitiram identificar que 12 (6,9%) dos profissionais relataram que em


nada, 25 (14,3%) que muito pouco, 63 (36,2%) que de forma média, 58 (33,3%) que
bastante e 16 (9,1%) apontaram que completamente. Já os colaboradores da
educação referem que 11 (6,2%) em nada, 27 (15,5%) em muito pouco, 57 (32,2%)
como médio, 59 (33,3%) como bastante e 23 (12,9%) como completamente.
Observa-se que as percepções dos colaboradores da saúde e da educação
são próximas em relação à contribuição do PSE para a autonomia do aluno em
saúde, sendo que a maioria destes concentra sua opinião entre médio e bastante.
Entretanto, um maior número de profissionais da educação acredita que o programa
contribui completamente para o desenvolvimento desta autonomia, quando
comparado com as crenças dos profissionais da saúde. Tal resultado remete a uma
reflexão sobre a proximidade destes profissionais aos alunos, podendo acompanhar
de forma mais apurada as possíveis adaptações trazidas após as ações educativas.
No estudo realizado por Closs et al. (2015), levantou-se que o PSE é
relevante e suas ações são efetivas. No entanto, requer a articulação entre
diferentes serviços e setores, potencializando o cuidado aos educandos e o estímulo
do senso crítico, da autonomia, do protagonismo social, e de atitudes mais
saudáveis, com consequente melhoria da comunidade como um todo.
A autonomia em saúde deve ser estimulada por meio da educação em saúde,
devendo partir do princípio dos conhecimentos e experiências apresentados pelos
alunos, trabalhando, o desenvolvimento das práticas autônomas entre os indivíduos
(BRASIL, 2009).
Para Campos e Rodrigues (2008), a relação entre autonomia e qualidade de
vida está presente, uma vez que qualidade de vida relaciona-se com a promoção da
saúde, sendo importante medida para a redução dos riscos a saúde e seus
condicionantes. Assim, buscar saúde inclui meios para ampliação da qualidade de
vida, ou seja, proporcionar meios ao indivíduo que permitam a busca de sua
autonomia.
Tal visão vem de encontro ao pensamento de Maia et al. (2014), para o qual a
educação em saúde contribui para a qualidade de vida dos educandos mas também
do meio onde estão inseridos, sendo que esta envolve meios na busca de
autonomia dos atores que contribuam para a própria saúde.
Com relação ao quanto os profissionais de saúde consideram importante um
programa sobre educação em saúde na escola, pergunta 7, os resultados mostram
60

que 2 (1,1%) consideram nada importante, 5 (2,8%) muito pouco importante, 15


(8,6%) médio, 59 (33,9%) como bastante, 93 (53,4%) consideram completamente
importante. Para os profissionais de educação, os dados permitiram identificar que 2
(1,1%) não consideram importante, 3 (1,6%) muito pouco importante, 17 (9,6%)
médio, 65 (36,7%) bastante e 90 (50,8%) completamente.
Observa-se que ambas as categorias reconhecem a importância do
programa, o que pode vir a contribuir com a construção das ações do PSE, uma vez
que este pode ser um estímulo para a atuação dos profissionais.
O achado vem de encontro ao estudo de Costa, Figueiredo e Ribeiro (2013)
realizado com profissionais de educação, cujos pesquisados visualizavam o
Programa Saúde na Escola como importante, bem como com o estudo de Jacóe et
al (2014), realizado com profissionais de saúde, cuja maior parte dos profissionais
reconheceu o programa como importante.
Ressalta-se que o PSE traz entre os fatores relevantes de sua importância a
finalidade de apoiar a formação integral dos estudantes da rede pública de ensino,
tendo entre seus objetivos a promoção da saúde e a prevenção de agravos à saúde
(BRASIL, 2009).
A pergunta de número 15 indagava sobre em que medida o profissional
acredita que o PSE pode contribuir com o Desenvolvimento Humano Sustentável.
Os profissionais de saúde apontaram as seguintes respostas: 4 (2,2%) nada, 15
(8,6%) muito pouco, 45 (25,8%) médio, 67 (38,5%) bastante e 43 (24,7%)
completamente. Os profissionais de educação apontaram: 5 (2,8%) acreditam que
em nada, 7 (3,9%) em muito pouco, 27(15,2%) de forma média, 65 (36,7%) bastante
e 73 (41,2%) completamente.
A maioria de ambos profissionais acredita que o PSE contribui para o
Desenvolvimento Humano Sustentável. No entanto, os profissionais da saúde tem
uma percepção menor sobre a contribuição do PSE para o referido aspecto, quando
comparado à percepção dos profissionais da educação. Provavelmente pelo tema
Desenvolvimento Humano e ou Desenvolvimento Sustentável ser mais discutido e
trabalhado entre os profissionais da educação do que na saúde, estes consigam
identificar a relação com mais clareza e propriedade.
Fatores como educação e saúde são vistos hoje como meios para a
apropriação de qualidade de vida para os indivíduos e de desenvolvimento
sustentável (MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000). Como o PSE busca ser um programa
61

de ações sustentáveis, tal como considerado no relatório Lalonde (1974) que tem
entre as bases para a promoção da saúde fatores como estilo de vida e serviços de
saúde, reforça a necessidade de que as atividades educativas em saúde devem
contribuir para a promoção da saúde, e que este possibilite um desenvolvimento
crescente e sustentável, uma vez que o processo educativo em saúde faz parte de
uma construção individual, comunitária, política e social, de maneira contínua e
crescente.
Tais estudos corroboram com o estudo Dessen e Polonia (2007), onde a
escola é vista como ambiente apropriado para o desenvolvimento e aprendizado,
espaço este onde os indivíduos devem desenvolver-se de forma integral, com
práticas que promovam uma educação dentro e fora de seus muros.
Na questão 31 e 24, respectivamente para profissionais de saúde e educação
foi perguntado sobre a frequência em que se observa a resolução das necessidades
dos educandos levantadas por meio do PSE. As respostas dos profissionais de
saúde levaram ao seguinte resultado: 72 (41,3%) dos pesquisados acreditam que
nunca, 78 (44,8%) que algumas vezes, 22 (12,6%) que frequentemente, 1 (0,5%)
que muito frequentemente e 1 (0,5%) que sempre. Já entre os profissionais da
educação as respostas levaram aos seguintes dados: 78 (44%) dos profissionais
afirmam que nunca, 71 (40,1%) que algumas vezes, 19 (10,7%) frequentemente, 7
(3,9%) muito frequentemente e 2 (1,1,%) que sempre.
Os resultados sugerem que as ações propostas podem não analisar as
necessidades de forma direta e objetiva dos educandos que as recebem, sugerindo
uma intervenção de resolutividade abaixo do esperado pela equipe de ESF ou pelo
SUS.
O estudo de Gomes (2012) também trouxe uma preocupação de que o PSE
não se tornasse um programa de baixa resolutividade ou não contribuísse com
avanços significativos para a vida dos estudantes.
Como medida resolutiva na pesquisa Santiago et al (2012) os achados
clínicos, físicos ou emocionais, constatados nas ações do PSE no ambiente escolar
foram encaminhados para a unidade de saúde a fim de receberem o devido
tratamento, sendo esta uma das medidas que supõe ser esperada pelos
profissionais que responderam a pesquisa.
Resolutividade deve considerar duas vertentes, sendo estas: a capacidade de
absorver a demanda solicitada e capacidade de resolver os casos atendidos. Para
62

os típicos serviços públicos, envolve melhoria de indicadores epidemiológicos


ligados à incidência e prevalência de doença. Este mesmo estudo evidenciou que
entre seus pesquisados, as práticas educativas em saúde eram restritas, em
detrimento da alta demanda de atividades do PSF (D´AGUIAR, 2001), o que pode vir
a justificar o achado do presente trabalho.
Assim, a resolução dos problemas de saúde deve ser priorizada quando
encontrados, tendo um profissional de saúde designado para sua resolução ou
acompanhamento, sendo que sua identificação, segundo Portugal (2006) deve ser
processo inicial para o trabalho.

4.3 Percepção dos profissionais de saúde e de educação sobre


aspectos que facilitam e dificultam o desenvolvimento do trabalho
educativo em saúde na escola

As perguntas que permitem a análise da percepção dos profissionais de


saúde sobre os aspectos que facilitam e dificultam o desenvolvimento do trabalho
educativo em saúde na escola são as de número 8 a 14, 16 a 18, 24 a 31. A mesma
categoria é também respondida pelos profissionais de educação por meio das
questões de número 8 a 14 e 16 a 23.
As perguntas 8 e 9, aplicadas para profissionais de saúde e educação
respectivamente, permitiram identificar o quanto os temas trabalhados no PSE são
considerados importantes para estes profissionais. Dentre as resultados, para os
profissionais de saúde identificou-se: 1 (0,5%) considera nada importante, 11 (6,3%)
apontaram como muito pouco, 52 (29,8%) consideram como médio, enquanto 70
(40,2%) bastante e 40 (22,9%) completamente importante. Na educação foram
encontrados os seguintes dados: 13 (7,3%) nada, 13 (7,3%) muito pouco, para 35
(19,7%) médio, 75 (42,3%) bastante e para 41 (23,1%) completamente importante.
A maior parte dos profissionais reconhece os temas com bastante importante,
o que pode ser entendido com um facilitador, considerando que estes são bases
necessárias para o desenvolvimento do trabalho educativo.
Os temas a serem trabalhados no programa devem considerar as
necessidades da comunidade escolar, pautadas ainda nas expectativas e realidades
dos alunos. Assim, estes devem interessar aos educandos, que serão os atores
63

diretamente privilegiados com as ações, os professores, que terão suas aulas


enriquecidas, além de facilitadores como prevenção, tratamento e manutenção da
saúde de sua comunidade e aos profissionais envolvidos e gestores que tem a
oportunidade de construir uma população mais saudável e comprometida com a
própria transformação (FREITAS, 2015).
Closs et al (2015) reforçam a importância dos temas levantados considerando
que se pode integrar diferentes áreas do conhecimento de modo a enfocar a saúde
em sua dimensão coletiva e atendendo às particularidades pedagógicas de cada
aluno.
O preparo para atuar com educação em saúde na escola foi avaliada na
questão 10 e 12 para profissionais de saúde e educação respectivamente. Na saúde
observou-se que para 71 (40,8%) profissionais a resposta foi nada, 46 (26,4%) muito
pouco, 40 (22,9%) médio, 13 (7,4%) bastante e para 4 (2,2%) completamente. Para
os profissionais de educação, o preparo para a atuação também retratou um quadro
insuficiente, assim, para 64 (36,1%) profissionais a resposta foi nada, 54 (30,5%)
muito pouco, 39 (22%) médio, 16 (9%) bastante e para 4 (2,2%) completamente.
Ambas as categorias referiram que o preparo para a atuação educativa foi
insuficiente. Este fator pode ser considerado como importante dificultador para o
desenvolvimento das ações, uma vez que pode ocasionar aos profissionais reações
tais como insegurança para execução do programa, dificuldade para a realização
das ações grupais, fragmentação ou não continuidade das ações, ausência de
comprometimento e desinteresse, entre outras.
O achado deste estudo veio de encontro a uma pesquisa de Flisch (2014),
que apontou índices acima de 70% relativos à necessidade de capacitação para o
desenvolvimento de ações educativas.
Já o estudo de Ferreira et al. (2014), revelou que todos os respondentes
(100%) afirmaram que haviam sido preparados para a compreensão das bases do
PSE. Dentro dessa preparação, incluiu-se a discussão de estratégias, nivelamento
técnico conceitual e qualificação da comunicação e entendimento das bases
conceituais.
Em relação ao quanto o profissional se sente preparado para atuar com PSE,
as questões 11 e 13 mapearam as respostas de profissionais de saúde e de
educação. Assim, entre os profissionais de saúde identificou-se que 42 (24,1%) em
nada se sentem preparados, 44 (25,2%) muito pouco preparados, 56 (32,1%) médio,
64

28 (16%) bastante e apenas 4 (2,2%) completamente preparados. Os profissionais


da educação trouxeram como resultados: 55 (31%) dos profissionais consideram-se
nada preparados, enquanto 52 (29,3%) muito pouco preparados, 41 (23,1%) médio
preparados, 18 (10,1%) bastante e 11 (6,2%) completamente preparados.
Observa-se que um maior número de profissionais de educação, quando
comparados aos da saúde, percebe-se em nada preparados. Este resultado pode
remeter ao preparo prévio existente dos profissionais de saúde e possivelmente
insuficientes na área da educação, bem como a prática profissional diferenciada
para cada setor. Ressalta-se, porém, que um número maior de profissionais de
educação sente-se completamente preparados para atuar com o PSE, o que pode
demonstrar a facilidade da área na atuação educativa.
Este resultado vem de encontro ao estudo de Flisch (2014) que apontou que
apenas 28,2% dos profissionais consideravam ter conhecimento adequado para as
práticas educativas em saúde, sendo este um desafio para a implantação das
políticas públicas em saúde.
Bezerra et al. (2013) levantaram que, em Juazeiro do Norte, CE, o
profissional que atua no PSE ainda não está devidamente preparado para atuar no
programa, visto que o mesmo não é apenas para informar ou realizar procedimento,
mas sim para construir conhecimento e promoção de saúde. Os profissionais
questionados demonstraram que apenas praticam ações curativas, o que não efetiva
o programa como um aliado na junção do processo de trabalho em saúde no
contexto escolar.
Sobre o conhecimento dos profissionais de saúde relacionados aos possíveis
temas a serem trabalhados, na questão 12, obteve-se como resultado: para 18
(10,3%) referem que nada, 41 (23,5%) muito pouco, 83 (47,7%) médio, 30 (17,2%)
bastante e apenas 5 (1,14%) completamente. Segundo os profissionais da
educação, e questão 8, a analise apontou que: 18 (15,8%) referiram que nada, 47
(26,5%) muito pouco, 61 (34,4%) médio, 33 (18,6%) bastante e 8 (4,5%)
completamente.
A maior parte dos profissionais relaciona seu conhecimento como médio.
Sugere-se que este pode ser um dificultador para o correto exercício do PSE, uma
vez que o conhecimento prévio para o desenvolvimento das atividades faz-se como
importante alavanca para o desenvolvimento prático das atividades, assim faz-se
65

necessário, repensar as práticas de ensino desde a graduação, de forma que as


mesmas possam ofertar habilidades educacionais coletivas (FLISCH, 2014).
O estudo de Marinho (2013) mostrou que os profissionais também
reconheciam limitações em seus conhecimentos para atuação no PSE, atrelando a
isso falta de capacitação e despreparo para atuar no ambiente escolar.
A escola é ambiente importante para a aplicação e desenvolvimento de
conhecimento, considerando que este espaço permite a troca de experiência e
conhecimento de outras culturas (BRASIL, 2009).
Na questão 13 e 10 identificou-se o quanto os profissionais de saúde e
educação conhecem, respectivamente, sobre as possíveis metodologias a serem
utilizadas no trabalho com o PSE. Assim dentre os profissionais de saúde: 24
(13,7%) apontaram que nada, enquanto 53 (30,4%) muito pouco, 77 (44,2%) médio,
18 (10,3%) bastante e 2 (1,1%) completamente. Enquanto, entre os profissionais de
educação: 54 (30,5%) responderam que nada, 52 (29,3%) muito pouco, 48 (27,1%)
médio, 4 (7,9%) bastante e 9 (5%) completamente.
Observa-se que os profissionais de saúde apontam conhecer mais sobre as
possíveis metodologias a serem utilizadas nas atividades do PSE, o que pode vir a
contribuir com a execução das ações, uma vez que o programa prevê a utilização de
atividades lúdicas e que considerem a vivência dos educandos, vislumbrando então
a construção de um conhecimento compartilhado e que pode ser base para a
transformação individual e comunitária.
O estudo de Munaretti (2014), sobre conhecimento e prática dos profissionais
da atenção primária a saúde acerca da educação em saúde no município de
Canoas, demonstrou que as atividades nas escolas foram vistas como a segunda
maior citação de atividades de educação em saúde, sendo que entre estas praticas
apontavam-se, entre outras, as atividades em grupo, orientações e palestras.
Em um estudo realizado por Federizzi et al. (2015) com profissionais da
saúde em Palmeira das Missões/RS, durante atividades práticas voltadas para a
saúde da criança e do adolescente percebeu-se que os mesmos conseguiam sentir
o interesse dos alunos pelos temas levantados, que os alunos reagiam
positivamente às atividades propostas, divertiam-se, o que proporcionou momentos
de satisfação para ambos os lados, principalmente para os acadêmicos. Logo,
trabalhar de maneira lúdica com os alunos pode ser prazeroso e proveitoso ao
mesmo tempo. As autoras salientaram que a intervenção dos professores solicitando
66

o tipo de informação desejada ajuda na integração dos saberes e no envolvimento


de todos.
Do mesmo modo os estudos de Focesi (1990) demonstram que cabe no
processo de educação uma abordagem de quais são os componentes favoráveis à
saúde. Certamente, a associação entre o professor e o profissional de saúde
embasará o conhecimento sobre as melhores práticas no processo educativo em
saúde.
Os profissionais classificaram a importância de seu papel para a eficácia do
PSE, questão 14. As respostas dos profissionais da saúde remeteram a: 11 (6,3%)
responderam que nada, 5 (8,6%) muito pouco, 54 (31%) médio, enquanto para 2
(35,6%) é bastante importante e para 32 (18,3%) completamente importante. Já para
os profissionais de educação: 17 (9,6%) consideram nada importante, 18 (10,1%)
muito pouco, 47 (26,5%) médio, 60 (33,8%) bastante importantes e 35 (19,7%)
completamente.
Ambas as categorias se reconheceram como bastante importante para a
eficácia do PSE, sendo este fator essencial para o desenvolvimento do programa,
uma vez que é potencial de motivação para a realização das atividades educativas.
O PSE é importante como possibilidade de construção de aprendizados que
confrontam o científico com o popular (BRASIL, 2009), o que permite a realização de
um programa com real capacidade de provocar a transformação social.
A questão 16 permitiu avaliar em que medida os profissionais se sentem
satisfeitos em atuar no PSE. Os dados, entre os profissionais de saúde, apontaram
que 17 (9,7%) mostram-se muito insatisfeitos, 30 (17,2%) insatisfeitos, 81 (46,5%)
nem satisfeitos, nem insatisfeitos, enquanto 36 (20,6%) estão satisfeitos e 10
(5,74%) muito satisfeitos. Entre os profissionais de educação identificou-se que 11
(6,2%) consideram-se muito insatisfeitos, 14 (7,9%) insatisfeitos, 107 (60,4%) nem
satisfeitos, nem insatisfeitos, 36 (20,3%) satisfeitos e 9 (5%) muito satisfeitos.
A maior parte dos profissionais não se sente satisfeito, nem insatisfeito em
atuar no programa. Este apontamento sugere que ambas as categorias podem
perceber o PSE como uma atribuição a mais entre tantas outras atividades impostas
para estes setores nas políticas públicas ou não foram motivados ou envolvidos
suficientemente para a atuação frente ao programa.
Na pesquisa de Bezerra et al. (2013), os profissionais trouxeram satisfação
em suas falas sobre atuar junto ao PSE, citando que o programa veio a contribuir
67

com a saúde do escolar, entretanto o estudo também apontou fatores que podem
interferir na satisfação para a atuação nesta área, tais como a sobrecarga de
atividades e recursos insuficientes.
O estudo de Vieira et al. (2004) que teve como foco o olhar dos profissionais
de saúde que atuam no PSF, a possibilidade de atuar com educação em saúde,
enquanto agente de transformação social, foi um dos aspectos de maior ênfase de
satisfação por parte dos pesquisados.
O autor cita ainda que satisfação é um processo que engloba diferentes
fatores, a considerar: compromissos, expectativas, valores, problemas encontrados,
entre outros, podendo, portanto sofrer interferências individuais.
A frequência com que foi realizada capacitação para atuação no PSE,
pergunta 24 e 17, para profissionais de saúde e de educação respectivamente, foi
apontada pelos profissionais de saúde como: 119 (68,3%) nunca, 37 (21,2%)
algumas vezes, 14 (8%) frequentemente, 4 (2,2%) muito frequentemente, não
houveram resposta que as capacitações acontecem sempre. Entre os profissionais
de educação, as respostas permitiram quantificar que: 149 (84,1%) nunca foram
capacitados, 16 (9%) algumas vezes, 8 (4,5%) frequentemente, 3 (1,6%) muito
frequentemente e 1 (0,5%) sempre.
Ambas as categorias concordam, em sua maioria, que nunca ocorreram
capacitações, embora o percentual de profissionais da saúde seja superior aos da
educação nas variáveis algumas vezes e frequentemente capacitados. A ausência
ou insuficiência de capacitações pode refletir diretamente no entendimento dos
objetivos do programa, com consequente comprometimento na atuação por parte
dos profissionais e recebimento pelos alunos.
O estudo de Ferreira et al. (2014), apontou que todos (100%) dos
entrevistados reconheceram a realização de capacitação dos profissionais que
atuam nos setores de educação em saúde.
Já Marize (2015) trouxe a capacitação como primordial para o empenho dos
atores envolvidos nas ações, sendo esta refletida na fala de um dos entrevistados
que menciona que as capacitações permitiam a troca de informações e
fortalecimento das ações.
De acordo com Moreira, Vóvio e Micheli (2015), a capacitação é uma das
condições que proporciona melhorias no ambiente escolar e trazem modificações
para as práticas de ensino. Trata-se de condição relevante para a formação integral
68

do aluno, para a adequação do currículo à realidade de todos os estudantes e


investimento nos cuidados com o corpo, saúde e mente em busca de vida saudável
inclusive da comunidade onde a escola se insere.
Tal pensamento corrobora com Ferreira et al. (2014) que afirma que as
capacitações dos profissionais envolvidos com o PSE permitem a realização de
discussões que contribuem com o crescimento do programa, aproximação dos
profissionais e entendimento das bases do PSE.
As respostas das questões 25 e 18, aplicadas para profissionais de saúde e
educação respectivamente, permitiram identificar sobre com qual frequência os
profissionais participaram de reuniões para esclarecimentos sobre o PSE. Entre os
profissionais de saúde o quantitativo mostrou que a maior parte, em um total de 91
(52,2%) nunca participou, enquanto 61 (35%) participaram algumas vezes, 16 (9,1%)
frequentemente, 5 (2,8%) muito frequentemente e apenas 1 (0,5%) respondeu que
sempre participa. Já entre os profissionais de educação: 145 (81,9%) responderam
que nunca, 23 (12,9%) que algumas vezes, 4 (2,2%) frequentemente, igualmente
apontado no item muito frequente e apenas para 1 (0,5%) afirmou que sempre
participa de reuniões de esclarecimentos.
Assim, observa-se que em sua maioria, ambos profissionais nunca
participaram de reuniões para esclarecimentos sobre o PSE.
As reuniões são necessárias para que os profissionais possam traçar
objetivos comuns, tirar dúvidas e trocar experiências. Se estas ocorressem de forma
prevalente poderiam tornar-se um facilitador para o desenvolvimento das práticas
educativas, favorecendo sua efetividade e eficácia.
Freitas (2015) avaliou em sua pesquisa, a implantação e execução do PSE no
sudoeste de Fortaleza, referindo-se às ações dos profissionais das secretarias de
educação e saúde. Neste estudo, embora houvesse a existência de reuniões, os
profissionais apresentavam-se, em parte, insatisfeitos com as mesmas. Os
entrevistados em suas falas traziam a dificuldade de conciliação dos agendamentos
para os ambos os setores, descontinuidade dos compromissos firmados em
reuniões, bem como dificuldade no trabalho intersetorial, o que demonstra a
necessidade de reuniões claras e objetivas.
Apesar de não ser especificamente a mesma população investigada pela
presente pesquisa, em um estudo realizado com gestores de PSE em Curitiba, Rio
de Janeiro, Brasília, Olinda e Manaus, Ferreira et al. (2014) descobriam que as
69

reuniões são realizadas, em sua maioria, mensal, seguida de bimestral e


quinzenalmente. A diferença se deve às necessidades do local de instalação do
PSE, institucionalização de portaria conjunta saúde e educação e também dos
mecanismos de controle, podendo, entretanto, mostrar-se como importante
ferramenta de discussão e alinhamento das informações.
Na busca de avaliar se as ações dos profissionais de saúde competem ou
sobrepõem aos momentos de atuação do professor. Foram avaliadas as respostas
apontadas na questão 26 para os profissionais de saúde e 19 para os profissionais
de educação. Para os colaboradores da saúde, identificou-se que, para 69 (39,6%)
nunca, 60 (34,4%) algumas vezes, 28 (16%) frequentemente, 13 (7,4%) muito
frequentemente e para 4 (2,2%) sempre. Entre os profissionais da educação: 55
(31%) nunca, 62 (35%) algumas vezes, 36 (20,3%) frequentemente, 17 (9,6%) muito
frequentemente e 7 (3,9%) sempre.
As respostas permitem identificar que os profissionais de educação observam
com maior proporção as ações de saúde competindo ou sobressaindo aos
momentos de atuação do professor. Sugere-se que estas respostas estejam
associadas ao fato de que os profissionais de educação recebem, prioritariamente,
as ações de saúde dentro do seu espaço de trabalho, também pode associar-se a
um planejamento prévio das ações inexiste ou ineficaz.
Já para Santiago et al. (2012), as práticas de saúde e as ações educativas
dos docentes são fundamentais para transformarem a informação científica em
comportamentos saudáveis. Logo, trata-se da união de dois trabalhos e não a
sobreposição de um em outro. Somente o elo entre as duas áreas poderá alcançar
completamente os alunos.
Este estudo corrobora com o esperado pelas propostas do Ministério da
Saúde e da Educação, onde abordam que as atuações devem ser complementares,
não competindo ou se sobrepondo, praticando assim a constante intersetorialidade
(BRASIL, 2011).
Reforça-se que todas as intervenções realizadas pelo PSE devem estar em
sintonia com as propostas pedagógicas das escolas, não sendo vislumbradas como
complemento de atividades escolares, mas sim parte destas (BRASIL, 2011).
As questões 27 e 20 permitiram identificar entre os profissionais de saúde e
educação respectivamente, se as intervenções de saúde estão em sintonia com a
programação da escola. Entre os profissionais de saúde obtiveram-se os dados:
70

para 65 (37,3%) nunca, 77 (44,2%) algumas vezes, 22 (12,6%) frequentemente, 7


(4%) muito frequentemente e para 3 (1,7%) sempre. Entre os profissionais da
educação, observa-se que para 35 (19,7%) nunca, 96 (54,2%) algumas vezes, 29
(16,3%) frequentemente, 11 (6,2%) muito frequentemente e 6 (3,3%) sempre.
Ambas as categorias reconhecem de forma prevalente que apenas algumas
vezes as intervenções de saúde estão em sintonia com a programação da escola.
Sugere-se assim, que os setores estão trabalhando de forma desarticulada, sem
análise prévia dos temas necessários aos educando e sem contextualizações das
atividades a serem desenvolvidas.
Avaliou-se ainda se foram realizadas reuniões prévias entre os profissionais
da escola e da saúde para determinar a condução das atividades e temas, por meio
da questão 28 para profissionais da saúde e 22 para profissionais da educação.
Entre os profissionais da saúde identificou-se que para 76 (43,6%) nunca, 76
(43,6%) algumas vezes, 15 (8,6%) frequentemente, 4 (2,2%) muito frequentemente e
3 (1,7%) sempre. Entre os profissionais de educação constatou-se que 17 (66,1%)
nunca, 45 (25,4%) algumas vezes, 12 (6,7%) frequentemente e para 3 (1,6%) muito
frequentemente.
Os profissionais concordam, em sua maioria, que as reuniões não são
realizadas ou são realizadas algumas vezes. A ausência de reuniões pode ser um
dificultador para a realização e efetividade das ações, uma vez que o programa tem
proposta de atuação bilateral, é necessário estratégias definidas de forma conjunta
entre os setores.
O trabalho realizado por Santos (2015) identificou dificuldade de
representação dos profissionais nas reuniões, assim como falta de material para a
realização das ações, falta de planejamento, de cronograma e de algum responsável
geral pelas ações, o que acaba causando certa incredulidade quanto ao programa.
O trabalho sobre a implantação do PSE realizado em Fortaleza, realizado por
Santiago et al (2012) apresentou que antes do início do desenvolvimento das
atividades foi estabelecido um vínculo direto entre as equipes de saúde e da escola,
sendo que posterior a este foram agendados encontros para a efetividade das
ações.
Os projetos educativos em saúde devem ser desenvolvidos em parceria entre
escola e saúde, seguindo um direcionamento metodológico que inclui o
levantamento das necessidades dos educandos, os objetivos de atuação frente a
71

estas identificações, a organização do trabalho e posteriormente a análise dos


resultados (BRASIL, 2009), observa-se então que o PSE propõe ações de qualidade
e que não sejam meramente informativas, mas que levem para os educandos a
possibilidade de transformação de sua realidade, sendo que para que este processo
se conduza é necessária a realização de reuniões periódicas entre as equipes.
Também se perguntou sobre a realização de reuniões posteriores às ações
entre os profissionais para análise dos dados obtidos. Entre os profissionais de
saúde, questão 29, identificou-se que para 114 (65,5%) nunca, 47 (27%) algumas
vezes, 12 (6,8%) frequentemente e apenas 1(0,5%) sempre. Não houve resposta
para a categoria muito frequentemente. Na questão 23 para os profissionais da
educação, 124 (70%) afirmaram que nunca, 43 (24,2%) algumas vezes, 6 (3,3%)
frequentemente, 3 (1,6%) muito frequentemente e 1 (0,5%) sempre.
Os dados sugerem que na maior parte das vezes não acontecem reuniões
posteriores à realização das ações, o que pode comprometer a análise dos
resultados e o desenvolvimento de ações assertivas no programa.
No trabalho realizado por Spínola (2015) no município de Entre Folhas, MG,
sobre a implantação do PSE na cidade, percebeu-se que não há reuniões que
incentivem a interação entre os profissionais participantes. Também não há
articulação adequada entre os setores de saúde e educação de modo a garantir
maiores oportunidades de ações intersetoriais e capacitações. Consequentemente,
se professores e equipe de saúde não foram previa e nem posteriormente
informados sobre o programa, dificilmente conseguirão fazer com que os alunos
compreendam a finalidade do programa e participem de maneira motivada.
O PSE tem alguns temas pré-determinados para o trabalho a ser
desenvolvido, assim, na questão 9 dos profissionais de saúde, avaliou-se o quanto
isto contribui para o desenvolvimento das ações por parte dos mesmos. As
respostas permitiram identificar que quanto ao grau de importância 9 (5,1%)
apontam como nada, 21 (18,3%) muito pouco, 30 (22,9%) médio, 63 (36,2%)
bastante e 30 (17,2%) completamente.
Observa-se que a maioria dos profissionais visualiza a pré-determinação dos
temas como importante para o desenvolvimento das práticas educativas. Este
achado pode sugerir que temas previamente definidos podem facilitar o
direcionamento das ações, ou ainda que os profissionais não tenham facilidade para
72

levantar as necessidades reais da população e mediante isto, desenvolver seus


trabalhos.
Tal resultado se opõe ao estudo de Jacóe et al. (2013), no qual os
profissionais de saúde identificaram que a maioria dos entrevistados se julgava
incapaz de trabalhar todas as áreas propostas pelo programa.
Portugal (2006) aponta que para a operacionalização das ações do escolar os
profissionais devem reconhecer as necessidades inseridas em seu meio e
desenvolver estratégias mediantes estas necessidades.
Spínola (2015) comenta que, no município de Entre Folhas, MG, inicialmente,
uma equipe de saúde vai até a escola para observar quais os melhores temas a
serem abordados, ainda que o programa já possua temas definidos, sempre
relacionando saúde e educação. A educação em saúde precisa ser mais ampla que
a educação, pois permitirá a veiculação de saberes e práticas voltadas para uma
vida saudável. Assim, os temas abordados precisam ser transversais,
interdisciplinares e incorporados aos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Já sobre a satisfação com o espaço físico, mapeado por meio da pergunta 17
para os profissionais de saúde, obteve-se que 32 (18,3%) apresentam-se muito
insatisfeitos, 52 (29,8%) insatisfeitos, 60 (34,4%) nem satisfeitos, nem insatisfeitos,
27 (15,5%) satisfeitos e 3 (1,72%) muito insatisfeitos.
O adequado espaço para a realização das ações contribui para a efetividade
das mesmas, uma vez que proporciona satisfação a profissionais e alunos.
Na pesquisa realizada por Ferreira et al. (2014), houve a preocupação em
encontrar um espaço onde se pudessem cumprir as competências para a atuação
dos profissionais da escola e equipes de saúde.
Conforme descrito em Brasil (2011) o espaço físico destinado às ações do
PSE deve respeitar as atividades escolares já programadas. Ressalta-se, entretanto
que este deve ser apropriado para acessibilidade de estudantes com deficiência,
assim como os projetos executados (BRASIL 2009).
A efetividade das ações para o aprendizado dos alunos, segundo a percepção
dos profissionais de saúde foi avaliada na questão 18, como nunca para 36 (20,6%)
dos profissionais, enquanto para 80 (45,9%) como algumas vezes, 39 (22,4%)
frequentemente, 14 (8%) muito frequentemente e 5 (2,8%) sempre.
Observa-se que a maioria dos profissionais visualiza a efetividade das ações
para o aprendizado só ocorre em algumas vezes. Sugere-se que os profissionais
73

podem não acompanhar os alunos para apuração dos resultados das próprias
ações, ou que em sua prática de trabalho não visualizem as práticas como adotas
pelos educandos.
Os resultados de Munaretti (2014), em relação à efetividade das ações
educativas em saúde, obteve como resultado que 97,1% de sua amostra
acreditavam na efetividade de suas ações e que apenas 2,9% a visualizavam como
inexistente.
O PSE preza que as ações devem envolver de forma ativa a comunidade
para a construção de escolhas mais saudáveis, apresentado e tornando autônoma a
capacidade de avaliação de fatores que colocam a saúde em risco, assim como a
superação de problemas e adversidades (BRASIL, 2011).
A questão 30, perguntou aos profissionais de saúde, com qual frequência
estes dispõe de recursos necessários para suas ações. Para 91 (52,2%) nunca, para
55 (31,6%) algumas vezes, 25 (14,3%) frequentemente, 2 (1,1%) muito
frequentemente e para apenas 1(0,5%) sempre.
Assim, conclui-se que os recursos não estão sendo devidamente direcionados
para este programa, o que pode causar impacto direto em sua aplicabilidade.
Jacóe et al. (2014) apresentou em sua pesquisa que a falta de recursos foi o
ponto negativo apontado com maior frequência. Esta necessidade apontada nos
objetivos do programa, que cita a necessária articulação da rede pública e saúde,
otimização dos espaços, equipamentos e recursos disponíveis. Considera ainda que
a avaliação destes deverá acontecer de forma diagnóstica, para intervenções que se
fizerem necessária (BRASIL, 2009).
Os profissionais de educação foram ainda questionados sobre o quanto
consideram adequadas as metodologias usadas pelos profissionais de saúde,
pergunta 11: 27 (15,2%) não consideram adequadas, 29 (16,3%) muito pouco
adequadas, 60 (33,8%) médio, 44 (24,8%) bastante e 17 (9,6%) completamente.
A maior parte dos profissionais da educação aponta como médio ou bastante
adequada as metodologias utilizadas pelos profissionais de saúde, o que demonstra
conhecimento prático na aplicabilidade do PSE por parte dos atuantes desta área.
Entretanto, somando-se os números de profissionais que responderam como não
adequadas ou muito pouco adequadas temos um percentual considerável, assim
sugere-se que os profissionais de educação, envolvidos de forma mais direta com as
74

práticas educativas podem contribuir com a forma metodológica no desenvolvimento


das atividades educativas em saúde.
Com relação às intervenções e participações da escola no PSE, Ferreira et al.
(2014) levantaram que 7 (sete) respondentes concordaram com as ações inovadoras
de saúde na escola e apenas 2 (dois) discordaram.
Gomes (2012) comenta que as intervenções devem ser realizadas com
precisão, dentro de um contexto histórico e social da comunidade, em que se está
buscando intervir e para que todos os atores trabalhem na promoção de saúde e
qualidade de vida.
Tal estudo vem de encontro à pesquisa de Tabosa et al. (2013), que afirma
que é preciso realizar um diagnóstico das necessidades do local para que se decida
qual metodologia adotar.
Sobre a frequência em que as intervenções de saúde foram incluídas no
plano pedagógico da escola, questão 21, observou-se que 61 (34,4%) nunca, 77
(43,5%) algumas vezes, 24 (13,5%) frequentemente, 11 (6,2%) muito
frequentemente e 4 (2,2%) sempre.
Para a maioria dos profissionais de educação, as intervenções foram
incluídas apenas algumas vezes no plano pedagógico. Sugere-se então, que o
trabalho do PSE é desenvolvido de forma setorializada, o que pode contribuir de
forma negativa no desenvolvimento das ações.
Para garantir que as ações aconteçam de forma sustentável é necessário o
desenvolvimento de um trabalho participativo com envolvimento dos setores da
saúde e da educação, estimulando a inserção das ações de promoção da saúde no
projeto político pedagógico da escola (BRASIL, 2006).

4.4 Metodologias de trabalho utilizadas pelos profissionais de


saúde para as ações educativas desenvolvidas na escola

As questões 19 a 23 permitiram identificar quais são as metodologias


utilizadas pelos profissionais de saúde para o desenvolvimento de suas ações
educativas.
75

Tabela 4. Metodologias utilizadas no PSE por profissionais de saúde


Variáveis Entrevistados %
Palestra Nunca 64 36,7
Algumas vezes 58 33,3
Frequentemente 36 20,6
Muito frequentemente 15 8,6
Sempre 1 0,5

Contação de histórias Nunca 82 47,1


Algumas vezes 52 29,8
Frequentemente 30 17,2
Muito frequentemente 6 3,4
Sempre 4 2,2

Jogos Nunca 97 55,7


Algumas vezes 47 27
Frequentemente 26 14,9
Muito frequentemente 3 1,7
Sempre 1 0,5

Teatro Nunca 101 58


Algumas vezes 49 28,1
Frequentemente 19 10,9
Muito frequentemente 5 2,8
Sempre 0 0

Outros recursos Nunca 72 41,4


Algumas vezes 48 27,6
Frequentemente 45 25,8
Muito frequentemente 9 5,2
Sempre 0 0
Fonte: elaborada pela autora, 2016.

Dentre as metodologias frequentemente e muito frequentemente utilizadas


pelos profissionais da saúde para suas ações educativas no PSE (Tabela 5)
destacam-se as Palestras somando 29,2%, seguida por Contação de Histórias
(20,6%), Jogos (16,6%) e Teatro com 13,7%. No entanto, a Contação de histórias é
vista com o maior percentual sempre utilizado (2,2%).
No estudo descritivo com abordagem qualitativa realizado por Bezerra et al.
(2013) com 16 profissionais de saúde do PSE em Juazeiro do Norte, Ceará,
levantou-se que a metodologia utilizada para as ações educativas eram oficinas,
palestras, brincadeiras e jogos educativos.
Já no levantamento bibliográfico realizado por Casemiro, Fonseca e Secco
(2014), descobriu-se que é preciso criar e fortalecer espaços de participação com os
alunos, professores, profissionais de saúde e comunidade. Assim, as metodologias
mais utilizadas são as tradicionais como palestras e oficinas realizadas com
responsáveis, alunos e comunidade. Há também a distribuição de cartilhas e
76

panfletos, atividades lúdicas de modo geral, círculos de cultura, teatro e contação de


história com estudantes.
No sentido de romper com o conservadorismo de ações, Cavalcanti, Lucena e
Lucena (2015), citam que as metodologias utilizadas preferencialmente são:
palestras educativas e oficinas com os adolescentes, grupo de ajuda mútua,
caminhada e exercícios de alongamento, entre outros.
Para Flisch (2014) as práticas em saúde ainda permanecem pouco
inovadoras e muitas vezes distanciadas da questão científica e do esperado pela
política pública para este campo de atuação.
Sabe-se que a intersetorialidade do PSE deve favorecer a construção de
estratégias inovadoras, cita o Caderno de Atenção Básica, elaborado pelo Ministério
da Saúde, que palestras educativas, avaliações diversas, oficinas, práticas
esportivas e culturais, podem fazer parte dos instrumentos utilizados para o
programa (BRASIL, 2009).
Ainda em publicação do Ministério da Saúde, aborda-se como sugestões de
atividades os jogos cooperativos, brincadeiras, oficinas, atividades esportivas,
considerando que estes são possibilidades de estímulo à compreensão da vida em
sociedade e aprendizado das temáticas propostas (BRASIL, 2014).
As metodologias de trabalho do PSE deverão buscar a promoção de práticas
educativas libertadoras. Os processos educativos em saúde devem considerar a
realidade local, bem como a comunidade atendida, fortalecer os vínculos, permitindo
assim, a constante participação dos envolvidos e o desenvolvimento de sua
autonomia (BRASIL, 2014).

4.5 Mapeamento das ações do PSE desenvolvidas nas escolas, no


município estudado: comparação e análise.

As ações do PSE no município de estudo podem ser observadas na Figura 1.


77

FIGURA 1: Mapa de ações do PSE no município estudado.

Escolas que receberam ações do PSE

PSFs que não participaram da pesquisa.

Escolas ou CEI que não participaram das


pesquisa.

PSF realizou ação, mas escola não apontou


recebimento.

Fonte: elaborado pela autora, 2016.

Conforme ilustrado na Figura 1, o município de estudo conta com 23 unidades


de PSF pactuados para a realização do Programa Saúde na Escola, 03 NASF, 31
escolas e 07 CEI pactuados. A título de preservar a identificação das referidas
unidades pactuadas, as mesmas serão apresentadas no texto, de forma numerada,
e no mapa como escola que realizou algum tipo de ação do PSE. Este levantamento
foi realizado por meio das questões 32 para os profissionais de saúde e 25 e 26 para
os profissionais de educação.
O PSF 1 é responsável por atuar apenas na escola 1. Dos 07 profissionais
entrevistados neste PSF, 1 (14,3%) refere não ter realizado qualquer ação referente
ao PSE, 6 (85,7%) referem ter realizado avaliação antropométrica, saúde bucal e
verificação do calendário vacinal, 4 (57,1%) realizaram ações de segurança
alimentar e promoção da alimentação saudável, 1 (14,3%) referiu ter realizado ações
de saúde mental, 3 (42,9%) realizaram atividade de educação para a saúde sexual,
saúde reprodutiva e prevenção das DST /AIDS, 5 (71,4%) realizaram atividades de
prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas, 1 (14,3%) realizaram
ações de práticas corporais e atividades físicas.
Dos 21 profissionais participantes da escola 1, cinco (23,8%) referem não ter
recebido qualquer ação referente ao Programa Saúde na Escola, 10 (47,6%)
78

referem ter recebido as avaliações antropométricas, 6 (28,6%) referem ter recebido a


avaliação da acuidade visual, 14 (66,7%) referem ter recebido avaliação de saúde
bucal, 2 (9,5%) avaliação auditiva, 1 (4,8%) referem ter recebido a avaliação do
calendário vacinal e ações de saúde mental, 4 (19,0%) referem ter recebido a
avalição do desenvolvimento de linguagem, ações de segurança alimentar e
programa de alimentação saudável, atividades de prevenção ao uso de álcool,
tabaco, crack e outras drogas e ações de saúde ambiental, 6 (28,6%) referem ter
recebido a atividade de promoção da cultura da paz e direitos humanos, 3 (14,3%)
referem ter recebido ações de educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e
prevenção das DST/AIDS, orientações a prevenção de acidentes e ações de
práticas corporais e atividades físicas.
Ao comparar os relatos dos profissionais da saúde com os da educação,
observa-se que ambos concordam que as ações de avaliação antropométrica e
avaliação de saúde bucal foram as de maior destaque na escola 1. Quanto à
realização de ações de práticas corporais e atividades físicas e às ações de saúde
mental, poucos profissionais da saúde e da educação reconhecem o
desenvolvimento das mesmas. No entanto, os profissionais da saúde referem ter
realizado ações que foram reconhecidas por poucos profissionais da educação, a
saber: verificação de calendário vacinal, ações de segurança alimentar e promoção
de alimentação saudável, atividades de educação para a saúde sexual, saúde
reprodutiva e prevenção de DST/AIDS, atividades de prevenção ao uso de álcool,
tabaco, crack e outras drogas.
Verificou-se que algumas ações foram reportadas pelos profissionais da
escola, mas que não foram referidas como ações realizadas pelos profissionais da
saúde, a saber: avaliação da acuidade visual, avaliação auditiva, avaliação do
desenvolvimento de linguagem e promoção da cultura da paz e direitos humanos.
Este fato por ser decorrente de ações recebidas por outros órgãos ou
departamentos do município, que não estão diretamente vinculados ao PSE.
As ações relacionadas ao PSE desenvolvidas especificamente pelos
profissionais da educação na escola 1 foram citadas nas seguintes proporções: 12
(57,4%) ações de práticas corporais e atividades físicas, 11 (52,4%) orientações
sobre saúde bucal e escovação supervisionada, 9 (42,9%) avaliação da acuidade
visual e ações de saúde ambiental, 8 (38,1%) promoção da cultura da paz e direitos
humanos, 7 (33,3%) ações de segurança alimentar e promoção da alimentação
79

saudável, e nesta mesma proporção não realizaram nenhuma ação, 6 (28,6%)


avaliação do desenvolvimento de linguagem, 4 (19%) orientações sobre saúde
auditiva e atividades de educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e
prevenção das DST/AIDS, 3 (14,3%) ações de orientações a prevenção de
acidentes e atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas
e 2 (9,5%) ações e orientações sobre saúde mental.
O PSF 2 é responsável por atuar nas escolas 2, 3 e 4 . Dos 26 profissionais
entrevistados neste PSF, 10 (38,5%) referem não ter realizado qualquer ação
referente ao PSE, 11 (42,3%) referem ter realizado avaliação antropométrica e
atividades de educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das
DST/AIDS, 1 (3,9%) avaliação da acuidade visual, avaliação auditiva, avaliação do
desenvolvimento de linguagem, ações de saúde ambiental, e ações de orientação a
prevenção de acidentes e outras ações não enumeradas no instrumento da
pesquisa, 7 (26,9%) avaliações da saúde bucal, 12 (46,1%) verificação do calendário
vacinal e ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável, 3
(11,5%) realizaram promoção da cultura da paz e direitos humanos, ações de saúde
mental e ações de práticas corporais e atividade física, 9 (34,6%) realizaram
atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas.
Na escola 2, dos 06 profissionais participantes, 100% refere ter recebido as
ações de avaliação antropométrica e saúde bucal, 1 (16,7%) refere ter recebido
avaliação da acuidade visual, avaliação do desenvolvimento de linguagem, ações de
segurança alimentar e promoção da alimentação saudável, e 4 (66,7%) verificação
do calendário vacinal.
Na escola 3, dos 7 participantes, 6 (85,7%) referem ter recebido as avaliações
antropométricas e avaliações de saúde bucal, 1 (14,3%) avaliação da acuidade
visual e ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável, 3
(42,9%) verificação do calendário vacinal.
A escola 4 contou com 7 participantes cujas respostas apontaram que para 3
(42,9%) não existiu a realização de qualquer ação, 1 (14,3%) avaliação
antropométrica e ações de segurança alimentar e promoção da alimentação
saudável e para 4 (57,1%) avaliação de saúde bucal.
Ao analisar as respostas dos profissionais da saúde com os da educação,
observa-que ambos concordam que as ações avaliação antropométrica e verificação
do calendário vacinal foram as de maior destaque nas escolas 2 e 3. Os
80

profissionais de saúde referem, entretanto, ter realizado ações de segurança


alimentar e promoção da alimentação saudável, porém as mesmas foram
reconhecidas por pouco profissionais nas escolas 2, 3 e 4. O PSF aponta ter
realizado ações não reconhecidas nas escolas 2, 3 e 4, a saber: avaliação auditiva,
promoção da cultura da paz e direitos humanos, ações de saúde mental, atividades
para educação sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST/AIDS, atividades de
prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas, atividades de prevenção
de acidentes, ações de saúde ambiental, ações de práticas corporais e atividades
físicas e outras não enumeradas no instrumento de pesquisa.
Tal fato pode indicar que os profissionais pesquisados podem não ter
participado das atividades, entretanto é importante considerar que o PSE deve ser
realizado com ações contínuas e que atinjam ao maior número possível de alunos.
Considera-se ainda a necessidade de refletir se houve interesse por parte dos
profissionais da educação em participar das ações oferecidas por meio do PSF, já
que este evidencia nas suas respostas a inexistência de reuniões prévias e
posteriores à realização das atividades.
Na escola 2 as respostas dos profissionais da educação permitiram mapear
que 6 (66,7%) não realizaram qualquer ação do PSE, enquanto 2 (33,3%) realizaram
orientações sobre saúde bucal e escovação supervisionada, avaliação do
desenvolvimento de linguagem, ações de segurança alimentar e promoção da
alimentação saudável e ações de saúde ambiental, e 1 (16,7%) afirma ter realizado
ações de promoção da cultura da paz e direitos humanos e ações de orientações a
prevenção de acidentes.
As ações relacionadas ao PSE desenvolvidas especificamente pelos
profissionais da educação na escola 3 foram: 5 (71,4%) orientações sobre saúde
bucal e escovação supervisionada, 2 (28,6%) não realizaram qualquer ação,
enquanto 1 (14,3%) afirma ter realizado orientações sobre saúde auditiva, avaliação
do desenvolvimento de linguagem, ações de segurança alimentar e promoção da
alimentação saudável, promoção da cultura da paz e direitos humanos, atividades
de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas, ações de saúde
ambiental e ações de práticas corporais e atividades física.
Na escola 4, seis (85,7%) do profissionais referem não ter realizados qualquer
ação, enquanto 1 (14,2%) afirma ter realizado promoção da cultura da paz e direitos
humanos e ações de saúde ambiental.
81

Observa-se que nas escolas 2 e 4 os maiores índices foram de ausência de


realização de ações do PSE por parte dos profissionais que ali atuam, é importante
ressaltar que o PSE deve acontecer em ambos os setores, com iguais
responsabilidades e de forma articulada, garantindo assim, atingir os objetivos
educativos em saúde para a população estudantil.
O PSF 3 é responsável por atuar nas escolas 05 e 06. Dos 15 profissionais
entrevistados neste PSF, 2 (13,3%) refere não ter realizado qualquer ação referente
ao PSE e em igual proporção afirmam ter realizado avaliação de saúde bucal,
atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas e ações de
práticas corporais e atividades físicas, 5 (33,3%) referem ter realizado avaliação
antropométrica, 3 (20%) realizaram verificação do calendário vacinal , 4 (26,7%)
realizaram avaliação auditiva e 7 (46,7%) realizaram atividade de educação para a
saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST /AIDS.
Dos 6 profissionais participantes da escola 5, um (16,7%) afirma não ter
recebido nenhuma ação, enquanto 5 (83,3%) relatam ter recebido avaliação de
saúde bucal.
Na escola 6, participaram 3 profissionais, 1 (33,3%) refere não ter recebido
qualquer ação e na mesma proporção reconheceram a realização das ações de:
avaliação antropométrica, verificação do calendário vacinal, atividades de educação
para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST/AIDS, ações de saúde
ambiental, ações de praticas corporais e atividades físicas e 2 (66,6%) afirmam ter
recebido avaliação de acuidade visual e avaliação da saúde bucal.
Ao comparar os relatos dos profissionais da saúde com os da educação
observa-se que não existe forte concordância entre a realização e o recebimento de
ações. Entretanto, quando analisado os dados dos profissionais de saúde e os que
atuam na escola 6 observa-se que poucos reconhecem a realização da avaliação
antropométrica e verificação do calendário vacinal.
Embora o PSF 3 tenha reconhecido a realização da atividade de saúde bucal
em menor proporção, as escolas 5 e 6 a reconheceram com representatividade.
Assim, pode-se demonstrar que a ação, mesmo que realizada por um número menor
de profissionais, pode vir a contribuir de forma positiva com aqueles que a recebem.
Verificou-se que algumas ações foram reconhecidas por profissionais da
educação, na escola 6, entretanto não foram citadas como realizadas por
profissionais de saúde, sendo estas: avaliação da acuidade visual e ações de saúde
82

ambiental.
Tais atividades podem ter sido realizadas por outros órgãos e instituições não
ligadas ao PSE, ou pelo próprio NASF. Assim, é necessário refletir sobre o quanto é
claro para os profissionais quem são os atores responsáveis pelo PSE e como as
parcerias são articuladas dentro deste programa.
O PSF afirmou ainda a realização de ações que não foram reconhecidas pela
escola 6, a saber: promoção da cultura da paz e direitos humanos, atividades de
prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas e ações de práticas
corporais e atividades físicas.
Na escola 5 os profissionais desta afirmam ter realizado: 5(83,3%) ações de
segurança alimentar e promoção da alimentação saudável, ações de saúde
ambiental e ações de práticas corporais e atividade física, enquanto 4 (66,7%)
realizaram orientações sobre saúde bucal e escovação supervisionada, avaliação do
desenvolvimento de linguagem e promoção da cultura da paz e direitos humanos e 1
(16, 7%) realizaram orientações sobre saúde auditiva.
Na escola 6, entre os três participantes, 2 (66,7%) afirmam não ter realizado
qualquer ação e 1 (33,3%) afirma ter realizado orientações sobre saúde bucal e
escovação supervisionada, orientações sobre saúde auditiva, avaliação do
desenvolvimento de linguagem, promoção da cultura da paz e direitos humanos,
ações e orientações de saúde mental, ações de saúde ambiental e ações de
práticas corporais e atividades físicas.
Observa-se que na escola 6 os profissionais afirmam, em sua maioria, não
terem realizado ações, enquanto na escola 5 a totalidade dos entrevistados
realizaram algum tipo de ação. Ainda neste contexto, observa-se que a escola 5
reconheceu maior diversidade de ações executadas pelo PSF. Faz-se necessário
refletir que a articulação entre escola e PSF, bem como a própria organização dos
setores podem vir a contribuir para que o programa funcione adequadamente.
O PSF 04 é responsável pelas escolas 7 e 8. Neste local participaram da
pesquisa 8 pessoas, cujas respostas permitiram identificar que 5 (62,5%) não
realizaram qualquer ação enquanto 2 (25%) realizaram avaliação antropométrica e
ações de orientações a prevenção de acidentes, 3 (375%) realizaram avaliação do
desenvolvimento de linguagem, promoção da cultura da paz e direitos humanos,
atividades de educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das
DST/AIDS e atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack.
83

Na escola 7 apenas 2 profissionais de educação responderam a pesquisa e


ambos (100%) afirmam não ter recebido nenhuma ação. Já a escola 8 recusou-se a
responder.
Observa-se então, uma divergência entre o que os profissionais da saúde
referem ter realizado com o que a escola reconheceu como recebida. Tais fatores
podem apontar para a ocorrência de ações para públicos isolados ou ainda
dificuldade na articulação do programa entre os setores.
Em relação às ações realizadas exclusivamente pela escola, na escola 7, dois
(100%) dos profissionais entrevistados afirmam ter realizado orientações sobre
saúde bucal e escovação supervisionada. A escola 8 recusou-se a participar.
O PSF 5 é responsável por atuar apenas na escola 9. Dos 08 profissionais
entrevistados neste PSF, 2 (25%) referem não ter realizado qualquer ação referente
ao PSE e nesta proporção referem ter realizado avaliações de saúde bucal e
atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas, 3 (37,5%)
referem ter realizado avaliação antropométrica, 5 (62,5%) avaliação do calendário
vacinal e ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável, 1
(12,5%) afirma ter realizado ações de saúde mental e 4 (50%) ações de educação
para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST/AIDS.
Dos 10 entrevistados da escola 9, quatro (40%) referem não ter recebido
qualquer ação referente ao Programa Saúde na Escola, 5 (50%) referem ter
recebido as avaliações antropométricas e verificação do calendário vacinal, 2 (20%)
referem ter recebido a avaliação da acuidade visual, 6 (60%) referem ter recebido
avaliação de saúde bucal, 1 (10%) verificação do desenvolvimento de linguagem e 3
(30%) ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável.
O estudo aponta que os profissionais de saúde e educação reconhecem
expressivamente a realização da verificação do calendário vacinal. Observa-se
também que as ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável,
embora apontadas de forma significativa por profissionais da saúde, foram pouco
reconhecidas por profissionais da educação.
Os profissionais da escola apontaram que receberam ações não citadas por
profissionais da saúde, sendo estas: avaliação da acuidade visual e avaliação do
desenvolvimento de linguagem. Entretanto, os profissionais de saúde também
citaram a realização de ações, não reconhecidas por profissionais da escola, tais
como: ações de saúde mental, atividades para a saúde sexual, saúde reprodutiva e
84

prevenção das DST/AIDS e atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack


e outras drogas.
Observa-se que existe de forma frequente uma divergência entre as ações
recebidas e realizadas entre os setores, o que pode demonstrar um programa
fragmentado, com dificuldade de articulação e de reconhecimento dos atores
responsáveis pelas atividades.
Ainda na escola 9, três (30%) dos entrevistados afirmam não ter realizado
qualquer ação, 7 (70%) realizaram orientações sobre saúde bucal e escovação
supervisionada, 2 (20%) avaliação do desenvolvimento de linguagem, ações de
segurança alimentar e promoção da alimentação saudável, promoção da cultura da
paz e direitos humanos, ações de saúde ambiental e ações de práticas corporais e
atividade física.
O PSF 6 é responsável pelas escolas 10, 11, 12 e 13. Dos 5 profissionais
entrevistados, 100% afirma ter realizado avaliação antropométrica, 1 (20%)
avaliação de saúde bucal, 4 (80%) verificação do calendário vacinal, atividades de
prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas, 3 (60%) realizaram
ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável, promoção da
cultura da paz e direitos humanos, atividades de educação para a saúde sexual,
saúde reprodutiva e prevenção das DST/AIDS, enquanto 4 (40%) afirmam ter
realizado ações de orientações a prevenção de acidentes, ações de saúde
ambiental, ações de práticas corporais e atividades físicas.
As escolas 10, 11, 12 e 13 não responderam a pesquisa.
O PSF 7 é responsável pela escola 14. Dos 5 profissionais entrevistados 4
(80%) afirmam não ter realizado qualquer ação, enquanto 1 (20%) afirma ter
realizado avaliação antropométrica e verificação do calendário vacinal.
Na escola 14, foram entrevistados 5 profissionais que apontaram ter recebido
do PSE: 5 (100%) avaliação antropométrica e verificação do calendário vacinal e 2
(40%) avaliação da acuidade visual.
Embora os profissionais da saúde não tenham apontado a realização das
ações de avaliação antropométrica e verificação do calendário vacinal de forma
expressiva, estas foram reconhecidas por todos os entrevistados da educação.
Entretanto, observa-se que os profissionais da escola reconheceram a realização de
avaliação de saúde bucal, não sendo esta apresentada pelos profissionais da saúde.
Tal apontamento sugere a participação dos profissionais do NASF ou de órgãos
85

externos na realização da ação.


Os profissionais da escola 14 afirmam ainda, terem realizado exclusivamente
as seguintes ações: 4 (80%) avaliação do desenvolvimento da linguagem, 3(60%)
promoção da cultura da paz e direitos humanos, 2(40%) orientações sobre saúde
bucal, escovação supervisionada, orientações sobre saúde auditiva, ações de
segurança alimentar e promoção da alimentação saudável, ações de saúde
ambiental, práticas corporais e atividades físicas e 1(20%) afirma não ter realizado
qualquer ação.
O PSF 8 é responsável pela escola 15. Sua amostra foi composta de 4
profissionais, sendo que em sua totalidade (100%) afirmou ter realizado avaliação
antropométrica e verificação do calendário vacinal, 2 (50%) ações de segurança
alimentar e promoção da alimentação saudável, 1 (25%) ações de saúde ambiental
e ações de práticas corporais e atividades físicas.
Na escola 15, treze profissionais participaram da pesquisa. Na pergunta sobre
as ações recebidas na escola pelo PSE as respostas apontaram que 8 (61,5%)
afirma não ter recebido qualquer ação, 3 (23,1%) afirmam ter recebido avaliação
antropométrica e avaliação de saúde bucal, enquanto 1 (7,7%) afirmam ter recebido
ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável e outras ações
não descritas no questionário.
Ao comparar as respostas dos profissionais da saúde e da educação,
entende-se que não há concordância representativa sobre a realização das ações.
Embora os profissionais da saúde apontem a realização de avaliação antropométrica
e ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável de forma
expressiva, as mesmas são pouco reconhecidas por profissionais da educação.
Os profissionais da educação apontaram ainda que houve a realização de
avaliação de saúde bucal, porém a mesma não foi apontada como realizada nas
entrevistas dos profissionais de saúde. Foram ainda citados pelos profissionais da
saúde como realizadas, atividades não reconhecidas pela escola, a saber:
verificação do calendário vacinal, ações de saúde ambiental e ações de práticas
corporais e atividades físicas.
As ações reconhecidas como realizadas exclusivamente pelos profissionais
da educação pode demonstrar participação do NASF ou atuações de outros setores
no ambiente escolar. Entretanto, as ações apontadas como realizadas por
profissionais da saúde, mas não reconhecidas na educação podem mostrar a
86

fragmentação das atividades ou realização em públicos minoritários.


As ações relacionadas ao PSE desenvolvidas especificamente pelos
profissionais da educação na escola 15 foram: 8 (61,5%) afirmam não ter realizado
qualquer ação, 3 (23,8%) afirmam ter realizado orientações sobre saúde bucal e
escovação supervisionada, ações de segurança alimentar e promoção da
alimentação saudável, ações de saúde ambiental e ações de práticas corporais e
atividades físicas, 2 (15,3%) realizaram avaliação do desenvolvimento de linguagem
e 1 (7,7%) realizaram avaliação da acuidade visual, orientações sobre saúde
auditiva, promoção da cultura da paz e direitos humanos, ações e orientações sobre
saúde mental, atividades para saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das
DST/AIDS e ações de orientações a prevenção de acidentes.
O PSF 9 é responsável pela escola 16, recusou-se a responder a pesquisa,
alegando não ter participado ou realizado nenhuma ação do PSE.
Entretanto, para a escola 16, onde compuseram a amostra 14 profissionais,
apenas 3 (21,4%) afirmaram não ter recebido qualquer ação do PSE, 9 (64,2%)
afirmam ter recebido avaliação antropométrica, 2 (14,3%) avaliação da acuidade
visual, atividades de educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção
das DST/AIDS, atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras
drogas e ações de saúde ambiental, 7 (50%) avaliação da saúde bucal e verificação
do calendário vacinal, 1 (7,1%) avaliação auditiva e promoção da cultura da paz e
direitos humanos e 4 (28,6%) ações de segurança alimentar e promoção da
alimentação saudável.
Na escola 16, cinco (35,7%) dos profissionais afirmam não ter realizado
qualquer ação do PSE, enquanto o mesmo quantitativo afirmou ter realizado ações
de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável e ações de saúde
ambiental, 4 (28,6%) afirmam ter realizado avaliação do desenvolvimento de
linguagem, promoção da cultura da paz e direitos humano, atividades de prevenção
ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas, 3 (21,4%) afirmam ter realizado
orientações sobre saúde bucal e escovação supervisionada e ações de práticas
corporais e atividades físicas, 2 (12,3%) realizaram ações e orientações sobre saúde
mental e atividades para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das
DST/AIDS e apenas 1 (7,1%) afirmou ter realizado avaliação antropométrica e ações
de orientações para a prevenção de acidentes.
Verifica-se que embora o PSF não aponte a realização de ações nesta
87

escola, a mesma vem recebendo e realizações ações educativas em saúde.


O PSF 10 é responsável pela escola 17. Responderam a pesquisa 6
profissionais da saúde, cujas respostas permitiram afirmar que 5(83,3%) realizaram
avaliação antropométrica, atividades de educação para a saúde sexual, saúde
reprodutiva e prevenção das DST/AIDS e ações de práticas corporais e atividades
físicas, 1 (16,7%) avaliação da saúde bucal, promoção da cultura da paz e direitos
humanos e ações de saúde mental, 6 (100%) realizaram verificação do calendário
vacinal e ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável e 2
(33,3%) realizaram atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras
drogas.
Na escola 17 apenas 1 profissional da educação participou da pesquisa e
suas respostas apontaram que a escola recebeu as seguintes ações: avaliação
antropométrica, avaliação da saúde bucal, verificação do calendário vacinal, ações
de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável e atividades de
educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST/AIDS.
A pesquisa demonstra que profissionais da saúde e da educação reconhecem
a realização da avaliação antropométrica, verificação do calendário vacinal, ações
de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável e atividades de
educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST/AIDS como
as de maior destaque. Entretanto, os profissionais de saúde citaram a realização de
ações, não reconhecidas pela escola, a saber: promoção da cultura da paz e direitos
humanos, ações de saúde mental, atividades de prevenção ao uso de álcool,
tabaco, crack e outras drogas e ações de práticas corporais e atividades físicas.
O profissional que respondeu a pesquisa na escola 17 afirmou que foram
realizadas as ações de promoção da cultura da paz e direitos humanos, ações de
saúde ambiental e práticas corporais e atividades físicas.
O PSF 11 é responsável pela escola 18. Dos 5 entrevistados, 100% afirmou
ter realizado avaliação antropométrica, 4 (80%) avaliação de saúde bucal, 3 (60%)
verificação do calendário vacinal e 1 (20%) afirma ter realizado avaliações de
segurança alimentar e promoção da alimentação saudável e ações de práticas
corporais e atividades físicas.
A escola 18 recusou-se a participar da pesquisa.
O PSF 12 é responsável pela escola 19. Participaram da pesquisa 5
profissionais de saúde, onde todos (100%) responderam ter realizado avaliação
88

antropométrica, 4 (80%) afirmam ter realizado verificação do calendário vacinal e


atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas, 1 (20%)
ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável e 2 (40%)
atividades de educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das
DST/AIDS.
Na escola 19 compuseram a amostra 18 profissionais de educação. Entre
estes, 6 (33,3%) afirmam não ter recebido qualquer ação do PSE, 8 (44,4%) afirmam
ter recebido avaliação antropométrica, 2 (11,1%) avaliação de saúde bucal,
promoção da cultura da paz e direitos humanos, ações de orientações a prevenção
de acidentes e ações de saúde ambiental, 4 (22,2%) verificação do calendário
vacinal, atividades de educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e
prevenção das DST/AIDS, 1 (5,5%) ações de segurança alimentar e promoção da
alimentação saudável, 5 (27,8%) atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco,
crack e outras drogas, 3 (16,7%) afirmam ter recebido ações de práticas corporais e
atividades física e apenas 1 (5,6%) afirma ter recebido outras ações não
contempladas no instrumento.
Observando-se as respostas dos profissionais da saúde e da educação,
verifica-se que ambos reconhecem com prevalência a realização da avaliação
antropométrica, entretanto para ambos as ações de segurança alimentar e
promoção da alimentação saudável foi pouco reconhecida.
Entretanto, os profissionais da educação apontam como realizadas, ações
não citadas pela saúde, como: avaliação da saúde bucal, promoção da cultura da
paz e direitos humanos, ações de orientações a prevenção de acidentes, atividades
de saúde ambiental, ações de práticas corporais e atividades físicas e outras não
citadas no instrumento da pesquisa.
De acordo com a entrevista realizada com os profissionais da escola 19, doze
(66,7%) afirmam não ter realizado qualquer ação do PSE, 3 (16,7%) afirmam terem
realizado ações de saúde ambiental, 2 (11,1%) promoção da cultura da paz e
direitos humanos, atividades de educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e
prevenção das DST/AIDS e atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack
e outras drogas, enquanto 1(5,6%) afirmam ter realizado avaliação da acuidade
visual, orientações sobre saúde bucal, ações de orientações a prevenção de
acidentes e ações de práticas corporais e atividades físicas.
O PSF 13 é responsável pela escola 20. Participaram da pesquisa 11
89

profissionais de saúde cujas respostam permitiram apresentar que 1 (9,1%) afirmam


não ter realizado qualquer ação no PSE, enquanto para este quantitativo também
foram apresentados as realizações de atividades para a educação sexual, saúde
reprodutiva, e prevenção das DST/AIDS e outras não apresentadas no instrumento,
enquanto, 10 (90,9%) realizaram avaliação antropométrica e verificação do
calendário vacinal, 8 (72,7%) avaliação da saúde bucal, ações de segurança
alimentar e promoção da alimentação saudável.
A escola 20 recusou-se a participar da pesquisa.
O PSF 14 é responsável pela escola 21. Participaram da pesquisa 8
profissionais de saúde, neste total, 3 (37,5%) afirmam não ter realizado qualquer
ação no PSE, sendo que na mesma proporção afirmaram ter realizado avaliação de
saúde bucal e ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável,
5 (50%) afirmam ter realizado avaliação antropométrica e verificação do calendário
vacina, 1 (12,5%) avaliação da acuidade visual, atividades de educação para a
saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST/AIDS, atividades de
prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas, 2 (25%) afirmam ter
realizado promoção da cultura da paz e direitos humanos e ações de práticas
corporais e atividades físicas.
Na escola 21, participaram da pesquisa 18 profissionais da educação. Um
(5,6%) entrevistado afirmou não ter recebido qualquer ação do PSE, de igual modo
foi afirmado a realização de avaliação do desenvolvimento de linguagem e de outras
ações não especificadas no instrumento da pesquisa, 14 (77,8%) afirmam ter
recebido avaliação antropométrica, 8 (44,4%) avaliação da acuidade visual, 16
(88,9%) avaliação de saúde bucal, 2 (11,1%) avaliação auditiva, 9 (50%) verificação
do calendário vacinal e atividades para a educação sexual, saúde reprodutiva e
prevenção das DST/AIDS, 3 (16,7%) ações de segurança alimentar e promoção da
alimentação saudável, 4 (22,2%) promoção da cultura da paz e direitos humanos,
ações de saúde ambiental, 6 (33,3%) atividades de prevenção ao uso de álcool,
tabaco, crack e outras drogas e ações de práticas corporais e atividades físicas, 5
(27,8%) ações de orientações a prevenção de acidentes.
Os profissionais da saúde e da educação reconhecem as ações de avaliação
antropométrica e verificação do calendário vacinal como as de maior destaque.
Ambos ainda concordam que foram realizadas ações de segurança alimentar e
promoção da alimentação saudável, promoção da cultura da paz e direitos humanos
90

e ações de práticas corporais e atividades físicas, entretanto com menor


significância.
Os profissionais da escola apontaram como realizadas as ações de
orientações à prevenção de acidentes, ações de saúde ambiental e outras não
detalhadas no instrumento da pesquisa, porém, estas não foram citadas entre as
realizadas pelos profissionais da saúde.
Entre os profissionais que responderam a pesquisa na escola 21, sete
(38,9%) afirmaram não ter realizado qualquer ação no PSE, enquanto na mesma
proporção afirmam ter realizado ações de orientações a prevenção de acidentes, 6
(33,3%) ações de saúde ambiental, 5 (27,8%) orientações sobre saúde auditiva,
promoção da cultura da paz e direitos humanos, atividades para a saúde sexual,
saúde reprodutiva e prevenção das DST/AIDS, atividades de prevenção ao uso de
álcool, tabaco, crack e outras drogas, 4 (22,2%) orientações sobre saúde bucal e
escovação supervisionada, e 3 (16,7%) ações de práticas corporais e atividades
físicas e 2 (11,1%) afirmam ter realizado avaliação da acuidade visual, ações de
segurança alimentar e promoção da alimentação saudável.
O PSF 15 é responsável pela escola 22. Deste PSF, participaram da pesquisa
11 profissionais, cujas respostas permitiram identificar que 4 (36,4%) afirmam não
ter realizado qualquer ação do PSE, 6 (54,5%) realizaram avaliação antropométrica,
1 (9,1%) avaliação de saúde bucal, ações de saúde ambiental, ações de práticas
corporais e atividades físicas e outras ações não enumeradas no questionário, 3
(27,3%) verificação do calendário vacinal, 2 (18,2%) ações de segurança alimentar e
promoção da alimentação saudável e atividades de educação para a saúde sexual,
saúde reprodutiva, e prevenção das DST/AIDS.
A escola 22 recusou-se a participar da pesquisa.
O PSF 16 responde pela escola 23. Compuseram sua amostra 6
profissionais. Um (16,7%) referiu não ter realizado qualquer ação do PSE, para este
mesmo percentual obteve-se como resposta a realização de ações de práticas
corporais e atividades físicas e outras não contempladas no instrumento, enquanto 4
(66,7%) afirmaram ter realizado avaliação antropométrica e promoção da cultura da
paz e direitos humanos, 5 (83,3%) verificação do calendário vacinal, ações de
segurança alimentar e promoção da alimentação saudável, ações de saúde mental e
ações de saúde ambiental, 3 (50%) atividades de educação para a saúde sexual,
saúde reprodutiva e prevenção das DST/AIDS e 2 (33,3%) atividades de prevenção
91

ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas.


Os profissionais da escola 23 que responderam a pesquisa totalizaram 3
entrevistados, onde 2 (66,7%) afirmaram ter recebido avaliação antropométrica e 1
(33,3%) afirmou ter recebido avaliação da acuidade visual e ações de segurança
alimentar e promoção da alimentação saudável.
A pesquisa aponta que profissionais da saúde e da educação reconhecem a
realização da avaliação antropométrica com destaque, entretanto observa-se que
embora os profissionais de saúde apontem também como prevalente as ações de
segurança alimentar e promoção da alimentação saudável, esta é pouco
reconhecida na educação.
O profissional de educação cita a realização de avaliação da acuidade visual,
não sendo, porém, esta apontada como realizada pelos profissionais de saúde.
Embora os profissionais de saúde citem a realização de um número diversificado de
ações, as mesmas não são reconhecidas pelos profissionais que atuam na escola, a
saber: verificação do calendário vacinal, promoção da cultura da paz e direitos
humanos, ações de saúde mental, atividades para a educação sexual, saúde
reprodutiva e prevenção das DST/AIDS, ações de saúde ambiental, ações de
práticas corporais e atividades físicas e outras não apontadas no instrumento da
pesquisa.
Em relação às ações realizadas, os profissionais da escola 23, dois (66,7%)
afirmaram ter realizado avaliação da acuidade visual e 1 (33,3%) avaliação do
desenvolvimento de linguagem.
O PSF 17 responde pela escola 24. Dos 8 profissionais entrevistados neste
PSF, 100% afirmou ter realizado avaliação antropométrica nos alunos da escola
pactuada, 5 (62,5%) verificação do calendário vacinal, 4 (50%) ações de segurança
alimentar e promoção da alimentação saudável e atividades de prevenção ao uso de
álcool, tabaco, crack e outras drogas e 6 (75%) atividades de educação para a
saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST/AIDS.
A escola 24 não concordou em participar da pesquisa.
O PSF 18 responde pelas escolas 25 e 26. Dos 7 profissionais entrevistados
neste PSF, 4 (57,1%) afirmam não ter realizado qualquer ação no PSE, enquanto 3
(42,9%) afirmaram ter realizado avaliação antropométrica e 1 (14,2%) verificação do
calendário vacinal e atividades de educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva
e prevenção das DST/AIDS.
92

Os profissionais de educação que participaram da pesquisa na escola 25


totalizaram 4, sendo que 1 (25%) reconhece a realização da avaliação
antropométrica, bem como ações de segurança alimentar e promoção da
alimentação saudável, atividades para a saúde sexual, saúde reprodutiva e
prevenção das DST/AIDS e ações de práticas corporais e atividades físicas,
enquanto 2 (50%) afirmam ter recebido ações de saúde ambiental. A escola 26
recusou-se a participar da pesquisa.
Embora os profissionais da saúde apontem a realização da avaliação
antropométrica, a ação foi pouco reconhecida por profissionais da educação.
Os profissionais de educação apontaram a realização de ações não citadas
por profissionais de saúde, como: ações de segurança alimentar e promoção da
alimentação saudável, ações de saúde ambiental e ações de práticas corporais e
atividades físicas.
As ações realizadas exclusivamente pelos profissionais da escola 25,
segundo os apontamentos destes permite identificar que 1 (25%) refere não ter
realizado qualquer ação para o PSE, assim como na mesma proporção afirma-se a
realização de orientações sobre saúde auditiva, atividades de educação para a
saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST/AIDS, ações de orientações
a prevenção de acidentes, 3 (75%) afirmam ter realizado ações de segurança
alimentar e promoção da alimentação saudável e ações de saúde ambiental e 2
(50%) realizaram promoção da cultura da paz e direitos humanos, ações e
orientações de saúde mental, atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco,
crack e outras drogas e ações de práticas corporais e atividades físicas.
O PSF 19 responde pela escola 27. Foram entrevistados 9 profissionais de
saúde, onde 2 (22,2%) afirmam não ter realizado qualquer ação do PSE, 7 (77,8%)
afirmam a realização de avaliação antropométrica, 6 (66,6%) avaliação de saúde
bucal, verificação do calendário vacinal, ações de segurança alimentar e promoção
da alimentação saudável, atividade para a saúde sexual, saúde reprodutiva e
prevenção das DST/AIDS, atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e
outras drogas, 3 (33,3%) ações de saúde ambiental e 5 (55,6%) afirmam ter
realizado outras ações não especificadas no instrumento.
A escola 27 recusou-se a participar da pesquisa.
O PSF 20 responde pela escola 28, mas o mesmo recusou-se a participar da
pesquisa.
93

Entretanto, a escola 28 participou da pesquisa com uma amostra de 29


pessoas, onde 7 (24,1%) negam o recebimento de ações pelo PSE, enquanto, 18
(62,1%) reconhecem a realização de avaliação antropométrica, avaliação da saúde
bucal, 19 (65,5%) verificação do calendário vacinal, 4 (13,8%) avaliação do
desenvolvimento de linguagem e ações de segurança alimentar e promoção da
alimentação saudável, 1 (3, 4%) promoção da cultura da paz e direitos humanos e 3
(10,3%) afirmam ter recebido ações de saúde mental, ações de saúde ambiental e
ações de práticas corporais e atividades físicas.
Quando questionado sobre quais ações foram realizadas exclusivamente
pelos profissionais, dentro do PSE, na escola 28, dezesseis (55,1%) negam a
realização de qualquer ação, 1 (3,4%) afirma ter realizado avaliação da acuidade
visual, promoção da cultura da paz e direitos humanos, atividades de prevenção ao
uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas e orientações para a prevenção de
acidentes, 11 (37,9%) orientações sobre saúde bucal e escovação supervisionada, 7
(24,1%) avaliação do desenvolvimento de linguagem e ações de saúde ambiental, 4
(13,8%) ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável, ações
de saúde mental e 6 (20,7%) ações de práticas corporais e atividades físicas.
O PSF 21 responde pela escola 29. Participaram da pesquisa 2 profissionais,
sendo que 1 (50%) afirmou não ter realizado qualquer ação no PSE, enquanto o
outro participante (50%) afirmou ter realizado avaliação antropométrica, avaliação de
saúde bucal, verificação do calendário vacinal, ações de segurança alimentar e
promoção da alimentação saudável, promoção da cultura da paz e direitos humanos,
ações de saúde mental, atividades para a saúde sexual, saúde reprodutiva e
prevenção das DST/AIDS, atividades para a prevenção ao uso de álcool, tabaco,
crack e outras drogas, e outras ações não especificadas no instrumento.
A escola 29 contou com a participação de 8 profissionais, sendo que 1
(12,5%) não reconheceu a realização de qualquer ação do PSE, para o mesmo
quantitativo foram realizadas avaliações de acuidade visual, avaliação auditiva,
avaliação do desenvolvimento da linguagem, ações de orientações a prevenção de
acidentes e ações de saúde ambiental, enquanto 6 (75%) reconhecem a realização
de avaliação antropométrica, avaliação de saúde bucal e atividades de educação
para saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST/AIDS, 5 (62,5%)
afirmam ter recebido verificação do calendário vacinal, atividades de prevenção ao
uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas, 4(50%) ações de segurança alimentar
94

e promoção da alimentação saudável e 2 (25%) ações de práticas corporais e


atividades físicas.
Há elevado grau de concordância sobre a realização e recebimento das
seguintes ações: avaliação antropométrica, avaliação da saúde bucal, verificação do
calendário vacinal, ações de segurança alimentar e promoção da alimentação
saudável, atividades de educação sexual, saúde reprodutiva e prevenção das
DST/AIDS, atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas.
Entretanto, os profissionais da educação citam que foram realizadas as
seguintes ações: avaliação da acuidade visual, avaliação auditiva, avaliação do
desenvolvimento de linguagem, ações de orientações à prevenção de acidentes,
ações de saúde ambiental e ações de práticas corporais e atividades físicas, não
sendo as mesmas apontadas pelos profissionais de saúde.
Já os profissionais de saúde citaram ações não reconhecidas pela escola:
promoção da cultura da paz e direitos humanos, ações de saúde mental e outras
não mencionadas no instrumento.
As respostas da escola 29 que remetiam a ações realizadas exclusivamente
pelos profissionais de educação apontaram que 5 (62,5%) afirmaram não ter
realizado qualquer ação, 3 (37,5%) afirmaram ter realizado atividades de prevenção
ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas, 2 (25%) orientações sobre saúde
bucal e escovação supervisionada, avaliação de segurança alimentar e promoção da
alimentação saudável, atividades de educação para a saúde sexual, saúde
reprodutiva e prevenção das DST/AIDS e 1 (12,5%) avaliação do desenvolvimento
de linguagem.
O PSF 22, bem como a escola 30 foram utilizados como pilotos da pesquisa,
não compondo a amostra final.
O PSF 23 é responsável pela escola 31. Dos 7 entrevistados, 1 (14,2%)
afirmou não realizado nenhuma no PSE, 6 (85,7%) realizaram avaliação
antropométrica, verificação do calendário vacinal, 5 (71,4%) ações de segurança
alimentar e promoção da alimentação saudável, atividades de prevenção ao uso de
álcool, tabaco, crack e outras drogas, 4 (57,1%) atividades de educação para a
saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST/AIDS e ações de saúde
ambiental, promoção da cultura da paz e direitos humanos, 3 (42,9%) ações de
saúde mental e 1 (14,3%) ações de orientações a prevenção de acidentes e outras
ações não enumeradas no instrumento.
95

Na escola 31 a amostra foi composta por apenas 2 profissionais da educação


que reconheceram (100%) a realização das seguintes atividades: avaliação
antropométrica, avaliação de saúde bucal, verificação do calendário vacinal, ações
de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável e atividades de
educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST/AIDS.
Os profissionais de saúde e educação reconheceram a realização das
seguintes ações: avaliação antropométrica, verificação do calendário vacinal, ações
de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável e atividades de
educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva, prevenção das DST/AIDS.
Entretanto há divergência sobre a realização da ação de avaliação de saúde
bucal, apontada por profissionais da educação, mas não citada por profissionais da
saúde.
Os profissionais da saúde ainda afirmaram a realização de ações não
reconhecidas pela escola, a saber: promoção da cultura da paz e direitos humanos,
ações de saúde mental, atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e
outras drogas, ações de orientações à prevenção de acidentes, ações de saúde
ambiental, ações de práticas corporais e atividades físicas e outras não citadas
neste instrumento.
E, finalizando a análise descritiva, a escola 31 afirmou em 100% dos
pesquisados a realização das seguintes ações: avaliação da acuidade visual,
orientações sobre saúde bucal e escovação supervisionada, promoção da cultura da
paz e direitos humanos, atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e
outras drogas, ações de saúde ambiental e ações de práticas corporais e atividades
físicas.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente estudo, concluiu-se que os profissionais de saúde e de


educação, em sua maioria, reconhecem a importância de um programa de educação
em saúde na escola. Assim, visualizam o PSE como importante para a qualidade de
96

vida, para o desenvolvimento da autonomia e para o desenvolvimento humano


sustentável dos alunos envolvidos, embora acreditem pouco na resolutividade do
mesmo.
Os temas pactuados foram reconhecidos pela maioria dos entrevistados como
importante, podendo assim ser visto como um facilitador no desenvolvimento das
atividades, entretanto, observa-se que a maior parte dos profissionais não foi
preparado para atuar com educação em saúde o que pode ter repercutido no
número de profissionais que se sentem pouco ou nada preparados para atuar no
PSE, podendo este ser um dificultador para a condução do programa.
Ambas os profissionais reconheceram como médio o conhecimento
apresentado sobre os temas abordados no PSE, indicador também demonstrado
pelos profissionais de saúde sobre o conhecimento das possíveis metodologias
educativas a serem utilizadas.
A maioria dos profissionais não recebeu capacitações para sua atuação, bem
como não participou de reuniões para esclarecimentos sobre o PSE. Apontaram
ainda que apenas algumas vezes as ações de saúde estavam em sintonia com a
programação da escola. Em relação à realização de reuniões prévias entre os
profissionais da saúde e da educação, também apontaram que as mesmas não
ocorreram, ou aconteceram somente algumas vezes, sendo que as reuniões
posteriores às ações não foram realizadas segundo a maior parte dos entrevistados.
Somente algumas vezes as ações do PSE são efetivas para o aprendizado
dos alunos, mediante a percepção dos colaboradores da saúde e da educação
participantes do estudo, e estes não se sentem satisfeitos, nem insatisfeitos em
atuar no PSE.
Os profissionais de saúde, quando questionados sobre a satisfação com o
espaço físico para a realização de suas ações, estes não se sentem satisfeitos, nem
insatisfeitos. E ainda, na maioria das vezes os recursos necessários para a
realização de suas ações nunca estão disponíveis.
Segundo os profissionais de educação as intervenções de saúde foram
incluídas no plano pedagógico somente algumas vezes. Assim, vislumbra-se que
estes resultados podem indicar dificuldades para a condução do programa.
Ambas as categorias reconhecem seu papel como importante para o
desenvolvimento do programa. Os profissionais de educação reconhecem como
bastante adequadas as metodologias adotadas pelos profissionais de saúde para a
97

realização de suas ações, o que pode ser traduzido positivamente como um


facilitado para a execução do programa estudado.
O Programa Saúde na Escola, criado no ano de 2007, vislumbra atrelar duas
áreas de grande importância para o país e sua população, educação e saúde, e
após 10 anos de sua existência, conclui-se que o mesmo ainda não atinge todos os
objetivos para ele traçados, no município de estudo. Os profissionais, em sua
maioria, iniciaram suas ações sem o devido preparado para esta atuação e ainda
sem o estabelecido do vínculo intersetorial, tão necessário para sua realização.
Na construção desta pesquisa constatou-se que o programa foi implantado no
município, entretanto, para efetivar-se enquanto agente de transformação social e
contribuidor do desenvolvimento humano sustentável, se fará necessário que o
programa seja repensado desde suas bases, para que estas estejam sólidas e
construídas juntas aos profissionais responsáveis por sua realização.
Espera-se que este estudo, através de seus dados possa contribuir com a
reconstrução de um programa centrado em seus objetivos e pautado em resultados
emancipatórios para alunos, profissionais de saúde e educação, não só no município
da pesquisa, mas em todos aos quais se aplicar, de forma a contribuir para que o
PSE implante-se não como mais um programa destinado a saúde ou a educação
pública, mas sim que faça cumprir o seu papel.
98

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108

APÊNDICE 1 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E


ESCLARECIDO

Eu, ... (nome do sujeito da pesquisa, nacionalidade, idade, estado civil, profissão,
endereço, RG), estou sendo convidado a participar de um estudo denominado Programa
Saúde na Escola: Responsabilidade Social e Estratégia para o Desenvolvimento Humano
Sustentável cujos objetivos e justificativas são: descrever a percepção dos profissionais da
saúde e da educação sobre a implantação e execução do Programa Saúde na Escola,
considerando que o referido Programa tem a intenção de ser instrumento do desenvolvimento
de autonomia para os alunos da rede publica, promotor da saúde e da prevenção.
A minha participação no referido estudo será no sentido de responder a um
questionário.
Fui alertado de que o beneficio de que posso receber, é a minha contribuição para
a melhoria e desenvolvimento do referido programa.
Recebi, por outro lado, os esclarecimentos necessários sobre os possíveis
desconfortos e riscos decorrentes do estudo, levando-se em conta que é uma investigação
científica, e os resultados positivos ou negativos somente serão obtidos após a sua
realização. Assim, necessito dispor de aproximadamente 10 minutos de meu tempo para
responder ao questionário.
Estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, meu nome ou
qualquer outro dado, ou elemento que possa, de qualquer forma, me identificar, será
mantido em sigilo.
Também fui informado de que posso me recusar a participar do estudo, ou retirar meu
consentimento a qualquer momento, sem precisar justificar, e de que, por desejar sair da
pesquisa, não sofrerei qualquer prejuízo.
Os pesquisadores envolvidos com o referido projeto são Daiana Rocha Silva Tavares e
Erica Passos Baciuk, da UNIFAE e com eles poderei manter contato pelos telefones (35)
98829-2833 e (19)9964-99196.
É assegurada a assistência durante toda pesquisa, bem como me é garantido o livre
acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas
consequências, enfim, tudo o que eu queira saber antes, durante e depois da minha
participação.
Enfim, tendo sido orientado quanto ao teor de tudo aqui mencionado e compreendido a
109

natureza e o objetivo do referido estudo, manifesto meu livre consentimento em participar,


estando totalmente ciente de que não há nenhum valor econômico, a receber ou a pagar, por
minha participação.
Em caso de reclamação ou qualquer tipo de denúncia sobre este estudo devo ligar para
o CEP UNIFAE (19) 0800173022 Ramal 228, ou mandar um email para comite_etica@fae.br

Declaro que estou recebendo nesta oportunidade uma via deste documento com todas
as assinaturas.

Poços de Caldas , ........ de ...................... de 2015.

Nome e assinatura do participante da pesquisa

Nome(s) e assinatura(s) do(s) pesquisador(es) responsável(responsáveis)


110

APÊNDICE 2 – QUESTIONÁRIO APLICÁVEL AOS


PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Projeto de Pesquisa: PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: Responsabilidade


Social e estratégia para o Desenvolvimento Humano Sustentável

Voluntário S□□□
Instruções: Este questionário é sobre sua percepção do Programa Saúde na
Escola (PSE).
A seguir você terá quatro questões que permitirão caracterizar seu perfil
profissional. Indique no quadrado o número que corresponde às características do seu
perfil.
Na sequência você responderá a questões relacionadas diretamente ao Programa
Saúde na Escola. Lembre-se de que não há respostas certas ou erradas.
Caracterização do profissional:

1) Unidade de saúde em que atua: □□


ESF: 1. Parque Esperança 1 2. COHAB 1 , 2 e São Sebastião 3. Santo André 1 e 2 4. Maria Imaculada
5. Dom Bosco 2 6. Zona Rural 7. Santana 8. Santa Augusta 9. Bortolan 10. Cascatinha 11. Vila Nova
12. Chácara Alvorada 13. São José 2 14. Parque Pinheiros 15. Kennedy 1 e 2 16. Estância São José
17. Santa Ângela 18. Caio Junqueira e Nova Aurora 19. Parque Esperança 2 20. São José 1 21. Santa Rosália
22. Jardim São Paulo 23. Dom Bosco 1 .

NASF: 24. Sul 25. Leste 26. Centro-Oeste

2) Cargo □
1.Assistente Social 2.Dentista 3.Educador Físico 4.Enfermeiro 5.Fisioterapeuta 6.Médico
7.Nutricionista 8.Psicólogo 9.Terapeuta Ocupacional 10.Farmacêutico 11. Agente Comunitário de
Saúde 12. Técnico em enfermagem 13. Outro. Qual? ___________________________

3) Tempo de exercício na função em anos completos □


1. Zero a um 2. Um a cinco 3. Cinco a dez 4. Mais de dez

4) Tempo de atuação no Programa Saúde na Escola (PSE) □


1. Zero a um 2. Um a cinco 3. Mais de cinco
2.
111

Por favor, leia cada questão, verifique qual seu entendimento e circule o número
que corresponde àquela que lhe pareça a melhor resposta.

nada muito médio bastante completamente


pouco
Em que medida você considera importante o PSE
5 para a Qualidade de vida do aluno, da forma como 1 2 3 4 5
ele está instituído?
Em que medida o PSE contribui para a autonomia
6 em saúde do aluno? 1 2 3 4 5
O quanto você considera importante um programa
7 de educação em saúde na escola? 1 2 3 4 5

8 O quanto você considera importante os temas


trabalhados no PSE? 1 2 3 4 5
9 O quanto ter temas pré-determinados pelo PSE
contribui para suas ações? 1 2 3 4 5
10 O quanto você foi preparado para atuar com
educação em saúde na escola? 1 2 3 4 5
11 O quanto você se sente preparado para trabalhar
com o PSE? 1 2 3 4 5
12 O quanto você conhece sobre os possíveis temas a
serem trabalhados no PSE? 1 2 3 4 5
13 O quanto você conhece sobre as possíveis
metodologias a serem utilizadas no trabalho com o
PSE? 1 2 3 4 5
14 Qual a importância do seu papel para a eficácia do
PSE? 1 2 3 4 5
15 Em que medida você acredita que o PSE pode
contribuir com o Desenvolvimento Humano 1 2 3 4 5
Sustentável?

nem satisfeito
muito insatisfeito nem insatisfeito satisfeito muito
insatisfeito satisfeito
16 Em que medida você se sente
satisfeito em atuar no PSE? 1 2 3 4 5
17 Em que medida você se sente
satisfeito com o espaço físico para a 1 2 3 4 5
realização de suas ações?

nunca algumas frequentemente muito sempre


vezes frequentemente
18 Em que medida você considera suas ações
efetivas para o processo de aprendizagem 1 2 3 4 5
dos alunos?
19 O quanto você utiliza palestras como
estratégia para suas ações? 1 2 3 4 5
20 O quanto você utiliza contação de
histórias como estratégia para suas ações? 1 2 3 4 5

21 O quanto você utiliza jogos como


estratégia para suas ações? 1 2 3 4 5
22 O quanto você utiliza teatro como
estratégia para suas ações? 1 2 3 4 5
112

23 O quanto você utiliza outros recursos para


suas ações? 1 2 3 4 5
24 Com que frequência você recebeu
capacitação para atuação no PSE? 1 2 3 4 5
25 Com que frequência você participou de
reuniões para esclarecimentos sobre o 1 2 3 4 5
PSE?
26 Com que frequência você sente que as
ações de saúde competem ou sobrepõem 1 2 3 4 5
aos momentos de atuação do professor?
27 Com que frequência as intervenções de
saúde estão em sintonia com a 1 2 3 4 5
programação pedagógica da escola?
28 Com que frequência foram realizadas
reuniões prévias entre os profissionais da 1 2 3 4 5
escola e da saúde para determinar a
condução das atividades e temas?
29 Com que frequência foram realizadas
reuniões posteriores às ações entre os 1 2 3 4 5
profissionais da escola e da saúde para
análise dos dados obtidos?
30 Com que frequência você dispõe dos
recursos necessários para suas ações? 1 2 3 4 5
31 Com que frequência você observa que são
resolvidas as necessidades dos educandos, 1 2 3 4 5
levantadas por meio das atividades PSE?

A seguir você terá quatorze opções que permitirão identificar ações realizadas ou
apoiadas. Indique nos quadrados aquelas das quais você participou ou apoiou

32. Quais ações você realizou ou apoiou no último ano?

□; □; □; □; □; □; □; □; □; □;
□; □; □; □
0. Nenhuma
1. Avaliação antropométrica
2. Avaliação da acuidade visual
3. Avaliação da saúde bucal
4. Avaliação auditiva
5. Verificação do calendário vacinal
6. Avaliação do desenvolvimento de linguagem
7. Ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável
8. Promoção da cultura da paz e direitos humanos
9. Ações de saúde mental
10. Atividades de educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST/aids
11. Atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas.
12. Ações de orientações a prevenção de acidentes
13. Ações de saúde ambiental
14. Ações de práticas corporais e atividades físicas
113

15. Outras. Quais?


________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
114

APÊNDICE 3 – QUESTIONÁRIO A SER APLICADO AOS


PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO

Projeto de Pesquisa: PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA:


RESPONSABILIDADE SOCIAL E ESTRATÉGIA PARA O DESENVOLVIMENTO
HUMANO SUSTENTÁVEL

Voluntário E□□□
Instruções: Este questionário é sobre sua percepção do Programa Saúde na
Escola (PSE).
A seguir você terá quatro questões que permitirão caracterizar seu perfil
profissional. Indique no quadrado o número que corresponde às características do seu
perfil.
Na sequência você responderá a questões relacionadas diretamente ao Programa
Saúde na Escola. Lembre-se de que não há respostas certas ou erradas.
Caracterização do profissional:

1) Escola ou Centro de Educação Infantil (CEI) em que atua: □□


Escola: 1. Prof. Arino Ferreira Pinto 4. Maria Ovidia Junqueira 6. Antonio Sérgio Teixeira
8. João Pinheiro
10. Dona Lucia Sacomann Junqueira 11. José Avelino de Melo 12. Raphael Sanches 13. Prof.ª. Carmélia de
Castro 14. Irmã Catarina 15. Julio Bonazzi 16. Nicolina Bernardo 17. Alvino Hosken de Oliveira 18. Dona
Francisca Tamm Bias Fortes 19. Dr. Edmundo Gouvea Cardillo 20. Cleusa Lovato Caliari 21. Dona
Mariquinhas Brochado
22. Dr. Pedro Afonso Junqueira 23. Raphael Santos Netto 24. Presidente Washington Luis 25. Edir Frayah
27. Vitalina Rossi 29. Haroldo Affonso Junqueira 30. João Eugênio de Almeida 31. Irmão José Gregório

CEI: 2. São Sebastião 3. Santa Terezinha 5. Santo André 7. Beija Flor 9. Charque 26. Bem Te Vi 28. São José

2) Cargo □
1.Professor do ensino infantil 2. Professor do ensino fundamental 1. 3. Professor do ensino fundamental 2
3. Professor do ensino médio 4. Diretor 5. Vice diretor 6. Coordenador Pedagógico 7.Auxiliar de
Desenvolvimento Infantil 8. Outros. Qual? ____________

3) Tempo de exercício na função em anos completos □


1. Zero a um 2. Um a cinco 3. Cinco a dez 4. Mais de dez
115

4) Tempo de atuação no Programa Saúde na Escola (PSE) □


1. Zero a um 2. Um a cinco 3. Mais de cinco

Por favor, leia cada questão, verifique qual seu entendimento e circule o número
que corresponde àquela que lhe pareça a melhor resposta.

nada muito médi bastant completamente


pouco o e
Em que medida você considera importante o PSE
5 para a Qualidade de vida do aluno, da forma como 1 2 3 4 5
ele está instituído?
Em que medida o PSE contribui para a autonomia
6 em saúde do aluno? 1 2 3 4 5
O quanto você considera importante um programa
7 de educação em saúde na escola? 1 2 3 4 5

8 O quanto você conhece sobre os possíveis temas a


1 2 3 4 5
serem trabalhados no PSE?
9 O quanto você considera importante os temas
trabalhados no PSE? 1 2 3 4 5
10 O quanto você conhece sobre as possíveis
metodologias a serem utilizadas no trabalho com o 1 2 3 4 5
PSE?
11 O quanto você considera adequadas as
metodologias empregadas pelos profissionais de 1 2 3 4 5
saúde ao aprendizado dos alunos?
12 O quanto você foi preparado para atuar com
educação em saúde na escola? 1 2 3 4 5
13 O quanto você se sente preparado para trabalhar
com o PSE? 1 2 3 4 5
14 Qual a importância do seu papel para a eficácia do
PSE? 1 2 3 4 5
15 Em que medida você acredita que o PSE pode
contribuir com o Desenvolvimento Humano 1 2 3 4 5
Sustentável?

nem satisfeito nem


muito insatisfeito insatisfeito satisfeit muito
insatisfeito o satisfeito
16 Em que medida você se sente
satisfeito em atuar no PSE? 1 2 3 4 5

nunca algumas frequentemente muito sempre


vezes frequentemente
17 Com que frequência você recebeu
capacitação para atuação no PSE? 1 2 3 4 5
18 Com que frequência você participou de
reuniões para esclarecimentos sobre o 1 2 3 4 5
PSE?
19 Com que frequência você sente que as
ações de saúde competem ou sobrepõem 1 2 3 4 5
aos momentos de atuação do professor?
20 Com que frequência as intervenções de
116

saúde estão em sintonia com a 1 2 3 4 5


programação pedagógica da escola?
21 Com que frequência as intervenções de
saúde foram incluídas junto ao plano
pedagógico da escola?
22 Com que frequência foram realizadas
reuniões prévias entre os profissionais da 1 2 3 4 5
escola e da saúde para determinar a
condução das atividades e temas?
23 Com que frequência foram realizadas
reuniões posteriores às ações entre os 1 2 3 4 5
profissionais da escola e da saúde para
análise dos dados obtidos?
24 Com que frequência você observa que
são resolvidas as necessidades dos
1 2 3 4 5
educandos, levantadas por meio das
atividades do PSE?

A seguir você terá quatorze opções que permitirão identificar ações realizadas ou
apoiadas. Indique nos quadrados aquelas das quais você participou ou apoiou

25. Quais ações foram realizadas pelo PSE no último ano?

□; □; □; □; □; □; □; □; □; □;
□; □; □; □
0. Nenhuma
1. Avaliação de peso e altura
2. Avaliação da acuidade visual
3. Avaliação da saúde bucal
4. Avaliação auditiva
5. Verificação do calendário vacinal
6. Avaliação do desenvolvimento de linguagem
7. Ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável
8. Promoção da cultura da paz e direitos humanos
9. Ações de saúde mental
10. Atividades de educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST/aids
11. Atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas.
12. Ações de orientações a prevenção de acidentes
13. Ações de saúde ambiental
14. Ações de práticas corporais e atividades físicas
15. Outras. Quais?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
117

26. Quais ações você realizou no último ano?

□; □; □; □; □; □; □; □; □; □;
□; □; □; □
0. Nenhuma
1. Avaliação da acuidade visual
2. Orientações sobre saúde bucal/ escovação supervisionada
3. Orientações sobre saúde auditiva
4. Avaliação do desenvolvimento de linguagem
5. Ações de segurança alimentar e promoção da alimentação saudável
6. Promoção da cultura da paz e direitos humanos
7. Ações/ orientações de saúde mental
8. Atividades de educação para a saúde sexual, saúde reprodutiva e prevenção das DST/aids
9. Atividades de prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas.
10. Ações de orientações a prevenção de acidentes
11. Ações de saúde ambiental
12. Ações de práticas corporais e atividades físicas
13. Outras. Quais?

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