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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE


PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM
EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DE SAÚDE

NATHALIE EMANUELLE PIGORETTI LOUSAN

OS DESAFIOS DO PROFESSOR DE BIOLOGIA NA


PROMOÇÃO DE SAÚDE NA ESCOLA PÚBLICA:
METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM COMO
CAMINHO PARA A SUPERAÇÃO

Mestrado Profissional

SOROCABA- SP
2014
NATHALIE EMANUELLE PIGORETTI LOUSAN

OS DESAFIOS DO PROFESSOR DE BIOLOGIA NA


PROMOÇÃO DE SAÚDE NA ESCOLA PÚBLICA:
METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM COMO
CAMINHO PARA A SUPERAÇÃO

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS


EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE
MESTRADO PROFISSIONAL

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da


Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
como exigência para obtenção do título de Mestre
Profissional em Educação nas Profissões de Saúde
sob a orientação Profª Drª. Lúcia Rondelo Duarte.

SOROCABA – SP

2014
Banca Examinadora

__________________________________

__________________________________

__________________________________
Dedico este trabalho aos meus queridos
alunos, que despertam e motivam em mim o
desejo de aprender sempre. A todos os meus
professores, pelos ensinamentos, por fazerem
de mim o que sou hoje e por me mostrarem a
dignidade e nobreza de nossa profissão.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado o dom de ensinar.

À professora Leni Boghossiam Lanza, pelo incentivo e exemplo de vida e força, que me
inspiraram ainda mais na realização deste trabalho.

À professora Lúcia Rondelo Duarte, pela orientação e paciência para que este trabalho se
concretizasse.

Aos funcionários do Programa de Pós Graduação Educação nas Profissões de Saúde,


especialmente a Heloísa Helena Armênio e a Isabel Cristina Campos Feitosa, pela
disponibilidade e constante boa vontade em ajudar.

Aos docentes do Programa de Pós Graduação Educação nas Profissões de Saúde, por tudo o
que aprendi dentro e fora da sala, contribuindo com meu amadurecimento profissional e
pessoal.

As professoras Maria Helena Senger e Maria Otília José Montessanti Mathias, pelas
importantes contribuições dadas no exame de qualificação.

Aos meus companheiros de turma e colegas do Programa de Pós Graduação Educação nas
Profissões de Saúde, pela amizade sincera e pelo apoio nos momentos difíceis.

Ao meu amigo Yasushi Matsumoto, pela ajuda incansável na organização e formatação de


tabelas e referências bibliográficas.

Ao querido Alexandre La Luna, pela enorme boa vontade com que me ajudou na dinâmica da
coleta de dados, pelas dicas, palavras de incentivo e amizade.

A Diretoria de Ensino de Votorantim e ao Núcleo Pedagógico dessa diretoria, por aceitarem e


contribuírem com a realização desta pesquisa.
A todos os professores participantes, razão desta pesquisa.

Aos meus amigos e familiares, por compreenderem meus momentos de ausência. E,


particularmente a minha mãe, Maria Aparecida Silva Pigoretti, pelo colo, carinho e ouvidos
nos momentos de angústia, e a minha sogra, Valdina Marins Pereira, por sempre se prontificar
a tirar minhas dúvidas sobre a pesquisa, mesmo aos almoços de domingo.

E, em especial, ao meu esposo, Fabio Luís Pereira, por abrir mão de seus próprios sonhos para
que este se concretizasse, e por sempre estar ao meu lado em todos os momentos desde que
entrou em minha vida.
“Sem a curiosidade que me move, que me
inquieta, que me insere na busca, não aprendo
e nem ensino”.

(Paulo Freire)
RESUMO

O tema Transversal Saúde, presente na Proposta Curricular (PC) da Secretaria de Educação


do Estado de São Paulo – SEE-SP, está inserido na disciplina de Biologia, que tem como
pressuposto a aplicação de seus conteúdos e conceitos para a prática de uma cidadania
reflexiva e consciente nas questões da evolução da vida natural e da vida humana em toda a
sua diversidade de organização e interação. Uma das atribuições dos professores de Biologia é
articular os temas propostos no currículo em trabalhos de promoção de saúde e prevenção de
doenças, levando em consideração as necessidades específicas de cada comunidade escolar,
para que, dessa forma, contribuam para a efetiva aprendizagem do aluno, melhorando sua
qualidade de vida. No entanto muitos desses profissionais encontram dificuldades para
relacionar as atividades da PC da SEE-SP, contidas nos cadernos do professor e aluno da
disciplina de Biologia, a ações preventivas eficazes. Diante dessa realidade, pretendeu-se com
este estudo identificar os recursos didático-pedagógicos utilizados por esses professores para
trabalhar os temas sobre saúde, os facilitadores e dificultadores desse trabalho bem como o
feedback dos alunos e o sentimento de responsabilidade sobre a saúde do aluno, manifestado
nos professores. Além disso, buscou-se evidenciar a percepção desses atores sobre as
metodologias ativas de aprendizagem e sua aplicação na educação em saúde. Para a coleta de
dados foram realizadas 24 entrevistas semiestruturadas com professores pertencentes a
unidades escolares (U.E) da Diretoria de Ensino de Votorantim (D.E Vot). Na organização
dos dados, foi utilizado o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) e a nuvem de palavras para
visualização da ocorrência das palavras contidas nos discursos dos entrevistados. Para análise,
foi utilizada a Análise de Conteúdo (AC), modalidade da Análise Temática (AT). Constatou-
se que, mesmo mesclando recursos didático-pedagógicos característicos da aula tradicional e
participativa, tendo o sentimento de responsabilidade pela saúde dos alunos, os professores
têm dificuldade em mensurar o feedback dos alunos após o estudo dos temas sobre saúde.
Aqueles que percebem alguma devolutiva, percebem-na sempre de forma subjetiva. Os
maiores facilitadores para o trabalho com os temas sobre saúde foram o interesse dos alunos
por temas relacionados ao seu cotidiano, a valorização dos seus saberes prévios e experiências
com que chegam à escola e o uso de recursos e metodologias de ensino diferenciados. Eles
não conhecem as Metodologias Ativas de Aprendizagem, mas possuem o desejo de conhecer,
acreditando que elas podem contribuir para a aprendizagem significativa dos alunos e com a
educação em saúde no ambiente escolar. Concluindo, propõe-se aos professores de Biologia a
capacitação e a implementação da Aprendizagem Baseada em Equipes - a princípio para
trabalhar os temas relacionados à saúde – que, como modalidade das Metodologias Ativas de
Aprendizagem, pode contribuir tanto com a aprendizagem significativa dos alunos como para
a educação permanente dos professores, além de ser aplicável a turmas com grande número de
alunos.

PALAVRAS-CHAVE: Educação em Saúde, Ensino de Biologia, Metodologias Ativas de


Aprendizagem.
ABSTRACT

The health transverse theme, wich is present at the curriculum proposal (PC) from the
departament of education from the state of Sao Paulo- SEE-SP, it its subscribed in the subject
of Biology that have a goal to apply its contents and concepts to practice a reflexive and
conscious citzenship on the questions of evolution of natural life and human life, within all
diversity of organization and interaction. One of the biology teacher's atributions is to
articulate the proposal themes from the curriculum into works to promote health and to
prevent deseases, taking in consideration, the specific needs of each school community,
because in this way, they can contribute for effective learning of the student to increase his
quality of life. However, many of these professionals find difficult to relate the PC activities
from SEE-SP contain in the teacher's and student notebooks of the biology subject into actual
preventive actions. Facing this reality, it was pretend with this study to identify the diadatic
pedagogy resources that are used by the teachers to work the theme about health, the easy and
hard ways of the work, as a feedback of the students and the feeling of responsability about
the student health,that is manifested on the teacher. Besides that, we were looking for the
evidence of these actors perception about the active metadology of learning and its application
in health education. For the data collecting were made 24 interviews semi stuctured by
teachers that belong from Unit School (U.E), the board of eduaction from Votorantim (D.E
Vot). On the data organization it was used the colective subject speech (DSC) and the words
clouds to visualize the procedure of the words that contained on the interviewer’s speech. For
the analisys it was used the content analisy (AC), category theme analisy (AT). It was shown
that even melding pedagogic didatics resources that are part of a traditional and participative
class, having the feeling of responsability of the students health, the teachers have a difficulty
to mesuare the feedback of the students after the health themes study, those who notices
something is always in a subjective way.The major suporters for the work with themes that
are related to your day by day, the improvement of your previous knowlogy and experiences
that they arrive in school and the use of resources and metadology of different studies. They
do not know the active metadology of learning, but they have the desire to know beliving that
it can contribute of positive learning of the students and with the health education in a school
enviroment. To conclude, it its propose for the biology teachers the capacitation and
implementation of learning based in teams- at first to work with health relate theme- that one
of the modalities is the active metadology of learning can contribute with the real knowledge
of the students but also for the fix education of teachers, besides it can be apply to a large
number of students.

KEY WORDS: education in health, Biology study, active meatadology of learning.


SUMÁRIO

I INTRODUÇÃO 14
1. Da educação e os profissionais da educação 14

2. Da saúde e os profissionais da educação 17


3. Da prática de saúde escolar 20

II OBJETIVOS 23

III METODO 23

1. Características do estudo 23

2. Cenário da pesquisa 24

3. Caracterização e atribuições do Professor Coordenador do Núcleo Padagógico 25

4. Sujeitos da pesquisa 21

5. Coleta de dados - Entrevistas 24


6. Organização e análise dos dados 27

IV ASPECTOS ÉTICOS 29

V RESULTADOS 30
1. Caracterização dos participantes do estudo 30
1.1 Distribuição dos professores entrevistados pelas unidades de ensino 30
1.2 Perfil dos professores entrevistados 31

2. Representações dos professores entrevistados sobre ensino-aprendizagem do tema


transversal saúde 34
2.1 Recursos e metodologias do ensino-aprendizagem do Tema Transversal Saúde 34
2.2 Participação e interesse dos alunos pelo Tema Transversal Saúde 38
2.3 Devolutiva do aluno ao estudar o Tema Transversal Saúde 41
2.4 Sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde do aluno 44

2.5 Conhecimentos sobre as Metodologias Ativas de Aprendizagem 47

VI DISCUSSÃO 49
1.Recursos e metodologias do ensino aprendizagem do tema transversal saúde 49
2.Participação e interesse dos alunos pelo tema transversal saúde 54
3. Devolutiva dos alunos ao estudar o tema transversal saúde 58
4. Sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde do aluno 61
5. Conhecimentos sobre as metodologias ativas de aprendizagem 64
VII CONCLUSÕES 67

VIII REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 69

APÊNDICES 77

1. Formulário sóciodemográfico e profissional 77

2. Roteiro de questões norteadores entrevista semiestruturada 78

3. Termo de consentimento livre e esclarecido 79

4. Tabelas com depoimentos, expressões chave e ideia central referentes às entrevistas 81


LISTA DE TABELAS

Tabela1 - Distribuição dos professores entrevistados por município e unidade de


ensino........................................................................................................................................30
Tabela 2 - Distribuição dos professores entrevistados segundo idade e sexo...........................31
Tabela 3 - Distribuição dos professores entrevistados segundo sua formação acadêmica e
tempo de formação....................................................................................................................32
Tabela 4 - Distribuição dos professores entrevistados de acordo com o tempo total de serviço
docente e tempo de serviço na atual escola...............................................................................33
Tabela 5 - Distribuição dos professores entrevistados de acordo com as disciplinas e nível de
ensino em que lecionam............................................................................................................33
Tabela 6 - Distribuição dos professores entrevistados segundo sua jornada semanal de
trabalho em horas/aula e tipo de vínculo empregatício com a SEE-SP ...................................34
Tabela 7 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas dos
recursos e metodologias utilizados pelos participantes para trabalhar os temas sobre saúde do
currículo....................................................................................................................................35
Tabela 8 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas sobre
o interesse e participação dos alunos ao trabalhar temas sobre saúde......................................39
Tabela 9 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas sobre
a percepção de devolutiva/feedback do aluno no dia a dia da sala de aula ao trabalhar temas
sobre saúde................................................................................................................................42
Tabela 10 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas
sobre o sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e a qualidade de
vida do aluno e de seus familiares ...........................................................................................45
Tabela 11 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas
sobre o conhecimento dos professores sobre as Metodologias Ativas de Aprendizagem .......48

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 1 da


entrevista...................................................................................................................................38
Figura 2- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 2 da
entrevista...................................................................................................................................41
Figura 3- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 3 da
entrevista...................................................................................................................................44
Figura 4- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 4 da
entrevista...................................................................................................................................47
Figura 5- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 5 da
entrevista...................................................................................................................................49
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

PC: Proposta Curricular


SEE-SP: Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
U.E: Unidade Escolar
D.E. Vot: Diretoria de Ensino de Votorantim
DSC: Discurso do Sujeito Coletivo
A.C: Análise de Conteúdo
A.T: Análise Temática
O.T: Orientação Técnica
PCN: Parâmetros Curriculares Nacionais
MAA: Metodologias Ativas de Aprendizagem
OMS: Organização Mundial da Saúde
DNA: Ácido Desoxirribonucleico
PSE: Programa de Saúde na Escola
CEEJA: Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos
E.I: Ensino Integral
E.F.II: Ensino Fundamental II
PCNP: Professor Coordenador do Núcleo Pedagógico
D.E: Diretoria de Ensino
CRE: Centro de Referência em Educação Mário Covas
ATPC: Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo
TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
E-CH: Expressões Chave
IC: Ideia Central
ABP / PBL: Aprendizagem baseada em problemas
ABE: Aprendizagem Baseada em Equipe
TBL: Team Based Learning
14

I INTRODUÇÃO

1. Da educação e os profissionais da educação

A escola como a conhecemos hoje, estruturada no século XVIII e consolidada no


século XIX, sob princípios de exclusão e homogeneização, não parece estar dando conta das
demandas e necessidades de uma sociedade democrática, inclusiva, permeada pelas diferenças
e pautada no conhecimento inter, multi e transdisciplinar, como a que vivemos neste início de
século XXI, o que vem impactando as metas de qualidade do conhecimento almejadas pelas
sociedades contemporâneas1. Por essas razões a educação está na pauta das discussões em
diferentes lugares do mundo, em busca de uma reinvenção dos sistemas educativos formais,
cuja tendência tem sido a de privilegiar o acesso a um tipo de conhecimento em detrimento de
outras formas de aprendizagem, devendo conceber a educação de forma mais ampla, seja ao
procederem a reformas educativas, seja ao elaborarem propostas curriculares. Com a chegada
do novo milênio, ampliou-se ainda mais o papel fundamental da Educação no
desenvolvimento das pessoas e da sociedade, apontando para a necessidade de (re)construir
uma escola voltada para a formação de cidadãos críticos, autônomos e livres2.
Para que esta mudança produza aprendizado significativo, faz-se necessário uma
transformação de relações e posturas entre professores e alunos 3, mudando o próprio papel dos
sujeitos envolvidos nos processos educativos. Essas relações devem sofrer uma inversão,
deixando de centrar-se no ensino para centrar-se na aprendizagem e no protagonismo do
sujeito da educação4,5. Destaca-se ainda o respeito pela dignidade do educando, pela sua
identidade, pelas condições em que vem existindo (sociais, culturais e econômicas) e pelo
“conhecimento de experiência feito” (senso comum) com que chegam à escola6.
O profissional da educação não pode limitar-se apenas ao processo mecânico e
conceitual de aprendizagem, como se este fosse resultante somente da transferência de
conhecimentos. Mas deve explorar novos saberes e práticas didáticas pertencentes ao
cotidiano dos alunos, uma vez que a aprendizagem só acontece em resposta às suas
necessidades, principalmente as que propiciem seu bem-estar e a resolução de seus problemas
7-9
.
Um aspecto relevante na relação professor-aluno é a criação de um novo ensinar, a
instalação de uma nova forma de comunicação educacional, a construção da nova identidade
15

do professor que, de transmissor de informações prontas e de verdades inquestionáveis, torna-


se um mediador.
Entende-se a mediação como intervenção do professor para desencadear o processo de
construção do conhecimento (aprendizagem) de forma intencional, sistemática e planejada,
potencializando ao máximo as capacidades do aluno, possibilitando a transmissão de valores,
as motivações, os saberes culturais, os significados e auxiliando na interpretação da vida10. Na
ação de mediar, o professor oportuniza condições para que o aluno construa uma autoimagem
positiva, na medida em que se sentir competente, criativo e produtivo, além do
aprimoramento da capacidade de comunicar-se, pois na medida em que o aluno é solicitado a
verbalizar e a expressar o seu pensamento, ele estabelece uma relação dialógica de
reciprocidade com o professor. Esse vínculo coloca o professor numa posição de
flexibilidade, na qual sua atenção está voltada para três aspectos fundamentais: as
necessidades do aluno, as exigências do conteúdo e as próprias limitações do professor. A
postura mais flexível do professor contribuirá para a constituição de um aluno também mais
flexível na relação com o outro, com o conhecimento e consigo mesmo.
O Ensino Médio no Brasil vem sofrendo diversas mudanças ao longo do tempo. Na
década de 90, devido à consolidação do Estado democrático, o volume de informações
produzidas em decorrência da chegada de novas tecnologias, constantemente superadas, e da
produção dos bens de serviço, que passou a exigir novos parâmetros para a formação dos
cidadãos, não se trata mais de acumular conhecimentos, mas de se ter como foco principal a
aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as
diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação. Coube, então, à escola possibilitar ao
aluno as dimensões fundamentais de cidadania e do trabalho de modo que este se integre ao
mundo contemporâneo 11. Dessa maneira, um novo currículo foi construído com o auxílio de
educadores de todo o país, em parceria com o Ministério da Educação, buscando-se dar
significado ao conhecimento escolar através da contextualização e interdisciplinaridade,
incentivando o raciocínio e a capacidade de aprender.

Fundamentados nos princípios gerais da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação –


Lei 9.394/96, que propõe ao Ensino Médio a formação geral, em oposição à formação
específica; o desenvolvimento das capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las e
selecioná-las; a capacidade de aprender, criar, formular, ao invés do simples exercício de
memorização12 – surgem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), para auxiliar as
equipes escolares na execução de seus trabalhos, servindo de estímulo e apoio à reflexão
16

sobre a prática diária, ao planejamento de aulas e, sobretudo, ao desenvolvimento do currículo


da escola, orientando o professor na busca de novas abordagens e metodologias, e
contribuindo ainda para a atualização profissional13.

As novas abordagens e metodologias remetem à aprendizagem significativa, conceito


central da teoria da aprendizagem de David Ausubel, e envolve a interação da nova
informação com uma estrutura de conhecimento específica, baseando-se na premissa de que
existe uma estrutura na qual organização e integração da aprendizagem se processam14. Para
ele, o fator que mais influencia a aprendizagem é aquilo que o aluno já sabe ou o que pode
funcionar como ponto de ancoragem para as novas ideias, pois possui um significado. Suas
ideias também se caracterizam por basearem-se em uma reflexão específica sobre a
aprendizagem escolar e o ensino, em vez de tentar somente generalizar e transferir à
aprendizagem escolar conceitos ou princípios explicativos extraídos de outras situações ou
contextos de aprendizagem. Para haver aprendizagem significativa são necessárias duas
condições: I- o aluno precisa ter uma disposição para aprender, II- o conteúdo a ser aprendido
tem que ser potencialmente significativo, ou seja, ele tem que ser lógica e psicologicamente
significativo. O significado lógico depende somente da natureza do conteúdo, e o significado
psicológico é uma experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma filtragem dos
conteúdos que têm ou não significado para si próprio15.

A atividade desenvolvida com o propósito de ensinar deve ser apreciada por todos
aqueles que dela participam16. A aprendizagem que envolve a autoiniciativa, alcançando as
dimensões afetivas e intelectuais, torna-se mais duradoura e sólida17. O ato de aprender deve
ser, portanto, um processo reconstrutivo que permita o estabelecimento de diferentes tipos de
relações entre fatos e objetos, desencadeando ressignificações/reconstruções e contribuindo
para a sua utilização em diferentes situações18.

As Metodologias Ativas de Aprendizagem (MAA) conceituam-se como processos


interativos de conhecimento, análise, estudos, pesquisas e decisões individuais e coletivas,
com o objetivo de entender e encontrar soluções para determinado problema, valorizando os
conhecimentos e experiências prévias dos alunos. Esta seria, assim, uma motivação intrínseca
para o aprendizado, desenvolvendo a capacidade de autoaprendizagem, o trabalho em equipe,
a aprendizagem colaborativa e significativa e a reflexão crítica. Nessas metodologias, o
professor atua como um facilitador ou orientador, ajudando os alunos a escolherem os
17

próprios caminhos para atingirem os objetivos de aprendizagem estabelecidos, dando-lhes


mais autonomia por ser uma metodologia centrada no estudante, com técnicas que estimulam
as interações estudante-professor, estudante-estudante e estudante-material didático e demais
recursos de aprendizagem 19.

2. Da saúde e os profissinais da educação

A saúde hoje possui uma concepção dinâmica, entendida como direito universal e algo
que as pessoas constroem ao longo de suas vidas, em suas relações sociais e culturais. Por
essa razão, a educação é considerada um dos fatores mais significativos para a promoção da
saúde. Ao educar para a saúde, de forma contextualizada e sistemática, o professor e a
comunidade escolar contribuem de maneira decisiva na formação de cidadãos capazes de
atuar em favor da melhoria dos níveis de saúde pessoal e da coletividade20.
Sendo a escola entendida como um espaço de relações, um espaço privilegiado para o
desenvolvimento crítico e político, que contribui na construção de valores pessoais, crenças,
conceitos e maneiras de conhecer o mundo, constitui-se em um ambiente propício por inserir
todas as dimensões do aprendizado: ensino, relação lar-escola-comunidade, ambiente físico e
emocional10, tendo como missão primordial desenvolver processos de ensino-aprendizagem e
desempenhar o papel fundamental na formação e atuação das pessoas em todas as áreas da
vida social. Juntamente com outros espaços sociais, ela cumpre papel decisivo na formação
dos estudantes, na percepção e construção da cidadania e no acesso às políticas públicas.
Desse modo, pode tornar-se lócus a ações de promoção da saúde para crianças, adolescentes e
jovens adultos21.
A promoção da saúde supõe uma concepção que não restrinja a saúde à ausência de
doença, mas que seja capaz de atuar sobre seus determinantes, incidindo sobre as condições
de vida da população e ultrapassando a prestação de serviços clínico-assistenciais. Portanto
supõe ações que envolvam a educação, o saneamento básico, a habitação, a renda, o trabalho,
a alimentação, o meio ambiente, o acesso a bens e serviços essenciais, o lazer, entre outros
determinantes sociais da saúde22,23.
Num primeiro enfoque, tem-se uma noção de promoção da saúde vinculada à
transformação do comportamentos das pessoas, concentrando componentes educativos
relacionados com riscos comportamentais passíveis de mudança. Um segundo enfoque da
promoção da saúde sustenta-se na dimensão social dela e condiciona sua promoção à
qualidade de vida, incluindo-se estilos de vida responsável, oportunidades de educação ao
18

longo da vida, apoio social para famílias e indivíduos23,24. Inclui-se também reforço ao
desenvolvimento sustentável e o desenvolvimento de instrumentos de participação popular,
conquista da cidadania e ampliação das capacidades individuais e coletivas25.

Já a prevenção em saúde "exige uma ação antecipada, baseada no conhecimento da


história natural da doença, a fim de tornar improvável o seu progresso posterior" 26. Definem-
se como ações preventivas as intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças
específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações, tomando como base o
conhecimento epidemiológico moderno. Seu objetivo é o controle da transmissão de doenças
infecciosas e a redução do risco de doenças degenerativas ou outros agravos específicos. Os
projetos de prevenção e de educação em saúde estruturam-se mediante a divulgação de
informação científica e de recomendações normativas de mudanças de hábitos.

A aquisição do conhecimento propicia o desenvolvimento de hábitos saudáveis,


promovendo qualidade de vida27,28. A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde
como “um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência
de doença” 13
. Porém, não havendo um consenso sobre a definição de qualidade de vida, a
OMS, por meio de especialistas de todo o mundo, definiu-a como “a percepção do indivíduo
de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em
relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”29. É, assim, um conceito
amplo, que abrange a complexidade do construto e inter-relaciona o meio ambiente com
aspectos físicos, psicológicos, nível de independência, relações sociais e crenças pessoais.
Nas escolas, o trabalho de promoção da saúde com os estudantes e a comunidade
escolar precisa ter como ponto de partida “o que eles sabem” e “o que eles podem fazer”,
desenvolvendo em cada um a capacidade de interpretar o cotidiano e atuar de modo a
30
incorporar atitudes e/ou comportamentos adequados para a melhoria da qualidade de vida .
Nesse processo, as bases são os saberes e atitudes de cada um, desenvolvendo a autonomia
através de competências para o exercício pleno da cidadania. Dessa forma, espera-se que os
profissionais da educação, no exercício de suas funções, estimulem o exercício da cidadania e
a participação comunitária dos estudantes, princípio básico da promoção da saúde21,31.
Por possuir uma dinâmica cultural muito rica, a escola torna-se um espaço de
referência social muito importante para crianças e adolescentes e cada vez mais tem a
possibilidade de promover em seu interior experiências significativas da vida em comunidade.
Por isso é considerada por alguns como o espaço de transição entre o mundo da casa e o
mundo mais amplo. Portanto a cultura escolar constitui-se de práticas socioculturais e
19

comportamentais mais amplas, ultrapassando as barreiras da escola. Dentro desse enfoque,


justifica-se a implementação de um programa de saúde na escola, inserido e integrado no
cotidiano e na cultura escolar, que se irradiará além de seus limites.
As principais áreas da Biologia são sintetizadas em sete temas estruturadores, sendo as
condições de vida e saúde abordadas no tema “Qualidade de vida das populações humanas”,
por meio do qual os alunos poderão aprofundar seus conhecimentos e se preparar para uma
ação de intervenção que vise à transformação de suas condições. Aborda-se a saúde a partir
do conceito atual da OMS, avançando ao procurar relacioná-la às condições de vida das
populações, como renda, educação, trabalho, habitação, saneamento básico, transporte, lazer,
alimentação, longevidade, liberdade de expressão e participação democrática, além de traçar o
perfil de saúde do brasileiro destacando-se os contrastes regionais e locais. Suas unidades
temáticas são: I- O que é saúde, II- A distribuição desigual de saúde pelas populações, III- As
agressões à saúde das populações, e IV- Saúde ambiental31.
Vale apena destacar que o tema saúde é abordado de forma indireta nos outros temas
por meio do estudo sobre a composição e funcionamento dos seres vivos, tecnologias de
manipulação genética, entre outros. Logo, uma das atribuições dos professores de Biologia é
articular os conteúdos e temas propostos no currículo a trabalhos de promoção da saúde e
prevenção de doenças, levando em consideração as necessidades específicas de cada
comunidade escolar de modo que, dessa forma, contribuam para a efetiva aprendizagem do
aluno, melhorando sua qualidade de vida32.
Os outros temas estruturadores dessa disciplina são: “A interdependência da vida”,
“Identidade dos seres vivos”, “Transmissão da vida e mecanismos de variabilidade genética”,
“Tecnologias de manipulação do DNA: a receita da vida e seu código” e “Origem e evolução
da vida”.
Cada disciplina ou área de saber abrange um conjunto de conhecimentos que não se
restringem a tópicos disciplinares ou a competências gerais ou habilidades, mas constituem-se
em sínteses de ambas as intenções formativas. Ao se apresentarem dessa forma, esses temas
estruturadores do ensino disciplinar e seu aprendizado não mais se restringem, de fato, ao que
tradicionalmente se atribui como responsabilidade de uma única disciplina. Incorporam metas
educacionais comuns às várias disciplinas da área e das demais, e também por isso tais
modificações de conteúdo implicam modificações em procedimentos e métodos que já
sinalizam na direção de uma nova atitude da escola, do professor33, e de abordagens
pedagógicas.
20

Na abordagem por competências, recoloca-se o papel dos conhecimentos a serem


aprendidos na escola, tornando-os recursos para que o indivíduo, diante de situações de vida,
tome uma decisão, identifique ou enfrente um problema, julgue um impasse ou elabore um
argumento. Dessa forma, instrumentaliza-se o aluno para que, diante de uma situação real,
seja capaz de se posicionar ou, pelo menos, apontar argumentos de maneira fundamentada. É
por essa razão, ou seja, porque se aprende e se percebe o aprendido apenas em situações reais,
que o contexto e a interdisciplinaridade são essenciais numa abordagem por competências.
Um ensino por competências nos impõe o desafio de organizar o conhecimento a
partir não da lógica que estrutura a ciência, mas de situações de aprendizagem que tenham
sentido para o aluno, que lhe permitam adquirir um instrumental para agir em diferentes
contextos e, principalmente, em situações inéditas de vida33.
Diariamente grande quantidade de informações veiculadas pelos meios de
comunicação se refere a fatos cujo completo entendimento depende do domínio de
conhecimentos científicos. Nesses últimos anos, em especial, os conhecimentos biológicos
têm, por essa via, estado presentes em nossa vida com uma frequência incomum, dado o
avanço dessa ciência em alguns de seus domínios. A linguagem científica vem,
crescentemente, integrando nosso vocabulário. Termos como DNA, cromossomo, genoma,
clonagem, efeito estufa, transgênico não são completamente desconhecidos das pessoas
minimamente informados.
Como notícia política, como notícia econômica, como parte de uma discussão ética,
assuntos biológicos cruzam os muros acadêmicos e são discutidos em jornais e revistas de
grande circulação ou em programas de entretenimento veiculados pela televisão ou pelo rádio.
Portanto apreender os saberes biológicos permite aos alunos compreender e participar de
debates contemporâneos, sendo esta apenas uma das finalidades do estudo da ciência no
âmbito escolar36.

3. Da prática de saúde escolar

A percepção dos países sobre o conceito e a prática de saúde escolar e de promoção


da saúde mudou ao longo das décadas. Na década de 80, a crítica do setor de Educação em
relação ao setor de Saúde era que este não utilizava a escola como uma parceira. Ao mesmo
tempo, os resultados de vários estudos indicaram que a educação para a saúde, baseada no
modelo médico tradicional com foco no controle e na prevenção de doenças, não é suficiente
21

para estabelecer mudanças de atitudes e opções mais saudáveis de vida que minimizem as
situações de risco à saúde de crianças, adolescentes e jovens adultos34.
No início dos anos 90, diante das propostas do setor de Educação, da crescente crítica
de pouca efetividade da educação em saúde nas escolas e do fortalecimento das políticas de
promoção da saúde, o Ministério da Saúde recomendou a criação de espaços e ambientes
saudáveis nas escolas com o objetivo de integrar as ações de saúde na comunidade
educativa34. A formulação das bases da promoção da saúde e da estratégia para a criação de
espaços saudáveis e protetores apoiou-se no documento oficial do governo do Canadá,
Lalonde, publicado em 1974, que define o conceito de Campo da Saúde como sendo
constituído por quatro componentes: biologia humana, meio ambiente, estilo de vida e
organização da atenção à saúde35. Assim, a promoção da saúde escolar tem evoluído durante
as últimas décadas, acompanhando as iniciativas de promoção da saúde de todo o mundo.
Durante os anos 90, a OMS desenvolveu o conceito e iniciativa das Escolas
Promotoras de Saúde. Trata-se de uma abordagem multifatorial que envolve o
desenvolvimento de competência em saúde dentro das salas de aula, a transformação do
ambiente físico e social das escolas e a criação de vínculo e parceria com a comunidade de
abrangência36, o que inclui os serviços de saúde comunitários, como as Unidades Básicas de
Saúde e as equipes de Saúde da Família.
Ainda na década de 90, com a criação dos PCNs, houve uma valorização do
conhecimento e da aprendizagem significativo-participativa. O tema saúde foi disposto como
um tema transversal, permeando todas as áreas que compõem o currículo escolar, justamente
por representar um desafio para a educação no que se refere à possibilidade de garantir uma
aprendizagem efetiva e transformadora de atitudes e hábitos de vida.
A transversalidade aqui é entendida como processos intensamente vividos pela
sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos e pelos educadores em seu
cotidiano, debatidos em diferentes espaços sociais, e por esse motivo de natureza diferente das
áreas convencionais de construção de conhecimento 37. Sendo assim, os temas não constituem
novas áreas, mas devem integrar todas as áreas convencionais, de modo que pertençam a
todas elas, trazendo discussões atuais e que orientem um bom convívio escolar.37 Nessa nova
perspectiva, aumenta-se a responsabilidade com a aprendizagem do aluno, pois rompe-se com
o confinamento das disciplinas e da atuação dos professores com atividades formais de
ensino.
O Programa Saúde na Escola (PSE), instituído por Decreto Presidencial nº 6.286, de 5
de dezembro de 2007, resulta do trabalho integrado entre o Ministério da Saúde e o Ministério
22

da Educação, na perspectiva de ampliar as ações específicas de saúde aos alunos da rede


pública de ensino – Ensino Fundamental, Ensino Médio, Rede Federal de Educação
Profissional e Tecnológica, Educação de Jovens e Adultos – e possui como objetivo contribuir
para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção
à saúde, com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno
desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino 38 .
As experiências mostram que transmitir informações a respeito do funcionamento do
corpo e da descrição das características das doenças bem como de hábitos saudáveis não são
suficientes para que os alunos desenvolvam atitudes de vida saudável. É preciso educar para a
saúde, levando em conta todos os aspectos envolvidos na formação de hábitos e atitudes que
acontecem no cotidiano, dentro e fora da escola.
O processo ensino-aprendizagem é complexo, apresenta um caráter dinâmico e
não acontece de forma linear como uma somatória de conteúdos acrescidos aos anteriormente
estabelecidos39,40. Exige ações direcionadas para que o aluno aprofunde e amplie os
significados elaborados mediante sua participação, enquanto requer do docente o exercício
permanente do trabalho reflexivo, da disponibilidade para o acompanhamento, da pesquisa e
do cuidado, o que pressupõe a emergência de situações imprevistas e desconhecidas41.
O ato de ensinar-aprender deve ser um conjunto de atividades articuladas, nas quais
esses diferentes atores compartilham, cada vez mais, parcelas de responsabilidade e
comprometimento. Segundo Temporini, aproximadamente 70% dos professores da rede
pública que conhecem as orientações do currículo consideram-se atingidos pela observação de
saúde e medidas para solucionar a falta de saúde de seus alunos42.
Porém, percebe-se que muitos desses profissionais encontram dificuldades para o
efetivo exercício desta função e como relacionar/envolver as atividades da PC da SEE-SP,
contidas nos cadernos do professor e do aluno da disciplina de Biologia43,44, a ações
preventivas eficazes, de uma forma que seu aluno se interesse e participe dessa prática,
apropriando-se desse conhecimento. A implementação de uma estratégia educativa no campo
da saúde requer que os docentes tenham conhecimento e interesse necessários a respeito do
tema45.
Como professora da rede há cinco anos, lecionando em diferentes unidades
escolares, inseridas em diferentes comunidades, vivo constantemente os conflitos
anteriormente mencionados, percebendo que, quando ouvimos o aluno, quando levamos em
consideração o que já sabem, valorizando-os, torna-se mais fácil e prazerosa a aprendizagem,
23

pois ela passa a ter um significado, podendo ser reconhecida como um caminho para a
mudança.
Porém encontramos muitos obstáculos ao longo do caminho, como falta de espaços
adequados, salas lotadas e curto espaço de tempo para cumprir cada conteúdo do currículo,
provocando a desmotivação do professor e do aluno e, consequentemente, o prejuízo do
processo ensino-aprendizagem. Diante dessa realidade, julgo necessário e oportuno um
trabalho de acompanhamento e apoio para o desenvolvimento dessas orientações,
principalmente aos professores de Biologia, que possuem em seu currículo a maior variedade
de temas relacionados à saúde e, portanto, grande parte dessa responsabilidade32.

II OBJETIVOS

 Identificar os principais recursos e metodologias utilizados pelos professores de


Biologia do Ensino Médio ao trabalhar os temas sobre saúde propostos no currículo.
 Caracterizar as facilidades e dificuldades dos professores ao trabalhar os temas sobre
saúde.
 Reconhecer as mudanças percebidas pelos professores nos alunos ao estudarem sobre
os temas de saúde
 Evidenciar a percepção dos professores de Biologia sobre sua função enquanto
promotores de saúde.
 Conhecer a percepção desses professores sobre o uso de metodologias ativas de
aprendizagem e sua aplicação em educação em saúde.

III MÉTODOS

1. Características do estudo

Estudo exploratório, de perfil qualitativo, com ênfase nos significados, experiências e


necessidades apontadas pelos participantes, buscando compreender o mundo dos sujeitos e
identificando sua percepção da realidade e necessidades de mudança46,47.
24

As pesquisas de abordagem qualitativa baseiam-se na premissa de que o conhecimento


sobre pessoas só é possível a partir da descrição de experiência humana tal como ela é vivida
e tal como ela é definida pelos seus próprios atores48. Nesse tipo de investigação, a fonte
direta de dados é o ambiente natural, sendo o investigador o instrumento principal para a
coleta. Os dados, por sua vez, são descritivos por se tratarem de palavras e/ou imagens. Os
investigadores qualitativos interessam-se mais pelo processo do que simplesmente pelos
resultados, sendo o significado algo de vital importância49.

2. Cenário da pesquisa

O estudo foi realizado em parceria com a D.E de Vot, que atende a sete municípios,
sendo estes: Araçoiaba da Serra, Capela do Alto, Piedade, Pilar do Sul, Salto de Pirapora,
Tapiraí e Votorantim, constituída por 40 escolas estaduais, dentre Escolas de Ensino
Fundamental II, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos. O cenário do estudo foi
constituído por 25 unidades de ensino médio com modalidade de ensino presencial que
aceitaram participar da pesquisa.
Foram excluídas da pesquisa seis U.Es, sendo estas: CEEJA de Votorantim, por ser uma
instituição de Educação de Jovens a Adultos (EJA) em regime semipresencial; E.E. Profª
Benedicto Rodrigues, por ser uma instituição de ensino de tempo integral (E.I) do Ensino
Fundamental II (E.F.II); E.E. Anna Cuevas Guimarães e E.E. Bairro da Barra, unidades
apenas de E.F.II, e duas unidades, uma do município de Votorantim e outra do município de
Piedade, que não aceitaram participar desta pesquisa por razões não explicitadas por seus
gestores.

3. Caracterização e atribuições do Professor Coordenador do Núcleo Pedagógico


(PCNP)

Os Núcleos Pedagógicos são unidades de apoio à gestão do currículo da rede estadual


de ensino, atuando, preferencialmente, através de oficinas pedagógicas e orientações
técnicas, em articulação como as Equipes de Supervisão de Ensino.
A equipe do núcleo pedagógico é composta por um ou mais PCNP de cada disciplina,
de acordo com as necessidades de cada D.E. Dentre as funções exercidas pelos PCNP,
estão: implementar ações de apoio pedagógico e educacional que orientem os professores na
25

condução de procedimentos relativos a organização e funcionamento do currículo nas


modalidades de ensino; avaliar a execução do currículo e propor os ajustes necessários;
acompanhar e orientar os professores em sala de aula, quando necessário, para garantir a
implementação do currículo; implementar e acompanhar programas e projetos educacionais
da Secretaria relativos à área de atuação que lhes é própria; identificar necessidades e propor
ações de formação continuada de professores e de professores coordenadores no âmbito da
área de atuação que lhes é própria; participar da implementação de programas de formação
continuada, em articulação com a Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores;
acompanhar e apoiar reuniões pedagógicas realizadas nas escolas; promover encontros,
oficinas de trabalho, grupos de estudos e outras atividades para divulgar e capacitar
professores na utilização de materiais pedagógicos em cada disciplina; participar do
processo de elaboração do plano de trabalho da D.E; elaborar o plano de trabalho do Núcleo
para melhoria da atuação docente e do desempenho dos alunos; orientar, em articulação
com o Centro de Atendimento Especializado do Departamento de Desenvolvimento
Curricular e de Gestão da Educação Básica, as atividades de educação especial e inclusão
educacional no âmbito da área de atuação que lhes é própria; acompanhar o trabalho dos
professores em suas disciplinas e as metodologias de ensino utilizadas em sala de aula para
avaliar e propor ações de melhoria de desempenho em cada disciplina; organizar o acervo
de materiais e equipamentos didático-pedagógicos; articular com o Centro de Biblioteca e
Documentação, do Centro de Referência em Educação “Mário Covas” – CRE – e com as
escolas a implantação e supervisão das salas de leitura; analisar os resultados de avaliações
internas e externas e propor medidas para melhoria dos indicadores da educação básica, no
âmbito da área de atuação que lhes é própria50.
Colaborou ativamente com esta pesquisa o PCNP da disciplina de Biologia da D.E
Vot, disponibilizando tempo e apoio à pesquisadora ao conversar com os gestores das U.Es
sobre a relevância desta pesquisa, pedindo-lhes autorização para convidar seus professores à
participar desta pesquisa, na solicitação e agendamento das entrevistas com os professores
colaboradores e cedendo horários em sua agenda para acompanhar a pesquisadora em
algumas U.Es para a realização das entrevistas.

4. Sujeitos da Pesquisa

Participaram do estudo 24 professores de Biologia do Ensino Médio, convidados pelo


PCNP de Biologia da D.E.Vot., de acordo com sua agenda de visitação às U.E, que aceitaram
26

o convite para participação no presente estudo. Foram entrevistados um ou dois professores


de cada unidade, sendo que, em apenas um caso, foram entrevistados três professores da
mesma U.E. (Tab.1)

5. Coleta de dados - Entrevista

Primeiramente foram contatados os gestores da U.E pelo PCNP de Biologia, pedindo-


lhes a autorização para conversar com os professores de Biologia e convidá-los a participar da
pesquisa. Uma vez concedida essa autorização, o PCNP agendava um horário com o professor
durante a Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo (ATPC) em que ele estivesse presente, para
a pesquisadora entrevistá-lo. A ATPC é uma atividade que ocorre de duas a três vezes por
semana, com duração entre 50 a 110 minutos, e tem como principais objetivos a formação
permanente dos docentes e a resolução de problemas pedagógicos encontrados pelos mesmos.
Esses encontros são dirigidos pelos Coordenadores Pedagógicos de cada U.E e constituídos
de momentos de socialização entre todos os professores e momentos em que estes são
reunidos de acordo com a área em que ministram suas aulas.
Durante a ATPC, no dia e horário agendado, a pesquisadora encontrava-se com o
professor e, em local isolado, após os esclarecimentos sobre os objetivos e métodos do estudo
ao possível participante e sua aceitação, procedia a leitura e assinatura do TCLE e a
entrevista.
Os participantes responderam a um formulário sociodemográfico (Apêndice 1) para
levantamento de seus dados pessoais e profissionais. Em seguida, eram realizadas as
entrevistas orais, que tinham formato semiestruturado, apresentando como característica
questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses que se relacionam com o tema da
pesquisa, de modo a favorecer não só a descrição dos fenômenos sociais mas também a
explicação e compreensão de sua totalidade.
Foi utilizado um roteiro com questões norteadoras (Apêndice 2), de forma a que se
obtivessem informações básicas para ajudar na interação entrevistador-informante, mas com a
possibilidade de complementação de questões inerentes às circunstâncias da entrevista,
surgidas a partir das respostas dos informantes, buscando-se informações de uma forma mais
livre, sem a padronização de respostas condicionadas a algumas alternativas51,52,53. As
entrevistas foram gravadas para facilitar sua transcrição e garantir a integridade da coleta de
dados.
27

6. Organização e análise do dados

O conteúdo das entrevistas orais foi organizado em quadros com as expressões


chave e ideias centrais do discurso de cada sujeito, segundo o referencial do DSC. O DSC é
uma ação organizadora e de tabulação de dados verbais e qualitativos que consiste
basicamente em analisar o material extraído de cada depoimento, criando-se uma resposta
única sob a forma de um ou vários discursos-síntese, escritos na primeira pessoa, utilizando-se
o vocábulo original, não interpretado, como se a coletividade fosse o emissor do discurso. 54
São selecionadas de cada resposta "expressões-chave" que são partes importantes das
respostas dos sujeitos. Estas expressões correspondem às ideias centrais das respostas. As
expressões chave (E-CH) são trechos do discurso que devem ser selecionados pelo
pesquisador e revelar a essência do conteúdo do depoimento ou discurso sendo fundamentais
para a confecção do DSC. A Ideia Central (IC) é uma expressão que revela e descreve, da
maneira mais sintética e precisa, os sentidos presentes nas Expressões Chave e também no
conjunto de discursos de diferentes sujeitos que possuem semelhança de sentido, possuindo
uma função discriminadora e classificatória e permitindo identificar e distinguir os vários
sentidos ou posicionamentos contidos no discurso 55.
A proposta do DSC fundamenta-se na Teoria das Representações Sociais e seus
pressupostos sociológicos, criando-se uma ponte entre o senso comum e o conhecimento
científico, além de mediar as perspectivas metodológicas qualitativa e quantitativa, tratando
os sujeitos como possuidores de caráter racional e cognitivo compartilhado 56.
A Teoria das Representações sociais é um campo de conhecimento multidisciplinar,
entendida por muitos teóricos como uma interface entre sociologia e psicologia social. A
representação social tem a vocação de ser um campo de interesse de todas as ciências
humanas, uma vez que articula elementos mentais, sociais e afetivos, vinculando a
comunicação e a linguagem às relações sociais que intervém nas representações e não podem
ser entendidas como pertencentes a uma área particular do conhecimento humano 56.
A sociedade é formada por um sistema de crenças que permite a comunicação entre os
membros que a compõe e ilustra o senso comum entre as representações que fazem parte do
cotidiano que os seres humanos habitam, possuindo como base para as formações sociais dois
tipos de códigos compartilhados: um código linguístico e, a partir dele, um código ideológico,
que é o sistema compartilhado de crenças57,58. Sendo a existência do discurso uma
manifestação concreta da língua e dotada de sentido e significados socialmente construídos,
28

esse sistema pode ser percebido também nos processos estratégicos durante a interação dos
praticantes da estratégia, aproximados pela metodologia do DSC 58.

Em síntese, as representações sociais são sustentadas pelas influências da


comunicação e se constituem nas realidades da vida, servindo como meio de estabelecer uma
ligação entre as pessoas. Entretanto também interage com os conhecimentos que emergem no
mundo onde as pessoas atuam com interesses parecidos59.

Para a análise, foi utilizada a Análise de Conteúdo (AC), modalidade Análise


Temática (AT). A análise temática consiste em propor inferências e adiantar interpretações a
propósito dos objetivos previstos. Método muito utilizado na análise de dados qualitativos,
propõe-se a "descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação cuja presença
ou frequência signifiquem alguma coisa para o objetivo analítico visado", utilizando-a de
forma mais interpretativa.

Os dados são classificados em temas principais que resultam de reagrupamentos


analógicos. Vale destacar que os títulos das categorias temáticas são definidos pela descoberta
dos núcleos de sentidos, preocupando-se com a frequência desses núcleos sob a forma de
dados segmentáveis e comparáveis, classificados como subtemas60,61. As categorias e
subcategorias agrupadas em relação às expressões chave dos discursos coletivos estão
demonstradas em tabelas.
Os dados sociodemográficos foram organizados em tabelas e analisados segundo a
frequência das suas variáveis.
Foram construídas nuvens de palavras para visualização da ocorrência das palavras
contidas nos discursos de cada questão da entrevista. A nuvem de palavras utiliza algumas
técnicas de processamento de linguagem por meio de ferramentas on-line, criando uma
expressão visual das palavras do texto em que o número de ocorrências dos termos no texto
sinaliza o tamanho do termo na nuvem. Método Heurístico de Análise, aponta caminhos para
o que se observar em um texto ou em um grupo de textos. Os aplicativos que fazem nuvem de
palavras são reveladores por apresentar, de forma bem resumida, uma visão geral dos
conceitos e termos com mais destaque nos conteúdos de um dado texto ou conversações62,63.
29

IV ASPECTOS ÉTICOS

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres
Humanos da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo, de acordo com a Resolução Nº 466, de 12 de dezembro de 2012 do Conselho
Nacional de Saúde sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo
seres humanos. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Apêndice3), sendo garantido o sigilo das suas identidades.

V RESULTADOS

1. Caracterização dos participantes do estudo

1.1.Distribuição dos professores entrevistados pelas unidades de ensino

Tabela 1 - Distribuição dos professores entrevistados por município e unidade de ensino. D.E.
Votorantim, 2014.
Município Escolas. D.E. Vot Nº de prof.
Entrevistados
Araçoiaba da Serra Maria Angélica Baillot 3
Bairro Jundiaquara 3*
Capela do Alto Cel. Pedro Dias de Campos 1*
Piedade Carlos Augusto de Camargo 1
Clementino Vieira Cordeiro 1
Profª Dimpina Rocha Lopes 1*
Pilar do Sul Maria A. Mendes Silva Lacerda 1*
Maria Richinelli Modanezi 1*
Padre Anchieta 2
Salto Dr. Afonso Vergueiro 1
Jardim Daniel David Haddad 2
Tapiraí Bairro do Turvo 1*
João Rosa Cel 1
Votorantim Alice Rolim de Moura Holtz 1
Antonieta Ferrarese 1
Selma Maria Martins Cunha 2
30

Armando Rizzo 1
Azarias Mendes 1
Clotilde Beline Capitani 1*
Daniel Verano 1
Evilázio de Góes Vieira 1
José Ermírio de Moraes S. 1
Pedro Augusto Rangel 2
Pereira Inácio Comendador 2
* Professores que lecionam em mais de uma U.E na mesma D.E.
Fonte: Autora

A tabela 1 mostra que a maioria dos professores entrevistados leciona no Município de


Votorantim, por ser o município com o maior número de U.Es pertencentes a D.E.Vot.

1.2.Perfil dos professores entrevistados

Este estudo revelou que a maioria dos professores entrevistados é do sexo


masculino, com idade entre 21 e 40 anos, formação em Ciências Biológicas, tempo de
formação de 1 a 23 anos, de docência de 1 a 20 anos e de trabalho na atual escola de 1 a 10
anos; leciona nas disciplinas de Ciências e Biologia para as séries do Ensino Médio,
cumprindo jornada semanal entre 30 a 49 horas/aulas, com vínculo empregatício do tipo
efetivo por concurso público. A seguir são apresentadas as tabelas que demonstram o perfil
mencionado.

Tabela 2 - Distribuição dos professores entrevistados segundo idade e sexo. D.E. Votorantim,
2014.

Idade Nº %
21 a 30 6 25,0
31 a 40 9 37,5
41 a 50 5 20,8
51 a 60 4 16,6
Sexo
Feminino 11 45,8
31

Masculino 13 54,1
Fonte: Autora

Tabela 3 - Distribuição dos professores entrevistados segundo sua formação acadêmica e


tempo de formação. D.E. Votorantim, 2014.

Formação Acadêmica Nº %
Ciências Biológicas 10 41,6
Ciências Biológicas — Especialização em Genética 1 4,1
Ciências Biológicas / Pedagogia 1 4,1
Ciências Biológicas / Pedagogia / Educação Física 1 4,1
Ciências Biológicas / Físicas 3 12,5
Educação Física 3 12,5
Educação Física / Pós em Gestão Escolar 1 4,1
Engenharia Agrônoma / Ciências Biológicas 1 4,1
Matemática 1 4,1
Mestrado em Biologia 1 4,1
Mestrado em Ciências 1 4,1
Ano de conclusão
Até 1980 1 4,1
1981 a 1990 3 12,5
1991 a 2000 7 29,1
32

2001 a 2010 9 37,5


2011 a 2014 4 16,6
Fonte: Autora

Tabela 4 - Distribuição dos professores entrevistados de acordo com o tempo total de serviço
docente e tempo de serviço na atual escola. D.E. Votorantim, 2014.

Tempo total de serviço docente Nº %


Até 1 ano 1 4,1
1 a 10 anos 11 45,8
11 a 20 anos 11 45,8
Mais de 21 anos 1 4,1
Tempo de serviço na atual escola Nº
Até 1 ano 3 12,5
1 a 10 anos 15 62,5
11 a 20 anos 5 20,8
Mais de 21 anos 1 4,1
Fonte: Autora

Tabela 5 - Distribuição dos professores entrevistados de acordo com as disciplinas e nível de


ensino em que lecionam. D.E. Votorantim, 2014.
33

Disciplina que leciona Nº %


Biologia 5 20,8
Ciências 2 8,3
Biologia / Ciências 13 54,1
Educação Física 1 4,1
Biologia / Educação Física 2 8,3
Biologia / Matemática / 1 4,1
Física
Nível de ensino
Fundamental / Médio 2 8,3
Médio 22 91,6
Fonte: Autora

Tabela 6 - Distribuição dos professores entrevistados segundo sua jornada semanal de


trabalho em horas/aula e tipo de vínculo empregatício com a SEE-SP. D.E. Votorantim, 2014.

Jornada semanal Nº %
10 a 19 horas 1 4,1
20 a 29 horas 2
30 a 39 horas 7 29,1
40 a 49 horas 7 29,1
50 a 59 horas 5 20,8
60 a 69 horas 2 8,3
Tipo de vínculo Nº %
Professor Efetivo 18 75,0
Professor categoria F 4 16,6
Professor categoria O 2 8,3
Fonte: Autora

2. Representações sociais dos professores entrevistados sobre o ensino-


aprendizagem do Tema Transversal Saúde
34

2.1. Recursos e metodologias do ensino-aprendizagem do Tema Transversal Saúde

Analisando as ideias centrais expressas nos discursos referentes à pergunta “Fale sobre
os recursos e metodologias utilizados por você para trabalhar os temas sobre saúde do nosso
currículo” emergiram as categorias temáticas: Aula Tradicional, Aula Participativa, Recursos
Audiovisuais e Enfoque Multidisciplinar, como demonstrado na Tabela 7 a seguir.

Tabela 7 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas dos
recursos e metodologias utilizados pelos participantes para trabalhar os temas sobre saúde do
currículo. D.E.Votorantim, 2014.

Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões


Chave
Recursos audiovisuais Imagens e vídeos 10
Entrevistas 1
Peças anatômicas 2
Total 13
Aula tradicional Apostila 9
Lousa 2
Leitura de textos 4
Livro didático 8
Sem inovação 1
Saúde no ciclo de
doenças 1
Total 25
35

Aula participativa Debate 7


Contextualização 6
Pesquisa/Seminário 5
Caixa de perguntas 4
Temas polêmicos 4
Total 26
Enfoque multidisciplinar Projetos 1
Tema transversal 1
Total 2
Fonte: Autora

O número de expressões chave que compõem as categorias aula tradicional e aula


participativa aponta para uma prática pedagógica que mescla as duas modalidades no ensino
dos temas de saúde, adotada pela maioria dos entrevistados.
Os DSC sobre os recursos e metodologias utilizados pelos participantes para trabalhar
os temas sobre saúde do currículo são os que seguem.

1) Recursos audiovisuais
DSC1: Imagens e vídeos (P1, P2, P3, P5, P7, P8, P14, P15, P23, P24)
Dependendo do tema como doença, saúde, sistema imunológico, sistema nervoso a
gente sempre trabalha com data show, pois tem o recurso na sala, daí já acessa,
mostra vídeos. Uso vídeos para algumas turmas, uso como material de apoio, vídeo
do youtube. Eu utilizo banners que tem aqui na escola, do corpo... Cada escola você
acaba trabalhando de um jeito porque cada escola você tem ferramentas diferentes,
se você tem vídeo dá pra utilizar vídeo, se tem data show dá pra utilizar.
DSC 2: Entrevistas (P11)
Levo entrevistas de especialistas, como aquela sexóloga Laura Müller, do Altas
Horas.3: Peças anatômicas de plástico (bonecos) (P21, P24)
Também utilizamos o laboratório, por exemplo o dorso, pra mostrar os órgãos, pra
eles terem uma noção do corpo.

2) Aula tradicional
DSC 4: Apostila (P1, P2, P3, P5, P8, P9, P12, P17, P24)
Eu sigo mais o currículo mesmo, aquilo que está na apostila, no caderno do aluno.
DSC 5: Resumo/ tópicos na lousa (P4, P 23)
36

Tento ser mais dinâmico, ter uma aula mais falada do que escrita, apresento a aula
fazendo um resumo na lousa, escrevendo tópicos pra eles lembrarem.
DSC 6: Leitura de textos para reflexão (P4, P7, P11, P19)
Leitura e discussão de textos diversos para reflexão. O foco principal do aprendizado
é esse, colocar ele pra refletir, ele tem que estar ciente do que ele está produzindo, eu
acho que ele tem que ser capaz de produzir um situação, de ele parar depois de
realizar qualquer tipo de exercício e ver que eles conseguiram fazer, que eles
chegaram a determinado resultado, eles mobilizaram vários conhecimentos dentro de
um texto.
DSC 7: Livro didático (P6, P8, P9, P11, P17, P19, P21, P22)
Uso bastante o livro didático como ferramenta para dar base, pois o material que o
Estado trabalha tem pouca informação sobre saúde. Primeiro uma base a respeito de
certos assuntos eles tem que ter, acho isso imprescindível.
DSC 8: Não dá pra inovar (P15)
Com duas aulas por semana, tendo que cumprir o planejamento, o programa do
Estado, não dá pra inovar muita coisa.
DSC 9: Saúde nos ciclos de doenças (P18)
Basicamente a saúde a gente vai abordando quando se vê ciclos de doenças, bactérias
fala um pouquinho, de vírus um pouquinho.

3) Aula participativa
DSC 10: Debate (P1, P5, P 7, P11, P16, P20, P21)
A metodologia que a gente usa depende muito da sala, a gente pega gancho da
própria discussão deles, faz um debate, o tema saúde mexe demais com eles. Na
questão da sexualidade, faço bastante roda de conversa. Quando envolve prevenção,
eu procuro usar cada aula, cada momento que eu sinta que eles estão com
necessidade de aprender para uma conversa.
DSC 11: Pesquisa /Seminários (P4, P5, P6, P10, P 12)
Em algumas salas eu procuro dar o tema como seminários também. Peço para os
alunos fazerem pesquisas, como por exemplo sobre DSTs
DSC 12: Contextualização/ conhecimento prévio (P7, P10, P12, P20, P23, P24)
Eu levo o que está no dia a dia, busco a curiosidade do aluno, contextualizando a
realidade. Primeiro a gente faz, logicamente em cima do currículo, uma pesquisa
com eles pra ver em que nível eles se encontram, que informações eles tem sobre
37

saúde, para depois transformar em uma informação científica. É preciso trabalhar


saúde na escola porque é do dia a dia, do cotidiano deles.
DSC 13: Caixa de perguntas (P11, P16, P18, P21)
É muito interessante fazer caixa de perguntas sobre sexualidade, muitas vezes tem
coisas que querem perguntar só pra você, assim eles não se expõem. O Kit do Vale
Sonhar, que veio do Estado, usei a primeira vez no ano passado, eu achei
interessante, tem alguns jogos, algumas perguntas.
DSC 14: Temas polêmicos (P5, P10, P20, P22)
Eu trabalho a saúde no âmbito geral, coloquei a definição da OMS, tento colocar pra
eles temas polêmicos, assuntos que sejam do interesse deles, reportagens do cotidiano
que eles assistem na televisão, como sexualidade, drogas, má alimentação, dormir
pouco, porque eles acabam muitas vezes se voltando pra coisas que acabam
prejudicando a saúde deles. Esse tema saúde vai além da proposta curricular.

4) Enfoque multidisciplinar
DSC 15: Projetos (P14)
Os professores daqui da escola desenvolvem projetos juntos, trabalhando
sexualidade, DSTs e higiene
DSC 16: Tema transversal (P18)

Figura 1- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 1 da


entrevista.
38

2.2. Participação e interesse dos alunos pelo Tema Transversal Saúde

A análise das ideias centrais expressas nos discursos referentes à pergunta “Comente
sobre o interesse e participação dos alunos nas aulas que abordam os temas sobre saúde, seus
facilitadores e dificultadores” indicou duas categorias temáticas: Facilitadores e
Dificultadores como demonstrado a seguir.

Tabela 8 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas sobre
o interesse e participação dos alunos ao trabalhar temas sobre saúde. D.E.Votorantim, 2014.

Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões


Chave
Facilitadores Temas de maior interesse 21
Facilidade do professor
com o tema 2
Contextualização e 7
valorização do aluno
Didática diferenciada 3
Total 33
Dificultadores Temas de menor interesse
5
Aceitação desigual
4
Ausência de programa de
3
saúde
Total 12
Fonte: Autora.
39

O interesse dos alunos por temas sobre saúde aumenta a participação nas aulas; a
facilidade e identidade do professor com esses temas também favorecem a aprendizagem,
bem como a sua contextualização com o cotidiano do alunado. A frequência majoritária das
expressões chave sobre aspectos facilitadores relacionados ao Tema Transversal Saúde
destaca essa temática como facilitadora do interesse e participação dos alunos.
Os DSC sobre o interesse e participação dos alunos ao trabalhar temas sobre saúde são
apresentados a seguir.

1) Facilitadores
DSC 1: Temas de maior interesse (P1, P2, P3, P4, P6, P8, P9, P10, P11, P12, P13,
P14, P15, P16, P17, P18, P19, P20, P21, P22. P24)
Quando entra na parte de saúde em si, doenças, daí você vê o interesse porque muitos
apresentam asma, bronquite. Eles ficam com muita dúvida na verdade, por isso têm
interesse maior, eles adoram esse tipo de coisa, se realizam, fazem questões, fazem
brincadeiras, tem que ter jogo de cintura. Trabalhando esses temas, em diversos
momentos eu consigo chamar a atenção deles. Quando o assunto está relacionado à
sexualidade, DST, aí o interesse é maior.
DSC 2: Contextualização e valorização do aluno (P2, P8, P10, P18, P22, P23, P24)
Eles têm interesse maior quando eles são incluídos na discussão, participam mais,
gostam mais, querem conhecer o próprio corpo... temas que estão ligados ao dia a
dia, pois é mais próximo, mais concreto pra ele, a realidade vivida. A mídia também é
uma boa parceira.
DSC 3: Facilidade do professor (P4, P15)
Nesse tema eu tenho facilidade de trabalhar, gosto mais do conteúdo, isso faz com que
o aluno aprenda mais.
DSC 5: Didática diferenciada (P 14, P 15, P 16)
Quando tem uma aula diferenciada, os alunos ficam mais interessados sim. O kit vale
sonhar é uma aula que eles participam, eles adoram. Procuro articular com outros
temas da Biologia, trazer os elementos de saúde.

2) Dificultadores
DSC 6: Temas de menor interesse (P1, P9, P20, P21, P22)
Parasitas, assim, às vezes não chama a atenção deles, porque entra na parte de ciclo
e tal, como que pega, e essa parte desfoca um pouco. Na área de ecologia os alunos
40

hoje tem dificuldade, desinteresse na aprendizagem. Quando você vai tratar de


doenças, existe um pouco de resistência, porque é inconveniente. Temas que os
meninos acham que não estão envolvidos, como menstruação e vacina do HPV.
DSC 7: Aceitação desigual (P5, P7, P15, P23)
Tem sala que aceita bem o tema, mas tem alguns poucos que são indiferentes,
depende da sala, mas geralmente gostam do assunto. Tem sala que você não pode
trabalhar com imagens que chocam, tem gente que não presta atenção. Eu tenho
percebido que o medo de pegar doenças está sumindo. A rotina dificulta.
DSC 8: Ausência de programa de saúde (P18, P20, P21)
Não há um programa organizado sobre saúde, são pinceladas em determinados
conteúdos, são aulas que você insere, não há alguma coisa contínua.

Figura 2- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 2 da


entrevista.

2.3. Devolutiva do aluno ao estudar o Tema Transversal Saúde

A categorização das ideias centrais expressas nos discursos referentes à pergunta


“Relate se você, no dia a dia da sala de aula, consegue ter uma devolutiva, um feedback do
aluno em relação aos temas sobre saúde, se percebe alguma mudança em seu comportamento”
resultou em duas categorias temáticas: Devolutiva Ausente e Devolutiva Presente,
demonstrado em seguida.
41

Tabela 9 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas sobre
a percepção de devolutiva/feedback do aluno no dia a dia da sala de aula ao trabalhar temas
sobre saúde. D.E.Votorantim, 2014.

Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões


Chave
Devolutiva ausente Difícil de medir 5
Não consegue
perceber 4
Total 9
Devolutiva presente Consegue perceber 12
Interesse indica que 2
vai compartilhar
Percebe pela relação 2
com situações
vivenciadas
Longo prazo 4
Devolutiva de alguns 8
alunos
Total 28
Fonte: Autora.

A tabela 9 mostra que a maioria dos professores consegue perceber uma


devolutiva/feedback dos alunos no dia a dia com eles por meio da observação e conversas,
42

pela quantidade de perguntas que fazem durante as aulas e pelas mudanças de comportamento
após trabalharem temas, como higiene. Alguns professores relataram que não é possível
mensurar essa devolutiva.
Os DSC sobre a percepção de devolutiva/feedback do aluno no dia a dia da sala de aula
ao trabalhar temas sobre saúde são os que seguem.

1) Devolutiva ausente
DSC 1: Difícil de medir (P2, P3, P1, P7, P11)
É difícil de dizer, de contabilizar isso, não é algo mensurável, varia muito.
DSC 2: Não consegue perceber (P12, P13, P14, P20)
Não consigo perceber. São hábitos, e você quebrar hábitos vai muito além de uma
informação, além de uma sensibilização que você receba da escola, depende do corpo
a corpo, da família, são coisas difíceis de trabalhar.

2) Devolutiva presente
DSC 3: Percebe no dia a dia (P6, P23, P6, P7. P11, P16, P17, P18, P19, P20, P21,
P22)
Sim, consigo perceber, quando se fala em saúde se fala também em higiene, então eu
percebo que na sala de aula eles já tomam mais cuidado, se previnem mais. É fácil
ver a mudança. Quando se fala em DST chove de perguntas, a gente percebe que eles
estão muito preocupados. Só consigo perceber no dia a dia com eles, no bate papo e
conversa, da observação do comportamento deles ao longo das aulas, no olhar do
jovem, daí percebo mudanças.
DSC 4: Interesse indica que vai compartilhar (P8, P14)
Esse fato de ele se interessar, entendo eu que ele vai compartilhar essa situação. Se
você falar todo dia isso vai fazendo parte do aluno e normalmente ele vai falar em
casa.
DSC 5: Associação com situações vivenciadas (P15, P23)
Em temas abordando saúde sempre tem alguém que fala: “ahhh meu avô tem, minha
vó tem, já conheço...”, então uma coisa que ele conseguiu perceber, associar à
alteração no seu corpo e o que provocou essa mudança, o que está agindo no seu
corpo...vendo que isso faz parte deles, então estão recebendo bem a informação.
DSC 6: Longo prazo (P2, P19, P21, P23)
43

É mais ao longo praz,o quando ficamos vários anos com a mesma turma, como agora,
que estou completando uma turma, eu consigo perceber. Se comparar o trabalho do
início do bimestre pro final do bimestre você consegue sentir sim.
DSC 7:Devolutiva de alguns alunos (P1, P3, P 4, P5, P8, P 9, P10, P 24)
A quantidade é pouca... no geral a gente não tem esse retorno, mas em alguns casos
particular sim, por exemplo a gente fala de vacina de 15 anos e tal, daí chega na
outra aula algumas já tomaram atitude, vêm falar comigo, demonstram alguma
consciência depois que a gente começa a questionar. Eu acho que é de forma regular
a absorção deles. De algumas salas de aula eu consigo perceber, dependendo do
ambiente você sente, sim, uma melhora, uma evolução nesse entendimento deles na
parte de saúde.

Figura 3- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 3 da


entrevista.

2.4. Sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde do aluno

Ao analisar as ideias centrais expressas nos discursos referentes à pergunta “Descreva


sobre seu sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e qualidade de
44

vida do seu aluno e dos seus familiares” surgiram as seguintes categorias temáticas: Sente-se
responsável, Não se sente responsável e Sente-se parcialmente responsável, como
demonstrado na Tabela 10 a seguir.

Tabela 10 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas


sobre o sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e a qualidade de
vida do aluno e de seus familiares. D.E. Votorantim, 2014.

Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões


Chave
Sente-se responsável Agente de saúde 20
Procura dos alunos 2
Aproximação da realidade 2
Saúde vai além da sala de 1
aula
Mediação 1
Total 26
Não se sente responsável Transmissão de 1
informações
Total 1
Sente-se parcialmente Responsabilidade
4
responsável compartilhada

Total 4
Fonte: Autora.
45

Na tabela acima podemos observar que apenas um professor expressou não possuir
sentimento de responsabilidade em relação à saúde e qualidade de vida de seus alunos e
familiares.
Os DSC sobre o sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e a
qualidade de vida do aluno e de seus familiares são apresentados na sequência.

1) Sente-se responsável
DSC 1 Agente de saúde (P1, P2, P3, P4, P5, P7, P8, P9, P10, P11, P12, P14, P16, P17,
P18, P19, P20, P21, P22, P24)
Me sinto responsável principalmente pela orientação, nosso foco aqui é orientar além
de passar o aprendizado, dar a base pra ele poder se prevenir e evitar certas
circunstâncias. O professor é o primeiro agente de saúde que trabalha com eles, sinto
como minha obrigação. A gente sente que tem uma responsabilidade em relação ao
aluno, acho que pela família inteira. Eles aprendem muito com a gente sim. Porque
muitos deles não têm nenhuma noção do que está acontecendo com o corpo, não têm
como chegar e conversar com os pais. Como professor, e de biologia, a gente tem que
ter essa responsabilidade sim, porque estamos mais próximos deles, então acaba que
sendo uma obrigação, um dever. São temas de extrema importância.
DSC 3: Procura dos alunos (P2, P22)
Sou cobrada principalmente por eles. O professor de biologia e ciências são vistos
pelo aluno como alguém que entende sobre saúde, então eles buscam muitas vezes a
gente.
DSC 4: Aproximação da realidade (P4, P8)
Eu tento deixar mais perto da realidade do aluno, de cada sala.
DSC 6: Tema saúde vai além da sala de aula (P7)
Acho que o tema saúde acaba indo muito além da sala de aula.
DSC7: Mediação (P7)
O professor é um mediador, e tem que fazer muito bem isso, senão ele trava a turma.

2) Não se sente responsável


DSC 8: Transmissão de informação (P15)
Responsável não, mas eu acho assim, o que eu posso fazer, posso estar passando
alguma informação.
46

3) Sente-se parcialmente responsável


DSC 2: Responsabilidade compartilhada (P2, P6, P13, P26)
Talvez se fosse um projeto ou que mais professores estivessem juntos, a gente teria
uma resposta melhor. Acho que não deveria ser automaticamente vinculado, exclusivo
do professor de biologia. É um tema transversal, que todos os professores deviam
trabalhar. Isso também é responsabilidade da família e do próprio aluno.

Figura 4 - Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 4 da


entrevista.

2.5. Conhecimentos das Metodologias Ativas de Aprendizagem

A pergunta “Comente o que você sabe sobre as metodologias ativas de


aprendizagem, se já ouviu falar ou o que desconfia que seja e se gostaria de aprender sobre
elas” suscitou discursos que foram categorizados nos temas: Desconhecimento, Desejo de
Conhecer, Desejo de Mudança e Conhecimento Vago, como segue
47

Tabela 11 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas


sobre o conhecimento das Metodologias Ativas de Aprendizagem pelos professores
entrevistado. D.E. Votorantim, 2014.

Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões


Chave
Desconhecimento Não conhece 15
Não conhece com esse
nome 7
Total 22
Desejo de conhecer Gostaria de conhecer 6
Total 6
Desejo de mudança Apoio e incentivo 1
Quebrar resistências 1
Metodologia
diferenciada 11
Total 13
Conhecimento vago Já ouviu falar 2
Total 2
Fonte: Autora.

A tabela 11 demonstra que a maioria dos professores não conhece as metodologias


ativas de aprendizagem, porém é significativo o número de expressões favoráveis a mudanças
na metodologia de aprendizagem, sobretudo para uma metodologia diferenciada.
48

Os DSC sobre o conhecimento das Metodologias Ativas de Aprendizagem são os que


seguem.

1) Desconhecimento
DSC 1: Não conhece (P2, P3, P4, P5, P6, P8, P9, P10, P12, P13, P14, P17, P21, P22,
P24)
Não conheço, nunca ouvi falar.
DSC 2 Não conhece com esse nome (P1, P7, P11, P16, P18, P19, P23)
Não conheço por esse nome.
2) Desejo de conhecer
DSC 3: Gostaria de conhecer (P1, P3, P4, P13, P16, P21)
Gostaria de conhecer, toda metodologia nova pode ser enriquecedora, seria legal ter
jogos, fazer dinâmicas, pra que envolvam mais os alunos, aulas práticas, algo que o
aluno pudesse ter acesso direto. Acho que com o aluno sempre tem que ter alguma
coisa a mais, o que a gente percebe que dificulta o trabalho é a rotina.
3) Desejo de mudança
DSC 4: Falta apoio e incentivo (P3)
Falta apoio, uma oportunidade, incentivo.
DSC 5: Quebrar resistências (P7)
Não tem outro caminho pra educação, se a gente continuar assim eles vão sair sem
saber nada. É preciso quebrar resistências, como a da sala ambiente... trabalhar por
áreas, interdisciplinar, contextualização.
DSC 6:Metodologia diferenciada (P8, P9, P10, P11, P14, P15, P18, P19, P21, P22,
P23)
Método diferenciado poderia mudar atitudes, é preciso diferenciar as estratégias para
que os alunos aprendam, aproximar da realidade do aluno, algo que ele pudesse ter
acesso direto. Toda vez que a gente faz eles serem os protagonistas do processo, eles
acabam aprendendo mais, vinculando o lado teórico com a prática. Novos caminhos
pra trabalhar saúde seria muito bom.
4) Conhecimento vago
DSC 7: Já ouviu falar (P15, P20)
Já ouvi falar...
49

Figura 5 - Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 5 da


entrevista.

VI DISCUSSÃO

1. Recursos e metodologias utilizadas no ensino aprendizagem do Tema


Transversal Saúde

Durante o processo de ensino-aprendizagem o professor deve levar em consideração


que o conhecimento do aluno está sempre em processo de construção e, por esse motivo, deve
utilizar metodologias adequadas para mobilizar e preparar o estudante na busca constante
pelo64. Nesse processo, as metodologias de ensino-aprendizagem utilizadas pelos professores
para abordarem o conteúdo estão ligadas a um método de ensino. Existem diversos métodos de
ensino que podem ser empregados para a apropriação do conhecimento pelos alunos, e esses
métodos podem ser recheados com recursos didáticos a fim de serem conquistados os
objetivos propostos.
Considero uma tarefa árdua diferenciar metodologia de ensino de métodos de ensino,
pois existem diferentes concepções para conceituá-los, dependendo do contexto e momento
histórico em que estão inseridos. Ao levarmos em consideração a etimologia da palavra
método, que vem do latim, temos methodus, em que META significa objetivo/finalidade, e
HODOS significa caminho/intermediação, isto é caminho para se atingir um objetivo. Se
pensarmos a palavra metodologia, em que LOGIA significa estudo, conhecimento, teríamos
que método e metodologia significariam o estudo dos métodos, dos caminhos a percorrer,
tendo em vista o alcance de uma meta, objetivo ou finalidade65.
50

Assim, em minha concepção, metodologia de ensino seria o estudo das diferentes


trajetórias traçadas, planejadas e vivenciadas pelos educadores para orientar e direcionar o
processo de ensino-aprendizagem em função dos objetivos propostos. Os métodos de ensino
seriam as ferramentas, os procedimentos e as ações escolhidas pelos professores para atingir
os objetivos propostos pelas situações de ensino-aprendizagem, que têm como finalidade a
aprendizagem do aluno de maneira eficaz. Esses métodos podem ser os tradicionais, que
exigem uma postura passiva do aluno e o professor seria o único detentor do conhecimento,
numa relação de “o professor preenche o vazio do aluno”, ou os modernos, que consideram a
necessidade do aprendizado ativo, em que o aluno participa e se envolve com os saberes,
sendo o professor responsável por promover o ato de pensar, de instigar a curiosidade do
aluno, respeitando o seu tempo e colocando-se no lugar do discente66.
De acordo com Souza67, “recurso didático é todo material utilizado como auxílio no
processo de ensino-aprendizagem do conteúdo proposto para ser aplicado pelo professor a
seus alunos”. Esses recursos preenchem as lacunas geralmente deixadas pelo ensino
tradicional, expondo o conteúdo de maneira diferenciada, além de fazer, dos alunos,
participantes de seus processos de aprendizagem.
No que se refere aos recursos didático-pedagógicos e metodologias de ensino
utilizadas pelos professores ao trabalhar os temas sobre saúde propostos pelo currículo da
SEE-SP, foram encontradas quatro modalidades que são utilizadas pelos professores
entrevistados: recursos audiovisuais, aula tradicional, aula participativa e enfoque
multidisciplinar. Todos os vinte e quatro participantes combinam duas ou mais dessas
modalidades.
Dos professores entrevistados, doze utilizam recursos como vídeos, slides, banners e
peças anatômicas de plástico como um atrativo visual ao aluno, para que possam ter uma
clareza maior dos conteúdos trabalhados na teoria ao observá-los, facilitando sua
compreensão e contribuindo para o processo de aprendizagem, além de sair da rotina
tradicional da sala de aula.
No entanto, a diversificação dos recursos e a adequação das aulas estão relacionadas
com sua disponibilidade de uso na escola, pois cada uma apresenta recursos diferentes.
Embora as normas regimentais básicas para as escolas estaduais68 determinem que estas
devem estar organizadas para atender às necessidades socioeducacionais e de aprendizagem
dos alunos em prédios com salas, mobiliário, equipamentos e recursos didático-pedagógicos
adequados, a realidade encontrada não é exatamente de igualdade.
51

A aula tradicional está descrita na literatura didática e pedagógica69-71,porém há


diferentes meios e recursos que podem ser utilizados com resultados comprovadamente
positivos72,73. Entre os participantes desta pesquisa, onze mesclam métodos mais tradicionais
de ensino com aula participativa, e doze mesclam a aula tradicional com recursos
audiovisuais.
O uso de slides nas aulas é defendido por Fernandes74. Segundo ele, permitem uma
projeção de alta resolução, enfatizando cores, beleza e detalhes, visíveis de qualquer ponto de
uma sala de aula. Argumenta ainda que:
As imagens em si não asseguram nenhum aprendizado e devem vir
acompanhadas de uma nova abordagem, de sensibilização do aluno para o
mundo natural. Um enfoque naturalista e aventureiro, mas que não se limite
a isso: que também faça com que esse aluno aprenda, pense, questione e
principalmente queira saber mais.

Sabe-se que uma aula tradicional, expositiva, consiste basicamente em um modo de


informar os alunos sobre os mais diversos conteúdos, sendo o professor o centro da aula,
tornando-a cansativa e não significante para os estudantes. De acordo com Freire6, “saber
ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar possibilidades para sua própria produção ou
a sua construção”.
No presente estudo, constata-se a presença do livro didático como ferramenta para dar
base aos conteúdos sobre saúde no currículo, pois oito dos professores acreditam que a
apostila (caderno do professor e do aluno), material oferecido pela SEE-SP é muito raso em
relação a esse tema.
Por esse motivo acredito ser pertinente refletir a ideia de poder atuar utilizando o livro
didático como único recurso no ensino de Biologia, citando Kindel75:
Por mais bem escrito, fundamentado e ilustrado que um livro-didático seja,
jamais dará conta das múltiplas linguagens e explicações da ciência, de
exemplos regionais e de diferentes interpretações sobre diversos eventos
biológicos. (p.1)

Outro autor a questionar a supervalorização do livro didático foi Santomé76, apontando


a “urgência da formulação de materiais alternativos que contribuam na preparação de
cidadãos solidários, responsáveis e democráticos, com capacidade de compreender, intervir e
transformar a realidade” 76.
Na aula participativa, podemos observar, destacada por seis participantes deste estudo,
a importância de valorizar os saberes prévios dos alunos e seus interesses, incluindo-os nos
temas propostos pelo currículo e respeitando a autonomia e dignidade de cada um, o que,
52

segundo Freire6, “trata-se de um imperativo ético e não um favor que podemos ou não
conceder uns aos outros”.
Mostrou-se ainda, na pesquisa, a importância de não só incluir esses temas mas
também da relevância do uso de metodologias participativas, dinâmicas e jogos lúdicos como
favorecedores da aprendizagem, tornando-se um importante e significativo ponto de partida,
pois une a construção do conhecimento ao prazer e à motivação de aprender. Para Marandino
et al 77,

Ao professor propor atividades práticas estas provocam a participação do


aluno, amplia-se as possibilidades de aprendizado e oportuniza vivências que
os ajudem a fazer relações com os conhecimentos específicos de Biologia.

Um exemplo de metodologia participativa bastante interessante, citada apenas por um


professor, é o chamado “caso investigativo” ou “caso como estratégia de estudo”. O caso está
baseado na instrução pelo uso de narrativas (reais ou fictícias) em que os temas – neste caso
saúde – estão relacionados de forma direta ou indireta com a disciplina – biologia. Os alunos
procuram, então, de forma colaborativa, compreender os fatos, coletar dados para sustentar
suas conclusões e tomar decisões, discutindo com seus colegas sobre seus achados78.
Apresenta-se como um recurso bastante viável e estimulante, mas requer estudo, uma boa
fundamentação na escolha e desenvolvimento dos temas e cuidado na sua aplicação.
Os pressupostos do recurso citado acima encaixam-se com os da aprendizagem
baseada em problemas (ABP ou PBL), que parecem ter sido derivados das teorias de Ausubel,
79 80
Bruner, Dewey, Piaget, Rogers e Freire , sendo uma das modalidades das metodologias
ativas de aprendizagem (MAA).
As MAA têm origem no construtivismo, dividindo com ele suas duas principais
características: a aprendizagem ativa, envolvendo o aprendiz na construção do conhecimento;
e consideração do papel importante que as ideias prévias dos estudantes possuem no processo
de aprendizagem81. Segundo Solomon82: "O que era lugar comum e indigno de nota se tornou
significante; o que era bem conhecido para ser pensado como merecedor de comentários se
tornou, repentinamente, a substância de uma pesquisa iluminadora".
A ABP pode ser um conceito didático baseado somente na resolução de problemas ou
a conceitos que combinem os cursos tradicionais com resolução de problemas, e possui como
foco o processo de aprendizagem do estudante83.
Originou-se na Universidade de McMaster, no Canadá84, onde foi introduzida como
uma nova metodologia de educação em que a aprendizagem centra-se no aluno e desenvolve
53

habilidades para aprender por toda a vida85. O problema tem a função de motivar os
estudantes86, e sua discussão faz com que os conhecimentos prévios sejam utilizados e o
aprendizado ocorra de forma cooperativa87. Essa metodologia contempla os objetivos
educacionais de conquistar uma aprendizagem ativa, integrada, cumulativa e de compreensão,
em vez da retenção de conhecimento apenas.
Em nossa pesquisa, o uso das modalidades de metodologias e recursos didático-
pedagógicos variaram de acordo com a turma, partindo de questionamentos dos próprios
alunos para o conteúdo a ser trabalhado. Um dos recursos trabalhados pelos professores
envolvendo a ludicidade foi o kit “Vale sonhar”, que aborda os temas relacionados a
sexualidade através de jogos. Assim, destaco Fortuna88, que, referente ao uso de jogos na
educação, diz:
A sala de aula é um lugar de brincar se o professor conseguir conciliar os
objetivos pedagógicos ao desejo dos alunos. Para isso é necessário encontrar
o equilíbrio sempre móvel entre o cumprimento de suas funções pedagógicas
- ensinar conteúdos e habilidades, ensinar a aprender – e psicológicas –
contribuir para o desenvolvimento da subjetividade, para a construção do
cidadão autônomo e criativo, na moldura do desempenho das funções sociais
– preparar para o exercício da cidadania e da vida coletiva, incentivar a
busca da justiça social e da igualdade com respeito à diferença.

Apenas um professor referiu desenvolver projetos multidisciplinares para trabalhar os


temas sobre saúde, como sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis e higiene,
envolvendo todos os professores da unidade. Embora não se trabalhe dessa maneira em
outras unidades, muitos professores reconheceram em seus depoimentos a importância de
abordar temas sobre saúde de maneira multidisciplinar, objetivando sempre uma melhor
aprendizagem do aluno e envolvendo outros professores, não apenas o professor de Biologia.

Outrossim, um professor relembrou o caráter transversal dos temas de saúde na


proposta curricular de hoje e que, na década de 80, existia como uma disciplina isolada,
chamada “Programa de saúde”, que era lecionada pelo professor de Biologia como uma
ramificação dessa disciplina.

Os temas transversais – Ética, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Saúde,


Orientação Sexual, Trabalho e Consumo – correspondem a questões importantes, urgentes e
presentes sob várias formas na vida cotidiana, sendo necessário e desafiador seu debate nas
unidades escolares, buscando um tratamento didático que contemple sua complexidade e sua
dinâmica por meio da flexibilização do currículo, uma vez que os temas podem ser
priorizados e contextualizados de acordo com as diferentes realidades locais e regionais,
54

incluindo ainda novos temas37, além de ser uma tentativa de superar, de certa forma, a
compartimentalização excessiva do saber, característica do ensino contemporâneo, através da
organização curricular em disciplinas estanques.

A proposta pedagógica que fundamenta o currículo integrado, orientado por


competência, busca articular a atuação do professor à proposta de ensino, a prática à teoria, a
instituição educacional à comunidade, passando a valorizar os fenômenos essenciais para a
formação profissional, em que se aplicam conhecimentos interdisciplinares89.

2. Participação e interesse dos alunos pelo Tema Transversal Saúde

O maior interesse dos alunos por temas sobre saúde mostrou ser uma condição
facilitadora do trabalho dos professores ao abordarem esses conteúdos – o que já era esperado
como resultado desta pesquisa. Os alunos se identificam com esse assunto, justamente por
fazer parte de seu cotidiano, criando-se uma ponte entre os conceitos aprendidos na escola e
sua experiência de vida, gerando uma disponibilidade maior em aprender, condição essencial
para uma aprendizagem significativa. 14

Em diversos momentos de seus discursos, os professores referiram que a participação


e o interesse dos alunos são ainda maiores quando se abordam questões sobre a sexualidade,
assim como pesquisa realizada por Lima e Vasconcelos90, que analisava as metodologias
utilizadas no ensino de ciências em escolas municipais de Recife, onde também foi constatado
pelos professores que os temas que mais despertam o interesse dos alunos são sexualidade e
meio ambiente. Os autores concluíram que esse interesse dos estudantes se apresenta por
situarem-se na adolescência, quando ocorrem inúmeras mudanças físicas e comportamentais.
Nesse período, os hábitos para a vida adulta começam a ser definidos, além de a maioria dos
alunos sentir-se mais à vontade em conversar sobre esse assunto com os professores do que
com a família, que pode omitir-se por desconhecimento ou por não saber lidar com essa
situação.
55

Segundo Mattos & Neira* (2000):

Os alunos ao ingressarem no ensino médio têm algumas experiências no que


diz respeito aos conhecimentos sobre o corpo, aptidão física, saúde e esporte,
no entanto, a escola promove a ampliação desses conhecimentos, permitindo
e estimulando a sua aplicação em diferentes situações sociais.

Estudo ainda em desenvolvimento, realizado por Wanderley Junior91, sobre a


percepção dos alunos do ensino médio acerca do tema saúde na disciplina de educação física
demonstrou que as discussões sobre o tema realizadas durante essas aulas “exercem um papel
importante na formação dos jovens, tanto em termos de sociabilidade como também em
termos de saúde pessoal e qualidade de vida”.

Entre os demais facilitadores encontrados nos discursos dos entrevistados no presente


estudo, vale destacar a facilidade/identidade que alguns professores possuem com os temas
por gostarem de trabalhá-los, transbordando esse gostar aos alunos e proporcionando uma
aula alegre, cheia de bom humor e esperança. Essa atitude positiva do professor é tida como
fator determinante na relação professor-aluno, contribuindo favoravelmente para a
aprendizagem92.

A atitude positiva do professor em relação ao tema, enfocando a saúde e não


a doença é essencial para o processo de educar para a saúde. A relação
professor-aluno, bem como valores relacionados à saúde que se expressam
no ambiente escolar como a qualidade da merenda, a higiene das
dependências, as atividades propostas são apreendidos pelos estudantes no
cotidiano da experiência escolar 93.

A aceitação desigual dos temas sobre saúde intra e entre turmas, indiferença dos
alunos perante o professor e a aula e dificuldade de compreensão de alguns conteúdos
considerados “chatos” e “difíceis” pelos alunos como, por exemplo, ciclos de vida de
parasitas que causam verminoses, são dificultadores, pois refletem o interesse variável dos
alunos por esses temas que também abordam saúde, mas não despertam tanta curiosidade
como, por exemplo, aqueles relacionados a sexualidade e drogas. Em meu ponto de vista, essa
contradição e desinteresse podem ser superados com a diversidade metodológica e exploração
de diferentes recursos didático-pedagógicos.

A falta de um programa organizado sobre saúde, que é abordado com “pinceladas”


dentro de outros conteúdos inseridos pelo professor, sem apresentar certa lógica e
continuidade, também é dificultador, assim como o tempo, a rotina. Educar para a saúde,

*
Mattos & Neira. Educação Física na adolescência: construindo o movimento na escola. São Paulo: Phorte,
2000 apud (91).
56

propósito do Tema Transversal Saúde, vai além de ensinar conteúdos sobre saúde, deve
trabalhar valores, procedimentos e atitudes favoráveis a uma vida saudável.

O tempo e a rotina foram mencionados por quase todos os professores em algum


momento de seus depoimentos, talvez como forma de justificar o sentimento de derrota
apresentado por muitos em relação ao seu trabalho com os alunos, livrando-se da
responsabilidade e da culpa pelo fracasso da educação. Ou, como muitas vezes senti durante
as entrevistas, como um grito de socorro, para que olhem para esses profissionais que tentam,
ao menos, fazer a sua parte, mesmo imersos em tantas dificuldades, e buscam por ajuda,
amparo e valorização.

Tragtenberg94 afirma que, “no seu processo de trabalho, o professor é submetido a


uma situação idêntica à do proletário”, o que é chamado por alguns autores de “proletarização
do magistério”. Atrelado a isso, há uma desvalorização social da profissão docente, fenômeno
que dá origem à fragmentação do trabalho do professor, fazendo com que ele se afaste do seu
objetivo primeiro: fazer com que o aluno aprenda os conteúdos trabalhados e cresça como
pessoa humana. Conforme afirma Esteve95, “muitos profissionais fazem mal o seu trabalho,
menos por incompetência e mais por incapacidade de cumprirem, simultaneamente, um
enorme leque de funções”.

Uma limitação desta pesquisa foi não incluir no roteiro de entrevistas uma questão
referente à concepção dos professores sobre saúde, justamente por acreditar que os
professores têm clareza sobre isso. Mas, durante a organização e análise dos resultados,
observamos que ainda há confusão sobre a conceitualização de saúde ou dos subtemas
abrangidos por essa temática.

Como, por exemplo, ao citarem em seus discursos: “...tema como saúde, doenças...”,
“...saúde a gente vai abordando quando se vê ciclos de doenças...”, “...quando entra na parte
de saúde em sí, doenças..., “quando você vai tratar de doenças...”, “...o medo de pegar
doenças...”, “...são hábitos...coisas difíceis de trabalhar...”, “...quando se fala em saúde se
fala também em higiene...”, “...DST...”, refletindo o conceito de saúde estático, centrado na
doença, e higienicista, atualmente superado. Essa concepção de saúde, aliada à forma
tradicional de trabalhar o tema por meio da transferência de informações e conteúdos, quando
o necessário seria trabalhar valores, atitudes, procedimentos por meio do exemplo escolar que
é apreendido pelo aluno, afasta os movimentos e mudanças favoráveis a uma vida saudável
quando deveria estimulá-los nos alunos e suas famílias.
57

Analisando os fragmentos de discursos citados acima é necessário concordar com a


reflexão realizada por Bassinello96 no artigo “A saúde nos parâmetros curriculares nacionais:
considerações a partir dos manuais de higiene”, segundo quem os PCNs seguem os mesmos
princípios dos manuais de higiene utilizados antigamente pelos médicos higienistas com o
propósito de eliminar maus hábitos, substituindo-os por hábitos mais saudáveis, como não ter
vícios, ter uma boa alimentação e praticar atividades físicas, além de cuidar da higiene pessoal
e ambiental. Até mesmo pela razão de terem sido construídos por especialistas, longe da
realidade escolar, tão diversa e rica em nosso país, desconsiderando a precariedade hoje
instalada no ensino público e, em muitos casos, na formação dos professores.

Acredito ainda ser necessário desenvolver com os docentes uma melhor compreensão
e conceitualização dos termos saúde e doença, já que estes possuem grande implicação para a
educação em saúde, sendo de grande relevância para a qualidade de vida dos seus alunos.
Somente assim se poderá construir uma aprendizagem verdadeiramente significativa, pois,
antes de oferecermos autonomia aos nossos discentes, é necessário conquistarmos a nossa
própria autonomia, aprender a aprender.

Observo ainda que os professores entrevistados, mesmo não demonstrando o domínio


no que se refere ao conceito de saúde, destacaram a importância da educação em saúde nos
espaços escolares, assim como foi encontrado por Costa e Zancul97 na pesquisa intitulada:
“Educação em saúde na escola na concepção de professores de Ciências e de Biologia”,
mostrando ainda a importância da discussão da formação inicial, continuada e da atuação do
professor de Ciências e Biologia como um educador em saúde na escola.
Os alunos do Ensino Médio da SEE-SP na maioria das vezes se deparam com
metodologias que nem sempre despertam seu interesse sobre os conteúdos a serem
trabalhados, nem promovem a efetiva construção de seu conhecimento. Tampouco lhes são
oferecidos mecanismos de compensação por defasagens sociais, que vão desde problemas de
natureza familiar ao limitado acesso a livros, sites e outras fontes de conhecimento. Por outro
lado, o professor também encontra dificuldades, muitas vezes vindas da ausência de uma
graduação solidamente fincada na construção de habilidades e competências, e de uma
formação permanente/contínua, o que aumentaria o contato das instituições de ensino básico
com universidades e centros de pesquisa, estabelecendo laços de pesquisa/conhecimento de
interesse comum.
Certamente, não há o método ideal que garanta a aprendizagem dos nossos alunos
considerando a complexidade dos assuntos trabalhados, mas sim alguns métodos
58

potencialmente mais favoráveis do que outros98. O uso das MAA no cotidiano escolar
contribuiria para a superação de ambos os obstáculos, pois, como já descrito na introdução
deste trabalho, tais metodologias conceituam-se em processos interativos de conhecimento,
estimulando todos os lados envolvidos nos processos de ensino-aprendizagem mediados por
atividades que construam possibilidades de mudança, visando à formação de um cidadão com
iniciativa, atitude responsável pelo seu aprendizado através de habilidades para a busca de
informações e crivo crítico 99.

3. Devolutiva dos alunos ao estudarem o Tema Transversal Saúde

Um dos objetivos desta pesquisa era reconhecer as mudanças percebidas pelos


professores nos alunos ao estudarem sobre os temas de saúde, se havia um feedback do aluno
ou alguma mudança de atitude após terem sido trabalhados tais temas.

Entre os professores, cinco relataram muita dificuldade em quantificar/medir a


devolutiva dos alunos, caracterizando-a como um processo imensurável. Relataram ainda que
o que conseguem perceber geralmente são casos particulares em que o próprio aluno toma
como iniciativa comentar algo com o professor, além de esta também ser uma característica
variável de sala pra sala, assim como o interesse e a participação dos alunos.

Dois professores relataram os comportamentos em relação à saúde como um hábito


que dificilmente pode ser quebrado apenas com a sensibilização e informação recebida na
escola, que depende do “corpo a corpo”, da família, superando as atribuições do professor de
biologia.

Todos esses argumentos levantados pelos professores me fizeram refletir sobre a


importância dos processos avaliativos para aprendizagem, como destacados por Perrenoud100:

A avaliação tanto pode auxiliar o aluno a aprender como proporcionar um


melhor conhecimento do aluno pelo seu professor, afim de que este último
59

possa auxiliar seu educando, durante todo o processo de ensino, em seu


percurso singular de construção de conhecimentos.

E não apenas como instrumento de controle da disciplina na sala de aula, para passar
ou reter o aluno em determinada série ou ciclo. A avaliação deve contribuir para o sucesso do
aluno, para sua construção de saberes e competências101, mas não pode estar centrada apenas
no final do processo ensino-aprendizagem, como uma avaliação de chegada. Deve, portanto,
ser processual, estar inserida em todo o processo ensino-aprendizagem e contemplar não
apenas conhecimentos adquiridos mas também habilidades e atitudes102.

A principal função da avaliação é verificar o que o aluno aprendeu e apreendeu e


tomar isso como base de decisão para aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem na
busca de melhores resultados, que estão diretamente ligados aos procedimentos de ensino
utilizados pelo professor. Dessa forma, o ato de avaliar fornece informações importantes que
permitem verificar diretamente o nível de aprendizagem dos alunos e, também, indiretamente,
determinar a qualidade do processo de ensino. Nesse sentido, a avaliação tem uma função de
retroalimentação (feedback) dos procedimentos de ensino, ou seja, fornece dados ao professor
para repensar e replanejar sua atuação didática, visando ao aperfeiçoamento e melhorias dos
resultados no ensino-aprendizagem103.

Merece destaque, nesse tópico, a avaliação formativa, modalidade de avaliação que é


realizada durante todo o decorrer do período letivo, com o intuito de verificar se os alunos
estão atingindo os objetivos previstos. Logo, a avaliação formativa visa, basicamente, a
avaliar se o aluno domina gradativamente e hierarquicamente cada etapa da aprendizagem,
antes de prosseguir para outra etapa do ensino-aprendizagem. É por meio da avaliação
formativa que o aluno toma conhecimento dos seus erros e acertos e encontra estímulo para
um estudo sistemático. Essa modalidade de avaliação é orientadora, porque orienta o estudo
do aluno e o trabalho do professor. É, ainda, motivadora, pois evita as tensões causadas pelas
avaliações.

Pellegrini104 informa que:

No modelo de avaliação, a ênfase está no aprender, gerando uma mudança


em todos os níveis educacionais: currículo, gestão escolar, organização da
sala de aula, tipos de atividades e o próprio jeito de avaliar a turma. Na
avaliação formativa não há como pressuposto a premiação. Prevê que os
estudantes possuem processo e ritmos de aprendizagem diferentes.
60

Assim, o professor detecta e identifica deficiências na forma de ensinar, orientando-o


na reformulação do seu trabalho didático, visando a aperfeiçoá-lo. Ela deve ser planejada em
função dos objetivos, desse modo o docente continuará seu trabalho ou irá direcioná-lo de
forma que a maioria dos alunos alcance tais objetivos105.
Justamente por valorizar o aprender e respeitar os ritmos de aprendizagem diferentes
entre os alunos, a avaliação formativa pode contribuir favoravelmente para a aprendizagem
dos temas de saúde. Principalmente se estes forem abordados fazendo uso das metodologias
ativas de aprendizagem, que trabalham os temas mesclando alunos heterogêneos com recursos
também heterogêneos, respeitando essa heterogeneidade e valorizando-a pela troca de
experiências entre os alunos.
Ressalto, ainda, a importância da relação professor-aluno para a efetivação de uma
aprendizagem significativa, pois quanto maior for a afinidade entre professores e alunos,
melhor será a fluência do processo ensino-aprendizagem, pois mais facilmente os alunos
compreenderão o sentido de estudar o que está sendo apresentado pelo professor e terão a
curiosidade de buscar novas informações que possam complementar a aula, tornando-a um
momento de aprendizagem dinâmica para ambos. Para Carl Rogers, “a aprendizagem
autoiniciada, que envolve toda a pessoa do aprendiz – seus sentimentos tanto quanto sua
inteligência – é a mais durável e impregnante” 105
. Além disso, há que se considerar que,
como dito por Piletti72:

A relação entre professores e alunos deve ser uma relação dinâmica, como
toda e qualquer relação entre seres humanos. Na sala de aula, os alunos não
deixam de ser pessoas para transformar-se em coisas, em objetos, que o
professor pode manipular, jogar de um lado para o outro. O aluno não é um
depósito de conhecimentos memorizados que não entende, como um
fichário ou uma gaveta. O aluno é capaz de pensar, de refletir, discutir, ter
opiniões, participar, decidir o que quer e o que não quer. O aluno é gente, é
ser humano, assim como o professor.

Já os professores que obtiveram um feedback dos alunos observaram mudanças de


postura/comportamento em relação à higiene e em temas de maior interesse pelos alunos
como DST e sexualidade. Esses os professores veem, por exemplo, a quantidade de perguntas
e o envolvimento do aluno como um indicativo da aprendizagem e do compartilhamento do
assunto com seus familiares.

A contextualização é novamente abordada, agora de forma indireta e sob o ponto de


vista do aluno, ao conseguir fazer uma conexão do conhecimento apreendido na escola com o
seu cotidiano e experiências de vida. Como explicitado no discurso de dois professores: “Em
61

temas abordando saúde, sempre tem alguém que fala: ahhhhh meu avô tem, minha vó tem, já
conheço...”

Como nas metodologias ativas de aprendizagem busca-se o conhecimento por meio da


análise, pesquisas, estudos com decisões individuais e coletivas com o objetivo de entender e
encontrar soluções para determinado problema, estas fazem uma ponte entre os saberes
escolares e a realidade dos adolescentes, valorizando os conhecimentos e experiências dos
alunos e provocando uma motivação intrínseca para a aprendizagem.

Segundo Vieira107, entende-se educação em saúde

Como um processo crítico e transformador, no qual se insere um agente


promotor de comunicação, que proporciona um aprendizado de caráter
individual ou coletivo, além de uma mudança de comportamento, antes
desfavorável e de vulnerabilidade à saúde. A promoção da saúde é entendida
como um conjunto de atividades que capacitam um indivíduo ou um grupo
social a desenvolver os recursos necessários para manter ou elevar seu bem-
estar, refletindo-se na sua qualidade de vida.

Destaco a pesquisa realizada por Maia et al108 que, ao validar o uso das metodologias
ativas de ensino-aprendizagem na promoção de saúde alimentar infantil, observou que o
emprego de tais metodologias possibilitou o aprendizado mútuo entre sujeitos e pesquisadores
acerca de hábitos alimentares saudáveis e sua valia ao adequado desenvolvimento infantil.
Possibilitou, ainda, aos discentes de enfermagem envolvidos nesta pesquisa o
desenvolvimento de competências, preparando-os para uma abordagem mais eficaz e
condizente com suas futuras funções profissionais e ofertando-lhes um processo dinâmico e
ativo, capaz de incentivar o outro a ser responsável pelo seu próprio bem-estar através da
mudança de hábitos, em que as condições de saúde dependem de dimensões socioeconômicas,
políticas e culturais e sua promoção vai além do setor saúde, sendo uma atividade
intersetorial109.

Finalizando, quatro professores destacaram a importância de permanecerem com os


alunos ao longo de todas as séries do Ensino Médio, justificando ser a devolutiva da
aprendizagem observada a longo prazo, com a convivência com os alunos e o melhoramento
de sua intimidade e relações com eles, como já foi destacado anteriormente.

4. Sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde do aluno e


de sua família
62

Não há como investigar todas as questões anteriormente mencionadas e discutidas sem


valorizar e evidenciar o sentimento do professor perante a responsabilidade e a capacidade de
influenciar a saúde e a qualidade de vida do seu aluno e dos seus familiares.

Sendo uma das atribuições do professor de Biologia articular os conteúdos e temas no


currículo em trabalhos de promoção da saúde e prevenção de doenças 3, era esperado que a
grande maioria deles tivesse esse sentimento de responsabilidade perante sua contribuição
com a saúde do aluno. Essa hipótese foi comprovada por 20 professores que assumiram tal
responsabilidade.

Esse sentimento está vinculado à procura do aluno pelo professor desta disciplina para
abordar tais temas, assumindo este um papel de mediador do conhecimento que é evidenciado
nesse momento ao articular os debates propostos pelos próprios alunos, aproximando o
conteúdo da realidade. Apesar do conteúdo sobre saúde ir além da sala de aula, como foi
destacado por um professor, eles sentem-se responsáveis pela orientação do aluno, sendo,
muitas vezes, um agente de saúde, a única pessoa que irá conversar com eles sobre esses
temas, podendo facilitar-lhes o aprendizado justamente pela sua proximidade com o aluno e
com os saberes a serem aprendidos.

A partir da relevância dessa comprovação, é preocupante perceber que, mesmo


possuidores desse sentimento e assumindo seu papel como “agentes de saúde” alguns
professores não o fazem de maneira significativa. E não apenas pela falta de tempo, ou de um
programa de saúde na escola, ou até mesmo por não saberem diversificar os recursos didáticos
pedagógicos e metodologias de ensino, mas por não compreenderem de fato a saúde em sua
concepção mais ampla ou por não considerarem que a promoção da saúde envolve o
desenvolvimento de potências para mudanças de atitudes e que essa aprendizagem requer
mais que transmitir ou discutir conceitos, como mencionado anteriormente.

Uma das tentativas de transformar os professores de Biologia em agentes de saúde é o


curso de fisiologia do Instituto de Biociência da Universidade de São Paulo - USP, que visa à
atualização dos conhecimentos dos docentes inscritos e propõe a troca de experiências
didáticas110. O curso propõe compreender e suprir as lacunas da educação básica através de
discussões críticas referentes aos temas de fisiologia humana e seus aspectos relacionados à
saúde. Outras iniciativas como essas são desejáveis, e as universidades podem contribuir
significativamente para isso com a implementação de cursos de capacitação de professores,
63

abordando questões da saúde e sua promoção bem como as metodologias ativas de


aprendizagem, apropriadas para o desenvolvimento de potências transformadoras.

O professor que referiu não sentir-se responsável pela saúde do aluno ainda assim
procura transmitir o máximo de informações sobre o assunto, embora essa não seja a forma
mais adequada para o aprendizado dos temas de saúde.

O compartilhamento dessa responsabilidade, principalmente com a família e até


mesmo com o próprio aluno, foi encontrado nos discursos de dois professores. Venho
lembrar que a educação vai muito além da instituição escolar, ela permeia também outras
instituições sociais, como a família, a igreja e o trabalho 111. Sendo assim, se a educação está
intrinsecamente ligada às instituições sociais, não há meios de entendê-la fora delas, ela é um
processo social. Há que se entender a educação como parte de um contexto social, enquadrada
neste contexto, mas principalmente como refletora das ideias dominantes presentes.

Nesse sentido, a educação é um processo social que se enquadra numa


concepção particular de mundo, a qual, por sua vez, determina os fins a
serem atingidos pelo ato educativo e esses fins refletem o espírito da época e
as ideias coletivas dominantes; daí ser possível repetir como Durkheim que
não é possível uma educação ideal, perfeita, homogênea e adequada a todos
os homens em todos os tempos, porque esta só pode ser definida tendo em
vista uma situação concreta de uma sociedade historicamente determinada.

A escola é uma grande parceira da família ou vice-versa, o importante é que ambas


cumpram com seu papel de educador.

Participação não é resultado de processos automáticos e espontâneos, mas de


uma conquista diária e consequência do fortalecimento da responsabilidade
dos indivíduos112.

Sabemos que a educação é um processo de mudança do qual a família, primeiro meio


social da criança, precisa fazer parte. E essa participação deve acontecer por meio do auxílio e
da motivação no processo de estudo. Sendo assim, a família e a escola são agências
socializadoras que, apesar de distintas, buscam atingir objetivos complementares.

A parceria família escola é fundamental para que ocorram os processos de


aprendizagem e crescimento de todos os membros deste sistema, uma vez
que a aprendizagem não está circunscrita a conteúdos escolares113.

A autora deixa claro na citação acima a existência de uma necessidade de interação


entre as duas instituições. A história de vida de toda a criança e jovem deve ser conhecida
64

pelos educadores que atuam diretamente com ela, podendo assim compreender melhor seus
alunos e traçar estratégias eficazes para superar possíveis problemas. É preciso, mesmo diante
de toda a diversidade de família que temos hoje ou na ausência desta, reconhecer o respeito à
autonomia e à identidade do educando, exigindo do professor uma prática em tudo coerente
com esse saber6.

Ainda foi sugerido por outros dois professores que, se tais temas fossem abordados
como um projeto em que todos trabalhassem juntos, haveria um melhor resultado. Apareceu
latente a esse discurso um incômodo pela vinculação automática e exclusiva de tal
responsabilidade ao professor de Biologia quando deveria ser de todos, pois a saúde é um
tema transversal.

5. Conhecimentos dos professores sobre as Metodologias Ativas de


Aprendizagem.

Com a finalidade de instigar os professores sobre novas metodologias de ensino e por


acreditar no quanto essas metodologias podem contribuir com uma aprendizagem
significativa e com a autoestima do professor, o último objetivo desta pesquisa e,
consequentemente, a última questão do roteiro de entrevistas foi sobre seus conhecimentos
sobre as metodologias ativas de aprendizagem.

A maioria dos professores entrevistados (22) não conhece nem nunca ouviu falar sobre
as metodologias ativas de aprendizagem, embora algumas práticas citadas por eles, como
projetos e caso investigativo, possuam algumas características dessas metodologias.

Os discursos de alguns professores que desejam mudanças também apontaram para


algumas características das MAA, como construção do conhecimento pelo aluno, valorização
dos conhecimentos prévios do aluno, aproximação teoria/prática, aluno protagonista,
aproximação da realidade do aluno e interdisciplinaridade, demonstrando que esses
professores apropriaram-se de conceitos das MAA, embora não tenham revelado uma
fundamentação teórica sólida e explícita sobre essas metodologias.
65

Atribuo esse saber indireto sobre as MAA por estarem enraizadas na premissa
psicológico-cognitiva de que a aprendizagem não é um processo de recepção, mas de
construção de novos conhecimentos, influenciada pela metacognição e por fatores sociais 114.
E pode ser mais rápida e eficaz quando os alunos possuem habilidades de autorregulação, que
são favorecidas nas MAA ao se estabelecerem objetivos (o que vou fazer?), escolhas de
estratégias (como fazer?) e avaliação do processo educacional (funcionou?). Premissas essas
sempre discutidas pelos docentes dentro e fora dos espaços escolares.

Os participantes que demonstraram maior interesse por novas metodologias de


aprendizagem fizeram-no justamente por acreditarem que elas envolveriam mais os alunos,
fazendo-os buscar sua própria aprendizagem, quebrando, ainda, as dificuldades instaladas pela
rotina na sala de aula.

Evidenciou-se o desejo/necessidade de mudanças observado no discurso de onze


professores, os quais reconheceram que metodologias diferenciadas poderiam mudar atitudes,
não só dos alunos, mas dos próprios docentes. Reconheceu-se, ainda, a necessidade de
diferenciar e diversificar as estratégias, para que os alunos aprendam, aproximando-se cada
vez mais de sua realidade de vida e transformando-os em protagonistas do processo de
ensino-aprendizagem.

Um professor reconheceu, também, que não há outro caminho para a educação, pois
cada vez mais os alunos saem da escola sabendo menos. Mas para que essas mudanças se
concretizem será necessário quebrar resistências, como, por exemplo, a do trabalho
interdisciplinar.

Logo, considero oportuno considerar o uso das metodologias ativas de aprendizagem


como proposta de um caminho para a superação dos desafios encontrados por esses
professores nos trabalhos para a promoção de saúde na escola. Sugiro, ainda, a tentativa de
implementação de uma das modalidades de MAA, a Aprendizagem Baseada em Equipes –
ABE (Team Based Learning-TBL, em inglês), que é baseada na interação em pequenos
grupos e tem por objetivo desenvolver e aprimorar as habilidades dos alunos para aplicação
dos conteúdos aprendidos115.

A ABE constitui-se em uma estratégia capaz de estimular os estudantes justamente por


estar baseada em problemas de seu cotidiano, intensificando a aprendizagem ativa
autodirigida, o pensamento crítico, a aprendizagem colaborativa e a discussão entre os alunos,
66

mesmo em salas de aula com uma relação professor/estudante limitada (como, por exemplo,
muitos alunos por classe)116.
Além disso, possui etapas presentes na “aula tradicional”, o que diminui a resistência ao
novo, possibilita o uso de textos sugeridos pelo currículo, como forma de leitura prévia,
estimulando a adequação/modificação dos processos de avaliação do aluno (avaliação
formativa) e proporcionado, ainda, um feedback do aluno ao professor e vice-versa.
A Aprendizagem Baseada em Equipes é desenvolvida em uma sequência de atividades
que propicia ao aprendiz adquirir e aplicar conhecimentos117 como:

1) Preparação pré-classe para o trabalho em grupo. Consiste no aprendizado individual sobre


os conceitos fundamentais, utilizando livros texto, artigos, etc., indicados pelo
professor/facilitador.

2) Logística na sala de aula para garantia de atenção:


a) Aplicação de um teste de garantia do preparo individual com questões de múltipla
escolha. Em cada questão, os participantes apostam o máximo de pontos na resposta
escolhida se tiverem certeza de que é a resposta correta ou distribuem esses pontos se
estiverem em dúvida entre duas ou mais respostas.
b) Avaliação da equipe de estudantes com os mesmos testes. Os grupos, formados pelo
facilitador, respondem o mesmo teste e imediatamente recebem o feedback das
respostas corretas em um instrumento que contém o gabarito encoberto por adesivos.
c) Correção das respostas aos testes. A pontuação individual corresponde aos pontos
indicados na alternativa correta e grupal ao número de adesivos retirados pelo grupo.
Quanto mais adesivos o grupo retirar para alcançar a alternativa correta menor será a
pontuação em uma contagem regressiva de pontos.
d) Recursos das equipes as respostas erradas no teste. Se houver dúvidas ou não
concordância com as respostas indicadas como corretas, o grupo poderá apelar por
escrito, com argumentação, referencial bibliográfico e proposta de nova formulação da
resposta correta.
e) Preleção dialogada proferida pelo professor, que finaliza a sessão comentando os
testes ou apresentando uma miniaula, abordando os conceitos mais importantes. 118

3) Aplicação de conceitos fundamentais: resolução de problemas


a) Seleciona-se um problema relevante;
67

b) Todas as equipes trabalham com o mesmo problema, caso ou questão;


c) Será exigido que cada equipe faça uma escolha específica para a resolução do
problema, respondendo a questões que podem ser de múltipla escolha.
d) As equipes apresentam as suas escolhas simultaneamente, o que torna visível o
raciocínio dos estudantes e provê oportunidade para discutir e comparar as diferentes
escolhas119. Esta etapa deve ser repetida até que os objetivos de aprendizagem sejam
alcançados, considerando-se o tempo disponível para a atividade.

Existem ainda quatro elementos essenciais da ABE que, quando são implementados,
tornam o cenário mais apropriado para a aprendizagem das equipes de estudantes e para as
equipes evoluirem de forma coesa: Equipes (devidamente orientadas), Responsabilidade (os
estudantes são responsáveis pela qualidade dos trabalhos individuais e em equipe),
Comentários (as equipes devem receber feedback frequente) e Projeto de Tarefas e Atividades
(as atividades de casa e de equipe devem promover a aprendizagem e o desenvolvimento da
equipe)120.
Justifico ainda o uso de modalidades das MAA na abordagem dos temas sobre saúde
na educação básica por estas fazerem uso do currículo integrado, denominado por Santomé76
como:
Uma tentativa de contemplar uma compreensão global do conhecimento e de
promover maiores parcelas de interdisciplinaridade na sua construção. A
integração ressaltaria a unidade que deve existir entre as diferentes
disciplinas e formas de conhecimento nas instituições escolares.

Portanto, a integração coloca as disciplinas e cursos isolados numa perspectiva


racional, promovendo uma iniciativa maior de professores e alunos, uma maior integração dos
saberes escolares com os saberes do cotidiano dos alunos, combatendo, assim, a visão
hierárquica e dogmática do conhecimento. (Bernstein) (SITE). Contribui, ainda, para a
construção de uma educação mais igualitária; sendo esta, quem sabe, a mudança tão
necessária e desejada nas escolas públicas brasileiras.

.
VII CONCLUSÃO
68

Foi possível identificar os principais recursos didático-pedagógicos utilizados pelos


professores colaboradores para trabalhar os temas sobre saúde, sendo perceptível que a
maioria deles mescla recursos da aula tradicional com recursos da aula participativa. Mesmo
com esses resultados, acredito ser possível explorar mais recursos, como vídeos, slides,
pesquisas e seminários, a fim de envolver, efetivamente, o aluno no contexto da sala de aula,
contribuindo para sua aprendizagem.
Os maiores facilitadores para o trabalho com os temas sobre saúde encontrados neste
estudo foram o interesse dos alunos por temas relacionados ao seu cotidiano, como, por
exemplo, a sexualidade, a valorização dos saberes prévios dos alunos e experiências com que
eles chegam à escola e o uso de recursos e metodologias de ensino diferenciadas, como uma
forma de atrair o aluno, incluindo-o na aula e fugindo da rotina. Características essas que
fortalecem a principal ideia desta pesquisa, que é disseminar o uso das metodologias ativas de
aprendizagem na educação básica, principalmente nos temas que se referem à educação em
saúde.
Ao caracterizar as facilidades e dificuldades supracitadas constatamos também a falta
da compreensão do conceito saúde por parte dos professores, vinculando-a sempre à ausência
ou à presença de alguma doença.
Concluiu-se, também, a grande dificuldade em mensurar o feedback dos alunos após o
estudo dos temas sobre saúde. Aqueles que conseguem perceber alguma devolutiva
conseguem-no sempre de forma subjetiva, por meio da observação cotidiana e do bate papo
com os alunos. Deixo aqui minha sugestão das contribuições que uma avaliação formativa
poderia trazer a esse processo, justamente por acompanhar constantemente o desenvolvimento
e a aprendizagens dos alunos, e não apenas ser realizada ao seu final, como geralmente ocorre
nas avaliações puramente somativas.
Fiquei extremamente satisfeita ao observar que grande parte dos participantes possui
um sentimento de responsabilidade em relação à saúde e à qualidade de vida de seus alunos,
sendo este sentimento o primeiro passo para a efetivação dos professores como agentes de
saúde, capazes de transformar a educação em saúde nos espaços escolares. Acredito também,
que este sentimento seja um motivador para o conhecimento e uso das metodologias ativas de
aprendizagem por esses professores, já que a maioria não as conhece e um grupo considerável
deles possui o desejo de conhecer.
Deixo então, como sugestão, observando a necessidade e o grito de socorro dos
participantes desta pesquisa, a capacitação e a implementação da ABE - a princípio aos
professores de Biologia, para trabalhar os temas relacionados à saúde. Como modalidade das
69

MAA, pode contribuir tanto para a aprendizagem significativa dos alunos quanto para a
educação permanente dos professores. Nessa proposta, a aprendizagem será compartilhada
entre professores e alunos, em um trabalho de conscientização, reflexão e discussão para a
promoção de educação em saúde dentro do ambiente escolar, contribuindo para a saúde
individual e coletiva dos alunos, seus familiares e a melhoria da qualidade de vida.

VIII REFERÊNCIAS

1. Araújo UF. A quarta revolução educacional: a mudança de tempos, espaços e relações na


escola a partir do uso de tecnologias e da inclusão social. Edu Tec Dig. 2011;12
(n.esp.):31-48.

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Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais.
Brasília: MEC; 1997. p. 126.

3. Krasilchik M. Docência no ensino superior: tensões e mudanças. São Paulo: Pró-reitoria


de Graduação-USP; 2008. p. 36. (Cadernos de Pedagogia Universitária, 4).

4. Shulman LS. The wisdom of practice. San Francisco: Jossey Bass; 2004.

5. Weimer M. Learner-centered teaching. San Francisco: Jossey-Bass; 2002.

6. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz
e Terra; 2011. p. 43, 62.

7. Alves R. Gaiolas e asas. Folha de São Paulo 01 dez. 2011; Tendências/debates. A3.

8. Alves R. Sobre moluscos e homens. Folha de São Paulo 17 fev. 2002;


Tendências/debates. A3.

9. Freire P. Política e educação. São Paulo: Cortez; 2003. p. 119.

10. Luckesi CC. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez; 1994.


70

11. Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros


Curriculares Nacionais (Ensino Médio). Brasília: MEC; 2000.

12. Brasil. Lei nº 9.394, de 20 de agosto de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 20 ago. 1996.

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APÊNDICE 1: FORMULÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO E PROFISSIONAL

Instrumento de Coleta de Dados: Formulário Sociodemográfico e Profissional

Data da aplicação: ____/ ____/ ________

Dados pessoais e profissionais

Idade: _______ Sexo: Fem. Masc.

Habilitações acadêmicas: ______


____________________________________________________________________

Ano de Conclusão: _________

Tempo total de serviço docente: _________

Tempo de serviço docente na atual escola estadual:________

Disciplinas que leciona: _________________________________


78

Níveis de Ensino em que trabalha: Fund. I Fund. II EM

Jornada de trabalho semanal: ________

Tipo de vínculo: Professor Efetivo Professor categoria F Professor categoria O

APÊNDICE 2: ROTEIRO DE QUESTÕES NORTEADORAS

Roteiro de Entrevista Semiestruturada

Introdução:

Identifica-se o informante pelo nome e local de trabalho (U.E), passando à entrevista.

Desenvolvimento:

Segue-se o roteiro abaixo conduzindo as questões de acordo com os objetivos propostos por
esta pesquisa.

1. Fale sobre os recursos e metodologias utilizados por você para trabalhar os temas
sobre saúde do nosso currículo.
2. Comente sobre o interesse e participação dos alunos nas aulas que abordem os temas
sobre saúde, seus facilitadores e dificultadores.
79

3. Relate se você, no dia a dia da sala de aula, consegue ter uma devolutiva, um feedback
do aluno em relação aos temas saúde, percebe alguma mudança em seu
comportamento.
4. Descreva sobre seu sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a
saúde e a qualidade de vida do seu aluno e dos seus familiares.
5. Comente o que você sabe sobre as metodologias ativas de aprendizagem, se já ouviu
falar ou o que desconfia que seja.

Conclusão:

 Agradecer a participação e o tempo disponibilizado para a entrevista;


 Valorizar o contributo da entrevista para a referente pesquisa;
 Caso demonstrado interesse em aprender sobre o uso do TBL, deixar claro que
logo entraremos em contato para o convite à capacitação.

APÊNDICE 3: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título do Estudo: “Aprendizagem baseada em equipe na abordagem de temas sobre


saúde na escola pública: limites e possibilidades”

Essa pesquisa tem como objetivos: conhecer a percepção dos professores de Biologia
da 1ª série do Ensino Médio da D.E Vot sobre o uso de metodologias ativas de aprendizagem
e sua aplicação em educação em saúde, propor uma assessoria individual ou em pares, aos
professores interessados em uma das modalidades de metodologias ativas de aprendizagem –
TBL, como estratégia de abordagem dos temas sobre saúde na sala de aula e avaliar o uso
dessa metodologia pelos professores que a utilizarem.
Assinando este termo afirmo ter compreendido os objetivos deste estudo e ter sido
plenamente informada sobre ele, não me restando qualquer dúvida. Declaro concordar em
80

participar voluntariamente desse estudo que tem como responsável a pesquisadora: Nathalie
Emanuelle Pigoretti Lousan sob orientação da Profª. Drª Lúcia Rondelo Duarte.

Declaro ciência e concordância em responder a um questionário sociodemográfico e


participar de entrevista aberta para a coleta de dados. Concordo com a utilização de gravação
de áudio da entrevista para fins de posterior transcrição e análise dos dados. Entendo que não
haverá riscos nessa participação e que estou livre para deixar de participar da pesquisa quando
quiser, não havendo necessidade de justificativas para tanto. Em caso de qualquer dúvida sei
que posso entrar em contato com a pesquisadora responsável pelos telefones (15) 33295202 /
(15) 997606745, email: nathalie.biologia@gmail.com ou com o Comitê de Ética em Pesquisa
da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, pelo fone (15) 32129900 ramal
9896.

Fui informada de que não terei qualquer despesa pela participação no estudo e também
nenhum benefício financeiro e foi me garantido sigilo de minha identidade. Estou de acordo
com a divulgação dos resultados finais deste estudo em encontros e/ou publicação científica.

Ao final do estudo a pesquisadora se compromete a me comunicar os resultados.

Eu, ______________________________________________________, li o texto


acima e compreendi a natureza e o objetivo do estudo do qual fui convidado a participar. Eu
concordo voluntariamente em participar do estudo.

___________________________________________________data:______

Assinatura e RG do Participante

_____________________________________

Assinatura e RG do pesquisador

(Este é um documento em duas vias, uma pertence a você e a outra deve ficar arquivada com
o pesquisador).
81

APÊNDICE 4: TABELAS COM DEPOIMENTOS, EXPRESSÕES CHAVE E IDEIAS


CENTRAIS REFERENTES ÀS ENTREVISTAS

Tabela 7- Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 1: Fale sobre os
recursos e metodologias utilizados por você para trabalhar os temas sobre saúde do nosso
currículo.

Profess
or
Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)
Colabo
rador

Bom, no caso dos temas de saúde a ...Eu sigo mais assim o Apostila
gente... Eu sigo mais assim, o currículo currículo mesmo, aquilo que
mesmo, aquilo que está na apostila, daí está na apostila
dependendo do tema, daí traz, né?
Doenças, a gente sempre trabalha com
P.1
data show, pois tem o recurso na sala, daí
...dependendo do tema traz...
já acessa, mostra vídeos, discute... nessa
Doenças, a gente sempre
parte mesmo visual de vídeo, slide show Conforme o tema,
trabalha com data show, pois
e no caso a proposta, não sai muito disso trabalho com data
tem o recurso na sala, daí já
não. show, vídeos,
acessa, mostra vídeos,
82

discute... nessa parte mesmo debate


visual de vídeo, slide show e
no caso a proposta, não sai
muito disso não.

Nos últimos anos do ensino fundamental, Levo vídeos e.... trabalho a Apostila e Vídeo
eu trabalho o educação sexual, né, então apostila mesmo...
DST, e o que relaciona...às vezes uso de
drogas, daí no ensino médio, quando
entra na parte de saúde, qualquer tema
saúde, né…. Aí no ensino médio, no 1º
ano, quando entra na parte de células...eu
trabalho a parte de câncer de pele,
P.2 abordo câncer de pele... (que mais
mesmo?) ...ah tá...e mutações
gênicas...câncer...essas coisas
assim....mas no 1º ano, eu não
trabalho...tirando a parte do......a respeito
do sol, a importância do protetor solar,
essas coisas. Levo vídeos e.... trabalho a
apostila mesmo...

Na realidade eu estava muito apegado ao ...estava muito apegado ao Apostila do aluno


caderninho, durante 2 ou 3 anos só usei o caderninho, durante 2 ou 3
caderninho, até que uma estagiária de anos só usei o caderninho, até
biologia veio acompanhar minhas aulas e que uma estagiária de biologia
trouxe uns slides bem interessantes sobre veio acompanhar minhas aulas
saúde pública e sexualidade, uma e trouxe uns slides bem
questão que é um pouco complexa pra interessantes sobre saúde
mim, por causa da timidez, que atrapalha pública e sexualidade,
bastante. Mas ela veio, expos, em vídeos,
no 1º ano tem aquela parte que é no
último bimestre que esta contemplando a
...o que eu faço é apresentar Slides e Vídeos
P.3 gravidez na adolescência, mas
alguns slides e vídeos sobre
sinceramente eu ainda acho muito pouco,
saúde, sobre sistema
poderia e deveria trabalhar mais, o que
imunológico, o sistema
eu faço é apresentar alguns slides sobre
nervoso...
saúde, sobre sistema imunológico, o
sistema nervoso e.... rapidamente no 3
ano que tem um tópico da apostila que
trata esse assunto e a questão da
adolescência no 1 ano, mais tirando isso
acho que.... A própria proposta, o
currículo, pelo menos, pelo que eu vejo
ele é muito fraco nesse sentido.

Então, assim, eu costumo trabalhar.... Eu .... Eu apresento a aula em Data show


P.4
apresento a aula em data show ou data show ou fazendo um
fazendo um resumo na lousa e procuro resumo na lousa e procuro Resumo na lousa e
83

colocar bastante imagem para eles verem colocar bastante imagem... imagens
o que estou falando ne? E também leitura
de textos diversos, discussão em cima ...leitura de textos diversos, Leitura e discussão
dos textos, e assim, em algumas salas de discussão em cima dos de textos
aula eu procuro dar como seminário textos...
também, então eu proponho pra eles
estarem pesquisando e apresentando o Seminários em
trabalho. ...em algumas salas de aula eu algumas salas
procuro dar como seminário
também

As aulas de saúde, está mais voltada ...eu trabalho a saúde no Saúde no âmbito
agora para o 1 ano do EM, e agora, bem âmbito geral, coloquei a geral destacando
batido, no 3º bimestre. Então eu trabalho definição da OMS, tento temas polêmicos
a saúde no âmbito geral, coloquei a colocar pra eles, vinda essa era
definição da OMS, tento colocar pra eles, da modernidade que eles
vinda essa era da modernidade que eles acabam muitas vezes se
acabam muitas vezes se voltando pra voltando pra coisas que
coisas que acabam prejudicando a saúde acabam prejudicando a saúde
deles mesmo, temas polêmicos, como deles mesmo, temas
drogas, má alimentação, dormir pouco. polêmicos, como drogas, má
Hoje mesmo passei um vídeo pra eles alimentação, dormir pouco.
que falava de saúde ambiental, as Vídeos
consequências do mal uso do lixo, do ...eu trabalho com vídeos,
descaramento do lixo, entrou temas sobre apostila como material de
consumismo, consumismo e saúde, apoio porque demora pra
Apostila como
dentro desse vídeo também, diferenças chegar, então peguei o
material de apoio
sociais, saúde psicológica, emocional, documento da proposta, o
afetiva, porque saúde também é voltada livro preto, eu sigo a proposta,
para a dignidade humana. Situação de daí dentro dela eu
P.5 pessoas que reviram o lixão para obter complemento com os temas Questionários/
alimento, uma falta de dignidade, o transversais, que são aos
temas pertinentes que eles Pesquisa
mínimo de cidadania que qualquer
pessoa deveria ter. Então eu trabalho necessitam, pesquisa sobre
com vídeos, apostila como material de DST, e foi feito um
apoio porque demora pra chegar, então questionário, tiramos dúvidas Debate
peguei o documento da proposta, o livro a respeito disso, feito um
preto, eu sigo a proposta, daí dentro dela debate.
eu complemento com os temas
transversais, que são aos temas
pertinentes que eles necessitam, pesquisa
sobre DST, e foi feito um questionário,
tiramos dúvidas a respeito disso, feito um
debate, entro assuntos até relacionados a
masturbação, alguns hábitos, se isso é
saudável ou não, então a gente está
colocando em todas as partes em relação
a saúde.

P.6 Uso bastante o livro didático e peço para Uso bastante o livro didático e Livro didático
os alunos fazerem pesquisa, peço para os alunos fazerem
84

principalmente quando o tema aborda pesquisa... Pesquisa/questionár


pessoas idosas, então dou um io
questionário pra eles fazerem pra saber
como eles se locomovem pela cidade, o Apostila dos alunos
...está contando na apostila do
que gostariam que tivesse na cidade para
aluno.
a melhoria de vida, qual aspecto que
você acha negativo na cidade, como você
adquire seu alimento, aquela coisa toda,
então isso ai está contando na apostila do
aluno.

No 2º ano, a gente trabalha: sexualidade, ... a metodologia que a gente Depende da sala
somente no final do 2º semestre. E um usa, depende muito da sala de
pouco de corpo humano. A metodologia aula...
que a gente usa, depende muito da sala
... a gente usa vídeo para Vídeo
de aula. Tem turma que aceita ou não
aceita. Então, por exemplo a gente usa algumas turmas, utiliza texto,
Texto
vídeo para algumas turmas, utiliza texto, ou pega o gancho da própria
ou pega o gancho da própria discussão discussão deles...
deles, e vai formando e vai ampliando.
... geralmente uso o texto, Debate
Então, depende muito da turma. Tem
vídeos, projetados ou
turma que consegue falar, tem turma que
discussões que eles fazem...
não gosta de falar. Depende muito da
característica deles. Geralmente uso o ...o tema saúde mexe demais Contextualização
texto, vídeos, projetados ou discussões com eles. Eu levo o que está
P.7 que eles fazem... Tem turma que o no dia a dia
assunto chama tanta atenção que pelo
menos 60% a 70% deles entra na
pesquisa. Tem grupo que não, tem grupo
que se você passar individual eles
aprendem melhor. Adolescente depende
muito disso, né. Entre eles, mais entre
eles, porque eu não mudo a forma de
trabalhar, mas eles mudam. Então, tem
alguém brincalhão na sala, flui melhor.
Se tem aquele que tira sarro, que se abre
a boca, eles ficam retraídos. E o tema
saúde mexe demais com eles. Eu levo o
que está no dia a dia. Então depende
muito da turma.

Eu num primeiro momento, quando eu Eu trabalho com livro Livro didático


comecei a realizar esse trabalho, até pela didático, caderno do aluno e
questão de ser formado em educação vídeos, tipo do youtube, mais Apostila do aluno
física, eu peguei muito em livros a com professores conhecidos,
Vídeos
P.8 questão toda desses temas, nos livros de professores que você vê que
biologia, e eu tive a oportunidade de tem um conhecimento,
falar um pouco em saúde com os alunos
até agora foram 2 temas que eu me
aproximei um pouco mais, que foi uma
pouco sobre o câncer e sobre DST. E
85

assim, o que eu senti de dificuldade


dentro do nosso currículo foi um pouco
mais de vídeos né? Sobre esses tipos de
temas, que daí eu tive correr atrás, me
preparar até pra mim estar passando pra
eles e estarmos nos aprofundando nesses
temas.

Eu trabalho com livro didático, caderno


do aluno e vídeos, tipo do youtube, mais
com professores conhecidos, professores
que você vê que tem um conhecimento,
uma formação, nada assim que seja um
professor que não tenha uma formação,
um histórico do conhecimento.

Então, eu utilizo o caderninho, de acordo ...eu utilizo o caderninho, de Apostila do aluno


com o currículo, eu trabalho também a acordo com o currículo, eu
questão... eu tento até diversificar a aula, trabalho também a questão...
dentro do possível, eu trabalho o eu tento até diversificar a aula,
Trabalha a questão
caderninho, o livro didático, como dentro do possível, eu trabalho
P.9 ferramenta, pra dar a base, até porque o o caderninho, o livro didático,
caderninho só não dá, eu acredito que os como ferramenta, pra dar a
livros dão a base, o grande, você se base, Diversifica a aula
prepara, você busca uma fonte na
internet, daí eu trabalho dessa forma.

Livro didático

Eu acho que esse tema da saúde, além da ...esse tema da saúde, além da Tema vai além da
proposta curricular ele tem um gancho de proposta curricular ele tem um proposta curricular
buscar a curiosidade dos alunos, e gancho de buscar a
sempre focar contextualizando a curiosidade dos alunos...
realidade, vídeos, entrevistas, a própria
... focar contextualizando a Contextualização
pesquisa do aluno, o próprio... a criação
P.10 realidade, vídeos, entrevistas,
do aluno mesmo, investigação. Vídeos
a própria pesquisa do aluno...
Entrevistas

Pesquisa/Investigaç
ão

Geralmente nessa parte, na vacina e Geralmente nessa parte, na Metodologia


sexualidade, eu fujo muito do tradicional, vacina e sexualidade, eu fujo diferenciada
tem que usar metodologia muito muito do tradicional, tem que
diferenciada, eu acho que.... como são usar metodologia muito
P.11 temas relacionados com a vida deles, e diferenciada, eu acho
são coisas extremamente importantes, que...como são temas
porque eu sei que, se na maioria dos relacionados com a vida deles,
casos, se eles não vem isso comigo, não e são coisas extremamente
vem com ninguém, não terão importantes... Base sobre o
oportunidade de ver, aprender e assimilar assunto e muito
86

isso com nenhuma outra pessoa, não da Primeiro, uma base a respeito vídeo
forma que estou preparado para ajudá- de certos assuntos eles tem
los, não tem abertura na família, o que ter, então acho isso
melhor amigo sempre vai acabar imprescindível, mas daí eu
indicando uma maneira errada... tal levo muito vídeo, na parte do
pessoa fez isso, faz isso também... aluna sistema imunológico, Colocar o aluno
já falou pra mim que ia abortar, porque produção de vacina, de soro... para refletir sobre
uma amiga fez e não deu nenhuma um texto ou
complicação, até você explicar os riscos, situação
falar o que é importante, o que é perigoso
O foco principal do
pra vida dela, não apenas pra vida da
aprendizado é esse, colocar ele
criança, fazer um trabalho de
pra refletir, ele tem que estar
conscientização, porque se engravidou,
ciente do que ele está
geralmente ela vai fazer sexo sem
reproduzindo, eu acho que ele
preservativo de novo, engravidar de
tem que se ver capaz de
novo, de pegar doença, se expondo de
produzir uma situação, de ele
maneira desnecessária, então eu sei que
parar depois de realizar
se eles não verem comigo não vão ver Roda de conversa,
qualquer tipo de exercício e
com ninguém, então eu tenho muito entrevistas e caixa
ver que eles conseguiram
esclarecido na minha cabeça que não dá de perguntas para o
fazer, que eles chegaram
pra eu levar um livro ou passar um texto, tema sexualidade
determinado resultado, eles
e falar é assim, assim, assim, acha no
mobilizarem vários
texto, esse não é nem meu método de
conhecimentos dentro de um
trabalho....
texto ou situação pra ele
Primeiro, uma base a respeito de certos conseguir construir alguma
assuntos eles tem que ter, então acho isso coisa
imprescindível, mas daí eu levo muito
vídeo, na parte do sistema imunológico,
produção de vacina, de soro, como que
acontece, muito...vamos dizer assim, não
seria caso clínico, mas parte prática, ...na questão da sexualidade
vamos pôr a cabeça pra funcionar...a faço bastante roda de
pessoa foi ficada por uma cobra, dá pra conversa, levo entrevistas, de
aplicar uma vacina? Da pra aplicar um especialistas, aquela Laura
soro? O que que é melhor fazer pra vida Muller, do Altas Horas, é
da pessoa? coloco questões pra eles muito interesse levar pra eles,
refletirem, colocar a cabeça pra fazer a caixa de perguntas,
funcionar. O foco principal do muitas vezes tem coisas que
aprendizado é esse, colocar ele pra querem perguntar só pra você,
refletir, ele tem que estar ciente do que assim eles não se expõem, tem
ele está reproduzindo, eu acho que ele que trazer muita cosia
tem que se ver capaz de produzir uma diferente, pra atingir, porque é
situação, de ele parar depois de realizar um tema que eles estão
qualquer tipo de exercício e ver que eles vivendo
conseguiram fazer, que eles chegaram
determinado resultado, eles mobilizarem
vários conhecimentos dentro de um texto
ou situação pra ele conseguir construir
alguma coisa, eu acho muito mais
válido....na questão da sexualidade faço
bastante roda de conversa, levo
87

entrevistas, de especialistas, aquela


Laura Muller, do Altas Horas, é muito
interesse levar pra eles, fazer a caixa de
perguntas, muitas vezes tem coisas que
querem perguntar só pra você, assim eles
não se expõem, tem que trazer muita
cosia diferente, pra atingir, porque é um
tema que eles estão vivendo.

Na saúde, na verdade, ela entra agora no ...a primeira coisa que a gente Pesquisa de
3º Bim no currículo, e a primeira coisa faz, logicamente em cima do conhecimentos
que a gente faz, logicamente em cima do currículo, é uma pesquisa com prévios
currículo, é uma pesquisa com eles pra eles pra ver em que nível eles
ver em que nível eles se encontram pra se encontram pra dar
P.12 dar seguimento ao trabalho. Daí além da seguimento ao trabalho...
apostila, uso o data show, uso muito a
pesquisa na internet com eles junto, na ...além da apostila, uso o data
Apostila, data
própria escola na área de informática. show, uso muita pesquisa na
show, pesquisa na
internet junto com eles na
internet
própria escola

Os pontos que eu trabalho são mais ... Os pontos que eu trabalho Temas do currículo
voltados para o currículo mesmo, são mais voltados para o
basicamente ligado a saúde, nós temos currículo mesmo, basicamente
no 1º ano que você vai trabalhar ligado a saúde...
questões de DST e algumas atividades
que vem do governo envolvendo a
questão da história da vacina, relação
...levantam assuntos que sejam
entre saneamento básico e verminoses, Aborda temas de
mais do interesse deles,
essas cosias, então você trabalha com interesse dos alunos
principalmente DST pois você
dados muito mais matemáticos essas
aborda sexualidade que eles
coisas, levantam assuntos que sejam
sempre estão interessados,
mais do interesse deles, principalmente
porque eles ouvem,
DST pois você aborda sexualidade que
experimentam muita coisa...
eles sempre estão interessados, porque
P.13 eles ouvem, experimentam muita coisa,
mas saber de uma fonte fiel, alguma
coisa é difícil, é o que a rua ensina, a
grande maioria não tem liberdade e
acesso e não conversa sobre esses
assuntos com os pais, a sala de aula, a
escola acaba sendo um ponto importante
pra isso. E no caso das verminoses que
eles nem tem ideia de que tudo que está
em volta da gente pode conter ovos, pode
transmitir, a importância de lavar as
mãos, conceitos básicos de higiene que a
gente deveria ter e a grande maioria não
tem.
88

Os professores daqui da escola usam Os professores daqui da escola Multimídia


multimídia, desenvolvem projetos juntos usam multimídia,
a SEESP, trabalhando sobre sexualidade, desenvolvem projetos juntos... Projetos
DSTs, higiene e usam as vezes, nós
P.14
temos até material para trabalhar, as
vezes o professor tem que se virar, mas
normalmente tem todo material para
trabalhar com os alunos.

Então, falando assim, 2 aulas por ...2 aulas por semana...e tendo Não dá para inovar
semana...e tendo que cumprir o que cumprir o planejamento, o
planejamento, o programa do Estado, não programa do Estado, não dá
dá pra inovar muita coisa. Eu já tentei pra inovar muita coisa...
usar livro didático por exemplo, nossa,
você acaba se atrapalhando, porque você
não termina nem uma coisa nem outra,
P.15 ... minhas aulas praticamente
então minhas aulas praticamente são em Apostila e vídeo
são em cima da apostila...
cima da apostila, e assim, o que tem,
como vídeo, o kit vale sonhar que é
usado já faz anos, desde que chegou a
gente trabalha isso ai. ... o que tem como vídeo, o kit
vale sonhar que é usado faz
anos.

Geralmente os assuntos que envolvem ... assuntos que envolvem Conversa


saúde, envolve DST, envolve prevenção saúde, envolve DST, envolve
e eu procuro usar cada aula, cada prevenção e eu procuro usar
momento que eu sinta que eles estão com cada aula, cada momento que
necessidade de aprender alguma coisa, as eu sinta que eles estão com
vezes eles vem e fazem uma pergunta eu necessidade de aprender......
sinto que é o momento de eu falar, no no momento de interesse que
momento de interesse que eu abordo eu abordo isso...
isso. A gente tem no caderno do aluno,
no 2º semestre tem um momento
especifico pra isso, eu aproveito esse
... no caderno do aluno, no 2º Caderno do aluno
momento também. Eu procuro, assim, a
P.16 semestre tem um momento
aluna veio perguntar pra mim sobre
especifico pra isso... eu já
menstruação dela, daí eu já entro no papo
entro no papo de saúde.
de saúde. O jogo do vale sonhar, que usei
pela primeira vez no ano passado, e eu
achei interessante, tem alguns jogos,
algumas perguntas, que eles nem ... O jogo do vale sonhar, que
Kit vale sonhar
imaginariam como fazer a pergunta, usei pela primeira vez no ano
então acaba ficando legal. Pena que passado, e eu achei
tenha pouco tempo pra gente desenvolver interessante, tem alguns jogos,
isso ai, não dá pra aplicar todos os jogos, algumas perguntas...
a gente seleciona o mais importante.

A gente sempre aborda as atividades A gente sempre aborda as Apostila e Livro


P.17
através de apostila, livros didáticos, e atividades através de apostila, didático
também utilizamos vídeo aula,
89

informática, até pra poder fazer uma livros didáticos...


palestra na sala, a gente utiliza mesmo
pra saúde, pros jovens, pra eles terem
umas prevenções né?
...também utilizamos vídeo Vídeo e informática
aula, informática, até pra
poder fazer uma palestra na
sala, a gente utiliza mesmo pra
saúde, pros jovens, pra eles
terem umas prevenções

O que se chama currículo de saúde hoje, ...quando se trata esses temas Tema transversal
ele praticamente não existe. Antigamente hoje, você trabalha dentro da
nós tínhamos um programa de saúde, na biologia ...não há um
década de 80 uma disciplina chamada direcionamento da saúde não,
programa de saúde que era parte da ela entra em temas
biologia. Então quando se trata esses transversais
temas hoje, você trabalha dentro da
biologia, ou com os projetos que vem do
estado, como o “vale sonhar”, então
...ou com os projetos que vem Projeto vale sonhar
P.18 basicamente a saúde a gente vai
do estado, como o “vale
abordando quando se vê ciclos de
sonhar”,
doenças, bactérias fala um pouquinho, de
vírus um pouquinho mas não há um Aborda saúde nos
direcionamento da saúde não, ela entra ciclos de doença
em temas transversais, ela entra dentro ...basicamente a saúde a gente
saúde uma conversa dentro na disciplina vai abordando quando se vê
mas não há hoje uma disciplina stand ciclos de doenças, bactérias
com o rotulo programa saúde como havia fala um pouquinho, de vírus
décadas atrás. um pouquinho...

De recursos eu utilizo o livro didático, eu De recursos eu utilizo o livro Livro didático


acho que o material que o estado trabalha didático, eu acho que o
tem pouca informação sobre saúde, material que o estado trabalha
principalmente quando eu tento trazer tem pouca informação sobre
algo que ele não aborda isso, mas....no 1º saúde...
ano, que trata mais sobre saúde,
educação sexual, eu trago geralmente
P.19 conteúdos de fora, vídeos explicando Textos de fora e
...no 1º ano, que trata mais
sobre....verminoses, tem uma parte que vídeos
sobre saúde, educação sexual,
fala, eles gostam bastante, quando eu
eu trago geralmente conteúdos
trago vídeos sobre DST, porque só a
de fora, vídeos... eles gostam
gente ficar falando, falando é muito
bastante, ...porque só a gente
maçante, então eu trago imagens e textos
ficar falando, falando é muito
de fora para eles poderem ler.
maçante,

Então, eu começo, eu tento fazer o ...primeiro eu tento chamar a Polêmica para


seguinte, primeiro eu tento chamar a atenção deles com alguma motivar ao debate
atenção deles com alguma coisa coisa polemica, pra dessa
P.20 polemica, pra dessa forma, chamar eles forma, chamar eles para o
para o debate, daí eu início um debate, debate.
onde a gente vai conversando, pra eu
tentar captar o máximo possível do que
90

eles já conhecem do assunto, daí eu


tento, fixar assim, pra ficar mais fácil de
entender alguma coisa eu anoto na lousa, ...daí eu início um debate, Debate para captar
algumas ideias gerais, trabalho muito onde a gente vai conversando, conhecimentos
com a ideia, com conceitos populares, pra eu tentar captar o máximo prévios
algumas pessoas se vinculam muito ao possível do que eles já
que avó falou, a mãe falou, daí trabalho conhecem do assunto...
esses mitos e vai levando dessa forma a
aula, tentando trazer para o cotidiano
deles, tentando descobrir o máximo ... daí trabalho esses mitos e Contextualizando o
possível o que eles sabem e transformar vai levando dessa forma a assunto
em uma informação cientifica. aula, tentando trazer para o
cotidiano deles, tentando
descobrir o máximo possível o
que eles sabem e transformar
em uma informação cientifica.

Normalmente os temas existem no livro ... o recurso mais utilizado Livro didático
didático, o recurso mais utilizado seria o seria o livro didático...
livro didático, mas o que eles tem grande
interesse é nas aulas áudio visuais, que a
gente utiliza os recurso ne, data show,
...eles tem grande interesse é
vídeos da internet pré-selecionados, que Recursos áudio
nas aulas áudio visuais, que a
a gente trabalha, e eles gostam muito visuais
gente utiliza os recurso de data
desse assunto, quando trabalhados dessa
show, vídeos da internet pré-
forma mais ainda. Quando utilizei
selecionados
projetos, na forma de roda de conversas,
marquei lá em Sorocaba no parque da
biquinha, que nós fizemos uma caixa de
perguntas, pra o tema de sexualidade e Quando utilizei projetos, na
eles como são mais inibidos pra falar na forma de roda de conversas, Rodas de conversa
sala de aula, quem fosse na excursão a marquei lá em Sorocaba no com caixa de
gente fecharia o projeto com essa roda de parque da biquinha, que nós perguntas
P.21 conversas, foi muito produtivo, inclusive fizemos uma caixa de
eles sugeriram que a gente fizesse isso perguntas, pra o tema de
com outros temas, porque eles gostaram. sexualidade e eles como são
Também utilizamos o laboratório, por mais inibidos pra falar na sala
exemplo o dorso, pra mostrar os órgãos e de aula, quem fosse na
estar falando, mas…gostaria de ter mais excursão a gente fecharia o
algum recurso, porque toda vez que a projeto com essa roda de
gente usa algo que foge do normal da conversas, foi muito
sala de aula eles gostam. produtivo...

Peças anatômicas
no laboratório
Também utilizamos o
laboratório, por exemplo o
dorso, pra mostrar os órgãos e
estar falando, mas…gostaria
de ter mais algum recurso,
porque toda vez que a gente
usa algo que foge do normal
91

da sala de aula eles gostam.

Os temas de saúde são trabalhados assim, ... uso de data show, livros Data show
com uso de data show, livros didático, didático, reportagens do
reportagens do cotidiano, que eles cotidiano que eles assistem na Livro didático
assistem na televisão, então eles trazem televisão, então eles trazem
Reportagens do
P.22 esse conteúdo, pedem, se estiver esse conteúdo...
cotidiano
relacionado com o nosso conteúdo eles
pedem, daí eu preparo uma aula, monto,
explicou como que é, com o uso de
imagens também.

Bom, pra trabalhar temas de saúde com Eu tento descobrir o que eles Conhecimentos
os alunos, eu tento descobrir o que eles sabem da área ... pra eu não prévios
sabem da área já, por exemplo, quando ficar repetindo tudo, daí sim
eu trabalho DST, fisiologia humana, eu dou o ponto de partida, o
anatomia, eu tento saber o que e eles já ponta pé inicial, e a maneira
sabem pra eu não ficar repetindo tudo, que eu trabalho com eles é
daí sim eu dou o ponto de partida, o tentar ser o mais dinâmico
ponta pé inicial, e a maneira que eu possível...
trabalho com eles é tentar ser o mais
dinâmico possível, sem ser o blá, blá, blá
e pronto e façam, o famoso GLS: giz, Aula falada com
...tento ser mais dinâmico, ter tópicos e lembretes
lousa e saliva, tento ser mais dinâmico,
uma aula mais falada do que na lousa
ter uma aula mais falada do que escrita,
escrita, escrever tópicos na
escrever tópicos na lousa, pra eles
lousa, pra eles lembrarem,
P.23 lembrarem, lembretes e sempre tentar
lembretes e sempre tentar
avaliar no final, pra ver se eles
avaliar no final, pra ver se eles
conseguiram captar, no início de toda
conseguiram captar...
aula, lembra o que eu falei na aula
anterior, vamos continuar isso. Eu utilizo
banners que tem aqui na escola, do Banners sobre o
corpo, e é preciso trabalhar saúde na Eu utilizo banners que tem corpo humano
escola porque é do dia adia, do cotidiano, aqui na escola, do corpo...
então como eu disse tentar sempre
lembrar coisas do cotidiano pra eles, pra Trabalha r saúde a
eles saberem o que está acontecendo, o partir do cotidiano
...é preciso trabalhar saúde na
isso pode acontecer com meu corpo, não
escola porque é do dia adia, do
posso fazer isso se não vai afetar a parte
cotidiano, então como eu disse
do meu hormônio, então eu sempre tento
tentar sempre lembrar coisas
trabalhar com eles.
do cotidiano pra eles

Então...no currículo do caderno do aluno, ...no currículo do caderno do Caderno do aluno


ele já começa falando de gráfico e de aluno, ele já começa falando
tabela. Quando eu pego a turma de de gráfico e de tabela...
p.24 início, e eu não trabalhei com eles antes,
eu procuro sempre trabalhar conceitos; o
que eles acham que é saúde, quais Conhecimentos
.. Quando eu pego a turma de
informações eles tem sobre saúde... então
92

eu procuro trabalhar desse jeito. Cada início, e eu não trabalhei com prévios
escola você acaba trabalhando de um eles antes, eu procuro sempre
jeito porque cada escola você tem trabalhar conceitos; o que eles
ferramentas diferentes, se você tem vídeo acham que é saúde, quais
dá pra utiliza vídeo, se tem data show dá informações eles tem sobre
pra utiliza, se você tem laboratório você saúde...
utiliza o laboratório então acaba tendo
uma variação da recepção da turma
mesmo. Hoje, por exemplo, eu comecei a
Cada escola você acaba Ferramentas
trabalhar com o 1º ano a parte de saúde
trabalhando de um jeito diferentes conforme
do 3º bimestre, daí eu levei o boneco,
porque cada escola você tem a escola
para eles terem uma noção do corpo,
ferramentas diferentes, se você
muitos não haviam, não tinham aquela
tem vídeo dá pra utiliza vídeo,
noção de onde ficava o coração, onde
se tem data show dá pra
ficava o rim, então eu começo a
utiliza, se você tem laboratório
introduzir um pouco mais devagar pra
você utiliza o laboratório...
conseguir trabalhar os conceitos, pra daí
a partir dos conceitos você conseguir
elaborar.
Hoje, por exemplo, eu
Boneco para
comecei a trabalhar com o 1º
anatomia humana
ano a parte de saúde do 3º
bimestre, daí eu levei o
boneco, para eles terem uma
noção do corpo...

Tabela 8 - Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 2: Comente


sobre o interesse e participação dos alunos nas aulas que abordem os temas sobre saúde, seus
facilitadores e dificultadores.

Profess
or
Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)
Colabo
rador

É.... quando é bem relacionado, que nem É....quando é bem Temas relacionados
o terceiro ano, estava dando a parte do relacionado... com doenças
sistema respiratório, quando entre na despertam interesse
parte de saúde em si, doenças, daí você ...quando entre na parte de
P.1 vê interesse porque muitos apresentam saúde em si, doenças, daí você
uma asma, bronquite, doenças do vê interesse porque muitos
coração ou sistema circulatório, então apresentam uma asma,
isso chama atenção, e chamando atenção bronquite...
Ciclo de vida dos
de um chama acaba chamando atenção parasitas desfoca a
...parasitas, assim, as vezes
de outros, porque daí eles falam assim
93

“nossa”, porque não sabiam que o colega não chama tanta atenção atenção
as vezes tinham, ou a mãe do colega porque entra na parte do ciclo
tinha, então isso chama a atenção. Outros e tal... como que pega e essa
fatos, por exemplo, que aconteceram no parte desfoca um pouco
3º ano falar as vezes de doenças né…de
parasitas, assim, as vezes não chama
tanta atenção porque entra na parte do
...eles querem até saber o que
ciclo e tal, como que pega e essa parte
é a doença, quais os sintomas
desfoca um pouco, as vezes eles querem
mas os modos de transmissão,
até saber o que é a doença, quais os
o ciclo ali pra entender um
sintomas mas os modos de transmissão, o
pouco da logística de como
ciclo ali pra entender um pouco da
evitar na prevenção e tudo
logística de como evitar na prevenção e
mais, daí foca pouco a atenção
tudo mais, daí foca uma pouco a atenção
deles.
deles.

Eles ficam com muita dúvida na Eles ficam com muita dúvida Interesse maior em
verdade...ficam, eu acho... que têm um na verdade...têm um interesse temas de saúde
interesse maior quando a gente fala de maior quando a gente fala de
saúde do que quando fala de outros saúde do que quando fala de
conteúdos, eu acho...que tem interesse outros conteúdos...
maior, às vezes comentam...por exemplo,
quando digo que falar de clonagem...eles ...eles tem interesse maior
Interesse maior
começaram a perguntar, eu levei bom quando fala da saúde, ou
quando são
tempo para explicar, sobre a quando inclui eles na
incluídos na
espermatozoide, sobre a ovulação, ou conversa. Eu acho que
discussão
eles começam a perguntar sobre gêmeos, participam mais, gostam
como é que nascem os gêmeos, aí foram mais...
perguntando...como eu falei que ela foi
feita de inseminação artificial...tive que
explicar a inseminação artificial e ...eu
P.2 fiz pós em inseminação...Daí
perguntaram sobre das doenças...Não é
sempre a mulher que tem problemas de
fertilização, expliquei que podia ser do
homem...eles começaram a perguntar...às
vezes...a aula não é daquele assunto
...eles tem interesse maior quando fala da
saúde, ou quando inclui eles na conversa.
Eu acho que participam mais, gostam
mais... Daí eu cito um exemplo:
“Ninguém não conhece ninguém que o
casal não consegue engravidar?”, um
falava: “Ai, minha tia...” então eles
acabam se incluindo...

O interesse é muito grande, eles adoram ...O interesse é muito grande, Interesse grande
esse tipo de coisa, se realizam, fazem eles adoram esse tipo de coisa, nesse tipo de coisa
P.3
questões, fazem brincadeira, tem que ter se realizam, fazem questões,
jogo de cintura. fazem brincadeira, tem que ter Brincadeiras
94

jogo de cintura.

Nesse tema tenho uma facilidade de Nesse tema tenho uma Facilidade de
trabalhar, uma que eu gosto do conteúdo, facilidade de trabalhar, uma trabalhar
e a outra porque os alunos se mostram que eu gosto do conteúdo...
mais interessados. Mas a participação Os alunos se
deles é diferente de sala pra sala, mas ...alunos se mostram mais mostram
P.4
gostam dos debates. interessados... interessados

...a participação deles é Participação


diferente de sala pra sala... diferente em sala de
aula

Depende da sala, tem sala que aceita bem ...tem sala que aceita bem o Alguns aceitam
o tema, mas tem alguns poucos assim tema, mas tem alguns poucos bem o tema
que eles são indiferentes, então a gente assim que eles são
tenta colocar de forma mais abrangente, indiferentes...
eu divido o vídeo em partes, o vídeo eu
Outros não aceitam
P.5 coloco após eu ter passado a matéria na
o tema
lousa, já foi exposta, xerocada, feita uma
leitura compartilhadas, então eu vou
fracionando o vídeo, dividindo em partes
pra que eles raciocinam em cima do que
foi explicado em sala de aula.

Quando se fala em saúde o interesse é Quando se fala em saúde o Interesse maior em


maior, inclusive quando eles fazem essa interesse é maior... saúde e DST
pesquisa eles trazem até a foto da pessoa
P.6 que eles entrevistaram, com avó, bisavó. ... quando o assunto está
Ainda mais quando o assunto está relacionado a DST, aí o
relacionado a DST, aí o interesse é interesse é maior.
maior.

Isso também depende da sala, geralmente ...depende da sala... Interesse depende


eles gostam do assunto, fazem da sala
P.7 brincadeiras, perguntam... ... geralmente eles gostam do
assunto Geralmente gostam
do assunto

Nesse momento nós conseguimos ... trabalhando com esses Temas despertam
bastante atenção deles, trabalhando com temas em diversos momentos atenção
esses temas em diversos momentos eu eu consigo mais atenção
consigo mais atenção deles, do que por deles...
exemplo sobre uma cadeia alimentar,
... temas que estão ligados Facilidade com
P.8 esses temas que estão ligados
diretamente ao dia a dia deles, temas do dia a dia
diretamente ao dia a dia deles, eu senti
mais facilidade. Por exemplo a primeira eu senti mais facilidade...
pergunta pra eles quando eu fui falar do
câncer, dentro do meio de vivencia deles,
com certeza eles já ouviram falar de
alguém que teve um câncer, e eu
95

consegui me aprofundar no assunto.

Eles tem interesse, na área de ecologia, ... na área de ecologia os Desinteresse em


os alunos hoje tem dificuldade, tem um alunos hoje tem dificuldade, ecologia
certo desinteresse na aprendizagem, mas tem um certo desinteresse na
na saúde eles fazem na medida do aprendizagem...
possível. Saúde é um tema transversal,
P.9 ... na saúde eles fazem na Interesse na saúde
que você sempre pode estar colocando,
na medida do possível, quando, é claro, medida do possível...
entra no currículo o foco, em questões
oportunas eu falo dos temas relacionados
a saúde também.

Sim, eu acho que quando se fala na saúde ... sim, eu acho que quando se Mídia é boa
usa-se muito a mídia também, é uma boa fala na saúde usa-se muito a parceira
parceria, então chama sim, pois é mais mídia também, uma boa
próximo, mais concreto pra eles, a parceira... Interesse porque é
realidade vivida. Participam, tem uma mais próximo
P.10 curiosidade a mais, como na sexualidade, ...chama pois é mais próximo,
tem a participação e o interesse maior. mais concreto pra eles, a
realidade vivida...
Participam porque
... Participam, tem uma tem curiosidade
curiosidade a mais...

A questão de saúde, da sexualidade, é o A questão de saúde, da Interesse em saúde


tema da biologia que eles estão mais sexualidade, é o tema da e sexualidade
abertos a participação, porque é o corpo biologia que eles estão mais
deles, eles estão passando por esse abertos a participação...
momento, e como eles não tem auxilio
... é interessante pra eles, eles Até os resistentes se
nenhum em casa, falta diálogo familiar,
se interessam, eles veem que interessam
eles vem que você está tentando...então é
P.11 interessante pra eles, eles se interessam, dá pra aprender, até aqueles
eles veem que dá pra aprender, até que são mais resistentes...
aqueles que são mais resistentes, que
acham que já sabem, eles acabam vendo
que a questão é um pouco mais difícil,
acabam vendo que tem muitas cosias que
eles não sabem, que nós acabamos
trazendo, então eles se interessando.

Nesse tema eles tem um pouco mais Nesse tema eles tem um pouco Mais interesse em
interesse sim, porque entra agora na mais interesse sim, porque qualidade de vida e
adolescência e qualidade de vida, que entra agora na adolescência e sexualidade
P.12
entra a parte da sexualidade, que chama a qualidade de vida, que entra a
atenção deles, então eles tem mais parte da sexualidade, que
interesse sim. chama a atenção deles...

Ahhh eles se interessam muito por esses ... se interessam muito por Interesse pelo tema
P.13
temas, daí é mais fácil de trabalhar. esses temas...

É diferente, porque assim, normalmente ...quando tem uma aula Interesse pelo tema
P.14
o professor está com o giz, a lousa e.... os diferente os alunos ficam
professores são motivados para trabalhar interessados sim, muito Interesse quando a
96

em relação a isso, então quando tem uma interessados. Pela didática didática é
aula diferente os alunos ficam diferenciada e pelo tema que diferenciada
interessados sim, muito interessados. não faz parte do dia a dia do
Pela didática diferenciada e pelo tema aluno.
que não faz parte do dia a dia do aluno.

Eu acho assim, quando a gente, como ... a parte de saúde é a parte Interesse pelos
professor de biologia, a gente já vai mais que eu mais gosto, do corpo temas de saúde e
pra essa área, eu dou aula de ciências humano, e isso faz com que o sexualidade
também, a parte de física, química, não é aluno apreenda mais...
muito da área, então a parte de saúde é a ... eu acredito que o interesse Participação varia
parte que eu mais gosto, do corpo seja maior... conforme a sala
humano, e isso faz com que o aluno ... O vale sonhar é uma aula
P.15 apreenda mais, então eu acredito que o que eles participam, eles Vale sonhar
interesse seja maior. O vale sonhar é uma adoram... desperta muito
aula que eles participam, eles adoram, ... sobre sexualidade eles interesse
uma vez o professor de sociologia entrou gostam...
na aula, participou junto com a gente, ...a participação não é sempre
então sobre sexualidade eles gostam, a mesma, todos os anos, cada
então a participação não é sempre a sala é diferente.
mesma, todos os anos, cada sala, é tudo
diferente.
Nesses temas eles tem mais interesse, Nesses temas eles tem mais Interesse no tema
quando a gente usa algo diferente na interesse, quando a gente usa saúde
P.16
aula, tira dúvidas...pena que é pouco algo diferente na aula, tira
tempo... dúvidas...pena que é pouco Interesse maior com
tempo... estratégias variadas
Pra eles é interessante, tem temas que pra Pra eles é interessante, tem Interesse pelo tema
eles não estão sendo muito atrativos, mas temas que pra eles não estão saúde
P.17 área da saúde é bastante, surgem muitas sendo muito atrativos, mas
dúvidas, perguntas, e através dos slides, área da saúde é bastante,
vídeos e tal eles ficam chocados e tal surgem muitas dúvidas,
com coisas do seu dia a dia. perguntas...
Eles são receptivos, parte de ciências e Eles são receptivos, parte de Interesse em
biologia eu nunca tive muita dificuldade ciências e biologia eu nunca biologia e ciências
porque você contextualiza muito, insere tive muita dificuldade porque
na vida dele, mostra que aquilo tem uma você contextualiza muito, Interesse em saúde
aplicabilidade prática, tem onde ele usar insere na vida dele, mostra que e sexualidade
aquilo, não é uma cosia assim teórica que aquilo tem uma aplicabilidade
está fora da vida dele, eu não sinto prática, tem onde ele usar
dificuldade nem em ciências, nem em aquilo, não é uma cosia assim
biologia. Mas na parte de saúde eles se teórica que está fora da vida
interessam sim, tanto que tenho uma dele, eu não sinto dificuldade
aluna do 3 º do médio que pediu pra falar nem em ciências, nem em
sobre sexualidade, porque a gente segue biologia.
P.18 a apostila, mas eles gostam, isso chama a
atenção deles. Quando mostra ciclo de ...na parte de saúde eles se
verminose, porque vem aquele folclore interessam sim, ...eles gostam,
de que a gente nasce com uma lombriga. isso chama a atenção deles...
Então tem interesse do aluno, mas ficam Não há um
aquela coisa, pinceladas em ...pinceladas em determinados programa
determinados conteúdos e não há um conteúdos e não há um organizado
programa organizado, vem os projetos, o programa organizado, vem os
vale sonhar é um deles, da sexualidade, projetos, o vale sonhar é um
mas são aulas que você insere não há deles, da sexualidade, mas são
alguma coisa continua, não sei se é todo aulas que você insere não há
ruim, talvez precisasse mais aulas de alguma coisa continua...
biologia, não apenas 2 aulas, se houvesse
mais tempo de aula, poderia ser melhor
97

tratado, eles tem interesse. No


fundamental também eles se interessam,
usar ou não já é outra coisa, mas.... Ele
tem interesse sim, as vezes tem mais
interesse quando você começa do que
propriamente pela biologia padrão essas
coisas, então poderíamos dar uma
atenção maior pra isso.
Em relação aos temas de saúde eu ... temas de saúde eu percebo Interesse no tema
percebo que eles possuem um maior que eles possuem um maior saúde
interesse sim, e daí até procuro me interesse sim...
aprofundar melhor, por exemplo no 3º
ano, quando a gente trabalha a ...procuro me aprofundar Aprofundar e
diversidade, dentro dos grupos de melhor, ...quando a gente articular com os
P.19 diversidade eu procuro trazer os trabalha a diversidade...eu temas de biologia
elementos de saúde, como doenças procuro trazer os elementos de
causadas por protozoários, bactérias, saúde, como doenças causadas
discutir isso ai…deixa eu ver o que por protozoários, bactérias,
mais…então eu procuro sempre trazer discutir isso ai…
essencial pra eles e eles não tem
conhecimento geralmente, e sempre são
errôneos.
A parte que mais importa a eles é a área A parte que mais importa a Interesse maior em
da orientação sexual, principalmente, eles é a área da orientação orientação sexual
tirar dúvidas do que do sistema em si, da sexual, principalmente, tirar
reprodução em si, tipo, tamanho e dúvidas...
anatomia de pênis, primeira relação, o Resistência à os
que engravida ou não, o que pega ...quando você vai tratar das temas sobre
doenças ou não, tipo um fale garoto do doenças, existe um pouco de doenças
Groisman, nessa parte é bom ...parece resistência, porque é
que eles estão do nosso lado. Agora inconveniente...
quando você vai tratar das doenças, Não é possível usar
existe um pouco de resistência, porque é ...tem sala que você não pode imagens que
inconveniente, um pouco grande, tem trabalhar com imagem, elas chocam
P.20 sala que você não pode trabalhar com chocam, mas tem gente que já
imagem, elas chocam, mas tem gente que não presta atenção....
já não presta atenção.... Eu tenho Está se perdendo o
percebido o seguinte, que o medo de ...Eu tenho percebido o medo de pegar
pegar a doença tá sumindo, por mais que seguinte, que o medo de pegar doença
você trabalhe com imagens, a gente a doença tá sumindo, por mais
trabalha com.... um sensacionalismo, que você trabalhe com
perder o pênis, não poder mais ter filho e imagens...
tal, mas não tá fazendo muito parte da
vida deles. Eu percebo que no passado a
gente tinha mais esse medo, porque a
gente tinha atrizes, cantores que
morreram de DST, hoje em dia isso está
mais distante.
Lógico que a gente está sempre lutando ... pelos comentários deles a Aceitação grande
contra alguns casos, como a gravidez na gente nota uma aceitação de temas sobre
adolescência que é muito difícil zerar muito grande desses temas... sexualidade
completamente. Mas pelos comentários Rotina dificulta
P.21 deles a gente nota uma aceitação muito A rotina dificulta e temas que Desinteresse dos
grande desses temas. Algumas coisa que os meninos acham que não meninos por temas
dificultam são a rotina e temas que os estão envolvidos, como que não estão
meninos acham que não estão menstruação e vacina do HPV. envolvidos
envolvidos, como menstruação e vacina
do HPV.
P.22 Eles participam bastante, porque são ...eles participam bastante, Participam porque
temas relacionados ao cotidiano deles, porque são temas relacionados são temas do
98

muitas vezes eles vivenciam, muitas ao cotidiano deles... cotidiano


vezes os avós passaram por certas ... Eles tem mais interesse
doenças que não existem mais, então eles nessa área, porque também Interesse em
querem saber como aquilo ocorreu, como querem saber do corpo deles... conhecer o corpo
o familiar dele morreu com determinada
doença, então são coisas do cotidiano
deles. Eles tem mais interesse nessa área,
porque também querem saber do corpo
deles, do que eu está acontecendo com
eles ou não.
Não é igual não, tem alguns alunos Não é igual não, tem alguns Aceitação desigual
aceitam de uma maneira mais legal, tem alunos aceitam de uma entre os alunos
outros que não gostam muito de aceitar, maneira mais legal, tem outros
sempre tem aquela brincadeirinha na que não gostam muito de
sala. A maioria aceita porque, como já aceitar, sempre tem aquela
disse, é parte do dia a dia, são cosias que brincadeirinha na sala.
acontecem om o corpo deles, coisas que Aceitação porque
eles em que passar, é diferente de você A maioria aceita porque, como são temas do
P.23 falar por exemplo de biomas, parte de já disse, é parte do dia a dia, cotidiano
vegetação, se não é uma vegetação da são cosias que acontecem om
nossa região, da nossa área, pra trabalhar o corpo deles, coisas que eles
com eles fica muito nas nuvens, na em que passar,
imaginação do aluno como que é, então
na parte da saúde, em todo lugar que
você for, é o que vai envolver eles
inteiramente, então eles aceitam de
maneira mais adequada, porque faz parte
do dia a dia, é cosias deles mesmo.
Eu acho que eles tratam saúde, eles ...recebem melhor temas é.... Aceitação melhor
recebem um pouco melhor que alguns relacionados ao sexo ... de temas sobre
temas. Por exemplo, é.... recebem melhor sexualidade
temas é.... relacionados ao sexo eles Em saúde parece que diminui
gostam, geralmente eles são bem um pouco, cada ano eles se Interesse menor por
interessados. Em saúde parece que interessam menos... temas
p.24 diminui um pouco, cada ano eles se
interessam menos, mas se você acaba ...mas se você acaba pegando Exemplos do
pegando exemplos do cotidiano, por exemplos do cotidiano, por cotidiano motivam
exemplo, daí você consegue trazer ele exemplo, daí você consegue
um pouco mais, sempre tem, as vezes, trazer ele um pouco mais...
casos de doenças na família, daí um
acaba perguntando porque tem maior
interesse mais por causa disso.
Tabela 9: Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 3: Relate se
você, no dia a dia da sala de aula, consegue ter uma devolutiva, um feedback do aluno em
relação aos temas saúde, percebe alguma mudança em seu comportamento.

Profess
or
Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)
Colabo
rador

Olha, que nem na vacina, dando exemplo ...a gente fala a vacina de 15 Devolutiva de
da vacina, é.... a gente fala a vacina de 15 anos e tal, daí chega na outra poucos
anos e tal, daí chega na outra aula aula algumas já tomaram
P.1
algumas já tomaram atitude: “ai atitude...
professora, tô com o braço todo doido,
porque tomei a vacina que você falou na ...a quantidade é pouca,
porque a gente queria atingir é
99

outra aula”, então acontece isso, mas 100%, e a gente não atinge,
assim, é pouca, a quantidade é pouca, atinge as vezes 20% da sala.
porque a gente queria atingir é 100%, e a Nem sempre se
gente não atinge, atinge as vezes 20% da Nem sempre a gente consegue consegue atingir
sala, chutando bem alto né, porque nem atingir
sempre a gente consegue atingir.

Não sei…é difícil de dizer, de ...é difícil de dizer, de É difícil medir


contabilizar isso...é mais ao longo prazo, contabilizar isso...é mais ao
P.2 A devolutiva é a
se ficamos vários anos com a mesma longo prazo, se ficamos vários
turma. anos com a mesma turma. longo prazo

Não dá pra medir isso ai, porque as vezes Não dá pra medir isso...alguns É difícil medir
algum aluno vem procurar, fiz aquilo que alunos vem procurar, fiz
você falou, as vezes falam da tabelinha, aquilo que você falou...
pedem explicação, num canto... então é
...no geral a gente não tem Devolutiva em
assim.... você vê que ela realmente vai
P.3 esse retorno, mas em alguns alguns casos
utilizar aquilo, ou as vezes ele toma
algum anabolizante, algum produto e ele casos em particular sim.
quer tomar, daí ele vem perguntar, mas
no geral a gente não tem esse retorno,
mas em alguns casos em particular sim.

Olha, por parte de algumas salas de aula ... de algumas salas de aula eu Devolutiva em
eu consigo perceber, nossa realidade não consigo perceber... algumas salas
é em todas as salas que eu consigo
perceber.... Mas em algumas temos um
P.4 retorno, eles comentam o que aconteceu
...algumas temos um retorno,
em casa, o que ele aprendeu, então
eles comentam o que
sempre tenho esse tipo de conversa com
aconteceu em casa, o que ele
os alunos.
aprendeu...

Alguns sim, vem falar comigo, inclusive Alguns sim, vem falar Devolutiva de
foi falado sobre alimentação saudável, e comigo... alguns
eu coloquei uma reflexão pra eles
estarem fazendo, um questionário sobre a ...eles tem sim uma Alguns demonstram
alimentação, os que aumentam ou consciência depois que a gente consciência
reduzem a taxa do colesterol, os começa a questionar, através
alimentos que contribuem com essas dessa autorreflexão.
taxas, para a gordura serem maléficas ou
benéficas, daí eles falam assim: “ahhh
P.5
esse aqui aumenta o colesterol ruim?”
Daí tinha uma comendo salgadinho
dentro da sala, e ela falou que come
normal, então alguns tem consciência,
mas eu falei que isso não tem valor
nutricional nenhum, que só é prejudicial.
Daí eles responderam o questionário, as
vezes eles criam uma certa consciência,
eu já tive muito mais ansiedade em
relação a isso, hoje eu faço a minha
100

parte, cobro, ando pela sala de aula, faço


uma avaliação somatória, mas enfim,
eles tem sim uma consciência depois que
a gente começa a questionar, através
dessa autorreflexão.

Sim, consigo perceber, porque, veja bem, Sim, consigo perceber... Percebe que tomam
quando se fala em saúde se fala em mais cuidado
higiene também, então eu percebo que na ... quando se fala em saúde se
sala de aula eles já tomam mais cuidado, fala em higiene também, então
se previnem mais, e quando se fala em eu percebo que na sala de aula
DST, as perguntas são...chove de eles já tomam mais cuidado...
P.6
perguntas, a gente percebe que eles estão se previnem mais...
Estão preocupados
muito preocupados. com DST
...quando se fala em DST, as
perguntas são...chove de
perguntas, a gente percebe que
eles estão muito preocupados.

Ah... só consigo perceber no dia a dia ... só consigo perceber no dia a Percebe no dia a dia
com eles, no bate papo e conversa, mas dia com eles, no bate papo e
não é algo mensurável, varia muito. conversa... Não é mensurável
P.7
...não é algo mensurável, varia
muito.

Eu sinto que não 100% do grupo, mas ... não 100% do grupo... Devolutiva de
teve uma porcentagem que realmente se parte do grupo
interessou, que veio perguntar e
questionar e não chegaram pra mim com
...teve uma porcentagem que
uma resposta de como trabalharam isso
realmente se interessou, que Interesse indica que
em casa, mas esse fato de ele se
P.8 veio perguntar e questionar e vai compartilhar
interessar, entendo eu que ele vai
não chegaram pra mim com
compartilhar essa situação.
uma resposta de como
trabalharam isso em casa, mas
esse fato de ele se interessar,
entendo eu que ele vai
compartilhar essa situação

Olha, o objetivo é focar a saúde é que ... eu acho que é de forma Absorção regular
eles melhorem sempre, mas eu vejo regular a absorção deles...
nossa clientela é ruim, é uma clientela
assim, eles não tem aquele interesse por
parte de…da pesquisa, do estudo, então a
P.9 gente procura trabalhar os temas
principais em saúde e conscientizar, eu
acho que é de forma regular a absorção
deles, até pelo desinteresse, isso trava
tudo, no Estado é delicado, tudo isso é
complicado, conforme eu já comentei.

Sim... alguns sim, eu acho que é mais ali ...alguns sim, eu acho que é
P.10
momentâneo, pegando uma época, traz mais ali momentâneo,
Devolutiva de
101

perguntas a partir daí começa meu pai, pegando uma época, traz alguns
minha mãe teve, no meu bairro é assim e perguntas a partir daí começa
eles acabam associando mesmo. meu pai, minha mãe teve, no
meu bairro é assim e eles
acabam associando

Olha, não medimos nada, é só através da ...não medimos nada, Não é medido
conversa e da observação do
P.11 comportamento deles ao longo das aulas. ...é só através da conversa e da Percebe no dia a dia
observação do comportamento
deles ao longo das aulas.

Não consigo perceber, só através da Não consigo perceber, só Não consegue


P.12
conversa. através da conversa. perceber

Olhe, eu acho que não por conta de que ...eu acho que não por conta Não percebe
eu não trago material externo, então a de que eu não trago material
gente discute, conversa, trabalho com externo...
imagens, com coisas de tecnologia mas
... são hábitos, e você quebrar São temas difíceis
não trago nada de fora diferente pra eles,
hábitos vai muito além de uma de trabalhar
nesse sentido. Mas é que são hábitos, e
você quebrar hábitos vai muito além de informação, além de uma
uma informação, além de uma sensibilização que você receba
sensibilização que você receba na escola, na escola... depende do corpo
P.13 a corpo, da família, são coisas
depende do corpo a corpo, da família,
são coisas difíceis de trabalhar. É o difíceis de trabalhar
mesmo caso das questões sexuais, da
gravidez na adolescência, você pode até
sensibilizar, eu trago imagens, eles ficam
chocados, com o parto, mas a prática
depende de valores, instrução, de
conversa, de algo mais...que eles
deveriam ter na casa e não tem.

Acho que não... mas se você falar todo ...acho que não... Não percebe
dia, vai falando, isso vai fazendo parte do
aluno e normalmente ele vai falar em ... se você falar todo dia isso Se falar todo dia vai
P.14 casa: mãe, a professora falou que precisa vai fazendo parte do aluno e fazer parte do aluno
olhar meu cabelo, o cabelo do meu irmão normalmente ele vai falar em
se não tem pilho, precisa escovar os casa...
dentes, faz parte do dia a dia do aluno

Quando você fala, temas abordando ... temas abordando saúde Alguns relacionam
saúde sempre tem alguém que fala: sempre tem alguém que fala: com a vivência
“ahhhhh me vô tem, minha vó tem, “ahhhhh meu a vô tem, minha
minha mãe tem...” sempre acaba vindo vó tem...já conheço tal coisa...
P.15 assim, “já conheço tal coisa”, etc. É que
aqui a comunidade é meio complicadinha
não são muito participativos,
mas...depende do interesse, e é assim,
sempre tem um ou outro numa sala de
aula que tem mais interesse.
P.16 Não... só através de conversa, do que eles Não... só através de conversa, Devolutiva em
contam. do que eles contam conversas
102

Sim, muito, a gente percebe melhor no Sim, muito, a gente percebe Percebe
P.17 olhar do jovem, como também nas melhor no olhar do jovem, Olhar do jovem
perguntas, porque eles se espantam as como também nas perguntas...
vezes com determinadas situações.
É difícil de contabilizar isso, é mais É difícil de contabilizar isso, é Difícil mensurar
através da conversa, da observação da mais através da conversa, da Conversa e
P.18
mudança de atitude, já que dou aulas em observação da mudança de Observação
todas as séries do Ensino Médio. atitude

Agora eu consigo perceber, pois estou Agora eu consigo perceber, Percebe ao


completando uma turma, daí observo o pois estou completando uma complementar a
P.19 comportamento deles, as atitudes e turma... turma
consigo ver uma mudança. ... observo o comportamento
deles, as atitudes e consigo ver Observa o
uma mudança. comportamento
Não consigo perceber…é algo muito Não consigo perceber... Não percebe
P.20 discreto, só se eles comentam algo. ...é algo muito discreto, só se
eles comentam algo. Percebe apenas
quando comentam
Olha quando a gente fica com uma turma ... quando a gente fica com Percebe quando
ao longo de mais de um ano, um tempo uma turma ao longo de mais acompanha a turma
maior pra gente estar percebendo a gente de um ano, um tempo maior
consegue sim notar uma diferença, até pra gente estar percebendo...
pelos comentários deles. Convidei uma ... a gente consegue sim notar Percebe pelos
profissional dos dentes, uma dentista pra uma diferença, até pelos comentários
P.21
vir dar uma palestra fechando o que a comentários deles...
gente já tinha trabalhado e ela fez uma
triagem com os alunos e percebeu que
eles tinham uma boa higiene bucal.
Comentou que a nossa turma aqui foi
uma das escolas que ela observou mais
resultados.
Ah sim, eles mudam bastante o ... mudam bastante o Percebe pelo
comportamento, perguntam bastante me comportamento, perguntam interesse ao tema
relação aos temas de saúde, tem alunos bastante me relação aos temas
de inclusão que eles perguntam: “Eu de saúde...
posso? Tenho que ir no médico? Como
P.22
chama o médico? O que eles vão fazer
comigo? Você é professora de ciências,
de biologia, você tem quem me ajudar”.
Então eu tento ajudar, explicar sobre
vírus, bactérias, as viroses, doenças,
então sempre procuro ajuda-los.
Sim, sim, é fácil de ver mudança porque ...é fácil de ver mudança... Percebe com
aqueles que já conheciam alguma coisa ... uma coisa que ele facilidade
é...eles ficam normais, agora os que não conseguiu perceber, conseguiu
sabiam já aconteceu de aluno entrar na associar a alteração no seu Percebe pela
sala e falar: “professor hoje, eu tive um corpo e o que provocou essa associação com
frio na barriga, o ônibus encalhou e eu mudança, o que está agindo situações
tive um frio na barriga e eu sei que foi a em seu corpo, alguns tem vivenciadas
P.23 noradrenalina que está agindo no meu facilidade de compreensão,
corpo”, então é uma coisa que ele vendo que isso faz parte deles,
conseguiu perceber, conseguiu associar a então estão recebendo bem a
alteração no seu corpo e o que provocou informação também....
essa mudança, o que está agindo em seu
corpo, então alguns tem facilidade de
compreensão, vendo que isso faz parte
deles, então estão recebendo bem a
informação também.
103

Se você, por exemplo, comparar o …se...comparar o trabalho do Percebe ao final do


trabalho do início do bimestre pro final início do bimestre pro final do bimestre
do bimestre, você consegue sentir sim, bimestre, você consegue sentir
dependendo da sala, dependendo do sim...
ambiente você sente sim uma melhora,
uma evolução nesse entendimento deles ... dependendo da sala, Percebe
na parte de saúde. Pois eles acreditam dependendo do ambiente você dependendo do
muito no que veem na TV, e nem sempre sente sim uma melhora, uma ambiente
p.24
é isso que acontece, então as vezes você evolução nesse entendimento
mostra uma outra parte pra eles, e deles na parte de saúde...
deixam eles na dúvida, então eu sempre
digo pra eles: Nunca acreditem naquilo
que vocês ouvem, escuta e vocês
pesquisam pra ter certeza, pois hoje em
dia qualquer um pode falar alguma coisa
e a gente não sabe se isso é verdade ou
não.

Tabela 10: Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 4: Descreva
sobre seu sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e a qualidade de
vida do seu aluno e dos seus familiares.

Profess
or
Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)
Colabo
rador

Ah, eu acho que somos responsáveis, ...eu acho que somos Responsável pela
principalmente pela orientação né? responsáveis, principalmente orientação
Nosso foco aqui é orientar além de pela orientação...
passar o aprendizado, pra ele poder se
prevenir e certas circunstancias ele
evitar, então acho que nosso principal
Nosso foco aqui é orientar
foco seria a orientação devido essas Responsável por
além de passar o aprendizado,
doenças mesmo, o modo de transmissão, passar o
pra ele poder se prevenir e
pra que ele possa numa situação, poder aprendizado
certas circunstancias ele
dizer: “Não! Isso não é legal porque pode
evitar,
acontecer aquilo!” Pra ele poder se
P.1
prevenir, nosso foco mesmo é a
orientação, tanto na parte de vacinação,
quando a gente entra no 1º ano e fala
muito da história da vacinação, a gente
comenta o que é importante, eles terem
na vida reprodutiva traz, fazendo a
vacinação correta de 15 anos, as meninas
do HPV que teve assim, uma grande
campanha pra vacinação gratuita, é mais
com o intuito de “ai mais dói
professora...”, mas pense bem, essa
dorzinha agora poder evitar um
104

tratamento de câncer que vai ser muito


mais dolorido, então o nosso papel
principal é a orientação e junto com ela a
informação pra eles saberem o porquê,
então é crucial nessa parte.

Eu acho que sim, que podemos Eu acho que sim, que Sente-se
influenciar. Por exemplo, agora a gente podemos influenciar... a gente responsável
está participando de um projeto de sente que tem uma
drogas, né...só que está no começo, está responsabilidade em relação
no 1º módulo e ... só que nesse projeto a ao aluno,
gente vê a ação assim, que às vezes o
professor tenta trabalhar sozinho, e a Responsabilidade
gente sente que tem uma compartilhada
...mas talvez, se fosse um
responsabilidade em relação ao aluno,
projeto ou que mais
mas talvez, se fosse um projeto ou que
professores estivessem
mais professores estivessem juntos...a
juntos...a gente teria uma
gente teria uma resposta melhor...Igual
resposta melhor...
ao projeto do ano passado, nossa escola
fez sobre a sexualidade, eu desenvolvi o
projeto, mas aí...eu senti que os alunos O professor de
deram maior importância ainda, porque ...eu acho que o professor de biologia é
os outros professores estavam ciências e de biologia eles são procurado pelos
comentando também, então eles sentiram vistos pelo aluno como alunos
mais interessados, às vezes não houve só alguém que entende sobre
P.2 seu ponto de vista, às vezes tem outras saúde, então eles buscam
informações, que a gente não sabe, mas muitas vezes a gente...
os professores podem passar, mas eu
acho que o professor de ciências e de
biologia eles são vistos pelo aluno como
. a melhoria do sistema não
alguém que entende sobre saúde, então
parte só dos alunos, mas dos
eles buscam muitas vezes a gente...caso
professores também querer
de aluna grávida...de 1º ano, gestante... Os professores
mudar, porque na verdade a
eles vem atrás da gente em busca de precisam mudar
saúde um tema transversal e
perguntas a respeito de
transdisciplinar... mesmo que
anticoncepcional...Então, pensando nesta
o aluno veja o professor de
forma, às vezes não a melhoria do
ciências e biologia mais
sistema não parte só dos alunos, mas dos
encarregado, mais próximo
professores também querer mudar,
dele.
porque na verdade a saúde um tema
transversal e transdisciplinar... mesmo
que o aluno veja o professor de ciências
e biologia mais encarregado, mais
próximo dele.

Acho que como um professor, e de ...como um professor, e de Sente-se


P.3 biologia a gente tem que ter essa biologia a gente tem que ter responsável como
responsabilidade sim, e tratar desses essa responsabilidade professor de
temas, realmente orientar corretamente o sim...…orientar corretamente
105

aluno. Mas quando se fala em o aluno... biologia


responsabilidade até a consciência pesa,
pois a gente não trata como deveria... ...a gente não trata como O tema não é
deveria... tratado como
deveria

Com certeza somos responsáveis, até pra Com certeza somos Sente-se
ele pensarem na questão .... Por exemplo, responsáveis, até pra ele responsável.
núcleo celular, que aparentemente parece pensarem na questão ....
algo longe, bem distante dos alunos
porem eu trouxe bem próximo pra eles,
P.4 Aproxima os
porque deu para falar de material
...eu tento deixar mais perto da conteúdos da
genético, de tumores de câncer, porque
realidade do aluno, de cada realidade dos
eu tento deixar mais perto da realidade
sala. alunos.
do aluno, de cada sala.

Eu me sinto muito responsável. Eu me sinto muito Sente-se


P.5
responsável. responsável.

Olha, em partes, porque isso ai também ...em partes, porque isso ai Sente-se
depende da família, do pai, da mãe e do também depende da família, responsável em
próprio aluno, porque são adolescentes, e do pai, da mãe e do próprio parte.
hoje está tudo na internet, os meios de aluno, porque são
P.6
comunicação divulgam toda hora. adolescentes, e hoje está tudo
na internet, os meios de
comunicação divulgam toda
hora.

Acho não só com os alunos, acho pela ...Acho não só com os alunos, Sente-se
família inteira. Porque assim, eles sabem acho pela família inteira... responsável,
muito do senso comum, porque eles inclusive pela
estão naquele ambiente, a família estava família.
passando algum tipo de conhecimento
pra ele, e ele leva aquilo como
verdadeiro, e o ponto de vista também é ... Quando ele muda, quando O tema saúde vai
verdadeiro. Qual é o meu papel como ele percebe que aquilo ele além da sala de aula
professor? Não é....mostrar que o que ele acreditava não é realmente o
está falando é errado, mas ele tem que que é, ele acaba influenciando
P.7 chegar nessa conclusão. Quando ele a própria família...... eu acho
muda, quando ele percebe que aquilo ele que o tema saúde acaba indo
acreditava não é realmente o que é, ele mais além do da sala de aula...
acaba influenciando a própria família.
Então por exemplo, a gente está
O professor é
discutindo assim com eles, a sexualidade,
...eu leciono há 15 anos, os mediador
o pré-natal; então uma menina ficou
grávida na escola...Quando ela percebe alunos mudaram totalmente,
que ela precisa fazer o pré-natal, por porque eles tem um acesso a
vários fatores, ela acaba passando isso informação absurdo, e eu
para frente, até para às amigas dela, e venho modificando minha
acaba influenciando na mãe, no pai, do aulas ....O professor é o
106

comportamento do pai, no mediador, e tem que fazer


comportamento da mãe, eu acho que o muito bem isso, senão ele
tema saúde acaba indo mais além do da trava a turma.
sala de aula. Não tem como né? Não tem
como você...o ato de ensinar ele não é
estanque, não tem como ensinar alguém
que não quer aprender, o que a gente
tenta fazer, que nunca vai chegar em
100% porque a estrutura de escola que
nós temos não é o ideal, mas ele só
aprende quando realmente quer, e tem
outra questão, o professor tem que estar
aberto pra isso, por exemplo, eu leciono
há 15 anos, os alunos mudaram
totalmente, porque eles tem um acesso a
informação absurdo, e eu venho
modificando minha aulas ....O professor
é o mediador, e tem que fazer muito bem
isso, senão ele trava a turma.

Com certeza! Aliás, esse tema sobre Com certeza...... eu acho que é Sente-se
saúde, por eu ser professor de educação o ideal, claro que os outros responsável.
física é um tema que eu bem gosto, gosto temas são necessários...
bastante, por exemplo, nessa nova fase
que eu estou vivenciando na biologia
quando eu chego nesses temas eu me
...mas é o ideal nos
sinto muito mais à vontade até por eu ter Ideal é trabalhar a
trabalharmos essa vivencia e
P.8 um pouco mais de conhecimento e realidade do aluno
essa realidade do nosso
facilidade pra trabalhar com eles, e o que
aluno....
eu acho, pelo que leio dentro da OMS,
falando desses temas, eu acho que é o
ideal, claro que os outros temas são
necessários, mas é o ideal nos
trabalharmos essa vivencia e essa
realidade do nosso aluno.

A gente se sente responsável em passar e A gente se sente responsável Sente-se


dar uma base, por outro lado você fica em passar e dar uma base... e responsável em dar
até decepcionado, pela falta de recepção eles quase que não associam a base aos alunos,
por parte deles, de interesse, de focar tanto, e assim mesmo a gente auxiliá-los.
P.9 saúde, alimentação, obesidade, e eles trabalha, trabalha e dá a base
quase que não associam tanto, e assim porque o foco é sempre dar a
mesmo a gente trabalha, trabalha e dá a base e auxiliá-los.
base porque o foco é sempre dar a base e
auxiliá-los.

Muito, muito, eu acho que a gente como Muito, muito...... a gente está Sente-se
educadora né, precisa sim, sinto sim, a mais próximo dele então acaba responsável por ser
P.10 gente mesmo...a gente acaba assumindo que sendo uma obrigação um da área
mesmo, eu acho porque a gente está mais dever, principalmente na nossa
próximo dele então acaba que sendo uma área...
obrigação um dever, principalmente na
107

nossa área.

Sim, nossa, sem dúvida nenhuma, são Sim, nossa, sem dúvida Sente-se
temas de extrema importância. O que a nenhuma, são temas de responsável devido
gente percebe que muitas vezes os alunos extrema importância... O que a a importância dos
tem principalmente, nos temas voltados gente percebe que muitas temas.
a saúde, uma visão muito limitada de vezes os alunos tem
como acontecem os processos, pra que principalmente, nos temas
serve uma vacina, as vezes eles veem na voltados a saúde, uma visão
P.11 televisão, porque tem que usar camisinha muito limitada de como
numa relação sexual, mas não sabe usar, acontecem os processos...
não sabe por, não sabe as doenças, as então acho que dá pra ajudar
meninas até em relação ao ciclo muito nessa parte.
menstrual acham que se tomar o remédio
não pega doença, ou não sabe o ciclo, se
é regulado se não é, então acho que dá
pra ajudar muito nessa parte.

Sim, sim, porque a primeira parte, eles Sim, ...eles aprendem muito Sente-se
vem na escola pra ter um educação com a gente sim, inclusive responsável
também, inclusive nessa parte, eles nesse parte de prevenção, com
P.12
aprendem muito com a gente sim, certeza.
inclusive nesse parte de prevenção, com
certeza.

Como professora de biologia não, mas ... Como professora de Sente-se


como professora sim. É claro que na biologia não, mas como responsável como
prática as coisas de saúde parece que está professora sim... professora
diretamente relacionada com o professor
de biologia, por conta de, teoricamente,
ele ter mais conhecimento sobre aquilo
... acho que não devia ser Responsabilidade
do que outros, mas eu acho que isso
automaticamente vinculado, compartilhada
devia ser desvinculado, porque muitas
exclusivo do professor de
vezes o professor mais acessível, que
biologia......É um tema
poderia ter maior resultado com o aluno
transversal, que todos os
não é o de biologia, é o de matemática, é
professores deviam trabalhar,
a questão da afinidade com o professor
mas acaba a gente trabalhando
com a sala, que de repente é maior que o
mais com eles do que os
P.13 conhecimento, porque ele está ai pra
outros professores.
qualquer um adquirir, pedir ajuda...então
nessa linha de trabalho devia ser
diferente, na pratica a gente fica mais
responsabilizado. Eu não tenho problema
quanto a isso, pois não tenho problema
de conversar com o aluno sobre assunto
nenhum, e o que eu não sei também não
tenho vergonha de falar, de pesquisar.
Mas acho que não devia ser
automaticamente vinculado, exclusivo do
professor de biologia. É um tema
transversal, que todos os professores
deviam trabalhar, mas acaba a gente
trabalhando mais com eles do que os
108

outros professores.

Lógico, completamente, os alunos que Lógico, completamente...a Sente-se


não tem conselhos de higiene em casa...a escola é onde nós precisamos, responsável em
escola é onde nós precisamos, como como educadores passar o que passar o que precisa
educadores passar o que precisa ser feito, precisa ser feito, em ciências e ser feito
P.14
em ciências e biologia porque está mais biologia porque está mais
junto aos temas, sobre escovar os dentes, junto aos temas...
tomar banho, quantas vezes eles vem
cheirando xixi....

Responsável não, mas eu acho assim, o


que eu posso fazer, posso estar passando, Responsável não, mas eu acho Não se sente
alguma informação, ai sim, entendeu? Eu assim, o que eu posso fazer, responsável
acho que vai de cada um, mas eu não me posso estar passando, alguma
sinto responsável, por exemplo gravidez informação...
na adolescência, todo ano a gente faz a
campanha e eu não posso falar que o
número diminui. O ano passado foi até
bem interessante, pois a menina que mais
participou, que pegou bexiga que estava
grávida naquela viagem, foi a a que mais
participou do debate, que disse querer até
fazer intercambio, estava grávida, acho
que até... ou ela engravidou depois da
dinâmica ou ela já estava gravida, e do
jeito que ela falou eu colocava a minha
P.15
mão no fogo, pois ela demonstrou ter
perspectiva de vida, de estudar, falou até
de intercambio, pois a maioria dos
nossos alunos aqui já falaram,
principalmente lá no Turvo que vão
terminar o EM e acabou, então assim,
não adianta...3 ano apáticos,
desinteressados, não querem saber de
nada...nem com 15 alunos que poderia
ser um paraíso no entanto eles não tem
interesse, não querem estudar, não vão
fazer faculdade, vão trabalhar de
motorista.... Isso não é só em biologia, é
em tudo, eles não tem interesse, você vai
no básico no que eles conseguem fazer
na sala de aula só pra tirar nota, nem
ENEM eles fazem inscrição....
Eu sinto que isso é fato, porque muitos Eu sinto que isso é fato, Sente-se
deles não tem nenhuma noção do que porque muitos deles não tem responsável
está acontecendo com o corpo deles, não nenhuma noção do que está
tem como chegar e conversar com os acontecendo com o corpo
pais, ainda mais na nossa comunidade deles, não tem como chegar e
P.16 que os alunos tem pais que não tem nem conversar com os pais...
o ensino primário, então a gente procura ...a gente procura fazer esse
fazer esse trabalho, que é até legal, eu trabalho, que é até legal, eu Gosta de ajudar
gosto disso, a medida que eu sei, que eu gosto disso, a medida que eu
posso ajudar, eu estou fazendo. sei, que eu posso ajudar, eu
estou fazendo
...
Sim, me sinto responsável, pois é um Sim, me sinto responsável, Sente-se
P.17
tema bastante abrangente, eles pois é um tema bastante responsável
participam, as vezes até relatam casos da abrangente...
109

família de doenças...temos que ajudar. ...Temos que ajudar Gosta de ajudar


Me sinto responsável por contribuir na Me sinto responsável por Sente-se
P.18 prevenção, através de informações claras contribuir na prevenção, responsável por
e precisas, dar um apoio, mas a mudança através de informações claras contribuir na
de atitude dele não é garantida. e precisas, dar um apoio... prevenção
Me sinto sim porque eu gosto de abordar Me sinto sim porque eu gosto Sente-se
esse tema, tenho bastante liberdade, tento de abordar esse tema... responsável
trabalhar com a maior naturalidade .
possível, principalmente os relacionados
P.19 a sexualidade e DST que é um tabu pra
criançada…eu me acho responsável sim,
pois grande parte das informações dos
meus alunos que estão no 3º ano tem é
devido todo esse percurso, que agora que
eu estou completando uma turma.
Eu acredito que o professor de biologia ...a forma de abordagem nessa Sente-se
ele tem tanta função social como na disciplina te dá mais um responsável pela
qualquer outro professor, só que a forma pouco de inserção na vida dos inserção do tema na
de abordagem nessa na disciplina te dá alunos, eu me sinto vida do aluno
P.20
mais um pouco de inserção na vida dos responsável como todos
alunos, eu me sinto responsável como deveriam se sentir.
todos deveriam se sentir. Se a gente tem
o conhecimento, e tem alguém que não
tem, a gente tem que passar isso pra eles.
O professor é o primeiro agente de O professor é o primeiro Sente-se
saúde, que trabalha com eles. Eu sinto agente de saúde, que trabalha responsável.
como minha obrigação mesmo, de estar com eles...
trabalhando esse tema, é uma ... sinto como minha
responsabilidade muito grande da gente obrigação...
estar desenvolvendo, e criando junto com ... professor de ciências e
P.21 eles uma responsabilidade pela área da biologia tem uma grande
saúde, principalmente na educação, responsabilidade em diminuir
higiene pessoal, que são os maiores essa disseminação de
vínculos, difundir as verminoses, as doenças....
parasitoses, o professor de ciências e
biologia tem uma grande
responsabilidade em diminuir essa
disseminação de doenças.
Ahh sim, como professora de ciências eu ...Sim, como professora de Sente-se
sou cobrada principalmente por eles, eles ciências eu sou cobrada responsável
me cobram, professora o que é isso, o principalmente por eles...
P.22
que é aquilo. Principalmente sobre ... eu explico, tento ajudar, Tenta ajudar
sexualidade, minha mãe não explica isso, acho que essa é minha
me ajuda, daí eu explico, tento ajudar, função....
acho que essa é minha função.
De certa maneira sim, porque se digamos ... De certa maneira sim...eu Sente-se um pouco
assim, a escola hoje em dia, o pessoal me sinto um pouco responsável
manda, os pais mandam as crianças pra responsável...
serem educados na escola, na minha
concepção, então eles fazem isso: “vai lá ...quando você gosta do que Cuidado com os
e o professor vai ensinar você tudo o que está fazendo, você quer tomar alunos
você tem que saber”, o professor vai conta, você quer que eles
P.23
ensinar você lá, e não é bem assim.... Por aprendam e não façam as
exemplo, eu estava ensinando métodos coisas erradas...
contraceptivos, passam 3 meses a aluna
fica gravida, daí o pai fala: “o professor
não ensino os métodos contraceptivos
pra você?” Então fica uma coisa meio
complicada, então eu me sinto um pouco
responsável…quando você gosta do que
110

está fazendo, você quer tomar conta,


você quer que eles aprendam e não
façam as coisas erradas, mas não é
sempre que acontece isso, infelizmente
acontece muito dos alunos entrarem em
drogas, ficando grávidas, e isso acontece
querendo eu ou não...faz parte, mas eu
tento incentivá-los a não fazerem, tenho
um cuidado com eles.
Ahhh sim! Com certeza eu me sinto, por ...com certeza eu me sinto, por Sente-se
causa que a saúde começa com você causa que a saúde começa responsável pela
prevenindo não? E tem como você com você prevenindo... então Saúde preventiva
trabalhar essa parte de prevenir as coisas nesse momento acho que é
aqui nesse momento, pois nessa idade, legal você trabalhar esse tipo
p.24 geralmente, você não tem tantos de coisa, a saúde preventiva
problemas, os problemas se acarretam se principalmente.
você tem uma alimentação que não seja
adequada, dorme pouco, então nesse
momento acho que é legal você trabalhar
esse tipo de coisa, a saúde preventiva
principalmente.

Tabela 11: Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 5: Comente o
que você sabe sobre as metodologias ativas de aprendizagem, se já ouviu falar ou o que
desconfia que seja.

Profess
or
Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)
Colabo
rador

Não conheço, não por esse nome, mas Não conheço, não por esse Não conhece
acho que toda metodologia nova pode ser nome...
enriquecedor pra gente no trabalho de
P.1 realização, o que a gente puder estar ...toda metodologia nova pode
ser enriquecedor... Toda metodologia
fazendo pra despertar esse interesse…é
nova é válida
sempre válido pra gente poder estar
trabalhando melhor.

Não conheço, não imagino o que seja. Não conheço, não imagino o Não conhece
P.2 que seja.

Não conheço mas com certeza gostaria Não conheço, mas com Não conhece, mas
de conhecer, a gente tem que seguir o certeza gostaria de conhecer. gostaria de
currículo, pode parecer desculpa essa conhecer
questão do currículo pra não trabalhar,
até talvez seja um pouco, o fato é que a
cobrança é em cima deste currículo,
realmente a metodologia, esse trabalho ...falta um apoio, uma
diferenciado, porque tudo que apresenta oportunidade, um incentivo. A Falta apoio e
de diferente ao aluno ele dá uma gente está sempre aberto a incentivo para
resposta, mas a gente está tão cansado no
111

dia a dia, são tantas aulas que a gente conhecer, principalmente novas propostas
acaba relaxando nesse sentido, por uma aberto a uma nova proposta e
questão de comodismo, muito tempo no se for possível receber um
estado, muito tempo de serviço, isso vai material, nem que sejam
procurando uma anestesia na gente que a slides, vídeos, qualquer coisa
gente não busca por essas coisas, que ajude no processo de
infelizmente vissem talvez da DE, do aprendizagem, acho que
próprio currículo, uma forma facilita bastante essa questão
diferenciada, funcionaria acho que
melhor, porque se fala muito no
professor, que ele tem que se diferenciar,
mas não se oferece tempo pra gente
trabalhar, preparar nossas aulas, tem que
estar na sala de aula o tempo todo, não se
cumpre uma lei, que é a lei do piso.
Quando eu chego em casa a única coisa
que eu tenho vontade é comer e dormir,
essa é a realidade…e a gente que
trabalhar, não é só desculpa…não é bem
assim....falta um apoio, uma
oportunidade, um incentivo. A gente está
sempre aberto a conhecer,
principalmente aberto a uma nova
proposta e se for possível receber um
material, nem que sejam slides, vídeos,
qualquer coisa que ajude no processo de
aprendizagem, acho que facilita bastante
essa questão ...acho que esse apoio
realmente que as O.T deu uma cessada,
acho que isso prejudicou um
pouco…vem pra escola, vai ver minha
aula e daí? Qual o apoio que eu tenho?
Vê se aula está no currículo, vai estar,
mas não é suficiente, principalmente nos
temas de saúde pública.

Não conheço mas acredito que seria Não conheço mas acredito que Não conhece, mas
enriquecedor sim, porque o que falta pra seria enriquecedor... acredita ser
eles é material para trabalhar com os enriquecedor
alunos, então quando você trabalha
sistemas do corpo humano por exemplo,
...seria legal ter jogos, fazer
P.4 seria legal ter jogos, fazer dinâmicas,
dinâmicas, para que envolvam Diversificar
para que envolvam os alunos, para que
os alunos...aulas práticas estratégias para
eles estejam percebendo o que está
envolver os alunos
acontecendo realmente, aulas práticas em
biologia, em algumas aulas pelo menos,
não dá pra ser todas, lógico.

Não ouvi falar, mas se você me falar Não ouvi falar... Não conhece, nunca
como funciona algumas, eu posso até ver ouviu falar.
P.5
se eu identifico nas minhas práticas
docentes.
112

Nunca ouvi falar, única cosia que eu Nunca ouvi falar... Não conhece, nunca
estou seguindo é que eu pego a apostila e ouviu falar.
os livros didáticos, eu sinto que o
governo abandonou essa parte de
programa de saúde, como outra matéria,
educação ambiental que faz parte de
saúde, pra você ter uma ideia o currículo
P.6
de Minas Gerais tem 3 aulas de ciências
e 1 de educação ambiental, e no estado
de SP não tem aula de educação
ambiental, está inserido em biologia,
assim como programa de saúde, e devia
ter 50 minutos por semana dessas
matérias

Por esse nome não. Mas a estrutura Por esse nome não... Mas a Não conhece por
metodológica…precisa mudar essa estrutura esse nome
estrutura. Não existe um tempo pro aluno metodológica…precisa
buscar, só a gente oferece...Não tem mudar...Não existe um tempo
outro caminho pra educação, se gente pro aluno buscar, só a gente
continuar assim eles vão sair sem saber oferece...
nada... é preciso quebrar as resistências,
com a da sala ambiente... trabalhar por
áreas, interdisciplinar... conexão, É preciso quebrar
P.7 Não tem outro caminho pra
contextualização… resistências e mudar
educação, se gente continuar
assim eles vão sair sem saber
nada... é preciso quebrar as
resistências, com a da sala
ambiente... trabalhar por áreas,
interdisciplinar... conexão,
contextualização…

Não conheço, mas eu acho que nós Não conheço, mas eu acho que Não conhece
conseguiríamos uma mudança de atitude nós conseguiríamos uma
mesmo, eu com certeza acho que sim. Na mudança de atitude mesmo, eu
minha turma do 1º ano, eu estou com certeza acho que sim.
trabalhando com eles...no 3º ano estamos
falando sobre alimentação, digestão,
circulação e sistema respiratório, está
falando diretamente da alimentação, e
P.8 assim, muitos deles não entendem pra ...Se existe um método de uma
que que serve o carboidrato, os lipídeos, maneira diferenciada, como
as proteínas, mas, é... eu tinha dentro do esse que eu te falei agora, Método
caderno do aluno, tinha uma tabela que além de ele pensar na beleza, diferenciado
se chama guia de bolso, e nesse guia, já eles estaria pensando em sua poderia mudar
conseguiu prender mais atenção deles, saúde, então poderia mudar os atitudes
onde tem pro exemplo a cadeia dos hábitos alimentares, como
alimentos, o alimento rico, nutritivo, nesse exemplo que eu dei pra
então percebi que teve muitos deles você agora. Não, eu acho que
perguntando, porque o jovem de hoje em deve ser alguma coisa que seja
113

dia, indiretamente, ele está pensando na na prática mesmo.


beleza mas está cuidando da saúde.
Então se existe um método de uma
maneira diferenciada, como esse que eu
te falei agora, além de ele pensar na
beleza, eles estaria pensando em sua
saúde, então poderia mudar os hábitos
alimentares, como nesse exemplo que eu
dei pra você agora.

Não, eu acho que deve ser alguma coisa


que seja na prática mesmo.

Não conheço, mas sem dúvida, se tivesse Não conheço, mas sem Não conhece.
uma mudança de estrutura, diminuísse o dúvida, se tivesse uma
número de alunos por sala, mudasse infra mudança de estrutura,
estrutura, tivesse alguma alterações nas diminuísse o número de
Mudanças que
questões de gestão e política de educação alunos por sala, mudasse infra
motivem docentes e
e tivesse um sistema que realmente estrutura, tivesse algumas
alunos
motivasse tanto a equipe docente como alterações nas questões de
os alunos, então eles não veem...hoje a gestão e política de educação e
política é corrupta, o sistema é corrupto, tivesse um sistema que
o sistema é falho, os exemplos vem de realmente motivasse tanto a
cima, então a política de educação que equipe docente como os
devia melhorar…. eu acredito que é de alunos...
proposito que eles não querem mudar,
melhora, não investir, é claro que se você
colocar condições, investir, mudar o
...a gente corre atrás, faz o
P.9 foco, isso deveria ser um trabalho árduo,
melhor, procura diferenciar as
grande, começar desde as séries iniciais,
estratégias para atingir o
no pré, mudar uma concepção, mas pra
aluno, pra que ele aprenda, a Diferenciar
isso deveria realmente haver vontade
gente é um vetor, mesmo em estratégias para que
política, o que na verdade não há, esbarra
situações adversas, a gente é o alunos aprendam
nesse lado, e claro, que mesmo não
um vetor pra que o aluno
havendo a gente faz a nossa parte,
tenha um aprendizado, então a
trabalha com carinho, respeito, a gente
gente faz com muito carinho
corre atrás, faz o melhor, procura
pra que ele realmente aprenda
diferenciar as estratégias para atingir o
dentro das circunstancias...
aluno, pra que ele aprenda, a gente é um
vetor, mesmo em situações adversas, a
gente é um vetor pra que o aluno tenha
um aprendizado, então a gente faz com
muito carinho pra que ele realmente
aprenda dentro das circunstancias....

Ativa? Constante? Não sei... Assim, Ativa? Constante? Não Não sabe
quanto mais você aproxima a realidade sei...quanto mais você
né, do aluno, quanto mais você, é como aproxima a realidade né, do
P.10 eu falei, é a contextualização ali mesmo, aluno, quanto mais você, é
Metodologia que
vivencia, acaba sendo uma metodologia como eu falei, é a
aproxima da
mais eficaz, eu acredito né, um pouco, contextualização ali mesmo,
realidade do aluno
não fica no abstrato, e tem chance de vivencia, acaba sendo uma
partir deles também a mudança... o aluno metodologia mais eficaz, eu
114

tem aquela mentalidade muitas vez de acredito né, um pouco, não


biologia, e mesmo ciências... esses dias fica no abstrato, e tem chance
dentro da sala uma aluna veio perguntar de partir deles também a
alguma coisa sobre a sexualidade, então mudança
a gente acaba que parece que é um
enfermeiro, que sabe mais, que substitui
o médico, então eu tenho um carocinho o
que é... então acaba aproximando mais
da gente por isso então, com certeza
nosso papel é muito importante.

Com esse nome não. Eu acho que seria Com esse nome não...... acho Não conhece com
fornecer os subsídios necessários pra que que seria fornecer os subsídios esse nome
o aluno possa construir algum tipo de necessários pra que o aluno
conhecimento, você pegar as pecinhas e possa construir algum tipo de
colocar em cima da mesa e direcionar... conhecimento...você aborda
dá pra você fazer uma casa com esses um tema, daí você faz com
cubos, como você pode fazer isso? Da que ele faça a construção do
pra começar pelo teto? Pela parede? conhecimento, daí você dá um
Seria mais ou menos isso, acho que vai subsídio pra ele montar, fazer
pra esse ponto. Se a gente tivesse a uma exposição daquilo que ele
oportunidade de trabalhar, todas, ou a aprendeu...
maioria das aulas, pelo menos, você
precisa entrar qualquer tipo de tema com
o aluno, então você aborda um tema, daí
Seria o ideal que todos os
você faz com que ele faça a construção
professores trabalhassem
do conhecimento, daí você dá um
assim, em cima da construção
subsídio pra ele montar, fazer uma
do conhecimento, o caminho
exposição daquilo que ele aprendeu,
da educação realmente é esse,
montar o conhecimento dele, demoraria
eles construírem, ele perceber
P.11 ... o tempo... o proveito do tempo seria
que ele é capaz, porque aquilo
uma coisa assim, extraordinária, você Todos os
que você faz você não
aproveitaria o tempo de uma maneira professores
esquece, você erra uma vez,
muito maior do que a gente aproveita, só deveriam trabalhar
depois aprende....
que nós esbarramos em muitas com construção do
questões...não é que a gente não tenha conhecimento
vontade, a gente tenta fazer algo muito
dinâmico, fazer eles perceberem muita
coisa, comentarem muita coisa, mas
esbarramos no desinteresse da parte
deles, e assim .... Pensadores, momento
de transição... fatores externos pra
interferirem na escola, pra dar um
subsídio... não dá pra quebrar o pau,
senão vou criar mais barreiras, é preciso
estreitar o laço, eu digo que acredito
neles, que eles conseguem fazer, vamos
fazer pessoal, vamos prestar atenção,
vamos fazer tal coisa hoje? Mas é algo
muito devagar... tem um crescimento
depois esmorece de novo, não dá pra eu
115

insistir muito é complicado...daí


mesclamos o tradicional, com algo
diferente, daí vi que consegui, daí faço
de novo, e assim vai... seria o ideal que
todos os professores trabalhassem assim,
em cima da construção do conhecimento,
o caminho da educação realmente é esse,
eles construírem, ele perceber que ele é
capaz, porque aquilo que você faz você
não esquece, você erra uma vez, depois
aprende....por que nosso sistema de
ensino é um sistema furado....é um
sistema que não prioriza...tem as
questões de competência habilidade, mas
a maioria dos professores não trabalham
assim, não priorizam o aluno....a gente
escuta os professores falando, que passou
um texto na lousa e o aluno não
respondeu...não é interessante pra
ele...então isso dificulta....você faz algo
diferente e os outro não.

Não conheço, mas acho muito válido, se Não conheço, mas acho muito Não conhece mas
tivesse alguma metodologia diferenciada válido, se tivesse alguma acha válido
P.12 seria de muito bom uso, pela gente e metodologia diferenciada seria
pelos alunos também. de muito bom uso, pela gente
e pelos alunos também.

Por esse nome não conheço, mas tenho Por esse nome não conheço, Não conhece, mas
P.13 interesse em conhecer. mas tenho interesse em tem interesse
conhecer.

Não conheço. Seria ótimo conhecer, pois Não conheço. Seria ótimo Não conhece, seria
com certeza seria bem melhor, se não conhecer, pois com certeza ótimo conhecer.
tivesse algo, não só a escola, não só o seria bem melhor, se não
P.14 professor, se tivesse algo que o aluno tivesse algo, não só a escola,
pudesse ter acesso direto, seria melhor. não só o professor, se tivesse
algo que o aluno pudesse ter
acesso direto, seria melhor.

Metodologias ativas…não sei...... já ouvi ...já ouvi falar...eu acho ...que Ouviu falar
falar...eu acho que é assim, que tem a ver tem a ver com
com contextualização, com o contextualização, com o
conhecimento prévio do aluno, a conhecimento prévio do
P.15
participação…ver o que eles sabem e aluno, a participação…ver o
partir daquele ponto…isso que eu que eles sabem e partir
ouvi…ahhhh...é o protagonismo não é? daquele ponto…isso que eu
ouvi…ahhhh...é o
protagonismo
Não conheço, não por esse nome...mas Não conheço, não por esse Não conhece por
P.16 tenho interesse, tudo é aprendizado nome... esse nome
... tenho interesse, tudo é
aprendizado Tem interesse
116

Não conheço, mas pelo nome acho que Não conheço, mas pelo nome Não conhece
P.17
alcançaria acho que alcançaria mais
alunos...
Não, com esse nome não. A gente vai na Não, com esse nome não...eu Não conhece por
prática do dia a dia, do que a gente já tem nunca vi nada... esse nome
ao longo dos anos, mas nada assim, com ...única coisa que eu tenho de
essa denominação não e eu nunca vi noção, que não sei se entra Noção que o kit
nada... A única coisa que eu tenho de nisso que você falou é esse do vale sonhar é
noção, que não sei se entra nisso que vale sonhar que a gente semelhante
você falou é esse do vale sonhar que a trabalha já algum tempo, com
gente trabalha já algum tempo, com cartões, dinâmicas...
cartões, dinâmicas, mas fora isso não. ... esse aluno mais agitado,
P.18 Hoje a gente tem um aluno diferente, eu que as vezes é meio difícil de Novas
acho que esse aluno mais agitado, que as trabalhar com eles, novos metodologias para o
vezes é meio difícil de trabalhar com caminhos, novas metodologias aluno agitado
eles, novos caminhos, novas pra trabalhar saúde seria muito
metodologias pra trabalhar saúde seria bom...
muito bom. Novo caminhos pra nos são
importantes e interessantes, e tudo que
vocês puderam nos ilustrar, porque a
gente fica preso na escola, mesmo que a
gente se atualize a gente não expande
muito por falta de tempo e condições...
Não conheço por esse nome, mas eu Não conheço por esse nome, Não conhece por
acho que traria transformações, pois toda mas eu acho que traria esse nome
vez que a gente faz com eles sejam mais transformações,
P.19 protagonistas do processo, eles acabam Aluno protagonista
aprendendo mais. ...toda vez que a gente faz com aprende mais
eles sejam mais protagonistas
do processo, eles acabam
aprendendo mais.
Já ouvi falar, mas não sei como você…os Já ouvi falar, mas não sei Já ouviu falar
P.20
termos são utilizados de formas como...
diferentes....
Não conheço, mas eu acho que com o Não conheço, mas eu acho que Não conhece
aluno sempre tem que ter alguma cosia a com o aluno sempre tem que
mais, o que a gente percebe que acaba ter alguma cosia a mais, o que
dificultando o trabalho seria a rotina. Pra a gente percebe que acaba
criança e para o adolescente a rotina é dificultando o trabalho seria a
necessária em alguns pontos, mas a gente rotina.
tem que ter algo pra fugir da rotina da
sala de aula, desde que não fuja de uma ... tem que vincular o lado
sistematização do conteúdo, pois se você prático com o teórico, que isso
deixar muito aberto, muito livre e solto o que dá uma consolidação do
que você vai trabalhar acaba não criando aprendizado...
P.21 vinculo na mente deles, eles tem que
vincular o lado prático com o teórico, ... Gostaria muito de conhecer Gostaria de
que isso que dá uma consolidação do essas metodologias... conhecer.
aprendizado. Gostaria muito de conhecer
essas metodologias, porque o próprio
professor da área biologia ele é um
questionador, ele é uma pessoa que gosta
de estar aprendendo, a própria profissão Importância de
da gente faz com que a gente busque vincular teoria com
isso, curioso por natureza, então se tiver prática
a oportunidade é claro que eu vou
agarrar.
P.22 Não conheço mas acho que elas são...é.... Não conheço Não conhece
trabalhar com o conteúdo em si, com a ...acho que elas são...é.... Acha que é aliar
117

teoria aliada com a prática do aluno, o trabalhar com o conteúdo em teoria a pratica
que lê, vê no cotidiano dele, se aquilo se si, com a teoria aliada com a
encaixa ao conteúdo, se ele vê prática do aluno,
praticidade na teoria, na vida deles.
Eu...com esse nome posso afirmar, não ... com esse nome posso Não conhece por
me lembro, mas eu acredito que possa afirmar, não me lembro... esse nome
ser....é praticas? Atividades práticas com
os alunos pra que eles possam ver ...mas eu acredito que possa Acredita que é
P.23 realmente como aconteceu? Ver fatos ser....é praticas? Atividades prática
reais? Atividades relacionadas do dia a práticas com os alunos pra que
dia, do cotidiano, práticas que eles façam eles possam ver realmente
isso faz isso aquilo faz aquilo... como aconteceu? Ver fatos
reais?

p.24 Por esse nome não conheço não. ...não conheço... Não conhece

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