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CAMPUS PETROLINA
PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM FORMAÇÃO
DE PROFESSORES E PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES
PETROLINA – PE
2023
ELIZÂNGELA ALVES MIRANDA ATANÁZIO
PETROLINA – PE
2023
PÁGINA RESERVADA PARA FICHA CATALOGRÁFICA (ELABORADA
EXCLUSIVAMENTE PELO BIBLIOTECÁRIO
ELIZÂNGELA ALVES MIRANDA ATANÁZIO
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Prof. Dr. Marcelo Silva de Souza Ribeiro (Orientador)
Universidade de Pernambuco Campus Petrolina (UPE)
__________________________________________________
Profa. Dra. Iracema Campos Cusati (Membro interno)
Universidade de Pernambuco Campus Petrolina (UPE)
___________________________________________________
Profa. Dra. Janedalva Pontes Gondim (Membro externo)
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
PETROLINA – PE
2023
“A pessoa parece então ir além dela mesma.
Para as diversas relações sociais que acabara de
aceitar e nas quais parecia ter apagado, procura
uma significação, uma justificativa. Confronta
entre si valores e compara-se com eles. Com
esse novo progresso, termina a preparação para
a vida que a infância foi.”
Henri Wallon
AGRADECIMENTOS
Gratidão a Deus é o que tenho vivido de mais intenso, por me permitir que eu continue
acreditando nos meus sonhos e vencendo os obstáculos, por me dar forças e sabedoria para
seguir nessa trajetória e concluir esse processo acadêmico, o qual enfrentei com determinação
todos os desafios.
À minha família, sempre presente, com seu apoio e amor incondicional. Minha mãe
Creuza (in memória) e meu pai Agenor, que torce pela vitória dos seus, sem medir esforços,
minha eterna gratidão. A meu esposo Lídio, com seu acostar-se diário e força constante, que
me incentiva a continuar firme. Aos meus filhos, Évili e Érick, sempre presentes e me
auxiliando na correria diária, entre trabalhar e estudar, mesmo tendo que aguentar minhas
ausências, stress, cansaço e reclamações.
Ao meu professor orientador Dr. Marcelo Ribeiro, que além de conduzir cada momento
com maestria e sabedoria, compreendendo e acompanhando as minhas fraquezas, foi paciente
e confiou que eu daria conta.
A banca examinadora, nas pessoas da professora Drª Iracema Cusati e Drª Janedalva
Gondim, que desde a pré-qualificação me orientaram e ajudaram com suas contribuições, para
a melhoria e fortalecimento deste trabalho.
Este trabalho tem por objetivo analisar a afetividade na prática pedagógica de docentes de um
Centro Municipal de Educação Infantil de Petrolina – PE. Trata-se de um estudo de natureza
qualitativa e interpretativa, considerando o objeto de estudo, as compreensões das práticas
pedagógicas dos docentes em relação a afetividade na Educação Infantil. A pesquisa se
caracteriza como descritiva e exploratória, já que visa descrever características da população,
analisando aspectos da realidade dos pesquisados e suas vivências. Participaram da pesquisa,
quatro docentes em efetivo exercício na Educação Infantil, todos lecionando na pré-escola na
Unidade de ensino em estudo. Os dados foram coletados através da aplicação de três
instrumentos, sendo o questionário, a entrevista semiestruturada e as observações não
participante, de momentos de interações, dos docentes em suas vivências cotidianas da prática
docente na Educação Infantil. Os dados revelaram que, apesar das dificuldades vivenciadas, os
docentes não têm deixado de pensar na afetividade em sua prática, mesmo que não tratem do
assunto continuamente. As demonstrações de afeto fazem parte de momentos do cotidiano
escolar. Indicam interesse no aperfeiçoamento e apontam para novas práticas, que consolidem
as expressões afetivas e que alinhem mudanças condizentes com um fazer pedagógico pautado
na afetividade, acolhendo, compreendendo e interagindo com a apropriação de novos
conhecimentos e aprendizagem. Um guia de orientação, “Afetividade na Educação Infantil,
como instrumento para uma prática docente”, foi produzido como produto da pesquisa, em
formato online, que pode ser acessado através de link e QR CODE, ficando disponível para
professores e interessados, que buscam refletir sobre uma prática docente, acerca dessa
temática, e com o intuito de colaborar, para uma prática afetiva e com proficuidade de guia e
ferramenta, para elaboração do plano de desenvolvimento individual e coletivo, com
intervenções focadas nas emoções, sentimentos, fortalecimento de vínculos e potencialização
de aprendizagem e desenvolvimento da criança, com ênfase na afetividade.
This work aims to analyze the affectivity in the pedagogical practice of teachers of a Municipal
Center for Early Childhood Education in Petrolina - PE. This is a qualitative and interpretative
study, considering the object of study, the understanding of teachers' pedagogical practices in
relation to affectivity in Early Childhood Education. The research is characterized as descriptive
and exploratory, as it aims to describe the characteristics of the population, analyzing aspects
of the reality of those surveyed and their experiences. Four teachers in effective exercise in
Early Childhood Education participated in the research, all teaching in preschool in the teaching
unit under study. Data were collected through the application of three instruments, namely the
questionnaire, the semi-structured interview, and the non-participant observations, of moments
of interactions, of the teachers in their daily experiences of teaching practice in Early Childhood
Education. The data revealed that, despite the difficulties experienced, teachers have not
stopped thinking about affectivity in their practice, even if they do not deal with the subject
continuously. Demonstrations of affection are part of everyday school moments. They indicate
an interest in improvement and point to new practices that consolidate affective expressions
and that align changes consistent with a pedagogical practice based on affectivity, welcoming,
understanding and interacting with the appropriation of new knowledge and learning. An
orientation guide, “Affectivity in Early Childhood Education, as an instrument for a teaching
practice”, was produced as a result of the research, in online format, which can be accessed
through a link and QR CODE, making it available to teachers and interested parties, who seek
to reflect about a teaching practice, about this theme, and with the intention of collaborating,
for an affective practice and with usefulness as a guide and tool, for the elaboration of the
individual and collective development plan, with interventions focused on emotions, feelings,
strengthening of bonds and potentialization of learning and development of the child, with
emphasis on affectivity.
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 16
1.2 O CAMINHAR...................................................................................................................16
1.2 EDUCAÇÃO INFANTIL X AFETIVIDADE....................................................................18
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 24
2.1 EDUCAÇÃO INFANTIL E A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR BNCC....25
2.2 PRÁTICA EDUCATIVA E AFETIVIDADE SEGUNDO PAULO FREIRE....................28
2.3 EDUCAÇÃO INFANTIL E A DIMENSÃO AFETIVA SEGUNDO HENRI
WALLON.................................................................................................................................30
2.4 AFETIVIDADE NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO
INFANTIL................................................................................................................................32
3. OBJETIVOS .......................................................................................................................34
3.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................................34
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................................................34
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..................................................................... 34
4.1 DESENHO DO ESTUDO .................................................................................................. 34
4.2 LOCALIZAÇÃO DO ESTUDO ........................................................................................ 35
4.3 SUJEITOS E AMOSTRA .................................................................................................. 35
4.4 INSTRUMENTOS DA PESQUISA .................................................................................. 35
4.5 RISCOS E BENEFÍCIOS...................................................................................................36
4.6 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS.............................................................................................37
4.7 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS .............................................................37
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................................... 39
5.1 DESENHANDO O PERFIL DOS PARTICIPANTES.......................................................39
5.2 DIALOGANDO COM OS SUJEITOS DA PESQUISA....................................................44
5.2.1 Situações concretas do cotidiano escolar da sala de aula e interações com os estudantes
...................................................................................................................................................44
5.2.2 Abordagem de conflitos entre os estudantes....................................................................46
5.2.3 Auxílio aos estudantes e planejamento das atividades escolares, considerando aspectos
afetivos......................................................................................................................................47
5.2.4 Afetividade e aprendizagem da criança............................................................................50
5.3 Atuação docente e suas vivências........................................................................................51
5.3.1 Comportamentos docentes................................................................................................52
5.3.2 Expressões de afetividade.................................................................................................53
5.3.3 Execução das atividades ...................................................................................................55
5.3.4 Conflitos entre os estudantes ...........................................................................................55
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................58
7. PRODUTO DIDÁTICO......................................................................................................60
REFERÊNCIAS......................................................................................................................61
APÊNDICES ...........................................................................................................................63
APÊNDICE 01 – QUESTIONÁRIO...............................................................................63
APÊNDICE 02 – ENTREVISTAS .................................................................................65
APÊNDICE 03 – OBSERVAÇÕES................................................................................66
APÊNDICE 04 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.........67
APÊNDICE 05 - TERMO DE CONFIDENCIALIDADE..............................................70
APÊNDICE 06 - CARTA DE ANUÊNCIA....................................................................71
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1 INTRODUÇÃO
1.1 O CAMINHAR
Ser professora é um anseio desde criança, já presente nas brincadeiras com as bonecas no
quintal de casa. Uma infância cheia de boas recordações com família, amigos e a escola. Tudo
isso me fez uma pessoa confiante e com força para ir atrás de realizar meus sonhos.
Em Orocó, uma cidade simples e pacata, estudei até concluir o magistério, em 1993. Desde
o estágio já dei continuidade à docência, que até hoje faz parte de minha vida. A necessidade
de continuar, fazer uma faculdade, foi sendo realizada, mesmo tendo a distância como
empecilho. Em 1998, consegui duas realizações, passar em um concurso público municipal, na
cidade de Orocó- PE e passar no vestibular na Universidade de Pernambuco (UPE), em
Petrolina – PE. No entanto, os dois estavam afastados por 140 km de distância, e eu precisava
decidir. Então optei por escolher os dois. Trabalhava de manhã em Orocó e vinha a Petrolina à
tarde, para estudar, todos os dias, pegando carona, para ir e voltar.
Não foram dias fáceis, mas eu precisava ter coragem, a fé que me movia era maior. Foram
dois anos e meio de muita correria, que em 2001 foi cessada, pois passei no concurso da
Prefeitura de Petrolina – PE, diminuindo então, a distância entre estudar e trabalhar.
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Nesse percurso da caminhada, tive apoio de minha família (mãe, pai e irmãs), do meu
esposo e nesse processo dos meus filhos, que foram chegando para fazermos a caminhada
juntos, fazendo-nos melhores e juntando forças para prosseguir.
Até então, para mim o mestrado era algo distante, desejado, no entanto, longe de meu
alcance. Foi então que encontrei no meu trabalho, uma pessoa querida, que me apresentou o
Programa de Pós-Graduação em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares
(PPGFPPI) e me mostrou que eu poderia dar início e buscar uma vaga para o tão longínquo
mestrado. Em 2021 consegui ingressar, após duas tentativas.
Pensadores como Henri Wallon e Paulo Freire, têm estudos que tangenciam essa
temática, (GALVÃO, 1995; WALLON, 2007; FREIRE, 1996; FREIRE, 2004), cada um de
modo particular, contribuindo significativamente para compreensão dessa relação entre
afetividade e aprendizagem. De modo geral, ambos subsidiam entendimento de que a dimensão
afetiva durante as práticas pedagógicas influencia no processo de aprendizagem. Afinal a
dimensão emocional é central, sobretudo no desenvolvimento da criança para esses autores.
Como salientado, os estudos de Henri Wallon e Paulo Freire, trazem reflexões que são
significativas e contribuem para a temática da pesquisa. É possível, só a título de uma prévia
apresentação citar algumas de suas obras e de outros autores que se inspiram neles
estabelecendo as contribuições necessárias para a pesquisa.
nos vários momentos de sua evolução psíquica, dando foco ao desenvolvimento em seus
domínios afetivos, cognitivo e motor, e as diferentes etapas, vínculos e implicações
representadas pela personalidade.
Na “Pedagogia do Oprimido”, Freire (2004), que propõe uma pedagogia com uma nova
forma de relacionamento entre professor, estudante e sociedade, em que educador ao educar
também é educado, propondo que o educador e o educando se tornem sujeitos do processo sem
autoritarismo, crescendo juntos e nessa troca exercitando a afetividade.
Ambos os autores trazem nos seus estudos, acerca dessa temática, pensamentos que nos
ajudam a perceber que a afetividade influência a aprendizagem, de modo que o afeto possibilita
20
Em uma visão geral, é possível dizer que para Wallon (1879-1962), a cognição e a
afetividade têm também raízes orgânicas e adquirem complexidade e diferenciação via uma
relação dialética e social, em que o indivíduo e o meio se integram e se articulam, possibilitando
o desenvolvimento da criança, tanto no plano motor como no afetivo, aprendendo a se conhecer
como pessoa e exercendo papeis que possibilitam o conhecimento de si, de forma completa e
concreta. “As pessoas do meio nada mais são, em suma, que ocasiões ou motivos para o sujeito
exprimir-se e realizar-se”. (Wallon, 1986, 164).
Para Wallon (1975, 169), “O Eu tanto projecta noutrem os traços da sua personagem,
como por vezes não ousa se quer reconhecer-se”, visto que a criança desde seu nascimento vai
vivenciando fases de desenvolvimento onde predominam ora a afetividade, ora a cognição, ora
social. Na Educação Infantil, a criança vivencia a fase personalista em que há predominância
21
da afetividade. É a fase em que a criança vai constituindo o seu Eu, sua subjetividade e sua
personalidade. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), traz disposta que:
[...] na Educação Infantil, as condições para que as crianças aprendam em situações nas
quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar
desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir
significados sobre si, os outros e o mundo social e natural. (BRASIL, 2017)
O espaço não é primitivamente uma ordem entre as coisas, mas antes uma qualidade
das coisas em relação a nós mesmos e, nessa relação, é grande a parte que cabe à
afetividade, à pertença, à aproximação ou ao evitamento, à aproximação ou ao
afastamento. (WALLON, 2008, 206)
É preciso, por outro lado, insistir em que não se pense que a prática educativa vivida
com afetividade e alegria, prescinde da formação científica séria e da clareza política
dos educadores ou educadoras. A prática educativa é tudo isso: afetividade, alegria,
capacidade científica, domínio técnico a serviço da mudança ou, lamentavelmente da
permanência do hoje. (FREIRE, 1996, p. 90).
Para tanto, compreende-se que o profissional de Educação Infantil que valoriza e lida
com suas emoções e das crianças, faz um trabalho interligado, de um lado com a atuação em
sala de aula, do outro com um ser humano afetuoso que educa e cuida, mas que tem que agir
com responsabilidades curriculares, atendendo o currículo exigido, buscando variadas
metodologias e dinâmicas, as quais desenvolvam na criança o seu crescimento intelectual,
aliados a aprendizagem significativa e afetiva. Importante proporcionar no espaço da sala de
aula a observação e a escuta atenta, com possibilidades de compreender a criança, suas
individualidades, suas dúvidas e anseios, transformando a relação entre professor e aluno, em
momentos afetivos e fundamentais para uma interação ampla de conhecimento.
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De tal modo, o educador poderá transformar momentos da sala de aula, no qual Freire
(1996) propõe que:
Esta abertura ao querer bem não significa, na verdade, que, porque professor me obrigo
a querer bem a todos os alunos de maneira igual. Significa, de fato, que a afetividade
não me assusta, que não tenho medo de expressá-la [...]. (FREIRE, 1996 p. 52.)
Nesse sentido, a relação entre educador-educando com interação afetiva, mas com sua
autoridade de docente, que medeia a construção e reconstrução do conhecimento, em que o
professor, ao querer bem aos seus alunos, potencializa e impulsiona o processo de
aprendizagem. Com isso, Mello (2004) destaca que:
Esse questionamento, por sua vez, me fez pensar nas discussões suscitadas pela Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) da Educação Infantil, que trata sobre os direitos de
aprendizagem e campos de experiências, além da divisão da faixa etária e a nomenclatura para
as etapas. Segundo a BNCC (2017), “a Educação Infantil é o início e o fundamento do processo
educacional”, por isso a importância da afetividade na relação professor-aluno para o processo
da aprendizagem, gerando segurança nesse momento de integração social.
Partimos do pressuposto, portanto, que o afeto é um grande laço que conecta o professor
e o aluno, sendo um conjunto onde estão relacionados à autoestima, amor, sentimentos e
valores, constituindo relações entre educador e educando. Sobre essa ideia de afetividade como
conexão e à luz da teoria walloniana, para Almeida (2004) nos diz:
[...] como tudo que ocorre com a pessoa tem um lastro afetivo, e a afetividade tem em
sua base a emoção que é corpórea, concreta, visível, contagiosa, o professor pode ler o
seu aluno: o olhar, a tonicidade, o cansaço, a atenção, o interesse, são indicadores do
andamento do processo de ensino que está oferecendo. (ALMEIDA, 2004, p. 126)
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo traz uma breve contextualização acerca de teóricos que discorrem sobre
vivências afetivas e práticas docentes, bem como influências e interesses que perpassam da
formação de vínculos afetivos e que podem desenvolver a aprendizagem através das relações
positivas. Além de destacar pontos da BNCC, que apontem a construção do desenvolvimento
da criança na Educação Infantil, buscando compreender os direitos de aprender e se desenvolver
de forma ampla e afetiva.
movimento, são constituídas as aprendizagens positivas e que revelam o quão importante são
as vivências afetivas.
Momentos como estes promovem encontro da criança com suas emoções, que
contribuirá para aprendizagens enfáticas, em que o professor estimule o potencial de cada
estudante, cativando a criação, imaginação e aprendizagem, elevando a autoestima. Na BNCC
está disposto que:
[...] na Educação Infantil, as condições para que as crianças aprendam em situações nas
quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar
desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir
significados sobre si, os outros e o mundo social e natural. (BRASIL, 2017)
autocontrole acerca de situações adversas, pode-se também perceber que por vezes os conflitos
existentes trazem à tona a raiva e o stress, bem como a forma como o docente lida com as
situações de conflitos, de forma peculiar, buscando desenvolver o autocontrole de suas emoções
e mediando os estudantes de forma que resolva as agitações.
A atuação do professor diante do estudante pode ser marcada por uma postura de
empatia que facilita a aprendizagem. Sendo assim, Freire (2004, p. 68) salienta que: “(...) o
educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com
o educando que, ao ser educado, também educa”. Dessa forma é imprescindível que professores
conheçam e diferenciem as manifestações da afetividade para interferir em situações do
cotidiano escolar. O professor motivador cria condições afetivas, buscando encontrar prazer no
ensinar e no aprender.
[...] como professor [...] preciso estar aberto ao gosto de querer bem aos educandos e à
própria prática educativa de que participo. Esta abertura ao querer bem não significa,
na verdade, que, porque professor, me obrigo a querer bem a todos os alunos de maneira
igual. Significa, de fato, que a afetividade não me assusta que tenho de autenticamente
selar o meu compromisso com os educandos, numa prática específica do ser humano.
Na verdade, preciso descartar como falsa a separação radical entre “seriedade docente”
e “afetividade”. (FREIRE, 2015, p. 159)
Por esse viés, compreende-se que o profissional de Educação Infantil precisa valorizar
e saber lidar com suas emoções e das crianças, pois o trabalho docente pode estar atrelado de
um lado com a atuação em sala de aula, de outro com um ser humano afetuoso que educa e
cuida, mas que tem que atuar com responsabilidades curriculares, atendendo o currículo
exigido, buscando variadas metodologias e dinâmicas, as quais desenvolvam na criança o seu
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Para Wallon (1979), a criança desde seu nascimento, vai vivenciando fases de
desenvolvimento onde predominam ora a afetividade, ora a cognição. Na Educação Infantil, a
criança vivencia a fase personalista em que há predominância da afetividade, é a fase em que a
criança vai constituindo o seu Eu, sua subjetividade e sua personalidade, a criança começa a si
descobrir e se ver diferente das outras, vai sendo marcado por aspectos pessoais, tais como
oposição, imitação, distinção entre objetos e surge os conflitos de competição, bem como a
predominância cognitiva.
A fase personalista, que é a terceira entre as cinco, é marcada por oposição, sedução e
imitação, é a fase em que a criança começa a se descobrir diferente uma da outra e do adulto,
também pela formação dos aspectos pessoais de criança, de sua personalidade, da
autoconsciência. Neste estágio é reconhecer e respeitar o surgimento das diferenças,
valorizando e oportunizando as expressões destas diferenças.
É o estágio marcado pela presença de crise negativa, em que a criança se opõe ao adulto,
já começa a distinguir entre o meu e teu objeto, e assim busca conflitos para obter o objeto que
não é seu, competindo com outras crianças. Neste estágio, é importante possibilitar exercícios
de escolha, para que tenha contato com crianças de outras idades também. É possível a
predominância dos conjuntos funcionais, especificamente ao conjunto afetivo no estágio do
personalismo, em que o indivíduo está mais voltado para si mesmo.
Constituindo assim, o papel das emoções e as relações com a vida intelectual é apontada
por Wallon (1986) como:
[...] a coesão de reações, atitudes e sentimentos, que as emoções são capazes de realizar
em um grupo, explica o papel que elas devem ter desempenhado nos primeiros tempos
das sociedades humanas: ainda hoje são as emoções que criam um público, que animam
uma multidão, por uma espécie de consentimento geral que escapa ao controle de cada
um. (WALLON, 1986, p. 146)
Para tanto, é pertinente lembrar que, na Educação Infantil, a criança como qualquer
outro ser humano é dotada de sentimentos e emoções, ela apresenta durante o processo de
aprendizagem comportamentos que traduzem esses sentimentos. Assim, quando em contato
com as relações de afetividade docente terá melhores condições de se desenvolver
integralmente. Segundo Almeida (2004):
[...] como tudo que ocorre com a pessoa tem um lastro afetivo, e a afetividade tem em
sua base a emoção que é corpórea, concreta, visível, contagiosa, o professor pode ler o
seu aluno: o olhar, a tonicidade, o cansaço, a atenção, o interesse, são indicadores do
andamento do processo de ensino que está oferecendo. (ALMEIDA, 2004, p. 126).
33
Nesse sentido, os conhecimentos vão sendo construídos a partir das relações que são
estabelecidas entre os sujeitos, que vai além do carinho. O educador precisa praticar e inserir a
afetividade, buscando meios que direcione as crianças para o desenvolvimento das diversas
aptidões. Como lembra Freire (1996, p.155): “Preciso, agora, saber ou abrir-me à realidade
desses alunos com quem partilho a minha atividade pedagógica. Preciso tornar-me, se não
absolutamente íntimo de sua forma de estar sendo, no mínimo, menos estranho e distante dela.”
3 OBJETIVOS
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O estudo foi realizado no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Maria Teresa
Brennand de Souza Coelho, localizado em Petrolina – PE. O CMEI foi escolhido por atender
alunos de cinco bairros vizinhos próximos (Rio Corrente, Jardim Guararapes, Residencial
Brasil, Nova Petrolina e São Gonçalo), que atende em média 180 crianças, distribuídas em
turnos integral, matutino e vespertino, sendo as crianças com idade entre um e cinco anos de
idade, atendimento de creches (Maternal 1 e 2) e pré-escola 1 e 2. Importante informar que a
pesquisadora é lotada na referida instituição, caracterizando a escolha pelo critério de
conveniência.
35
A população foi representada por quatro docentes do CMEI Maria Teresa Brennand de
Souza Coelho – Petrolina-PE, em exercício efetivo na Educação Infantil. Sendo escolhidos por
estarem lecionando na pré-escola, distribuídas nos turnos matutinos e vespertinos, e ao mesmo
tempo recém-chegadas na Educação Infantil.
Os docentes que aceitaram participar voluntariamente da pesquisa, assinaram o TCLE
(Termo de Consentimento Livre e Esclarecido). O estudo teve boa aceitação por parte dos
sujeitos, em que os dados coletados dão suporte e embasam este trabalho.
A coleta e análise dos dados foi realizada em três fases. De agosto de 2022 a outubro de
2022. A primeira, aconteceu através da aplicação de questionário semiestruturado (APÊNDICE
01), contendo questões fechadas e abertas acerca do tema “Afetividade e prática docente na
Educação Infantil”, em que apresentou duas partes: sendo uma relacionada as informações
gerais sobre formação docente, sexo, idade, tempo de docência na Educação Infantil e turma
que leciona (questões fechadas); e a outra, pertinente a dimensão afetiva na prática docente
pessoal e da instituição que leciona (questões fechadas e abertas).
A última fase foi realizada através da observação não participante (APÊNDICE 03), na
inserção espontânea do cotidiano, vivências e comportamentos das práticas docentes voltadas
a afetividade na Educação Infantil. Observação dos momentos de interações dos docentes, nos
meses de setembro e outubro de 2022, com as crianças acerca do tema “Afetividade e práticas
docentes na Educação Infantil”, sem integração com o grupo observado, em que o pesquisador
“presencia os fatos, mas não participa dele, não se deixa envolver pelas situações, faz mais o
papel de espectador” (GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p.47). Foram realizadas reflexões
relevantes da análise da interação dos participantes sobre a temática.
Foi criado um instrumento para a observação, contendo quatro tópicos para serem
observados, em que aconteceu a descrição dessas observações das vivências e comportamentos
da prática docente e expressão da afetividade.
Toda pesquisa com seres humanos pode envolver riscos e/ou desconforto. No entanto,
a presente pesquisa buscou as autorizações do responsável legal da instituição, onde foi
realizada a pesquisa, bem como autorização dos participantes, respeitando e compreendendo a
singularidade dos entrevistados, garantindo o sigilo das informações coletadas durante o
processo, buscando não oferecer riscos, informando aos participantes sobre a liberdade de ser
desligado da pesquisa, sem nenhum prejuízo. Para tanto, eles estavam cientes, através dos
documentos que lhes foram apresentados durante a pesquisa.
A partir dessa pesquisa, foi lançado novos olhares para a percepção da afetividade da
prática docente na Educação Infantil, em que os professores estavam abertos e sensíveis a
ampliação dos conhecimentos favoráveis, com relação a influência da afetividade na
aprendizagem regada de afeto, em que tiveram a oportunidade de despertar para potencializar
uma prática pedagógica reflexiva e cheia de possibilidades de conhecimentos cognitivos,
emocionais e afetivos.
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O estudo adotou todas as determinações éticas, sendo aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade de Pernambuco, Recife – PE, Brasil. Foi submetido para análise
e obteve parecer aprovado com o número 5.539.308 em 21/07/2022.
A análise dos dados se deu através das informações obtidas pelos três instrumentos:
questionário semiestruturado (APÊNDICE 01), entrevista (APÊNDICE 02) e observações
(APÊNDICE 03) dos momentos de interações no cotidiano das práticas docentes vivenciadas
na Educação Infantil, considerando aspectos da sala de aula e comportamentos voltados a
afetividade.
As três fases realizadas, foram classificadas como eixos, no decorrer da análise dos
dados, que foram intitulados como: Eixo 1 – Desenhando o perfil dos participantes, Eixo 2 –
Dialogando com os sujeitos da pesquisa, este dividido em quatro categorias, resultantes a partir
das questões realizadas na entrevista e o Eixo 3 – Atuação docente e suas vivências – dividido
também em quatro categorias, estruturadas de acordo com o diagrama da observação realizada.
A obtenção dos resultados e análise dos dados, dentro da abordagem qualitativa, para as
respostas livres, foram realizados via a Análise Categorial Temática (BARDIN, 1977), que é
definida como:
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O processo de discussão dos resultados desta pesquisa surgiu através das inquietações e
da curiosidade acerca da Afetividade e prática docente na Educação Infantil, buscando
compreender a importância da afetividade na prática pedagógica dos docentes, de um Centro
Municipal de Educação Infantil da Rede Municipal de Petrolina-PE (CMEI).
De uma forma geral, fazendo a análise dos dados coletados e no cruzamento deles,
oriundos dos três instrumentos (questionário, entrevista e observações), os docentes não têm
deixado de pensar a afetividade na sua prática, mesmo que não tratem do assunto
continuamente, as demonstrações de afeto estão presentes nos diversos momentos do cotidiano
escolar, que foram relatados e descritos nesta pesquisa.
atuando no pré-escolar, com tempo médio de docência na Educação Infantil de um a dez anos,
sendo 50% atuando em média de um a cinco anos e 50% de seis a dez anos de docência. Pode-
se observar no quadro 01 a seguir, os detalhes dos aspectos sociodemográficos dos
participantes.
Em relação aos momentos, com o tema afetividade para docentes na Educação Infantil,
realizados pela Secretaria de Educação Municipal, que oportunizem conversas e interações aos
entrevistados com essa temática, as respostas dadas, consideradas pelos participantes, em uma
escala de 0 a 5, apresentou da seguinte forma: das quatro, uma considera nota máxima 5(cinco),
estes momentos acontecem sim, duas professoras consideraram nota 4(quatro) e uma outra nota
mediana 3(três). Como exposto no gráfico 3 abaixo.
Mesmo sendo apontado no quadro acima, que os momentos com tema afetividade
acontecem, considera-se que podem ser vivenciados com mais intensidade, haja vista a
importância, segundo os entrevistados, diante do que foi exposto até aqui, sobre a dimensão
afetiva na prática docente e considerando o que afirma Wallon (2007, p. 117): “os domínios
funcionais entre o que vai se distribuir o estudo das etapas que a criança percorre serão, por
tanto, os da afetividade, do ato motor, do conhecimento da pessoa”, influenciando nas vivências
e aprendizagens propostas por uma prática docente afetiva.
Um último questionamento feito, foi partindo do pressuposto de como os professores
da Educação Infantil podem trabalhar a afetividade de formas mais efetiva e para ilustrar esses
registros, apresento as falas das quatro participantes, que expõem suas opiniões acerca do que
pensam sobre:
“Na prática docente além de afeto diário (receber com alegria, amor), deve considerar
o olhar e a escuta para compreender as necessidades dos alunos no âmbito emocional e
cognitivo. (Participante 01)
Podemos perceber nessas afirmações, a maneira diferente que cada docente expressa
sobre como trabalhar a afetividade efetivamente, propondo que as necessidades dos alunos
precisam ser consideradas, desde seu olhar até a escuta atenta, por meio de conversas e atenção,
ao que o aluno sinaliza no ambiente. Discorrem sobre a prática docente, que vai além do afeto
diário, compreendendo o aluno, tanto no emocional quanto no cognitivo, com o cuidado através
de resoluções de conflitos e buscando administrar suas emoções, em que a afetividade pode ser
vivenciada num ambiente propício a aprendizagem infantil.
A teoria walloniana tem como ponto basilar a integração dos conjuntos funcionais
(afetividade, cognição, motricidade e pessoa) e a integração ao organismo-meio. Possibilitando
com isso, o entendimento do indivíduo em sua totalidade. Valorizar o ambiente no qual o
indivíduo está inserido, influencia no desenvolvimento do processo. Enquanto para Freire, o
professor precisa colocar-se diante dos alunos, não pode passar despercebido, mas está atento
também aos silêncios e sorrisos, trazendo para o espaço da sala de aula, momentos e
possibilidades de aprendizagem.
44
“mas as situações são vivenciadas numa rotina, temos uma rotina, juntamente com a
equipe da escola e esta situação que pode dizer é o brincar, é o sentir e o se expressar,
dentro de uma aprendizagem, de uma rotina escolar que a gente tem.” (Participante 02)
“(...) poder lidar com cada uma delas, crianças mais retraídas, crianças mais
extrovertidas, crianças mais, é, ali hiperativas, crianças de tudo quanto é jeito.”
(Participante 03)
“Ao chegar, receber com um gesto afetuoso, dando boas-vindas...” (Participante 04)
São colocações que perpassam por dimensões afetivas, em que os docentes descrevem
práticas que atentam para as coisas simples do cotidiano, mas que permitem expressar afeto,
demonstrando o que Freire (2015, p.138) diz sobre, “...Significa de fato, que afetividade não
me assusta, que não tenho medo de expressá-la.”, evidenciando que a atuação pedagógica está
sensível e precisa contribuir para o desenvolvimento cognitivo, sem deixar de lado o afetivo.
“(...) pode ser uma ação concreta também, é interagir com ele, né, na maneira, ou dentro
da sala de aula ou fora, aí, na questão de ter esse olhar, até mesmo de dar um abraço,
de ouvir, né, de responder, de dar atenção, isso é uma forma também de demonstrar,
né, afetividade.” (Participante 01)
“As situações mais concretas que a gente pode ver aí é o brincar, ao consolidar na
resolução das tarefinhas, né, e ali a gente pode entender o que vai, esse conjunto de
rotina que vai gerando esta aprendizagem.” (Participante 02)
“(...) para poder lidar com cada uma delas, crianças mais retraídas, crianças mais
extrovertidas, crianças mais, é, ali hiperativas, crianças de tudo quanto é jeito.”
(Participante 03)
“(...) mostrar interesse pelas atividades que estão realizando, ouvindo a respeito das
mesmas.” (Participante 04)
46
A explanação que se faz sobre conflito, aparece de forma bem conexas nos relatos dos
entrevistados, há uma relação na fala de ambos, em que para buscar entender a situação é
necessário a escuta, a conversa, o entendimento dos acontecimentos, o respeito, o que provocou
ou motivou a situação.
“(...) a gente ter esse olhar com ele e para com ele e para os outros, ele sentir que ele é
visto, né, que o professor escuta, que ele percebe como ele está, que dar atenção, né, e
sentir também que o professor estar ali atento, se ele tem conflito, né, com outro
estudante, chamar, conversar, através do diálogo, (...)”. (Participante 01)
“(...) colocando aí o respeito pelo outro, né, respeitar o espaço do outro, respeitar o
tempo do outro, respeitar seria uma forma de dizer assim, elevar a criança a ter assim,
a compreensão de convivência, para que eles entendam que o ambiente pertence a
todos, (...)”. (Participante 02)
“Primeiro saber a causa, a origem, o que que ocasionou esses conflitos, o que provocou,
(...)”. (Participante 03)
A partir desses depoimentos, pode-se notar a maneira com que cada professora lida com
os conflitos entre os estudantes, buscando uma forma peculiar, pensando no aluno de forma que
entendam a necessidade de se expressar, mas de respeitar o espaço do outro, que as frustações
e desentendimentos, se fazem necessários para se ter o controle das suas emoções e que
afetividade também é expressão de raiva, stress, aborrecimentos e decepção, cabendo ao
docente mediar esse conflito, trabalhando a relação de controle e de comunicação, que se
encontram integrados nos relacionamentos e que emergem desse encontro.
Outro aspecto que também chama atenção, refere-se como o professor relata sua ação
diante dos conflitos apresentados no cotidiano e como agem em relação a resolução deles. Além
da preocupação em fazer o aluno pensar, em se colocar no lugar do outro, pensar sobre o que
fez, a importância da convivência, dos valores e da motivação para buscar resolver os conflitos,
demonstrando assim afeto elo que faz.
47
“(...) pensar sobre o que foi que ele fez com o outro, ou se ele está triste porque o outro
fez algo com ele, então ele perceber que ele tem que se colocar no lugar do outro, (...)”
(Participante 01)
“(...) e ali vão convivendo e a gente vai aprendendo a olhar os conflitos e trazendo a
eles a verdadeira importância do conviver e conviver bem, trazendo hábitos saudáveis,
de valores, (...)”. (Participante 02)
“(...) o que motivou aquele conflito, então fundamentado na causa, é que consigo a
resolução do conflito.” (Participante 03)
“(...) mostrando que não se pode agir com brigas, pois precisam conviver em
harmonia.” (Participante 04)
Nesta terceira categoria houve a junção de duas questões da entrevista, pois as duas tem
relação quanto as atividades escolares realizadas, sendo a primeira acerca do auxílio que é dado
aos estudantes e a outra quanto ao planejamento das atividades, considerando o aspecto afetivo.
O auxílio aos estudantes nas atividades escolares, foi apontado pelos professores como
situações que precisam ser percebidas e acompanhadas em sala de aula de forma a ter atenção
aos alunos “despercebidos”, buscando intervenções coletivas e/ou individuais, demonstração
de persistência e paciência para com eles, observação, auxílio e incentivo nesses momentos.
Como podemos perceber nos relatos a seguir:
“Ah, ele tem dificuldade ou então às vezes, o aluno passa despercebido, porque ele é
muito calado, então está sempre atento, ah, ele é quietinho, ele é calado, né, então deixa
ele quieto no canto dele.” (Participante 01)
“Tem alguns alunos que já são bem desenrolados, bem tranquilos e acho que isso,
possivelmente, já vem de casa, já traz essa bagagem de casa, e isso é muito bom, mas
existe os outros que tem uma dificuldade bem maior, (...) Paciência, persistência, calma,
tranquilidade pra a gente conseguir achar aí um caminho, norte, pra é, pra fazer com
que o aluno consiga aprender, (..)”. (Participante 03)
48
A menções feitas anteriormente, faz uma desenho do papel do professor, que tem
representação fundamental para o desenvolvimento pleno e aprendizagem do estudante, estando
ele apto a oferecer e propor atividades de acordo com a dificuldade apresentada por cada aluno,
respeitando as individualidades, possibilitando o atendimento das necessidades e
desenvolvimento das potencialidades de cada um, sem que os alunos não tenham limitações ao
aprender, mas que produzam conhecimentos e tenham como canalizador a afetividade que
ampliam suas possíveis obtenção de sucesso e aprendizagem.
A participante 01, explana na sua fala, que tem feito uso dos aspectos afetivos, quando
pensa nas dificuldades e tenta estratégias que gere e pense nos sentimentos da criança para
aceitar as regras, vencer as frustações, buscando colocar-se no lugar dele, oportunizando uma
aprendizagem mais leve.
“Então, eu vou pensar como meu aluno pode proceder naquela atividade, né, eu tenho
que me colocar usando o aspecto afetivo, mais uma vez, esse olhar, como é que eu
posso executar tal tarefa, como essa tarefa vai ser executada por aquele grupo que eu
tenho ali, né, heterogêneo, cada um pensando de uma forma, cada um com suas
dificuldades, então me colocar no lugar do aluno, como ele vai executar, como ele vai
pensar, como ele vai conseguir fazer, isso ai também é pensar de maneira afetiva, né,
pensar que sentimentos eu posso gerar, se o aluno não conseguir fazer, né, se ele tem
dificuldade em aceitar regras, se ele tem dificuldade com frustações, né, se ele tem
dificuldades cognitivas, ele não consegue, ele se frusta, ele vai ficar frustrado, isso aí
gera muito sentimento na criança, (...)”. (Participante 01)
Para a participante 02, as atividades são preparadas, pensando na turma de forma geral,
sem especificidades na dificuldade de cada aluno, mas segundo ela, favorecendo afetividade ao
acolher, dar atenção, trazendo para perto de si e desejando que a criança se desenvolva
plenamente.
em um ambiente favorável, né, a essa aprendizagem, ao momento que ele tenha também
ali dentro daquele ambiente escolar, dentro de uma rotina, eles se sintam mesmo
importante, um serzinho ali que precisa realmente ser acolhido, ter atenção, né, que
precisa mesmo de dar esse afeto, de trazer ele para perto, de desejar que esse aluno
venha ter esse relacionamento afetivo com a gente, para que ele se desenvolva de forma
mais plena.” (Participante 02)
Ao observar a fala da participante 03, ela acredita que a afetividade é algo que se
estabelece através da confiança, que a partir daí, são criados vínculos e laços de confiança, que
uma das atividades que proporciona isso, é o brincar, e que através do brincar, pode-se explorar
e conquistar melhor a criança.
“(...) acho que através do brincar a gente consegue estabelecer um laço de confiança,
né, com a criança. a afetividade se dar por aí, primeiro confiança, né, tem que criar esse
vínculo, esse laço de confiança com a criança, então acho que primordial são as
atividades por meio do brincar, depois conquistada a confiança, a gente pode explorar
um pouco mais.” (Participante 03)
A participante 04, relata que realiza o planejamento das atividades pensando nas
dificuldades apresentadas tanto pela turma geral como nos alunos com dificuldades distintas,
pensando em contemplar a todos.’’’
“Buscando pensar na turma e nos alunos que apresentam dificuldades, a fim de levar
atividades que comtemplem a todos.” (Participante 04)
Com relação a afetividade e a aprendizagem que tem como foco principal o aluno, foram
relatados alguns aspectos sobre estar aberto a ajudar, criar laços, demonstrar afeto e interesse
em conquistar, e que vão fazendo com que a criança tenha vontade de aprender, conforme
podemos constatar a seguir:
“(...) a afetividade, ela, como diz né, o afeto, afeta, ele ajuda a criança a ter gosto pela
aprendizagem né, se ele percebe que o professor se dispõem a ajudar, né, então ele
percebe isso, que o professor está ali disposto, aberto a ajuda-lo, isso gera nele uma
emoção, ne, então ele vai ter a vontade de ir para escola, por que ele tem esse vínculo
com o professor, ele criou esse laço, né, ele sabe que o professor vai ter paciência com
ele, que está olhando por ele, que não vai desistir dele,(...)”. (Participante 01)
O apoio e a confiança que o docente demonstra para com o aluno, faz diferença no modo
como ele aprende, marca positivamente e vai apontando que o papel da afetividade é importante
na condução do desenvolvimento positivo e assertivo da criança. A afetividade para Wallon,
refere-se à capacidade que o indivíduo tem de ser afetado pelo mundo interior e exterior. Para
a participante 02, é impossível a realização de uma atividade sem a presença da afetividade:
“O mundo infantil é afetivo, não tem pra onde, não só infantil, nós adultos também
somos, precisamos de afetividade, imagine as crianças, né, verdade. Então, assim,
afetividade, o que que eu penso sobre isso, é o elo entre a criança e o adulto, entre a
criança e a escola, entre a criança e a atividade, entre a criança e tudo, necessário, é
indispensável ter a afetividade para conquistar a criança, para criar essa, esse elo, né,
essa parceria com a criança, e isso acontece de forma bem natural, (...)” (Participante
03)
“Vejo afetividade como um ponto essencial para alcançar a aprendizagem dos alunos,
pois precisamos primeiro tocar a alma da criança.” (Participante 04)
“Se ele não vai à escola, que a professora percebe a ausência dele e quando ele volta, a
professora, né, pergunta e diz que ficou triste porque ele faltou, então ele vai sentir esse
aconchego, isso é importante para aprendizagem, traz uma emoção positiva para a
criança. então, ele vai experimentar, né, essa emoção da escola, essa emoção de estar
ali brincando, de estar aprendendo, de estar vendo coisas novas, e vai ser muito
importante na construção dessa relação entre ele, o educador e o aluno, (...). Quando
ele tem isso na escola, tem afetividade que ajuda, que é um ambiente que ele se sente
amando, acolhido, que ele se sente feliz, isso vai gerar, né, a vontade de aprender, por
mais que ele tenha dificuldade, ele vai estar feliz em está ali.” (Participante 01)
Os benefícios pedagógicos que se podem obter para o ensino aprendizagem com o uso
de estratégias positivas, que proporcione confiança, aconchego, a construção de uma relação
entre os pares, docente e estudante, entre os próprios estudantes, assume uma realidade de
constância e fortalecimento de uma prática afetiva necessária. Segundo Freire (2015, p. 139),
“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca.
Ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.”. Daí é
possível dizer que a afetividade desempenha papel crucial no desenvolvimento e no processo
de ensino aprendizagem.
A partir das definições apresentadas nos relatos, pode-se perceber que os docentes têm
demonstrado posturas empáticas, na busca de facilitar a aprendizagem, sinalizando
características que motivam a criança, apontam estratégias de mediar situações que levam o
aluno a aprender de maneira afetiva e efetiva, segundo Almeida (2004, p.126), “[...] o professor
precisa criar condições afetivas para o aluno atingir a plena utilização do funcionamento
cognitivo, e vice-versa.”, com isso oportunizando mudanças diversas para a criança na
Educação Infantil, que sem um bom direcionamento, pode ocasionar resultados fracassados ou
inesperados.
Este eixo aborda a apresentação e análise das observações não participante, que
ocorreram na instituição escolhida, em momentos distintos e dias diferentes, em momentos de
aula, recreio e aplicação de atividades, objetivando relacionar e cruzar dados relevantes que
52
Estes registros, demonstram interesse dos professores pelo que o aluno apresenta,
trazem estratégias possíveis de acolhimento, na tentativa de chamar a atenção da criança e
considerando a afetividade como marco para o desenvolvimento e conhecimento do aluno, na
busca de conhecê-lo melhor, identificando novos caminhos que auxiliem na construção do
conhecimento e equilíbrio nos momentos vividos na sala de aula. Por tanto, os momentos
53
observados das práticas docentes e naquele espaço, trazem uma reflexão proposta por Wallon
(2008):
O espaço não é primeiramente uma ordem entre as coisas, mas antes uma qualidade das
coisas em relação a nós mesmos e, nesta relação, é grande a parte que cabe à afetividade,
à pertença, à aproximação ou ao evitamento, à aproximação ou ao afastamento.
(WALLON, 2008, p. 206)
Caberia destacar aqui que o professor, em sua prática docente, sendo atento ao seu aluno,
acolhendo com carinho, escutando a criança e propondo momentos de tranquilidade no
cotidiano da sala de aula, em especial com a Educação Infantil, assume que a afetividade
desempenha papel crucial na prática desenvolvida e aplicada, relacionando-se e aproximando-
se da criança para fortalecer o relacionamento entre eles.
03 em voz baixa orienta que volte a sentar. Na sala de aula, orienta os alunos nas atividades,
direcionando como fazer, no entanto,
de vez em quando, se dispersam rápido e a professora continua a explicação sem chamar
para prestarem atenção.
Os alunos são conduzidos em fila para o pátio, após a refeição. Um dos alunos que não
quis atender à solicitação da professora, seguiu com ela para outro local, onde ela foi
04 arrumar o local da acolhida. Os demais alunos ficaram sob o cuidado da assistente da sala
e o aluno ajudou a professora. Ela o coloca de ajudante da turma, para que ele consiga se
envolver com as atividades, pois se comporta de forma que não quer obedecer aos
comandos.
Fonte: Elaborado pela autora
A professora orienta que os papeis picotados precisam ser jogados no lixo. A aula
acontece com tranquilidade.
A aula foi sobre recontar de forma resumida uma história ouvida e contada pela
professora. Inicia pedindo que todos tenham atenção e escutem o que o colega vai falar.
03 Chama uma criança para que faça o reconto, incentiva a turma a falar com calma, voz
baixa e incentivando a turma. No desenrolar da aula, algumas crianças não prestam
atenção, pois estão dispersos com objetos em suas mesas.
A atividade desenvolvida foi um jogo de bingo com os números de 1 a 20, as crianças
em dupla marcavam o número que era sorteado e pintavam com a cor preferida. Todos
04 os alunos estavam envolvidos coma atividade e a professora ao realizar o sorteio do
número chamava a atenção das crianças para que marcassem e fixassem os números.
Teria uma dupla ganhadora no final. A professora conduzia bem a atividade.
Fonte: Elaborado pela autora
A forma como o professor conduz e planeja as atividades, que serão propostas para os
alunos, precisa trazer embutido manifestações emocionais, são atividades distintas, que
precisam apontar estratégias, que façam pensar nas dificuldades que o aluno apresenta no
decorrer do processo do ano letivo e na realização dessas atividades. São situações vivenciadas
no âmbito da sala de aula que derivam do emocional e suas variações.
Procurando compreender as reações dos docentes frente aos conflitos que possam
acontecer entre os estudantes, foi observado como se dá a prática docente, em relação a estes
conflitos e como a afetividade é considerada nesses momentos, a partir dessas observações,
surgiram as seguintes observações
No decorrer da aula, duas crianças iniciaram uma discussão, por conta das imagens que
estavam procurando e a professora fez uma indagação: Que confusão é essa aí? E as
02
56
crianças foram se dispersando para sentar-se em seus lugares, acabando com a conversa.
As vezes a professora exalta a voz, e as vezes ao falar chama-os de meu amor
Os alunos se levantam de vez em quando e vão para a cadeira dos outros, conversam,
discutem por causa dos objetos dispostos na mesa. As vezes as crianças dispersas não são
03 chamadas para sentar-se, a professora conversa com a criança que está fazendo o reconto,
mas de vez em quando a professora pede, em voz baixa, que façam silencio.
No decorrer do jogo, algumas crianças se desentendiam porque queriam pintar,
procuravam o número sorteado e se animavam quando saia o número que tinha em sua
04 cartela.
A professora buscando sempre acalmar os exaltados, orientando e conversando para que
se entendam, que as regras do jogo precisam ser seguidas e que apenas uma dupla pode
ganhar, buscou harmonizar a turma e que todos ficassem calmos.
Fonte: Elaborado pela autora
Com relação aos objetivos propostos, foram alcançados com êxito, junto aos resultados,
pois ao analisar a importância da afetividade na prática docente na Educação Infantil, por meio
dos instrumentos de coleta, foi possível compreender que há interesse e manifestação, acerca
da afetividade em sala de aula, dos docentes e que revela haver melhor aprendizagem quando a
afetividade é constante e expressada no processo de ensino e aprendizagem. Ao descrever as
práticas voltadas a afetividade, percebeu-se que os docentes, conduzem as crianças com
afetividade através da atenção, zelo, olhar compreensivo. Identifica e expressa a afetividade por
meio do diálogo, auxiliando e planejando suas aulas, considerando as emoções expressadas,
57
6 – CONSIDERÇÕES FINAIS
O processo da pesquisa não é fácil, muitos são os desafios encontrados, sendo a pesquisa
de suma importância, pois revela situações reais existentes e nos apontam caminhos para irmos
em busca de soluções, que minimizem as dificuldades reveladas, fazendo com que envolvidos
ou não, tenham novos olhares e busquem mudanças.
Sobre afetividade, tema mais que necessário, as informações foram sendo constadas,
como interesse e atenção dos docentes pelo tema afetividade, considerando que se faz
necessário ampliar o foco dessa temática, levando esse tipo de discussão para formações
59
7 – PRODUTO DIDÁTICO
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; MAHONEY, Abigail Alvarenga. Henri Wallon: Psicologia
e Educação. 7ª ed. São Paulo: Loyola, 2004, p. 126.
ALMEIDA, Laurindo Ramalho de; Ser professor: um diálogo com Henri Wallon. In:
MAHONEY, A. A., ALMEIDA, L. R. (Orgs.). A constituição da pessoa na proposta de Henri
Wallon. São Paulo, Loyola, 2004, p. 126. Ver abnt
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 38ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, p. 68, 2004.
GERHARDT, Tatiana Engel, RAMOS, Ieda Cristiana Alves, RIQUINHO, Deise Lisboa,
SANTOS, Daniel Labernarde. Estrutura do projeto de pesquisa. Rio Grande do Sul, p.74
2009.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, p. 128,
1999.
62
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2009.
WALLON, Henry. A evolução psicológica da criança. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
WALLON, Henry. Psicologia e Educação da Criança. Trad.: Ana Rabaca e Calado Trindade.
Lisboa: Veja 1979.
APÊNDICES
APÊNDICE 01
QUESTIONÁRIO
Pesquisador: Elizângela Alves Miranda Atanázio
Orientador: Profº. Dr. Marcelo Silva de Souza Ribeiro
Dissertação: Afetividade e prática docente na Educação Infantil
3 – Idade? _____________
( ) Sim ( ) Não
2-
3-
10 – A Secretaria de Educação do Município oportuniza momentos com o tema
afetividade para docentes na Educação Infantil? Numa escala de 0 a 5 (sendo 0 a
nota mínima e 5 a nota máxima), como você pontua:
____________________________________________________________
____________________________________________________________
65
APÊNDICE 02 – ENTREVISTA
APÊNDICE 03 - OBSERVAÇÕES
Participante N°
Data: Horário – Início: Término:
Diagrama da observação
O que observar? Descrição da observação
APÊNDICE 04
Convidamos o (a) Sr (a) para participar como voluntário (a) da pesquisa Afetividade e
práticas docentes na Educação Infantil que está sob a responsabilidade da pesquisadora
Elizângela Alves Miranda Atanázio, orientada pelo professor Drº. Marcelo Silva de Souza
Ribeiro, tendo como objetivo compreender a afetividade e práticas pedagógicas dos docentes
de um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) da Rede Municipal de Petrolina-PE.
Será mantido em anonimato, sob sigilo absoluto durante e após o término do estudo, os
dados que identifiquem os sujeitos participantes da pesquisa, fazendo uso apenas, para
divulgação, os dados inerentes ao desenvolvimento do estudo. Informamos que após o término
da pesquisa, serão destruídos todo e qualquer tipo de mídia, como fotos, gravações, entrevistas,
questionários etc., que possa vir identificá-lo, não restando nada que possa comprometer o
anonimato de sua participação agora e futuramente.
Os riscos desta pesquisa para os participantes são mínimos, que podem surgir durante a
pesquisa como receios, ansiedade e/ou medo em responder o questionário ou durante a
entrevista, mas poderá informar ao pesquisador, para que sejam tomadas as devidas
providencias e esclarecimentos. Para minimizar alguns aspectos, quanto a entrevista, será
realizada de forma individual, em local reservado, respeitando a autonomia e particularidades
de cada participante, permitindo interrupções quando necessário ou quando solicitado
privacidade e sigilo das informações.
Apenas quando todos os esclarecimentos forem dados e você concorde com a realização
do estudo, pedimos que rubrique e assine as páginas ao final deste documento que está em duas
vias. Uma via lhe será entregue e a outra ficará como pesquisador.
Você estará livre para decidir o consentimento em qualquer fase da pesquisa, também
sem nenhuma penalidade.
Em caso de dúvidas relacionadas aos aspetos éticos deste estudo, você poderá consultar
o Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos na Universidade de Pernambuco,
localizada à Avenida Agamenon Magalhães, S/N, Santo Amaro, Recife-PE, telefone
(81)3183373 5 ou ainda através do email – comitê.etica@upe.br.
Petrolina, ____/____/_____
69
___________________________________________________
Assinatura do participante da pesquisa
____________________________________________________
Nome do pesquisador que aplica o TCLE
70
APÊNDICE 05
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
(Elaborado de acordo com a Resolução Nº 466/2012-CNS/MS)
Eu, Elizângela Alves Miranda Atanázio, pesquisadora pelo projeto Afetividade e práticas
docentes da Educação Infantil e o pesquisador responsável Prof. Dr. Marcelo Silva de Souza
Ribeiro, estabelecemos prover procedimentos que assegurem a confidencialidade e a
privacidade, a proteção da imagem e a não estigmatização dos participantes da pesquisa,
garantindo a não utilização das informações em prejuízo das pessoas e/ou das comunidades,
inclusive em termos da autoestima, de prestígio e/ou de aspectos econômicos financeiros e que
o acesso a estes dados ou em outra base de dados será utilizado somente para o projeto ao qual
está vinculado.
__________________________________________________
Elizângela Alves Miranda Atanázio
__________________________________________________
Marcelo Silva de Souza Ribeiro
71
APÊNDICE 06
CARTA DE ANUÊNCIA