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trabalhá-los. Todavia, mesmo uma conversa em caráter de entrevista coletiva é
acabou se tornando um momento interventivo quando se permite ao grupo repensar
sobre as questões levantadas ao longo da conversa.
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Uma situação ocorrida na escola J.P chamou atenção foi ver o grande número
de crianças indicadas para conselho de classe, incluindo aquelas que se
encontravam no início do processo de letramento. Tais escolares estavam elencados
ou por problema de aprendizagem ou por indisciplina. Conforme Proença (1997, p.
25) “o encaminhamento de crianças que se encontra no início do processo de
alfabetização pode caracterizar a existência de um conjunto de expectativas
escolares em relação ao aluno ingressante”. E que era algo claro no discurso dos
professores a intensa preocupação que a criança em determinada idade deveria
compreender certos descritores. Não que isso não fosse a função da escola, mas
percebia o quanto isso estava se tornando um entrave no cotidiano pedagógico.
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o espaço delas e para elas. Assim, a relação da criança com a escola se torna bem
melhor. É preciso estar relembrando a maneira crianças agem perante o mundo.
Aquino (1998) questiona o discurso de que o sucesso da criança se deve a pratica
pedagógica, mas o insucesso daquela é resultante de outras instâncias. Isso leva a
refletir sobre a necessidade de ampliar o olhar sobre os escolares, pensando sobre
em que bases se inscrevem seu fracasso e seu sucesso. Valorizando as
potencialidades das crianças e adolescentes bem como reconhecendo as limitações
institucionais.
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alguns avanços. Mas também foi possível sistematizar a situação de algumas
crianças, realizar orientações e encaminhamento para melhor acompanhamento
profissional. Tudo isso traz satisfação de que algo foi possível fazer, mas não
abandonando o sentimento de angústia diante da quantidade de solicitações que
ficaram no ar, mas que não seria possível acolher. O estágio foi encerrado com muitas
inquietações e pensamentos sobre a atuação do psicólogo nesse contexto. De
quantas teorias e campos de conhecimento lhe são cabíveis naquele contexto
independente da abordagem teórica? É preciso, e ainda há tempo de aproveitar mais
a graduação no sentido de lembrar, constantemente, o que ocorre fora da
universidade e o que precisa ser trazido para o debate acadêmico e, portanto, serem
os conteúdos ali estudados de grande valia para a sociedade. Assim, sendo
profissionais das ciências humanas e da saúde há necessidade de uma atuação
política que vise uma melhor qualidade de vida e o bem-estar do outro.
REFERÊNCIAS:
http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=291840&search
NUNES, Laísy de Lima, ALVES Simone Salvino & AQUINO, Fabíola de Sousa Braz.
Contribuições da perspectiva crítica de base histórico-cultural para a produção
científica em psicologia educacional. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.40, n. 3,
p. 667-682, Sept. 2014. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
97022014000300006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 09 Aug. 2016.