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E SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS
DA EDUCAÇÃO
Carmem Silvia da Fonseca Kummer Liblik;
Mauricio Tinori Piqueira;
Lísia M. Macedo Soares.
Aspectos Filosóficos
Socioantropológicos da Educação
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OS AUTORES
CARMEM SILVIA DA FONSECA
KUMMER LIBLIK
TESTANDO
DEFINIÇÃO
Sugestão de práticas ou
Definição de um
exercícios para fixação do
conceito;
conteúdo;
IMPORTANTE ACESSE
O conteúdo em destaque Links úteis para
precisa ser priorizado; fixação do conteúdo;
EXEMPLO CURIOSIDADE
Explicação do conteúdo ou Indicação de curiosidades
conceito partindo de um e fatos para reflexão sobre
caso prático; o tema em estudo;
UNIDADE 2
Filosofia e Pensamento Educacional na Modernidade......56
UNIDADE 3
Compreendendo as diferenças entre o senso comum e o
conhecimento científico.....................................................108
O senso comum e o conhecimento científico ....................108
O conhecimento como um atributo do ser humano...........109
O senso comum...............................................................112
O conhecimento científico...............................................114
É possível a convivência entre ciência e senso comum?....117
As ciências sociais..............................................................120
As áreas das ciências sociais............................................121
Os objetos de estudo das ciências sociais e suas metodologias
de pesquisa......................................................................128
A História da Sociologia..................................................134
Os antecedentes intelectuais da Sociologia.....................135
As transformações sociais decorrentes da Revolução
Industrial.......................................................................138
Os primórdios da Sociologia...........................................142
O Surgimento da Sociologia Educacional......................148
Émile Durkheim: o ideólogo da Educação.......................149
Karl Marx: a educação como meio de conformação e
transformação social........................................................152
Max Weber e a educação como instrumento de “status
social”.............................................................155
Antropologia e seu campo de estudo...................................157
O nascimento da Antropologia.........................................157
O que é Antropologia ............................................161
.Campo de atuação da Antropologia.......................161
Antropologia e ciências afins................................163
Etnocentrismo.....................................................166
O que é etnocentrismo ?...................................................167
Relativismo cultural.........................................................170
Relativismo cultural: conceito e aplicabilidade.................170
Antropologia educacional.................................................174
Conexão entre Antropologia e Educação........................175
Antropologia educacional: suas origens...........................177
UNIDADE 4
Concepções e Contribuições da Filosofia da Educação...182
Filosofia da Educação e Formação Docente..................187
Filosofia da Educação e Educação Brasileira..................192
Filosofia da Educação, Contemporaneidade e
Subjetividade.....................................................................202
Produção de Subjetividades.............................................210
Filosofia da Educação e Pós-Modernidade.....................217
REFERÊNCIAS...............................................................225
UNIDADE
01
14 Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação
OBJETIVO
Origens da Filosofia
Toda civilização que atinge certo grau de desenvolvimento
sente-se naturalmente inclinada à prática da educação, da
Filosofia, da ciência e das artes. No mundo ocidental, as bases
que contribuíram para a origem e o desenvolvimento dessas
grandes áreas de produção de conhecimento vieram da Grécia
Antiga, especialmente a partir do século VI a.C. A Filosofia, a
ciência e as artes, como as conhecemos, são invenções gregas.
Conceito de Filosofia
“Amigo da sabedoria”: eis a definição da palavra
Filosofia, constituída do termo filon, que equivale a amigo,
e do termo sofia, que equivale à sabedoria. A Filosofia não é
apenas atividade de pensadores brilhantes e excêntricos como
popularmente se pensa. Filosofia é o que todos fazemos, quando
estamos livres de nossas atividades cotidianas e temos uma
chance de nos perguntar o que é a vida, o universo, a morte,
o amor, a tristeza e todos os infindáveis temas que intrigam
a humanidade. Nós, humanos, somos criaturas naturalmente
curiosas e não conseguimos deixar de fazer perguntas sobre
o mundo à nossa volta e o nosso lugar nele. Também somos
dotados de uma capacidade intelectual, que nos permite tanto
20 Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação
RESUMINDO
OBJETIVO
Sócrates
As três maiores figuras da Filosofia grega estão ligadas
a Atenas. Sócrates e Platão eram atenienses de nascimento
e Aristóteles ali estudou e mais tarde ensinou. Sócrates (469-
399 a.C.) nasceu em Atenas e foi condenado por “impiedade”,
ou seja, sua condenação foi baseada em acusações de não crer
nos deuses da polis e corromper os jovens. Esse filósofo viveu
o apogeu e a crise da democracia ateniense. Atenas, após a
vitória sobre os persas, havia se tornado uma grande potência,
estendendo sua influência por quase toda a Grécia (ABRÃO,
1999, p. 41). A vida cultural é intensa, com grandes escultores
e artistas, dramaturgos como Ésquilo, historiadores (Heródoto
e Tucídides), o médico Hipócrates e os homens públicos como
Péricles.
DEFINIÇÃO
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
Ética Moral
A ética é o estudo e a reflexão A moral se refere às regras de
sobre a moral, das regras de conduta que são aplicadas a
Definição conduta aplicadas a alguma determinado grupo e cultura.
organização ou sociedade.
Origem Individual Sociedade
Por que Porque acreditamos que algo Porque a sociedade nos diz o que
seguimos é certo ou errado. é certo ou errado.
EXEMPLO
Platão
Figura 1: Busto de Platão
Fonte: @pixabay
SAIBA MAIS
Aristóteles
Figura 2: Stanza della Segnatura, de Rafael Sanzio. Em relação às figuras centrais, Platão está à esquerda e
Aristóteles à direita.
Fonte: @pixabay
SAIBA MAIS
IMPORTANTE
IMPORTANTE
RESUMINDO
OBJETIVO
IMPORTANTE
RESUMINDO
OBJETIVO
REFLITA
Os Tipos de Conhecimento
Ao tratar sobre a construção do conhecimento e o ensino
das ciências, Ana Maria Carvalho (1997) define quatro tipos de
conhecimento, quais sejam: (1) conhecimento popular ou senso
comum, (2) conhecimento filosófico, (3) conhecimento teológico,
(4) conhecimento científico.
Conhecimento Filosófico
Conhecimento Científico
REFLITA
RESUMINDO
02
56 Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação
OBJETIVO
Caracteriza-se pela
Tentam resolver
pressuposição de
o problema da
princípios inatos
capacidade de nosso
Racionalismo e conhecimentos
pensamento para
a priori. O visível
captar a realidade
esconde aquilo que
externa; partem de
está para além dele.
convicções teóricas
fundamentais Nega os princípios
que permitem inatos e a
a constituição possibilidade de
do problema: a conhecer a priori. O
indubitabilidade das visível, nesse caso,
Empirismo
nossas representações é revelador por si
e a existência da só. A sensibilidade
realidade exterior a é tomada como a
elas. relação primeira
com o real.
Fonte: (FRANKLIN & PINHEIRO, 2014, p. 72.)
RESUMINDO
OBJETIVO
René Descartes
René Descartes (1596-1650) foi um filósofo, físico e
matemático francês, uma das figuras mais importantes da Filosofia
Moderna e da Revolução Científica. O filósofo defende a ideia
de que a razão serve como guia para o conhecimento. Encontra-
se aqui justificado o título de racionalismo ao pensamento de
Descartes. Suas principais obras são:
Discurso (1637).
Meditações (1641).
Os princípios da Filosofia (1644).
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 61
Fonte: @commons.
DEFINIÇÃO
Conceito de epistemologia
Teoria do conhecimento ou “conhecimento do conhecimento”.
Algumas de suas questões centrais são: a origem do conhecimento,
o lugar da experiência e da razão na gênese do conhecimento; a
relação entre o conhecimento e a certeza, e entre o conhecimento
e a impossibilidade de erro; a possibilidade de ceticismo
universal; e as formas de conhecimento, que emergem das novas
conceitualizações do mundo. (BLACKBURN, 1997, p. 118).
64 Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação
Fonte: @commons.
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 65
Immanuel Kant
Immanuel Kant (1724-1804) nasceu na Prússia Oriental
e, durante toda a sua vida, jamais se afastou de sua cidade
natal, Königsberg. Não seria exagero afirmar, que ele foi um
dos filósofos mais importantes da modernidade, uma vez que
refletiu temas, que são debatidos até nos dias de hoje, como
a objetividade, o saber, a vontade e o juízo. Ele estabeleceu o
que chamamos de Filosofia Crítica, “mantendo o equilíbrio
entre a posição extrema do empirismo britânico, por um lado,
e os princípios inatos do racionalismo cartesiano, por outro”.
(RUSSEL, 2013, p. 368).
Na filosofia kantiana, há um ponto de inflexão importante
acerca da análise e do conhecimento da relação entre ser e
68 Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação
Fonte: @commons.
IMPORTANTE
IMPORTANTE
Georg Hegel
Georg Hegel (1770-1834) nasceu em Stuttgat, hoje cidade
da Alemanha. Quando jovem, conheceu Schelling e Holderlin,
iniciando uma amizade que duraria décadas. O esforço de Hegel
concentra-se num objetivo muito claro: a compreensão do
presente, a partir da explicação do sentido do desenvolvimento
histórico.
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 71
Fonte: @commons.
SAIBA MAIS
RESUMINDO
OBJETIVO
RESUMINDO
OBJETIVO
Positivismo
Impulsionado pelo otimismo decorrente da crença no
progresso tecnológico, o positivismo empenhou-se em tornar
o homem consciente de seu destino histórico, e especialmente
comprometido com a vocação tecnocientífica do século XIX. Seu
maior representante é o francês Auguste Comte (1798-1857),
aluno da Escola Politécnica de Paris, professor de Filosofia
e fundador da corrente em questão. De sua obra destacam-se
Curso de Filosofia Positiva (1830-1842), Sistema de Política
Positiva (1851-1854), Catecismo Positivista (1852) e Síntese
Subjetiva (1856).
O pensamento positivista influenciou grande parte da
cultura europeia em diversos âmbitos, como na Filosofia,
na Pedagogia, na Política e na Historiografia. As grandes
transformações decorrentes do processo de industrialização no
século XIX, o avanço da Ciência e da tecnologia, o surgimento
de grandes cidades, o aumento da produção de bens materiais
e de riqueza permeiam o contexto em que o positivismo foi
pensado por Comte.
Comte dividiu o progresso humano em três estágios: 1)
o primeiro diz respeito ao período teológico, representado
80 Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação
SAIBA MAIS
Utilitarismo
O advento da Revolução industrial, o crescimento das
cidades, a divisão do trabalho, a circulação de capital e o
aumento de produtos de bens materiais trouxeram consigo uma
certa ênfase a tudo que dizia respeito à “utilidade”. O movimento
denominado utilitarismo, portanto, recebeu esse nome devido a
uma doutrina ética, que remonta ao teólogo e filósofo Francis
Hutcheson (1694-1746) que a defendeu em 1725. Essa teoria
afirma que o bem é prazer e o mal, a dor. O melhor estado que
podemos alcançar é aquele em que o prazer supera a dor.
Esse ponto de vista foi adotado por Jeremiah Bentham
(1748-1832), passando a ser conhecido como utilitarismo, que
nada mais é que um conjunto de teorias éticas. Seu princípio
fundamental é: a máxima felicidade possível para o maior
número de pessoas. Trata-se então de uma moral eudemonista,
mas que, ao contrário do egoísmo, insiste no fato de que devemos
considerar o bem-estar de todos e não o de uma única pessoa.
Além de Bentham, o utilitarismo contou com os filósofos James
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 83
IMPORTANTE
SAIBA MAIS
Pragmatismo
Primeira corrente filosófica que se originou nos Estados
Unidos no final do século XIX, o pragmatismo viveu seu auge
nas primeiras décadas do século XX. Apesar de ter sido pensado
sob diversas formulações, o pragmatismo parte da crença de que
o significado de uma doutrina é idêntico aos efeitos práticos
que resultam de sua adoção. Em outras palavras, “o significado
de um conceito é o efeito sensorial de seu objeto”, é conhecida
como máxima pragmática. Ou então: a “verdade” é a descrição
da realidade que melhor funciona para nós.
Um dos seus principais representantes é Charles Sanders
Peirce (1839-1914). Uma das coisas fundamentais que Peirce
tentava mostrar é que muitos debates na ciência, filosofia e
teologia não têm sentido. Ele afirmava que muitas vezes são
debates sobre palavras, e não sobre a realidade, uma vez que
neles nenhum efeito sobre os sentidos pode ser especificado.
O pragmatismo peirceano era a teoria de que não
adquirimos conhecimento apenas observando, mas fazendo, e
que contamos com esse conhecimento somente enquanto ele nos
é útil, no sentido de que explica adequadamente as coisas para
nós. Quando esse conhecimento não cumpre mais essa função
ou explicações melhores tornam-no obsoleto, o substituímos.
As antigas suposições funcionaram de forma adequada em sua
época, ainda que não fossem verdadeiras. Isso demonstra como
o conhecimento, como ferramenta explicativa, é diferente dos
fatos.
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 89
Exemplo:
Podemos ver, ao olhar para a história, como nossas ideias
sobre o mundo mudaram constantemente, do pensamento de que
a Terra é plana até saber que ela é redonda, da suposição da
Terra como centro do universo até a compreensão de que se trata
apenas de um planeta no vasto cosmos.
O ideário de Peirce torna-se importante para as concepções
educativas, porque articula-se à apreensão de como podemos
conhecer as coisas. Para ele, nosso conhecimento nasce de uma
fixação de crenças, que podem ser reduzidas a quatro métodos,
quais sejam:
Tabela 2: Charles Peirce - Como tornar claras nossas ideias (1878)
IMPORTANTE
SAIBA MAIS
Materialismo
A influência de Hegel no pensamento filosófico do
século XIX foi fundamental na produção de ideias, que tinham
em comum, entre outras coisas, a desconstrução religiosa,
especialmente por meio de críticas ao cristianismo. Temos
Bruno Bauer (1809-1882) e Edgar Bauer (1821-1866), que
apresentaram um ateísmo idealista. Max Stirner (1806-1856)
por sua vez, dizia que não podia ser mais cristão, tampouco
ateísta. Mas foi Ludwig Feuerbach (1804-1872) que influenciou
radicalmente todos os filósofos chamados materialistas. Sua tese
principal é a de que, por trás de toda teologia, não há nada além
de antropologia.
A partir desse grupo formado e influenciado por Hegel,
temos Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-
1859) que inspiram até os dias de hoje o pensamento filosófico,
político, econômico e social. Ambos romperam com Feuerbach
ao questionarem a sua concepção especulativa, sobre a natureza
do homem apartada da política e da história, bem como do
desenvolvimento de si próprio desvinculado das condições reais
de sua existência.
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 93
IMPORTANTE
DEFINIÇÃO
Materialismo Histórico
É uma concepção marxista da História. É descrito como procura
da grande força, que faz mover todos os acontecimentos históricos
importantes no que se refere à economia de uma sociedade, às
mudanças dos modos de produção, à divisão da sociedade em
classes distintas e, finalmente, à luta das classes que se opõem.
Segundo o materialismo histórico, as mudanças nas forças
produtivas de uma sociedade conduzem a conflitos sociais, e
as formas específicas de organização social refletem a estrutura
subjacente dos meios de produção (BLACKBURN, 2004, p. 240).
Fenomenologia
A Fenomenologia é um termo que surgiu no século
XVIII, nas obras de Johann Heinrich Lambert (1728-1777) e
de Immanuel Kant, para denotar a descrição da consciência e
da experiência, abstraindo de considerações sobre seu conteúdo
intencional.
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 97
DEFINIÇÃO
Conceito de intencionalidade
Qualidade de estar dirigido para algo, possuída por muitos,
se não todos, os estados conscientes. Nossos pensamentos, nossos
anseios, nossas crenças nossos sonhos e desejos relacionam-se
ao termo intencionalidade. O problema da intencionalidade é
compreender em que consiste a relação, que se verifica entre
um estado mental, ou sua expressão, e as coisas acerca das quais
esse estado mental se constitui como tal. Mais difundida é a
opinião de que, uma vez que o conceito de intencionalidade é
indispensável, temos de declarar que a ciência é incapaz de lidar
com a característica da mente, ou alternativamente, temos de
explicar como a ciência poderá abranger a intencionalidade.
Fonte: BLACKBURN, Simon. Dicionário Oxford de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1997, p. 206.
Existencialismo
O existencialismo é a corrente filosófica que surge no
centro da reflexão sobre a existência individual, a liberdade e
as escolhas pessoais. Portanto, é uma corrente que se diferencia
dos grandes sistemas filosóficos, pois abarca uma múltipla
diversidade de pensamento que se preocupa com temas como
a existência individual, a subjetividade, a liberdade e as
escolhas dos sujeitos. O pensamento do século XX reencontra
os problemas tradicionais da filosofia, não mais dispostos no
rigor da ordem clássica, ou mesmo na hierarquia rígida do
positivismo. A compreensão da experiência singular e própria
de cada indivíduo, atrelada ao contexto histórico, fortaleceu
o sentido dado aos fatos e enfraqueceu a pretensão dada às
verdades eternas e imutáveis.
Com efeito, o campo da Filosofia voltou-se à complexidade
do mundo e da vida dos sujeitos, atravessados por determinadas
contingências e singularidades de causas diversas. Com isso,
é nesse contexto que nascem as filosofias da existência. Ao
tratarmos delas, é necessário lembrar que não podemos nos
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 101
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
RESUMINDO
03
108 Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação
OBJETIVO
Fonte: Freepik
Ao longo de sua história, os seres humanos desenvolveram
diferentes formas de conhecimento. Entre elas, podemos citar
o conhecimento religioso, relacionado à busca da compreensão
do sentido da vida, das formas de encarar a inevitabilidade da
morte e o que poderia ocorrer após ela, a crença em divindades
superiores aos seres humanos que comandariam os fenômenos
da natureza e da vida humana e da necessidade de seguir
determinados procedimentos morais para conquistar a “salvação”
após a morte, etc.; e o conhecimento filosófico, que assim como
o conhecimento religioso, também busca uma compreensão do
sentido da vida, mas de forma racional e lógica, apesar de não
prescindir de uma verificação empírica, como ocorre com o
conhecimento científico, cujas características veremos adiante.
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 111
CURIOSIDADE
O senso comum
O senso comum corresponde ao conhecimento espontâneo,
aquele que é adquirido por meio das experiências cotidianas
nas quais procura, autonomamente, resolver os dilemas de sua
existência. Não é um processo que realiza individualmente,
mas sim por meio da troca de informações com os indivíduos e
instituições com quem convive. Tais conhecimentos também são
adquiridos de forma hereditária por meio da família, que passa
de geração para geração.
Podemos delimitar as características principais do senso
comum da seguinte forma:
Ametódico e Assistemático: surge da tentativa dos
seres humanos resolverem seus problemas da vida cotidiana,
não se apresentando de forma sistemática, ou seja, organizada.
O camponês aprende a cultivar a terra a partir das práticas de sua
família, esse conhecimento é transmitido de pai para filho.
Empírico: é baseado na experiência do dia a dia das
pessoas, de sua própria vivência.
Ingênuo: é um conhecimento acrítico, pois não se coloca
como problema, mas sim como algo “natural”, espontâneo e
desprovido de qualquer reflexão mais aprofundada.É construído
a partir de uma observação que se prende apenas à aparência do
fenômeno, sem aprofundar uma reflexão sobre as suas causas.
Uma cozinheira sabe que, ao bater uma clara de ovo, ela ficará
esbranquiçada e crescerá, mas desconhece o porquê e como ela
fica dessa forma .
Aparente: está preso ao que é observável a primeira
vista, o que pode levar uma pessoa às conclusões equivocadas.
Para quem observa o céu sem telescópio, o Sol parece que gira
em torno da Terra, que aparentemente está estática, posicionada
no centro do Universo. Até o século XVI, a Igreja Católica
referenciava tal teoria a partir do senso comum das pessoas.
Entretanto, o uso do telescópio e os estudos realizados por
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 113
Figura 2 - Para muitos, a crueldade cometida contra os escravos no Brasil do século XIX seria algo natural
devido a suposta superioridade do europeu frente ao africano e seus descendentes.
O conhecimento científico
Historicamente, o conhecimento científico é uma recente
conquista da humanidade. Sua origem remonta ao século
XVII, inicialmente a partir das descobertas e inovações do
astrônomo italiano Galileu Galilei, tido como o criador do
método científico moderno. Também foram importantes nesse
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 115
SAIBA MAIS
As ciências sociais
A sociedade tornou-se um objeto do conhecimento
científico a partir do Renascimento (século XVI), com a
emergência da Ciência Política, responsável pela desvinculação
entre a política e a ética, comuns nas análises filosóficas
sobre o tema. Em outras palavras, foi nesse contexto em que
alguns intelectuais procuraram analisar um fenômeno social a
partir da própria dinâmica das relações reais entre os homens,
distanciando-se das especulações filosóficas ou das justificativas
religiosas manipuladas pelo poder do alto clero e dos monarcas
absolutistas.
Entretanto, a solidificação das Ciências Sociais ocorreu
apenas entre a virada do século XVIII e no decorrer do século
XIX, quando as transformações sociais, políticas e econômicas
decorrentes da crescente hegemonia do modo de produção
capitalista no mundo, instigaram pesquisadores e intelectuais a
analisarem cientificamente os aspectos que influenciavam tais
mudanças.
Influenciada pelas ciências já estabelecidas, como a
física, a matemática e as Ciências Naturais, as Ciências Sociais
adaptaram métodos dessas ciências para realizar as suas
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 121
SAIBA MAIS
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SAIBA MAIS
A História da Sociologia
Nesse item você verá o contexto histórico no qual o
desenvolvimento do conhecimento sociológico está inserido.
Isto será fundamental para o exercício de sua profissão docente.
As pessoas que tentaram atuar na área sem a devida instrução
tiveram problemas ao longo de sua carreira. E então? Motivado
para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Reflexões sobre a vida social são tão antigas quanto a
própria humanidade. Entretanto, a Sociologia, como uma área
delimitada do conhecimento científico, só emergiu na Europa
de meados do século XIX. Para compreender esse processo, é
necessário entender o amplo quadro de mudanças econômicas,
políticas e sociais que ocorreram no continente europeu, com
implicações em todo planeta, a partir do século XVI, e as
correntes de pensamento filosófico que se tornaram a base
ideológica da modernidade – o racionalismo, o empirismo e o
Iluminismo.
Nesse período, a Europa passou por um contexto marcado
pela instabilidade, representada nas diversas formas de crises
(econômica, social, cultural, religiosa e moral). Foi em meio a
essa turbulência que surgiu a Sociologia, um modo de interpretar
o “caos” vivenciado por uma sociedade em constante processo
de transformação.
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 135
SAIBA MAIS
Fonte: ©David Henry Friston, fl. 1850s to late 1880s / Wikimedia Commons
Os primórdios da Sociologia
As origens da Sociologia teve ligação direta com o
ativismo político de Claude Henri de Rouvroy, o conde de Saint-
Simon. Ele foi um dos primeiros a fundamentar uma análise
da sociedade a partir dos conflitos entre as classes sociais.
Uma de suas principais obras, Parábola, publicada em 1819,
apontava que a nova sociedade moderna (capitalista) na França
era marcada pelos conflitos entre o que denominava de “classe
industrial”, que segundo o autor era formada pela junção entre
a burguesia industrial e a classe operária, que seriam o conjunto
de produtores; e a elite ociosa, formada pela nobreza, alto clero e
a alta burocracia estatal. Para Saint Simon, a “classe industrial”
representava o ”progresso”, enquanto a elite ociosa era o atraso
e o retrocesso, uma forte barreira para o desenvolvimento de
seu país. Para ele, o destino já havia reservado a vitória para
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 143
SAIBA MAIS
OBJETIVO
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Fonte: Pixabau
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OBJETIVO
O nascimento da Antropologia
Desde a antiguidade o homem sempre questionou e
observou a si mesmo e seus semelhantes. A descoberta da
América pelos europeus - o Novo Mundo marca a origem da
reflexão antropológica sobre os habitantes que viviam naquelas
terras ainda desconhecidas. Pode-se afirmar que o contato com
os povos distintos provocou uns dos primeiros questionamentos
antropológicos: E povos pertencem à humanidade? Possuem
alma?
Naquela época, utilizava-se a religião para regulamentar
o indivíduo como humano. As primeiras observações sobre os
povos “distantes” eram trazidas pelos viajantes e missionários
jesuítas. Além do critério religioso, os europeus utilizaram
158 Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação
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EXPLICANDO DIFERENTE
O que é Antropologia
Pode-se definir o significado de Antropologia em uma
abordagem mais ampla da seguinte maneira:
“(...) ciência que estuda o homem, suas produções e seu
comportamento. O seu interesse está no homem como
um todo (...). Tenta compreender a existência humana em
todos os seus aspectos, no espaço e no tempo, partindo
do princípio de uma estrutura biopíquica.” (MARCONI e
PRESOTTO, 2010, p. 2).
Como visto no capítulo anterior, a Antropologia iniciou os
seus estudos visando os grupos primitivos “diferentes”, aqueles
que não pertenciam à sociedade ocidental. Acreditava-se que
ao entender a sua linguagem, comportamento modo de viver,
estariam identificando a origem humana, como o ser humano
vivia antes da civilização.
Enfatiza o conceito de
Sociologia sociedade e compreensão dos
fatos práticos e presentes.
Interpretação das diferenças
individuais que, determinam
Psicologia os inúmeros tipos de
personalidade básicos da
cultura.
Avaliar a organização
econômica de grupos,
Economia
baseado no seu trabalho e
recursos disponíveis.
Compreender a organização
Política política de um grupo (poder,
ordem e integridade).
Investiga a reconstrução de
culturas passadas, revelando
História
fenômenos que estão ligados
a origem humana.
Adaptação e modificação
Geografia do homem em seu meio
ambiente físico.
Fonte: Elaborado pela autora com base em MARCONI e PRESOTTO, 2010
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 165
IMPORTANTE
Etnocentrismo
No decorrer do capítulo 1 foi abordada a dificuldade
que o ser humano apresenta desde a época da colonização em
aceitar a diferença. A intolerância em admitir o “outro” com
suas particularidades se enquadra no conceito de etnocentrismo,
definido por Rocha (1988) como uma visão de mundo no qual
um grupo considera os seus valores, modelos e definições no
centro de tudo.
Figura 4: Olhar etnocêntrico
Fonte: Freepik
OBJETIVO
O que é etnocentrismo ?
O etnocentrismo pode ser definido como um choque
cultural entre grupos diferentes. A dificuldade em encarar e
aceitar o excêntrico acompanha o homem desde a sua origem. O
autor Rocha (1988) elucida o etnocentrismo da seguinte forma:
De um lado, conhecemos um grupo do “eu”, o “nosso”
grupo, que come igual, veste igual, gosta de coisas
parecidas, conhece problemas do mesmo tipo, acredita nos
mesmos deuses, (...). Aí, então, de repente nos deparamos
com um “outro”, o grupo do “diferente” que, às vezes,
nem sequer faz coisas como as nossas ou quando as faz
é de forma tal que não reconhecemos como possíveis. E,
mais grave ainda, este “outro” também sobrevive à sua
maneira, gosta dela, também está no mundo e, ainda que
diferente, também existe. (...) O grupo do “eu” faz, então,
da sua visão a única possível ou, mais discretamente se
for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa. O grupo
do “outro” fica, nessa lógica, como sendo engraçado,
absurdo, anormal ou ininteligível. (ROCHA, 1998, p.5.)
Portanto, é possível perceber a falta de compreensão do
ser humano com a disparidade entre os seus semelhantes. Essa
visão de que a maneira como o “nosso” grupo se comporta,
veste e se comunicam é a melhor e única. O que vem do “outro”
é estranho, incompreensível e até mesmo, considerado errado e
fora da normalidade.
Lembra-se de como os europeus interpretaram o estilo de
vida e hábitos dos índios americanos? O julgamento era como se
os mesmos não fosse humanos apenas pelo fato de se vestirem,
alimentarem e comunicarem de uma forma totalmente diferente
da civilização europeia.
O etnocentrismo defende a ideia de que as diferenças do
grupo A em relação ao grupo B, torna-se padrões de julgamentos
no qual o primeiro se considera superior ao segundo e que pode
168 Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação
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Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 169
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170 Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação
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Relativismo cultural
Relativismo cultural em uma linguagem simples ocorre
quando há a compreensão do “outro” sem julgamento de valores.
É uma ideia que se contrapõe a do Etnocentrismo. Os autores
Marconi e Presotto (2010 p. 17 ) destacam que “este princípio
permite ao observador ter uma visão objetiva das culturas cujos
padrões e valores são tidos como próprios e convenientes nos
seus integrantes”. Ou seja, é visualizar e respeitar o “outro” e sua
cultura com suas particularidades, sem hierarquizar as diferenças
encontradas como melhor ou pior, superior ou inferior, etc.
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172 Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação
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Antropologia educacional
A visão de que a Antropologia é a ciência que estuda o
ser humano em sua totalidade e que o respeito primordial é
alteridade entre as culturas, já foi amplamente discutido nos
capítulos anteriores. Nestecapítulo será abordada a essência
da antropologia educacional e como esta, se relaciona com as
teorias contemporâneas da educação.
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 175
OBJETIVO
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04
182 Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação
OBJETIVO
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IMPORTANTE
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OBJETIVO
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crianças e adolescentes, uma vez que estes, por seu turno, tem
dificuldades argumentativas de expressar-se diante dos adultos.
Segundo Lipman, as crianças acreditam em nossas palavras
e têm pouca autoconfiança para questionarmos. Quando
elas protestam (mais através do que não conseguem fazer do
que pelo que fazem ou dizem), alegam não serem capazes de
perceber os significados do que ensinamos (LIPMAN; SHARP;
OSCANYAN, 1997, p. 23).
A fim de contornar essa situação, pais e educadores utilizam
o argumento da autoridade para se esquivar da responsabilidade
de educar com significados. Ora, educar com significados não
está articulado com o método originário da Filosofia?
“A ênfase ao termo descobrir não é por acaso. A informação
pode ser transmitida, as doutrinas podem ser incutidas, os
sentimentos podem ser compartilhados, mas os significados têm de
ser descobertos (LIPMAN; SHARP; OSCANYAN, 1997, p. 23).
É de extrema importância desenvolver uma metodologia de
ensino que possa conduzir as crianças à descoberta dos significados,
pois não é possível simplesmente “dar” significados para os
outros. As crianças se frustram e não conseguem compreender
a importância do que está sendo ensinado justamente porque a
escola fundamenta-se em “dar” conhecimento compartimentado
em disciplinas, cujas especificidades não são articuladas ao todo
e, principalmente, às suas vivências. Vejamos o que Lipman diz
a respeito:
Assim como todo mundo, as crianças anseiam por uma
vida repleta de experiências ricas e significativas. Elas
não querem simplesmente ter e compartilhar, mas ter e
compartilhar de modo significativo, não simplesmente
gostar e amar, mas sim gostar e amar significativamente;
as crianças querem aprender mais significativamente.
(LIPMAN; SHARP; OSCANYAN, 1997, p. 25)
190 Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação
Figura 2: A criança
A criança é única
e pode desenvolver suas
capacidades específicas
de acordo com o papel que
desempenha no grupo.
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OBJETIVO
DEFINIÇÃO
Ratio Studiorum
O Ratio atque Institutio Studiorum Societatis Iesu (Plano e
Organização de Estudos da Companhia de Jesus), normalmente
abreviada como Ratio Studiorum, é uma espécie de coletânea
fundamentada em experiências vivenciadas no Colégio Romano,
a que foram adicionadas observações pedagógicas de diversos
outros colégios, cujo objetivo era instruir rapidamente todo o
jesuíta docente sobre a natureza, a extensão e as obrigações
do seu cargo. O Ratio surgiu com a necessidade de unificar o
procedimento pedagógico dos jesuítas diante da explosão do
número de colégios confiados à Companhia de Jesus como base
de uma expansão em sua totalidade missionária. Constituiu-se
numa sistematização da pedagogia jesuítica contendo 467 regras
cobrindo todas as atividades dos agentes diretamente ligados ao
ensino e recomendava que o professor nunca se afastasse do
estilo filosófico de Aristóteles, e da teologia de Santo Tomás de
Aquino. Fonte: https://bit.ly/3nzI27t
Esta orientação pedagógica deteve o monopólio do ensino no
Brasil durante aproximadamente dois séculos. É justamente o
tomismo que se encontra nos fundamentos da Ratio Studiorum
a que limitava, na regra no 35, os livros de estudo à summa
theologica de Santo Tomás de Aquino e à obra de Aristóteles.
(SAVIANI, 1984, p. 274)
RESUMINDO
Filosofia da Educação,
Contemporaneidade e Subjetividade
OBJETIVO
IMPORTANTE
DEFINIÇÃO
Simulacro
O conceito de simulacro tenta dizer que um signo não é uma
relação entre identidades, mas uma sensação individual ligada a
um movimento dentro de várias identidades e com variações dentro
das estruturas. O simulacro deve ser pensado em termos de todos
os processos que ele une. Só que isso não significa que podemos
sintetizar uma representação total do simulacro. Ainda em relação
aos simulacros, para Deleuze, Derrida e Foucault, não há nenhuma
origem, ou um pensamento fundante, apenas uma cadeia de
simulacros interconectados. Nada existe fora dessas cadeias.
RESUMINDO
REFLITA
Produção de Subjetividades
Com muita frequência vê-se a transformação do homem
naquilo que ele precisa se tornar como uma responsabilidade
da educação, ou da psicologia, no entanto, nem todos os
teóricos concordam com essa visão. Contudo, a Filosofia da
Educação na contemporaneidade precisa enfrentar justamente
esse problema, quando se faz a relação entre a educação e o
projeto antropológico. Pensar a constituição e a experiência da
subjetividade na prática educativa é o maior desafio.
O debate acerca do que se convencionou nomear
amplamente de “subjetividade” vem de longe. Os esforços
para enfrentar o desafio da compreensão da “vida subjetiva”,
Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação 211
IMPORTANTE
IMPORTANTE
IMPORTANTE
REFERÊNCIAS
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Cultural, 1999.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Atlas, 2009.
BACHELARD, G. O novo espírito científico. 2. ed. Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995.
CARVALHO, A. M. P. Construção do conhecimento e ensino de
ciências. Educação e cultura, Recife, v. 1, p. 8-14, 1997.
CHARLOT, B. Da relação com o saber: elementos para uma
teoria. Trad. B. Magne. Porto Alegre: Artmed, 2000.
COMMELIN, P. Mitologia grega e romana. São Paulo: Martins
Fontes, 2011.
CYRINO, H. & PENHA, C. Filosofia hoje. 2. ed. Campinas:
Papirus, 1992.
FRANKLIN, K. & PINHEIRO, C. M. Filosofia da educação.
Curitiba: Universidade Federal do Paraná. Pró-Reitoria de
Graduação. Coordenação de Integração de Políticas de Educação
à Distância. Setor de Educação. Curso de Pedagogia. Magistério
da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental,
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McGraw-HilI do Brasil, 1982.
LUCKESI, C. C. Filosofia da educação. São Paulo: Editora
Cortez, 1993.
NAGEL, T. Uma breve introdução à filosofia. São Paulo: Martins
Fontes, 2001.
226 Aspectos Filosóficos Socioantropológicos da Educação