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UMA VISÃO HOLÍSTICA NA ABORDAGEM DO ANTEPROJETO


ARQUITETÔNICO, UM REFÚGIO URBANO EM CHAPECÓ SC1

Morgana Bedin2
Gabriela Fernanda Grisa3

RESUMO
O tema da presente pesquisa são diretrizes para a elaboração de um anteprojeto arquitetônico
que vai de encontro com a necessidade em que a população enfrenta, com a correria do dia a
dia, o estresse e a depressão, são fatores que por muitas vezes causam doenças mais sérias e o
aumento dessas doenças pode ser caracterizado também pelo crescimento desenfreado das
cidades aumentando assim a busca por uma maior qualidade de vida, neste viés surge o
questionamento como oferecer um refúgio urbano, abordando a saúde de uma maneira
integral/ global? Criando um núcleo urbano que possa proporcionar refúgio, contato com a
natureza e conexão com o ser. Um Núcleo de terapias holísticas, um refúgio urbano em
Chapeco SC, na busca pelo bem-estar do homem e do meio em que está inserido, direcionado
a tratamentos de relaxamento corporal, terapias para equilíbrio de corpo, mente e espirito. O
estudo para um anteprojeto voltado a terapia holística, aborda a concepção do espaço voltado
aos seus princípios e conceitos, a caracterização de terapias capazes de levar em consideração
o ser humano como um todo, buscando a prevenção de doenças através da utilização da
medicina natural e alternativa, integrando corpo e alma, reunindo todas as justificativas desde
aspectos naturais, econômicos e sociais, acolhendo a bioconstrução e a sustentabilidade em
seus fundamentos. Para o suporte da pesquisa utiliza-se método indutivo, estruturado em três
etapas, apresentação do referencial teórico, inserção urbana e a etapa propositiva.

Palavras-chave: Anteprojeto Arquitetônico. Saúde. Terapias alternativas.

1 INTRODUÇÃO

A crescente correria do dia a dia e o estresse são subsídios que caracterizam a


atualidade, e as cidades em que habitam transformam-se em lugares onde dificilmente é
possível encontrar espaços e momentos para cuidar da alma e do corpo. Além do mais, o
planeta está passando por momentos de mudanças. Tais mudanças se estendem ao plano
energético em que a atmosfera terrestre está sofrendo com ajustes substanciais em seu campo
vibracional, ocasionando alguns distúrbios na energia e na conduta dos seres humanos. Com
essas modificações aqueles que insistem em posições materialista, socialista e mentalista
sofrem ao processo de adaptação ocasionando doenças físicas e principalmente emocionais.
(ALBRIGHT, 1998)

1
Bolsista do artigo 170, pesquisa desenvolvida de abril/ dezembro de 2019.
2
UCEFF Faculdade, estudante curso Arquitetura e Urbanismo, morganaarq@yahoo.com.br
3
Arquiteta e Urbanista, UCEFF Faculdades, curso Arquitetura e Urbanismo, gabigrisa@uceff.edu.br
2

A saúde sofre consequências da falta de tempo, decorrente disso, a criação de espaços


para relaxamento tem sido a saída para aqueles que desejam restaurar sua saúde física e
emocional, esses espaços se tornam refúgios em meio as cidades, trazendo um pouco da paz
que a natureza oferece para dentro do centro urbano, que por muitas vezes são mares de
concreto, (BARROS, 2018), diante desta questão manifesta-se a pergunta, como oferecer um
refúgio urbano, abordando a saúde de uma maneira integral/ global?
Em 2006 o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou as terapias alternativas como
parte ao tratamento medicinal, em 2017 pela portaria n° 849 inclui-se outras técnicas somando
19, contendo diversas atividades que vão desde a prática de exercícios físicos até práticas de
terapias milenares como acupuntura e massoterapia. Segundo o Centro Nacional de Medicina
complementar e Alternativa dos Estados Unidos (NCCAM) a Medicina alternativa é o
conjunto de vários sistemas, práticas e produtos médicos de atenção e cuidado à saúde.
(NATIONAL CENTER FOR COMPLEMENTARY AND ALTERNATIVE MEDICINE,
2007).
A demanda da busca por terapias alternativas aumenta constantemente, a falta de
infraestrutura que rege nossa região, sem recursos clínicos capazes de atender diversas
técnicas em um único espaço impulsionou a busca pelo embasamento teórico desta pesquisa,
buscando ofertar um anteprojeto de um núcleo de terapias alternativas para a cidade de
Chapecó SC.
Ademais objetivos implica-se em conhecer aspectos conceituais e históricos de spas e
núcleos de terapias holísticas, técnicas aplicadas, analisar métodos e normatização de espaços
e lugares, pesquisa de materiais construtivos e arquitetura aplicada ao feng shui.
As terapias holísticas são conhecimentos, ciência e informações que se propõem a
ofertar assistência para a saúde dos pacientes, no tratamento e também na prevenção, através
de uma perspectiva de saúde que considera os seres humanos como um todo. Capaz de
proporcionar cura através de técnicas menos invasivas que os medicamentos, além de
proporcionar maior uma qualidade de vida. A importância do tema ainda se dá na falta de
infraestrutura da cidade e da região, o anteprojeto visa aplicar técnicas e elementos
construtivos capazes de traduzir e materializar um refúgio urbano em meio a cidade.
A metodologia aplicada neste trabalho utiliza-se do método científico indutivo que
emprega da indução e raciocínio para obter conclusões a partir de dados particulares
envolvendo levantamentos bibliográficos em livros, artigos, dissertações e teses; coleta de
dados através de visitas técnicas e conversas informais, analises de dados e estudos de casos
3

afim de gerar referencias arquitetônicas do tema abordado, as análises dos mesmos serão
seguindo a composição de Pause e Clark. (PAUSE, 1985).
O trabalho se estruturara em quatro etapas, a primeira destina-se a apresentação do
tema abordado do referencial teórico, com aspectos históricos, conceituais, técnicos e
normativos. No segundo capitulo será a metodologia e estudos de caso O terceiro aborda-se à
inserção urbanística e pôr fim a etapa propositiva do Núcleo de Terapias Holísticas.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA/REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo da pesquisa serão abordados os principais assuntos envoltos do tema


terapias holísticas e complementares, envolvendo todos os assuntos pertinentes para a
evolução do conhecimento, com objetivo de criar embasamento teórico para o
desenvolvimento do anteprojeto arquitetônico, Núcleo de terapias holísticas, um refúgio
urbano em Chapecó SC.

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA DA SAÚDE E BEM ESTAR.

Vive-se de forma acelerada onde não temos tempo para nada, nem para cuidar de um
pequeno incômodo que nos acomete durante o dia, fazendo com que a procura de remédios
com propostas de cura instantânea aumente consideravelmente, a este respeito surge a
pergunta, será que estamos nos desconectando do natural? Achar-se-á que os tratamentos
apoiados no toque, e que trazem como agentes principais os itens da natureza serviram apenas
para aqueles que viveram nos séculos passados? Estas perguntas são cada vez mais
frequentes, e para corresponder a tal, muitas as opções e os cursos ofertados para o segmento
de terapias alternativas, formando profissionais capacitados em tratar pessoas como um todo,
com recursos não farmacológicos, (MARAFANTI, 2015).
Essa visão holística está profundamente relacionada com a compreensão da ação das
terapias complementares e alternativas, consideradas também como medicina tradicional pela
Organização Mundial de Saúde (OMS, 1978 apud TROVO; SILVA; LEÃO, 2003). Neto
classifica a medicina alternativa e complementar (MAC) como;

Conjunto de diversos sistemas, práticas e produtos médicos e de atenção à saúde que


não se consideram, atualmente, parte da medicina convencional. A Organização
Mundial de Saúde estimula o uso dessas práticas nos sistemas de saúde de forma
integrada à medicina alopática, preconizando o desenvolvimento de políticas que
obedeçam a requisitos de segurança, eficácia, qualidade, uso racional e acesso.
(NETO, et al. 2010, s/p.)
4

Seja para manter a mente tranquilizada, físico equilibrado e o espirito conectado as


terapias que focam na qualidade de vida e no bem-estar, apostam em práticas naturais e não
invasivas prometendo preencher lacunas deixadas pela medicina ortodoxa4. (MARAFANTI,
2015).
Conforme (NATES, 2016), associando a utilização de terapias alternativas e a
medicina podem se obter resultados benéficos para a saúde aliando a prevenção de diversas
doenças. As terapias naturais podem promover consideráveis transformações, agindo como
mecanismos de defesa possibilitando qualidade de vida e mais saúde para o organismo na sua
totalidade. Alcançando o procurado bem-estar que todos almejam.
Segundo Albright (1998, p. 9):

O conceito de bem-estar ampliou-se para representar uma condição de vida muito


mais abrangente do que apenas estar temporariamente saudável ou entre acessos de
doenças. O conceito de bem-estar reside no conhecimento de que somos seres
complexos em quem, de tempos em tempos, ocorre uma sutil interação entre corpo,
mente, emoções e espírito, aspectos ligados ao ambiente em que vivemos,
juntamente com outros. É essa visão que fundamenta o desenvolvimento da
medicina holística. O conceito holístico vê cada indivíduo no centro de seu universo
com o qual ele entra em contato a qualquer momento em uma infinidade de
maneiras. (ALBRIGHT, 1998, s/p.).

Antes mesmo do primeiro bisturi ser criado, os chineses já usavam a acupuntura para
tratar de diversas patologias, tanto físicas como mentais. Acredita-se que as terapias
alternativas surgiram no Oriente, há mais de 6 mil anos, quando a humanidade ainda primitiva
buscava na natureza a cura para as doenças. Os povos usavam ervas para banhos e chás,
dedicavam seu tempo para a pratica de meditação, faziam massagens com óleos e também
vibrações espirituais (MARAFANTI, 2015).
Embora esses atendimentos atendiam a boa parte da humanidade, vários
questionamentos permaneciam sem respostas, à vista disso após o século 17, o mundo mudou
a maneira de ver as doenças, deixando-se para trás as crenças populares e dando espaço para
pesquisas e experiências mais concretas, a medicina evolui e alcançou feitos memoráveis. O
homem compreendeu a combater vírus letais e salvar vidas (TROVO; SILVA; LEÃO, 2003).
Mas esse não seria o único e principal caminho para a vitalidade, ao passo que a
tecnologia trouxe grandes avanços para a saúde, os diagnósticos cada vez mais exatos e
analises mais complexas transfigurando a medicina em uma ciência mais distante do homem,
que parece entender de doenças, mas não de pessoas. Um parto passou a significar cirurgia,
obesidade virou redução de estômago, dor de cabeça é sinônimo de tomografia. Nesta relação
entre paciente e médico cada vez mais distante, a alopatia deu espaço para novas dúvidas e
4
Medicina tradicional, que segue princípios, normas e conceitos.
5

questionamentos, seria esta medicina capaz de promover saúde física e mental? A resolução
está no número de adeptos aos tratamentos holísticos e milenares crescendo a passos largos
(MARAFANTI, 2015).
A medicina alternativa, ou melhor, esse sistema de cura complexo tem se enraizado
fortemente na cultura atual brasileira, tem base terapêutica ancorada na fitoterapia,
empregando a natureza como recurso básico na intervenção da cura e do bem-estar focado na
qualidade de vida (PHYSIS, 2005).
Este cenário em que atua a medicina alternativa focando não só na patologia e sim no
paciente (TROVO; SILVA; LEÃO, 2003). Quem diria que algumas das técnicas mais antigas
do mundo voltariam a ser capazes de resolver os problemas da sociedade contemporânea?
Contradições a parte a verdade é que o sucesso dessas terapias se dá principalmente por
promover a qualidade de vida, os tratamentos não convencionais entendem o ser humano
como um todo. Assim, a doença é reflexo ou a soma das desarmonias existentes nos âmbitos
mental, corporal e espiritual (MARAFANTI, 2015).
Apesar de boa parte dos tratamentos ainda não serem reconhecidos pelo Conselho
Federal de Medicina, a lista de opção por terapias é extensa. Estima-se que existem mais de
800 opções que se propõem a curar quase todas as doenças. As práticas mais comuns tratam
estresse, depressão, ansiedade, insônia, hipertensão e doenças respiratórias. Nesta conjuntura
o ceticismo dos pacientes em relação a alopatia tem levado muitas pessoas a buscar métodos
alternativos para combater suas doenças e enfermidades. (MARAFANTI, 2015).
De acordo com relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 80%
da população dos países em desenvolvimento usa práticas tradicionais nos cuidados básicos
de saúde. Destes 85% das pessoas faz uso de plantas ou preparados, talvez por isso o Brasil
destaca-se com uma diversidade genética vegetal muito vasta. Não à toa algumas práticas da
medicina chinesa, com o uso de plantas medicinais, fitoterapia, acupuntura e homeopatia
estão autorizadas inclusive no Sistema Único de Saúde (SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE,
2016).
Em 2006 a Organização Mundial da Saúde cria o programa de medicina tradicional e
medicina complementar alternativa. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Os grupos de terapias alternativas é cada vez mais procurado por todas as camadas da
população brasileira, e têm atuado em complementação e interação no meio cultural da
atualidade. (PHYSIS, 2005). Physis revela que;

Forte tendência ao sincretismo terapêutico, tanto do lado do paciente como do lado


do terapeuta. Tendem também, ao menos no Brasil, a um certo sincretismo
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institucional nos serviços de saúde, ditando a medicina ocidental científica a “função


terapêutica” das medicinas ditas alternativas. Sob esta ótica, sistemas médicos
complexos tradicionais, que têm sua racionalidade específica, tendem a ser
“decompostos” em alguns dos seus elementos diagnósticos ou (sobretudo)
terapêuticos, e a serem utilizados pela clientela de acordo com um certo “bom
senso” classificatório de suas demandas de cuidados e de tratamento de doenças.
(PHYSIS, 2005 s/p.)

A Política Nacional de Práticas integrativas e Complementares (PNPIC) é implantada


no Sistema Único de Saúde (SUS) com justificativa em aspectos de natureza política,
econômica, técnica, social e cultural com a necessidade de apoiar, incorporar e implementar
experiências que já são desenvolvidas na rede pública de saúde. Assegura o Ministério da
Saúde Brasileiro.

A partir das experiências existentes, esta Política Nacional define as abordagens da


PNPIC no SUS, tendo em conta também a crescente legitimação destas por parte da
sociedade. Um reflexo desse processo é a demanda pela sua efetiva incorporação ao
SUS, conforme atestam as deliberações das Conferências Nacionais de Saúde; da 1ª
Conferência Nacional de Vigilância Sanitária, em 2001; da 1ª Conferência Nacional
de Assistência Farmacêutica, em 2003, a qual enfatizou a necessidade de acesso aos
medicamentos fitoterápicos e homeopáticos; e da 2ª Conferência Nacional de
Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, realizada em 2004. Ao atuar nos campos
da prevenção de agravos e da promoção, manutenção e recuperação da saúde
baseada em modelo de ATITUDE DE AMPLIAÇÃO DE ACESSO. Atenção
humanizada e centrada na integralidade do indivíduo, a PNIPIC contribui para o
fortalecimento dos princípios fundamentais do SUS. Nesse sentido, o
desenvolvimento desta Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
deve ser entendido como mais um passo no processo de implantação do SUS.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006, s/p).

A busca pela ampliação de oferta de técnicas de saúde alternativas, tem dado abertura
de possibilidades ao acesso de serviços antes restritos a cunho privado. A melhoria nos
serviços prestados e o incremento de vastas abordagens configuram prioridades do Ministério
da Saúde, tornando possíveis opções preventivas e terapêuticas aos usuários do SUS.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
A construção das políticas nacionais de práticas integrativas e complementares no
SUS se deu a partir das diretrizes em diversas conferências Nacionais de Saúde e
recomendações da própria Organização Mundial de Saúde. Com intuito de implementar ações
no âmbito de elaborar uma Política Nacional cria-se uma secretária executiva com membros
de associações diversas, dentre elas: Associação Nacional de Fitoterapia, Homeopatia,
Medicina Antroposófica. Neste processo realizou-se diagnósticos das situações destas
práticas, levantamentos das capacidades instaladas, número e perfil de profissionais
envolvidos, capacitação de recursos humanos, qualidade dos serviços, com estes dados e nesta
perspectiva em fevereiro de 2006 aprovou-se por unanimidade pelo Conselho Nacional de
7

Saúde, publicado pelas portarias n° 971 em 03 de maio de 2006, e n° 1.600, de 17 de julho de


2006 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
A medicina tradicional e complementar/alternativa implantada pelo SUS (sistema
único de saúde) no Brasil com sistemas e recursos envolvendo abordagens que visam
estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por
intermédio de tecnologias seguras e eficazes com destaque na escuta acolhedora, no
desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente
e sua sociedade, proporcionam uma visão ampla do processo de saúde-doença e a ascensão
global do cuidado humano. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
No final da década de 70, a Organização Mundial de Saúde criou o programa de
medicina tradicional, desde então ela destaca o seu compromisso em incentivar a
implementação de políticas públicas alternativas. A legitimação e a institucionalização dessas
abordagens de atenção à saúde iniciaram-se a partir da década de 80 no Brasil.
“Principalmente, após a criação do SUS. Com a descentralização e a participação popular, os
estados e municípios ganharam maior autonomia na definição de suas políticas e ações em
saúde, vindo a implantar as experiências pioneiras. ” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
A implementação das políticas públicas e integrativas no sistema de saúde nacional
teve início nos anos 80, desde lá muito tem se batalhado para conseguir legitimar a
implantação e o crescimento deste segmento, alguns eventos e documentos ganham destaque
nesta regulamentação e ampliação. Com início marcado no ano de 1985 com convenio
firmado entre Instituto Nacional de assistência medica e rede pública (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2006). Diante do exposto na Figura 1.
Em 2006 quando criada a Política Nacional de práticas integrativas e complementares
(PNPIC) contava-se com apenas cinco procedimentos, passados 10 anos em 2017 incorporou-
se mais 14 atividades, somando 19 praticas disponíveis a população, sendo elas: Cromoterapia
e Yoga; Ayurveda; Arteterapia; Homeopatia; Reiki; Medicina Tradicional Chinesa; Dança
Circular; Biodança; Meditação; Musicoterapia; Medicina Antroposófica; Fitoterapia;
Naturopatia; Osteopatia; Reflexoterapia; Terapia Comunitária Integrativa, Termalismo Social;
Shantala; Quiropraxia. (VALADARES, 2018).
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Figura 1 – Linha do tempo, trajetória até o início da política nacional de práticas


integrativas e complementares

Fonte: Adaptado de SUS (2019)

As técnicas complementares encontram-se em 9.350 estabelecimentos brasileiros


situados em 3.173 municípios. Em 2017 registrou-se 1,4 milhão de atendimento individuais.
Uma estimativa é que cerca de 5 milhões de pessoas por ano utilizam dessas práticas
disponíveis pelo SUS. “Evidências científicas têm mostrado os benefícios do tratamento
integrado entre medicina convencional e práticas integrativas e complementares. Além
disso, há crescente número de profissionais capacitados e habilitados. ” (VALADARES,
2018).
9

Diante desta questão, em 2018 incluiu-se ao grupo mais 10 novas práticas somando 29
terapias alternativas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde. São elas: Apiterapia;
Aromateria; Bioenergética; Constelação Familiar; Cromoterapia; Geoterapia; Hipnoterapia;
Imposição de mãos; Ozonioterapia e Terapia de Florais. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
As terapias holísticas e complementares tiveram seu início marcado na Grécia Antiga,
Hipócrates muito antes da era cristã já estabelecia saúde como estado de harmonia do homem
com a natureza, o equilíbrio entre os distintos componentes do organismo. “De acordo com
seus pensamentos, saúde e doença dependiam de perfeita integração mente/corpo/meio-
ambiente. ” (FONTANELLA, 2015).

2.2 ORIGEM DAS TERAPIAS HOLÍSTICAS E COMPLEMENTARES

Dentre os séculos IV e VI a.C os primeiros filósofos responderam assuntos sobre


natureza utilizando razão e não a mitologia ou religião. O conceito hipocrático esquecido na
idade média com a concepção de que Deus era responsável pela ordem social e natural de
tudo, e que a doença era castigo pelos pecados cometidos, desde este momento o médico
passou a cuidar do corpo de maneira limitada a tratar da doença e aliviar o sofrimento
(TROVÓ e SILVA, 2002).
Com o advento da ciência e o crescimento da cultura ocidental no Renascimento, uma
nova maneira de pensar nasceu, o paradigma mecanicista cartesiano passou a ser adotado para
esclarecer o processo saúde-doença (FONTANELLA, 2015).
Segundo Tamaris, esse paradigma, o corpo é composto por partes e visto apenas como
uma máquina, logo, todas as funções dependem do funcionamento independente de cada
órgão. Sendo assim a doença é provocada por defeitos das peças desta máquina humana. Essa
teoria gerava uma rigorosa dicotomia entre corpo e mente (FONTANELLA, 2015).
No século XX, com as teorias de Einstein, manifestou-se um novo âmbito: a matéria
vista como manifestação de energia e os homens, também formados de matéria, considerados
também seres energéticos, compostos por vários sistemas energéticos que interage entre si,
formando um conjunto que deve estar sempre em harmonia. Retornando a antiga concepção
hipocrática, mas acrescentando o espirito a tríade mente/corpo/meio ambiente, e esta é a visão
holística (TROVÓ e SILVA, 2002).
A visão holística está intimamente relacionada a compreensão da ação de terapias
complementares, consideradas também como medicina tradicional, segundo a OMS
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2006).
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2.3 TERAPIAS HOLÍSTICAS E SEU ESPAÇO NO CENÁRIO BRASILEIRO

Segundo Dênis Brandão e Roberto Gema, a palavra Terapia é de origem grega,


Therapia que significa Servir a Deus. Holísmo vem de Holos, como um todo, um conjunto,
em seu conceito as doenças não devem apenas a uma causa e sim, uma totalidade. A terapia
Holística e complementar parte de uma visão que aborda a causa dos problemas e não apenas
tratar as consequências, focando no trabalho, na pessoa e em seus problemas, não apenas nas
doenças, indo além, descobrindo fatores emocionais, mentais e energéticos. Terapia holística
busca reintegrar o homem restabelecendo a harmonia (BRANDÃO apud GEMA, 1991).
As terapias holísticas e complementares baseiam-se em técnicas que visam a
assistência à saúde do ser humano, seja na prevenção no tratamento ou no reequilíbrio,
considerando mente, corpo e espírito e não como um conjunto de partes isoladas. Com área de
atuação complementar na saúde convencional. Utilizando-se de uma somatória de técnicas
milenares de modernas, proporcionando ao usuário harmonia, autoconhecimento,
tranquilidade e relaxamento (FONTANELLA, 2015).
O terapeuta holístico não consegue ver o ser humano fora da dualidade espirito e
matéria, é inconcebível o homem como uma simples máquina, onde suas peças quando
quebradas são consertadas ou substituídas. O ser humano é uma entidade espiritual
materializada com desígnio de evolução. Outro aspecto na dualidade matéria e espirito é que
nenhum terapeuta em qualquer das técnicas, tem a capacidade de curar alguém, o único com
essa capacidade é o próprio cliente, se permitindo reconhecer sua deficiência e buscar resolvê-
la (FONTANELLA, 2015). Da mesma maneira Explica Dênis M.S Brandão apud Roberto
Gema.
A busca natural de uma explicação para a realidade na qual o indivíduo está inserido
leva-o a essa compulsão de saber, de esclarecer a ordem cósmica e natural, e de
desvendar as forças que permanentemente o informam sobre o curso da realidade,
forçando-o em direção a uma ação incessante. Essa compulsão para o saber vai mais
além, e o homem procura transcender a sua própria extinção através do ato da
criação. [...] isto é, o homem chamado científico, racional, sabe que para criar sua
própria imagem deve descobrir o tu. (BRANDÃO apud GEMA, 1991 s/p.)

No Brasil, a profissão de Terapeuta é amparada pelo Serviço Público Outorgado, pelo


decreto 3060/97, pelo Sindicato dos Terapeutas – Ministério do Trabalho (SINTE) também
pelo Sindicato Nacional dos Terapeutas Naturistas (SINATEN) e pelo Cadastro e Registro de
Terapeutas Complementares e Holísticos (CRTCH). (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Essa
técnica conforme figura a baixo, demonstra a distribuição por estados da inserção de práticas
integrativas, Santa Catarina destaca-se em quinto lugar no ranking.
Estudar e conhecer sobre as terapias holísticas, sobre seu atual cenário brasileiro, são
fundamentos primordiais para a elaboração de diretrizes para um ante projeto arquitetônico.
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2.4 FENG SHUI

Essa técnica explica o diálogo realizado diariamente entre o ser humano e o espaço em que
está inserido. Feng shui se preocupa com o ambiente e no modo como o mesmo exerce
influência sobre a experiência das pessoas que habitam esse espaço, as energias e a qualidade
do local, espaços harmoniosos podem contribuir consideravelmente com a harmonia e o bem-
estar(WYDRA,2010).
Originado a milhares de anos na China, cuja tradução significa vento e água, e
verdadeiramente pode ser aplicado em todas as civilizações, se apresentando como concreto e
essencial para toda experiência humana. Todos os elementos são capazes de produzir
vibrações energéticas, nesta técnica o auxílio na busca do equilíbrio para ter saúde, sorte e
prosperidade (WYDRA, 2010).
Conforme a escola nacional de Feng Shui;

As suas bases estão enraizadas na cosmologia oriental e no princípio único das duas
forças antagónicas do céu e da terra: yin e yang. Através do conhecimento de como
a energia que flui pelo espaço circundante, poderemos analisar excessos e
estagnações desta mesma energia vital e a sua interação com o campo energético dos
seres humanos. Depois de feitas as necessárias correções, é possível solucionar ou
melhorar problemas emocionais, financeiros, profissionais e de saúde. O simples
facto de se alterar a cor de uma parede, reordenar a disposição da mobília ou colocar
plantas naturais numa determinada posição, poderá melhorar substancialmente a
condição energética da nossa habitação e, consequentemente, de nós próprios
(ESCOLA NACIONAL DE FENG SHUI, 2018?)

Dentre os benefícios desta técnica, destacam- se a conservação das influências


positivas e da distribuição destas no ambiente, o redicionamento das energias negativas e das
influencias nocivas ao local, mudança e interação entre os elementos presentes no meio
arquitetônico relativos a forma e cor, e do posicionamento dos objetos. (PERSONARE, 2018,
s/p.) Jussara L. Rodrigues afirma que:

O feng shui não é uma prática espiritual que faça milagres. Não traz sucesso de um
dia para o outro, nem altera imediatamente as circunstâncias da vida de uma pessoa.
O feng shui atua de acordo com a qualidade das energias que estão no ambiente em
que vivemos, conforme a vida que queremos e merecemos levar. É uma proposta de
consciência. Para isso é preciso acompanhar os estímulos energéticos e os desafios
gerados pela mudança (RODRIGUES, 2009).

Para facilitar e incorporar o feng shui um dos passos é a utilização do baguá, um mapa
dos centros de energia dos cômodos, um octógono dividido em nove segmentos que
influenciam as energias (FERNANDES, 2016). Conforme Figura 02.
12

Figura 2 – Baguá

Fonte: Casa.com, (2019).5

2.5 NORMATIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO

A legislação e normatização a ser utilizada no desenvolvimento para realização do


anteprojeto arquitetônico e como amparo na elaboração de diretrizes para o mesmo é de suma
importância, com as normas e leis vigentes para a cidade de Chapecó. As mencionadas a
seguir são as principais em relação à pesquisa para elaboração do anteprojeto arquitetônico.

2.5.1 Plano diretor de Chapecó

A lei complementar do município de Chapecó, número 541, de 26 de novembro de


2014 aprova o Plano Diretor de Chapecó – (PDC), regendo todo território chapecoense,
integrando o sistema de planejamento municipal.
Dos principais objetivos do plano diretor destaca-se ordenar e controlar o uso e a
ocupação no solo urbano, promovendo áreas de diferentes atividades e usos, cuidando a

5
Disponível em: < https://casa.abril.com.br/bem-estar/8-principios-do-feng-shui-faceis-de-seguir-em-uma-casa-
moderna/>
13

capacidade do suporte físico, do saneamento ambiental, sistema viário e da infraestrutura.


(CHAPECÓ, 2014).
O modelo de desenvolvimento territorial de Chapecó, tem subsídios nas políticas e
programas de desenvolvimento com objetivos de ordenar o território, ofertar acesso a
habitação e regularização fundiária, a mobilidade urbana, trânsito e transporte, acessibilidade,
recursos hídricos, saneamento básico, desenvolvimento econômico e as potencialidades
culturais e turísticas. (CHAPECÓ, 2014).

2.5.2 Lei complementar 546/2014 código de obras do município de Chapecó – SC

O código de obras de Chapecó determina que todas as obras deverão ser devidamente
aprovadas, seguindo os padrões de aprovação da prefeitura municipal (CÓDIGO DE OBRAS,
2014).
Esta Lei Complementar de nº 546 (CHAPECÓ, 2014), fala sobre o Código de Obras
do Munícipio de Chapecó, devendo todas as obras e edificações obedecer às normas
estabelecidas nesta lei. Garantindo o controle e fiscalização do espaço físico e ser entorno,
assegurando a segurança e a salubridade das edificações, as diretrizes estabelecidas por este
documento está interligada com o Plano diretor, complementando-se (IBAM).

2.6 ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO COM DIRETRIZES HOLISTICAS

A mudança no viés arquitetônico visando abrigar a arquitetura como um todo, como


paradigma social, essa necessidade de tratar a edificação na sua totalidade abrigando forma e
função num mesmo conceito, remete, perfeitamente o holismo em seus aspectos.
Esta forma de projetar espaços pensando em seu entorno, cuidando do meio em que
está inserido, aliando forma e função em um só pensar, abrangendo os sentidos humanos, é a
tradução do holismo, uma forma de ver a edificação como um todo.

A abordagem holística considera o continum matéria-vida-


consciência, tornando imperativo o novo diálogo das áreas ditas
físicas, biológicas e humanas com os representantes da sabedoria
antiga, os místicos, os artistas e os poetas; surge a
transdisciplinaridade. (CREMA, 1989 p 52.)

Desde a escolha do terreno, até a finalização com elementos naturais, todos os


processos projetuais são pensados de modo a abrigar os sentimentos, as melhores energias,
respeitando os princípios da natureza. (melhorar)
14

3 METODOLOGIA

Para o suporte e direcionamento desta pesquisa o método de abordagem utilizado é o


indutivo, baseado segundo Marconi e Lakatos, citados em BANHARA FIGUEIREDO, et al.,
(2014) “ a indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados
particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal”. O
argumento indutivo consegue alcançar uma conclusão mais abrangente que os fatos nos quais
se apoio.
A pesquisa caracteriza-se por ser exploratória envolvendo levantamentos
bibliográficos como livros, artigos, dissertações, teses, coleta de dados através de visitas
técnicas sem registro fotográfico e conversa informal, permitindo contato com a realidade
ofertando uma grande interpretação e análise de dados positivos e negativos possibilitando
maior conhecimento sobre o tema, afim de levantar informações sobre o local e seus
frequentadores; estudos de casos para utilização como referência arquitetônica, estudando as
soluções arquitetônicas e conceituais, essa análise segue a referência da composição
arquitetônica segundo Roger H. Pause e Michal Pause (FIGUEIREDO, 2014); conclusão para
desenvolver subsídios na elaboração do trabalho.
A pesquisa é um pequeno embasamento teórico para a realização de um anteprojeto,
visando descrever um pouco da pesquisa que norteia o processo criativo, de um núcleo de
terapias holísticas e foi realizada no decorrer do ano de 2019.

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Através do embasamento teórico, essa pesquisa delineou o trabalho para nortear o


desenvolvimento de um núcleo de terapias holísticas para a cidade de Chapecó, visando não
apenas esse projeto em si, mas ampliando a forma de ver o universo arquitetônico.
O terreno escolhido fica localizado no Oeste do estado de Santa Catarina, no
munícipio de Chapecó, município esse que tem seu desenvolvimento marcado no início da
década de 50, quando investimentos estatais aceleram o crescimento econômico e
populacional da cidade, impulsionados pela chegada da agroindústria.
Próximo ao núcleo central e a agroindústria do bairro Saic, o bairro Jardim Itália se
desenvolve com esse a trator do desenvolvimento populacional proporcionando pela indústria,
15

essa direção da cidade foi se expandindo e o bairro Jardim Itália é um dos mais nobres bairros
de Chapecó. O parcelamento do solo são grandes lotes, deixando essa área valorizada.
Para melhor compreender a área de inserção, foram necessários alguns estudos e
levantamentos para melhor espacialização do anteprojeto arquitetônico, a partir deste estudo
pode-se conhecer melhor a área escolhida e seu entorno imediato, identificando características
predominantes, para tal, utiliza-se de mapas oferecidos pela prefeitura de Chapecó,
readaptados pelo autor e visitas in-loco. A área de estudo contempla diferentes tipologias,
fluxo de vias, uso de solo, vegetação e gabarito de pavimentos.
O terreno está localizado na cidade de Chapecó, região sul do Brasil, Micro região
Oeste de Santa Catarina, conforme figura a seguir, no bairro Jardim Itália, quadra 371ª, cuja,
unificação dos lotes, 6, 7A, 7B e lote número 9A, o mesmo possui confrontações com a rua
Marechal Floriano Peixoto, rua Nicácio Portela Diniz, rua Independência e rua Mato Grosso.
Área urbana próxima do núcleo central de Chapecó, possuindo fácil articulação com
os principais acessos da cidade, demarcados no mapa da Figura 03.

Figura 3 - Mapa de inserção urbana do lote


16

Fonte: Adaptado de Prefeitura Municipal de Chapecó, (2019).6


O terreno foi escolhido devido aos eixos de localização que o aproxima de hospitais e
clinicas de diferentes segmentos, além de possuir fácil articulação com os demais acessos da
cidade, dos quais demonstrados no mapa da figura 68, outro aspecto importante e decisivo na
escolha do terreno é pelo seu entorno imediato com diversas moradias (de médio e alto
padrão) pouco movimento e pela relação com instituições de ensino, espaços de saúde,
academia de natação e espaços para eventos, pensado de forma a tirar proveito aos pais que
deixam seus filhos neste entorno e podem em um curto espaço de tempo fazer uso do Núcleo
de terapias holísticas, desenvolvido nesta pesquisa.
A demanda de espaços alternativos para terapias holísticas em Chapecó tem crescido,
decorrente de um aumento da busca por mudanças pessoais em que a sociedade vive
diariamente, em Chapecó os dados mostram esta verdade. Do ano de 2000 até hoje ouve um
aumento deste segmento de 65%, deste modo é possível perceber as dimensões que este
segmento de trabalho está alcançando.
Ainda neste contexto o crescimento acelerado da cidade facilita a instalação deste
núcleo de terapias, Chapecó com estimadamente 16 mil habitantes e referência para diversas
cidades vizinhas.
Embora existam vários espaços para terapias em Chapecó, poucos tem estrutura para
atender maiores demandas, em diversas categorias e em terapias diferentes. O núcleo de
terapias atenderá 52 atendimentos diários nas salas de terapias, além de atender 10 pessoas
por dia no setor de relaxamento, e em média 65 pessoas por seção de constelação familiar em
grupo, treinamentos ou cursos. O público alvo abrange uma faixa etária entre 18 e 55 anos.

O conceito que abrange todo desenvolver desta pesquisa é a influência que a natureza
exerce sobre o ser humano e sobre as energias que circundam o ser e sua existência, é ligada a
energias naturais. A representação mais icônica das forças naturais é os quatro elementos,
terra, água, fogo e ar, este, que norteia o conceito principal deste projeto arquitetônico.
Os quatro elementos não são apenas símbolos ou conceitos abstratos, mas referem-se
ás forças vitais que se manifestam em toda criação e que podem ser percebidas pelo sentido
físico. Os elementos constituem a base da astrologia e de todas as outras ciências ocultas
abrangendo também tudo aquilo que percebemos com o olhar. A medicina antiga já se
baseava nestes quatro elementos, os mesmos também são bases na filosofia da medicina

6
Disponível em: < https://leismunicipais.com.br/prefeitura/sc/chapeco>
17

Ayurvedica, na medicina chinesa e japonesa, e também na filosofia grega, por ser fundamento
em várias filosofias, religiões, conhecimentos e crenças acredito ser a combinação perfeita
para nortear o partido arquitetônico e as tomadas de decisão conceituais, remetendo ao
conceito holístico.
E como partido arquitetônico; A arquitetura com sua composição é capaz de promover
espaços dos quais podem interferir diretamente na forma humana, de se expressar, de
conviver e de sentir, transmitindo sensações.
No interior da edificação como um ponto de destaque do projeto e aproveitando a
vegetação existente, tirando partido da mesma para propor espaços de relaxamento e
descanso, espaços de desconexão entre um atendimento e outro (Lounge relax) com um pátio
central, que além de privatizar os serviços que demandam silêncio e tranquilidade
materializam um oásis urbano.
Aberturas amplas, pé direito duplo e luz natural são primícias fundamentais para
remeter o conceito. A paleta de cores é inspirada na fluidez da água, o que traz leveza a
composição, a água assim como todos os elementes são pontos que caracterizam o partido.
Espelhos de água, cascatas, fogueira, espaços de jardim sensorial, espaços criativos para se
conectar com a natureza compõem este cenário.
Outro partido fundamental para as tomadas de desição é explorar as curvas de níveis,
propondo espaços de diferentes acessos a fim de integrar o público e o privado.
A obra destaca-se por ter seu conceito holistcio e ao mesmo tempo ter suas
caracteristicas simples e minimalista.
Figura 4 - Fachada principal

Fonte: Autora, (2019).


18

Figura 5 - Vista lateral

Fonte: Autora, (2019).

Figura 6 - Jardim zem

Fonte: Autora, (2019).


19

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio da pesquisa verifica-se a importância das terapias holísticas no dia a dia de
cada ser humano, traduzida a uma expressão da atualidade, da mente do corpo e do espirito,
ligados a saúde e ao meio ambiente. Com o crescimento das cidades, do caos urbano essa
demanda só tem aumentado, justificando a escolha do tema.
As diretrizes de projeto foram um norte para o entendimento da visão holistica.,
também importante para conhecer o entorno dentro mesmo do olhar holistico, proporcionando
o conhecimento da inserção urbana, buscando as principais condicionates potencialidades e
também as carências da área de estudo. A compactação de todas essas informações faz firmar
ainda mais o conheciemento do tema, na nova maneira de olhar para um todo, da área e do
entorno, facilitando no desenvolvimento da proposta, esta, que é fundamentada após o estudo
do terreno, com pré dimensionamento, organograma, estudo de manchas e conceito e partido,
ofertando ferramentas para a criação do ante projeto.
Com todos os estudos mensionados nesta pesquisa, o conceito que norteia este
trabalho é a junção de todas as etapas, desde a fundamentação teórica até o estudo de
manchas. Os resultados finais alcançaram o objetivo desta pesquisa, demonstrando a extrema
importância de um projeto que busca melhorar a qualidade de vida da população.

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