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Definir algumas condições de conforto aplicáveis a qualquer tipo de espaço público urbano, a
todas as atividades humanas suscetíveis de serem desenvolvidas nestes em qualquer momento
e localização geográfica, resulta uma tarefa sumamente complexa e, em muitos casos,
impossível dada a variedade de número de casos.
2.2. Condicionantes
São as condicionantes necessárias para atingir algumas condições térmicas ideais do espaço
urbano, atendendo a características bioclimáticas: orientação, temperatura, radiação solar,
época do ano, umidade, vento e a características ambientais: vegetação, espelhos d'água, entre
outros. (Figura 4)
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Pesquisadores sobre o conforto térmico das cidades concluem que a qualidade, a quantidade e
forma do uso dos espaços públicos urbanos são determinados em grande parte por suas
condições climáticas. O usuário deve ter a possibilidade de encontrar espaços adequados para a
situação de inverno e verão, cada uma com suas respostas próprias. A zona de conforto térmica,
tanto no inverno como no verão, determina-se de uma maneira objetiva utilizando diagramas
climáticos (ASHRAE-KSU) e suas tabelas de correções para adaptação a diferentes latitudes. "(...)
A maior porcentagem de indivíduos confortáveis no inverno se dá ante uma temperatura efetiva
de 23°C, enquanto que no verão corresponde a 25°C (...), medidas em ambientes em calma com
cerca de 50% de umidade relativa." (2)
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Considerar para melhorar a insolação: a orientação e largura das ruas, a altura das edificações e
a tipologia das edificações. Conhecer os ventos locais para alcançar o bem estar dos espaços
externos urbanos e melhorar as condições do microclima local. A presença de quadras, edifícios
e elementos urbanos, diminui as correntes de ar, com respeito ao entorno circundante, formando
uma bolsa de ar que freia outras correntes do entorno. Se as ruas são largas e com pouca altura
de edificações, as correntes de vento são diluídas. As praças e espaços abertos precisam ser
ventilados no verão e protegidos nos meses frios através de elementos de proteção, como a
vegetação, por exemplo.
A relação entre a altura das edificações e a separação dos blocos tem sido motivo de estudos,
desde o início do Movimento Moderno, por sua incidência na insolação das habitações, ainda
que sem analisar suas importâncias no espaço público. Desde este último ponto de vista, a AEUB
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(ii) propõe o indicador "Proporção da rua", onde a relação h/d é de 0,5 a 1,2 para climas frios e
de 0,8 a 1,5 em climas quentes ( sendo h a altura da edificação e d a largura da seção). (4)
Estratégias de Melhoria:
Projetar espaços com a escala adequada para as atividades a realizar segundo as prioridades de
cada clima; levar em conta o tamanho das quadras para gerar mudanças na cena urbana,
fragmentar os espaços super dimensionados (Figura 6) utilizando elementos temporários ou
definitivos (arborização, bulevares, entre outros) de modo que se possam adaptar às
necessidades dos cidadãos. (Figuras 7 e 8)
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3.3. Ocupação do Espaço Público
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Ao definir os parâmetros de ocupação é importante distinguir entre diferentes tipos de espaços.
As atuações urbanas deverão reservar uma dotação mínima de 10 m² de espaço de permanência
por habitante (parques e jardins, ruas de pedestres, alamedas, praças e calçadas com mais de 5
metros de largura) (6). No caso de áreas verdes, a OMS indica um mínimo de 15 m²/habitante.
Atualmente a ocupação do espaço público é uma das armas sociais mais importantes, o que
supõe uma condicionante a levar em conta na hora de projetar uma cidade. (Figura 11)
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Estratégias de Melhoria:
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3.4. Paisagem Urbana
Existem múltiplas formas de paisagem: comercial, histórica, arquitetônica, natural, todas elas
com grandes cargas subjetivas. O componente estético da paisagem é uma ferramenta muito
valiosa para gerar conforto. Paisagem urbana entendida desde uma perspectiva puramente
visual, como a ideia da percepção que temos do entorno e de uma posição específica dentro da
área urbana. (Figura 13)
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Independentemente de seu atrativo podemos criar um ambiente confortável rompendo a
monotonia e criando interesse no passante através da existência de focos de atração
intermitentes e marcos ao longo da paisagem urbana (Figura 14).
Estes focos de atração não têm necessidades em ser esteticamente atrativos, "quando tratamos
com as cidades, lidamos com a vida em toda sua complexidade e intensidade. E como é assim,
há uma limitação estética no que se pode fazer com as cidades: uma cidade não pode ser uma
obra de arte" (5). Os marcos podem ser edifícios, lojas, elementos culturais, grupos de edifícios
'singulares', mobiliários urbanos, fontes, esculturas, ... Em todo caso, ainda que os focos de
atração projetados sejam destaques, é importante sua integração num tecido urbano
homogêneo
Estratégias de Melhoria:
Fomentar a diversidade de usos em planta baixa, projetar frentes edificadas alinhadas às vias
com uma longitude máxima de 30/40 metros, brincando com a distribuição da arborização como
elemento paisagístico de grande interesse, utilizar pavimentos atrativos, projetando com as
cores. (Figura 15)
Também é necessário uma ocupação mista, para evitar espaços onde unicamente funcionem
usos terciários, já que quando esta atividade cessa, aparecem os espaços desertos. Isso ocorre
em zonas exclusivamente de escritórios ou comércios, (Bairro La Défense em Paris, La City em
Londres, entre muitos outros). Devemos conseguir a diversidade suficiente para garantir fluxos
variáveis ao longo de todo o dia.
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Estratégias de Melhoria:
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3.6. Conforto Acústico
O ruído pelo tráfego de carros é um fenômeno tão típico de nosso entorno urbano invadido por
veículos motorizados que integrou-se plenamente à paisagem urbana. (Figura 18)
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Os valores do indicador são:
- As condições mínimas são: ao menos 60% da população exposta a menos de 65 dbA.
- As condições ideais são: ao menos 75% da população exposta a menos de 65 dbA.
- Ruído diurno: mais de 60% da população exposta a menos de 65 dbA.
- Ruído noturno: mais de 80% da população exposta a menos de 55 dbA.
Estratégias de Melhoria:
- Criar barreiras antirruídos com elementos vegetais dispostos em faixas. (Figura 19)
3.7. Qualidade do Ar
Estratégias de Melhoria:
Os dois pontos básicos para melhorar a qualidade do ar são o controle do número de automóveis
em circulação (aumentando as áreas para pedestres e ciclistas, dificultando o estacionamento,
etc...) e a implantação de arborização elegendo as espécies com mais capacidade de absorção
de CO2.
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3.8. Aplicar a Ergonomia ao Desenho Urbano
A ergonomia será aplicada tanto no desenho do espaço urbano, como no projeto de cada um dos
elementos que o configuram (mobiliários, luminárias, pavimentos, entre outros), levando em
conta sua correta distribuição e quantidade. (Figura 20)
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Estratégias de Melhoria:
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4 . CONCLUSÕES: FUNDAMENTOS DO CONFORTO NO ESPAÇO PÚBLICO URBANO
Notas:
Bibliografia:
1. DELGADO, Manuel. El espacio público como ideología. Barcelona: Libros de la Catarata, 2011.
2. BEDOYA, Cesar; NEILA, F. Javier. Técnicas arquitectónicas y constructivas de
acondicionamiento ambiental. Madrid: Murilla-Leria, 1997.
3. RUEDA, Salvador (dir). Plan Especial de Indicadores de Sostenibilidad Ambiental de la
Actividad Urbanística de Sevilla. Sevilla: Agencia de Ecología Urbana de Barcelona, 2007.
4. RUEDA, Salvador (dir). Sistema de indicadores y condicionantes para ciudades grandes y
medianas. Agencia de Ecología Urbana de Barcelona, 2010.
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5. JACOBS, Jane. Muerte y vida de las grandes ciudades. Madrid: Capitán Swing Libros, S.L., 2011.
6. RUEDA, Salvador (dir). Guía metodológica para los sistemas de auditoría, certificación o
acreditación de la calidad y sostenibilidad en el medio urbano. Madrid: Centro de Publicaciones
Secretaría General Técnica Ministerio de Fomento, 2012.
Veja mais:
Cita: Cabezas, Constanza. "Fundamentos para projetar espaços públicos confortáveis" [Claves Para Proyectar
Espacios Públicos Confortables. Indicador del confort en el espacio público] 02 Out 2013. ArchDaily Brasil. (Trad.
Souza, Eduardo) Acessado 10 Abr 2018. <https://www.archdaily.com.br/143845/fundamentos-para-projetar-espacos-
publicos-confortaveis> ISSN 0719-8906