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Atelier de

Arquitetura e Urbanismo II

Desenho Urbano e Inserção do objeto arquitetônico


Origem do desenho urbano
Anos 60 – planos desenvolvidos seguindo os
princípios da Carta de Atenas.

Edifícios que restam do pós guerra “criam problema”


na hora de organizar a estrutura urbana.

Desconsiderados a complexidade urbana, patrimônio


histórico e inter-relações entre as funções das
atividades humanas e as redes sociais estabelecidas.

Implantadas políticas e programa “arrasa quarteirão.”

Estudos urbanos e de sociologia começaram a ser


feitos, criticando os efeitos e consequências do
urbanismo e da arquitetura modernos.

Jacobs critica a ideologia do planejamento


modernista que levava a destruição da
diversidade urbana, essencial para a vida urbana.
Alertava que a diversidade social e de usos
aumentava a segurança das ruas, ocasionava a
otimização do uso da infraestrutura e viabilizava a
presença de atividades econômicas.
Centro Monumental de Chandigard
Origem do desenho urbano
Estados Unidos e Europa:

Planejadores preocupados com a distribuição de


recursos, parcelamento e uso do solo;

Arquitetos projetam edifícios e tem


responsabilidade legal por isso;

Hiato entre essas duas profissões já que planejadores


não pensam tridimensionalmente e arquitetos não
influem no projeto além do terreno (BARNETT, 1982).

Para preencher o vazio entre os campos


disciplinares do planejamento e da arquitetura,
cobrindo o campo vivencial próximo do usuário
com os sistemas e estruturas urbanas, já que
nesses países os cursos de arquitetura e de
planejamento urbano são separados, surge o
curso de Urban Design.
Origem do desenho urbano

O Desenho Urbano surge como reação ao


urbanismo e à arquitetura modernistas e à
“destruição” de comunidades e tecidos urbanos
tradicionais.

Anos 70 – primeiros cursos de Urban Design na


Grã-Bretanha.

Década de 1980, a comunidade acadêmica brasileira


divulga esse campo do conhecimento como o do
“Desenho Urbano”, através de uma série de reuniões
e eventos científico-acadêmicos.
Planejamento Urbano
O planejamento urbano engloba concepções, planos
e programas de gestão de políticas públicas, por
meio de ações que permitam harmonia entre
intervenções no espaço urbano e o atendimento
às necessidades da população.

O planejamento identifica as vocações locais e


regionais de um território, estabelece as regras de
ocupação de solo e as políticas de desenvolvimento
municipal, buscando melhorar a qualidade de vida
das pessoas.
Planejamento Urbano
O Plano Diretor Estratégico define os
instrumentos de planejamento urbano para
reorganizar os espaços da cidade e deve
garantir a melhoria da qualidade de vida
da população

estratégias
+
modelo espacial
+
plano regulador
O que é desenho urbano?
Campo disciplinar que trata da dimensão
físico-ambiental e sistemas de atividades
que interagem com a população através de
suas vivência, percepções e ações
cotidianas (DEL RIO, 1990).

Processo de colaboração que envolve a


configuração das formas da cidade,
aprimorando sua vivência e sua função
como habitat para os seres humanos
(WALL;WATERMAN, 2012).
O que é desenho urbano? O desenho urbano visa à transformação das formas
urbanas e seus espaços. Funciona como um
instrumento para reduzir os impactos negativos que a
urbanização desequilibrada provoca no meio ambiente e
possui papel estratégico nos projetos de integração.
O desenho urbano faz parte do processo de
planejamento da cidade. Deve vir sob a forma de
política, planos, projetos e programas:
• Políticas – quadro de ação definindo objetivos, meios
de implementação e programas de investimento.
• Plano – visão físico-ambiental para desenvolvimento
das políticas, orientado para o processo e não
produto.
• Projetos - podem ser orientados para uma área
específica, ou para temáticas específicas: áreas
livres, sinalização, arborização, mobiliário, patrimônio,
relações das edificações no contexto urbano
• Programas – conjunto de ações necessárias a
implementação de políticas, planos e projetos.
O que é desenho urbano?
• Componentes essenciais do Desenho Urbano (SHIRVANI, 1985):

• Uso do solo – mix de usos compatíveis que ocasionam a maximização do uso e da infraestrutura instalada

• Forma e volumetria do espaço construído – relação das novas construções com o ambiente natural e construído
- recuos, gabaritos, cones visuais, relações de forma e proporção

• Circulação viária e estacionamento – essenciais para a vitalidade das atividades econômicas na cidade

• Espaço público – vias, ruas, calçadas, praças, parques e espaços recreacionais

• Circulação de pedestres – essencial para a vitalidade do comércio varejista e dos espaços públicos, diminui a
necessidade do uso de automóveis.

• Atividades de apoio – que animam o espaço público, como o comércio, barzinhos etc.

• Mobiliário urbano, sinalização, arborização, iluminação pública


Desenho urbano e projeto arquitetônico
Diretrizes de desenho urbano que potencializam o
desenvolvimento do setor em análise

Relação entre:
PEDESTRE
VITALIDADE URBANA
EDIFICAÇÕES EXISTENTES
NOVAS EDIFICAÇÕES
VIAS
PAISAGEM URBANA LOCAL
Relações
Guias de Desenho Urbano

Desenhar a cidade sem projetar edifícios

Diretrizes são estratégias de implantação e relação das


edificações e o espaço urbano, que resultam em
sugestões de projeto para atender alguns ítens, tais
como:
- Organização espacial
- Vias de acesso
- Estacionamento
- Movimento de pedestres
Relações

As diretrizes não exigem o que deve ser feito, mas podem nos dar sugestões de como se apropriar adequadamente
da inserção de uma edificação em uma área, sem que a mesma comprometa o todo da quadra.

Edificações que façam essa transição do antigo e do novo são sempre boas estratégias de diretrizes de
projeto.
Relações
Diretrizes de desenho urbano podem ser utilizadas
para inserção de novas edificações em contextos já
consolidados, se utilizando das proporções e
aberturas das edificações existentes, para a
inserção das novas.
2º Lugar no Concurso Porto Digital para
Assim se cria um espaço: requalificação da antiga sede do Diário de
Pernambuco
- Harmônico
- Legível
- Coerente
- organizado
- e com potencial de participar do imaginário
coletivo junto das pré-existências
O que pretendemos com o desenho urbano?
Trazer vitalidade urbana para a área em estudo

Adotar estratégias que possam ser replicadas por todo o bairro

Trabalhar os índices de caminhabilidade atual, e tentar atingir o máximo de potencial para essa área

Tratar os passeios públicos como um espaço de potencial conexão entre espaço público e privado

Os passeios públicos, as fachadas dos térreos e as edificações em geral, também devem ser tratados como
potencializadores da vitalidade urbana

Pensar em todos os elementos que compõem a morfologia urbana (desde o lote, dimensão de passeios e
mobiliário urbano até a relação dos térreos, afastamentos/ recuos e alturas das edificações futuras, para que se
garanta a vitalidade urbana

O desenho urbano, assim como qualquer alteração urbana nunca acontece em um ano, ela sempre deve ser
pensada a médio e longo prazo, como vocês gostariam que essa área estivesse a longo prazo?

Quais os ítens da metodologia adotada (coesão, tratamento adequado das fachadas, permeabilidade e diversidade
de usos) podem ser utilizados de forma a potencializar a vitalidade urbana da área?
O que deve ser desenvolvido: 1. estratégias urbanísticas para a rua
- Uso do solo – mix de usos compatíveis que
ocasionam a maximização do uso e da
infraestrutura instalada

- Forma e volumetria do espaço construído –


relação das novas construções com o ambiente
natural e construído - recuos, gabaritos, cones
visuais, relações de forma e proporção

- Circulação viária e estacionamento – essenciais


para a vitalidade das atividades econômicas na
cidade
O que deve ser desenvolvido: 1. estratégias urbanísticas para a rua
- Espaço público – vias, ruas, calçadas, praças,
parques e espaços recreacionais

- Circulação de pedestres – essencial para a


vitalidade do comércio varejista e dos espaços
públicos, diminui a necessidade do uso de
automóveis.

- Atividades de apoio – que animam o espaço


público, como o comércio, barzinhos etc.

- Mobiliário urbano, sinalização, arborização,


iluminação pública
O que deve ser desenvolvido: 1. estratégias urbanísticas para a rua
Muito importante:

Quando houver arquiteturas singulares, deve-se buscar


estratégias específicas para os terrenos adjacentes,
bem como para os passeios públicos e suas relações
com essas edificações.

Sigam as orientações de continuidade ou transição,


para que esses elementos da composição morfológica,
cultural e de construção da memória do local, não
sejam “perdidos ou sufocados” por novas construções.

Reserva Casa Rosa - Caxias do sul


O que deve ser desenvolvido:2.passeios públicos X vitalidade urbana
O que deve ser desenvolvido: 3. espaços públicos e novas edificações
A construção dos espaços dependem de estratégias
que possam estar sempre relacionando os espaços
edificados e os abertos.

Fachadas ativas: relação entre interior e exterior


(segundo JACOBS 2000, “olhos na rua”)

Fruição pública: incentivo urbanístico para


investimentos que destinarem áreas para uso público

Calçadas largas: para estimular o uso e ocupação


ativa

Cota Parte: estabelecer número de andares


destinados a habitação

Aumento do coeficiente de aproveitamento:


aumentando assim a densidade urbana
O que deve ser desenvolvido: 4. morfologia urbana
Trabalhar com um masterplan para a rua de forma a
proporcionar vitalidade urbana nesse trecho.

Cada grupo deve estabelecer e criar as estratégias que


atendam os seguintes itens:

- dimensões dos lotes


- dimensões dos passeios públicos
- dimensão do leito carroçável da vias
- recuos
- afastamentos
- usos
- alturas

Importante: pensem que essas estratégias que vocês estão adotando


para esse trecho, poderiam ser aplicadas em todo o bairro, em uma
espécie de “plano diretor” setorial.
O que deve ser desenvolvido: 5. vitalidade urbana
Levando em consideração as análises das estações do
percurso, como vocês podem atender ao máximo os 5
pontos abaixo para garantir a maior vitalidade urbana
para a rua:

- Coesão ou fechamento, espaço público positivo;


- Permeabilidade, layout dos pavimentos térreos,
transparências;
- Tratamento adequado das áreas frontais, lugares
sentáveis;
- Estímulo sensorial: ritmos curtos, riqueza de
detalhes, personalização;
- Diversidade de atividades, porte e idade dos
edifícios.

Cada grupo deve demonstram na sua proposta como


respondeu a cada um dos itens em forma de estratégias
urbanas, descritas em formato de texto.
Importante: pensem que essas estratégias que vocês estão adotando para
esse trecho, poderiam ser aplicadas em todo o bairro, em uma espécie de
“plano diretor” setorial.
Desenho urbano e projeto arquitetônico
EDIFICAÇÃO MISTA

Base comercial (fachada ativa): lojas/comércio

Andares superiores (máximo 4 pav.): Residencial

relação com a rua e o contexto


flexibilidade
repetição
Desenho urbano e projeto arquitetônico

Edificação como potencializador do espaço urbano


Articular: EDIFICAÇÃO - RUA - USUÁRIOS - SETOR URBANO
A edificação

Espaços de morar flexíveis e compactos (kitnet, loft, studio, etc)


A escolha do terreno
1- Levando em consideração o pré-dimensionamento
feito para a edificação e o programa básico, deverá
se escolhido um terreno na área de intervenção;

2- O terreno deverá abrigar o programa previamente


dimensionado, admitindo-se que seja escolhido um
terreno baldio individual ou com aglutinação de outro
lote (desde que este não contemple edificação com
arquitetura singular, edifício residencial multi
pavimentos ou equipamento urbano) para a
composição morfológica do bairro.
A edificação
- Programa/dimensionamento – tabela com setores em
cores

- Aspectos funcionais
- Zoneamento como resposta aos condicionantes
- Plantas baixas esquemáticas
- Acessos e circulações
- 3D internos

- Aspectos formais
- Forma em esquemas tridimensionais e relação
com o programa e com o lugar
- Princípio de organização Sistema de proporção
- Perspectivas externas do nível do observador

- Aspectos tecnológicos
- Sistema estrutural – 3D com indicações
- Técnicas construtivas
- Conforto ambiental – insolação e ventilação das
áreas abertas e fechadas

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