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ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
ENG312 – PROJETOS MECÂNICOS I
Salvador
2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
ENG312 – PROJETOS MECÂNICOS I
Salvador
2008
2
AGRADECIMENTOS
visitadas, Feras Gás, Gás Point e F.Sampaio Autogás, que nos atenderam e foram
3
RESUMO
4
ABSTRACT
This work was developed for analysis of a desing with focus on maintainability, for
then study the garnering and alimentation system os VNG for automobiles. After
the removal of data, was decided to examine the case of pressure reducing, sendo
the mechanical equipment that demands more maintenance. This study was
justified with statistical calculations that culminated with the estimation of
maintaining annual cost of this equipment in Brazil owing its desing characteristics.
The function of each piece of related system was appeared as well as all the
components of the machine in the pressure reducing. Moreover, the principles of
operation of the system were explained.
The procedures for maintenance with all its variables were explained, and finally
presented the proper analysis of maintainability. The criterion par of the desing was
compared on two differents models of pressure reducing, the national company
Rodagás and the word cognized italian company Intergás, scoring and weighing
the main infusion factors for this study.
5
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Projeto 11
Figura 2 – Componentes do sistema 14
Figura 3 – Posicionamento dos componentes 18
Figura 4 – Desenho técnico do redutor da Intergás 21
Figura 5 – Vista explodida do redutor da Intergás 22
Figura 6 – Funcionamento do redutor através do equilíbrio de forças 23
Figura 7 – Detalhe da válvula de controle do fluxo do gás 23
Figura 8 – Câmaras de entrada e saída de gás 24
Figura 9 – Local de aquecimento 25
Figura 10 – Sugestão de localização para o redutor 27
Figura 11 – Gráfico de pareto 30
Figura 12 – Diagrama de Causa e Efeito 32
Figura 13 – Nível Sigma 34
Figura 14 – Fluxograma do Processo de Manutenção 39
Figura 15 – Fatores secundários de manutenibilidade 46
Figura 16 – Bancada para teste de pressão e estanqueidade 49
Figura 17 – Chaves utilizadas na manutenção do redutor 50
Figura 18 – Imagens dos equipamentos da Kaptor 50
Figura 19 – Redutor da Intergás 56
Figura 20 – Redutor da RodaGás 58
6
LISTA DE TABELAS
7
ÍNDICE
Introdução 09
1. O equipamento – redutor de pressão do sistema de injeção de GNV 13
1.1. O sistema de injeção de GNV 13
1.2. Posicionamento do Sistema de injeção de GNV 18
1.3. Funcionamento do sistema 20
1.4. O redutor de pressão – princípio de funcionamento 21
1.5. A escolha da peça 27
1.6. Elementos de máquina encontrados no redutor de pressão 34
2. O processo de manutenção do redutor 39
2.1. Fluxograma do processo de manutenção 39
2.2. Detalhamento do processo do processo de manutenção 40
2.3. Principais tipos de defeitos 42
2.4. Tempo gasto para manutenção 43
3. Equipamentos de manutenção 47
4. Avaliação da manutenibilidade 50
4.1. Diferentes conceitos de manutenibilidade aplicados ao projeto mecânico
de peças 50
4.2. Indicadores de avaliação 51
4.3. Custo Brasil 51
4.4. Pesos dos critérios de avaliação 53
4.5. Critérios de estabelecimento de notas 54
4.6. Análise dos dados 58
4.7. Comentários sobre deficiências e melhorias 58
5. Referências 60
6. Anexos 63
8
INTRODUÇÃO
9
Entrega, pois estes são menos óbvios e se tornam críticos quando da observação
de usuários comuns e menos capacitados tecnicamente (Sacramento, 2008).
Estes estudos devem proporcionar uma tentativa de melhorar a manutenibilidade
do redutor de pressão, caso seja possível apresentar soluções viáveis, funcionais
e econômicas.
O desenvolvimento deste trabalho tem uma metodologia relativamente simples.
Decidiu-se estudar o projeto do sistema de injeção de GNV pelo enfoque da
manutenibilidade, pois foi o critério requerido pelo orientador da equipe, professor
MSc Roberto Sacramento, como também, devido à experiência prévia dos autores
com o referido sistema.
Em seguida, após uma discussão inicial dos membros da equipe, foram
definidas as instaladoras de sistema de injeção de GNV a serem visitadas para
obtenção de informações técnicas. Um questionário, então, foi desenvolvido para
guiar o raciocínio dos técnicos entrevistados para os dados em estudo. Assim
visitou-se as seguintes empresas: Feras Gás, F. Sampaio Auto Gás, e Gás Point,
onde os respectivos funcionários tiveram a gentileza de colaborar, além de
fornecer amostras de peças defeituosas, componentes do referido sistema, para
melhor análise e ilustração do trabalho.
Em seguida, por meio de um levantamento das semelhanças entre as
respostas ao questionário, foi feita a reunião dos principais problemas apontados.
Para escolher uma das peças para o estudo, seria, então, desenvolvida uma
análise com uma série de critérios como freqüência, custo, tempo e dificuldade de
reparo (localização e ergonomia), bem como a criticidade das conseqüências de
falha.
Logo, com a seleção da peça em que o estudo será focado, pode-se fazer uma
análise aprofundada, em diferentes marcas, do projeto da mesma, atentando para
os tipos e modos de falha, e suas respectivas conseqüências de manutenção.
Aqui cabe a apresentação de alguns dos conceitos mais importantes para o
perfeito entendimento dos assuntos abordados. É válido salientar que tais
conceitos variam de acordo com a fonte, mas são essencialmente os
apresentados a seguir:
10
Projeto:
De acordo com a norma ISO 10006 (Diretrizes para Qualidade de
Gerenciamento de Projetos), projeto é um esforço temporário para criar um
serviço ou produto ou resultado exclusivo, consistindo de um grupo de atividades
coordenadas e controladas com data para início e término.
Figura 1 – Projeto
Fonte:Autor
Engenharia Reversa
Trata-se de obter um modelo teórico a partir de um pré-existente. Se faz
necessário o completo entendimento dos princípios científicos de funcionamento,
além da forma geométrica de cada elemento de máquina componente da peça
estudada, a qual deverá integrar uma máquina.
Custo Brasil
É a estimativa do quanto a população brasileira gasta com um determinado
fato em um período de um ano (Sacramento, 2008). No caso deste estudo,
11
estimaremos, em reais, o montante gasto no ano de 2007, em todo país, com a
manutenção de Kits GNV devido ao Redutor de pressão.
Vida Útil
Trata-se do tempo, em horas, dias, meses ou anos, que uma peça durará,
quando da sua utilização em uma máquina. Esse tempo normalmente é um dos
critérios de projetos adotados pelo engenheiro, seguindo o conceito de
durabilidade.
12
1. O EQUIPAMENTO – REDUTOR DE PRESSÃO DO SISTEMA
DE INJEÇÂO DE GNV
13
Figura 2 – Componentes do Sistema
Fonte: RodaGás.
14
Tabela 1 – Componentes do sistema de injeção de GNV
Fonte: Autor
Recebe o gás da
bomba de
Válvula de combustível e o
Abastecimento encaminha ao
cilindro.
Transporta o gás
da válvula de
Tubulação de alta abastecimento ao
pressão cilindro e do
cilindro ao redutor
de pressão.
Armazena o GNV
proveniente da
válvula de
abastecimento a
pressões da ordem
de 220bar. A
capacidade
volumétrica de um
Cilindro cilindro varia de
acordo com o
espaço disponível
no veículo,
variando de 7,5m3
a 21m3 para
veículos de médio
porte.
15
Verifica a pressão
antes da entrada
Manômetro do combustível no
redutor.
Reduz e estabiliza
a pressão do gás
proveniente do
Redutor de Pressão
cilindro para
injeção no motor
em torno de 1bar.
Gerencia o
funcionamento de
todo o sistema,
coordenando as
Módulo Eletrônico
ações do atuador e
do simulador de
bicos.
De acordo com o
acionamento da
chave comutadora,
Atuador impede ou permite
a passagem de
gás para o redutor
de pressão.
16
Simula um sinal de
perfeito
funcionamento dos
bicos injetores para
que a central de
Simulador de Bicos
injeção eletrônica
Injetores
não identifique
qualquer anomalia
devido à
substituição do
combustível.
Alterna o uso de
combustível do
GNV para o
Chave Comutadora combustível
original (gasolina
ou álcool
hidratado) e vice-
versa.
Verifica a
qualidade da
Sonda Lâmbda
queima no interior
do motor
17
1.2 Posicionamento do sistema de injeção de GNV
18
Tabela 2 – Posição dos componentes do sistema de GNV
Fonte: Autor
Porta-Malas (ou
Cilindro alternativamente
abaixo do assoalho)
Localizada junto à
Válvula de
entrada do
Abastecimento
combustível original
19
Atuador Habitáculo do Motor
Instalada no corpo
Sonda Lâmbda
do Escapamento
Painel de
Chave Comutadora
Instrumentos
20
injeção de GNV, pois atua na redução e estabilização da pressão do gás
proveniente do cilindro até a descarga no coletor de admissão, sendo ainda
sensível às solicitações do motor e fornecendo a quantidade de gás necessária
para atender a todos os regimes de trabalho (HOWSTUFFWORKS, 2004).
O gás é então descarregado no coletor de admissão onde é misturado ao ar
ambiente e injetado no motor para queima. Após a queima, os gases de
combustão deixam o motor pelo escapamento, onde está instalada a Sonda
Lâmbda que registra a qualidade da queima no motor.
Havendo alguma anomalia (mistura com excesso de gás ou de ar), a Sonda
Lâmbda informa ao módulo eletrônico que age no atuador regulando o fluxo de
gás natural até que a mistura seja otimizada (CATÁLOGO DE REDUTORES DA
INTERGÁS, 2000).
21
O princípio de funcionamento do redutor de pressão de um Kit GNV
assemelha-se em muito ao regulador de pressão de estações de gás.
A redução é feita através de um mecanismo regulador que funciona através do
equilíbrio de forças produzidas pela massa de GNV que entra no redutor e a força
da mola reguladora devidamente calibrada deste mecanismo que faz a vedação
entre as duas câmaras através da compressão de uma válvula (CATÁLOGO DE
REDUTORES DA RODAGÁS, 2003). Uma ilustração deste princípio é mostrada
na figura 5.
Quando a pressão na primeira câmara do redutor (da ordem de 200 à 220bar)
multiplicada pela área superficial da válvula de vedação (em torno de 18mm2)
supera a força produzida pela mola, uma porção de gás passa através do orifício e
expande-se na segunda câmara, reduzindo a pressão a valores da ordem de 1bar
que poderá então ser encaminhado ao motor do veículo (CATÁLOGO DE
REDUTORES DE PRESSÃO DA INTERGÁS, 2000).
22
Figura 6 – Funcionamento do redutor através do equilíbrio de forças.
Fonte:Autor
Mola - Elemento
elástico responsável
pelo controle da
vazão de gás.
Obturador - Elemento de
vedação responsável pelo
controle e estanqueidade
da passagem de gás.
23
Adicionalmente, quando o gás é expandido na segunda câmara, sua
temperatura diminui rapidamente (atingindo cerca de -10oC) e tende a fazer com
que as paredes internas do redutor se congelem (CARTILHA DE INSTALAÇÃO -
GÁS POINT, 2006). Para que isto não ocorra, é indicado fazer uma comunicação
da água do sistema de arrefecimento do veículo com as partes internas do redutor
forçando a troca de calor da água quente com a superfície externa da câmara de
gás aquecendo a região como pode ser visto na figura 6. As setas indicam a
entrada e saída da água de arrefecimento.
Primeira
câmara – Segunda câmara
entrada - saída
24
Saída de gás
Saída do fluido
de arrefecimento
25
6. Próximo à tubulação de arrefecimento do motor
7. Evitando locais de excessiva ventilação
RECOMENDAÇÃO MOTIVO
O mais próximo possível da admissão
Economia de tubulação de alta pressão
de gás pelo motor
O mais longe possível da bateria e
Reduzir o risco de explosão
cabos de alta tensão do veículo
Em locais de fácil acesso Permitir o fácil abastecimento
Do mesmo lado da tubulação de alta
Minimizar a perda de carga do
pressão de gás
escoamento de gás até o redutor
Próximo à tubulação de
Reduzir o percurso da água de
arrefecimento do motor
arrefecimento do motor
26
Figura 10 – Sugestão de localização para o redutor.
Fonte: www.gaspoint.com.br
27
Para desenvolver a justificativa, fez-se o uso da metodologia lean six sigma,
uma filosofia que ajuda a implementar ferramentas importantes para o controle de
serviços, equipamentos e processos produtivos (Xerox Lean 6σ).
28
Tabela 4 – Manutenções referentes a um mês de solicitações.
Fonte: Feras Gás
Visto isso, conclui-se que os problemas mais freqüentes são de ordem elétrica,
porém não é este o foco deste trabalho, mas sim uma análise de manutenibilidade
de peças mecânicas. Portanto, com o auxilio do gráfico de pareto abaixo ficou
evidente que o Redutor de pressão é a parte mais interessante para analisar.
29
Grafico de Pareto
100,00
95,00
90,00
85,00
80,00
75,00
70,00
65,00 Percentual por grupamento
60,00 Acumulado
55,00
%
50,00
45,00
40,00
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
Parte Elétrica Redutor Valvulas Escoamento Armazenamento
30
1.5.2 Nível Sigma
31
DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO
VARIÁVEIS EFEITOS
32
Tabela 5 – Oportunidades de falha.
Fonte: GNV - Inconvenientes, Causas e Soluções
33
Com isto, observa-se que existem 10 oportunidades de falha para cada redutor
em uso.
A posse desses dados torna possível o cálculo do nível sigma, utilizando uma
calculadora. Assim, completando as células em amarelo ouro, a calculadora
mostra o nível sigma na célula lilás e o número de defeitos por milhão de
oportunidades na cinza:
A figura acima do resultado da calculadora de nível sigma indica que para cada
um milhão de redutores de pressão, 46.246 irão falhar em um período de um ano,
devido ao seu baixo nível sigma: 3,2.
Mais adiante este resultado ajudará no cálculo estimado de quanto o Brasil
gastou com a manutenção do redutor de pressão no ano de 2007.
34
parafusos, porcas, arruelas, rebites e pinos. A tabela 6 mostra os elementos de
fixação encontrados no redutor de pressão.
Prender a
tampa
Parafuso 1 principal à 6
carcaça do
redutor
Prender a
tampa
posterior à
Parafuso 2 4
carcaça
juntamente
com a porca
Fornecer o
torque
necessário à 4
Porca
fixação da
tampa
posterior
35
todo o sistema. Os elementos de apoio encontrados no redutor de pressão são
apresentados na tabela 7.
Ligar a base
do redutor ao
parafuso de
Haste 1
fixação na
carcaça do
veículo
36
Tabela 8 – Elementos Elásticos.
Fonte: Autor
Pressionar o
elemento de
vedação
Mola 1 2
contra as
câmaras de
gás
Pressionar a
válvula,
controlando o
fluxo de gás
Mola 2 1
entre a
primeira e a
segunda
câmara
37
Tabela 9 – Elementos de Vedação.
Fonte: Autor
Evitar a fuga
de gás pelo
espaço entre
Junta posterior a carcaça e a 1
tampa
posterior do
redutor
Evitar a fuga
de gás pelo
espaço entre
Junta anterior a carcaça e a 1
tampa
anterior do
redutor
Restringir a
passagem do
gás entre a
Obturador 1
primeira e a
segunda
câmaras
38
2. O PROCESSO DE MANUTENÇÃO DO REDUTOR
39
2.2 Detalhamento do processo de manutenção.
40
passos do processo de manutenção e serão melhor
explicados a seguir.
41
configurações de ajuste do redutor: Estes três casos estão
acompanhados de perda de potência e são diagnosticados
pelo equipamento para diagnósticos e reparo de sistemas
eletrônicos embarcados nos veículos, que indica se a mistura
está pobre ou rica de combustível.
A desmontagem ocorre logo após a autorização da intervenção pelo
proprietário do veículo. Para o redutor, esta etapa do processo de manutenção
depende da marca e da posição instalada no habitáculo do motor, devido à
ergonomia – maior ou menor facilidade de alcançar o objeto a ser desmontado,
com boas condições de trabalho, apoio e conforto físico.
A intervenção é o ato de reparar propriamente dito. Nesta etapa pode haver
uma simples limpeza das partes internas do redutor, extraindo-se água e óleo
(oriundos dos compressores de abastecimento), substituição de peças, como a
junta e o diafragma, ou até mesmo a substituição completa do redutor.
A montagem é a colocação de cada peça em seu devido lugar, bem como a
reinstalação do redutor de pressão na linha do gás natural.
A fase de testes vem acompanhada de ajustes finais, ou ajustes finos. Trata-se
da observância do perfeito funcionamento da peça reparada, bem como sua
interação com os demais sistemas que dependem dela. No caso do redutor de
pressão, ajusta-se o fornecimento correto, de acordo com a demanda de gás, a
uma pressão constante de um bar. A satisfação destes itens fará com que o carro
apresente uma potência razoavelmente equiparável ao funcionamento com
gasolina.
42
o Vazamento ou cheiro de gás (composto basicamente de
metano) no veículo – Perda das funções de selagem da junta.
o Marcha lenta do motor não estabiliza funcionando no gás
(GNV), devido á presença de água ou óleo dentro do redutor -
Preenchimento dos estágios do Redutor por corpo estranho.
o Veículo não procede a partida no gás ou morre na mudança
de combustível líquido para gasoso, pois o redutor não abre
passagem para GNV por mau funcionamento do sistema de
diafragma/mola internas - Falhas mecânicas na atuação do
redutor.
Vale ressaltar que o intuito desta parte do trabalho é obter dentre os 10 modos
de falha possíveis, os 3 mais freqüentes, e por isso considerados principais, dos
quais o tempo para manutenção será analisado no tópico seguinte.
43
Tabela 10 – Tempo de manutenção para os principais defeitos.
Fonte: Feras Gás.
Legenda:
Dg – Diagnóstico Mt - Montagem
Oç – Orçamentação Tt - Teste
Dt – Desmontagem Et - Entrega
It – Intervenção
45
De posse destes dados, é válido inferir que para a análise de manutenibilidade
tempo, custo e freqüência de manutenção são fatores óbvios e triviais, não
satisfazendo a profundidade necessária para os objetivos deste trabalho. Portanto,
destrinchando cada etapa do processo de manutenção pode-se chegar a fatores
secundários que melhor auxiliam no estudo, como mostrado na figura a seguir.
46
Para a orçamentação, a presença de sobressalentes com facilidade no
mercado influencia positivamente, e prejudica o defeito em que o veículo não
procede a transferência de combustível líquido para gasoso no seu referido tempo.
A desmontagem depende da ergonomia (que se apresenta igual para todos)
para facilitar a retirada do redutor de sua localização, bem como o tempo de
intervenção depende da necessidade de trocar peças internas, demandando mais
tempo para executar esta etapa.
O teste e a entrega estão intimamente ligados, pois normalmente os teste são
feitos na presença do usuário para que o mesmo apresente seu aceite do serviço.
47
3. EQUIPAMENTOS DE MANUTEÇÃO
48
Figura 16 – Bancada para teste de pressão e estanqueidade.
Fonte: Sistema Nei Brasil
49
de forma a tornar possível a interferência no ponto exato que oferece problemas e
afeta o seu comportamento.
Como exemplo destes equipamentos, é possível citar o Kaptor (equipamentos
para diagnóstico e reparo de sistemas eletrônicos embarcados nos veículos) que
possui vários modelos para cada uma das mais diferentes aplicações e tipos de
usuário.
50
4 AVALIAÇÃO DA MANUTENIBILIDADE
51
4.2 Indicadores de avaliação
52
46.246 (número de falhas por milhão) ------------- X
1.000.000 --------------------------------------- 1.511.000
53
4.4 Pesos dos critérios de avaliação
Ergonomia – Peso 4
A facilidade de acesso, com conforto e condições de trabalho, influi
diretamente no tempo gasto na manutenção, uma vez que quanto melhor o
54
acesso, menor o esforço realizado pelo operador da manutenção, e portanto peso
4.
0 a 3 – Péssimo
3 a 5 – Ruim
5 a 7 – Bom
7 a 10 – Excelente
55
Figura 19 – Redutor da Intergás.
Fonte: Autor
56
Tabela 11 – Comparação entre modelos.
Fonte: Autor
57
Tabela 12 – Notas dos redutores.
Fonte: Autor
NOTA
INDICADORES PESO
INTERGÁS RODAGÁS
FACILIDADE DE DIAGNÓSTICO 4 8,0 7,0
QUALIDADE DO MANUAL 4 6,5 5,5
ESPECIALIZAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA 2 4,0 4,0
FERRAMENTAL NECESSÁRIO 3 8,5 8,5
ACESSO FÍSICO AO SISTEMA 4 8,0 6,0
DISPONIBILIDADE DE PEÇAS 1 1,5 2,5
MORFOLOGIA DO PROJETO 2 9,0 5
58
4.6 Análise de dados
59
Com relação à parte exterior ao redutor de pressão, coube a apresentação de
uma idéia de ordem funcional para melhorar, no sentido de diminuir a freqüência,
a manutenibilidade do redutor: adicionar uma purga na linha de abastecimento de
GNV, antes de este entrar no cilindro durante o abastecimento. Com isso,
minimiza-se a entrada de água e de óleo oriundos dos compressores de
abastecimento no cilindro de armazenamento de GNV e no redutor de pressão,
combatendo o tipo de defeito “Preenchimento dos estágios do Redutor por corpo
estranho” em sua freqüência, que é responsável por 23,8% da manutenção de um
redutor. Não coube a este trabalho pesquisar qual seria a melhor opção,
entretanto, provavelmente soluções relativamente baratas poderiam salvar muitos
redutores de danos irreparáveis, e assim diminuir o Custo Brasil.
60
5 REFERÊNCIAS
61
SACRAMENTO, ROBERTO C. F. ANOTAÇÕES DE AULA, 2008.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA
BAHIA, ESCOLA POLITÉCNICA, CURSO DE ENGENHARIA
MECÂNICA, DISCIPLINA PROJETOS
MECÂNICOS.
62
ANEXOS
63
6. Dentre os problemas apontados nas respostas 1 e 2, quais estão sujeitos a
ação de intempéries?
Resp.: Alguns componentes como diafragmas e cilindros.
7. Existe um programa de manutenção preventiva para o Kit GNV? Qual a
importância de uma manutenção preventiva?
Resp.: Existe um livreto que nós passamos para o cliente. É indicado o retorno
com 60.000Km ou um ano. Estamos fazendo agora um programa de
fidelização com descontos, promoções etc.
8. Os usuários fazem esta manutenção corretamente ou a negligenciam?
Resp.: Na grande maioria dos casos, o cliente só retorna quando o carro
quebra. Algumas exceções raras são geralmente carros novos, onde o cliente
aproveita as revisões de mecânica e fazem também do Kit.
9. Existe alguma dificuldade no acesso aos componentes para a realização da
manutenção? A localização destes componentes é ideal ou poderia ser
melhorada?
Resp.: Varia pela disposição de motor do modelo. Por exemplo, o Meriva é
complicado se trabalhar no redutor. Já no Fiat, onde o estepe vai na frente, o
espaço fica ainda mais reduzido.
10. A manutenção dos componentes utiliza ferramentas padronizadas no
mercado ou necessita de alguma ferramenta adicional específica? Em caso
positivo, esta acompanha a peça? Qual a dificuldade de encontrá-las?
Resp.: Padrão.
11. Que tipo de melhoria seria possível efetuar no Kit GNV visando o
aperfeiçoamento do projeto com o objetivo de sanar estes problemas?
Resp.: Existem algumas modificações e inovações em curso. O kit pressão
positiva por exemplo, pode ser instalado em qualquer carro (até mesmo em
modelos turbo ou aspirado). O custo ainda é muito caro, mas a diferença neste
aparelho é que ao invés do fluxo de gás ser resultado da grande diferença de
pressão no redutor, o gás é lançando na cabeça do pistão usando o sinal da
sonda lambda e injetando o combustível que o carro precisa no tempo correto
pela ação independente do redutor. Alguma melhoria poderia ser feita no
sentido de aumentar os modelos de veículos que possam receber os kits. Em
relação aos redutores convencionais, com certeza os vazamentos pelas
membranas e o gerenciamento da pressão interna precisam avançar ainda
mais.
Profissional Entrevistado:
Fabrício Souza Sampaio
(71) 33810027
fsaluminium@ig.com.br
64
Questionário aplicado a Empresa
GÁS POINT
1. Quais os componentes do Kit GNV mais problemáticos na manutenção em
termos de freqüência?
Resp.: Sonda lambda em carros flex, vazamento ou válvula de alivio no
redutor. Além disso, alguns problemas freqüentes estão relacionados ao
modelo do variador de avanço incorreto.
2. Quais os componentes do Kit GNV mais problemáticos na manutenção em
termos de criticidade e segurança?
Resp.: Problemas de caráter geral no redutor e em grande parte do sistema de
válvulas são os mais críticos.
3. Como você classifica, numa escala de 1(barato) a 10(caro), o custo
estimado da mão-de-obra e das peças na manutenção para cada caso de
quebra?
Peça Preço Real (R$) Nota
Sonda Lambda Não informado 10
Válvula de Alívio 50,00 5
Variador de Avanço 250,00 8
Válvulas 30,00 3
65
Resp.: 1.000 Km depois da instalação, 10.000Km rodados ou quando surgir
qualquer dúvida do cliente.
Os usuários fazem esta manutenção corretamente ou a negligenciam?
Resp.: Geralmente fazem de carros novos. Carros com mais de 2 anos de uso
geralmente só aparecem para manutenção corretiva.
8. Existe alguma dificuldade no acesso aos componentes para a realização da
manutenção? A localização destes componentes é ideal ou poderia ser
melhorada?
Resp.: O redutor a depender do tamanho do mesmo e do tamanho do
compartimento do motor.
9. A manutenção dos componentes utiliza ferramentas padronizadas no
mercado ou necessita de alguma ferramenta adicional específica? Em caso
positivo, esta acompanha a peça? Qual a dificuldade de encontrá-las?
Resp.: Padrão de mercado
10. Que tipo de melhoria seria possível efetuar no Kit GNV visando o
aperfeiçoamento do projeto com o objetivo de sanar estes problemas?
Resp.: Os engenheiros da Gás Point estão atualmente empenhados em
desenvolver novos componentes para o gerenciamento eletrônico.
Profissional entrevistado:
Sidnei de Brito Santos
Técnico em Kit gás da Gás Point
(71) 33561893
66
Questionário aplicado a Empresa
FERAS GÁS Instalação
e Assistência técnica em GNV
67
4. Qual o tempo gasto em cada caso de manutenção citada nas respostas 1 e
2?
Peça a ser trocada Tempo
Redutor 60 minutos
Diafragma 25 minutos
O ring 10 minutos
V alivio 20 minutos
Chave comutadora 35 minutos
Emulador 20 minutos
Tubulação 40 minutos
68
própria água do radiador para esquentar o gás (no redutor) que tende a
congelar devido a redução da pressão. Em alguns casos, isto é inviável pois
devido ao posicionamento dos componentes, a distância que o fluido deve
percorrer acaba forçando a bomba d’água. Neste sentido, alguma melhoria
poderia ser implantada com este objetivo, talvez utilizando resistência
(trazendo energia direto da bateria) ou de outra forma.
Profissional entrevistado:
Adriano Ribeiro Reis
(71)3313-5182
(71)87634033
ferasgas@hotmail.com
69