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Tema:

Pressão sobre os recursos florestais na produção


de combustíveis Lenhosos na localidade de
Munhonha em Nicoadala - Zambézia, no período
entre 2015 - 2019
1. Introdução

• A presente monografia, resulta de um trabalho de pesquisa com o tema “Pressão sobre os recursos florestais na produção de combustível lenhoso para a

subsistência das comunidades e suas consequências para o meio ambiente”, na localidade de Munhonha, distrito de Nicoadala - Zambézia, no período

entre 2015 – 2019.

• É um trabalho para finalização de curso de Gestão Ambiental, leccionado na Universidade Católica de Moçambique, no Instituto de Ensino à Distância.

• Que se procura avaliar as causas que demandam a pressão e o nível de envolvimento das comunidades na gestão dos recursos florestais e por conseguinte

propor algumas estratégias para envolvimento massivo e participativo das comunidades na gestão e conservação dos mesmos recursos na zona de manta.

• Manta é um povoado com cerca de 5.000 habitantes que dependente mas da exploração de recursos naturais para venda.

• Estes recursos são importantes para as comunidades locais porque se servem deles para vários fins, dos quais se destaca a extracção de combustível

lenhoso e material de construção, satisfação de necessidades várias como as da medicina tradicional, a reprodução e abrigo das espécies animais

selvagens.

• As comunidades dependem dos recursos florestais, por isso que sejam elas primeira a conservar e gerir os seus recursos.

• A ela deve-se dar a conhecer estratégias de seu envolvimento para gestão desses recursos, uma vez que se assiste a uma falta de consciência de uso

sustentável na sua exploração.

• O trabalho compreende cinco capítulos, sendo:

O primeiro o da introdução, problematização, a relevância do estudo, delimitação da pesquisa, problema, perguntas de partida, objectivos;

No segundo capítulo abordam-se todos aspectos ligados ao marco ;

E já no terceiro capítulo descreve a metodologia a ser usada no trabalho;

No quarto capítulo, faz-se a análise e interpretação de dados e por fim,

as conclusões e sugestões, referências bibliográficas e apêndices e anexos.


1.5. Localização do distrito de Nicoadala

• O distrito de Nicoadala está localizado na Província da Zambézia que está maioritariamente na

zona das grandes planícies costeiras do país, com altitudes inferiores a 200 metros e que

diminuem suavemente do interior para a costa.

• A maior parte do distrito possui, no entanto, cotas inferiores a 100 m e é apresentando como os

seguintes limites:

 Norte: Distrito de Mocuba;

 Sul: Inhassunge;

 Este: Posto Administrativo de Maquival Quelimane;

 Oeste: Mopeia;

 Nordeste: Namacurra;

 Noroeste: Derre e

 Sudoeste: Cidade de Quelimane como ilustra a figura a baixo.


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Mapa Geográfico do distrito de Nicoadala

Fonte: Governo do distrito de Nicoadala 2015


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Mapa Geográfico povoado de Manta da Localidade de Munhonha do distrito de Nicoadala.

Fonte: Autor; 2021


1.8 Objectivos
1.8.1. Geral
O objectivo geral desta pesquisa é:

• Analisar as causas que originam a pressão sobre os recursos


florestais e os factores que propiciam a fraca gestão dos mesmos
usados para a produção de combustível lenhoso, naquela localidade
• Igualmente foram analisados os factores que influenciam na fraca gestão dos
recursos naturais florestais concretamente na zona de Manta localidade de
Munhonha distrito de Nicoadala.
1.8.2. Específicos
• Conhecer as causas da pressão sobre os recursos naturais
florestais na Localidade de Munhonha;
• Identificar as razões da dependência das comunidades aos
recursos florestais;
• Conhecer os hábitos culturais da comunidade e a sua base de
subsistência no período em estudo;
• Arrolar os níveis de desmatamento dos recursos naturais
florestais e respectivas causas e consequências ambientais e;
• Propor estratégias para redução da pressão.
3 Metodologia
3.1 Tipo de pesquisa
• Universo

• Esta pesquisa tem como universo 54 participantes dos quais, seis técnicos do Departamento de Florestas e

Plantações Agro-florestais do Serviço Provincial Ambiente, oito técnicos do Departamento de Floresta e

Fauna Bravia da Direcção Provincial de Desenvolvimento Territorial e Ambiente, vinte líderes

comunitários e vinte membros da população da zona de Munhonha.

• Amostra

• Um Técnico do Departamento de Florestas e Plantações Agro-florestais do Serviço Provincial Ambiente;

• Quatro Líderes comunitários e religiosos;

• Seis cidadãos daquela zona.


3.4. Técnicas de recolha de dados
• 3.4.1. Entrevista

• 3.4.2. Observação directa

• 3.4.3. Consulta bibliográfica


4. Análise e discussão de dados
4.1. Causas e consequências do desmatamento
• 4.1.1. Causas

As principais causas de desmatamente a ter em conta são: Extracção

de combustível lenhoso Agricultura itinerante e Exploração ilegal

de madeira.

• Outros casos de desmatamento, as causas são sempre ligadas a aumento de


áreas de cultivo. Neste âmbito incluem-se também as queimadas descontroladas,

• As mudanças na cobertura e uso da terra, de floresta para não-floresta têm

causas naturais, como por exemplo, seca, tempestades e doenças.


4.1.2. Extracção de combustível lenhoso
• Durante o periodo em em analise para a Localidade em estudo foram realizados licenciamentos para
exploração de combustível lenhoso, ao nível da Província da Zambézia num total de dezassete mil,
seiscentos e vinte e nove (17.629) licenças das quais 44,78% no Distrito de Nicoadala, 22,80% em
Mocuba, 17,61% em Lugela, respectivamente segundo o grafico abaixo.

Fonte: DPDTAZ;2021
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• Na área em estudo existe um Comité de Gestão Comunitária de Recursos Naturais que se beneficia de 20% dos
recursos explorados e com tudo muitas comunidades entrevistadas dizem que não têm conhecimento dos 20%
que devem por direito ser canalizados às comunidades para realização de pequenos projectos comunitário;
• No mesmo período em análise o distrito de Nicoadala é que tem maior número de operadores de exploração de
combustível lenhoso, nisto deve-se ao facto por localizar-se perto da cidade de Quelimane, onde o uso deste tipo
de combustível é mais frequente e os custos com transporte e manuseamento são menores, e mesmo distrito
espera receber cerca de 108.937,20 Mts (cento e oito mil, novecentos trinta e sete meticais e vinte centavos),
como resultado de exploração de combustível lenhoso e este valor deverá ser gerido pelo CGCRN decidindo
assim o que fazer em benefício da própria comunidade;
• E ao nível Província da Zambézia, durante o período em estudo, constatou-se que a localidade de Munhonha é
que sofre grande pressão de extracção de combustíveis lenhosos com uma percentagem de 34,42% em relação a
outras áreas da Província;
• E as principais fontes de rendimento dos entrevistados da comunidade de Manta são, a agricultura (70,1%),
trabalho não formal (16,4%)e a pecuária (13,5,7%);
• A área de estudo as comunidades têm um acesso total dos recursos florestais e para a produção de carvão
vegetal é necessário derrubada na média 10 árvores com um diâmetro entre 20 a 24cm e altura comercial de 3
metros para um fogão de 27m3, para retirar em média 17,5 sacos e onde vendem à 100meticais.
4.1.3. Agricultura itinerante
• A agricultura itinerante é um tipo de sistema agrícola tradicional, adoptado
historicamente nos ecossistemas de florestas tropicais, em que o ser humano
faz o corte da floresta, queimando os resíduos como preparo da terra para o
cultivo de subsistência. A produção de alimentos é feita por 2 a 3 anos e,
posteriormente, essa área é abandonada, tornando-se assim improdutiva.
Muitas vezes, nos terrenos abandonados estabelece-se a floresta secundária,
podendo esse terreno voltar a ser utilizado para o cultivo após dez a vinte
anos. De acordo com Maria, J.et al. (2006:14).
• E essa pratica é notório na Localidade em estudo.
4.1.4. Exploração ilegal de madeira
• De todas as causas de desmatamento e degradação florestal já
referidas, a exploração ilegal de madeira é a mais frequente. Esta
ocorre muito por ser uma actividade lucrativa e de risco relativamente
baixo. É também a actividade mais difícil de quantificar pela sua
própria natureza de ser ilegal, ou seja que opera fora das leis e
regulamentos que regem a actividade florestal.
4.2. Consequências
4.2.1. Impacto (consequência) ambiental
• Entre os principais impactos ambientais negativos causados pelo desenvolvimento das actividades humanas, destacam-se:

• Redução da biodiversidade de plantas e animais:  Com o desenvolvimento das actividades humanas, principalmente após a Revolução

Industrial, tornou-se cada vez mais comum a substituição da vegetação nativa por construções humanas;

• Contaminação do ar, água, fauna e flora:  as actividades humanas geram muitos resíduos, que se acumulam na natureza e causam a

poluição e contaminação do ar, água, solo, fauna, flora e até mesmo do próprio homem;

• Compactação, impermeabilização, redução da fertilidade e erosão do solo.  As actividades agropecuárias, quando realizadas sem

consciência ambiental;

• Esgotamento dos mananciais:  A maioria das actividades humanas necessita de uma grande quantidade de água, o que causa a

exploração intensiva dos cursos da água para abastecer indústrias, fazendas e cidades. Apesar de a água ser um recurso abundante no

planeta Terra, a crescente demanda aliada à má utilização dos recursos hídricos já tem causado escassez de água em locais que não sofriam

com esse problema;

• Alterações climáticas:  O desenvolvimento da sociedade capitalista tem causado grandes alterações no clima mundial. Acredita-se que

ele tenha contribuído para a intensificação do efeito estufa e aquecimento global do mundo, uma vez que os gases emitidos pelas

indústrias e automóveis contribuem para a conservação do calor na atmosfera, aumentando assim, o efeito estufa, e, consequentemente, a

temperatura no planeta Terra;

• Destruição da camada de ozono:  Os gases lançados na atmosfera, principalmente os CFCs, contribuem para a destruição da camada de

ozónio, já que, como o gás ozónio é muito instável, a acumulação dos gases na atmosfera favorece a degradação de suas moléculas, que se

ligam às moléculas dos gases poluidores, formando outras substâncias.


4.3. Os factores que levam à extinção de florestas
• Um estudo feito pela CEAGRE (2016:26) em Moçambique, identificou sete agentes directos
de desmatamento e degradação florestal sendo: A agricultura comercial, agricultura de
subsistência (itinerante), produção de lenha e carvão, urbanização, mineração, exploração
de madeira e pecuária, os quais actuam de forma combinada ou sequencial no tempo, o que
torna difícil separar o efeito individual de cada agente.
4.4. Algumas estratégias para redução da pressão
• As estratégia para a redução de pressão de recursos florestais destaca-se o seguintes:
 Reflorestamento- Sistemas agro-florestais são uma iniciativa de gestão florestal local envolvendo o
cultivo de árvores juntamente com o plantio de culturas agrícolas e a outra é a prática maneio florestal de
rebrouto que é mais económica;
 Uso de formas alternativas de combustível e energia como, a energia eléctrica e do gás são alternativas
ao consumo de combustíveis lenhosos, especialmente nas zonas urbanas Boahene (1998:29);
 Prevenção do corte de madeira- Os países industrializados têm uma responsabilidade no que diz respeito
à conservação das florestas tropical. Enquanto existir procura de madeiras tropicais, os agricultores e
operadores de madeira serão sempre motivados a cortar árvores;
O caso de Moçambique em particular na área em estudo verificou-se a falta de responsabilidade na
conservação e gestão dos recursos florestal, o desbaste das árvores para obtenção de estacas utiliza-se a
espécies que na legislação florestal de Moçambique não permite a utilização desta espécie de Swartizia
madagascariensis para obtenção de estaca e combustível lenhoso.
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 Educação ambiental; Segundo Boahene, (1998:30), a educação é um instrumento de gestão essencial


para a aquisição de suporte para a protecção ambiental. Para educação ambiental ser efectiva, deve,
entre outras coisas, ser adaptada às necessidades e preocupações das várias pessoas nas comunidades.
• O aquecimento global é maioritariamente visto no contexto de ser uma ameaça para os países
industrializados, por isso é que há tanta campanha sobre o assunto
• Para as comunidades rurais, é necessário enfatizar os problemas ambientais locais associados ao
desmatamento.
4.5. Problemas que opõem os habitantes e as autoridades da comunidade
• Uma comunidade numa zona livre de conflitos e com abundância de recursos não vê a
necessidade de uma gestão colectiva de recursos, uma vez que todos podem obter os
recursos sem restrição;
• Os conflitos podem surgir mesmo com abundância de recursos, quando indivíduos de
fora da comunidade extraiem recursos de uma comunidade sem que esta se beneficie;
• O apoio que o Banco Mundial tem dado projectos de gestão participativa para produziu
benefícios positivos em termos de meios de subsistência, como a geração de empregos, o
aumento da renda e a diversificação dos fluxos de receita;
• Esses projectos também alcançaram resultados ambientais positivos, como a redução das
taxas de desmatamento, a regeneração de florestas degradadas, a queda na incidência de
incêndios e a protecção da biodiversidade.
5. Conclusões e recomendações
5.1. Conclusões
• Com base nos objectivos traçados e nos resultados obtidos no presente estudo, concluiu-se o seguinte:

• A comunidade recorre às florestas locais para satisfação das suas necessidades, colhendo frutos, folhas, mel, para alimentação, estacas,

bambús, areia, capim e caniço para construção de habitações, celeiros e currais e também usados para fins comerciais);

• Também extraiam lenha e carvão para a confecção de alimentos e para comercialização, árvores para sombra e delimitação de machambas;

• A comunidade também recorre a floresta como local de culto;

• Os entrevistados conhecem e utilizam os recursos florestais das comunidades onde vivem.

• A população é totalmente dependente de recursos florestais existentes na comunidade e deles fazem uso pleno para construção de

habitações, extracção de combustível lenhoso e carvão, madeira e outros derivados;

• A floresta comunitária de Munhonha apresenta evidências de exploração intensiva dos recursos florestais. Verificou-se aumento do tempo

de procura de alguns produtos da floresta, como lenha, espécies para produção de carvão e estacas;

• A caça já é escassa em Munhonha devido à pressão e dependência da população e a carne de caça já não faz parte do cardápio das

comunidades;

• Alguns entrevistados referiram não ter acesso a exploração dos produtos florestais na sua comunidade pois para tal requer autorização por

parte dos líderes comunitários;

• Todos os entrevistados não usam queimadas para abertura de novas machambas;

• Maior parte dos entrevistados produz suas culturas tanto em regime de sequeiro, como nas proximidades dos rios, dando primazia à

consociação das culturas. Os entrevistados (74%), consideraram a água dos riachos poluída.
5.2. Recomendações
• Deste estudo foi possível perceber que as comunidades não detêm muitos conhecimentos sobre a

utilidade das florestas (diferentes espécies de plantas florestais), daí a necessidade de se desenvolver um

banco de dados que poderá servir em outras áreas;

• Que se façam mais estudos sobre os recursos florestais madeireiros e não madeireiros, desde os métodos

de exploração sustentável e técnicas de comercialização, para que estes tenham uma maior contribuição

para o bem-estar económico das comunidades;

• E é da responsabilidade do Serviço Provincial de Ambiente em coordenação com a Direcção Provincial

de Desenvolvimento Territorial e Ambiente realizar actividades de reflorestamento através de 15% de

taxa de exploração dos mesmos recurso que é canalizado;

• Sensibilizar os operadores a faz uso sustentável das suas áreas atribuído para retirada dos recursos

florestal;

• Deste modo, é importante a canalização de benefícios provenientes da exploração destes recursos às

comunidades e identificação de fontes alternativas de rendimento, de modo a minimizar o desmtamento

das comunidades.
• Muito Obrigado

Muito Obrigado

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