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Índice

Introdução...................................................................................................................................................2
Delimitação do Tema...................................................................................................................................3
Justificativa..................................................................................................................................................3
Problematização..........................................................................................................................................4
Hipótese......................................................................................................................................................5
Hipótese principal........................................................................................................................................5
Hipóteses secundárias.................................................................................................................................5
Objectivos....................................................................................................................................................5
Objectivo geral............................................................................................................................................5
Objectivos específicos.................................................................................................................................5
Metodologia................................................................................................................................................6
Pesquisa bibliográfica..................................................................................................................................6
Observação directa......................................................................................................................................6
Amostra.......................................................................................................................................................7
Entrevistas...................................................................................................................................................7
Conversas informais....................................................................................................................................8
1. Fundamentação teórica...........................................................................................................................9
2. Quadro conceptual................................................................................................................................10
Bibliografia................................................................................................................................................12

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Introdução
Em Moçambique, as formações de mangais tem sido simplesmente exploradas não tendo em
consideração a gestão dos seus recursos numa base mais sustentável. Em Moçambique, o mangal
ocupa uma pequena área, caracterizada por uma grande diversidade de ambiente favorável ao
desenvolvimento do mangal, tais como estuário, baias, deltas e as planícies de inundações.

A pressão sobre o mangal é alta nas zonas de maior concentração populacional dando inúmeros
benefícios tais como: lenha, material de construção, madeira, etc. Em alguns locais,
particularmente a volta das grandes cidades costeiras, onde a densidade populacional aumentou
consideravelmente durante o conflito armado, os mangais foram completamente sobre explorado
pelo homem.

A utilização da floresta do mangal pelas comunidades da cidade da Beira é historicamente


tradicional e traduz se em benefícios económicos. O mangal tem sido uma importante fonte de
lenha para os agregados familiares, fonte de colheita das estacas para casas de construção
precária e pequenas travessias dos riachos, as áreas do mangal são utilizadas para agricultura,
recolha de moluscos, crustáceos e a pesca.

A contínua destruição do mangal e a consequentemente a perda de grandes áreas de mangal


devido ao aumento das actividades económicas, indica que vamos enfrentar problemas de
produtividade biológica do ecossistema, por exemplo, a redução da produção do camarão, do
caranguejo, etc, com a destruição do mangal estamos provavelmente a perder um dos mais
valiosos recursos costeiros-nosso, capital natural.

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Delimitação do Tema
O estudo decorrera na cidade da Beira, concretamente na zona da Munhava Matope, uma zona
de maior produção do mangal. Os mangais são ambientes que oferecem condições para o
desenvolvimento de inúmeros organismo que procuram esses ecossistemas para a sua protecção
e reprodução constituindo um recurso importante para a sociedade o que eleva a importância do
mangal na cadeia alimentar. A não conservação do mangal pode contribuir para o desequilíbrio
ecológico costeiro. Para tal, há necessidade de adoptar medidas e estratégias de gestão deste
recurso natural para o seu uso e aproveitamento.

Justificativa
A escolha deste tema, deve-se ao facto de ser estudante do curso de Gestão Ambiental e
Desenvolvimento Comunitário, que ao nos dar conta da problemática dos mangais, procurou se
estudar os factores que contribuem para a degradação sistemática e acelerada do mangal ao longo
da faixa costeira na cidade da Beira, causada pela pressão populacional, já não é possível
encontrar protecção natural da costa. Moçambique aderiu a este movimento com alteração de
instrumentos legais ao nível do sector de floresta e fauna bravia.

Como forma de acompanhar a este movimento, a politica e estratégia de desenvolvimento de


florestas e fauna bravia, apresenta como um dos seus objectivos, a necessidade do aumento da
participação da população e da comunidade como agentes directos no maneio integrado,
protecção contra as queimadas, uso e conservação dos recursos florestais.

O manuseio comunitário dos recursos naturais é uma estratégia adoptada pelo governo para o
alcance do objectivo social traçado na política para o desenvolvimento do sector de florestas e
fauna bravia. A estratégia pretende aumentar o acesso, uso dos recursos naturais assim como a
equidade dos benefícios.

Para a implementação do manuseio comunitário, prevê-se a existência do recurso e uma


comunidade dotada de capacidade para o exercício do mesmo. A área em causa, nos tempos
passados apresentava uma extrema cobertura vegetal de espécie de mangal que constituíram a
protecção dos efeitos erosivos do mar. Actualmente, devido a exploração. O abate de mangal tem
sido frequente para fins de obtenção de material de construção e combustível lenhoso.

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O maneio comunitário dos recursos naturais, surge como resultado do reconhecimento de que a
maioria da população moçambicana vive nas zonas rurais e depende dos recursos a sua volta
para a sobrevivência e pelo facto de o governo por si só reconhecer a sua incapacidade. Esta é
uma estratégia que irá promover o uso sustentavel e conservação dos recursos naturais,
contribuindo para a redução da pobreza absoluta e melhoria da qualidade de vida da população.

Problematização
Em Moçambique, os mangais são sobre explorados desprezando completamente as obrigações
legais de replantar ou conservar as zonas de protecção. A sobrevivência a longo prazo e as
necessidades das populações são largamente ignoradas.

Actualmente, tem crescido a consciência do importante papel que os mangais representam na


vida social e cultural das comunidades e na economia a todos níveis assim como na protecção
ambiental em geral.

Tem se reconhecido também a fragilidade destas formações vegetais, o incremento da taxa de


destruição do mesmo, bem como a necessidade da existência de um plano para sua gestão. A
pobreza, o desemprego, o aumento populacional e a falta duma gestão comunitária que regule o
uso e aproveitamento do mangal, contribuem para a rápida degradação dos recursos naturais e
em especial do mangal na área de estudo.

O mangal constitui uma das principais fontes de rendimento dos agregados familiares no bairro
da Munhava, sendo utilizado na preparação do combustível lenhoso (lenha e carvão), estacas de
construção das casas e na venda de estacas e outros derivados dos mangais para o autosustento.

Diante desta situação, que estratégias adoptar para reduzir o corte de mangais, no bairro da
Munhava, cidade da Beira?

Hipótese

Hipótese principal
 Criação de incentivos económicos para encorajar a comunidade local, a suportar a
conservação do mangal, poderá contribuir para a redução do corte dos mangais.

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Hipóteses secundárias
 O reflorestamento do mangal a um ritmo maior, que a taxa de regeneração poderá
contribuir para a redução do corte dos mangais,
 Financiamento por parte das autoridades locais, as comunidades, tendo em vista abertura
de pequenos negócios, poderá contribuir para a redução do corte de mangais,
 Promoção de palestras, educação cívica e a sensibilização da comunidade na conservação
e preservação dos mangais, poderá contribuir para a redução do corte de mangais.

Objectivos

Objectivo geral
 Analisar o impacto de corte dos mangais no bairro da Munhava, cidade da Beira.

Objectivos específicos
 Identificar as principais actividades económicas da população da cidade da Beira,
relacionada com o ecossistema dos mangais, de forma directa ou indirecta, assim como o
uso dos mangais e o seu impacto no corte dos mesmos,
 Caracterizar o meio físico, identificando os factores que actuam na dinâmica do corte dos
mangais,
 Descrever as características sociais e económicas da população do município da Beira.

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Metodologia
Com vista a alcançar os objectivos definidos, a execução do trabalho obedeceu os seguintes
procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica, método de observação directa, entre
outros. Ainda para uma melhor sistematização, resolvemos também trabalhar com a
compartimentação da metodologia em diferentes etapas, visando, durante o processo de
construção, a interligação dos dados e resultados obtidos nas diferentes etapas de trabalho.

Pesquisa bibliográfica
Consistiu na recolha e compilação de dados sobre as características físico-geografico e
socioeconómico na cidade da Beira. A consulta de obras de diferentes autores, contendo
informações relevantes para o estudo, permitiu a elaboração do marco teórico. Serão compiladas
algumas informações úteis que estão devidamente referenciadas no presente trabalho. Esta
consistirá em uma revisão bibliográfica de obra de autores que trabalham com conceitos
relacionados ao processos ocupação do litoral, bem como das obras ligadas aos conceitos de
ambiente, espaço e sociedade, visando entender a relação entre estes e os impactos ambientais
possíveis de ocorrência em algumas áreas.

Ainda nesta etapa, serão realizados levantamentos de dados secundários a instituições de


pesquisa e orgãos públicos. O levantamento e organização de dados tem Como finalidade traçar
um perfil da população local, ou seja, dos agentes modificadores do espaço, bem como dos tipos
de actividades realizadas por estes, verificando o impacto potencial destes.

Observação directa
Fez-se a observação directa na área de estudo com o objectivo de identificar os mangais
manejados naquele local, como por exemplo, os mangais extraídos usados para a construção de
casas, combustível lenhoso, bambu, entre outros, assim como identificar os benefícios (tangíveis)
resultantes desse envolvimento da população no corte de mangais. Importa salientar que a
observação levada a cabo durante o presente estudo, foi do tipo transiente, que consistiu na
observação sem se questionar nada as populações, para a confrontação das respostas dadas pela
população.

A observação directa, consistiu ainda na realização de um trabalho de campo na área de estudo,


tendo a destacar a confrontação dos dados das imagens captadas no terreno, o que permitiu a

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clarificação de alguns aspectos. O trabalho de campo foi o suporte principal para a realização do
presente trabalho. Esta actividade permitiu a observação “in loco”, isto é, a presença no terreno
dos principais problemas resultantes da exploração dos mangais incluindo os seus níveis de
degradação na área de estudo.

De acordo com os objectivos da pesquisa, tornou-se relevante seccionar apenas áreas com
evidências de corte de árvores de mangal, e que se encontram próximas das zonas habitacionais.
Os locais para recolha de dados, foram seccionados de modo a permitir a sua identificação das
imagens utilizadas. Sendo assim localizou-se as áreas próximas dos cursos de água ou estuários.
Para a análise dos padrões de degradação da floresta de mangal, calculou-se a taxa de abate de
árvores de mangal, a taxa de sobrevivência e taxa de regeneração.

Amostra
Para a recolha de dados usou-se a amostragem não probabilística, isto é, não aleatória mas
intencional usando certos princípios para a escolha dos entrevistados. O tipo de amostragem
usada foi do tipo snowball sampling (bola de neve), onde teve-se o contacto com a primeira
pessoa da população que pretendia-se escolher e dai pediu-se que este indicasse alguém com
quem se podia conversar sobre a questão do corte de mangal. Procura-se aprofundar determinado
assunto com a pessoa mais informada.

Entrevistas
Este foi o método mais usado para a recolha de dados relevantes para o presente estudo, onde
quase todos objectivos foram concretizados usando um guião previamente elaborado para o
efeito. Para tal, foram conduzidas entrevistas com a população no corte de mangal, com
objectivo de analisar o envolvimento da população na tomada de decisões sobre a conservação
dos mangais, uso dos recursos e distribuição dos benefícios provenientes do corte de mangais,
assim como o nível de participação da população deste processo.

As entrevistas tinham como objectivo recolher informação qualitativa para, por um lado,
complementar a informação retirada em certos documentos, por outro para trazer respostas aos
objectivos da presente investigação. Entrevistara se as autoridades locais, pescadores, cortadores
e vendedores de lenha, material de construção e madeira.

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Os informantes eram compostos por indivíduos pertencentes a autoridades tradicional, membro
do governo e do município da Beira, técnicos da direcção provincial de agricultura, membros
singulares da comunidade, isto é, que não pertencem a nenhuma das autoridades. Os
entrevistados mostraram-se bastante receptivos a entrevista e prestaram informações bastante
úteis para o trabalho. É de salientar que cada entrevista, seja individual como colectiva, era
precedida de uma explicação detalhada sobre os objectivos da pesquisa utilizando a língua local.

A sequência das entrevistas, embora fosse previamente estabelecida no guia, dependia do


entrevistado, podendo saltar de um tema para outro ou aproveitar uma passagem para aprofundar
um tema que não foi devidamente explicado.

Conversas informais
As conversas informais foram feitas com a população local, com objectivo de identificar o
número de pessoas envolvidas no corte de mangal, na tomada de decisões sobre o acesso e uso
dos recursos, os benefícios provenientes do corte de mangais e também foi possível para
determinar o nível de participação da população no processo de tomada de decisão sobre o corte
de mangais. Estas foram feitas com autoridades tradicionais, técnicos da direcção da agricultura
e pessoas singulares.

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1. Fundamentação teórica
Os mangais são comunidades vegetais que colonizam as lagoas costeiras, os estuários e as
depressões dos deltas. São comunidades adaptadas as condições de elevada salinidade e por isso
pode subsistir submersas em águas marinhas. As árvores de mangal são apenas um dos
componentes do complexo ecos sistémico do mangal que inclui: corpos associados de água e
solos bem como uma variedade de outras plantas, animais e microrganismos.

As florestas de mangal encontram-se em áreas relativamente protegidas, entre o continente e o


mar, onde a energia das ondas do mar é reduzida. Os mangais desenvolvem-se melhor em áreas
expostas a um abastecimento contínuo em água doce, como regiões de elevada pluviosidade,
infiltração de água doce e nos deltas dos rios.

Os mangais crescem na faixa entre os níveis da maré media e alta e o zoneamento das espécies
esta relacionado com a duração da inundação pela maré, uma vez que a capacidade de resposta
aos níveis de salinidade vária de espécie para espécie. Nos factos que influenciam a distribuição
dos mangais incluem-se a toda água doce, sedimentação, mares, relevo, protecção contra ataque
das ondas do mar, a salinidade e a história geológica. Por isso, cada ecossistema de mangal é
caracterizado por uma identidade climática. Dados sobre ventos predominantes na costa,
direcção e ocorrência de ciclones, podem explicar não só a destruição do mangal, mas também a
dispersão de propágulos quer para o interior quer para longe das árvores progenitores.

O ecossistema de mangal contribui para a protecção das áreas costeiras contra a erosão e intrusão
salina. O mangal é um elemento estabilizador e protector da linha da costa e contribui para a
formação dos solos. Com a deposição e captura de sedimentos aluviais na franja do mangal,
criam-se condições ecológicas que permitem o avanço de solos do continente em direcção ao
mar. Através das folhas, as árvores do mangal contribui para o ciclo de nutrientes no habitat de
mariscos dentre eles o do camarão. Assim, o mangal constitui um viveiro para peixes, crustáceos
e outros animais.

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O ecossistema dos mangais ainda é útil pela sua biodiversidade, é usado como espécie indicadora
da poluição marinha, para programas educacionais e investigação científica.

O mangal é um recurso que é explorado pelas comunidades costeiras para obtenção de madeira
para construção de habitações, barcos de pesca, para combustível lenhoso e também para captura
de diversos crustáceos para complementar a dieta alimentar das comunidades. As árvores podem
ser usadas como plantas medicinais, assim como para a produção de mel. O ecossistema dos
mangais é, ou pode ser, distribuído pelo seu para agricultura, áreas para rizicultura, piscicultura e
fabrico de sal e por outras formas de uso que não permitem a sua regeneração.

O abate dos mangais pode ter como efeito a intrusão de águas salgadas nos solos do interior-
através da migração de partículas coloidais, assoreamento com a destruição da vegetação que
protege as dunas vizinhas, exposição de terras interiores, ao longo da costa, aos temporais.

2. Quadro conceptual
Mangais são “formações características de plantas litorais que ocorrem ao longo das costas
tropicais e subtropicais que habitam uma área sujeita ao regime de mares em litorais planos e que
marcam uma lenta transição entre a plataforma continental e o mar. São muita das vezes
descritas como “florestas costeiras”, “florestas dos mares” e “floresta de mangais”.

O mangal é “um ecossistema altamente produtivo e com uma alta produtividade biológica.
Várias são as espécies marinha que a visitam em algumas fases do seu desenvolvimento, como
por exemplo, o camarão e o caranguejo, espécies com alto valor comercial e dietético”.

Nas duas definições, os autores procuram fazer entender os lugares onde se situa o mangal, a sua
importância como recurso, tanto para a vida marinha como para o bem-estar da população.

Relativamente ao uso sustentável dum recurso, é de salientar que o uso sustentável dum recurso
significa, “satisfazer as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das
gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades”.

Socialmente significa: redução da pobreza e das desigualdades sociais a que numerosas


populações estão sujeitas, sem contudo destruir o mangal.

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O uso sustentável dum recurso “não pode apenas ser visto como um processo de mudança na
exploração”, mas também a orientação da mentalidade das populações e das transformações
institucionais como forma a dar resposta as gerações futuras.

O uso sustentável do mangal deve vir para responder não só as necessidades do presente mas
também das gerações futuras. Deve permitir que as populações tenham lenha, peixe, camarão e
que haja leis adequadas que regulem o seu uso, como forma de responder as necessidades das
gerações vindouras.

O impacto ambiental segundo é “ a mudança de um valor ou de um parâmetro ambiental em


termos quantitativos ou qualitativos provocada por uma acção humana”, sabe-se porem que a
maior parte da actividade humana causa impactos que podem ser de ordem físico social e
económica. Para esta investigação interessa focalizar impactos de natureza física e social com
influência sobre o espaço geográfico em causa.

Assim, impactos de actividade humana podem-se definir como sendo mudanças estruturais de
forma qualitativa e quantitativa nos aspectos de natureza física e social de uma determinada área
ou região provocada por uma acção da actividade humana, neste caso. Por exemplo o corte de
mangal, a conversão das áreas de mangal em espaços residenciais.

É preciso realçar que, os impactos para além de se fazem sentir nas áreas de mangal, também vão
se reflectir sobre as comunidades locais.

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Bibliografia
ARAUJO, Manuel G. Mendes. Geografia dos Povoamento: Assentamentos Humanos Rurais
e Urbanos. Livraria Universitária. Maputo: UEM, 1997.

FAO. Mangrove Forest Management Guidelines. FAO, Forest Paper. 1994.

SEMESI, Adelaid K. & HOWELL, Kim. The Mangrove of the Eastern African Region.
UNEP. Nairobi. 1992.

TOMLINSON, P. B. The Botany of Mangroves. Cambridge University Press. London. 1986.

UNESCO. The Mangrove Ecossystem: Research Methods. Monographs on Oceanographic


Methodology. United Kingdom. 1984.

MAP/UEM. Seminário Sobre o Reflorestamento. Maputo. 1983.

VEROCAI, Lara. Curso de Revisão de Estudos de Impacto Ambientais. Maputo:


MICOA/IUCN. 1997.

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