Você está na página 1de 17

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância

Autonomia e Autenticidade Moral/ Compromisso Social - A Profissão Educativa

Joaquim João Sandramo, Código: 708192801

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia

Turma: G

Disciplina: Ética Profissional

Ano de Frequência: 3º Ano

Docente: Dr. Leiz Francisco

Beira, Maio de 2022

i
Folha de Feedback

Classificação

Categorias Indicadores Padrões Nota Sub


Pontuação
do tota
máxima
tutor l

• Capa 0.5

• Índice 0.5

Aspectos • Introdução 0.5


Estrutura organizacion
ais • Discussão 0.5

• Conclusão 0.5

• Bibliografia 0.5

• Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)

Conteúdo Introdução • Descrição dos


1.0
objectivos

• Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho

ii
• Articulação e domínio
do discurso académico
(expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
coesão textual)

Análise e
discussão • Revisão bibliográfica
nacional e internacionais
2.
relevantes na área de
estudo

• Exploração dos dados 2.0

• Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos

• Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas

Normas APA
• Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

iii
Recomendações de melhoria

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________

iii
Índice

1. Introdução............................................................................................................................ 1

1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 1

1.2. Metodologia ......................................................................................................................... 1

2. Autonomia e Autenticidade Moral/ Compromisso Social - A Profissão Educativa ........... 2

2.1. Relação entre autonomia e identidade ............................................................................. 4

2.2. Compromisso social- A actividade educativa ................................................................. 5

2.3. Argumentos apresentados pelo Aristóteles na Ética Profissional ................................... 8

3. Conclusão ............................................................................................................................. 10

5. Referências bibliográficas .................................................................................................... 11

iv
1. Introdução

A ética procura estabelecer directrizes para uma boa conduta de um cidadão. Ela está presente na
vida de cada cidadão e em qualquer lugar, na escola, encasa, empresa e em vários outros lugares
que o Homem for a habitar deve sempre praticar a ética e a Moral.

No presente trabalho, far-se-á um estudo sobre a ética englobando os seguintes aspectos:


autonomia e autenticidade moral, compromisso social, que destacar-se-á da profissão educativa e
também far-se-á uma análise do Aristóteles no que diz respeito a profissão educativa e o
compromisso social. A profissão educativa é uma das profissões de formação do cidadão, com
isso é importante que a ética esteja presente na formação deste cidadão para garantir uma conduta
eficiente e confiável.

1.1. Objectivos

➢ Desenvolver os seguintes aspectos: Autonomia e Autenticidade Moral e


Compromisso Social.
➢ Desenvolver argumentos apresentados por Aristóteles no que diz respeito ao
Compromisso Social.

1.2. Metodologia

De acordo com GIL (2002), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Este método consiste em
pesquisa em livros e internet, que contém a matéria relacionada com o tema.

Para a realização deste trabalho foram usados dados secundários (Revisão bibliográfica). A
informação usada foi extraída de artigos científicos, manuais e alguns sites de pesquisa virtual.

1
2. Autonomia e Autenticidade Moral/ Compromisso Social - A Profissão Educativa

De acordo com o Modulo de Ética, Autonomia provém do grego ( αutos+ υorog = Ser + Leis/
Regras). (Manual de Tronco Comum, Módulo de Ética Social).

Considera-se a autonomia a estrutura da lei Humana ou a realidade humana enquanto capacidade


de ser e agir, com o centro no Sujeito como responsabilidade de ser e da acção.

A autonomia, concebida como a possibilidade do indivíduo escolher as regras que regem sua
conduta, pressupõe uma actividade racional do indivíduo, de modo a determinar-se conforme um
comportamento estabelecido através de um processo de escolha. Para tanto, o exercício da
autonomia pressupõe liberdade de escolha, pressupõe alternativas de escolha.

Existem vários pensadores que retratam da autonomia moral, destacando-se o Immanuel Kant,
Piaget, Aristóteles.

De acordo com Kuau (S/d), afirma que para Kant a autonomia significa agir por vontade
própria, porém tendo sua independência guiada por princípios de moralidade. Ou seja, ser
autônomo é ter a capacidade de pensar sobre questões éticas e tomar decisões de caráter moral.

Kant propõe que a autonomia é tanto um direito como uma construção e, como qualquer
construção, é conquistada de forma gradual e por etapas. Para isto, ele determina uma escala de
desenvolvimento da questão, expondo fases anteriores até que se alcance a autonomia: a anomia
e a heteronomia.

De acordo com Kuau (S/d), nas ideias de Piaget, afirma que para o desenvolvimento da
autonomia moral, o importante não é a absorção de normas sociais e suas práticas, mas
compreender o porquê as praticamos. O indivíduo verdadeiramente autônomo cumpre as normas
morais porque estas surgem de sentimentos interiorizados que o levam a considerar outros além
de si, havendo reciprocidade.

Afirma Piaget “O valor moral de uma ação não está na mera obediência às regras determinadas
socialmente, mas sim no princípio inerente a cada ação”.

2
Existe inúmeros factores significativos que podem influenciar a autonomia e autenticidade moral
e ética dum individuo no seu modo de viver. Dentre eles se destacam os seguintes:

➢ Aumento rápido do conhecimento científico;


➢ A industrialização;
➢ Urbanização (Crescimento das cidades, Unidades das cidades e Expansão das
cidades);
➢ Aumento rápido da população (Problemas demográficos);
➢ Repartição de trabalhos nos sectores;
➢ O aumento da informação;
➢ A ocupação dos tempos livres;
➢ Mobilidade (Horizontal – Mudança que o Homem executa e vertical -
possibilidade limitadas entre os estratos sociais);
➢ Separação da vida em vários factores;
➢ Influencias difíceis de controlo, etc.

Estes factores que influenciam a autonomia e autenticidade do agir do homem.

A ideia de autonomia já se encontra presente no mundo grego como produto de uma deliberação
racional, cujo fim consiste no exercício das virtudes ou na conquista da excelência moral.
(Aristóteles, 1992).

A autonomia se manifesta quando o indivíduo cumpre a obrigação imposta pela lei moral,
enquanto produto da razão prática.

De acordo com Agnol (2005), fundamentado por Jean Piaget, ao afirmar que autonomia é a
“capacidade de coordenação de diferentes perspectivas sociais com o pressuposto do respeito
recíproco”, insere ao referido conceito a noção de respeito, respeito à autonomia.

Taylor (1998), afirma que foi a democracia que introduziu a “política de reconhecimento
igualitário”, a identidade que é verdadeira para consigo própria que vai de encontro à maneira
própria de ser do indivíduo, ideal a que o autor dará o nome de “autenticidade”.

3
Assim, autonomia “é a condição de uma pessoa ou de uma colectividade cultural, que determina
ela mesma a lei à qual se submete” (Lalande, 1997). A autonomia exige uma existência que não é
de antemão determinada, mas sim autodeterminada, porque é livre.

A autonomia moral só é possível quando a pessoa está livre, que faz com que a vontade de todo
ente racional possa ser eficiente unicamente por si mesma. A vontade autónoma não necessita de
nada alheio a ela mesma para poder se determinar em cumprir com os seus deveres morais.

A autenticidade, portanto, deve ser estabelecida como o ideal moral da sociedade liberal
democrática.

Para defender a ideia acima exposta, Taylor (2011), propõe três ideias diferentes:

➢ Que a autenticidade é um ideal válido;


➢ Que é possível discutir racionalmente sobre a pertinência de ideais morais;
➢ Que esses argumentos podem contribuir para a compreensão da identidade da
sociedade ocidental

2.1. Relação entre autonomia e identidade

O desenvolvimento do ego, na teoria de Loevinger, pressupõe uma experiência do sujeito, que


conhece diferentes padrões ao longo de um contínuo desenvolvimento. A emergência da
autonomia acompanha, assim, o aparecimento de formas diferentes de identidade (Blasi, 1988).

O sujeito caracteriza-se pela capacidade de se demarcar relativamente às normas e padrões do


grupo, começando a determinar os seus próprios valores, no sentido de encontrar soluções
contrárias ou alternativas à maioria. O fundamento disto reside, precisamente, numa nova
consciência de si mesmo. A partir deste estágio, o eu passa a se definir e a se vivenciar como uma
totalidade, caracterizada por traços interiores psicológicos e não mais por acções ou
características exteriores. Para Blasi (1988) este estágio corresponde a um tipo de identidade
observada.

Estamos, portanto, em plena relação entre autonomia e identidade. O conceito de identidade


costuma remeter à idéia de que as pessoas têm certas características de personalidade que as

4
acompanham nos diversos contextos. Todavia, o que acabamos de lembrar faz pensar que, longe
de ser um conjunto fixo de características, a identidade pode ser extremamente elástica, volúvel,
maleável. Logo, ao invés de ser autônoma, no sentido de relativamente imune a contextos e
pressões grupais, a identidade seria essencialmente heterônoma, no sentido de dependente de
fatores exteriores a ela. Daí uma conclusão possível: autonomia e identidade formam um par
impossível. Disponivel em https://www.construirnoticias.com.br/autonomia-e-identidade/

Taylor (2011), aponta para alguns malestares da modernidade responsáveis por minar com a ideia
de coletividade e de formação de um pensamento social são:

➢ O individualismo,

➢ O predomínio da razão instrumental e a

➢ Mitigação da liberdade.

Esse processo é levado a cabo pela disseminação do que ele chamou de “ética da autenticidade”.

2.2. Compromisso social- A actividade educativa

A prática da actividade educativa é um compromisso social, tem o seu valor ético em relação a
transmissão de valores éticos e morais que garantam a sobrevivência duma sociedade.

Sabemos que o objectivo principal da actividade educativa é a desenvolvimento integral do


homem, é este homem que está no centro das atenções nas análises das ciências sociais. Os
objectivos da actividade educativa são vários, mas todas se comprometem principalmente com a
preparação e o desenvolvimento das actividades da sociedade. (Manual de Tronco Comum,
Módulo de Ética Social).

Na ideia de compromisso, há duas noções que merecem destaque:

➢ A de obrigação, esta traz o senso de responsabilidade;


➢ A de envolvimento, afirma que uma dimensão afectiva que forma um vínculo
com determinado objecto ou alvo (que pode ser uma pessoa, um grupo, uma

5
instituição, uma ideia, um comportamento, um movimento colectivo, uma
profissão, uma carreira, etc.).

Ambas, simultaneamente, remetem o compromisso a um conjunto de acções motivadas por um


sentimento de obrigação, o qual é originado, em primeira instância, pela identificação ou pelo
compartilhamento de valores e crenças individuais com os valores e as crenças ligados ao objecto
em questão. (González, 2000).

Para Patrício (1995), a actividade educativa é um conceito axiológico que exprime a realidade
intrínseca e completa da educação, quer como processo, quer como resultado. Para o mesmo
autor, a educação “é intrínseca e substantivamente axiológica, ou seja, impregnada de valores
desde a raiz” não havendo educação sem valores.

6
A Ética profissional começa com a reflexão e deve ser iniciada antes da prática profissional.

Figura 1: Síntese dos critérios definidores de Compromisso Social. Fonte: (González, 2000).

“As constituições cujo objectivo é o bem comum são correctamente


estruturadas, de conformidade com os princípios essenciais de justiça,
enquanto as que visam apenas ao bem dos próprios governantes são
todas defeituosas e constituem desvios das constituições corretas; de
fato, elas passam a ser despóticas, enquanto a cidade deve ser uma
comunidade de homens livres. [...] constituem desvios os casos em que
o governo é exercido com vistas ao próprio interesse da única pessoa,

7
ou das poucas pessoas, ou da maioria, pois ou se deve dizer que os
cidadãos não participam do governo da cidade, ou é necessário que eles
realmente participem” (Aristóteles, 2001).

2.3. Argumentos apresentados pelo Aristóteles na Ética Profissional

Na escola, o princípio do aprendizado seria a imitação. Segundo ele, os bons hábitos se


formavam nas crianças pelo exemplo dos adultos. Quanto ao conteúdo dos estudos, Aristóteles
via com desconfiança o saber "útil", uma vez que cabia aos escravos exercer a maioria dos
ofícios, considerados indignos dos homens livres.

Contribuição de Aristóteles para a Educação

➢ Observação Empírica

Determinar uma verdade comum a todos os componentes de um grupo de coisas é a condição


para conceber um sistema teórico.

➢ As quatro causas - Para Aristóteles uma coisa é o que é devido à sua forma
➢ Ética e política - No campo da ética, segundo Aristóteles, todos nós queremos ser
felizes no sentido mais pleno dessa palavra. Para obter a felicidade, devemos
desenvolver e exercer nossas capacidades no interior do convívio social.
➢ O papel da razão, (Nada está no intelecto antes de ter passado pelos sentidos.) -
Nossos pensamentos não surgem do contacto de nossa alma com o mundo das
ideias, mas da experiência sensível. "Nada está no intelecto sem antes ter passado
pelos sentidos", dizia o filósofo.

Aristóteles acreditava que educar para a virtude era também um modo de educar para viver
bem – e isso queria dizer, entre outras coisas, viver uma vida prazerosa. Disponível em
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=520

8
2.4.Argumentos apresentados pelo Aristóteles na Ética Profissional

Dos Santos (S/d), “O bem é aquilo a que todas as coisas tendem” citado por Aristóteles, (1973).

Aristóteles percebeu que não poderia haver apenas bens secundários, um bem desejado em
função de outro. Era necessário que existisse um fim último para a ação humana. A esse fim
último, Aristóteles refere-se como Sumo Bem, “o melhor dos bens”.

9
3. Conclusão

A ética hoje em dia, está em todos os sectores. Ela é importante porque guia um individuo a uma
boa conduta.

A autonomia é concebida como a possibilidade do indivíduo escolher, pressupõe uma actividade


racional do indivíduo, de modo a determinar-se conforme um comportamento estabelecido
através de um processo de escolha. Apesar da autonomia ser liberdade de escolher, mas este não
deixa de seguir a conduta moral, e existem inúmeros factores significativos que podem
influenciar a autonomia e autenticidade moral e ética dum individuo no seu modo de viver.

A autenticidade, portanto, deve ser estabelecida como o ideal moral da sociedade liberal
democrática. Aristóteles foi um filósofo que contribuiu bastante no que diz respeito ao
compromisso social.

10
5. Referências bibliográficas

✓ Aristóteles. (1992). Ética a Nicômacos. Brasília: Editora da UnB.


✓ Aristóteles. (2001). Ética a Nicômaco. (4 ed). Brasília: UnB,
✓ Agnol D.D. (2005). Bioética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

✓ Blasi, A. (1988). Identity and the development of the self. Em D.K. Lapsley & F.C.

✓ Dos Santos, W. J. P. (S/d). Aristóteles: felicidade como fim das ações humanas.
Disponível em
https://www.google.com/amp/s/mundoeducacao.uol.com.br/amp/filosofia/aristoteles-
felicidade-como-fim-das-acoes-humanas.htm

✓ Gil, A. C. (2002). Como Elaborar Projecto de Pesquisa. (4. Ed). São Paulo- Brasil: Atlas

✓ González, A. M. (2000). Ética y moral: origen de una diferencia conceptual y su


trascendencia en el debate ético contemporáneo. Anuário Filosófico, v. 33.

✓ http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=5
20. Acesso no dia 13 de Abril de 2022

✓ http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?cont
eudo=520. Acesso no dia 08 de Maio de 2022

✓ Kuau. Autonomia Moral: como desenvolver na escola -Saiba tudo sobre a Autonomia de
Piaget e Kant, e como estimular seus alunos na criação de seu Projeto de Vida autônomo.
Disponível em https://blog.kuau.com.br/projeto-de-vida/autonomia-moral/. Acesso no dia
08 de Maio de 2022

✓ Lalande, A. (1997). Vocabulaire technique et critique de la philosophie. (4ª ed). Paris:


Quadrige/PUF.

✓ Manual de Tronco Comum, Módulo de Ética Social. Código:01-A0203. UCM-


IED
✓ Taylor, C. (1998). Multiculturalismo. Lisboa: Instituto Piaget.

11
✓ Taylor, C. (2011). A ética da autenticidade. Tradução de Talyta Carvalho. São Paulo:
Realizações Editora.

12

Você também pode gostar