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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Analise das Especifidades da Administração Pública em Moçambique

Estudante: Sanete Luís


Curso: Administração Pública
Disciplina: Reforma no Sector Público
Ano de Frequência: 2º Ano
Código de estudante: 708210740
O tutor: Dr. Esio Cebola Magaio
Turma: {D}

Chimoio, Agosto de 2022


Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
• Capa 0.5
• Índice 0.5
Aspectos • Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais • Discussão 0.5
• Conclusão 0.5
• Bibliografia 0.5
• Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução
• Descrição dos objectivos 1.0

• Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
• Articulação e domínio
do discurso académico
(expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
Conteúdo discussão • Revisão bibliográfica
nacional e internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
• Exploração dos dados 2.0
• Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
• Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre linhas
Normas APA •
Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
1. Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução ............................................................................................................. 1
1.1. Objectivos ...................................................................................................... 2
1.1.1. Geral ....................................................................................................... 2
1.1.2. Específicos .............................................................................................. 2
2. Administração Pública ........................................................................................... 3
2.1. Noções gerais ................................................................................................. 3
2.2. Princípios inerentes a estruturação da Administração Pública ......................... 3
2.3. Diferenciação das estruturas internas e suas características ............................. 4
2.3.1. Administração Pública Direta .................................................................. 5
2.3.2. Administração Pública Indireta ................................................................ 5
2.3.3. Integrantes da Administração Pública Indireta ......................................... 5
2.3.4. Autarquias ............................................................................................... 5
2.3.5. Fundações ............................................................................................... 6
2.3.6. Agências Reguladoras ............................................................................. 7
2.3.7. Agências Executivas ................................................................................ 7
2.3.8. Empresas Públicas ................................................................................... 7
2.3.9. Sociedades de Economia Mista ................................................................ 8
3. Conclusão ............................................................................................................ 10
4. Referências bibliográficas .................................................................................... 11
1. Introdução
De acordo com a tendência dos dias actuais, em que princípios constitucionais são
desrespeitados constantemente em prol do beneficiamento de alguns, se fez ainda mais
necessário o entendimento sobre a Administração Pública e suas características, pois
somente assim, compreendendo de forma plena o funcionamento do Estado, será
possível reverter tal quadro crítico.

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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Analisar as especifidades da administração pública.

1.1.2. Específicos
 Conhecer a administração pública no seu todo;
 Apresentar os princípios inerentes a administração pública;
 Demonstrar a diferenciação das estruturas internas e suas características.

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2. Administração Pública
2.1.Noções gerais
A Administração Pública se apresentar como o poder do Estado de coordenar, ou seja, é
por ela que o Estado faz valer a sua autoridade de legislar e tributar, fiscalizar e
regulamentar. De acordo com a doutrina, a Administração Pública pode ser
diferentemente conceituada a depender do prisma a qual se é analisada. Do ponto de
vista material ou funcional, a palavra administração se referirá a actividade ou função
administrativa realizada pelos seus entes públicos.

Já, em seu sentido orgânico ou formal, a mesma será conceituada como sendo um
conjunto de directrizes e princípios estabelecidos em lei, para guiar as actividades
administrativas, organizar os serviços prestados pelas entidades e órgãos e orientar seus
agentes públicos.

O principal objectivo da máquina administrativa é a protecção dos interesses da


colectividade, resguardando sua soberania em face do direito privado, como também o
atendimento dos fins do próprio Estado. A mesma também se faz presente nas quatro
esferas do governo, sendo elas, a federal, estadual, municipal e distrital.

2.2.Princípios inerentes a estruturação da Administração Pública


Está prevista em nossa Constituição em seu art. 37, caput, que a Administração Pública,
seja ela directa ou indirecta, deverá observar e obedecer aos princípios previstos em seu
corpo: ''Art. 37. A administração pública directa e indirecta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte
(...). '' De forma breve, os princípios podem ser conceituados da seguinte maneira:

 Princípio da legalidade: Considerado o fundamento mais importante para a


manutenção do Estado Democrático, por ele, a Administração só poderá fazer
aquilo que autorizado previamente em lei.
 Princípio da impessoalidade: A Administração deve actuar de forma que
atenda de modo geral, ou seja, a todos, mesmo que esse possam ser um conjunto
de pessoas específicas, como, por exemplo, a comunidade portadora de
deficiências.

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 Princípio da moralidade: Por ele, a Administração deve administrar de forma
idónea, moral, respeitando as leis.
 Princípio da publicidade: As actividades administrativas devem ser
transparentes, pois a publicidade, além de ser requisito de eficácia para os atos
administrativos, também é o meio pelo qual se faz seu controle.
 Princípio da eficiência: o administrador deverá escolher sempre os melhores
meios e as entidades devem sempre se organizar adequadamente para assim
assegurar o melhor resultado possível.

Porém, segundo o doutrinador Carvalho (2017, p. 159), existe alguns princípios que são
intrínsecos e que por isso, deverão estar sempre presentes para nortear a organização
administrativa, sendo eles:

 O princípio do planeamento: Por ele, toda actividade administrativa deve


obedecer a um planejamento que tenha por objectivo promover o
desenvolvimento económico-social e manter a segurança nacional.
 Princípio de coordenação: Este define que a actividade administrativa deve se
organizar hierarquicamente a fim de evitar desperdícios de recursos ou desvio de
função.
 Princípio da descentralização administrativa: É a transferência da prestação
de alguns serviços a outros entes federativos ou pessoas jurídicas especializadas
com o intuito de obter maior eficiência na realização destes.
 Princípio da delegação de competência: Ocorre quando a competência
administrativa dos agentes e delegada a outros dentro da mesma estrutura
hierárquica.
 Princípio do controle: Por ele, todos os níveis de governo terão o poder de
controlar as actividades administrativas, aplicando a correcta execução e
observando correctamente as suas normas.

2.3.Diferenciação das estruturas internas e suas características


A Administração Pública possui dois tipos diferentes de estruturas, a directa e a
indirecta.

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2.3.1. Administração Pública Directa
A administração directa é caracterizada por ser um conjunto de órgãos, que em regra
são desprovidos de personalidade jurídica, porém possuem capacidade administrativa,
política e financeira. As excepções a essa norma são, a União, os Estados, os
Municípios e o Distrito Federal. Esses órgãos actuam directamente pelo Estado, como
se esse o fosse. Outra característica dos órgãos da administração directa é o modo pelo
qual são criadas, já que, se inicia por meio de lei redigida pelo Presidente da República.

2.3.2. Administração Pública Indirecta


Diferentemente a administração directa, a formação da administração indirecta é feita
pela presença de pessoas jurídicas e não mais de órgãos. Essas pessoas jurídicas são as
entidades citadas na descentralização, ou seja, são as pessoas de direito, público ou
privado, que receberam a transferência de titularidade e execução dos serviços naturais
a administração directa.

Porém, segundo Spitzcovsky (2019), deve se observar com atenção ao tipo de


personalidade jurídica que essas entidades possuem, pois se a personalidade jurídica for
de direito público a simples aprovação da lei já torna possível sua criação, todavia, se
esta for de direito privado, além da necessidade da aprovação da lei também terá que ter
a aprovação de seus estatutos sociais, bem como a seu registo em órgão competente.
Outra característica das entidades da administração indirecta é que além de poder
exercer a prestação de serviços públicos, poderá também explorar actividade
económica.

2.3.3. Integrantes da Administração Pública Indirecta


A administração pública indirecta possui seis diferentes tipos de pessoas jurídicas que
lhe auxiliam na prestação de serviços, sendo essas: Autarquias, Fundações, Agências
reguladoras e Executivas, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista.

2.3.4. Autarquias
Autarquias conceituam-se como pessoas jurídicas pertencentes ao direito público que
tem por função exercer actividades típicas da Administração Pública, como, por
exemplo, saúde, segurança, entre outros.

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2.3.4.1.Tipos de Autarquia
De acordo com o doutrinador Mazza (2019, p.201,202), as autarquias podem ser
identificadas em seis diferentes tipos:

 Autarquias administrativas: São as consideradas autarquias comuns por


possuírem regime jurídico ordinário.
 Autarquias especiais: Se diferenciam das administrativas por possuírem maior
autonomia.
 Autarquias corporativas: São as entidades responsáveis pela fiscalização e
controle de certas profissões, como, por exemplo, a OAB.
 Autarquias fundacionais: Também conhecidas como fundações públicas, serão
criadas quando houver afectação do património público.
 Autarquias territoriais: São sectores geográficos dirigidos pela União,
conhecidos também como territórios federais.
 Autarquias contratuais: São assim chamadas associações públicas que se
originaram de um consórcio entre entes federativos.

2.3.5. Fundações
Fundações públicas são definidas como pessoas jurídicas de direito público ou
privado, que são criadas a partir de autorização por lei, possuem capital público e
executam actividades de interesse público do Estado e dependendo de qual
personalidade de direito assumir, está poderá ter diferentes atributos.

Se estas assumirem como pessoas de direito público, serão conhecidas como fundações
públicas ou autarquias fundacionais e terão as mesmas características de autarquias,
acima já citadas. Porém, se escolherem o ramo do direito privado, serão em partes,
regidas pelo direito privado, não devendo confundi-las com as fundações particulares
que são regidas inteiramente pelo direito privado.

Para os fins desta lei, considera-se:

Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem


fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de
actividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com
autonomia administrativa, património próprio gerido pelos respectivos órgãos de
direcção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

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Alguns exemplos de fundações são:

 Funai;
 Funasa;
 IBGE;
 Funarte e;
 Fundação Biblioteca Nacional.

2.3.6. Agências Reguladoras


As agências reguladoras são conhecidas como uma espécie de autarquia sob regime
especial e que tem por finalidade controlar, regulamentar e fiscalizar a execução dos
serviços públicos que foram transferidos as pessoas jurídicas de direito privado. Elas
são criadas por meio de lei e já nascem para realizar tal actividade, se encontram entre a
administração pública directa e indirecta, e não possui vinculo hierárquico, porém
também são fiscalizadas.

Alguns exemplos de agências reguladoras:

 ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações);


 ANP (Agência Nacional de Petróleo); ANEEL (Agência Nacional de Energia
Eléctrica);
 ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil); ANTT (Agência Nacional de
Transportes terrestres); ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária);

2.3.7. Agências Executivas


As Agências executivas são autarquias, fundações ou órgãos que recebem esse título
através da celebração de um contrato de gestão entre elas e o Governo Federal, ou seja,
elas se qualificam para se tornar uma agência executiva. Esse contrato tem por objectivo
aumentar a autonomia dessas fundações em troca da fixação de metas para a execução
da actividade administrativa que essas exerçam. Sua área de actuação se encontra na
Administração Pública directa.

Alguns exemplos de agências executivas: Inmetro.

2.3.8. Empresas Públicas


Empresas Públicas são pessoas jurídicas de direito privado criadas a partir de
autorização em lei específica e que possuem capital exclusivamente público.

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Para os fins desta lei, considera-se:

Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com


património próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de
actividade económica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou
de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas
em direito. Estas poderão exercer a actividade de prestar serviços públicos ou
exploração de actividades económicas; quando praticar a exploração, poderá esta ser
feita sob qualquer modalidade empresarial.

Assim como as autarquias, as empresas públicas também possuem autonomia


administrativa, financeira e património próprio, logo, não possui nenhum vínculo
hierárquico, porém poderá ser fiscalizada assim como os demais já citadas. As empresas
públicas não têm o direito de usufruir de privilégios processuais, como previsto no
seguinte entendimento:

“As prerrogativas processuais conferidas à Fazenda Pública devem ser interpretadas


restritivamente. Somente as pessoas jurídicas de direito público, incluídas as autarquias,
é que estão compreendidas no conceito de Fazenda Pública. A empresa pública,
responderá directamente pelos danos causados e o Estado poderá ser accionado
subsidiariamente quando está prestar serviços públicos, porém se esta explorar
actividade económica o Estado ficará isento de responsabilidades.

Alguns exemplos de empresas públicas:

 BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social Federal);


 Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária);
 CEF (Caixa Económica Federal).

2.3.9. Sociedades de Economia Mista


São definidas como pessoas jurídicas de direito privado que, assim como a empresas
públicas, também podem executar a prestação de serviços ou a exploração de actividade
económica. Estás contam com o capital misto, ou seja, cinquenta por cento mais um
(50% + 1) do capital deve ser público e o restante pode ser privado; estas somente
podem ser constituídas na modalidade empresarial de sociedade anónima.

Para os fins desta lei, considera-se:

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Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, criada por lei para a exploração de actividade económica, sob a forma de
sociedade anónima, cujas acções com direito a voto pertençam em sua maioria à União
ou a entidade da Administração Indirecta.

Sua criação se dá é através de autorização em lei, mas é necessário que após aprovação
da lei, ainda ter seus estatutos sociais aprovados e registados. Também possui, como as
demais citadas acima, autonomia administrativa, financeira e património próprio, não
são subordinadas, mas podem ser fiscalizadas. As sociedades de economia mista não
possuem nenhum tipo de privilégio processual ou prerrogativa e sua responsabilidade
pelas obrigações contraídas se equipara as da empresa pública.

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3. Conclusão
Findo, de referir que o trabalho visou a introdução breve e clara de algumas definições e
características e especificidades da estruturação da Administração Pública, visando a
fácil assimilação. Foram abordados conceitos da Administração, diferença entre suas
estruturas, os institutos da centralização, desconcentração e descentralização, como
também os integrantes da máquina administrativa.

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4. Referências bibliográficas
SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo Esquematizado. 2° ed. São Paulo:
Saraiva Jur, 2019.

CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 4° d.Salvador:


jusPODVIM, 2017.

MAZZA, Alexandre. Manual de direito Administrativo. 9° ed. São Paulo: Saraiva Jur,
2019.

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