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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O Papel do Governo Distrital e das Comunidades Locais, no que concerne à Promoção


do Desenvolvimento Económico Local (DEL), no Distrito de Gondola.

Berta Vasco Lisboa – 700205753

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Metodologia de Investigação Científica I
Ano de frequência: 1º Ano
Docente: Daniel Canetane

Chimoio, Junho de 2020


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Classificação
Categorias Indicadores Padrões
Nota
Pontuação do Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacionais 0.5
 Discussão
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada
ao objecto do trabalho 2.0
Conteúdo  Articulação e domínio
do discurso académico
(expressão escrita 2.0
Análise e cuidada, coerência /
discussão coesão textual)
 Revisão bibliográfica
nacional e internacionais 2.0
relevantes na área de
estudo
 Exploração de dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos
práticos 2.0
Aspectos Paginação, tipo e tamanho
gerais Formatação de letra, parágrafo, 1.0
espaçamento entre linhas
Normas APA
Referências 6ª edição em  Rigor e coerência das
Bibliográficas citações e citações/referências 4.0
bibliografia bibliográficas

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Recomendações de melhoria
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Índice

1. Introdução...............................................................................................................................1
1.1. Tema....................................................................................................................................2
1.2. Objectivos do trabalho.........................................................................................................2
1.2.1. Objectivo geral..................................................................................................................2
1.2.2. Objectivos específicos......................................................................................................2
1.3. Metodologia do trabalho......................................................................................................2
2. Quadro teórico........................................................................................................................3
2.1. Definição dos conceitos.......................................................................................................4
2.1.1. Desenvolvimento Económico Local.................................................................................4
2.1.2. Descentralização...............................................................................................................6
2.1.3. Participação.......................................................................................................................7
3. Conclusões..............................................................................................................................8
Referencias Bibliográficas..........................................................................................................9

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1. Introdução

A Metodologia de Investigação Científica é um campo das ciências que permite conhecer os


trajectos percorridos para realização e elaboração de um trabalho de pesquisa. Entretanto, o
presente trabalho consiste na elaboração de um quadro teórico a partir de um tema da minha
preferência. Refira-se que o tema está relacionado com o Curso de Administração Pública.
Por outro lado, ao redigir o quadro teórico, o texto deve apresentar as diferentes correntes de
pesquisadores que estudaram a questão, deve ser fluente e os parágrafos devem possuir
articulação entre si, cada um contendo ideias que evoluíram do parágrafo anterior e que
preparam o seguinte.

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1.1. Tema

O Papel do Governo Distrital e das Comunidades Locais, no que concerne à Promoção do


Desenvolvimento Económico Local (DEL), no Distrito de Gondola.

1.2. Objectivos do trabalho

1.2.1. Objectivo geral

 Analisar o Papel do Governo Distrital e das Comunidades Locais na Promoção do


Desenvolvimento Económico Local no Distrito de Gondola.

1.2.2. Objectivos específicos

 Descrever o processo de promoção do Desenvolvimento Económico Local, na sua


vertente Distrital.
 Identificar os principais actores envolvidos na Promoção do Desenvolvimento
Económico Local.
 Relacionar os programas legalmente instituídos e as condições de participação dos
actores locais, na Promoção do Desenvolvimento Económico Local.

1.3. Metodologia do trabalho


A metodologia é o conjunto de métodos e técnicas utilizadas para a execução de uma
pesquisa. Entretanto para a execução deste trabalho recorreu-se ao método bibliográfico. No
âmbito deste método, fez-se a leitura de vários manuais que tratam sobre pesquisa científica e
Desenvolvimento Económico Local.

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2. Quadro teórico

O quadro teórico da presente pesquisa, assenta-se à Perspectiva Sistémica, consubstanciada na


problemática de Desenvolvimento Económico Local. Ao conceber-se esta abordagem, não
significa limitar o emprego de outras abordagens, visto que, nas ciências sociais e humanas
não existe uma única abordagem para a explicação dos fenómenos sociais, não existe uma
teoria que detenha primazia na explicação dos factos sociais.

Entretanto, explicando sobre a Perspectiva Sistémica, Fernanda (1999), indica que, um


sistema é encarado como sendo, um conjunto de variáveis independentemente da relação
existente entre elas. A autora aborda ainda que, o que caracteriza um sistema político, é a
capacidade para tomar decisões obrigatórias para todos os membros da sociedade.

Todavia, verifica-se por um lado que as comunidades fazem parte dos actores responsáveis
pela demanda das preocupações que afligem a sua vida quotidiana. E por outro lado,
encontra-se o Governo que no cumprimento do seu papel, é responsável pela alocação das
preocupações das Comunidades e estuda a possibilidade de dar soluções às suas
preocupações, descrito por Fernanda (1999), como um processo que proporciona um o anel de
retroacção (feedback).

Por seu turno, Ratiner (1997), chama a atenção em distinguir sistemas fechados e abertos, na
medida em que os primeiros fogem do acesso empírico, porque não trocam nem energia, nem
matéria com seus ambientes, e em contra partida, os sistemas abertos trocam energia e matéria
com seus ambientes, o que possibilita interacção e um permanente (feedback).

Assim sendo, o Desenvolvimento Económico Local não pode ser abordado no isolamento,
nem de uma forma parcial levando em conta apenas aspectos económicos ou sociais; deve
levar em consideração, a conjugação de vários elementos que influem na interacção dos
actores locais. Este contexto permite explorar abordagens teóricas a partir de um enfoque
sistémico. Por exemplo, os Planos de desenvolvimento distrital, são elaborados com a
participação das Comunidades através dos Conselhos Consultivos Locais e visam mobilizar
os recursos para a resolução de problemas do Distrito.

Deste modo, a realização do presente estudo, por analisar o papel do Governo Distrital e das
Comunidades Locais, no que concerne a Promoção do Desenvolvimento Económico Local,
requer uma visão holística e sistémica na explicação dos factos (Capra, 1996).

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2.1. Definição dos conceitos

Para a sistematização dos conteúdos desta pesquisa, definiu-se alguns conceitos que serão
operacionalizados ao longo do estudo nomeadamente: Desenvolvimento Económico local,
Descentralização e Participação. A opção por estes conceitos é por reunir elementos
suficientes que permitem desenvolver este trabalho.

2.1.1. Desenvolvimento Económico Local

Remmers (2000) considera que os estudos de diversas experiências de desenvolvimento


económico local passam a observar que factores antes considerados secundários ao
crescimento e com forte diferenciação local, eram importantes na explicação do sucesso de
certas localidades. Esses factores, quando estimulados, permitiam melhorar a produtividade e
possibilitavam uma melhor distribuição de renda.

Neste quadro, o autor define o desenvolvimento económico local, como sendo um processo
capaz de envolver todos os esforços dos grupos locais para resistir aos processos assimétricos
de desenvolvimento, tendo como elementos chave: a organização, os processos participativos,
a autonomia, a identidade, a cooperação, a força e a organização social do trabalho e o
conhecimento local.

Por outro lado, Silva (1997) define o desenvolvimento económico local como sendo um
conjunto de estratégias e acções para a reconstrução da base produtiva local (para a activação
da economia local e pode provocar impactos no território. Para o autor, as acções e estratégias
ocorrem em um espaço herdado, que é constituído por uma história local, um padrão de
organização do território e da força de trabalho e por um dado grau de desigualdades sociais.

As discussões acima levantadas, associam-se à posição de que, o DEL é um elemento que


inclui uma determinação local das opções, um controle local sobre o processo e retenção dos
benefícios do desenvolvimento local.

Todavia, Meier (1969) propõe o conceito de um Desenvolvimento Económico Local de base,


“de baixo para cima”. Para o autor, a capacidade de decidir sobre esse desenvolvimento, não é
entendida como algo de exclusividade do Estado ou das elites económicas, mas sim de todos
os actores Locais.

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Esse processo segundo Meier (1969), cria um potencial para que o efeito económico dessas
experiências chegue à esfera política e produza um ciclo de crescimento que contrarie as
lógicas de exclusão.

A Estratégia para o Desenvolvimento Económico Local (EDEL) na sua vertente Distrital,


num estudo desenvolvido pelo Ministério da Planificação e Desenvolvimento em 2008,
apresenta a seguinte definição:

DEL é um processo participativo que favorece e estimula a parceria entre os


principais actores públicos e privados de um território definido, permitindo
assim o desenho e implementação conjunta duma estratégia concertada,
utilizando os recursos locais e as vantagens competitivas num contexto global,
com o objectivo final de criar empregos decentes e estimular a actividade
económica (MPD, 2008, p.14).

Assim, o conceito de Desenvolvimento Económico Local (DEL) constituir-se-á no objectivo a


atingir em função das potencialidades identificadas, os Vectores de Desenvolvimento
Económico Local e as suas Cadeias de Valor e a proposta contínua e permanentemente
renovada do Marketing Territorial.

Em função da definição dos conceitos discutidos por Meier (1969), Silva (1997), Remmers
(2000), e MPD (2008) a cima referenciados, o foco das discussões conceptuais converge na
perspectiva do estudo de caso sobre a Formulação da Plataforma Nacional de
Desenvolvimento Económico Local (DEL) em Moçambique.

Nesta perspectiva, o presente estudo concebe as definições dos autores supra referenciados
que corroboram com a de Empel, et al. (2006). Estes últimos, definem o Desenvolvimento
Económico Local (DEL), como sendo, um processo de desenvolvimento participativo que
estimula parcerias entre as principais partes interessadas do sector privado e público num
território definido.
Segundo estes autores, o objectivo do DEL, é gerar emprego decente e estimular a actividade
económica, permitindo a concepção e a implementação conjunta da estratégia comum de
desenvolvimento através do uso dos recursos e das vantagens competitivas locais num
contexto global.

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2.1.2. Descentralização

Segundo Guimarães (2000), a discussão sobre a descentralização é um processo complexo,


multifacetado e geralmente gradual, estando presente em vários campos disciplinares.

Neste plano, é possível identificar três dimensões complementares: a administrativa, a social e


a política.

No seu sentido lato, descentralização é a transferência de funções, responsabilidades, e às


vezes do poder, dos escalões superiores do Estado para os escalões inferiores, dentro da
cadeia de governação. “Tal transferência pode ocorrer em três formas principais: (i)
desconcentração ou descentralização administrativa, (ii) devolução ou descentralização
democrática, e (iii) descentralização fiscal” (Manor, 1999, p.6). O autor define claramente
estas três formas ou tipos de descentralização:

Desconcentração ou Descentralização Administrativa – é a dispersão de funções,


responsabilidades e funcionários dos escalões superiores para os escalões inferiores do
governo. É a relocação dos funcionários dos escalões superiores do governo nos diferentes
pontos do território nacional com vista a fortificar a autoridade do governo.

Na desconcentração, o governo central não cede qualquer poder uma vez que tais funcionários
simplesmente cumprem tarefas e implementam as decisões tomadas pelo governo central.
Todas as linhas de comando são de cima para baixo e a prestação de contas é de baixo para
cima.

Nesta concepção, Lundin e Machava (1996) corroboram com Manor (1999), ao definirem a
Descentralização Administrativa ou Desconcentração, como sendo, aquele que acontece nos
casos em que, a descentralização é feita sem implicar uma transferência definitiva de
autoridade, poder de decisão e implementação, da Administração Central para outros agentes
fora dos órgãos centrais;

A outra tipologia de descentralização, indicada por Manor (1999), é a Devolução ou


descentralização democrática. Segundo o autor, este consiste na transferência do poder
(tomada de decisão), funções e recursos do governo central para governos locais, que são
eleitos pelas comunidades locais e prestam contas à elas. A devolução cede a autoridade de
decisão e influência às instituições democraticamente eleitas, através de mecanismos legais de
partilha do poder entre o governo central e os governos locais.
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Entretanto, para Guambe & Weimer (1998), a Devolução envolve a transferência de recursos
e de poderes para as autoridades de escalões inferiores que são muito ou completamente
independentes dos escalões superiores do Governo e que são democráticos de um certo modo
e a um certo grau.
Estes autores corroboram com Manor (1999), concordando que a devolução envolve a
cedência de personalidade legal, áreas de competência legalmente definidas, autonomia de
cobrar impostos, incluindo o direito de ter orçamento e competência legislativa.

Finalmente o último tipo de Descentralização é a Descentralização fiscal. Manor (1999)


define este tipo de descentralização como sendo, a transferência de recursos fiscais para os 
escalões inferiores do governo.
Ainda de acordo com o autor supracitado “A descentralização fiscal cede influência sobre
orçamentos e decisões financeiras’, que podem ser confiadas aos ‘funcionários
desconcentrados, mas que só prestam contas aos superiores dos escalões superiores, ou aos
nomeados não-eleitos, escolhidos superiormente” (Manor, 1999, p.6).

2.1.3. Participação

Na perspectiva de Doniak (2002), a participação deve ser entendida como acto e efeito dum
processo em que a sociedade civil, a sociedade política e a sociedade económica tenham
tomado uma decisão em conjunto. Para o autor, a participação significa estar presente
activamente na designação e na escolha de alternativas.

Entretanto, Pretty (1994) classifica diversos tipos ou maneiras de como as instituições de


desenvolvimento interpretam e usam o termo participação. Nesta perspectiva, na visão do
autor, destacam-se os seguintes tipos de participação:
 Participação passiva: as pessoas participam sendo informadas do que vai acontecer ou
já aconteceu. É uma decisão unilateral, sem qualquer tipo de consulta ou diálogo.
 Participação consultiva: as pessoas participam sendo consultadas por agentes externos,
os quais definem problemas e propõem soluções com base na consulta, mas sem
dividir a tomada de decisão.
 Participação interactiva: as pessoas participam de forma cooperativa, interagindo
através de planos de acção e análise conjunta, os quais podem dar origem a novas
organizações ou reforçar as já existentes. Estes grupos têm controlo sobre as decisões
locais.

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3. Conclusões
A realização deste trabalho permitiu obter bases sólidas no que diz respeito a elaboração de
pesquisa científicas. Deste modo, possibilitou conhecer os pressupostos necessários para a
elaboração do embasamento teórico, uso de normas APA para citação directa e indirecta, bem
como referências bibliográficas.
Por outro lado, a fundamentação teórica apresentada desenvolve abordagens sobre o
Desenvolvimento Económico Local, à luz da perspectiva sistémica.

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Referências Bibliográficas

1. Capra, F. (1996). A Teia da vida. São Paulo.


2. Doniak, F. (2002). Participação comunitária no processo de Desenvolvimento local:
Estudo do caso do Município de Rancho Queimado. Florianópolis.
3. Empel, et al. (2006). Formulação da Plataforma Nacional de Desenvolvimento
Económico Local (DEL): O Caso de Moçambique. Switzerland: Internacional Labour
Organization.
4. Fernanda, F. (1999). Descentralização e cooperação descentralizada em
Moçambique. Maputo.
5. Guambe J. & Weimar B. (1998). Programas de Reforma dos Órgãos Locais. Maputo.
6. Guimarães, M. (2000). O Debate Sobre a Descentralização de Políticas Públicas: Um
Balanço Bibliográfico
7. Lundin E. & Machava, F. (1996). Descentralização e Administração Municipal.
Maputo: Fundação Ebert.
8. Manor, J. (1999). The Political Economy of Democratic Decentralization. Washington
9. Meier, G. (1969). Desenvolvimento Económico. São Paulo: Editora Mestre Jou.
10. MPD (2008). Estratégia Para o Desenvolvimento Económico Local na Sua Vertente
Distrital. Maputo
11. Pretty A. (1995). Participactor Leanerning and Action. London: International Institute
For Environment and Development.
12. Rattner, H. (1997). Liderança Para Uma Sociedade Sustentável. São Paulo.
13. Remmires, G (2000). O Desenvolvimento Endógeno Nas Zonas Rurais: Introdução a
Agroecologia Como Desenvolvimento Rural Sustentável.
14. Silva, R. (1997). Desenvolvimento Rural e Poder Local. Natal: UFRN.

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