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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

A influência da cultura na igualdade de género

Ilda Fernando Castigo – 708205868

Curso: Licenciatura em ensino de Geografia


Turma: C
Disciplina: Habilidades de vida e HIV-SIDA
Ano de frequência: 2º Ano
Docente: Nyasha Lampião

Chimoio, Junho de 2021


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Estrutura  Capa 0.5
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
 Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização 1.0
(indicação clara do
problema)
 Descrição dos objectivos 1.0
Introdução
 Metodologia adequada ao 2.0
objecto de trabalho

 Articulação e domínio do 2.0


discurso académico
(expressão escrita cuidada,
coerência / coesão textual
Conteúdo  Revisão bibliográfica 2.0
Análise e
discussão nacional e internacionais
relevantes na área de estudo
 Exploração dos dados. 2.0
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos
Formatação  Paginação, tipo e tamanho 1.0
de letra, paragrafo,
Aspectos espaçamento entre linhas.
gerais
Normas APA 6a  Rigor e coerência das 4.0
Referências edição em citações/referências
bibliográfica citações e bibliográficas
s bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: a ser preenchida pelo tutor
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Índice
1. Introdução...............................................................................................................................1

1.1. Objectivos.........................................................................................................................2

1.1.1. Objectivo geral..........................................................................................................2

1.1.2. Objectivos específicos...............................................................................................2

1.2. Metodologia do trabalho..................................................................................................2

2. Conceito da cultura.................................................................................................................3

2.1. Igualdade de género.........................................................................................................4

2.2. A igualdade de género e cultura.......................................................................................4

2.2.1. A influência da cultura na igualdade de género........................................................5

2.2.2. Aspectos positivos e negativos referentes a igualdade de género.............................7

3. Conclusão................................................................................................................................8

4. Referências bibliográficas.......................................................................................................9
1. Introdução

A cultura é, e sempre foi, tema central ao desenvolvimento. Como uma dimensão natural e
fundamental da vida das pessoas, a cultura deve estar integrada na política e na programação
do desenvolvimento.
As culturas devem ser vistas em seu contexto mais amplo: elas influenciam e são
influenciadas por circunstâncias externas e, em resposta a elas, se modificam. As culturas não
são estáticas; as pessoas estão continuamente envolvidas em remodelá-las, embora alguns
aspectos da cultura continuem a influenciar escolhas e estilos de vida por períodos muito
longos.
Os costumes, normas, comportamentos e atitudes culturais são tão variados quanto ambíguos
e dinâmicos. É arriscado generalizar e é particularmente perigoso julgar uma cultura pelas
normas e valores de outra. Tal simplificação excessiva pode levar à presunção de que todo
membro de uma cultura pensa de forma idêntica. Isso não somente se trata de uma percepção
equivocada, mas ignora um dos accionadores da mudança cultural, que são as múltiplas
expressões da resistência interna, a partir das quais as transições emergem.

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1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral


 Compreender a influência da cultura na igualdade de género.

1.1.2. Objectivos específicos


 Conceituar a cultura;
 Explicar a igualdade de género e cultura;
 Descrever a influência da cultura na igualdade de género.

1.2. Metodologia do trabalho

Para a realização do trabalho recorremos a diversas fontes com a finalidade de reunir uma
informação satisfatória e de fácil compressão através de consulta de obras, revisões
bibliográficas e pesquisas que efectuamos na biblioteca electrónica, que versam sobre o tema
em destaque nas quais vem mencionadas no fim do trabalho.

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2. Conceito da cultura
A cultura define-se como hábitos, expectativas, comportamentos, ritos, valores e crenças que
grupos humanos desenvolvem na história. A cultura é o produto da interacção de pessoas,
ideias e ambiente. Através da cultura e tradição, as pessoas aprendem comportamentos aceites
como “certos” ou errados. (Lourenço, s/a, p. 77).

Segundo o relatório sobre a situação da população ambiental (2008, p. 14), a cultura é


constituída por padrões herdados de significados que as pessoas compartilham dentro de
contextos específicos. Por meio da socialização, as pessoas desenvolvem entendimentos
comuns daquilo que é significativo e daquilo que não é.

Esses entendimentos comuns, que podem reflectir-se em símbolos, valores, normas, crenças,
relações e diferentes formas de expressão criativa, influenciam a maneira como as pessoas
“lidam com seu mundo diariamente, de maneira ampla ou restrita”; “moldam a maneira como
as coisas são feitas e o entendimento do porquê terem de ser feitas”; proporcionam uma lente
por meio da qual as pessoas interpretam sua sociedade.

Valor: é uma crença que é importante para um indivíduo. Os valores podem ser influenciados
por factores religiosos, educativos ou culturais, ou por outras experiências pessoais. Mesmo
entre as pessoas da mesma cultura, com vários pontos em comum, tem havido diferença entre
seus valores. É muito raro, quase impossível entrar dois indivíduos que tenham valores
idênticos. (Lourenço, s/a, p. 77).

Os valores de uma traduzem-se em costumes, práticas cerimoniais e ritos de iniciação-alguns


valores são praticamente universais, como por exemplo: O de preservar a vida. No entanto,
os valores que orientam o comportamento quotidiano costumam ser específicos à cultura onde
evoluem.

Ritos: são cerimónias que as pessoas realizam para entrar em contacto com os deuses,
antepassados, e forças invisíveis. Os ritos de iniciação: são cerimónias que preparamos os
adolescentes para vida adulta, quando atinge determinada idade. Os ritos são usados não só
para ensinar assuntos ligados a sexo, mais também relativo a vida tais como: amor, casamento
e respeito em geral. ((Lourenço, s/a, p. 77).

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2.1. Igualdade de género
A igualdade de género apresenta-se actualmente como uma questão complexa e revestida de
inúmeras interpretações: umas que a consideram alcançada; outras que não lhe reconhecem
importância; e outras, ainda, que a consideram de difícil alcance (Ferreira, 2013).

A Comissão Europeia (1998: 31) define a igualdade de género como: “o conceito que
significa, por um lado, que todos os seres humanos são livres de desenvolver as suas
capacidades pessoais e de fazer opções, independentes dos papéis atribuídos a homens e
mulheres e, por outro, que os diversos comportamentos, aspirações e necessidades de
mulheres e homens são igualmente considerados e valorizados”.

A Igualdade entre mulheres e homens é uma questão de direitos humanos e uma condição de
justiça social, sendo igualmente um requisito necessário e fundamental para a igualdade, o
desenvolvimento e a paz. A Igualdade de Género exige que, numa sociedade, homens e
mulheres gozem das mesmas oportunidades, rendimentos, direitos e obrigações em todas as
áreas. Devem e beneficiar das mesmas condições:

 No acesso à educação
 Nas oportunidades no trabalho e na carreira profissional
 No acesso à saúde
 No acesso ao poder e influência

Tendo em conta as desigualdades e grandes assimetrias que persistem, a promoção da


igualdade passa, um pouco por todo o mundo, pelo empoderamento das mulheres e pela
melhoria da sua saúde sexual e reprodutiva, nomeadamente o acesso a planeamento familiar
efectivo. Noutro nível de decisão, a introdução da perspectiva de género nas políticas é uma
das ferramentas fundamentais de combate às desigualdades. (APF, s/a).

O empoderamento visa o equilíbrio de poder entre homens e mulheres, ao criar as condições


para que a mulher seja autónoma nas suas decisões e na forma de gerir a sua vida.

2.2. A igualdade de género e cultura


As culturas ajudam a moldar o modo como as pessoas convivem e influenciam sua
compreensão sobre e a abordagem ao desenvolvimento.

As expectativas sociais e culturais depositadas em meninos e meninas, homens e mulheres,


quando não atendidas, geram violências de toda a ordem. (Filipe, 2008, p. 3)

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Considerando que a formação da identidade de género, enquanto uma pertença individual de
cada sujeito que pertence a uma categoria, ocorre na mais tenra idade, será importante que
esta problemática seja abordada em contexto familiar e de educação pré- escolar, pois aí se
inicia o processo de aprendizagem social das crianças e, como dizem Cardona et. al. (op. cit.:
20) “ o género é uma das primeiras categorias que a criança aprende, facto que exerce uma
influência marcante na organização do seu mundo social e na forma como se avalia a si
própria e como percepciona as pessoas que a rodeiam.”

2.2.1. A influência da cultura na igualdade de género


Os conceitos de “género” e “igualdade de género” são instrumentos fundamentais para
descrever e analisar as desigualdades entre homens e mulheres. Por serem moldadas pelas
normas culturais, sociais, económicas e políticas, as relações de género são construções
essencialmente dinâmicas. Assim referem-se a relações sujeitas a mudanças, tornando
possível transformar as relações de género e alcançar uma maior igualdade entre homens e
mulheres. (Collier, 2007, p. 14).

Contudo, quando os indicadores básicos do desenvolvimento humano são desagregados por


sexo, torna-se claro que muitas mulheres em Moçambique estão claramente em desvantagem
comparado com os homens que são incapazes de participar na íntegra no desenvolvimento
social, económico e político do país.

A igualdade de tratamento de mulheres e homens é um direito humano fundamental


inviolável. Os fundamentos desta afirmação podem ser extraídos, notadamente, no inciso I do
artigo 5º da Constituição, o qual nos declara que homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações.

Krieger citado pelo Araújo e Ettinger (2017, p. 191), o que se constituir em oposição a isto
estará fundado em preceitos discriminatórios devendo ser combatido, anulado e reconstituído
“em razão da aplicação ampla do princípio da isonomia”.

A sociedade formou-se a partir da cultura de dominação machista e enfrentou, ao longo da sua


história, movimentos por lutas de direitos de igualdade, que posicionassem a mulher como
protagonista da sua realidade, dando a ela a capacidade de desempenhar actividades antes
consideradas masculinas, sem que, com isso, perdesse a identidade feminina.

As crenças culturais e preceitos religiosos faziam da mulher sob domínio, submetida aos que
as impediam, inclusive, de ter acesso à educação. As ordenações Filipinas, que regeram a

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sociedade por determinado período da época colonial, davam aos homens o direito de aplicar
castigos físicos às mulheres, caso os desobedecessem. (Araújo e Ettinger, 2017, p. 191).

Como sabemos, a cultura tem grande influência no comportamento sexual da comunidade.


Por causa de crenças, tabus, mitos; esse comportamento varia de cultura para cultura e em
vários aspectos tais assim como:

2.2.1.1. Em relação ao trabalho


Homem e mulher têm um papel importante de produção (bens e serviços). Ao nível
doméstico, homens e crianças, devem ser cuidados e sustentados, o que significa que a mulher
tem muito trabalho e ainda sob carregada de que o homem. Isto porque desde crianças na sua
adolescência e os ritos de iniciação a mulher foi ensinada a servir o marido, cuidar dele e dos
filhos; enquanto que o homem foi ensinado a trazer dinheiro, fazer os trabalhos mais pesados
ir a escola.

O nível de trabalho de uma mulher determina fortemente o padrão de vida da sua família bem
como a educação, futuro e potenciais oportunidades dos seus filhos e filhas. As mulheres,
principalmente nos países em desenvolvimento, exercem um papel central na sobrevivência e
economia da família, quer como sustento, quer como responsáveis pela gestão da vida e
recursos da família. (Collier, 2007, p. 44).

Quando as mulheres, principalmente as que não estão em situação de pobreza e exclusão, não
podem trabalhar por incapacidade ou doença, a sobrevivência da sua própria família está em
causa.

2.2.1.2. Em relação aos direitos humanos


Antigamente, em todo mundo as mulheres eram negadas os seus direitos. Metades delas eram
subordinadas, apesar das leis darem “direitos iguais” sem distinção do sexo, raça e tribo.

Estes direitos iguais nos quais as mulheres eram negadas estavam relacionados a: terra,
propriedade, educação, alimento, oportunidade de emprego e poder de decisão, mais
actualmente elas exercem os tais direitos. (Lourenço, s/a, p. 76).

As grandes disparidades de género permanecem nos domínios económico e político. Embora


tenha havido algum progresso ao longo das últimas décadas, em média, as mulheres no
mercado de trabalho ainda ganham menos 24% do que os homens no mundo. Em agosto de
2015, apenas 22% de todos os deputados dos parlamentos nacionais eram do sexo feminino.

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Tem havido considerável discussão sobre a universalidade dos direitos humanos, mas essa
discussão vem, em geral, negligenciando as inter-relações fundamentais entre os direitos
humanos e as culturas. O marco dos direitos humanos inclui protecções para os direitos
colectivos de grupos assim como para os direitos dos indivíduos; entre esses está o direito à
saúde, incluindo a saúde reprodutiva.

2.2.2. Aspectos positivos e negativos referentes a igualdade de género


Aspectos positivos

 A igualdade de género também é um motor inestimável de crescimento económico;


 Maior poder de rendimento para as famílias;
 Aumento do recurso aos serviços de planeamento familiar; (APF, s/a).
 Redução da desnutrição;
 Redução da mortalidade infantil e materna e melhoria da saúde pública;
 Desenvolver uma educação e uma formação não discriminatórias. (APF, s/a).

Aspectos negativos

 As mulheres e crianças são as grandes vítimas da exploração sexual.


 O desemprego afecta mais mulheres que homens.
 Os salários para as mesmas funções são mais elevados para homens do que para
mulheres.
 As desordens alimentares, como a anorexia e bulimia, afectam mais raparigas que
rapazes. A obsessão com o corpo e a pressão dos média afecta muito mais as
raparigas. (APF, s/a).
 Por estarem mais sobrecarregadas, com a multiplicidade de tarefas domésticas e
trabalho, as mulheres sofrem com a indisponibilidade de tempo para cuidar delas
próprias.
 As mulheres têm uma esperança de média de vida mais elevada que os homens, o que
torna o apoio social muitas vezes insuficiente, dado que as mulheres estão sempre
sobrecarregadas com o apoio a terceiros. Os cuidados de crianças, doentes e velhos
recaem predominantemente sobre as mulheres. (APF, s/a).

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3. Conclusão
Após a ter feito a leitura do trabalho, conclui-se que a mulher foi inferiorizada para
corresponder a um padrão socialmente instituído. Um padrão cultural que um dia considerou
que o normal era o homem ter o comando supremo sobre a vida da mulher, promovendo o
sexismo, como um dos pilares da desigualdade entre o género masculino e feminino.

Para desconstruir esse valor soberano foi necessário um despertar colectivo que, por meio das
lutas, providenciou tornar visíveis os interesses das mulheres e seus desejos de mudanças.
Dentre os principais anseios, figurava a vontade delas de serem reconhecidas e amparadas
como sujeitos de Direitos.

Essa caminhada de reconhecimento de Direitos teve o seu apogeu com o advento da


Declaração Universal dos Direitos Humanos, que abriu caminho para protecção da igualdade,
no seu art. 2º diz, in verbis: “sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,
religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento,
ou qualquer outra condição.

Com esse novo entendimento, a mulher -se insere como sujeito de Direito, necessitando de
protecção por sua condição histórica de submissão. um aparato Internacional de protecção das
mulheres, os quais serviram de parâmetro para os Estados signatários promulgarem leis e
estabelecerem redes de protecção das mulheres nas suas acções governamentais.

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4. Referências bibliográficas
APF – Associação para o planeamento da família. (s/a). Igualdade de Género. Disponível em:
http://www.apf.pt/violencia-sexual-e-de-genero/igualdade-de-genero. Acesso no dia 05 de
Junho de 2021.

Araújo, I. S. & Ettinger, V. M. T. M. (2017). Género e direitos humanos: conquistas e


desafios. Salvador, Brasil. p. 196.

Cardona, M.; Nogueira, C; Vieira, C; Uva, M.; Tavares, T. (2010). Guião de educação género
e cidadania - pré- escolar. CIG. Lisboa, Portugal.

Collier, E. V. D. B. (2007). Para a igualdade de género em Moçambique. Asdi. Maputo,


Moçambique, p. 14.

Comissão Europeia (CE, 1998). A igualdade em 100 palavras - Glossário de termos sobre
igualdade entre mulheres e homens. Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das
Comunidades Europeias.

Ferreira, V. (Coord.) (2013). Estudo de avaliação da integração da perspectiva do género nos


fundos estruturais, no período de programação 2007-2013. Coimbra: Centro de Estudos
Sociais.

Lourenço, A. P. L. Habilidades de Vida e HIV-SIDA, Manual de Tronco Comum, CEAD,


Beira, Moçambique, p. 77.

Relatório sobre a situação da população mundial. (2008). Construindo consenso : cultura,


género e direitos humanos. UNFPA, Nova York, p. 14.

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