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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Tema do Trabalho:
PERSONALIDADE

Nome e Código do Estudante


Agra Torres António Achane
708213171

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Habilidade De Vida, Saúde
Sexual E Reprodutiva, Gênero E HIV-SIDA
Ano de Frequência: 2º

Milange, Outubro, 2022


Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
Máxima Tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Revisão bibliográfica
Conteúdo nacional e
internacionais 2.0
Análise e relevantes na área de
discussão estudo
 Exploração dos dados
2.0

 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
Gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência das
Referências edição em citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1. Introdução................................................................................................................................. 1

1.1. Objectivos ......................................................................................................................... 2

1.1.1. Geral .......................................................................................................................... 2

1.1.2. Específicos ................................................................................................................. 2

1.2. Metodologia ...................................................................................................................... 2

2. Personalidade ........................................................................................................................... 3

2.1. A personalidade e as fases do seu desenvolvimento ......................................................... 3

2.1.1. Conceito de personalidade ......................................................................................... 3

2.1.2. Fazes do seu Desenvolvimento ................................................................................. 4

2.2. Temperamento .................................................................................................................. 5

2.3. As principais capacidades humanas .................................................................................. 6

2.4. Os pilares de auto-estima e auto-confiante ....................................................................... 6

2.4.1. Os pilares de auto-estima........................................................................................... 6

2.4.2. Os Pilares da Auto-confiança .................................................................................... 8

2.5. A influência da cultura a personalidade ............................................................................ 9

2.6. Gênero e personalidade ................................................................................................... 10

2.7. Os papéis de gênero ........................................................................................................ 11

3. Conclusão ............................................................................................................................... 12

4. Referencias Bibliográficas ..................................................................................................... 13


1. Introdução
Falar de habilidades de vida, é falar de um conjunto de medidas que levam o individuo a adaptar-
se a varias situações da vida, de forma a ultrapassar dificuldades com eficiência no seu dia-a-dia.
A OMS sugere que programas sejam desenvolvidos para reduzir comportamentos de risco e
aumentar cuidados com saúde física e mental e especialmente programas de HIV-SIDA. Por
outra Habilidades de Vida são capacidades para comportamento adaptativo positivo, que
possibilitam-nos negociar eficazmente as demandas e desafios do quotidiano. Envolvem
habilidades pessoais que potenciarão as relações interpessoais.

O trabalho tem como tema introdução ao estudo da Personalidade. O presente trabalho tem por
objectivo explicar o conceito de personalidade no seu contexto geral. Com o objectivo de
alavancar o tema, no desenvolvimento abordaremos os seguintes conceitos: a personalidade e as
fases do seu desenvolvimento; temperamento; as principais capacidades humanas; os pilares de
auto- estima e auto-confiante; a influência da cultura a personalidade; gênero e personalidade; e
os papéis de gênero.

O trabalho obedecera a seguinte estrutura: capa; Folha de Feedback; Folha para recomendações
de melhoria: A ser preenchida pelo tutor; índice; introdução; objectivos; metodologia; análise e
discussão (desenvolvimento); considerações finais (conclusão); e referencias bibliográficas.

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1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
 Falar da personalidade.

1.1.2. Específicos
 Definir a personalidade e as fases do seu desenvolvimento; e o conceito de temperamento.
 Identificar as principais capacidades humanas e os pilares de auto- estima e auto-
confiante;
 Explicar a influência da cultura a personalidade;
 Descrever o gênero e personalidade e os papéis de gênero.

1.2.Metodologia
O trabalho desenvolveu-se utilizando-se a metodologia de pesquisa bibliográfica e a abordagem
qualitativa, que é uma técnica de pesquisa que utiliza como base de dados conteúdos materiais já
publicados em revistas, livros, artigos e teses, assim como também materiais disponíveis na
internet.

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2. Personalidade
2.1.A personalidade e as fases do seu desenvolvimento
2.1.1. Conceito de personalidade
De acordo com Ito & Guzzo (2002), do ponto de vista etimológico a palavra personalidade vem
do latim persona que significa máscara usada por um actor. Neste sentido, o termo deixava
transparecer dois aspectos essenciais: o aspecto exterior que representa o que se percebe aos
olhos do observador e o papel desempenhado por este. Mais tarde este termo foi usado para
designar um indivíduo digno de nota, de respeito, que desempenha um papel preponderante.
Segundo o autor acima referenciado, refere-se que:

Há que distinguir porem, a personalidade de carácter. Carácter designa essencialmente


qualidades de valor de uma personalidade. A palavra carácter provém do grego chrakter
que significa sinal, marca ou característica. Do ponto de vista psicológico representa um
conjunto de qualidades do indivíduo que manifestam a atitude deste perante a realidade
(atitude em relação ao mundo que nos cerca, a nós mesmos, às outras pessoas e em
relação ao trabalho), e também reguladora do comportamento. Também pode ser
entendido como conjunto de traços psíquicos próprios do indivíduo e que se manifestam
nas maneiras de actuar típicas determinadas pela atitude deste (p. 27).

Conforme Pasquali (2000),vezes sem conta encontramos indivíduos de personalidade espantosa


mas que é mau carácter. Um professor por exemplo pode ser um profissional bem citado mas que
constantemente falta respeito aos seus colegas. Aqui temos o exemplo de uma personalidade
respeitada mas com carácter mau. Por outro lado uma pessoa pode ter um carácter admirável e ter
uma personalidade pouco admirável. Pensemos numa pessoa que é respeitadora mas contudo não
granjeia admiração entre os seus colegas. A personalidade represente por um lado o modo como a
pessoa se exprime e actua no seio dos outros. Ainda de acordo com o autor, refere-se que:

A Personalidade pode então, ser percebida como um conjunto de características


psicológicas que, desenvolvidas ao longo da vida e dotadas de uma relativa continuidade,
nos diferencia uns dos outros (apesar de muitas semelhanças que possamos apresentar).
Cada indivíduo é dotado de um modo de ser único no que respeita à forma como se vê a si
próprio e aos outros, reage às situações e à presença ou ausência dos outros. Possui,
portanto, uma identidade. Esta identidade não é estática mas dinâmica, desenvolve-se,
aprofunda-se não estando nunca absolutamente definida. Em suma compreender a
personalidade humana é compreender o ser na sua totalidade (p. 20).

Ao aprofundar o conceito de personalidade podemos destacar vários aspectos: A personalidade é


uma estrutura, uma totalidade dotada de organização e não uma simples acumulação de diversos

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aspectos; é um processo; é consistente, uma maneira singular e relativamente constante de
comportamento, de resposta às situações.

Por isso ela é um padrão psíquico e comportamental; exprime um modelo consistente de relação
com o mundo e com os outros; torna, em certa medida, previsível a interacção social de um
determinado indivíduo; é um conceito psicológico ligado a determinantes biológicos e sociais e
exprime-se através de comportamentos, pensamentos e sentimentos.

2.1.2. Fazes do seu Desenvolvimento


Ito & Guzzo (2002) afirmam que, na concepção de Freud a personalidade é moldada a partir da
infância quando a criança tenta satisfazer as suas necessidades através das fases psicossexuais. O
termo psicossexual refere-se a libido (energia sexual) a qual se centra em diferentes partes do
corpo ao longo do desenvolvimento da criança.

Segundo Freud esta energia libidinal situa-se fundamentalmente na boca, no ânus e nos órgãos
genitais e vai se focalizando nestas diferentes zonas ao longo do desenvolvimento da criança.
Portanto, quando ela se fixa numa determinada zona o indivíduo procura a satisfação dos seus
desejos através desta zona. Ainda de acordo com os autores as fazes de desenvolvimento humano
segundo Freud resumem-se nas seguintes:

 Fase oral (primeiro ano de vida): durante os primeiros momentos de vida da criança a
energia libidinal centra-se na boca fundamentalmente levando a que o bebe tenha prazer
em sugar, morder os objectos com os quais se relaciona.
 Fase anal (2-3 anos): esta fase ocorre durante o segundo ano de vida da criança e
consiste no prazer que ela tem de reter e expelir as fezes. O prazer da criança neste caso
consiste em reter e expelir os esfíncteres colidindo assim com as restrições da sociedade.
 Fase fálica (3-5 anos): segundo Freud, esta fase é uma fase em que as crianças
descobrem os seus órgãos sexuais genitais e sua função de criação do prazer. É uma fase
segundo ele em que a criança começa com as suas aventuras sexuais como por exemplo a
masturbação.
 A fase latência (6 anos à puberdade): para Freud a personalidade encontra-se quase
essencialmente formada na fase fálica. Nesta fase as necessidades sexuais da criança

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encontram-se como que adormecidas sem ocorrência de algum conflito de personalidade.
Este período é também designado de fase de lactencia (Ito & Guzzo, 2002).
 A fase Genital (adolescência): esta fase coincide com a chegada da puberdade em que os
interesses sexuais tornam-se novamente a revelarem-se. Nesta fase, as actividades
orientam-se para a cultura e as pessoas criam relações umas às outras (Ito & Guzzo,
2002).

2.2.Temperamento
O termo temperamento refere-se a características individuais que supostamente têm base
biológica ou genética e que determinam as reacções afectivas, motoras e de atenção em variadas
situações. Por exemplo, o temperamento pode afectar o humor e as emoções de crianças
pequenas, a forma com que abordam e reagem a situações, seu nível de medo, frustração, tristeza
e desconforto. Berg, et al (2020) afirma que:

Essas respostas exercem também um papel nas interacções sociais subsequentes e no


funcionamento social. Uma tendência do temperamento refere-se a um perfil específico de
sentimentos e comportamentos que se originam na biologia da criança e aparecem no
início do desenvolvimento. Uma dimensão importante do temperamento é o esforço de
controlo que é a capacidade de inibir uma resposta dominante para realizar uma resposta
subdominante. O esforço de controlo inclui a capacidade de gerenciar voluntariamente a
atenção e inibir ou activar um comportamento necessário para a adaptação ao ambiente,
especialmente quando a criança não deseja isto especificamente (p. 18).

Para o autor anteriormente referenciado, refere-se que a influência do temperamento na


trajectória do desenvolvimento e nos resultados foi reconhecida, mesmo em áreas
tradicionalmente consideradas quase exclusivamente como resultado de socialização, tais como
problemas de conduta, empatia e desenvolvimento da consciência. Para Ito & Guzzo (2002),

Thomas, Chess e colegas identificaram nove dimensões do temperamento: nível de


atividade, ritmo, aproximação ou retraimento, adaptabilidade, limiar de responsividade,
intensidade de reacção, qualidade de humor, possibilidade de distracção e esforço de
controlo. Uma relação revisada, que reflecte pesquisas subsequentes, inclui extroversão ou
auto-confiança, que está relacionada a afectividade positiva, nível de atividade,
impulsividade e factores de risco; afectividade negativa, que está relacionada a medo,
raiva, tristeza e desconforto; e esforço de controlo, que está relacionado a deslocamento da
atenção e capacidade de focalizar, sensibilidade perceptiva, e controle através da inibição
e activação (Ito & Guzzo, 2002).

Essas últimas três dimensões foram encontradas consistentemente em relatos de pais sobre o
temperamento na infância. O temperamento desenvolve-se também ao longo do tempo. Durante
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os primeiros meses de vida, é possível observar diferenças individuais na orientação da atenção,
propensão à angústia, afectividade positiva e aproximação, e frustração (Ito & Guzzo, 2002).

2.3.As principais capacidades humanas


De acordo com Berg, et al (2020), o ser humano não nasce perfeito, e deve desenvolver a sua
personalidade, durante toda a sua vida. Sublinhamos, aqui, cinco capacidades humanas, que
consideramos importante desenvolver:

 Domínio sobre a afectividade: permite aproveitar a riqueza da afectividade, sem se lhe


estar submisso.
 Prevalência do amor: um amor, que se dá aos outros, num processo dinâmico e habitual
de integração interpessoal.
 Capacidade de auto-reflexão, de auto-análise, de autocrítica e de crítica dos outros: é
o dinamismo do aperfeiçoamento e crescimento pessoal. A finalidade da crítica é a análise
atenta e objectiva do modo de agir das pessoas e do acontecer, na sociedade.
 Sentido de responsabilidade: o sentido de responsabilidade é fruto da vivência. Trata-se
de um processo gradual e progressivo da educação auto consciente.
 Capacidade de Adaptação: O adulto maduro tem a capacidade de adaptar-se,
criticamente, às diversas circunstâncias da vida. A adaptação da pessoa madura e
psicologicamente adulta constitui-se, num hábito espontâneo de flexibilidade e
sensibilização, face às exigências e expectativas das pessoas e situações, com que
convive.

Segundo o ponto de vista do autor acima referenciado, podemos dizer que a maturidade humana,
enfim, é: conquista pessoal favorecida pelo próprio esforço, pelo ambiente, pela educação e pelo
dinamismo da acção da graça de Deus no nosso ser. Santo Agostinho define, com muita
sabedoria e simplicidade, o caminho do crescimento humano: Orar, como se tudo dependesse de
Deus, e agir como se tudo dependesse de nós.

2.4.Os pilares de auto-estima e auto-confiante


2.4.1. Os pilares de auto-estima
A sensação de que temos valor e de que merecemos e podemos afirmar nossas necessidades e
aquilo que queremos alcançar nossas metas e colher os frutos de nossos esforços. A auto-estima
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se constrói nas relações familiares e se consolida através do estabelecimento ou ampliação de
relações sociais saudáveis. Uma educação baseada no amor, no respeito, na valorização, na
competência e bondade do indivíduo são adubos essenciais para o seu desenvolvimento.

Branden (2002) descreve que auto-estima correlaciona-se com racionalidade, realismo, intuição,
criatividade, independência, flexibilidade, habilidade para lidar com mudanças, disponibilidade
para admitir e corrigir erros, benevolência e cooperação. Ainda para esse autor, auto-estima baixa
correlaciona-se com irracionalidade, cegueira diante da realidade, rigidez, medo do novo e não
familiar, conformismo por demais submisso ou supercontrolador e medo dos outros ou
hostilidade em relação a eles.

Quanto mais baixa for a sua auto-estima, mais propenso estaremos a esquecer quem
somos e maior a necessidade de provar quem somos. As relações serão mais impróprias,
doentias, com dificuldades na comunicação e sentimentos de inferioridade diante do outro.
A auto-estima é uma consequência de atitudes geradas internamente. Precisamos entender
essas atitudes para conscientemente integrá-las em nossa vida e colocá-las em prática
connosco e com os outros. Desenvolvendo algumas atitudes podemos ter auto-estima e
ajudar a incentivar a auto-estima das outras pessoas (p. 69).

Branden (2002) cita 06 atitudes fundamentais as quais denominou os seis pilares da auto-estima
que devemos desenvolver. De acordo com o autor os pilares da auto-estima são os seguintes:

 A atitude de viver conscientemente: Branden (2002) discute que é muito importante ter
consciência do que está por trás dos nossos actos. Quanto mais elevada for a forma de
consciência, que é um recurso de sobrevivência, mais avançada será a relação com a vida.
Isso nos leva à maturidade, sair do estado de nevoeiro mental.
 A atitude da auto-aceitação: sem auto-aceitação, a auto-estima é impossível. Enquanto a
auto-estima é algo que experimentamos, a auto-aceitação é algo que fazemos. A auto-
aceitação envolve a ideia de ser amigo de si mesmo, aceitando as imperfeições, os
conflitos e até mesmo a nossa grandeza.
 A atitude da auto-responsabilidade: Branden (2002) refere que a atitude de auto-
responsabilidade envolve: ser responsável pela realização de meus desejos, por minhas
escolhas e meus actos, pelo nível de consciência com que trabalho e vivo meus
relacionamentos, por meu comportamento com os outros, pela qualidade das minhas

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comunicações, por aceitar e escolher os valores que vivo pela minha própria felicidade e
pela minha própria auto-estima.
 A atitude da auto-afirmação: segundo Branden (2002), esse pilar é a disposição para
honrar minhas vontades, meus desejos, necessidades e valores e tratar a mim com
respeito. Sem a auto-afirmação agimos como meros expectadores e não participantes.
 A atitude da Intencionalidade: é necessário estarmos atentos, estabelecendo metas e
objectivos produtivos. É viver de forma intencional, assumindo as escolhas com
responsabilidade e de forma consciente. Para viver de forma intencional e produtiva,
segundo Branden (2002) é necessário desenvolver dentro de nós a capacidade da
autodisciplina, que é uma virtude de sobrevivência.
 A atitude da integridade pessoal: integridade é a integração dos ideais, das convicções,
dos critérios, das crenças e dos comportamentos. Integridade é a congruência dos nossos
actos, dos nossos valores, compromissos e prioridades. É ter autoconsciência e auto-
responsabilidade. É ser íntegro consigo mesmo, admitir nossas falhas sem culpar os
outros, entender o porquê daquilo que fazemos, reconhecer nossos erros e pedir perdão,
reparar os danos causados e se comprometer intencionalmente a agir de forma diferente.

2.4.2. Os Pilares da Auto-confiança


De acordo com Branden (2002), auto-confiança é um estado de mentalidade e não uma
habilidade que já nasce com o individuo. O os pilares que tens de desenvolver para chegar no
nível da autoconfiança que tu desejas ou até mesmo admiras nas outras pessoas. Existem 3 pilares
que formam o que considero ser o triângulo da autoconfiança, dentre eles:

 Auto-Conhecimento: o autoconhecimento é a base, o alicerce para tudo na tua vida e sim


é a base da autoconfiança. Um dos pilares e o mais importante é conheceres-te. Te
entenderes é obrigatório para teres sucesso em qualquer área da tua vida.
 Auto-Valorização: ser confiante é saberes o valor, o que tu és capaz de fazer, o teu
potencial e defender isso.
 Auto-Cuidado: tirar um tempo para ti, para recarregar as tuas baterias, faz toda a
diferença na tua vida.

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Auto-confiança é o julgamento ou a confiança das pessoas nas suas próprias capacidades para
levar a cabo determinadas habilidades ou comportamentos. Em princípio, quanto mais uma
pessoa pensa que pode fazer uma coisa, quanto mais provável que vai pelo menos tentar fazê-la.
Ao passo que, auto-estima é uma apreciação mais geral do valor de si-próprio; enquanto a auto-
eficácia fala da confiança relativa a tarefas específicas (Branden, 2002).

2.5.A influência da cultura a personalidade


Jesus (1997), analisando as opiniões de Freud, alega que, os homens são criatura em cuja herança
instintiva deve ser computada uma poderosa parcela de agressividade. É esta inclinação para
agressão Perturba as relações humanas e que força a cultura a um alto gasto de energia. A
sociedade está constantemente ameaçada de desintegração devido a esta hostilidade primordial
entre os seres humanos, a cultura tem de usar seu maior esforço para estabelecer limites aos
instintos agressivos do homem.

De acordo com Freud, a cultura aparece para influenciar de forma positiva na formação da
consciência do cidadão, de modo a regular a agressividade instintiva do ser humano. Do
ponto de vista de Farr (1998), e olhando para os limites dos desejos humanos, é notório
que estes não são estabelecidos pela Biologia ou estado físico, mas sim, pelas regras
sociais que têm a função de definirem para cada cidadão, aquilo que legitimamente têm
direito. Neste caso, incorporadas à consciência do individuo, essas regras estabelecem e
disciplinam as aspirações dos homens e criam a possibilidade de um modelo de satisfação
e realização (Jesus, 1997).

Analisado as ideias deste autor, é notória que o cidadão é incorporado em duas estruturas
diferentes: estrutura cultural, que vem a ser o conjunto de valores normativos que governam a
conduta comum do cidadão, pertencente a uma sociedade, e a estrutura social que é o conjunto
organizado de relações sociais no qual o cidadão é implicado de várias maneiras.

Por isso, Almeida (2010), nas suas abordagens, podemos encontrar dois tipos de
influências completamente distintas que são exercidas sobre a formação da consciência
humana ou da personalidade. 1- A influência que se origina da conduta culturalmente
padronizada de outras pessoas para com a criança. Que começa a operar desde o
nascimento e são de fundamental importância durante a infância. 2- A influência que se
origina da observação ou instrução que o individuo tem dos padrões de conduta
característicos de sua sociedade. Embora estes padrões não afectem directamente, eles
fornecem-lhe modelos para o desenvolvimento de suas próprias reacções habituais às
várias situações. E embora careçam de importância na primeira infância, continuam a
afectá-lo durante a vida.

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Ainda acreditamos que a cultura influência na consciência do cidadão de forma positiva, quanto
regula os instintos agressivos do cidadão, e de forma negativa, o cidadão vê pela cultura como
sendo um dogma, mito. Neste caso a cultura produz a inconsciência, prejudicando assim a própria
sociedade e o meio ambiente. Olhando pelas ideias de Wilbur O’Donavan (2013), cada um de nós
reflecte as influências da nossa cultura, experiências de infância, a experiência da parentalidade,
educação, crenças, visão do mundo e muitas outras coisas.

2.6.Gênero e personalidade
De acordo com Berg et al (2020), o termo gênero é comummente utilizado nas Ciências Sociais e
Humanas para enfatizar o carácter cultural das diferenças existentes entre homens e mulheres. As
assimetrias de poder que demarcam estas distinções e discriminações são justificadas pela
atribuição de características entendidas como naturais entre homens e mulheres, traços
decorrentes das distinções corpóreas, em especial as associadas às capacidades reprodutivas.

O conceito de gênero se desenvolve em um quadro marcado por intelectuais e militantes


feministas em todo o mundo, abrindo espaço para a consolidação de novas formas de
conhecimento e de luta política. Foram em especial as feministas norte-americanas e
inglesas que se apropriaram do termo gênero, pioneiramente utilizado pelo psicanalista
Robert Stoller (1924-1991) em intervenção no Congresso Psicanalítico Internacional em
Estocolmo (1963), para marcar a distinção entre natureza e cultura (Berg et al, 2020).

Para Pasquali (2000) gênero pode ser definido como aquilo que identifica e diferencia os homens
e as mulheres, ou seja, o gênero masculino e o gênero feminino. De acordo com a definição
tradicional de gênero, este pode ser usado como sinónimo de sexo, referindo-se ao que é próprio
do sexo masculino, assim como do sexo feminino. No entanto, De acordo com o autor acima
citado, refere-se que:

A partir do ponto de vista das ciências sociais e da psicologia, principalmente, o gênero é


entendido como aquilo que diferencia socialmente as pessoas, levando em consideração os
padrões histórico-culturais atribuídos para os homens e mulheres. Por ser um papel social,
o gênero pode ser construído e desconstruído, ou seja, pode ser entendido como algo
mutável e não limitado, como define as ciências biológicas. Nos estudos biológicos, o
conceito de gênero é um termo utilizado na classificação científica e agrupamento de
organismos vivos, que formam um conjunto de espécies com características morfológicas
e funcionais, reflectindo a existência de ancestrais comuns e próximos (p. 78).

Identidade de Gênero consiste no modo como determinado indivíduo se identifica na sociedade,


com base no papel social do gênero e no sentimento individual de identidade da pessoa. O

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conceito da identidade de gênero não está relacionado com os factores biológicos, mas sim com a
identificação do indivíduo com determinado gênero (masculino, feminino ou ambos).

Por exemplo, uma pessoa que biologicamente nasceu com o sexo masculino, mas que se
identifica com o papel social do gênero feminino, passa a ser socialmente reconhecida
como uma mulher. Esta pessoa é denominada transgénica, pois possui uma identidade de
gênero diferente da biológica. É incorrecto, no entanto, relacionar a identidade de gênero
com a orientação sexual. Existem pessoas transexuais, por exemplo, que podem ser
heterossexuais, homossexuais ou bissexuais, assim como acontece com as pessoas
cisgénero (Pasquali, 2000).

2.7.Os papéis de gênero


De acordo com Pasquali (2000), a percepção do papel de género é adquirida logo na infância,
onde se desenvolve a capacidade para identificar o próprio género e o dos outros. Consoante a
criança cresce, apercebe-se também das diversas variantes e dimensões que compõem o seu papel
de género, tais como, características físicas, comportamentos típicos ou orientação sexual.

De acordo com alguns estudos feitos na área, a criança constrói este papel de género até
aos 7/8 anos, para depois nos anos seguintes a consolidar. Esta percepção da criança pode
ser influenciada e implementada por diversos factores, entre eles a convivência com os
seus pais e pessoas próximas, e a própria sociedade em que se insere (em que se destacam
nos dias de hoje os meios de comunicação social). Assim, para além do factor biológico, o
papel de género tem também uma componente social e cultural, uma vez que as pessoas
reagem de modo diferente se uma criança é uma menina ou um menino (Pasquali, 2000).

Como tal, é muito importante que a criança defina o seu papel de género, não só para organizar o
seu mundo social, mas também para efectuar uma correta avaliação de si próprio e dos outros.
Outro factor que a criança desenvolve a partir do seu papel de género é a sua capacidade de
socialização, uma vez que o modo como de se comporta, de acordo com o seu género, ajuda nas
relações com os outros.

Inicialmente a aquisição de estereótipos é feita de forma rígida pela criança, ou seja, ela
identifica claramente as características típicas de cada género e comporta-se de acordo
com o mesmo. No entanto, ao longo do seu crescimento, a rigidez torna-se dá lugar à
flexibilidade, em que a criança começa a ter a percepção das suas próprias características
individuais e complementa-as de acordo com a sua identidade de género. Esta
flexibilidade é também aplicada à visão que tem dos outros que a rodeia, não estando tão
susceptível a adoptar determinados estereótipos de género (Pasquali, 2000).

Há a salientar que este processo é complexo porque implica uma grande variedade de factores, de
modo que a criança deve encontrar o equilíbrio entre o que é esperado do seu comportamento e as
suas próprias características e interesses pessoais.
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3. Conclusão
Conclui-se que, a personalidade é um conjunto de características psicológicas que, desenvolvidas
ao longo da vida e dotadas de uma relativa continuidade, nos diferencia uns dos outros. Na
concepção de Freudiana a personalidade é moldada a partir da infância quando a criança tenta
satisfazer as suas necessidades através das fases psicossexuais. As fazes de desenvolvimento
humano segundo Freud resumem-se nas seguintes: Fase oral (primeiro ano de vida); Fase anal (2-
3 anos); Fase fálica (3-5 anos); A fase latência (6 anos à puberdade); A fase Genital
(adolescência).

O termo temperamento refere-se a características individuais que supostamente têm base


biológica ou genética e que determinam as reacções afectivas, motoras e de atenção em variadas
situações. O ser humano não nasce perfeito, e deve desenvolver a sua personalidade, durante toda
a sua vida. Sublinhamos, aqui, cinco capacidades humanas, que consideramos importante
desenvolver: Domínio sobre a afectividade; Prevalência do amor; Capacidade de auto-reflexão,
de auto-análise, de autocrítica e de crítica dos outros; Sentido de responsabilidade; Capacidade de
Adaptação.

Auto-confiança é o julgamento ou a confiança das pessoas nas suas próprias capacidades para
levar a cabo determinadas habilidades ou comportamentos. Em princípio, quanto mais uma
pessoa pensa que pode fazer uma coisa, quanto mais provável que vai pelo menos tentar fazê-la.
Ao passo que, auto-estima é uma apreciação mais geral do valor de si-próprio; enquanto a auto-
eficácia fala da confiança relativa a tarefas específicas.

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4. Referencias Bibliográficas
Almeida, M. Victor. (2010). O Mediador Sociocultural em Contexto Escolar (2ª edição). Edições
Pedago, Lda, Portugal. ISBN:978-972-8980-84-9

Berg, Ymen Van Den. et al (2020). Habilidades de Vida: Manual do Estudante. Beira:
Moçambique.

Ito, Patrícia do Carmo P. & Guzzo, R. S. L. (2002). Diferenças individuais: Temperamento e


Personalidade; Importância da Teoria. Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, v.
19, n. 1, p. 91-100.

Martin-B, Jesus. (1997). Dos meios às mediações: Comunicação, cultura e hegemonia (2ª
edição). Rio de Janeiro: Editora UFRJ.

Mazzariello, Carolina Cordeiro & FERREIRA, Lucas Bulgarelli. (2015). Gênero. In:
Enciclopédia de Antropologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, Departamento de
Antropologia. Disponível em: https://ea.fflch.usp.br/conceito/genero.

Pasquali, Luiz. (2000). Os Tipos Humanos: A Teoria da Personalidade. CopyMarket.

Robert M. Farr. (1998). As Raízes da Psicologia Social Moderna (10ª edição). Editora Vozes,
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Ruiz, Josefa Emília Lopes et al. (2016). Os seis pilares da auto-estima e a integração corpo e
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