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Geónimo Lobo Rocha Segurar

Relação entre Competências e Objectivos no Ensino de Química, Resumo

(Licenciatura em Ensino de Química)

Resumo da cadeira de didáctica de química I


de carácter avaliativo a ser entregue ao
Departamento de Ciências Naturais e
Matemática leccionado pelo

MSc: Neuana Neuana

Universidade Rovuma

Extensão do Niassa

2020
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Índice
1. Relação entre competências e objectivos.................................................................................2

2. As competências e objectivos no ensino de química...............................................................2

2.1. As competências no ensino de química................................................................................2

3. Os objectivos no ensino de química.........................................................................................4

3.1. Tipos de objectivos...........................................................................................................4

3.1.1. Objectivos gerais...............................................................................................................4


1. Relação entre competências e objectivos
Objectivos e competências são apertadamente relacionados, embora cada um esteja organizado
por elementos cognitivos, tais como, conhecimentos e crenças, afectivos, como, sentimentos e
preferências e de condutas resumidas em acções e declarações de intenções. Trabalhar nessa
perspectiva significa contemplar os pilares da educação para a cidadania.

I. Competência é compreendida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e


procedimentos).
II. Os objectivos representam o elemento central do plano de ensino e de onde derivam os
demais elementos.

2. As competências e objectivos no ensino de química


II.1. As competências no ensino de química
O conceito de competências é polissémico e relaciona-se a uma combinação complexa de
atributos. As competências podem ser definidas como um conjunto de capacidades práticas
mobilizadas para realizar uma tarefa ou conjunto de tarefas, satisfazendo as exigências sociais.
As competências sempre se manifestam por um comportamento observável.

Berti (2007, p. 56) afirma as seguintes competências associadas a didáctica de química:


 Relaciona a nomenclatura das substâncias químicas com a terminologia usada nas línguas
locais e inglesa;
 Interpreta transformações e ligações químicas usando modelos macroscópicos;
 Selecciona os recursos necessários para a realização de uma experiência química e aplica
os resultados obtidos em diversos contextos;
 Identifica informações relevantes para solucionar problemas de natureza química na
comunidade;
 Relaciona as leis, regras, teorias, postulados e normas da Química com as leis sociais na
resolução de problemas;
 Utiliza o laboratório como um meio para busca e comprovação de Leis, teorias e
manifestação das reacções químicas
 Usa os diferentes métodos de separação de misturas para a produção de substâncias úteis
para a comunidade;
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 Usa materiais e equipamentos adequados para fazer medidas, cálculos e realizar


experiências químicas;
 Interpreta as ligações químicas usando modelos macroscópicos.

Portanto, a correspondência entre capacidade ou habilidade e competências não é directamente


observável. Uma mesma capacidade manifesta-se numa multiplicidade de competências. Por
exemplo, a capacidade de aplicar regras de higiene e segurança no laboratório manifesta-se na
competência necessária para efectuar ensaios.

Do mesmo modo, uma competência apela para múltiplas capacidades. Para realizar experiências.
Como por exemplo, necessita de colocar em acção capacidades como reconhecer sinais,
diferenciar, observar, interpretar fenómenos.

De acordo com Camuendo (2013) o conceito de competências é apresentado em três


perspectivas:
I. A primeira perspectiva conjunta de tarefas: é nesta perspectiva, onde, a competência é
analisada pela observação directa do desempenho;
II. A segunda perspectiva conjunta de atributo: neta perspectiva, a competência mostra os
atributos gerais indispensáveis para o desempenho efectivo do educando;
III. A terceira perspectiva conjunta de estrutura holística – integrado: é nesta perspectiva,
onde, a competência é relacionada com uma combinação complexa de atributos tais
atributos podem ser: conhecimentos, habilidades e valores, necessários para o
desempenho profissional em situações específicas.

Segundo Camuendo (2013, p. 70) ‘‘competências na educação não podem ser vistas
exclusivamente numa perspectiva operacional de tarefas. É fundamental verificar quais são as
capacidades e conhecimentos que permitem a mobilização das competências’’.

Portanto, o currículo do ESG proporcionará ao aluno conjunto de competências para enfrentarem


com sucesso as exigências da vida quotidiana. No entanto, a actividade do professor não se
esgota apenas no cumprimento integral dos objectivos previstos; acima de tudo, o professor deve
fazer com que, a mediação dos conteúdos signifique uma melhor qualidade do ensino, aquela que
corresponde, efectivamente, às necessidades de aprendizagem e ao desenvolvimento de
competências para a vida.
3. Os objectivos no ensino de química
De acordo com CAMUENDO (2013), ‘‘os objectivos expressam antecipadamente os nossos
propósitos em relação ao desenvolvimento e transformação da personalidade dos alunos face às
exigências individuais e sociais’’.

A disciplina da Didáctica de Química procura proporcionar os subsídios teóricos da educação,


formulando directrizes orientadoras da actividade profissional dos professores, Assim, pode-se
afirmar que os objectivos explicitam aos propósitos pedagógicos intencionais e planificados de
instrução e educação, os conteúdos formam a base informativa para a elaboração dos objectivos
e os métodos formam a totalidade dos passos que viabilizam a assimilação dos conteúdos.

A finalidade do Processo de Ensino – Aprendizagem é proporcionar aos alunos os meios para


que assimilem activamente os conhecimentos. Este processo concretiza-se através dos objectivos
educacionais.

III.1. Tipos de objectivos


De acordo com Bata (2013, p. 67) os objectivos educacionais têm, pelo menos, três referências
para a sua formulação:
I. Os valores e ideias proclamados na legislação educacional e que expressam os propósitos
das forças políticas dominantes no sistema social;
II. Os conteúdos básicos da Ciência produzidos e elaborados no decurso da prática social da
humanidade;
III. As necessidades e expectativas de formação cultural exigidas pela sociedade, decorrentes
das condições concretas de vida.
Portanto, nesta abordagem, consideram-se dois níveis de objectivos

III.1.1.Objectivos gerais
Expressam propósitos mais amplos acerca do papel da escola e do ensino diante das exigências
postas pela realidade social e diante do desenvolvimento da personalidade do aluno.

III.1.2.Objectivos específicos
Expressam as expectativas do professor sobre o que deseja obter dos alunos no decorrer do
Processo de Ensino Aprendizagem. A formulação dos objectivos específicos deverá partir do que
se tem como conteúdos de matéria de ensino e estes devem:
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I. Ser redigidos com clareza;


II. Ser alcançáveis em função do tempo e das condições reais;
III. Permitir que o professor transforme os tópicos das unidades em resultados que expressam
conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções.

Os objectivos antecipam resultados e processos esperados do trabalho do professor e dos alunos,


expressam competências a serem assimilados de acordo com as exigências metodológicas e
subdividem-se em três categorias ou âmbitos. A formulação dos objectivos específicos permite
que o professor transforme os tópicos das unidades temáticas em depoimentos que expressam
resultados por alcançar no fim da unidade ou da aula no que concerne a:

I. Conhecimento: sobre factos, conceitos, princípios, teorias.


II. Habilidades: sobre o que o aluno deve aprender para desenvolver capacidades intelectuais
e habilidades manipulativas ao aplicar fórmulas em exercícios, ao observar fenómenos,
ao recolher e organizar dados ou informações, formular hipóteses, usar materiais,
substâncias e outros instrumentos, ao apresentar resultados de pesquisa.
III. Atitudes e convicções: em relação à matéria, ao relacionamento humano, a realidade
social (atitude científica, consciência crítica, responsabilidade, solidariedade).

Segundo Camuendo (2013, p. 69) certifica alguns verbos comuns usados na formulação dos
objectivos:
Âmbito ou sector Exemplo de verbos a usar
Cognitivo ou de conhecimento Saber, possuir, obter, apropriar, ampliar,
consolidar, adquirir, reflectir, reconhecer.
Psicomotor experimental ou habilidades e Explicar, resolver, aplicar, comparar, prever,
capacidades relacionar, distinguir, ordenar, demonstrar,
classificar, montar, interpretar, observar,
argumentar, nomear.
Afectivo ou atitudes e convicções Valorizar, ter responsabilidade para…, despertar
interesse para…, revelar o gosto pelo…,
manifestar interesse pelo…, prestar uma
contribuição para.

Para Berti (2007, p. 59) afirmas os seguintes objectivos associados a didáctica de química:
I. Formar o Homem cientificamente qualificado que possa responder as necessidades de si e
dos outros;
II. Estudar as técnicas, métodos para o ensino de química;
III. Desenvolver, nos alunos, a capacidade de interpretar cientificamente o mundo,
explicando, do ponto de vista químico, o movimento da matéria;
IV. Proporcionar aos alunos conhecimentos sólidos e de máximo rigor científico sobre teorias
e leis fundamentais, da classificação de fenómenos e substâncias, mostrando a sua
diversidade;
V. Desenvolver habilidades práticas de manipulação de instrumentos disponíveis durante a
realização de experiências químicas;
VI. Capacitar os alunos para a correcta utilização das teorias e leis na resolução dos
problemas práticos e na explicação dos fenómenos que ocorrem na natureza.

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