Você está na página 1de 19

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de educação à Distância

Actividade II

Hermenegildo Leonardo

Código: 708212245

Curso: Português

Disciplina: MIC, 1º ano

Pemba, Janeiro de 2022

0
Folha de Feedback

Classificação
Categoria
Indicadores Padrões
s Pontuação Nota do Subt
máxima tutor otal
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizaciona  Discussão 0.5
is  Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do
discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Referênci Normas APA
 Rigor e coerência das
as 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográ citações e
bibliográficas
ficas bibliografia

1
Recomendações de melhoria:
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

2
Índice
Folha de Feedback ......................................................................................................................... 1

Recomendações de melhoria: ........................................................................................................ 2

1. Introdução ............................................................................................................................ 4

1.1. Objectivo geral ................................................................................................................. 4

1.2. Objectivos Específicos ..................................................................................................... 4

1.3. Metodologia ..................................................................................................................... 4

2. Conceitos-base ..................................................................................................................... 5

2.1. O que é pesquisa? ............................................................................................................. 5

2.2. O que é metodologia? ....................................................................................................... 5

2.3. Métodos de abordagem, procedimento e técnicas ............................................................ 6

2.4. Método de procedimento:................................................................................................. 8

3. Técnicas de recolha de dados ............................................................................................... 9

3.1. A observação .................................................................................................................... 9

3.2. As entrevistas ................................................................................................................. 10

3.3. Os questionários ............................................................................................................. 12

3.4. A montagem da sequência de perguntas ........................................................................ 12

3.5. O grupo focal e grupo de discussão ............................................................................... 12

3.6. Análise de documentos................................................................................................... 13

3.6.1. Definição de documento ............................................................................................. 14

3.6.2. Definição de Pesquisa Documental ............................................................................ 14

3.6.3. Fontes e Tipos de Documentos................................................................................... 14

4. Conclusão........................................................................................................................... 17

5. Referencias Bibliográficas ................................................................................................. 18

3
1. Introdução
O presente trabalho tem como tema métodos e técnicas de recolha de dados, dentro destes
tópicos o autor abordara sobre Métodos de abordagem, procedimento e técnicas (entrevistas,
questionamento, observação e analise documental.
As razões que levam à realização de uma pesquisa científica podem ser agrupadas em razões
intelectuais (desejo de conhecer pela própria satisfação de conhecer) e razões práticas (desejo de
conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficaz).
Para se fazer uma pesquisa científica, não basta o desejo do pesquisador em realizá-la; é
fundamental ter o conhecimento do assunto a ser pesquisado, além de recursos humanos,
materiais e financeiros e muito mais os métodos e técnicas a usar.

1.1.Objectivo geral
 Compreender sobre os métodos e técnicas de recolha de dados;

1.2.Objectivos Específicos
 Reconhecer a importância do uso de métodos e técnicas na recolha de dados;
 Descrever os métodos da abordagem e método de procedimento;
 Diferenciar os métodos e técnicas de recolha de dados;

1.3.Metodologia
Uma pesquisa está classificada de acordo com objectivos, finalidade prática, metodologia e tipos
de perguntas.

Cabe ainda, consoante Moreira e Caleffe (2006, p. 74), informar que este trabalho do campo é de
cunho principalmente bibliográfico, onde “é desenvolvida a partir de material já elaborado”.
Documentos digitais, contidos em sites, também serviram para ilustrar o trabalho, a fim de fazer
a temática mais entendível. Assim, foram determinados os objectivos do trabalho, a escolha dos
documentos e sua acessibilidade, a análise dos tais, seguida da apresentação dos resultados.

Com relação ao corpus, este foi constituído dos textos obtidos dos livros e das informações dos
sítios da internet, para a possível análise acerca das habilidades da leitura e escrita e dos tipos de
conhecimentos.

4
2. Conceitos-base
Tartuce (2006) aponta que a metodologia científica trata de método e ciência.
Método (do grego methodos; met'hodos significa, literalmente, “caminho para chegar a um fim”)
é, portanto, o caminho em direcção a um objectivo; metodologia é o estudo do método, ou seja, é
o corpo de regras e procedimentos estabelecidos para realizar uma pesquisa; científica deriva de
ciência, a qual compreende o conjunto de conhecimentos precisos e metodicamente ordenados
em relação a determinado domínio do saber.
Metodologia científica é o estudo sistemático e lógico dos métodos empregados nas ciências,
seus fundamentos, sua validade e sua relação com as teorias científicas. Em geral, o método
científico compreende basicamente um conjunto de dados iniciais e um sistema de operações
ordenadas adequado para a formulação de conclusões, de acordo com certos objectivos
predeterminados.

2.1.O que é pesquisa?


Segundo Gil (2007, p. 17), pesquisa é definida como o
(...) procedimento racional e sistemático que tem como objectivo proporcionar respostas
aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído
de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos
resultados.
Só se inicia uma pesquisa se existir uma pergunta, uma dúvida para a qual se quer buscar a
resposta. Pesquisar, portanto, é buscar ou procurar resposta para alguma coisa.
As razões que levam à realização de uma pesquisa científica podem ser agrupadas em razões
intelectuais (desejo de conhecer pela própria satisfação de conhecer) e razões práticas (desejo de
conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficaz).

2.2.O que é metodologia?


Para Fonseca (2002), methodos significa organização, e logos, estudo sistemático, pesquisa,
investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem percorridos,
para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência. Etimologicamente,
significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma pesquisa científica.
É importante salientar a diferença entre metodologia e métodos. A metodologia se interessa pela
validade do caminho escolhido para se chegar ao fim proposto pela pesquisa; portanto, não deve

5
ser confundida com o conteúdo (teoria) nem com os procedimentos (métodos e técnicas). Dessa
forma, a metodologia vai além da descrição dos procedimentos (métodos e técnicas a serem
utilizados na pesquisa), indicando a escolha teórica realizada pelo pesquisador para abordar o
objecto de estudo.
No entanto, embora não sejam a mesma coisa, teoria e método são dois termos inseparáveis,
“devendo ser tratados de maneira integrada e apropriada quando se escolhe um tema, um objeto,
ou um problema de investigação” (MINAYO, 2007, p. 44).
Minayo (2007, p. 44) define metodologia de forma abrangente e concomitante
(...) a) como a discussão epistemológica sobre o “caminho do pensamento” que o tema ou
o objecto de investigação requer; b) como a apresentação adequada e justificada dos
métodos, técnicas e dos instrumentos operativos que devem ser utilizados para as buscas
relativas às indagações da investigação; c) e como a “criatividade do pesquisador”, ou
seja, a sua marca pessoal e específica na forma de articular teoria, métodos, achados
experimentais, observacionais ou de qualquer outro tipo específico de resposta às
indagações específicas.

2.3.Métodos de abordagem, procedimento e técnicas


Um método de abordagem é, em suma, a forma de procedimento (o caminho) utilizada na
realização de uma pesquisa científica (o objectivo).
Assim, o método é o conjunto das actividades sistemáticas e racionais que, com maior
segurança e economia, permite alcançar o objectivo - conhecimentos válidos e
verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões do cientista. (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 83)
Assim, pode ser considerado o método de abordagem também como método científico. Na
condição de guia para o objectivo, tal qual uma estrada pode encontrar bifurcações em seu curso,
há mais de apenas um método de abordagem que conduz o pesquisador ao seu propósito. São
eles, especificamente, o método indutivo, o método dedutivo, o hipotético dedutivo e o
dialéctico.
O método indutivo é conhecido pela sua ideia de generalização, isto é, parte de um caso
específico para uma questão muito mais ampla, através da observação e da experimentação.
Como exemplo, podemos nos valer da ideia de um homem que, fascinado pelo clássico poema
de Edgar Allan Poe, torna-se um aficionado por corvos. Ele passa a admirá-los e, vendo que um
deles tem penugem negra – assim como outros dois de seus companheiros –, conclui que todo
corvo é negro, avançando assim de um caso específico para um panorama mais abrangente da
característica fundamental de um corvo. Pode-se dizer que a finalidade do método indutivo é

6
“chegar a conclusões mais amplas do que o conteúdo estabelecido pelas premissas nas
quais está fundamentado” (MEZZAROBA; MONTEIRO, 2009, p. 63).
O método dedutivo, por sua vez, funciona de maneira diametralmente oposta ao indutivo
(embora também esteja calcado num processo observacional), visto que parte de uma
generalização (premissa maior) a um caso particularizado (premissa menor) que implica
numa conclusão. É um método, entretanto, limitado, uma vez que a “conclusão não pode em
hipótese alguma ultrapassar o conteúdo enunciado nas premissas” (MEZZAROBA;
MONTEIRO, 2009, p.65). Esse procedimento tem sido largamente utilizado por pesquisadores
mais formalistas. Valendo-se ainda da ilustração anterior, uma vez o homem partindo da
premissa de que todo corvo é negro, poderia, ao observar um novo corvo, concluir, de imediato,
que este é negro.
O método hipotético-dedutivo trata-se de uma mescla dos anteriores.
“Ele tem em comum com o método dedutivo o procedimento racional que transita do geral
para o particular, e com o método indutivo, o procedimento experimental como sua condição
fundante.” (MEZZAROBA; MONTEIRO, 2009,p. 68). Tem como característica principal a
formulação de hipóteses.
Já o método dialéctico é a construção de conceitos que nos permitem diferenciar e examinar os
objectos com rigor científico, em outras palavras torna possível “verificar os objectos de análise,
justamente por serem postos frente a frente com o teste de suas contradições possíveis”
(MEZZAROBA; MONTEIRO, 2009, p. 72).
Segundo Mezzaroba e Monteiro, Hegel identificou três componentes que formam o método
dialéctico: a tese (uma pretensão da verdade), a antítese (negação da tese) e a síntese (resultado
final do confronto) (2009, p. 72).
Conhecidos esses quatro métodos de abordagem da pesquisa, podemos falar brevemente dos
métodos de procedimento (ou secundários).
Constituem etapas mais concretas da investigação, com formalidade mais restrita em
termos de explicação geral dos fenómenos menos abstractos. Pressupõem uma atitude
concreta em relação ao fenómeno e estão limitadas a um domínio particular.
(LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 221)
São eles o método histórico (põe os dados da pesquisa em perspectiva histórica), o comparativo
(confronto entre os elementos da pesquisa, tendo em vista suas particularidades), o monográfico
(estudo de caso), o estatístico (de carácter matemático, aplicado em pesquisas quantitativas), o

7
tipológico (semelhante ao comparativo), o funcionalista e o estruturalista (que parte de um
objecto concreto para um nível abstracto).

2.4.Método de procedimento:
Tem um carácter específico, ou seja, apresenta-se menos da perspectiva do plano geral do
trabalho e mais do ponto de vista de suas etapas, ressaltando suas particularidades. Em outras
palavras:

Os métodos de procedimentos seriam etapas mais concretas da investigação, com


finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenómenos e menos abstractas.
Dir-se-ia até serem técnicas que, pelo uso mais abrangente, se erigiram em métodos.
Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenómeno e estão limitados a domínio
particular (LAKATOS, 2001, p.106).

Partindo de tais considerações, pode-se dizer que os principais métodos de procedimentos, que
podem ser usados nas ciências sociais e humanas, são:

a) Método histórico Investiga os fenómenos sociais e humanos nos seus processos históricos,
averiguando-os junto às instituições do passado a fim de ver os possíveis graus de influência na
sociedade actual.

b) Método Comparativo: Realiza comparações com a finalidade de verificar semelhanças e


explicar divergências. Usado para comparações de grupos no presente, no passado, entre
sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento.

c) Método estatístico: Utiliza-se fundamentalmente da perspectiva estatística, que lida com


probabilidades. Ainda que indique certa margem de erro, suas conclusões mostram-se com
grandes possibilidades de acertos.

d) Método Funcionalista: É considerado mais um método de interpretação do que de


investigação. Enfatiza as relações e o ajustamento entre os diversos componentes de uma cultura
ou sociedade. Propõe-se a estudar a sociedade, a partir da função de suas unidades, ou seja,
estudá-la como um sistema organizado de actividades. Considera, de um lado, a sociedade como
uma estrutura complexa de indivíduos reunidos numa trama de acções e reacções sociais; de
outro, como um sistema de instituições correlacionadas entre si, agindo e reagindo umas em
relação às outras.

8
e) Método Monográfico ou estudo de caso: Parte do princípio de que qualquer caso que se
discuta além da superfície dos fatos e com sistematização pode ser significativo para a
compreensão de muitos outros. Isto sem contar que o referido caso, a despeito de considerar-se
uma possível margem de erro, pode ser representativo de muitos outros casos semelhantes.

O método monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições,


instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações.

O estudo monográfico pode, também, em vez de se concentrar em um aspecto, abranger


o conjunto de actividades de um grupo social particular. A vantagem do método consiste
em respeitar a ‘totalidade solidária’ dos grupos, ao estudar, em primeiro lugar, a vida do
grupo na sua unidade concreta, evitando, portanto, a prematura dissociação de seus
elementos (LAKATOS, 2001, p. 108)

3. Técnicas de recolha de dados


Quanto às técnicas de pesquisa, assim diz Lakato e Marconi:
Consideradas como um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência,
são, também, a habilidade para usar esses preceitos ou normas, na obtenção de seus
propósitos. Correspondem, portanto, à parte prática de colecta de dados.
Apresentam duas grandes divisões: documentação indirecta, abrangendo a pesquisa
documental e a bibliográfica e documentação directa. (LAKATOS; MARCONI, 2003, p.
222)

3.1.A observação
GIL (1987), O instrumento de observação permite recuperar e registar o aspecto exterior das
acções e não sua intencionalidade. Para a pesquisa de intervenção em que procuramos
compreender é importante que esse instrumento seja complementado por uma entrevista.
 O primeiro passo da observação é escolher as acções a serem observadas em função do
que se quer investigar e do tempo disponível. Depois disso, devemos planejar a
observação.
 O segundo passo é comunicar os sujeitos que serão observados, isto porque na pesquisa
de intervenção o sujeito pesquisado é considerado parceiro, do contrário a mudança a ser
promovida pela intervenção não tem efeito e o comprometimento da pesquisa com a
realidade local deixa de existir. No momento de comunicar os sujeitos é importante
informar as decisões tomadas sobre o roteiro da observação, o tempo e o meio utilizado
para o registo.

9
 O terceiro passo é planejar a observação construindo um roteiro detalhado do que se quer
observar.
 O quarto passo é preparar-se para registar a observação por escrito ou gravada em
imagens. O registo escrito tem vantagens para a observação de ambientes com muitas
pessoas, pois é possível rapidamente anotar tantas informações sobre o movimento e
sobre a fala das pessoas que vêm de lugares distintos do espaço em que se desenrola a
acção. A filmagem exige um deslocamento da câmara e este não pode ser rápido, para
que não se perca a nitidez. A gravação de som fica quase sempre prejudicada quando há
sobreposição de sons. Também é possível realizar a gravação do áudio, que deve ser
complementar às anotações, uma vez que algumas partes da conversa podem não ficar
claras nas fitas cassetes, ou no momento da reprodução do som em mp3 ou dispositivos
de áudios mais modernos, sujeitos também a problemas de interferência.
 O quinto passo diz respeito à conduta do observador de não interferência na situação
observada. e, ao mesmo tempo, de auto-análise sobre suas emoções e sentimentos no
momento da observação. É importante o registar as emoções sentidas para verificar no
que elas podem contaminar a interpretação do que foi observado.
 O sexto passo é fazer ler o registo da observação, transcrever se for o caso de gravações,
fazer uma primeira análise e preparar questões para mostrar o material aos sujeitos
observados.
 O sétimo passo é socializar com os sujeitos observados para que sejam explicitadas as
intencionalidades dos actos registados e para que os próprios atores possam reflectir e
questionar suas acções e práticas. Essa complementação pode ser uma entrevista, quando
o sujeito observado é um só, ou uma conversa em grupo, aos moldes do grupo operativo
ou do grupo focal.

3.2.As entrevistas
Em levantamento bibliográfico sobre o uso de entrevista na pesquisa em educação, a
pesquisadora Ana Cláudia Sacramento nos esclarece que de uma forma ampla a entrevista é um
instrumento de pesquisa que visa obter informações de interesse a uma investigação. O
pesquisador formula perguntas orientadas, com um objectivo definido, para identificar diferentes
variáveis e suas relações, comprovar hipóteses, orientar outras fases da pesquisa, colecta de
dados para uma pesquisa preliminar.

10
Segundo Gil (1987) a entrevista é uma forma de diálogo em que uma das partes busca coletar
dados e a outra se apresenta como fonte de informação.
Desta maneira, segundo o autor a entrevista:
a) Possibilita a obtenção de dados referentes aos mais diversos aspectos da vida social;
b) É uma técnica muito eficiente para a obtenção de dados em profundidade acerca do
comportamento humano;
c) Os dados obtidos são susceptíveis de classificação e, às vezes de, quantificação.
Além disso, dentro das entrevistas, precisa haver algumas questões básicas para que as respostas
possam sair naturalmente dos entrevistados. Ela precisa ser vista como um trabalho no qual o
resultado é essencial para que a pesquisa seja verídica, pois o que interessa é fazer com que eles,
os sujeitos falem. Segundo Thompson (1992) no processo de organização e de execução da
entrevista, há alguns princípios básicos:
i. Preparação de informações básicas, por meio de leitura ou de outras fontes;
ii. Perguntas simples e directas em linguagem comum;
iii. A escolha do local da entrevista deve ser de agrado do entrevistado;
iv. Explicar sucintamente o objectivo da pesquisa;
v. Perguntar se a entrevista pode ser gravada;
vi. Observar a qualidade da gravação;
vii. Manter em segundo plano, fazendo gestos e evitando comentários para fluir as respostas
do entrevistado;
viii. Evitar interromper a resposta mesmo que não tenha nada a ver com a pergunta para não
inibir o entrevistado;
ix. Ficar atento ao que o entrevistado diz e, se for o caso, pedir para que ele volte a alguns
assuntos pelos quais passou rapidamente.
x. Ter clareza sobre até onde chegou à entrevista;
xi. Fazer uma entrevista entre 1:30 ou 2:00 horas, mesmo que tenha que deixar para outro
dia;
Registar o material colectado e submetê-lo posteriormente ao entrevistado para que ele tome
conhecimento daquilo que foi anotado e compreendido por você, deixando-o à vontade para
reaver alguns pontos que podem ter sido mal interpretados.

11
O conhecimento de como proceder na entrevista ajuda sua flexibilidade, seu objectivo e sua
organização, deixando confortável tanto o entrevistador como o entrevistado.

3.3.Os questionários
Instrumento de investigação que visa recolher informações baseando-se, geralmente, em um
grupo. Ele se torna útil quando pretendemos recolher informação sobre um determinado tema.
Segundo Gil (1987, p. 126) “a construção do questionário consiste basicamente em traduzir os
objectivos específicos da pesquisa em itens bem redigidos”. A importância dos questionários
passa também pela facilidade com que se interroga um elevado número de pessoas, num espaço
de tempo relativamente curto. Entretanto para que o questionário seja eficiente, ou seja, as
resposta sejam confiáveis, é preciso tomar alguns cuidados:
 A formulação de cada uma das perguntas, em linguagem Clara e objectiva.

3.4.A montagem da sequência de perguntas


 A testagem das perguntas para saber se de fato elas trarão as informações que se quer.
 A definição do universo dos respondentes deve ser composto com as mesmas proporções
do universo real. Por exemplo, para uma escola de 3000 alunos, eu aplico um
questionário para 300 alunos. Esse questionário deve manter a mesma proporção de
indivíduos por género, faixa etária, série, etc.
 No caso de o questionário abranger um grande número de pessoas é recomendável que
ele seja construído com questões fechadas, caso contrário a equipe responsável pela
tabulação e análise dos dados deverá ser muito grande e ter muito tempo disponível.
 O rigor na tabulação dos dados e a clareza na sua apresentação.
É importante notar que o questionário pode ser bastante útil nos diagnósticos ou estudos
exploratórios nos quais o grupo quer confirmar se o seu tema é pertinente ou não e depois
mostrar o resultado para toda a comunidade, envolvendo-a na busca de solução para o problema.

3.5.O grupo focal e grupo de discussão


O grupo focal é uma estratégia interactiva de colecta de dados, que segundo Weller (2006, p.
246), citando Flick (2004) permite reunir mais de um depoimento ou opinião de uma única vez
por meio de uma entrevista colectiva semi-estruturada focada em um tema. O pesquisador actua
como moderador do grupo e deve conduzir a reunião garantindo a circulação de opiniões, bem
como o foco no tema. Sua função é avaliar a reacção do grupo ao tema ou situação proposta.

12
Há alguns cuidados a serem mencionados com relação à formação do grupo é preciso que haja
interesse pelo tema e que o grupo tenha um número reduzido de participantes, entre 6 e 12
pessoas.
Segundo Merton, 1984, os grupos focais são muito utilizados em pesquisa explorativas ou
avaliativas, ou como técnica complementar às pesquisas quantitativas. Trata-se de uma estratégia
muito utilizada em pesquisas de mercado e em pesquisas eleitorais e a análise dos resultados não
leva em conta a origem social ou a faixa etária dos entrevistados.
O grupo de discussão difere do grupo focal por que seu objectivo é o de analisar as visões de
mundo ou representações colectivas apresentadas pelo grupo.
Segundo Weller (2006,p. 245):
as opiniões trazidas pelo grupo não podem ser vistas como tentativa de ordenação ou
como ou como resultado de uma influência mútua no momento da entrevista. Essas
posições reflectem acima de tudo as orientações colectivas ou as visões de mundo do
grupo social ao qual o entrevistado pertence. Essas visões de mundo (Weltanschaungen)
resultam segundo Mannheim (apud Weller et al., 2002, p. 378-79) de “uma série de
vivências ou de experiências ligadas a uma mesma estrutura que, por sua vez, constitui-se
como uma base comum das experiências que perpassam a vida de múltiplos indivíduos”.
A maneira de constituição do grupo de discussão difere, por isso, do modo utilizado no grupo
focal, no qual podem se misturar pessoas diferentes e sem vínculo entre si. Os grupos de
discussão, ao contrário, são constituídos com a finalidade de se reproduzir grupos reais, ou seja,
estruturas sociais que se mantém a partir de processos comunicativos identificáveis por padrões
de comunicação.
Esse método é bastante utilizado nos estudos de juventude, de diferenças geracionais, de género
e do meio social.

3.6.Análise de documentos
A análise documental constitui uma técnica importante na pesquisa qualitativa, seja
complementando informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um
tema ou problema. (LUDKE & ANDRÉ, 1986); O trabalho de análise já se inicia com a colecta
dos materiais, não é acumulação cega e mecânica. A medida que colhe as informações, o
pesquisador elabora a percepção do fenómeno e se deixa guiar pelas especificidades do material
seleccionado (LAVILLE & DIONE, 1999).

As vezes são os documentos as únicas fontes que registaram princípios, objectivos e metas de
um objecto em análise. Certamente, os documentos revelam concepções explícitas e subjacentes

13
de determinados objectos de pesquisa. Por exemplo, os documentos podem revelar dinamicidade
e complexidade de uma determinada concepção de uma política pública.

3.6.1. Definição de documento


Documento: base de conhecimento fixado materialmente e susceptível de ser utilizado para
consulta, estudo ou prova.

3.6.2. Definição de Pesquisa Documental


Pesquisa documental – é aquela realizada a partir de documentos, contemporâneos ou
retrospectivos, considerados cientificamente autênticos.

 Os documentos podem ser de fontes primárias e secundárias; fontes escritas ou não.


 Fontes escritas: documentos oficiais, planos,
 Programas, projectos, diagnósticos, livros, artigos, etc.
 Fontes não escritas: fotos, filmes, audiovisuais.

3.6.3. Fontes e Tipos de Documentos


Fontes: Arquivos Públicos e Particulares, Órgãos do governo (secretarias, departamentos,
escolas, delegacias, etc.) ou do sector privado, Órgãos de estatística, etc.

Tipos:

 Documentos oficiais leis, ofícios, etc.


 Publicações parlamentares debatem, documentos, atas, relatórios etc.
 Documentos jurídicos registos de nascimentos, casamentos, mortes;
 Escrituras de compra e venda; falência e concordatas; testamentos, inventários etc.
 Iconografia (descrição e conhecimento de imagens, retratos, quadros ou monumentos,
particularmente dos antigos) Publicações Administrativas: relatórios, planos,
programas, projectos, etc.
 Documentos Particulares: correspondências, diários,
 Estatísticas: IBGE, Secretarias Estaduais, etc.
3.6.4. Outros Documentos
 Fotografias
 Objectos

14
 Canções folclóricas
 Vestuário
 Folclore
3.6.5. Fontes estatísticas
 A colecta e elaboração de dados estatísticos está a cargo de vários órgãos particulares
e oficiais, entre eles: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), IBOP
(Instituto Brasileiro de Opinião Pública),
 Departamentos municipais e estaduais de estatísticas, etc.
 Os dados colectados são diversos, entre eles: Características da população: idade,
sexo, cor, escolaridade, etc;
 Factores que influem no tamanho da população: habitat rural e urbano. Migração, etc;
 Factores económicos: mão-de-obra economicamente activa, desemprego, produto
interno bruto, etc;
 Moradia: número e estado das moradias, infra-estrutura, etc;
 Meios de comunicação: rádio, televisão, telefone, etc;
3.6.6. Fontes estatísticas

Cabe lembrar que as fontes estatísticas são bastante abrangentes, também menos precisas. Os
principais factores que levam a erro são:

 Negligência;
 Forma de colecta de dados;
 Definição dos termos; informações recolhidas dos interessados.

Diversas são as formas pelas quais as estatísticas podem ser utilizadas pelos pesquisadores, mas
as três a seguir são as principais: correlação entre uma pesquisa limitada e os dados censitários;
estudo baseado exclusivamente na análise e interpretação de dados existentes; utilização dos
dados estatísticos existentes para a verificação de uma teoria social em sua obra;

3.6.7. Procedimentos
 Definir os documentos que serão analisados
 Definir claramente os conceitos e termos a serem
 Analisados nos documentos

15
 Ler e interpretar os diferentes significados que os documentos escritos (e não escritos)
– parágrafos, sentenças, tabelas, gráficos, fotos, etc.
 Fazer uma relação entre a interpretação realizada e conceitos e termos definidos na
pesquisa Reelaborar (ou confirmar) os conceitos e termos definidos para análise à
luz da interpretação realizada
3.6.8. Vantagens
 Prova concreta de dados
 Permite independência do pesquisador
 Trabalho de pesquisa em escritório
 Maior separação entre o sujeito e o objecto da pesquisa
3.6.9. Desvantagens
 Grande volume de informação a ser analisada
 Dificuldade de acesso à documentação
 Incongruência entre os dados levantados
 Trabalho isolado
 Interpretação concentrada no pesquisador

A documentação directa, por conseguinte, subdivide-se em: observação directa intensiva, com as
técnicas de observação e entrevista; observação directa extensiva, com as técnicas de
questionário, formulário e medidas de opinião e atitudes.

16
4. Conclusão
Método e técnicas de colecta de dados e informações qualitativas são objecto de estudo nas
disciplinas de avaliação e gerência de projectos. Esta área de conhecimento envolve
considerações sobre uma grande variedade de aspectos, tais como Os procedimentos apresentam,
em detalhes, todos os passos que foram utilizados para a colecta de dados.
Uma boa colecta de dados para pesquisa deve levar em consideração algumas definições. Por
exemplo: tema, delimitação do assunto, revisão bibliográfica, definição do objectivo e
formulação do problema. Somente depois que você tiver definido esses itens é que deve partir
para a colecta destes dados.
Instrumentos de colecta de dados servem para auxiliar a não cometer esses erros, seguindo o
rigor científico, para alcançar um resultado de pesquisa assertivo e empiricamente verificável.
Certamente que existem outros instrumentos para pesquisa de dados. Porém, inserimos os mais
comuns para que possa pesquisar ainda mais no futuro.

17
5. Referencias Bibliográficas
BAUER, M & JOVCHELOVITCH, S. (s/d), Entrevista narrativa. In: BAUER, Martin;
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.
GIL, A. C. (1999), Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas,
GIL, A. C. (2007), Como elaborar projecto de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
GASKELL, G.(2002), Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Um manual prático.
Petrópolis: Vozes,
GIL, A. C. (1987), Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1987
LAKATOS, E. M.& MARCONI, M. de A. (2001), Fundamentos de metodologia científica. 4.
ed. São Paulo: Atlas,
LAKATOS, E. M.& MARCONI A., M. (2003), Fundamentos de Metodologia Científica.
São Paulo: Atlas, 311p.

LÜDKE, M.& ANDRÉ, M. E. D. A. (1986), Pesquisa em educação: abordagens qualitativas.


São Paulo, SP: Editora Pedagógica e Universitária, 1986.
MINAYO, M. C. S. (2007), O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. São
Paulo: HUCITEC,
MEZZAROBA, O & MONTEIRO S., C. (2009), Manual da Metodologia da Pesquisa no
Direito. São Paulo: Saraiva, 344p.

MOREIRA, H & CALEFFE, L. G. (2006), Classificação da pesquisa. In.: ______. Metodologia


da pesquisa para o professor pesquisador. Rio de Janeiro: DP&A,

TARTUCE, T. J. A. (2006), Métodos de pesquisa. Fortaleza: UNICE – Ensino Superior, Apostil

THOMPSON, P. (1992), A voz do passado: história oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
WELLER, W. (2006), Grupos de discussão na pesquisa com adolescentes e jovens: aportes
teórico-metodológicos e análise de uma experiência com o método. Educação e Pesquisa, São
Paulo v.32, n.2, p. 241-260,

WELLER, W. (2010), Metodologias da pesquisa qualitativa em educação. Petrópolis: Vozes,

18

Você também pode gostar