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CURSO MÉDIO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES PRIMÁRIOS EM

EXERCÍCIO E À DISTÂNCIA

CIÊNCIAS NATURAIS

MÓDULO 04
Ficha Técnica:

Consultoria :  Rachael Elizabeth Thompson

Direcção:
• Maria da Graça Eugénio Simbine da Conceição Brás - Directora do IAP
Coordenação:
• Luís João Tumbo - Chefe do Departamento Pedagógico do IAP
Digitação:
• Fátima Nhantumbo
• Filomena Paulino Uamusse
• Hermínio Banze

Ilustração:
• Bié Artes

Maquetização:

• Hermínio Banze
• Moisés Ernesto Magacelane
Impressão :
• Carlos Mundau Cossa
• Esperança Pinto Muchine

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CURSO MÉDIO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES PRIMÁRIA EM EXERCÍCIO E
À DISTÂNCIA(10ª + 2)

CIÊNCIAS NATURAIS

MÓDULO-04

Elaboração:

• Alfredo Cossa
• Armando Machaieie
• David Cossa

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Caro/a professor/a, assim que concluiu o estudo do terceiro módulo,
passe ao estudo do quarto módulo no qual vamos falar sobre dinâmica
dos corpos, máquinas simples, a termodinâmica, a pressão, a electricidade
, óptica e acústica.
Prezado/a Professor/a, tomemos em consideração alguns exemplos para facilitar a
nossa iniciação de abordagem:

− Os pescadores, quando puxam o barco, conseguem que ele se desloque


na praia.
− O aluno puxa a cadeira na sala de aula.
− A criança empurra o carrinho
− A terra atrai a maçã para o solo
− O pescador puxa a cana de pesca para retirar o peixe da água.

Fig. 1

Amigo/a professor/a, se formos a observar atentamente os puxões, a atracção e o


empurrão são fenómenos invisíveis. Mas estes fenómenos causam efeitos.

Então, como podemos verificar o uso de termos como puxões, a atracção e empurrão
são pouco precisos, são termos utilizados na linguagem vulgar. Portanto, em física
quando se pretende referir a puxões, a atracção e a empurrão usa-se o termo Força.

Querido/a professor/a, agora pretende saber como detectar uma Força? – tudo bem,
vamos esclarecer a questão apresentada recorrendo à alguns exemplos.

Consideremos os seguintes exemplos:

− Uma criança pega numa bola feita de borracha e comprime-a então, se


verificarmos iremos observar que a bola sofre modificações, isto é, a bola
deforma-se.
− Novamente esta criança pega na bola e chuta.

Nesta situação, a bola é posta em movimento, onde pode tomar direcção horizontal
ou vertical.

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− A criança corre atrás da bola coloca o seu pé e a bola perde o movimento.

Aqui também, como se pode observar, a criança ao colocar o seu pé sobre a bola. A
bola pára, quer isto dizer, que a bola modificou o seu estado de movimento e
adquiriu o seu estado de repouso.

A partir destes exemplos, podemos concluir que a força detecta-se pelos


seus efeitos e ocorre sempre que se aplica uma força sobre um corpo,
independentemente da forma como essa força actua sobre o corpo.
Em suma diremos que:

− Sempre que uma força actua sobre um corpo verificar-se-á a sua


deformação, modificação do seu estado de repouso ou de movimento
e/ou em simultâneo mudança da direcção (que pode ser horizontal ou
vertical).

Amigo/a professo/a, que manifestação é essa? – parece não estar muito satisfeito
com o esclarecimento da sua dúvida. Vamos dizer de outra maneira que estamos
certos que entender-se-á melhor da seguinte maneira.

− Força é a causa da mudança da velocidade (v = o – o corpo está em


repouso e v≠≠o – o corpo está em movimento), da direcção (que pode
ser horizontal ou vertical) e/ou da deformação dos corpos.

Assim que sabemos o que é a força é natural procurar saber como se mede a força.
Diremos que para a medição operacional ou experimental (medição directa) usa-se o
dinamómetro.

Torna-se relevante realçar que podemos construir dinamómetros rudimentares onde


quer que seja, desde que tenhamos o cuidado de seleccionar de entre vários
materiais necessários para construir o aparelho, um corpo que permite uma
deformação elástica.

Para facilitar a nossa compreensão sobre o aprendizado, tomemos em consideração


a seguinte colecção de material.

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c = 15 cm
1. base de madeira com: l = 10 cm
h = 1,5 cm

c = 45 cm
2. suporte com: l = 4 cm
h = 2 cm

Fig. 2
3. Corpo elástico
4. Régua Graduada
5. 1 clip ou gancho
6. Pedrinhas com mesma massa
7. fita adesiva ou fita cola.
Então podemos prestar a atenção aos procedimentos da montagem do nosso
dinamómetro rudimentar. Sigamos cuidadosamente a orientação:
1. Montar o dispositivo que ilustra na figura anterior

2. Colocar o elástico na haste horizontal

3. Adaptar com fita adesiva, fita cola ou outro material fácil de colar uma régua
graduada ao suporte de modo que o ponto zero (o) do material adaptado,
coincida com a extremidade inferior do elástico.
4. Suspender sucessivamente no clip ou gancho uma, duas, três etc... as
pedrinhas ou outro material a medir com os respectivos alongamentos
(elásticos ou destendimento) do corpo elástico.
5. no final, depois de retirar as pedrinhas ou corpos medidos, deve-se observar
se a extremidade inferior do elástico volta a posição inicial.

Amigo/a professor/a recorde-se que a força é uma grandeza física vectorial, isto
significa que a força tem ponto de aplicação, direcção, sentido e intensidade.
Consideremos o exemplo a seguir:

O jogador chuta a bola Fig 3

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Então podemos representar a força aplicada:

A F B
Fig 4
0 10 20 N

 o vector AB corresponde a força aplicada F


 o ponto A é o ponto de aplicação da força, que é o ponto onde se exerce a
força, isto é, onde se aplica a força.
 A direcção da força aplicada é horizontal
 O sentido da força é da esquerda para direita.
 A intensidade da força é de 20 Newtons (20N)

O instrumento que se usa para medir a força chama-se Dinamómetro.


Amigo/a professor/a, pensemos juntos da seguinte maneira:

Qualquer corpo que sofre efeito de uma força, estando em repouso ou


movimento, oferece certa resistência para obedecer a força aplicada.
Oferece esta resistência devido à medida da quantidade da matéria do
corpo, que por outras palavras se chama massa do corpo.
Um corpo que sofre a atracção da terra, diremos que a sua massa é gravítica, isso
porque a sua interacção é gravitacional.

Agora, quando um corpo com uma certa velocidade, isto é, o corpo em repouso, onde
a velocidade é igual a zero ( υ =0) ou o corpo em movimento, onde a velocidade é
diferente de zero ( υ ≠0), a “aversão”, ou por outra, a resistência do corpo do efeito da
força aplicada, diremos que a sua massa é inercial, porque representa a medida
quantitativa da inércia.

Em momentos anteriores, dissemos que a massa se mede com a balança e a


unidade fundamental é o kilograma (Kg).

Então, vamos perceber a razão da distinção da massa inercial da massa


gravitacional. A massa gravitacional é uma força que resulta da atracção que a terra
m
exerce sobre o corpo, onde a aceleração de gravidade terrestre ( g = 9,8 2 ) é variável
s
em relação à latitude no planeta, terra e, esta força concretamente se chama peso do
corpo. Ao passo que massa inercial é uma grandeza física escalar que permanece
invariável em qualquer que seja a localização de um corpo no planeta.

Então, assim sendo ao falar na massa devemos ter em conta a densidade do corpo e
o volume do corpo. Assim a fórmula fica:

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Massa = densidade x volume

Ou
Onde: m = massa
ρ = densidade
v = volume
m= ρxv

Unidades:

 kg 
m = ρ x v  3 xm 3 = kgxm 3 xm −3 = kg 
m 

Quando falamos da força dissemos que é a causa da mudança da velocidade e/ou da


deformação dos corpos. Então devemos entender que a velocidade Imprimida nestes
fenómenos é variável, isto significa que, tem aceleração, assim sendo teremos:

Velocidade = aceleração x tempo velocidade


Aceleração =
tempo

Onde:
v = axt v a - aceleração
a= v - velocidade
t
t - tempo

Unidades;

m 
v s m m 1 m
a =  = :s = x = 2
ts s s s s 
 

Assim podemos perceber que a unidade fundamental da aceleração é o metro por


m
segundo ao quadrado  2  .
s 

Chegados aqui, já estamos em condições de registar a formula da força:

Fórmula: Força = massa x aceleração

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Ou

Onde: F – força
F=mxa m – massa
a – aceleração

Unidades

A unidade fundamental da força é o Newton (1N) e lê-se “Niuton”

 m 
F = m x a 1kgx 2 = 1N  e
 s 
1N = 10-3 kj ou 1kj = 103 N

caro/a professor/a, sabe muito bem que na natureza existem vários tipos de força.
Desse modo, somente vamos fazer abordagem de alguns tipos de força.

Em primeiro lugar, vamos falar da força de gravidade, dizendo aquilo que é a força de
gravidade.

Força de Gravidade é a força que a terra exerce sobre todos corpos enquanto que o
peso é uma outra força que o corpo exerce sobre todo apoio ou suspensão. Estas
duas forças actuam na direcção vertical e orientadas de cima para baixo.

Consideremos os seguintes exemplos:

Fig5 O fruto cai porque sofre atracção da terra, Fig 6 O fruto suspenso no galho exerce peso
logo actua força de gravidade sobre o mesmo galho e a força de gravidade
sobre o corpo.

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Amigo/a professor/a, note e registe que a força de gravidade e o peso são
forças idênticas, isto é, forças iguais quando actuam sobre o apoio e a
sua direcção é sempre vertical e o sentido é de cima para baixo.
Consideremos o seguinte exemplo

Fig7 uma mesa com uma caixa por cima Fig 8 um rectângulo que suporta uma caixa
também rectangular

Então, podemos observar que o exemplo mostra identidade destas duas forças que
(
são o peso e força de gravidade fg = p : )
Peso = massa x aceleração de gravidade
ou
Onde: P – peso
Fg – força de gravidade
m – massa
g – aceleração de gravidade
P=m.g ⇔ Fg = m.g

g = 9,8 m/s2

Unidade:

 m 
P = mxg kgx 2 = 1N 
 s 

A unidade fundamental da força de gravidade do peso é o 1N.

Uma outra força que teremos em consideração é a força de atrito. E a pergunta sua é
a seguinte neste preciso momento! – o que é a força de atrito? – tudo bem, Força de
Atrito é toda força que se opõe no movimento, quer dizer, que actua no sentido
contrário ao movimento dum corpo durante a actuação da força aplicada.

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A força de atrito tem como fórmula:

ou
Força de Atrito = u. Pa Fa = u.Pa

Onde:
Fa – força de atrito
U – constante de atrito que se lê miú, que varia segundo a superfície.
Pa – peso aparente

Para além da força de atrito existe também a força elástica. A força elástica é a força
exercida pelos corpos durante a compressão ou distensão que volta ao seu estado
inicial depois da deformação.

Consideremos os seguintes exemplos que ilustram a deformação da mola

1. Estado Inicial 2. Estado de deformação 3. Depois da deformação

Fig 9 uma mola livre Fig 10 uma mola com o corpo Fig 11 uma mola livre
suspensa suspenso que cria deformação suspensa
na mola suspensa

Onde:

Fel - força elástica


P - peso
Fg - força de gravidade

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caro/a professor/a, se pretendermos realizar um cálculo sobre os corpos que
permitem uma deformação elástica teremos que usar a seguinte fórmula:

Força elástica = constante da mola x comprimento da mola

Ou

Fel = k. x

Onde:

Fel – força elástica


K – constante da mola
X – comprimento da mola

A gravitação universal é uma outra força que existe na natureza. Esta força é aquela
que todos os corpos exercem uns aos outros uma atracção mútua entre si.

A sua atracção é directamente proporcional às suas massas e inversamente


proporcional ao quadrado das distâncias.

Considera figura duas pessoas paradas à uma distância uma de outra com setas que
indicam atracção mútua. Fig 12

Note: o corpo da m1 atrai o corpo da m2 e vice-versa.

A fórmula Matemática que interpreta este fenómeno é a seguinte:

Cons tan tegravitacionalxmassa1 xmassa 2


F=
quadradodasdistâncias

Ou

m1 xm 2
F =G
r2

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Onde:

Nm 2
G = 6,67 x 10-11
kg 2
m1 – massa do 1º corpo
m2 – massa do 2º corpo
r – distâncias entre os corpos
G – Constante da Gravitação Universal

Amigo/a professor/a, talvez perceber que a atracção entre as pessoas e


outros corpos existentes na face da terra não se faça sentir efectivamente
devido ao efeito causado pela massa da terra que é superior à todos os
corpos existentes neste planeta, o planeta terra. Este mesmo efeito já não
se faz sentir entre a atracção da terra com a lua e/ou outros planetas do
sistema solar, pois estes também são corpos de massas relativamente
idênticas a massa da terra.
Aliás, recordar que essa atracção entre os corpos do sistema solar, quer
isto dizer, planetas do sistema solar, resulta para o caso concreto do
planeta terra, os movimentos de rotação e translação como fenómenos
consequente dessa atracção.
Depois desta nossa pequena caminhada, podemos realizar alguns exercícios de
fixação para avaliar o ponto em que nos encontramos.

1. Assinale com X na quadrícula com a afirmação mais correcta com relação a


definição da força.

a) A força é uma grandeza física vectorial

b) A força é a causa da deformação dos corpos

c) A força é a causa da mudança da velocidade


( υ =0 ou σ ≠0) e/ou da deformação dos corpos
d) A força é a causa da mudança do Estado de
repouso ou do movimento dos corpos.

2. Complete os espaços em branco, conforme as características da grandeza


física vectorial no rectângulo seguinte.

Direcção, ponto de aplicação, sentido, constante, cima para baixo,


horizontal, vertical.

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A força de gravidade tem ____________________ vertical, o sentido é de
_______________________, a aceleração de gravidade é _______________.

3. uma pedra de Mármore está sobre uma superfície de apoio plano, conforme
ilustra a figura.

Fig 13 ilustrar um objecto(corpo) com formato rectangular sobre uma superfície com
massa de 300kg.

m
a) calcule o peso da pedra sabendo que g = 10 .
s2

4. Um corpo sujeito a acção da força sofre uma deformação da mola de 0,5m. A


constante da mola é 0,02 N/m.

a) determine a força aplicada sobre a mola.

Certamente que respondeu nos exercícios de fixação para avaliar o nível


de assimilação dos conteúdos.
1. Aqui nesta questão correctamente assinalou com X a seguinte afirmação com
relação a definição da força.

A força é a causa da mudança da velocidade ( υ =0 ou υ ≠0) e/ou da


deformação dos corpos.

2. Quanto a esta pergunta completou de forma correcta ao preencher nos


espaços em branco o seguinte:

a) A força de gravidade tem direcção vertical, o sentido é de cima para


baixo, a aceleração de gravidade é constante.

3. Quanto a este exercício resolveu da seguinte maneira:

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1. Dados 3. Fórmula 5. Resolução

m = 300kg P = m.g P = m.g [N]


m P = 300 x 10N
g = 10 2 4. Unidade P = 3000N
s
 m 
P = m.g kgx 2 = N 
2. Pedido  s 
P-?

6. Resposta:

O peso da pedra de mármore sobre uma superfície de apoio é de 3000N.

3. Para resolver este exercício prezado professor pensou da seguinte maneira:

1. Dados 3. Fórmula

k = 0,5m = 5x10-1m Fel = k . X


N
k = 0,02N/m = 2x10-2 m
4. Unidade
N 
2. Pedido Fel = k . x  xm = N 
Fel - ? m 

5. Resolução

Fel = k.x[N]
Fel = 0,5x0,02N ou Fel = 5x10-1x 2x10-2 N
Fel = 0,01N ou Fel = 10x10-3N
Fel = 0,01N ou Fel = 10-2N

6. Resposta: A força elástica aplicada sobre a mola é de 0,01N ou 10-2N.

caro/a professor/a, está de parabéns por ter respondido correctamente


todas perguntas.
Um corpo que sofre acção de uma força é estimulado para realizar um trabalho
mecânico. É certo que na vida prática a palavra trabalho tem vários significados que
não vão em conformidade ao nosso significado físico.

Caro/a professor/a, a sua pergunta é:

− Que é trabalho mecânico? – Em física, dissemos que há trabalho


mecânico quando há aplicação de uma força e, esta força ser capaz de

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causar um deslocamento. Torna também importante realçar que nesta
abordagem faremos referência de força que a sua direcção e sentido
coincidem com a direcção e sentido do deslocamento, isto significa que, o
Coseno do ângulo é igual a zero (cos0º).

Consideremos o seguinte exemplo:


Uma pessoa que puxa uma caixa rectangular de um ponto A para o ponto B.
Fig 14

Esquema: novamente uma caixa rectangular no ponto A e no ponto B com


respectiva variação do espaço ( ∆s ) Fig.15

Comentários: o corpo cuja velocidade é zero, isto é, estava em repouso sofreu acção
duma força e se deslocou do ponto A para o ponto B, ou por outra, percorreu a
distância A para B (∆s), desta maneira diremos que realizou trabalho mecânico do
ponto A para o ponto B.

A fórmula matemática que nos permite calcular o trabalho mecânico nas condições
referenciadas é a seguinte:

Trabalho = Força x Deslocamento

ou

W=Fxd

Onde:

W = provém do Inglês “work” que se lê “wok” que significa


em português trabalho.
d – deslocamento ou distância

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f – força aplicada

Unidades:

A unidade do trabalho no sistema Internacional é o Joule, cujo símbolo é J. Foi assim


denominado em homenagem ao físico Inglês, James Prescott Joule e Inventor da
Máquina a Vapor que viveu entre os anos (1818 – 1889)

W = F x d [1Nxm = 1Nm = 1J ]
1J = 10-3kj ou kj = 103J

amigo/a professor/a, é de capital importância saber que as forças que actuam sobre
um determinando corpo, não causam um deslocamento, isto significa que, o
deslocamento é nulo, então dizemos que não há realização de trabalho mecânico.

− Consideremos os exemplos: uma árvore e duas pessoas em posições


opostas onde cada um tenta empurrar na árvore Fig 16

− Na 2ª figura uma pessoa puxa uma caixa rectangular e no sentido oposto


actua a força de atrito(Fa) numa superfície. Fig 17

Comentário: as duas forças são iguais e opostas anulam-se como se pode


observar na fig. 1 e na figura 2 a força aplicada é inferior ao atrito
oferecido pelo corpo, isto é, a Inércia de repouso é igual a força que actua
portanto o corpo não se desloca, consequentemente não há trabalho
mecânico porque a resultante das forças que actuam sobre o corpo se
anulam.
O trabalho também pode ser representado no gráfico cartesiano, para tal podemos
considerar a seguinte tabela de valores:

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Podemos considerar a seguinte tabela de valores.

F(N) 20 20 20 20
d(m) 0,5 1 1,5 2

d1= 0,5 d2= 1,0 m d3 = 1,5 m


W1= F x d1[J] W2 = F x d2 [J] W1= F x d3 [J]
W1= 20 x 0,5 J W2 = 20 x 1J W1= 20 x 1,5 J
W1= 10,0J W2 = 20J W1= 30J
W1= 10 J

F(N)
20

10
W=fxd

0 0,5 1 1,5 2 d(m) FIG. 18

Comentário: se repararmos os valores da força para o W1, W2 e W3 são


iguais em cada “área” do rectângulo assinalado no gráfico e é positivo; a
palavra área está entre aspas porque uma verdadeira área (sem aspas)
tem como unidade o metro quadrado (m2).
Também se a força tiver sentido oposto ao deslocamento que o corpo que exerce a
força toma, então diremos que o trabalho realizado é negativo e a área do
deslocamento estaria abaixo do eixo ao deslocamento.

Para melhor elucidar, amigo/a professor/a, vamos considerar o exemplo a seguir:

Um toureiro a puxar o rabo de touro. Fig 19

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Gráfico W = −F × d
Ex : −300 N
d = 2m
Então

W2 = − Fxd [Nxm = J ]
W2 = −300 x 2 J
W2 = −600 J
Amigo/a professor/a, há situações em que a força é variável que podemos chamar
força de intensidade crescente ou força elástica da mola. Se formos a verificar
experimentalmente, podemos observar que o valor da força é directamente
proporcional ao deslocamento do corpo. Este deslocamento é, por sua vez, igual ao
alongamento da mola.
Esta afirmação é conhecida como Lei de Hooke, porque foi o Roberto Hooke o
primeiro cientista que verificou esta relação experimental no séc. XVII.
Registemos que, a força é nula na posição de equilíbrio, isto é, quando o
deslocamento é zero (d=0) então a força também é zero (F=0).
Consideremos a seguinte tabela de valores para construir o gráfico:

* amigo/a professor/a, vamos pensar


Fel (N) 0 1 2 3 4 5 juntos:
d(m) 0 2 4 6 8 10
1. sabemos que W = F.d

2. o gráfico divide o rectângulo em


duas partes iguais, então:
F .d
W = F.d:2 ⇒ W =
2
3. a força representada é Elástica
Fel = k.x
4. Vamos substituir na fórmula do W
k .x.d
W=
2
5. sabemos que d = x, ambos
representam deslocamento:
k .x.x
W=
Fig. 20 2
6. escrevamos a fórmula do trabalho
realizado pela força elástica, da
seguinte maneira:

1
W= .k .x 2
2

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Devemos saber que:

W – Trabalho
K – Constante da elasticidade de mola, cuja unidade é Newton/metro (N/m)
X – alongamento ou deslocamento da mola

- considere alguns exemplos de resolução de exercícios sobre o trabalho


mecânico na força elástica:

1. Calcule o trabalho sabendo que a constante de elasticidade é de 0,4 N/m


quando as distâncias são: d2 = 2m, d4 = 4m e d8 = 8m

Para resolver os exercícios teremos que fazer da seguinte maneira:

1. Dados 3. Fórmula 4. Resolução


d2 = 2m 1
Wel = .k .x 2
1 N 
k = 0,4N/m Wel = .k .x 2  xm 2 = Nm 
2 2 m 
1
Wel = .0,4 x 2 [Nm = J ]
2

2. Pedido: 2
1 2 −1
Wel ? Wel = .4 .10 .4 J
2
Wel = 2x10 −1 .4 J

Wel = 8 x 10-1J ou Wel = 0,8J

1. Dados 3. Fórmula 4. Resolução


d4 = 4m 1 1 N Nm 2 
k = 0,4N/m Wel = .k .x 2 Wel = .k .x 2  xm 2 = = Nm
2 2 m m 
1
Wel = .0,4 x 4 2 [Nm = J ]
2. Pedido: 2
1 2 −1
Wel ? Wel = .4 .10 .16 J
2
Wel = 2x10 −1 .16 J

Wel = 32 x 10-1J ou Wel = 3,2J


1. Dados 3. Fórmula 4. Resolução
d8 = 8m 1
Wel = .k .x 2
1 N 
k = 0,4N/m Wel = .k .x 2  xm 2 = Nm 
2 2  m 
1
Wel = .0,4 x8 2 [Nm = J ]
2. Pedido: 2
1
Wel ? Wel = .4 2.10 −1.64 J
2
Wel = 2x10 −1 .64 J

Wel = 128 x 10-1J ou Wel = 12,8J

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- Tudo bem! Continuemos…
Um trabalho mecânico quando é realizado sempre há um determinado tempo que se
gasta. Esse fenómeno em física, se chama Potência.

− Agora, o que é a potência? – Muito bem, querido/a professor/a.


A potência é o quociente do trabalho que a força realizou pelo
intervalo de tempo que demorou a realizá-lo, isto significa que a
potência é a velocidade que um corpo tem quando realiza um
trabalho mecânico.
A fórmula matemática para calcular a potência é a seguinte:

Trabalho Onde:
Potência =
tempo
P – potência
ou W – Trabalho mecânico
T – tempo
W
P=
t

Também dissemos que a potência é a velocidade que um corpo tem quando realiza
um trabalho mecânico, então desse modo pensemos juntos da seguinte maneira:

W 1. sabemos que W = F x d, daí vamos substituir


P= ;
t
Fxd d
P= ; 2. a velocidade de um corpo se define: υ = e vamos
t t
substituir na fórmula

P=Fxv ou Potência = Força x Velocidade

Unidades
A unidade da potência no Sistema Internacional é o Watt, que se lê “Wot” cujo o
símbolo é W. Foi assim denominado em homenagem ao físico Inglês James Watt que
viveu entre os anos (1736 – 1819), o homem que aperfeiçoau a máquina a vapor,
antecessora das máquinas actuais.

W  1Jaule 1J  1 KW = 1000 W
P= 1segundo = 1s = 1Watt = 1W  e
t  
ou
1KW = 103 W

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Caro/a professor/a, já prestou atenção à situação em que um corpo que sofre acção
de uma força e sofre mudança da sua velocidade ( υ =0 ou υ ≠) e/ou deforma-se;
realizou trabalho, isto significa que, foi estimulado, ou alimentado uma Energia.

Como se pode verificar, todos os dias falamos de energia nas mais


variadas situações e com os diversos significados. Em primeiro lugar
recordar que a energia desempenha um papel fundamental na descrição
de todos os fenómenos da Natureza, pois manifesta-se de várias
maneiras, quer no movimento de um corpo, na iluminação de qualquer
processo, no funcionamento de electrodomésticos quer em outros
fenómenos naturais.
Então, o que é a Energia? – Óptimo! – Vamos dizer que energia é algo que não é
material. Para dizer que, não é palpável como Água, Pedra, etc, isto significa que não
é constituído por partículas como átomos ou moléculas, apesar de estar associada a
elas. Não é um mecanismo como a máquina a vapor ou relógio, embora o
funcionamento destes aparelhos envolva grandes ou pequenas transferências de
energia. Por último podemos dizer que a energia está associada a todos os
constituintes do universo e todas as manifestações de força.

Assim sendo, vamos dizer que a energia é uma grandeza física, isto significa que a
energia pode-se medir quantitativamente e tem uma unidade de medida.

A unidade de energia no sistema internacional (SI) é o Joule (J) unidade esta que é
idêntica a do trabalho mecânico.

Outras unidades de energia utilizadas são:

− A caloria (1cal = 4,18J)


− A quilocaloria (1kcal = 4,18 x 103 J)

A energia é usada tecnicamente pelos seres humanos para o seu próprio


proveito. Neste contexto, é habitual distinguir várias “formas” de
energia, que não são mais do que os modos diferentes como a energia se
manifesta e é aproveitada.
Tomemos em consideração algumas “formas” de manifestação de energia:

− Caro/a professor/a, é do seu conhecimento que o sol que nos ilumina


diariamente tem uma certa energia. Esta energia chama-se energia solar.
Esta energia está associada à radiação do sol, isto é, esta energia se
manifesta como radiação que é proveniente do sol. Também é importante
saber que existem no mundo contemporâneo centrais de aproveitamento

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solar, mas o seu uso em larga escala ainda não é comercialmente viável,
apesar de ser considerada a mais eficaz e menos poluente ao ambiente.

Aplicações de Energia Solar

A energia solar pode ser captada de diversas maneiras, uma das quais – efeito de
estufa por meio de colectores solares planos – painéis solares – através deles
consegue-se o aquecimento de água para fins domésticos e também o
aquecimento do ambiente(nas habitações, hotéis e outros edifícios).

Pode ser utilizada também por concentração, em “fábricas solares” onde por meio
de espelhos, os raios solares são concentrados em fornos de fundição – fornos
solares – com produção de temperaturas de milhares de graus.

Pode, ainda, ser transformada em energia eléctrica através de células fotovoltaicas,


técnica que já foi utilizada em alguns faróis marítimos e nos satélites artificiais.
Estas técnicas são ainda muito usado no sistema de transporte e telecomunicações,
estimulando o desenvolvimento técnico - científico e global do planeta terra

A energia nuclear é a energia que se manifesta nas reacções entre os núcleos dos
átomos, razão pela qual também se chama energia atómica. Esta energia pode ser
obtida por cisão, o que significa, por separação de núcleos de Urânio ou por fusão de
Núcleos de Hidrogénio. Em muitos países há centrais baseadas na cisão nuclear,
mas também o aproveitamento da fusão nuclear se faz em alguns países e ainda em
regime experimental.

Uma outra forma que a energia manifesta é a energia eólica. Esta energia está
associada aos ventos, aproveitando-se os moinhos de vento as centrais eólicas,
barcos a vela para o bem do homem.

Caro/a professor/a, falou muitas vezes nas suas aulas da Energia Hidráulica. Esta
energia está associada às quedas de água. Aproveita-se nas barragens, como é o
caso das barragens de Cahora Bassa, de Chicamba, de Corumana, de Pequenos
Libombos, de Macarretane e outras existentes no nosso país. Para produção de
energia eléctrica e/ou irrigação de campos agrícolas

A energia das ondas que se manifesta pela perturbação contínua ou transitória do


meio, fazendo-se propagar e transportar deste mesmo meio dependendo da sua
natureza quer que seja pela inércia ou elasticidade deste meio, quer seja pela virtude
eléctrica ou magnética desse meio ou espaço. Esta energia também está associada
aos ventos e as centrais que aproveitam este tipo de energia são muito raras.

Há uma outra fonte de energia que se chama energia das marés. Esta energia está
associada ao movimento das águas nas subidas ou descida das marés. As centrais
que aproveitam este tipo de energia, também são raras.

Uma outra fonte energética é Geotérmica que se obtém a partir das diferenças de
temperatura entre o interior da terra e a superfície. Em Moçambique temos exemplo
concreto de estação de águas termais na província da Zambézia, distrito de
Nicoadala.

Pág.23_CN04
A energia química que está associada aos compostos orgânicos, que são plantas e
animais. As próprias plantas e animais consomem esta energia, para produzir
proteínas, gorduras, glicídos e vitaminas que utilizam na realização das suas
actividades vitais que são a fotossíntese e o metabolismo.

A energia química também está associada à compostos orgânicos em forma de


combustíveis ou energia fóssil, como é o caso de carvão, petróleo e gás.

Querido/a professor/a como pode perceber, todas estas designações


energéticas podem dar a ideia de que há uma gama imensa de formas de
energia, essencialmente distintas, o que não corresponde verdade. Pois,
na realidade na grande maioria dos fenómenos, são apenas duas formas
de energia, a saber:
− A energia cinética que é a energia associada ao movimento dos corpos, e
− A energia potencial, que é a energia associada as interacções, isto significa
que, esta energia associa-se a posição dos corpos em relação à superfície
terrestre ou de contacto.

Caro/a professor/a, este momento pretende perceber a razão da Energia cinética ser
energia de movimento! – tudo bem vamos pensar juntos da seguinte maneira.

Um corpo sofre acção de uma força e provoca um deslocamento. Isto


significa que realizou trabalho e todo corpo que realiza um trabalho foi
fornecido uma certa energia – O corpo ganhou um movimento e esse
movimento se chama Energia Cinética.
Acreditamos que até aqui, ainda estamos juntos, agora como equacionar esse
fenómeno? – Então, vamos a formulação da equação:

1. A força é: F = m x a
2. A acção da força, causa uma aceleração à um corpo que estava em
1
repouso e percorre certa distância: d = at 2
2
3. Durante o seu deslocamento, o corpo tinha velocidade: υ = a x t.

4. Esta força constante causou deslocamento que é trabalho: W = F x d.

5. sabemos que o trabalho mede a energia transferida para o corpo, que é


energia cinética (Ec); isto significa que no fim da deslocação, a energia
cinética é igual ao Trabalho realizado. Então façamos as substituições:

Ec = W

Pág.24_CN04
Assim:

Ec = W ; o Trabalho é: W = Fxd
Ec = Fxd ; e a força é: F = mxa
1 2
Ec = mxaxd ; e o deslocamento é: d = at
2
1 
Ec = ( mxa ) x  .a.t 2  ; vamos resolver a expressão da seguinte maneira:
2 
1
(
Ec = xm a 2 xt 2 ;
2
)
1
Ec = xm(axt ) ; e a velocidade é: v = axt
2

2
1
Ec = .m.v 2 ; deste modo temos a equação da energia cinética, da seguinte
2
forma:

1
Ec = .m.v 2
2

Querido/a professor/a, vamos falar da Energia Potencial como Energia


de Interacção dos corpos em relação à superfície terrestre ou energia de
posição. – como sempre pensemos juntos para elaborar um juízo de valor
sobre este fenómeno físico.
Consideremos o exemplo sobre um jogador de basquetebol (basketball) ou bola-ao-
cesto em posição de Lances-livre:

O jogador imprime uma força muscular sobre a bola e a bola se move em direcção à
tabela. Bate no arco e cai em queda livre. como se pode observar novamente há
realização de trabalho mecânico que se manifestou em forma de energia potencial.

Neste momento, vamos procurar equacionar a fórmula que irá nos permitir interpretar
melhor o fenómeno:

1. sabemos que a força a sua equação é: F = m x a


2. sabemos também que aceleração que actua sobre a bola é aceleração de
gravidade, isto é, a = g e g = 9,8 m 2 ⇒ g = 9,8 m 2
s s
3. a bola durante o seu deslocamento, ganhou uma certa altura.

4. como teríamos dito anteriormente, a Energia transferida para o corpo,


neste caso a bola, é Energia potencial, o que significa que no fim, a
Energia Potencial é igual ao trabalho realizado. Assim, teremos a seguinte
formulação da equação:

Pág.25_CN04
Ep = W

Deste modo temos:

Ep = W; o trabalho é = W = F x d
Ep = F x d; a distância d é igual ao deslocamento h
Ep = F x h; a força é igual a: F = m . a

e
Ep = m x a x h; a = g e g = 9,8 m
s2

Fp = m.g.h

Então esta é a equação da Energia Potencial.

Caro/a professor/a, sabe muito bem que na natureza, nada se cria e nada
se destroi, mas se transforma. Desta maneira compreende a manifestação
característica da Energia. E como já percebeu, um corpo que possui uma
certa energia, a determinado momento evidencia um tipo de energia e
noutro momento um outro tipo de energia isto é válido para todo e
qualquer que seja tipo de energia, quer esteja num processo de
transformação para uma outra forma de energia, quer seja em transição
de um tipo de energia para um outro num mesmo sistema energético.
A energia mecânica é uma das Energias que não foge a regra de outros tipos de
energia. Assim sendo, quando a energia cinética é máxima a energia potencial é
mínima e vice-versa; se não está em equilíbrio, isto é, condição de igualdade.

Para facilitar a compreensão podemos considerar alguns exemplos:

− Uma criança que está baloiçando.


− Um jogador que chuta numa bola que ganha altura e entra no fundo das
malhas.
− Um jogador de Basquetebol (basketball) a fazer lances livres.
− Um caçador que larga a flecha para o alvo.

Para uma melhor explicação dos exemplos anteriores, vamos tomar em consideração
especial o da criança a baloiçar.

− Observemos a figura: uma criança baloiçando, passando dos pontos A,


B, e C. Fig. 21

Pág.26_CN04
Legenda A, B, C - posições

h e h’ – variação de altura

Então vejamos

No ponto A * a partir daqui pode-se observar o processo cíclico da energia


Mecânica. Assim sendo teremos a seguinte fórmula
A Ec é mínima matemática:
A EP é máxima
Energia Mecânica = Energia Cinética + Energia Potencial
No ponto B Ou
Em = Ec + Ep ; mas a Em = 0
A Ec é máxima
A Ep é mínima Aqui teremos
ou
No ponto C 0 = Ec + Ep
Ec = - Ep

A Ec é mínima
A Ep é máxima

Nota: -Ep o sinal negativo tem o significado de ser valor simêtrico da Ec

Pág.27_CN04
Caro/a professor/a caminhou tão bem connosco até aqui. Vamos parar
um pouco realizarmos exercícios de fixação para avaliar o nível de
compreensão dos conteúdos.
1. O que entende por trabalho mecânico

R: Você respondeu de forma correcta por te dito que trabalho mecânico é toda
grandeza física cuja direcção e sentido da força, coincide com a direcção e
sentido do deslocamento do corpo.

2. Um pára-quedista salta do avião e sofre uma queda livre.

a) Porque sofreu a queda livre? – Justifica a tua resposta.

R: Você respondeu correctamente por ter dito que pára-quedista sofreu a


queda livre devido efeito da força de gravidade. Porque esta força atrai
todos os corpos para a superfície da terra.

II

Em seguida vamos resolver alguns exercícios práticos sobre a força, trabalho e a


potência:

1. Um automóvel tem uma massa igual a 3, 5t, desloca-se a uma velocidade de 10


m durante meia hora. Determina a força motriz com que se desloca o
s
automóvel.
2. Você continua a mostrar boas capacidades, pois resolveu o exercício da
seguinte maneira.

1. Dados 4. Resolução 2º passo


m = 3,5t = 3500kg 1º passo v m 1 m 
a=  x = 2
v = 10 m  m  t s s s 
s F = m.a kgx 2 = N 
1  s 
t = h = 1800s 1 10
2 F = 3500 x N a= m s2
180 1800
3500
F= N
180 1
a= m s2
F = 194,4N 180

2. Pedido

F-?

3. Fórmula

F = m.a

Pág.28_CN04
R: A força motriz com que se deslocava o automóvel é de 194,4 N.

3. Um guindaste móvel manuseia um tractor soterrado na lama cuja massa é igual


a 5,2 t, a aceleração de gravidade é igual a 9,8 m s 2 e levanta-o para uma altura
1
de 2,5m durante 1 minuto. Calcula a potência desenvolvida pelo guindaste.
4

3. – Realmente você está caminhando bem, pois resolveu este exercício


da seguinte maneira:
1. Dados Resolução 2º passo
1º passo W = F x d [Nxm = J ]
m = 5,2 t = 5200kg W j  W = 50960 x 2,5J
P=  =W
g = 9,8 m s 2 t s  W = 127400J
h = 2,5m 127300 W = 1,274 x 10 5
1 P= W W = 1,274 x 105 J
t = 1 min = 75s 75
4
P = 1697,(3) W
2 - Pedido
3º passo
P-?  m 
F = m.g kgx 2 = N 
 s 
3 - Fórmula F = 5200 x 9,8N
F 50960N
W ou
P=
t F = 5,096 x 10 4 N

R: A potência desenvolvida pelo guindaste é igual a 1697,(3)W

Caro/a cursista, depois de falarmos da força, trabalho e a potência


mecânica, neste segmento vamos falar das máquinas simples.
− O que são máquinas? – esta pergunta que se coloca é natural e lógica.
Por essa razão, iremos começar por esclarecer o conceito “máquina”,
dizendo que de uma maneira geral, “máquinas” são todos os instrumentos
ou utensílios de que o homem se serve para poder realizar as suas
actividades, quer isto dizer que, “máquinas” são todos os instrumentos que
podem ser usados para realizar trabalho.

Pág.29_CN04
Caro/a professor/a, lembra-se bem que ao longo dos tempos, o homem
sempre utilizou instrumentos rudimentares, tais como, pedras, ossos,
paus, etc, e com a sua evolução foi aperfeiçoando outros instrumentos de
trabalho e de uso fabricando utensílios de barro e metais como machado,
flecha e arco para realização das suas actividades quotidianas. Como
pode perceber, querido/a professor/a, estes instrumentos são “máquinas”.
A evolução constante dos povos, o progresso económico e social foram possíveis
mediante ao uso constante das “máquinas”, graças à inteligência humana que foram
continuamente aperfeiçoadas e, o seu apogeu foi alcançado a partir do século XVIII,
o mais conhecido como século da revolução industrial.

Este aperfeiçoamento contínuo das máquinas, permitiu um


desenvolvimento de todos os meios de comunicação (aéreos, terrestres e
marítimos), todos os sistemas de telecomunicações (telefone, rádio,
televisão, satélite, etc) todas as utilizações das fontes de energia
hidroeléctrica, eólica, térmica, incluindo todos os progressos industriais,
comerciais e agrícolas. Portanto, até hoje em dia, as máquinas são a base
de todo o progresso universal.
Caro/a professor/a, foi feliz em apresentar a dúvida sobre o que são as máquinas,
para melhor fazermos abordagem sobre as máquinas simples.

Continuando com a nossa abordagem vamos tratar das máquinas simples dizendo
que:

− Em física, o exemplo mais simples que reporta máquina simples é alavanca. A


alavanca é constituída por uma barra rígida, móvel em torno de um eixo fixo,
com finalidade de deslocar ou elevar os corpos.

Consideremos as figuras seguintes que exemplificam alavancas.

máquinas simples - alavancas

Fig. 22 Fig. 23 Fig. 24

Pág.30_CN04
Este tipo de máquinas simples e outros, já os antigos egípcios utilizavam
no transporte de materiais pesados para a construção das suas
gigantescas pirâmides. Mas nessa época, desconhecia-se qualquer tipo de
“interpretação científica” para o caso dessas máquinas, isto significa que,
usavam-nas empiricamente.
Muito mais tarde, arquímedes (grande génio da antiguidade nos domínios da
matemática e da mecânica. Ele que nasceu em Siracusa no ano 212 a.n.e), estudou
o princípio científico das alavancas. A lenda narra que arquímedes conseguiu
transportar um enorme barco, da terra ao mar, usando o princípio das alavancas.
Depois deste feito, como é de costume, o celebre e grande génio de Siracusa proferiu
a famosa frase seguinte:

“Dêem-me um ponto de apoio e levantarei o mundo...”; conforme procura reportar a


figura 24.

Ums outros tipos de máquinas simples, já usado na antiguidade são o Plano


Inclinado, a Roldana, a roda, o parafuso, etc. instrumentos muito usados nas zonas
rurais e mesmo na Engenharia moderna.

Plano inclinado Roldana Roda

Fig. 25 Fig. 26 Fig. 27

Estes instrumentos, permitem ao homem exercer forças num dado corpo para além
das suas capacidades, isto significa, que o homem pode aplicar uma força com
intensidade menor e deslocar um corpo com peso de intensidade muito superior do
valor da força aplicada.

Em suma, podemos dizer que as máquinas simples são instrumentos


capazes de multiplicar os valores das forças aplicadas.
Caro/a professor/a, parece continuar a compreender devidamente o que são
alavancas? – tudo bem! – vamos explicar usando outras palavras.

Pág.31_CN04
Como já nos referimos anteriormente, as alavancas são máquinas simples
constituídas por uma barra rígida, móvel em torno de um eixo fixo, que se chama
fulcro.

Consideremos um pedreiro que pretende remover uma pedra muito pesada


recorrendo à uma alavanca.

Fig.28 ilustrar um homem com uma alavanca a levantar uma pedra esférica.

Na realização deste trabalho mecânico, devemos perceber o seguinte:

1. A força que se pretende vencer, que é o peso da pedra ou carga


denomina-se Força Resistente ou Resistência ( R ).

2. A força que se exerce, que é o esforço feito denomina-se Força Motora ou


Potência ( P ).

3. Como se pode observar, a intensidade da força exercida pelo pedreiro


(potência) é inferior ao peso da carga (resistência). Esta é uma das
vantagens da utilização da alavanca.

Caro/a professor/a, para permitir realizar um estudo pormenorizado sobre a alavanca


em qualquer situação, vamos esquematizar partindo do exemplo anterior.

Legenda:

P - potência
bp - braço da potência
R - resistência
br – braço de resistência

Exemplo: uma tesoura ilustrar tesoura fig 30

Pág.32_CN04
Assim, temos que compreender seguramente o seguinte:

1. a distância entre o ponto de aplicação da resistência (ponto onde actua a


força resistente) e o fulcro, denomina-se braço de resistência (br).

2. a distância entre o ponto de aplicação da potência (ponto onde actua a


força potente) e o fulcro, chama-se braço da potência (bp).

Caro/a professor/a, as alavancas conforme a sua natureza podem ser:

1. Alavancas Interfixa: quando o fulcro está entre a potência e a resistência.

Exemplo: uma tesoura ilustrar tesoura fig 30

Fig. 31 ilustrar o esquema da tesoura

Pág.33_CN04
2. Alavancas Interpotente: quando a potência está entre a resistência e o
fulcro.

Exemplo: ilustrar um martelo fig.32

3. Alavancas Inter-Resistente: a resistência está entre a potência e o fulcro.

Exemplo: um abre-cápsulas ilustrar uma garrafa abrir-se a cápsula


Fig34

Pág.34_CN04
Fig. 35 ilustrar o esquema de alavanca

As alavancas quando estão em equilíbrio permitem concluir que:

− O quociente entre a intensidade de força resistente e a intensidade da


força motora é igual ao quociente entre o braço da força motora e o braço
da força resistente.

Portanto, a expressão matemática que traduz a condição de equilíbrio de uma


alavanca é:

R bp ou
= R x br = P x bp
P br

Um outro tipo de máquinas simples é a roldana. Uma roldana é


constituída por um disco, tendo uma gola (g) na sua superfície lateral,
através da qual passa um fio. O disco é móvel em torno de um eixo (E)
que passa pelo seu centro, o qual se apoia nas extremidades de uma alça
(A). Ainda existe um gancho que serve para suspender a roldana num
suporte apropriado.

Pág.35_CN04
Legenda

E – Eixo
D – Disco
G – Gola
A - Alça

Fig.36 roldana

Como sabemos da experiência do nosso dia a dia, as roldanas podem ser fixas ou
móveis.

Denomina-se roldana fixa aquela que tem uma roldana suspensa pelo seu gancho a
um suporte apropriado.

Querido/a professor/a, registe uma vez por todas que nas roldanas fixas, a
intensidade da força motora é igual a intensidade da força resistente.

Então, a expressão matemática da condição de equilíbrio de uma roldana fixa é.

R=P

Isto significa que a vantagem mecânica da roldana fica é igual a 1, ou por outra:

R ou
=1 R=P
P

E a sua dúvida prezado/a professor/a é a seguinte:

− Como se explica a igualdade entre a força motora da resistente?

Consideremos a seguinte figura

Pág.36_CN04
Fig. 37 ilustrar a roldana fixa

Então Prestemos Atenção Ao Raciocínio:

1. A Roldana É Uma Circunferência

2. O diâmetro da roldana é a soma dos braços da potência e resistência, isto


é, cada braço é igual ao raio.
3. O diâmetro é dobro do raio (2r) ou por outra o raio é metade do diâmetro
d 
2
 

4. é evidente que cada braço é igual ao outro (pb=br)

5. Recorrendo a formula fundamental teremos:

R bp
= , onde bp = br
P br

R bp R bp R ou
⇒ = ⇒ = ⇒ =1 R=P
P bp P bp P

Quanto à roldana móvel é aquela que a intensidade da força motora é igual à metade
da intensidade da força resistente.

Logo, a expressão matemática da condição de equilíbrio de uma roldana móvel é:

R ou
=2 R
P P=
2

E desta vez, como se explica esta equação matemática? – muito simples. Tomemos
em consideração o exemplo da figura seguinte:

Pág.37_CN04
Fig38 ilustrar a roldana móvel

Novamente prestemos atenção para acompanhar o raciocínio:

1. Como dissemos a roldana é circunferência.


2. O braço da resistência é igual ao raio (br=r)
3. O braço da potência é igual ao diâmetro.
4. é evidente que desta vez, o braço da potência é o dobro do braço da
resistência (pb = 2br), ou por outra, o braço da resistência é metade do
 bp 
braço da potência br = 
 2
5. recorrendo a fórmula fundamental teremos:

R bp
= ; onde bp = 2br
P br

R 2br R 2br
⇒ = ⇒ = ⇒ R
P br P br =2
p

Mas ter:

R
= 2 ⇒ R = 2p = R ⇒ 2p = R R
P P=
2

Uma outra máquina simples que auxilia ao homem na realização das


suas actividades do dia a dia é o plano inclinado. Este tipo de máquina é
muito usada no carregamento de corpos pesados a carroçarias ou
bagageiras de tracção animal, viaturas colocando tábuas rasas ou
rampas convencionais para casos de camiões basculantes, porões de
navios ou aviões. Também é excelentemente aplicada na construção de
entradas das casas, garagens escadas das casas e prédios e, rampas das
unidades hospitalares.
Para facilitar a compreensão, vamos tomar em consideração o seguinte exemplo:

Pág.38_CN04
Num camião descarrega-se tambores.

Figura 39 o plano inclinado e o respectivo esquema Fig 40

Legenda

P - força motora
C – comprimento ou distância percorrida que é igual ao bp (C = bp)
R - força resistente ou peso do corpo.
h – altura ou distância que se deve vencer que é igual ao br (h = br)

A expressão matemática que traduz a condição de equilíbrio de um Plano Inclinado é:


R C ou
= Rxh=PxC
P h

Onde:
P - Potência
C - comprimento
R - resistência
h – altura

caro/a professor/a, havemos de terminar o estudo do capítulo das máquinas simples


com o seguinte registo da vantagem mecânica, ou por outra, da regra de ouro de
mecânica que diz:

“O que se ganha em força perde-


perde-se em distância e vice-
vice-
versa”.

Caro/a professor/a paremos novamente um pouco para verificar o grau


de assimilação dos conteúdos, resolvendo os exercícios de Fixação

Pág.39_CN04
1. O que é equilíbrio de um corpo?

R: Você respondeu de forma correcta por ter respondido que o equilíbrio de um


corpo é todo fenómeno em que a resultante das forças actuantes é nula, isto é
igual a zero.

2. :

− Desenha a alavanca, indica o fulcro e as medidas em cada um dos braços


da alavanca para que esteja em equilíbrio, sabendo que o cumprimento
dela mede 6m.

Fig.41 Ilustrar alavanca

Fig. 42 ilustrar alavanca

3. Considera a figura:

− Calcula o valor das incógnitas.

R: Você está caminhando muito bem porque resolveu da seguinte maneira:

a) Dados Fórmula b) Dados Resolução

bp = 6m P x bp = R x br R = 60N 1
P= .R [N]
br = 4m bpxp  mxN  2
p = 60N R=  = N Pedido
br  m  1
P = .60 N
6 x60 15 2
Pedido R= N P=?
4 P = 30N
R =? R = 90N Fórmula
R: o valor da
1
R: o valor de Resistência P = 2 .R Potência é igual a
Fórmula
é igual a 90N 30N
P x bp = R x br

Pág.40_CN04
4. Determina o braço da resistência, tendo em conta o seguinte pedindo os
respectivos dados:

R: Você mais uma vez, provou resolver os exercícios seguro por ter resolvido os
exercícios da seguinte maneira:

1 Dados 4 Resolução

P = m1 = 75kg P x bp = R x br ; P = R = m.g
bp = 500 cm  m 
kg . 2 xm
bp = 5m pxbp  s 
R = m2= 25kg br =  = m
R  m 
kg. 2
 s 
2 Pedido
25 3 x5
br = m
br =? 25
br = 3 x 5
3 Fórmula br = 15m

P x bp = R x br 5. R: o valor de braço de
resistência é igual a 15m

5. Sejam dados

R: Você continua excelente cursista, porque resolveu da seguinte maneira:

m = 128 kg Resolução
n = 6 roldanas moveis
R
calcula a potência P= [N ]
2n
m.g
Dados P= n N
2
128 x10
m = 128kg P= N
n=6 64
1280
P= N
Pedido 64
P = 20N
P =?

Fórmula
R: o valor do braço de
R resistência é igual a 15m
P=
2

Pág.41_CN04
Caro/a professor/a, já viu que pouco a pouco, começa a vislumbrar-se
uma luz no fundo do túnel. Isto é sinal de estarmos a caminhar bem.
Força!!! – de vagar chega-se longe.
A bem pouco tempo estávamos a estudar a energia cinética ou potencial. Vamos
tomar alguns exemplos da energia mecânica:

− Um automóvel em movimento.

− Água no radiador aquece e consequentemente o próprio radiador também


aquece, isto quer dizer, que aumenta a temperatura.

− O motor do automóvel aquece, o que significa, que aumenta a temperatura.


As rodas do automóvel aquecem, isto quer dizer, que aumenta a temperatura.

− Uma atleta que faz exercício físicos, depois de um tempo o seu corpo aquece,
isto significa que, o seu corpo aumenta a temperatura.

− Quando se liga o fogão, ferro ou geleira/congelador eléctricos, neste processo


podemos observar que o fogão e ferro eléctricos aquecem, o que significa que
aumentou a temperatura, ao passo que a geleira ou congelador eléctricos
arrefecem, o que significa que, diminui a temperatura.

− Quando se fricciona sucessivamente um corpo, depois aquece, o que significa


que, aumentou a temperatura.

A partir daqui, podemos em primeiro lugar perceber que a energia


mecânica, eléctrica ou uma outra forma de manifestação de energia não é
final, quer isto dizer que não termina nesse tipo de manifestação de
energia. Em segundo lugar, perceber que um tipo de manifestação de
energia é uma cadeia de outras formas de energia, ou melhor, um tipo de
energia que se manifesta dá origem a outros tipos de energia que por sua
vez, se evidenciam conforme a natureza do fenómeno físico.
Assim, como teríamos visto nos exemplos anteriores o automóvel em movimento
durante o seu funcionamento eleva a temperatura de diferentes componentes que o
compõe, à semelhança da geleira ou congelador que baixa a sua temperatura
quando fornecidos energia eléctrica.

A partir destas situações facilmente podemos entender também que tanto a energia
mecânica, eléctrica, química, eólica, etc, cada uma naturalmente se transforma em
energia térmica, ou por outra, transforma-se em fenómenos térmicos ou caloríficos.

Neste preciso momento a pergunta é a seguinte:

Pág.42_CN04
− O que é energia térmica? – óptimo, caro/a professor/a. Energia Térmica é
aquela que os corpos possuem só pelo facto de se encontrarem à uma
determinada temperatura, ou seja, os corpos durante a sua interacção
adquirem o aquecimento ou arrefecimento.

E agora, o que é a temperatura? – excelente, caro/a professor/a. Em primeiro lugar,


perceber que a noção intuitiva da temperatura associa-se à sensações de frio ou
quente, onde se deve perceber ainda que na linguagem corrente quando se diz
quente significa temperatura elevada e quando se diz frio significa temperatura baixa.

Em segundo lugar, para fazer abordagem do conceito temperatura sob ponto de vista
científico, precisamos de ter em consideração a constituição natural da matéria de
modo a permitir a interpretação correcta das observações. Assim, podemos concluir
que:

1. Toda matéria é constituída por pequeníssimas partículas.


2. As partículas movem-se continuamente.

3. As partículas no estado gasoso, são livres, isto é, encontram-se bastante


separados umas das outras, portanto movem-se livremente.

Ex.:

Estrutura gasosa

FIG. 43

4. as partículas no estado líquido, são menos livres, isto é, encontram-se menos


separados umas das outras, portanto, movem-se ainda com relativa facilidade.

Estrutura líquida

FIG 44

5. As partículas no Estado sólido, são fortemente ligados, isto é, encontram-se


ainda cada vez mais próximas umas das outras, movendo-se ligeiramente em
torno de posições fixas.

Pág.43_CN04
Ex.:

Estrutura sólida

Fig 45

Então, deste modo diremos que a temperatura de um corpo é a grandeza física que
nos permite expressar o grau de aquecimento ou arrefecimento desse mesmo corpo,
ou por outras palavras, temperatura é uma propriedade dos corpos, que está
relacionada com a agitação das partículas (energia cinética das partículas) que os
constituem.

Também é relevante realçar que quando se aumenta a temperatura de um corpo, as


partículas movem-se mais rapidamente e, o valor da energia cinética das apartículas
aumenta. Enquanto que a diminuição da temperatura de um corpo, as partículas
movem-se mais lentamente e, o valor da energia cinética das partículas diminui.

Querido/a professor/a, é oportuno saber que a medição directa da


temperatura não é possível, devido a rapidez do movimento das
moléculas, isto é, devido a velocidade da agitação das moléculas no
interior do corpo. No entanto, a medição de temperatura é efectuada
indirectamente por comparação. Isto é possível porque certas grandezas,
tais como comprimento, a superfície e o volume de sólido, líquido ou gás
variam com a temperatura. Deste modo, medindo a variação sofrida por
qualquer uma destas grandezas, que se designam por grandezas
termomêtricas, então, pode-se avaliar a variação da temperatura de um
corpo.
É com, base na variação destas grandezas que se constróem os termómetros. Os
termómetros são instrumentos ou aparelhos que servem para medir a temperatura.

Os termómetros mais vulgares são os de mercúrio, que são constituídos por um tubo
de vidro e no seu interior existe mercúrio. Mas também existem outros termómetros
de álcool, eléctrico, gasoso, etc.

Pág.44_CN04
Para indicar a temperatura de vários ou diferentes corpos é necessário efectuar a sua
graduação. Esta graduação é feita de acordo com as várias escalas termómetricas a
saber.

− A Escala Celsius, a Escala Fahrenheit e a Escala Kelvin.

Em primeiro lugar teremos em consideração a escala Celsius. Esta escala


foi proposta pelo astrónomo sueco Anders Celsius, em meados do século
XVIII e convencionou-se que para constituir qualquer escala
termométrica, é necessário estabelecer dois pontos fixos extremos que são:
1. A temperatura de congeleção de água, isto é, temperatura de gelo fundente ou
ponto de fusão da água, que é a zero graus Celsius (0ºc)

2. A temperatura de ebulição da água, isto é, temperatura de vapor de água, que é


a cem graus celsius (100ºc).

Mas o que ocorre como dúvida neste preciso momento ao caro/a professor/a é a
seguinte pergunta:

− Como obter os dois pontos fixos?


− Tubo bem! – juntos vamos pensar da seguinte maneira:

1. Vamos colocar o termómetro dentro do recipiente com gelo. Depois,


gradualmente iremos verificar, que quando o gelo funde em condições normais
da temperatura, isto é, a pressão normal, o mercúrio contrai-se e acaba por
estacionar-se.

2. A temperatura correspondente a este ponto denomina-se temperatura de


congelação da água ou temperatura de fusão de gelo (0ºc).
Ex:

Figura 46 um termómetro dentro duma tina com pedra de gelo

Deste modo teremos obtidos o valor mínimo da Escala Celsius (0ºc). Em seguida,
vamos realizar a experiência numa situação contrária que a anterior, procedendo da
seguinte maneira:

Pág.45_CN04
1. Vamos colocar o termómetro de mercúrio dentro de um recipiente, que contêm
água em ebulição. Depois gradualmente iremos verificar, que quando a água
ferve em condições normais dilata, isto é, aumenta acabando por estacionar-se.

2. A temperatura correspondente a este ponto de água denomina-se temperatura


de ebulição da água ou temperatura de evaporação da água (100ºc).

Depois de estabelecidos os dois pontos fixos, atribui-se-lhes um valor numérico que


varia de zero (0ºc) à cem (100ºc) graus celsius dividido em partes iguais.

Esta escala termómetrica também é designada centígrado, cuja letra C significa


centígrado ou celsius.

Exemplo do termómetro centígrado ou celsius.

Fig. 47 um termómetro contido numa caixa rectangular de vidro.

Caro/a professor/a, saiba que na maioria dos países do mundo, usam-se a


Escala Celsius, excepto os Estados Unidos de América e a Inglaterra que
usa a Escala Fahrenheit. Esta escala foi estabelecida pelo físico Alemão
Daniel G. Fahrenheit que viveu no século XVIII e que concretamente
em 1720, antes de Celsius ter inventado a escala Celsius.
Nesta escala ao ponto de congelação da água (0º) celsius atribui-se o valor 32 graus
fahrenheit (32º F) e ao seu ponto de ebulição (100ºc) celsius o valor 212 graus
fanranheit (212º F).

Assim, sendo daqui resulta que a 100 divisões na escala celsius, correspondem o
valor 212-32 que é igual a 180 divisões na escala de Fahranheit, isto é, 212-32=180
divisões. Portanto, a variação de temperatura 1F é menor do que a variação 1ºc, ou
por outra:

100 0 5 0
1F= c = c = 0,5º c ; então como se pode verificar:
180 9

1 F = 0,5ºc

Pág.46_CN04
Exemplo do termómetro Fahranheit

Fig. 48 ilustrar um termómetro contido numa caixa rectangular de vidro.

Querido/a professor/a, a relação entre as temperaturas celsius e fahranheit é dada


pela seguinte proporção:

t (celsius ) − 0 100divisões 100 : 20 5


= = =
t ( fahranheit ) − 32 180divisões 180 : 20 9

Legenda:

tc – temperatura celsius
tf – temperatura fahranheit

tc − 0 100
= ⇔ tc 5
= =⇔ 9tc = 5(tf − 32 ) ⇒
tf − 32 180 tf − 32 9

5(tf − 32)
⇒ tc = ⇔
9

5
Tc = x(tf − 32 )
9

Esta é a equação da relação entre a temperatura celsius e fahranheit.

Prezado/a professor/a, para além de escala celsius e fahranheit existe uma outra que
se chama escala termodinâmica de temperatura, ou escala Kelvin.

Esta escala é aquela que foi adoptada no sistema internacional de


unidades termodinâmica de temperatura, em vez das outras duas escalas
anterior, sobretudo a escala Celsius é a escala mais universalmente
conhecida e usada para as medições da temperatura. Esta escala tem a

Pág.47_CN04
escala zero com a temperatura mais baixa possível em todas as escalas da
temperatura.
Esta escala é usualmente conhecida de zero absoluto.
− É verdade que caro/a professor/a, agora pretende perceber aquilo que é o
zero absoluto? – é fácil perceber o conceito zero absoluto.
Vamos começar desta maneira. O zero absoluto é o ponto de referência da
temperatura da água líquida em equilíbrio termodinâmico, em simultâneo com vapor
de água e com gelo. Também, se chama a este ponto de referência (o zero absoluto)
de ponto triplo de água, porque coexistem em equilíbrio termodinâmico as três fases
de água (a água no estado sólido, líquido e gasoso). Um fenómeno muito importante
no ponto triplo de água é a pressão que é de 0,081 mm de mercúrio, que é um valor
muito pequeno, se se comparar com a pressão atmosférica normal. Como pode
observar o valor de 0,081mm corresponde 1,3 milésimas da pressão normal.
A figura seguinte mostra as condições térmicas que se medem o triplo de água ou o
zero absoluto.

Figura 49 uma tina contendo água nos 3 estados físicos

Caro/a professor/a, já pediu um refresco bem gelado em algum momento


da vida, que quando se abre esse mesmo refrigerante, uma parte se
apresenta em forma de gelo, uma outra parte é líquida e a terceira parte é
aquela que é ocupada pelo ar (pressão atmosférica). Entretanto esta,
medição é feita num sistema totalmente fechado.
A unidade da escala termodinâmica chama-se Kelvin e o símbolo é K. Note que não
se deve dizer “graus Kelvin” mas apenas “Kelvin”. Também não se escreve “ºK” mas
simplesmente “K”. A letra “K” que representa a unidade Kelvin, é maiúscula e não
minúscula (“K”). Esta unidade foi adoptada em homenagem ao célebre Lorde Kelvin,
um físico britânico que viveu no século XIX, cujo verdadeiro nome era William
Thomson e o símbolo da temperatura é T maiúscula.

A variação da temperatura de 1 Kelvin (1K) é igual a variação de temperatura de um


grau celsius (1ºc).

Pág.48_CN04
Existe uma relação entre escala da temperatura termodinâmica e a temperatura
celsius que é de 0,01ºc, um valor que está um pouco acima, mas muitíssimo perto do
ponto de gelo, que é exactamente o zero graus celsius (0ºc).

Assim sendo, podemos escrever:

Ttriplo = 273,16K (temperatura termodinâmica do ponto triplo).


Ttriplo = 0,01ºc (o valor de correspondência entre as duas temperaturas). Mas,
dissemos antes que estas duas unidades tem o mesmo valor, por último
teremos:
Ttriplo - tºc = 273,16 – 0,01K,

Ttriplo = tºc + 273,15K

T = tºc + 273,15K
ou

T = tºc + 273

Onde: T é temperatura triplo da água


t é temperatura celsius

Para facilitar a compreensão da relação entre a Escala Termodinâmica e Escala


Celsius vamos apresentar o seguinte esquema:

Pág.49_CN04
Figura 50 ilustrar um termómetros

Por último vamos apresentar as equivalências das escalas:

Fig. 51

Fig. 52 Fig. 53

Figuras 51, 52 e 53 ilustrar 3 termómetros

Caro/a professor/a já verificou várias vezes que dois corpos com temperaturas
diferentes, quando entram em contactos, há transferência de energia térmica entre os
dois, o que significa que há transmissão de calor.

Agora, a pergunta é o que é calor? – Tudo bem, vamos dizer que calor é uma energia
em transito que é transferida de um corpo para outro quando entre eles existir uma
diferença da temperatura.

Pág.50_CN04
Figuras 54, 55 e 55 ilustrar 3 tinas contendo água

O processo de transferência de calor pode ser por condução, por


convenção e por radiação.
A transmissão de calor por condução consiste em qualquer corpo aquecido, os
átomos ou moléculas do corpo quando recebem o calor ficam agitados de modo que
passado algum tempo, todas as partículas do corpo já estão aquecidos, o que
significa que a energia interna se eleva, ou melhor, aumenta.

Os sólidos são bons condutores de calor por condução, devido a natureza da sua
estrutura atómica que é muito consistente, por essa razão os metais como o ferro, o
estanho, a preta, o cobre, etc. – são bons condutores de calor. Mas a cortiça, a
madeira, o papel, o ar são maus condutores de calor. como tal, aproveitam-se como
isolantes térmicos.

A outra forma de transmissão de calor é feita por convenção, onde o líquido aquecido
depois de certo tempo, notar-se-á a formação de correntes do líquido, no seio do
próprio líquido.

− Agora, pretende saber como se formam as correntes do líquido?


Certíssimo, a camada do líquido que se encontra no fundo do recipiente, em contacto
com a superfície aquecida, recebe calor desta superfície, através do processo de
transmissão de calor por condução e dilata-se tornando-se menos denso.

O líquido quente e menos denso, elevar-se-á pela região central obrigando, isto é,
forçando o líquido mais frio e como tal, mais denso, a descer pelas paredes do
recipiente. O processo repete-se, estabelecendo-se, desse modo, uma circulação
contínua do líquido quente para cima (subindo) orientando-se pela região central ao
mesmo tempo que o líquido frio desce junto das paredes laterais do recipiente.

− Consideremos o exemplo da água que se aquece.

Figura 57 uma panela contendo água em ebulição com o respectivo fogão.

Pág.51_CN04
Este processo de transmissão por convecção é sobejamente aplicada na técnica no
funcionamento de radiadores, aquecedores eléctricos, ar condicionados, etc.

A terceira forma de transmissão de calor é a radiação.


O caro/a professor/a, já observou quando nos expomos demasiado ao sol, sentimos
uma “sensação de calor”.

E como é que ocorre esse fenómeno?

− O fenómeno ocorre da seguinte maneira, a energia térmica, em


transito do sol para a terra, não se propaga nem por “condução”
e nem por convenção, uma vez que estes processos só ocorrem
quando existe um meio material através do qual a energia
térmica é transmitida.
Portanto, o sol e os corpos a altas temperaturas emitem grandes quantidades de
energia em forma de radiações, como a luz e outras radiações invisíveis, que se
chamam infra-vermelhas. Estas radiações são capazes de percorrer grandes
distâncias, incidindo sobre os corpos e transmitindo-lhes parte de energia que
transportam. Deste modo, pode se dizer que o sol nos aquece, embora não seja o
calor que nos chega directamente, mas sim as radiações que ele emite por estar a
elevada temperatura.

Assim, se transmite o processo de transmissão de radiação térmica.

Caro/a professor/a, percebeu em momentos anteriores quando dissemos que a


quantidade de calor transmitida a um corpo para que sofra uma determinada variação
de temperatura dependerá da massa desse corpo, da variação da temperatura
sofrida e da natureza da substância de que o corpo é composto ou constituído.

Deste modo, a caloria é a quantidade de calor que se deve transmitir a 1g de água,


de forma a que a sua temperatura varia, isto é, mude de 1ºc, sem mudar do estado
do líquido.

A variação da quantidade de calor de um certo corpo, que ocorre com o fornecimento


(aumento ou diminuição) e representada pela letra Q.

Então esta quantidade de calor Q, em outras palavras é o quociente da quantidade


de calor fornecido Q é a variação da temperatura ∆t que se lê “Delta t” ou ∆t que se lê
“t” que se chama capacidade calorífica ou capacidade térmica e representa-se por
letra c.

A equação matemática fica:

Pág.52_CN04
Q
C= ;
∆t

Onde:
Q – quantidade de calor fornecida
C – capacidade calorífica ou térmica.
∆t – variação da temperatura.

Ao passo que capacidade calorífica específica relaciona-se profundamente com a


natureza da substância, se é sólida, líquida ou gasosa, pois, a sua massa determina
a absorção rápida ou lenta do calor fornecido ao corpo.

A equação matemática é:

Q
C= ;
m.∆t

Onde:

Q – quantidade de calor
C – capacidade calorífica específica
m – massa do corpo
∆t – variação da temperatura.

Como já se apercebeu, que este nosso estudo se centra na quantidade de calor


fornecida, se pretendermos calcular teremos:

Q Onde:
C= ⇒
m.∆t Q = c x m x ∆t
∆t = tf - tI
tf – temperatura final
ou tI – temperatura inicial
Q = C x m X (tf –tI)

As unidades desta grandeza, podem ser dadas por calorias (cal) ou Joules (J).

A relação entre as duas unidades é:

1 cal = 4,2J

Os corpos sólidos quando são sujeitos ao aumento da temperatura, aumentam as


suas dimensões de forma linear, superficial ou volumétrica, conforme a natureza
geométrica desses corpos que são aquecidos.

O aumento linear das suas dimensões devido ao aumento das temperaturas, chama-
se dilatação linear. Todo corpo sólido que sofre a dilatação linear aumenta o seu
comprimento.

Pág.53_CN04
Cada corpo sólido tem seu próprio coeficiente de dilatação, isto acontece porque
cada substância tem a sua própria natureza.

− Agora o que é o coeficiente de dilatação linear. Bravo? – Certo caro/a


Professor/a! – Diremos coeficiente de dilatação linear é o aumento de
comprimento que sofre a unidade de comprimento do sólido quando a sua
temperatura é elevada em 1ºc, que se designa pela letra grega α e que se
lê “alfa”.

Para facilitar a compreensão, podemos tomar como exemplo, uma mulher que faz
tratamento de cabelo passando pelo aquecedor. Podemos observar facilmente que
depois de sair do aquecedor o cabelo aumentou de comprimento.

Figs. 58 e 59 Ilustrar um filamento de cabelo antes e depois de aquecimento

A equação para o cálculo da dilatação linear é a seguinte:

∆ l = α . lo . ∆t

Onde:

∆ l - variação de comprimento.
lo – comprimento inicial
∆t – variação da temperatura

Também é do nosso conhecimento que:

∆ l = l -lo

∆t = t - to

Onde:

l - comprimento final
lo – comprimento inicial

Pág.54_CN04
t – temperatura final
to - temperatura inicial
α - coeficiente de dilatação linear.

Deste modo, a equação da dilatação linear pode se escrever:

∆ l = α x lo x ∆t ⇔ ∆ l = α. x lo x (t – to)

∆ l = α x lo x (t – to) ou l = lo + α x lo x (t – to)

l - lo = α . lo (t – to) ou l = lo + α . lo . (t – to)

Para além da dilatação linear, existe a dilatação superficial que consiste no aumento
do comprimento e largura do corpo.

Para exemplificarmos, este fenómeno podemos tomar o exemplo de um serralheiro,


bate-chapa ou artesão que aquecem com maçarico ou fogo uma chapa metálica com
comprimento e largura para quinar, isto é, dobrar a chapa metálica fazendo portões
metálicos, endireitar a chaparia de automóvel, fabricar zagaia, arpão e outros
instrumentos de defesa, agricultura ou pesca. Assim, sendo pensemos juntos da
seguinte maneira:

Figs. 59 e 60 ilustração de uma chapa metálica antes e depois de aquecimento

Fig. 61 Ilustração do esquema da dilatação superficial

A dilatação superficial é o aumento da superfície ou área devido a elevação da


temperatura no corpo sólido.

Quanto ao coeficiente de dilatação superficial é o aumento da sua temperatura se


eleva em 1ºc, que se designa pela letra grega β, que se lê “Beta” e que é o dobro de
alfa (β = 2α).

Pág.55_CN04
Caro/a professor/a, a nossa equação para calcular a dilatação superficial é a
seguinte:

∆S = So. β. ∆t ⇔ ∆S = So . 2. α. ∆t

S – So = So. β. (t – to) ⇔ S - So = So . 2. α. (t – to)

S = So + So. β. (t – to) ⇔ S = So + So . 2. α. (t – to)

Nota:

β = 2α

Onde:

∆S – variação da dilatação
So – superfície inicial
S – superfície final
β - coeficiente de dilatação superficial

a dilatação volumétrica é aquele que o corpo sólido quando sofre o aumento da


temperatura, aumenta em simultâneo o comprimento, largura e altura ou espessura
(conforme a melhor designação para esta última situação).

Para exemplificar o fenómeno, caro/a professor/a, cada um de nós já verificou que na


construção da linha férrea e dos prédios, os engenheiros deixam espaços vazios
entre as juntas das ferrovias ou dos prédios para permitir que quando aumenta a
temperatura não se crie deformação nos corpos em causa.

Figs. 62 e 63 Ilustração de uma barra metálica antes e depois do aquecimento

Pág.56_CN04
Fig. 64 ilustração do esquema da dilatação volumétrica

Então, a dilatação volumétrica é o aumento do volume ou aumento tridimensional


(comprimento, largura e altura ou espessura) que ocorre devido a variação da
temperatura no corpo sólido.

O coeficiente de dilatação volumétrica é o aumento de volume que sofre a unidade de


volume desse sólido quando a sua temperatura se eleva em 1ºc, designa-se pela
letra grega δ, lê-se “gama” e que é o triplo de alfa (δ = 3α).

Deste modo, a nossa fórmula matemática para calcular a dilatação volumétrica é a


seguinte:

∆V = Vo. δ. ∆t ⇔ ∆V = Vo . 3. α. ∆t

V - Vo = Vo. δ. (t – to) ⇔ V – Vo = Vo . 3. α. (t – to)

ou

V = Vo + δ. (t – to) ⇔ V = Vo + Vo. 3α. (t – to)

Nota:

δ = 3α

Onde:

∆V – variação do volume
Vo – volume inicial
V – volume final
δ - coeficiente de dilatação

Prezado/a cursista, caminhamos muito e foi bom fazer isso consigo.


Agora vamos mudar de assunto. Vamos falar sobre o ciclo da água. É do
nosso conhecimento que a água apresenta-se em três (3) estados a saber:
− Estado Sólido, Estado Líquido e Estado Gasoso.

Apresentação dos três estados do ciclo da água:

Pág.57_CN04
Panela com gelo Panela com água Panela a produzir vapor
(estado sólido da água) (Estado líquido da água) (estado gasoso da água)

Agora vamos apresentar as fases de mudança de estado das substâncias:

Diagrama de mudanças da fase de Estado

Fig. 68 ilustrar o esquema de mudanças de fase

Caro/a professor/a, no quotidiano temos feito afirmações tais como:

− Verificar a pressão dos pneus do carro.


− A minha pressão arterial está alta ou baixa.
− Um centro de baixas pressões é propensa a ciclones.
− A água da torneira tem pouca pressão.

Como se pode verificar, este temo pressão é muito usual, mas pode não precisar o
significado correctamente usado na nossa abordagem sobre o conceito pressão.

No nosso segmento diremos que pressão é uma grandeza física, portanto é


mensurável, que é definida pelo quociente entre a intensidade da força aplicada e a
área da superfície em que a força actua.

Portanto, a equação matemática que traduz o fenómeno é a seguinte:

F
p=
S

Onde:

P – pressão

Pág.58_CN04
F – força
S – superfície ou área
Caro/a professor/a, observe que se o corpo que exerce a pressão numa dada
superfície, tiver uma superfície, quer isto dizer, uma área da base maior, a pressão
exercida nesse espaço será muito menor. Ao passo que, se o corpo tiver uma
superfície ou área da base menor, então, a pressão exercida nesse espaço será
muito maior.

Para facilitar a compreensão deste fenómeno, vamos tomar alguns exemplos


elucidativos.

− As máquinas pesadas, ou melhor, tractores agrícolas, guindastes,


canterpillares, as fundações ou alicerces dos prédios, os elefantes como
animais de grande porte, todos estes corpos, têm a superfície de contacto
com base maior para reduzir o efeito do seu peso sobre a superfície.

− Em contra partida, máquinas ligeiras, automóveis turismos, motociclos,


bicicletas, gazelas, avestruz, antílopes, sapato de salto alto, todos estes
corpos, têm a superfície de contacto com base menor, aumentam o efeito
do seu peso sobre a superfície de contacto, razão pela qual têm
dificuldades de se mover no areal e na lama.

Assim, que chegamos aqui, podemos concluir que:

A pressão é directamente proporcional a força e, inversamente


proporcional a superfície.
As unidades da pressão são as seguintes:

F N 
p=  m 2 = Pa 
S  

O que significa que, a unidade da pressão é o Newton por metro quadrado, que se lê
“Niuton por metro quadrado, o mesmo que dizer é igual a pascal” onde é a unidade
da pressão no sistema internacional (SI).

A outra unidade é o Kilo-Pascal ou Kpa, onde:

1KPa = 1000Pa

para além da pressão se exercer nos sólidos também se exerce nos líquidos ou
fluidos, o que significa que, se faz sentir em superfícies líquidas e gasosas.

Pág.59_CN04
Então, um corpo mergulhado num líquido ou fluido, a pressão exercida irá depender
do (a):

− Profundidade onde o corpo se encontra em relação a superfície, o mesmo


que dizer que, depende da altura (h).
− Peso desse mesmo corpo, ou; P = m . g
m
− Densidade desse mesmo corpo, ou, δ =
V

Assim sendo, vamos acompanhar o pensamento que nos conduz a dedução da


fórmula da pressão nos líquidos ou fluidos.

F
1. sabemos que a pressão nos sólido é: p =
S
2. sabemos que a pressão é força e, esta força específica pressão no geral é
um peso que se exerce, portanto, teremos p = P

3. sabemos que o peso é: P = m.g

4. sabemos que a densidade do corpo determina sobremaneira a


precipitação do corpo dentro do fluido, ou por outra, a distribuição da sua
massa em cada unidade de volume determina fundamentalmente o nível
m
de imersão ou precipitação do corpo. Assim sendo teremos: δ = o que
V
m
implica que m = δ .V ou δ = ⇒ m = δ .V.
V

Então vejamos:

Uma tina contendo um líquido com um corpo mergulhado Fig. 69

A construção da fórmula:

F
1: p = ;F=P
S

Pág.60_CN04
F
2: p = ; P = m.g
S
m.g
3: p= ; m = l .V
S
l.V .g
4: p= ;V=S.h
S
l.S .h.g
5: p= ;S=cxl
S
l.c.l.g .h
6: p=
c.l
7: p = l .g.h

ou
p = l .g.h

- É tudo!-
tudo!- Então, podemos continuar.
Caro/a professor/a, um corpo mergulhado num líquido ou fluido actua sobre ele várias
forças, há uma força que actua de cima para baixo que é a pressão, outra de baixo
para cima, que se chama impulsão que é força exercida pelo líquido e actua no
sentido contrário que a da pressão. As outras duas forças também opostas, actuam
na direcção horizontal cuja intensidade é nula entre elas.

O efeito destas forças, dependendo da densidade do próprio corpo, criam a variação


da pressão (∆ p ) exercida pelo corpo, podendo imergir, isto é, mergulhar com maior
ou menor profundidade (variação da altura ou ∆h)

Para facilitar a compreensão vamos traduzir a explicação anteriormente feita numa


equação matemática com vista a falarmos a mesma linguagem;

− consideremos a figura;

Pág.61_CN04
figura 70 ilustra um recipiente contendo líquido com um corpo sólido
mergulhado

Assim sendo teremos:

1. Há variação da pressão
2. sabemos que a pressão é: P = l .g.h
3. a pressão exercida pelo corpo mergulhado é traduzida pela diferença das
duas alturas.

Então vejamos a construção da fórmula:

1. ∆ p = p B – p A; p = l .g.h
2. p B – p A = l B.gB.hB - l A .g.hA; a densidade e gravidade é a mesma
3. PB – PA = l .g. (hB - hA)

p B – p A = (hB - hA)

Esta é equação fundamental da hidrostática. – É tudo!

Ainda estamos juntos querido/a professor/a? – Ah, tudo bem! – Então continuemos

Um outro fenómeno físico que ocorre em volta da pressão se chama pressão


atmosférica.

Caro/a professor/a, é interessante que cada um de nós sabe que existe uma camada
que envolve a terra. – como se chama essa camada?

− Exacto! Prezado/a professor/a, foi feliz em responder que a camada que


envolve a terra se chama pressão atmosférica.

Então, esta camada se encontra no estado gasoso, constituído


fundamentalmente pelo ar atmosférico. Este ar tem massa, o que significa
que tem peso, portanto, exerce uma certa força sobre todos os corpos
existentes na terra. Esta força é a tal que se chama de pressão
atmosférica.

− Então a pergunta é o que é a pressão atmosférica? – caro/a professor/a,


foi excelente ao saber responder dizendo que pressão atmosférica é a
força exercida pela camada do ar sobre a superfície da terra.

Para explicar e comprovar este fenómeno, o Torriceli realizou uma experiência, na


qual usou um tubo de 1m de comprimento, com uma extremidade fechada e encheu
de mercúrio e tapou a outra extremidade com um dedo.

Em seguida, inverteu o tubo numa tina (um recipiente). E livrou a extremidade que
havia tapado com o dedo.

Pág.62_CN04
Por último, verificou-se que uma parte do mercúrio passou para tina e o mercúrio
contido no tubo fixou-se, isto é, estacionou-se aos 76 cm ou 760 mm.

Caro/a professor/a, é importante registar que o mercúrio que se encontra


no interior do tubo não desceu para a tina devido a pressão atmosférica.
Esta altura da coluna de mercúrio é equilibrada para qualquer que seja a inclinação
que tiver.

Consideremos as figuras: os tubos da experiência Torricelli Fig 71

Na experiência feita pelo Torriceli conseguiu colher os seguintes dados que


permitiram deduzir-se o valor da pressão atmosférica que é igual a 133,28 Pa que é
aproximadamente 133,3Pa ( p = 133,3Pa)

Então podemos acompanhar a resolução:

1. Dados 3. Fórmula

h = 1mm = 0,001m = 10-3 p = l .g.h


l = 13600kg/m3
g = 9,8 m s 2
4. Resolução
2. Pedido
 kg m
p = l .g.h  3 xmx 2 
p =? m s 

 kg m kg .m.m 
p = 13600 x 9,8 x 10-3  m 3 . s 2 xm = m 2 .m.s 2 

Pág.63_CN04
 kg .m kg .m 1 
p = 13,6 x 10 x 9,8 x 10-3  2 2 = 2 x 2 
 m .s s m 

N 
p = 13,6 x 9,8  2 = Pa 
m 

p = 133,28 Pa
p = 133,3 Pa - É tudo!

Então, foi desta maneira que Iorriceli chegou a este resultado da pressão
atmosférica.

Um outro fenómeno interessante é o efeito da pressão atmosférica sobre os líquidos.


Portanto, um líquido contido num certo recipiente, com superfície livre exerce no
fundo do recipiente uma pressão, tal que é igual a pressão exercida pelo líquido mais
(+) a pressão atmosférica exercida na superfície livre do líquido.
A equação matemática deste fenómeno é a seguinte:

Ilustração um recipiente contendo água figura 73


p = l .g.h + p atm

Os líquidos ou fluidos nos vasos comunicantes comportam-se de forma


especial, pois o nível do líquido situa-se no mesmo nível.
Quanto aos vasos comunicantes é um conjunto de vasos interligados.

Observemos conforme ilustra a figura abaixo:

Pág.64_CN04
Figura 74 ilustrar vasos comunicantes

Se tivermos um sistema de dois vasos comunicantes e deitarmos líquidos não


miscíveis, por exemplo, mercúrio e água, logo que estiverem em equilíbrio o que se
pode observar.

1. As superfícies livres dos dois líquidos não se encontram no mesmo nível.

2. As alturas das colunas dos líquidos acima da superfície de separação do


mesmo são diferentes.

3. A coluna do líquido menos denso terá maior altura.

Consideremos a figura abaixo:

Onde:
p 1 – pressão de água
p 2 – pressão de mercúrio (hg)
p A – pressão atmosférica

Conclusão: Quando dois líquidos não miscíveis atingem o equilíbrio, as


alturas das colunas dos líquidos, acima de superfície de separação, são
inversamente proporcionais.

Pág.65_CN04
Então com base nestes dados vamos construir a equação matemática:

1. sabemos que a pressão do mercúrio está em equilíbrio (igualdade) com da


água, p 1 + p a = p 2 + p a.
2. A pressão a sua fórmula é a seguinte: p = l .g.h
3. cada substância tem uma densidade diferente da outra; l 1 ≠ l 2
4. o efeito de gravidade que actua nos dois líquidos é o mesmo.

Então, vamos construir juntos a equação matemática que traduz o fenómeno;

1. p1+ pA= p2+ pA


2. p 1 = p 2 + p A – p A ; P = l .h.g
3. p1 = p 2 ⇔ l 1 .h1 .g1 = l 2 .h2 .g 2 ; g1 = g 2
l h .g
4. h1 . l 2 = 2. 2
g
5.
l 1 . h1 = l 2 . h2
ou

l 1 h2
=
l 2 h1

− É tudo! – É óptimo viajarmos juntos neste mundo da


ciência.

A força de impulsão é uma outra força que actua nos corpos mergulhados nos
líquidos. Muitas vezes, já observamos que um corpo mergulhado num líquido, por
exemplo, mergulhado na água. É mais fácil levantá-lo que quando estiver fora do
líquido.

Uma outra força que actua sobre o corpo quando estiver mergulhado nos líquidos, é
a força de gravidade.

− Neste preciso momento, a pergunta é o que é a força de impulsão? –


Óptimo! – força de impulsão é a força que um líquido ou fluido orienta
sobre um corpo mergulhado, na direcção vertical e no sentido de baixo
para cima, quer isto dizer, que a força de impulsão depende
fundamentalmente da densidade e do volume do corpo imerso, ou por
outra, corpo mergulhado. Portanto, significa que quanto maior for a
densidade e o volume do corpo imerso, maior será a força de impulsão
que este (corpo) sofre quando mergulhado no líquido, cujo símbolo é “ Ι ”.

Para facilitar a compreensão, vamos tomar em consideração o exemplo que se


segue:

Pág.66_CN04
− Um recipiente contendo um líquido (água) mergulhou-se dois corpos, uma
pedra e uma rolha, no mesmo recipiente. No final da experiência,
verificou-se que a pedra estava no fundo do recipiente, enquanto que a
rolha estava a flutuar na superfície do líquido.

Um recipiente contendo corpos mergulhados no líquido fig. 76

Observações

A força de impulsão da pedra é maior que da rolha.

Ι pedra > Ι rolha

A equação matemática que nos conduz a tradução do fenómeno é:

Impulsão = Peso real – Peso aparente

ou

Ι = PR – PA

Onde:

Ι - Impulsão
PR – Peso real (no ar)
PA – Peso aparente (no líquido)

Nota: peso real é o peso que o corpo tem fora do líquido e ao passo que peso
aparente é o peso que o corpo tem no interior do líquido.

A Impulso baseia-se fundamentalmente na lei da arquimedes, segundo a qual, diz


que a força de impulsão é igual ao peso do líquido deslocado, isto significa que, um

Pág.67_CN04
corpo mergulhado num líquido com um certo peso, ou certa pressão vai receber
como reacção do líquido uma força de impulsão com intensidade igual ao valor da
pressão exercida sobre o líquido.

Consideremos o exemplo ilustrativo para esclarecer melhor:

Figura fig. 77 e 78 os dois recipientes contendo líquido e um deles com um


corpo mergulhado

Comentário

O corpo mergulhado no recipiente da fig.77 o seu peso é igual ao líquido deslocado


para o recipiente da figura 78.
Caro/a professor/a, vamos construir a nossa equação matemática que traduz esta
relação de grandezas impulsão e peso:

1. Está provado que a impulsão é igual ao peso; Ι = P

2. O peso é igual a massa e gravidade; P = m.g

3. A massa é igual ao volume e densidade; m l .V

4. O peso é o efeito da gravidade, densidade e volume dos corpos, p = l.g .v

5. Então, a reacção é idêntica, isto é, igual; Ι = l.g.v

Prontos, vamos construir por último a própria fórmula:

1. Ι = P; P = m.g
2. Ι = m. g; m = l .V
3.

Ι = l .V.g ou Ι = l .g.V

Pág.68_CN04
- Tudo bem! – Chegamos a equação. Como pode ver é
muito fácil!
A impulsão dependo da natureza do próprio corpo, apresenta na sua reacção
algumas condições a saber.

1º caso ou 1ª condição diz que

− Se a força de gravidade ou peso é superior que a força de arquimedes ,


ou melhor, impulsão, o corpo desloca-se em direcção ao fundo do
recipiente do líquido. Porque a força de impulsão que actua no corpo é
enor que o peso (pressão exercida) do corpo.

− Considere o exemplo ilustrativo.

Ι< P

Figura 79. um recipiente com um corpo sólido mergulhado

A 2ª condição ou Segundo caso diz que:

− Se a força de gravidade ou peso é igual a força de arquimedes (impulsão),


o corpo fica em equilíbrio em qualquer ponto do líquido. Porque a força de
impulsão que actua no corpo é igual ao peso (pressão exercida) do corpo.

Consideremos o exemplo ilustrativo:

Pág.69_CN04
Ι= P

Figura 80 um corpo mergulhado

O 3º caso ou terceira condição diz que:

− Se a força de gravidade ou o peso é inferior que a força de arquimedes


(impulsão), o corpo mergulhado no líquido, emerge, isto é flutua na
superfície líquida. Porque a força de arquimedes (impulsão) é superior a
força de gravidade ou peso (pressão exercida) do corpo.

− Consideremos o exemplo ilustrativo:

Fig. 81 um corpo mergulho

Pág.70_CN04
Durante as nossas aulas fizemos referência de experiências feitas com
base nos sólidos e líquidos. Entre tanto existem também experiências
feitas com os gases.
Quando se faz experiência com os gases, há 3 factores que podem sofrer variação, a
saber:

− A temperatura, a pressão e o volume.

Para se realizar o estudo dos gases, é necessário manter constante um dos


factores enquanto variamos os outros dois (2).

Gás Ideal: é aquele cujo comportamento em quaisquer condições obedece


rigorosamente as leis de “Gaz – Lussac e de Boyle”.

Transformações de um Gás

As transformações que ocorrem a um gás ideal e sobre as leis de Boyle e Gay -


Lussac, são as seguintes:

− Isotérmica, Isobárica e Isovolumétrica.

1. Isotérmica

1. 1 1ª Lei de Gay-Lussac diz que:

Quando a pressão de uma dada massa gasosa mantém-se a temperatura


constante (t = K). Ao produto dos nºs (valores numéricos) que mudam (fazem
variar) a pressão e o volume dessa mesma massa, também será constante.

Equação matemática que traduz o fenómeno ou fórmula:

p 1 . V1 = p 2 . V2

Transformação isotérmica (temperatura constante)

Onde:

p 1 – pressão (1)
V1 – volume (1)
p 2 – pressão (2)
V2 – Volume (2)

Pág.71_CN04
2. Isobárica

2.1 Lei de Guy – Lussac diz que:

Quando a pressão de uma dada massa gasosa mantém-se constante, os


volumes e as temperaturas absolutas variam os seus valores numéricos
proporcionalmente.

Equação matemática ou fórmula.

V1 V2
=
T1 T2

Transformação isobárica; (pressão constante)

Onde:

V1 – volume (1)
T1 – temperatura (1)
V2 – volume (2)
T2 – temperatura (2)

3. Isocórica ou Isovolumétrica

3.1. 2ª Lei de Gay – Lussac diz que:

Numa transformação em que o volume é constante, a pressão e a temperatura


são directamente proporcionais.

Equação matemática ou fórmula

p1 p
= 2
T1 T2

Transformação isovolumétrica (volume constante)

Onde:

P1 – pressão(1)
T1 – Temperatura(1)
P2 – Pressão(2)
T2 – Temperatura(2)

Pág.72_CN04
Caro/a professor/a vamos parar um pouco para verificar o grau de
assimilação de conteúdos, resolver exercícios de Auto – Avaliação.
1. Um gás ideal à temperatura de 20ºc, está contido num recipiente fechado e
exerce a pressão de 22ºPa. Que pressão exercerá à temperatura de 50ºc no
mesmo recipiente?

Para resolver este exercício, faremos da seguinte maneira.

1. Dados 3. Fórmula

p1 = 220 p a p1 p 2
=
T1 = 20 c0
T1 T2
T2 = 50 0 c

2. Pedido 4. Resolução

p2 − ? p1 p 2
=
T1 T2

p1 xT2  Pa x 0 c 
p2 =  0 = pa 
T1  c 
220 x50
p2 = pa
20

22 x10 x5 x10
p2 = pa
2 x10

p 2 = 11x5 x10 p a

p 2 = 55 x10 p a

p 2 = 550 p a

Resposta: A temperatura de 50ºc exercerá no mesmo recipiente uma pressão de


550Pa.

2. Qual será o volume do 2º recipiente, que sofre uma pressão de 400 Pa. Ainda
sabe-se que o 1º vaso tem capacidade de 5 litros (5l) e uma pressão de 200 Pa.
Nota: resultado em dm3.

Para resolver este exercício, faremos da seguinte maneira.

Pág.73_CN04
1. Dados 4. Resolução

p1 = 400 p a p1 V2
=
V1 = 5l = 5dm 3
p 2 V1
p 2 = 200 p a p1 − V1  p a xdm 3 
V2 =  = dm 3 
p2  pa 
400 x5 3
2. Pedido V2 = dm
200
V2 = ? 4 x10 2 x5 3
V2 = dm
2 x10 2
Recorde-se que: V2 = 2 x5 x10 2 x10 −2 dm 3
V2 = 10dm 3
1dm3 = 1l
5. Resposta:
O volume do 2º recipiente é de 10 dm3, o
equivalente a 10l.

3. Um gás tem uma temperatura de 800c e ocupa um volume de 500 dm3. Que
temperatura seria necessária para o gás que ocupa um recipiente com volume
de 1500 litros. Nota dê o resultado em 0c. Para resolver este exercício, faremos
da seguinte maneira:

1. Dados 4. Resolução

T1 = 80 0 c = 8 x10 0 c V1 V2
=
V1 = 500dm = 5 x10 dm
3 2 3
T2 T2
V2 = 1500l = 1,5 x10 3 dm 3 V1 .T1  dm 3 x 0 c 0 
T2 =  = c
V1  dm 3 
2. Pedido
T2 = ?
5 x10 2 x8 x10 0
T2 =
c
1,5 x10 3
Em primeiro lugar vamos corresponder
−3
as unidades de capacidade com os de T = 40 x10 − 10 0 c
3

2
volume 1,5
4 x10 x10 0 0
1l = 1dm 3
T2 = c
1,5
Assim, 1500l = 1500dm3 T2 = 2,6 x10 x10 c
Porque: T2 = 2,6 x10 0 c ⇒ T2 = 26 0 c

1l – 1dm3 1500lx1dm 3 5. Resposta


1500l – x X =
1l A temperatura necessária para o
X = 1500dm3 ⇒ X = 1,5 x 103 dm3 daqui recipiente com volume de 1500
vamos substituir no dado litros é de 260c.
correspondente.

Pág.74_CN04
4. Um gás ideal exerce uma pressão de 1,2 .104Pa à uma temperatura de
1,2x10ºc. Qual será a pressão exercida, quando a temperatura for elevada para
3,6.100c (3,6.10ºc).

Para resolver este exercício, faremos da seguinte maneira:

1. Dados 4. Resolução

p1 = 1,2 x10 4 p a p1 p 2
=
T1 = 1,2 x10 0 c T1 T2
T2 = 3,6 x10 0 c
T2 xp1  p a x 0 c 
p2 =  0 = pa 
2. Pedido T1  c 

p2 = ? 3,6 x10 x1,2 x10 4


p2 = pa
1,2 x10
3. Fórmula

p1 p 2 3,6 x1,2 x10 x10 4 x10 −1


= p2 = pa
T1 T2 1,2

p 2 = 3,6 x10 4 p a
p 2 = 36000 p a

5. Resposta

A pressão exercida quando a


temperatura se elevar a 360c é igual a
36.000pa

− Tudo bem!

Pág.75_CN04
Continuemos com a resolução de Exercícios de Fixação

1. Um cubo de ferro com 8cm de aresta, inicialmente à temperatura de 15ºc foi


aquecido até atingir uma temperatura de 200ºc. Calcule a quantidade de calor
absorvida, sabendo que a densidade de ferro é 7,8g/cm3 e calor específico é de
0,11 cal/gºc.

Dados Resolução

a = 8cm Q = m.C.∆t ; não tem massa, mas m = l .v


t Ι =15ºc Q = C. l .V (tf - t Ι ) ; não temos volume, mas V = a3
tf = 200ºc  g cal 
l = 7,8 g/cm3 Q = c. l . a3. (tf - t Ι )  3 xcm 3 . .º c = cal 
c= 0,11cal/gºc  cm g .º c 
3
Q = 7,8.8 . 0,11.(200-15)cal
Pedido Q = 7,8 . 512 . 0,11.185cal
Q = 0,11 . 738716 cal
Q =? Q = 81258,76 cal

R: A quantidade de calor absorvida pelo cubo é igual a 81258,76 cal.

2. Calcula a quantidade de calor que é preciso fornecer a um corpo de alumínio


com uma massa de 2000g. Para elevar a sua temperatura de 80ºc a
120ºc,sabendo que o seu calor específico é de 0,217 cal/gºc.

Para resolver este exercício, faremos da seguinte maneira:

1. Dados 4. Resolução

m = 2000g = 2 x 103g Q = m.C.∆t


tI = 800c = 8 x 10 0c  cal 
tf = 1200c = 1,2 x 101 0c Q = m.C.(t f − t I ) gx 0 x 0 c = cal 
C = 0,217 cal/g0c = 2,17 x 10-3 cal/g0c  g c 
Q = 2 x10 x 2,17 x10 x(12 x10 − 8 x10 )cal
3 −3

2. Pedido Q = 2 x 2,17 x10 3 x10 −3 x[(12 − 8)x10]cal


Q = 4,34 x10 0 x8 x10cal
Q-?
Q = 4,34 x8 x10cal
3. Fórmula Q = 34,72 x10cal
Q = 3,472 x10 2 cal
Q = m.C.∆t Q = 34,72cal

5. Resposta:

A quantidade de calor que é preciso fornecer a um corpo de alumínio com uma


massa de 2000g com temperatura inicial era de 800c e elevou para 1200c é de
34,72cal.

Pág.76_CN04
3. Qual é a capacidade térmica dum cubo de ferro, com 20cm de aresta, densidade
igual a 7,8g/cm3 e calor específico de 0,113 cal/g0c.

Dados Resolução

a = 20cm Q
l = 7,8 g/cm3
C= ; Q = m.c. ∆ t
∆t
cal m.c.∆t
c = 0,113 C= ; não temos a massa, mas m = l .v
gº c ∆t
C = l .v.c ; não temos volume, mas V = a3
Pedido  g cal cal 
C = l . a3. c  3 xcm 3 . =
 cm g .º c º c 
C =?
C = 7,8.8000. 0,113cal/ºc
C = 8000 x 0,8814 cal/0c
C = 7051,2cal/0c

4. Um objecto metálico cuja massa é de 750g, encontra-se à temperatura de 170c, foi


aquecido, tendo absorvido 540 cal e sabe-se que calor específico de metal é igual
a 0,08cal/g0c. Calcula a temperatura final.

Dados Resolução

m = 750g Q = m.c. (tf - t Ι )


t1 = 17ºc
∆Q = 540cal Q = mctf - mct Ι
C = 0,08 cal/gºc mctf = Q + mct Ι
 cal 
 g .º c 
Q + mct Ι g .º c cal ºc
Pedido tf =  = cal : = calx =º c
m.c  g . cal ºc cal 
Tf =?  gº c 

540 + 0,08.12750
tf = ºc
750.0,08

540 + 10200
tf =
600
540 + 1020
tf =
60

tf =
540 + 1020 0
c ou t f =
(54 + 102 )x10 0 c
60 6 x10
t f = 26 c ou t f = 26 c
0 0

Tf = 26ºc

Pág.77_CN04
5. Calcula a pressão exercida por um gás num sistema isovolumétrico, com pressão
inicial igual a 2,5Pa à 50ºc e à temperatura foi aumentada para 125ºc.

Dados Resolução

V1 = V2 = K V1 = V2
p1 = 2,5 p a T1 T2
=
T1 = 50ºc P1 P2
T2 = 125ºc p 2 .T1 = p1 .T2
Pedido p .T  º c. p a 
p2 = 1 2  = pa 
T1  º c 
P2 =?
2,5.125
p2 = pa
50

2,5 x12,5 2,5 x10


p2 = pa
5 x10

p 2 = 2,5 x 2,5 p a
p 2 = 2,5 2 p a
p 2 = 6,25 p a

Resposta: A pressão exercida é igual a 6,25 p a .

6. Um gás num sistema isocórico, exerce uma pressão de 8,0 atm à T = 72ºc.
Calcule a temperatura quando a pressão diminuir para 4 atm.

Para resolver este exercício, vamos proceder da seguinte maneira:

1. Dados T1 T2
=
p1 p 2
p1 = 8,0atm
T1 = 72 0 c T1 xp 2  0 cxatm 0 
p 2 = 4atm T2 =  = c
p1  atm 
1
72 x 4 0
Pedido T2 = c
82
p2 − ? 72
T2 = 0 c
2
Fórmula T2 = 36 0 c

T1 T2
= R: A temperatura diminui para 360c.
p1 p 2

Pág.78_CN04
7. Calcula o volume ocupado por um gás num sistema isotérmico, sabendo que o
volume inicial é de 49 cm3 e sua pressão é de 7 atm. No final a pressão havia
aumentando para 28 atm.

Dados Resolução

T1 = T2 = K T1 = T2
V1 = 49 cm3 p1 .V1 = p 2 .V2
P1 = 7atm
p1 .V1  atm.cm 3 
P2 = 28 atm V2.=  = cm 3 
p 2  atm 
Pedido 7.49 3
V2 = cm
28
V2 -? 7.7.7 3
V2 = cm
4. 7
49 3
V2 = cm
4
V2 = 12,025cm3

8. Um recipiente com capacidade de 75ml contém um gás, cuja temperatura inicial é


igual a 25ºc, calcule o seu volume quando a temperatura aumenta para 100ºc.
Para resolver este exercício, vamos proceder da seguinte maneira:

Dados Resolução
p1 = p 2
V1 = 75 ml T1 T2
T1 = 25ºc =
V1 V2
T2 = 100ºc
T .V  º c.ml 
V2.= 2 1  = ml 
Pedido T2  º c 

V2 - ?
100.75 3
V2 = ml
25

V2 = 300ml

9. Que temperatura terá um gás com 1,6l de volume à uma temperatura de 6,4ºc
quando o seu volume aumentar para 12,8dm3?

Para resolver este exercício, vamos proceder da seguinte maneira:

Pág.79_CN04
1. Dados Resolução
V1 = 1,6l
T1 T2
T1 = 6,4 0 c =
V1 V2
V2 = 12,8dm 3 = 12,8l
T1 xV2  0 cxl 0 
Pedido T2 =  = c
V1  l 
T2 − ?
12,8 x 6,4 0 c
T2 =
Fórmula 1,6
T1 T2 12,8 x 64 x10 −1 0
= T2 = c
V1 V2 16 x10 −1
12,8 x 4 6 x10 −1 x10 0
Caro/a professor/a recorde-se que T2 = c
1dm3 = 1l 42
12,8 x 4 x 4 x 4 0
T2 = c
1 dm3 – 1l 12,8 x1  dm 3 xl  4 x4
12,8 dm3 - x x=  = l
1  dm 3
 T2 = 12,8 x 4 0 c
x = 12,8l T2 = 51,2 0 c

Pág.80_CN04
Um outro capítulo interessante e muito importante no dia a dia é o da
electricidade.
É do nosso conhecimento que todos os materiais são constituídos por
átomos. Os átomos por sua vez, podem formar moléculas ou iões.
Também é do nosso conhecimento que no centro do átomo existe um pequeno
núcleo, que é constituído, isto é, formado por neutrões (partículas sem carga) e
protões (partículas com carga positiva). Este núcleo, à sua volta giram, velozmente,
electrões (partículas com carga negativa), quer isto dizer, que são cargas simétricas,
isto é, contrárias da carga do protão. Estes electrões estão ligados ao núcleo por
forças eléctricas.

Os electrões que existem na vizinhança do núcleo são mais atraídas, ao passo que
os electrões mais afastados são menos atraídos, podendo mesmo sair do átomo.

Caro/a professor/a, já é do seu conhecimento que a carga total de átomo é igual a


zero. Entretanto, se um átomo perder alguns electrões é obvio que vai ficar com
excesso de cargas positivas. Mas se um átomo receber electrões, também fica com
excesso de cargas negativas.

Note-se que um átomo carregado positivamente não recebe cargas negativas; pois
perdem, sim, cargas negativas (os electrões). Assim corpos com falta de electrões
ficam carregadas positivamente e podem facilmente atrair outros.

Caro/a professor/a, podemos tomar em consideração o seguinte exemplo:

− Se esfregarmos uma caneta pode atrair pequenos pedaços de papel. Isso


acontece porque o excesso ou a falta de electrões é responsável pela
existência de atracções ou repulsões eléctricas.

Figura 82 fenómenos de electrificação

Comentário.

Este tipo de electrização ou carregar o corpo negativamente se chama electrização


por fricção.

Mas agora a pergunta é a seguinte:

Pág.81_CN04
− O que é electricidade? – Bravo, você é o único! – apresentou
esta questão no momento certo. Vamos dizer que electricidade
significa, estimologicamente, quer isto dizer, originariamente
“propriedade de ambar”. O ambar é uma resina fossil, onde a
propriedade de atracção eléctrica foi observada pela primeira
vez. Conta-se que as pérolas de ambar, usadas pelas mulheres
da Grecia antiga, adquiriam o poder “estranho” de atrair corpos
leves, quando as pérolas eram friccionadas contra vestidos. Por
último, diremos ambar, em grego, significa “Elektrom”, daí o
nome de electrão e de electricidade.
Caro/a professor/a, electricidade é o estudo de fenómenos eléctricos.

Todos os corpos carregados electricamente, tem uma interacção que permite


comportar-se da seguinte maneira:

1. Corpos de cargas de sinal contrário ou oposto atraem-se.

Exemplos Ilustrativo:

+ - Fig. 83

2. Corpos de cargas de sinal idêntico, isto é, mesmo sinal repelem-se:

Exemplos ilustrativo

+ + Fig. 84

- - Fig. 85

Caro/a professor/a, para se detectar a existência da carga eléctrica e indicar em


certos casos, qual a qualidade dessas cargas, se são positivas ou negativas, utiliza-
se o pêndulo eléctrico ou eléctricos ou de folhas.

Em primeiro lugar, vamos conhecer o pêndulo eléctrico:

Pág.82_CN04
Figura 89 ilustrar pêndulo eléctrico

Esta figura ilustra um pêndulo eléctrico isolado e uma vareta de vidro electrizada
positivamente.

Caro/a professor/a, se aproximarmos a vareta electrificada tanto positivamente, assim


como negativamente, teremos:

− Electrização positiva.

Figuras 90,91 e 92

Comentários

1. as cargas de sinais opostos atraem se e de sinais iguais repelem-se


2. as cargas negativas transferem-se para a vareta electrizada.
3. a bola de sabugueira, fica electrizada positivamente.

− Electrização negativa

Figuras 93,94 e 95 pêndulos electrizados negativamente

Pág.83_CN04
Comentários

1. as cargas de sinais opostos atraem-se e de sinais iguais repelem-se


2. as cargas negativas transferem-se para sabugueiro
3. a bola de sabugueiro fica electrizada negativamente.

Então, se o pêndulo estiver ligado à terra e a vareta de vidro estiver carregado com
ambas, isto é, as duas cargas, teremos:

Vareta com carga positiva

Figura 96 e 97 o pêndulo electrizado positivamente

Comentários

A vareta de vidro atrai na bola de sabugueiro as cargas negativas e repele


as cargas positivas para terra.

Vareta com carga negativa

Figura 98 o pêndulo electrizado negativamente

Pág.84_CN04
Comentários

A vareta de vidro atrai na bola de sabugueira as cargas positivas e repele as cargas


negativas para terra.

Em segundo lugar, temos o electroscópio de folhas. Este electroscópio de folhas, não


serve para medir quantitativamente o valor real de uma carga, mas serve para
indicar, se uma carga é positiva ou negativa e permiter ainda comparar intensidade
de duas cargas diferentes, facilitando descobrir qual a maior carga e qual é a menor
carga.

Este tipo de electroscópio pode representar-se esquematicamente apenas pelo seu


“esqueleto” interno.

Figuras 100,101 e 102 3 electroscópios

Tomemos em consideração mais exemplos de experiências de electrização.

1. electroscópio descarregado (estado neutro)

Figura 103, 104 electrosópio(2)

Pág.85_CN04
Comentário

A vareta carregada negativamente repele por influência, as cargas negativas para a


parte mais afastada e as folhas do electroscópio também se repelem.

3. Figura 105

Comentário

O contacto do botão do electroscópio com o contacto da vareta carregada


negativamente permite a cedência de mais cargas negativas ao electroscópio.

4. Figura 106 ilustrar electroscópio(5)

Comentário

Retirando rapidamente a vareta, o electroscópio ficará com um excesso de cargas


negativas e as folhas repelem-se.

Deste modo vamos concluir que o electroscópio fica electrizado, isto é, carregado
negativamente por contacto, ou por outra, o electroscópio sofre electrização por
contacto.

Retomemos a mesma experiência, que desta vez a vareta está carregada


positivamente. Desta maneira teremos.

1. electroscópio descarregado (Estado Neutro)

Pág.86_CN04
Fig 107 electroscópio(neutro)

2. Figura 108 electroscópio(2)

Comentário

A vareta carregada positivamente repele, por influência, as cargas positivas para a


parte mais afastada e as falhas do electroscópio repelem-se.

3. Figura 109 electroscópio(3)

Pág.87_CN04
Comentário

O contacto da vareta carregada positivamente com o botão do electroscópio permite


a cedência de mais cargas positivas ao electroscópio o qual já se encontra ligado à
terra, pela acumulação destas se fará ali, ficando cargas negativas sobre o
electroscópio.

4. Figura 110 electroscópio(4)

Comentário

Finalmente retirando a vareta e o dedo rapidamente e, em simultâneo, o


electroscópio ficará com excesso de cargas negativas e as folhas do electroscópio
repelem-se.

Assim sendo, vamos concluir que o electroscópio fica mais uma vez carregado
negativamente, isto é, electrizado negativamente por influência, ou por outra, o
electroscópio sofreu electrização por influência ou por indução.

Caro/a professor/a, devemos saber que no processo de transferência de cargas


eléctricas, dependendo da natureza do material, isto é, a natureza da substância,
podem existir bons, maus ou semicondutores da corrente eléctrica.

Desta maneira, vamos chamar de bons condutores, ou pura e simplesmente,


condutores todas as substâncias que conduzem com toda facilidade a corrente
eléctrica.

Um exemplo fácil é dizer que todos os metais em princípio são bons condutores da
corrente, mas se evidenciam o cobre, a prata e o alumínio.

Existem também, os maus condutores, ou por outra, isoladores que são substâncias
que oferecem uma enorme resistência à passagem da corrente eléctrica, opondo-se
desta maneira a sua passagem.

Para exemplificar, basta dizer que muitas substâncias não metálicas, com certa
evidência para o vidro, a borracha, a mica, baquelite e outras.

Pág.88_CN04
Ao passo que, semicondutores são substâncias que têm um corpo
diferenciado quanto à condução da corrente comportando-se como
condutores e noutras condições opõem-se à passagem dessa mesma
corrente, e nessa altura, actuam como isoladores.
O carbono, o germânio, o silício, ar e outras são substância que servem de exemplo
de substâncias semi-condutores.

Caro/a professor/a, acreditamos que se até aqui está connosco é sinal de


estar fazer esta viagem no universo da ciência com gosto e prazer.
Portanto, continue com essa força e determinação e só assim se pode
almejar o desejado.
Como vínhamos aprendendo, consideremos os exemplos a seguir:

Figs. 111,112 e 113 exemplos de atracção de cargas eléctricas

Caro/a professor/a, se formos a observar atenciosamente, iremos verificar na


situação (1) que há uma interacção entre as cargas e atraem-se entre elas e nas
situações (2) e (3), também há interacção entre as cargas. Mas elas repelem-se, -
Porquê?

Então, comecemos dizendo que há atracção entre as cargas quando elas tiverem
sinais contrários ou opostos – o que ocorre na situação (1) e também há repulsão
entre as cargas quando elas tiverem sinais iguais ou idênticos – o que ocorre nas
situações (2) e (3). Agora a razão dessa atracção e repulsão, se deve a existência da
força que actua entre estas cargas.

Então, o cientista francês, de nome Coulomb, estabeleceu uma lei que regula os
fenómenos de atracção e repulsão de cargas eléctricas, cuja lei se chama lei de
Coulomb que diz:

Pág.89_CN04
“ – A força, atractiva ou repulsiva, entre cargas eléctricas
pontuais é directamente proporcional às intensidades das
cargas eléctricas e é inversamente proporcional ao quadrado da
distância entre essas cargas”.
Esta lei, foi também traduzida na seguinte equação matemática:

Onde: F – força de interacção


K – constante dielétrico
Q1 .Q2 Q1 – carga eléctrica
F=K Q2 – outra carga eléctrica
d2
D – distância entre as duas cargas.

A unidade da força, é conhecida por nós a partir de conhecimentos adquiridos em


momentos anteriores que é o Newton(1N). Enquanto que a unidade de carga é o
Coulomb, cujo o símbolo é “c” é letra c minúscula.

A constante (K) o seu valor é 9x109 e a sua unidade é Niwton, metro quadrado sobre
Nm 2
coulomb ao quadrado ou .
C2
Caro/a professor/a, existem para além do coulomb (1c), outras unidades menores
que o coulomb a saber:

1 milicoulomb (1mc) = 1 x 10-3 c


1 picocoulomb (1pc) = 1 x 10-12 c
1 microcoulomb (uc) = 1 x 10-6 c
1 nanocoulomb (1 nc) = 1 x 10-9 c

Pág.90_CN04
Para facilitar a compreensão vamos resolver uma questão relativa a lei de coulomb.

1. Duas cargas eléctricas pontuais de 3 x 10-6 c e outra de 6 x 10-5 c, colocadas à


40cm uma da outra, atraem-se mutuamente. Determine a força de atracção
Nm 2
entre as duas cargas, onde se sabe que K = 9 x 10-9
C2

1. Vamos extrair os dados


Dados  Nm 2 
9 −6
9 x10 x3 x10 x6 x10 −5  2 xCxC 
q1= 3 x 10-6 c F=  C 2 
16 x10 − 2  m 
q2 = 6 x 10-5 c
d = 40 cm = 4 x 10-2m = 4 x 10-1m  
Nm 2  Nm 2 2 −2 
K = 9 x 109 9 x18 x10 9 x10 −11  2 xC xm 
C2 F=  C 
16 x10 − 2  1 
2. Identificar o pedido  
Pedido: F = ?
9 x1,8 x1010 x10 −11
3. A fórmula que conduz a solução F=
1,6 x10 x10 − 2
[
Nm 2 xm −2 ]
q .q
Fórmula: F = K 1 2 2
d
16,2 x10 −1
F= [N ]
4. Resolução do problema para 1,6 x10 −1
chegar a solução
1,62 x10 x10 −1 x10
q1 .q 2 F= N ⇒ F ≈ 10,1x10N
F = K. 1,6
d2
Nm 2 F ≈ 102 N
9 x10 9 2
x3 x10 −6 x6 x10 −5 C
F= C
(4 x10 −1 m) 2
5. Resposta de pergunta:

R: A força de atracção que actuou entre


as duas cargas, foi de 102N, ou melhor,
de 100N.

Pág.91_CN04
2. A que distância se encontram duas cargas eléctricas, pontuais que se repelem
sabendo que as duas cargas tem valores de 3 x 10-6c e a intensidade da força é
de 8,1 x 10-4N.

Conforme seguimos os procedimentos da resolução do exercício anterior teremos:

1. Dados 4. Resolução

q1 = q2 = 3x106c K .q1 .q 2
F = 8,1 x 10-4N d=±
F
Nm 2
K = 9 x 109
C2
d=±
( )2
9 x10 9 x 3 x10 − 6 Nm 2 / C 2 xC 2
2. Pedido 8,1x10 − 4 N

d-?
Nm 2
9 x10 9 x9 x10 −12 xC 2
3. Fórmula d=± C2
8,1x10 − 4 N
q1 .q 2 K .q1 .q 2
F=K ⇒
d2 F 8,1x10 x10 −3 Nm 2
d=±
8,1x10 − 4 N
K .q1 .q 2
d =±
F Nm 2
d = ± 10 x10 −3 x10 4
N

d = ± 10 2 m 2

d = ± 10 2 m 2

d = 10m

Resposta: As duas cargas pontuais encontrava-se a 10m uma da outra.

Caro/a professor/a, estas cargas que estamos a falar delas, quando se interactuam
criam em seu redor um campo de acção que se chama campo eléctrico.

Portanto, campo eléctrico de uma carga pontual é uma área ou região de espaço em
sua volta, no qual se fazem sentir as suas acções eléctricas, de atracção ou repulsão.

O campo eléctrico caracteriza-se por apresentar duas grandezas com naturezas


diferentes onde uma é vectorial e outra é escalar. A força representa o vector-campo
ou intensidade do campo, cujo símbolo é a letra “E”, maiúscula e a carga representa
a escalar.

A expressão matemática que traduz este fenómeno é a seguinte:

Pág.92_CN04
F Onde:
E= E – campo eléctrico
q
F – força
q - carga

Caro/a professor/a, este fenómeno do campo eléctrico é regido pela lei de coulomb,
pelo que teremos o seguinte:

F
1. O campo eléctrico é definido como: E =
q

q1 .q 2
2. A lei de coulomb é definida como: F = K.
d2

3. A força que actua no campo é idêntica, isto é, a mesma que a força de


coulomb.

Então podemos construir a nossa equação da seguinte maneira:

F q .q
1. E= ; F = K. 1 2 2
q d
K .q1 .q 2
2. E= ; q1 = q2 = q
d 2 .q
K .q
3. E = 2 ou
d

F
E=K
d2

Assim se apresenta a fórmula do campo eléctrico combinado a lei de coulomb.

Um outro fenómeno muito interessante na interacção das cargas são as linhas de


força. Dependendo da situação em causa ou melhor, da natureza das cargas as
linhas de força tomam um sentido orientação apropriado.

− Consideremos os seguintes exemplos:

Pág.93_CN04
Carga positiva (+Q) Carga negativa (-Q) Cargas contrárias Cargas iguais

Figura 114 Figura 115 Figura Figura 117


116

Exemplos de linhas de forças das cargas eléctricos

Continuando com o estudo dos fenómenos eléctricos, agora vamos falar sobre a
corrente eléctrica.

Caro/a professor/a, é do nosso conhecimento que num fio metálico, os


electrões periféricos que escaparam aos átomos deslocam-se
desordenadamente, em todas as direcções. Pode acontecer, porém, que por
acção de forças eléctricas, sejam obrigados a mover-se num dado sentido.
Nesse caso, tendem a dirigir-se predominantemente, para um dos lados
do fio; constituindo assim desta maneira a corrente eléctrica.
Então de forma sumária diremos que a corrente eléctrica é um movimento ordenado
das cargas eléctricas.

Também é importante saber que um gerador eléctrico, como por exemplo, uma pilha,
um acumulador, um dinamo ou um alternador, cada um deles é um dispositivo que
pode originar este tipo de movimentos orientado de electrões.

Caro/a professor/a, chama-se a corrente contínua aquela que o sentido da corrente


varia periodicamente.

Quanto a produção da corrente eléctrica, é necessário recordar que existem várias


fontes que podem produzir a corrente eléctrica. Podemos tentar mencionar algumas
fontes tais como:

− Central hidroeléctrica, térmica, solar, um dinamo, alguns animais, um raio,


pilha eléctrica ou pilha de volta e esta última fonte, foi a primeira
experiência prática para produzir corrente eléctrica, datada do início do
século XIX.

Pág.94_CN04
Caro/a professor/a, para que efectivamente, possamos beneficiar da corrente
eléctrica, há uma série de ligações de componentes que podem constituir um
determinado sistema eléctrico. A essas ligações se chamam de circuitos eléctricos.

Para esclarecer melhor esta situação, podemos tomar a pilha como gerador da
corrente eléctrica e a lâmpada um receptor. Os fios e o interruptor, outros
componentes, quando correctamente ligados, permitem a passagem da corrente
eléctrica em todo circuito.

Figs. 118 e 119 um circuito eléctrico


O esquema anterior, demonstra um circuito eléctrico simples constituído por uma
pilha, uma lâmpada e um interruptor. Chamamos atenção desde já que as linhas
ininterruptas representam os fios condutores.

Então, assim sendo, um circuito está aberto quando o interruptor estiver desligado,
como no caso do esquema anterior. E o circuito estará fechado, se tiver o interruptor
ligado.

Também, temos que perceber que o circuito está fechado, quando há transferência
de energia eléctrica, isto é, corrente eléctrica do gerador que é a fonte para o circuito.
Estará aberta quando não há transferência da energia eléctrica do gerador para o
circuito.

Para tornar o nosso estudo um pouco mais preciso, vamos tomar a pilha e o
acumulador, vulgo bateria, como duas fontes ou geradores que utilizam a
transformação de energia química em eléctrica.

Portanto, de um gerador desta natureza, gerador químico, é ligado a um circuito


exterior, os electrões procuram desfazer o desequilíbrio electrónico existente, se
deslocando do eléctrodo com excesso de electrões, que é eléctrodo negativo, para o
eléctrodo positivo. E como consequência do fenómeno, o processo químico da
transformação origina um excesso de electrões num dos eléctrodos e, por outro lado,
cria uma deficiência de electrões.

Mais uma vez, tomemos em consideração o seguinte exemplo experimental:

Pág.95_CN04
Figura 120 um gerador eléctrico químico

Comentários

1. deitar-se uma solução aquosa de ácido sulfuríco (H2So4)


2. mergulham-se na solução duas (2) placas, onde uma é de cobre (cu) e outra de
zinco (Zn)
3. por meio de fios metálicos (cobre, prata ou outro tipo) estabelece-se um circuito
entre a placa de zinco, (Zn) e a placa de cobre (Cu)
4. verificando o ponteiro do voltímetro, observar-se-á que se move de 0 para 1,0 V
à 1,2 volts.
5. conclui-se que criou-se diferença de potencial, quer isto dizer, criou-se corrente
eléctrica entre a placa de cobre e de zinco.

Esta experiência podemos fazer em quaisquer condições para comprovar o


fenómeno.
Uma outra experiência é sobre a pilha de VOLTA e, por sinal, a primeira pilha que foi
imaginada e realizada por célebre VOLTA.

Esta pilha era constituída por rodelas do cobre (cu) e do zinco (Zn). Separava as
“rodelas” de cobre e do zinco com um feltro embebida, isto é, humedecida em água
contendo ácido sulfúrico (H2SO4).

Fig. 121 pilha de volta

Pág.96_CN04
Caro/a professor/a, falar da pilha, sentimos a necessidade de em primeiro
lugar dizer que a palavra pilha vem do francês “Pille” que significa
“amontoado”. Este significado de amontoar é idêntico a qualquer outra
forma de amontoar livros, pastas de arquivos, peças de vestuário ou
outros objectos que é o processo de colocar um objecto por cima do outro.
Mas devido a pouca eficiência desta primeira pilha, o volta desenvolveu
uma nova montagem mais funcional, como teríamos visto no exemplo
anterior ao da pilha de Volta.

Mas nunca é demais retomar-se esses esquemas para elucidar esta descoberta do
volta:

Figs. 122 e 123 o circuito eléctrico de volta

Legenda

V – voltímetro
mA – miliamperimetro
+
- carga positiva

- - carga negativa

H – interruptor
Cu – cobre (carga positiva)
Zn – zinco (carga negativa)

Para verificar o funcionamento, montemos um voltímetro, Amperímetro, são


aparelhos de medição da corrente e um interruptor (H). Posteriormente, fechar-se o
interruptor, pois conforme o esquema está fechado. Deixa-se permanecer fechado o
circuito durante um certo intervalo de tempo. Assim, observando os aparelhos de

Pág.97_CN04
medida voltímetro ou amperímetro, notar-se-á que os valores por eles indicados vão
de forma gradual diminuir com tendência para o zero (o).

Em seguida, se observarmos os eléctrodos da pilha, verificaremos que no eléctrodo


de zinco não existe algo de especial que se note e, em contrapartida, em volta, isto é,
em redor do eléctrodo de cobre, observa-se a existência de inúmeras bolhas gasosas
que envolvem aquele eléctrodo.

Figura 124 os efeitos da pilha de volta

Como dizíamos no parágrafo anterior, as bolhas gasosas causam o enfraquecimento


da corrente. Esta formação da manga (bolha) gasosa em torno do eléctrodo positivo
dificulta a passagem da corrente, chegando mesmo a impedir a passagem. Este
fenómeno, prezado professor, se chama Polarização.

Para continuar a realimentar o processo, em primeiro lugar, desligar o interruptor do


circuito e retirar a placa de cobre para fora da tina, enxugar bem a placa com um
pano, ou melhor, seria se tiver um papel de feltro bem seco.

Feito tudo o que se orientou, introduzir novamente a placa de cobre no vaso de


electrolito e restabelecer as ligações anteriores. Verificará que novamente os
aparelhos marcam os valores que indicavam no início da experiência anterior.

A partir deste instante, começa um ciclo que terminará dependendo da nossa própria
vontade.

Caro/a professor/a, a corrente eléctrica tem certos regimes, ou por outra, tem certos
comportamentos a ter em consideração durante o seu movimento.

Se não vejamos, quando não há corrente eléctrica num fio condutor, os


electrões de condução estão sempre em movimento. Este movimento não
implica na orientação eléctrica da corrente. Este fenómeno se deve ao
facto de o número de electrões que passam num sentido, em qualquer
secção, ser em, média, igual ao número dos electrões que passam no

Pág.98_CN04
sentido contrário. Portanto, nestes movimentos desordenados ou
aleatórios dos electrões não há um sentido predominante.
E por outro lado, quando há corrente num fio existem, em média, mais electrões a
passar num dado sentido do que no sentido oposto. Um outro fenómeno que ocorre,
quando a carga eléctrica que passa, em média, por unidade de tempo em qualquer
secção do circuito não varia, diz-se que a corrente eléctrica é estacionária.

Caro/a professor/a, a corrente tem um sentido de progressão dos electrões que se


chama sentido electrónico da corrente ou sentido real da corrente.

Tradicionalmente, em física utilizava-se o sentido oposto, desde o início do século


XIX, até ao momento que se adoptou o sentido que se chama sentido convencional
da corrente, orienta que o sentido da corrente eléctrica é da carga positiva ou polo
positivo para a carga negativa ou polo negativo.

Figs. 125 e 126 um circuito eléctrico e o seu respectivo esquema

Chegados aqui vamos tentar conceituar a intensidade da corrente eléctrica. Então,


assim sendo, diremos que a intensidade da corrente eléctrica é a quantidade da
carga eléctrica que passa através de uma secção do circuito eléctrico na unidade de
tempo. Esta grandeza de forma costumeira é representada por letra “ Ι ” maiúscula.

O mesmo fenómeno é traduzido na expressão matemática da seguinte forma:

Onde:
q Ι – intensidade
Ι = q – carga eléctrica
t
t – tempo gasto a percorrer o condutor

A unidade da intensidade no sistema internacional é o Ampere, cujo o seu símbolo é


a letra “A” maiúscula. Esta unidade foi assim denominada, em homenagem ao físico

Pág.99_CN04
francês, André Maria Ampere que viveu entre os anos (1775 – 1836) e, ainda mais
inventor do electroíman e do telegrafo electromagnético.

Desta maneira teremos:

q 1c 
Ι=  = 1A
t 1s 

Onde: c – Coulomb
s – segundo
A - Ampere
O instrumento que se usa para medir a intensidade chama-se amperímetro

Caro/a professor/a, vamos resolver um exercício para sabermos em que ponto nos
encontramos.

1. Numa corrente eléctrica atravessam 2,5 x 107 c durante 0,5s. Determine o fluxo
de electrões que atravessam o fio condutor durante esse tempo.

Para resolver o problema, vamos obedecer os seguintes procedimentos necessários


na resolução de problema:

1. Dados 3. Fórmula 4. Resolução


q q 1c 
q = 2,5 x 107c Ι= Ι =  = 1 A
t t 1s 
t = 0,5s 7
2,5 x10
Ι= [A]
2. Pedido 0,5
2,5 x10 7
Ι -? Ι= A
5 x10

2,5 x10 6 x10


Ι= A
5 x10
Ι = 0,5 x 106 A
Ι = 5 x 10-1 x 106 A
Ι = 5 x 105 A

5. R: O fluxo de electrões que atravessam o fio condutor durante esse tempo é


de 500.000 Amperes.

Pág.100_CN04
Caro/a professor/a, podemos continuar? – tudo bem!

Está recordado que dissemos anteriormente que sobre as cargas eléctricas


actuam forças que causam o movimento dos electrões de um ponto A, ou
polo positivo para o ponto B ou polo negativo fazendo deste modo o
trabalho.
Então desta maneira, dizemos que o trabalho das forças eléctricas realizado sobre os
electrões que se deslocam do ponto A para o ponto B, ou por outra, do polo positivo
para o polo negativo de um fio, percorrido por uma corrente estacionária é
directamente proporcional à carga transportada pelos electrões, isto significa que,
quando se desloca uma carga (q) de um ponto para outro, se realiza um trabalho.

A equação matemática que traduz este fenómeno é a seguinte:

Onde:
W V – voltagem ou diferença de potencial
V= W – trabalho
q
Q – carga dos electrões

Este quociente constante se chama diferença de potencial ou voltagem, que abrevia


da seguinte maneira d.d.p; ou ainda tensão eléctrica entre A e B, que se representa
pela letra “V” maiúscula ou simplesmente a letra “ ∆v ”.

Assim, a diferença de potencial entre dois pontos A e B, de um cricuito eléctrico, é


pois uma grandeza que representa a energia transformada para os electrões de
condução, entre esses pontos, por unidade de carga.

A unidade de diferença de potencial no sistema internacional é o Joule por Coulomb


J −1 
 − JC  . Esta unidade também se deu o nome de Volt, cujo o símbolo é “V”.
C 

Então vejamos a unidade traduzida na equação matemática:

W J −1 
∆V =  C = JC = V  Onde:
q  
J = Joule
C – Coulomb
∆V – Volt

Então, podemos resolver um exercício de fixação.

1. Uma carga eléctrica de 25 x 10-4c, se move com uma força de 6,25 x 102 N
numa distância de 0,5m. Calcule a diferença de potencial.

Pág.101_CN04
Prontos vamos resolver.

1. Dados 4. Resolução
primeira forma de resolver
F = 6,25 x 102 N 2º passo
Q = 25 x 10-4 c = 2,5 x 10-3 c
d = 0,5m = 5x10m W J 
∆V =  =V
Q C 
2. Pedido
3,125 x10 4
∆V = ? ∆V = V
2,5 x10 3
3. fórmula 1,25 x10 4
∆V = V
10 3
W ∆V = 1,25 x 10V
∆V =
Q
∆V = 1,25 x 10V

1º passo
W=Fxd W
∆V = , mas sabe –se que W = F x d
W = Fxd [Nxm = J ] Q
W = 6,25 x10 2 x5 x10 J Daqui substituímos na fórmula principal.
Fxd  Nxm J 
W = 31,25 x10 3 J ∆V =  = =V
Q  C C 
W = 3,125 x10 3 J
Segunda forma de resolver
6,25 x10 2 x5 x10
∆V = V
2,5 x10 −3

6,25 x5 x10 2 x10


∆V = V
2,5 x10 −3

6,25 x5 x10 3
∆V = V
0,5 x10 −3

6,25 x5 x10 0
∆V = V
5 x10 −1

∆V = 1,25 x 10V

R: Resposta: a diferença de potencial ou tensão da carga eléctrica é de 1,25x10


Volt´s (V).

Outras unidades da voltagem:

Kilo – volt (KV) = 1000V ou 103V


Megavolt (MV) = 1000 000V ou 106V

Pág.102_CN04
Caro/a professor/a, as cargas durante o seu movimento no fio condutor, enfrentam
dificuldades o que significa que são oferecidas oposições que depende da natureza
da substância que compõe o fio condutor. Esta dificuldade ou oposição oferecida em
física se chama resistência eléctrica de um condutor.

Portanto, a resistência de condutor eléctrico é uma grandeza física que traduz a


oposição ao movimento das cargas eléctricas.

Assim sendo, a uma dada diferença de potencial ou tensão eléctrica aplicada a um


condutor eléctrico, a intensidade da corrente diminui se se aumentar a resistência no
condutor. Esta resistência é oferecida por todos os corpos e em todos os estados
físicos, nomeadamente, estado físico, líquido e gasoso.

O símbolo da resistência é a letra “R” maiúscula e a equação matemática que traduz


esta grandeza física é a seguinte:

Onde:
∆V
R= R – resistência eléctrica
Ι
∆V – voltagem ou tensão, ou ainda diferença de potencial
Ι - Intensidade da Corrente

Esta grandeza física, tem como unidade no sistema Internacional o Ohm, que se lê
“Home” e simboliza-se com a letra grega “Ω ” que se lê “Omega”.

Então, vejamos a unidade traduzida na expressão matemática.

∆V V 
R=  = VxA −1  Onde
Ι A 
V _ Volt
A – Ampere
Ou Ω − ohm
∆V  V 
R= = V × A −1 = Ω 
I  A 

Pág.103_CN04
Prezado/a professor/a, não é da opinião que podemos resolver um
exercício? – Claro que sim! – então vamos resolver.

1. Um motor de arranque de um carro tem uma intensidade de 500Amperes


(500A) e a tensão da bateria desse carro é de 12Volts (12V). Qual será a
resistência eléctrica oferecida à bateria para se ligar o motor de arranque?

Conforme temos vindo a proceder na resolução de exercícios termos:

1. Dados 4. Resolução 5. Resposta

∆V = 12V ∆V  V  A resistência oferecida à


I = 500A R=  = Ω bateria para se ligar o
Ι A 
motor de arranque foi de
2. Pedido V
12 V  2,4 x 10-2 ; ou melhor,
R=  = Ω A
R-? 500  A  2,4 x 10-2 Ω .
12 V 
3. Fórmula R=  A = Ω
5 x10 2
 
∆V V 
R= R = 2,4 x10 − 2  = Ω 
Ι A 

R = 2,4 x 10-2. Ω

As resistências podem ser associadas em série ou em paralelo. Então, por definição


de resistência equivalente, para a mesma diferença de potencial (d.d.p), a
intensidade da corrente, Ι, não varia quando se substitui por outras em série, o que
significa que manter-se-á constante a intensidade.
Então, podemos dizer que a resistência equivalente de uma associação de
resistências em série é igual à soma das resistências associadas.
A expressão matemática que traduz este fenómeno é a seguinte:

R1 + R2 + R3 + ... Rn = Req

Consideremos o seguinte exemplo: caro/a professor/a vamos resolver o exercício em


função dos dados:

Pág.104_CN04
Figura 127 resistência num circuito eléctrico

1. Dados 4 Resolução

R1 = 5 Ω Req. = R1 + R2 + R3 + R4
R2 = 3 Ω Req = 5Ω + 3Ω + 4Ω + 2Ω
R3 = 4 Ω Req = (5 + 3 + 4 + 2) Ω
R4 = 2 Ω
Req = 14Ω

2. Pedido 5. Resposta

Requivalente Req= ? A resistência equivalente é


igual a 14 Ω
3. Fórmula

Req. = R1 + R2 + R3 + R4

As associações das resistências em paralelo, a diferença de potencial ou tensão da


corrente não varia, isto é, mantêm-se a mesma, a intensidade, total ou equivalente
se obtém pela soma de todas as intensidades das ramificações e, a resistência total
ou equivalente é inverso da resistência e, por sua vez, é igual a soma das
resistências inversas associadas.

A equação matemática que traduz o fenómeno é a seguinte:

1 1 1 1 1
= + + + ...
Re q R1 R2 R3 Rn

Quanto a intensidade a fórmula:

Ι = Ι1 + Ι 2 + ...Ι n

Tomemos em consideração o seguinte exemplo:

Pág.105_CN04
Figura 128 as resistências em paralelo num circuito eléctrico

Vamos resolver o exercício conforme o exercício:

1. Dados Resolução

R1 = 3Ω 1 1 1
= +
R2 = 4Ω Re q R1 R 2
1 1 1
= Ω+ Ω
2. Pedido Re q 4 3
 
1 1 1
1 =  + Ω
=? Re q  4 3 
Re q  ( 3) ( 4 ) 
 
1  3 4
3. Fórmula =  + Ω
Re q  12 12 
 
1 1 1
= + 1
= Ω
7
Re q R1 R 2
Re q 12

12
Req = Ω
7
Req = 1,9Ω

5. Resposta:

A resistência equivalente ou resistência total é de 1,9Ω.

A resistividade eléctrica dos materiais é uma outra grandeza física que


depende das características do condutor eléctrico. É do nosso
conhecimento que a corrente eléctrica resulta do movimento dos electrões
de condução. Portanto, quanto maior for o comprimento do condutor,
maior será o caminho a ser percorrido pelos electrões e, maior será a

Pág.106_CN04
resistência a vencer. Isso significa que, a resistência de um fio condutor
é, assim, tanto maior quanto maior for o comprimento do fio.
Por outro lado, quanto mais espesso, isto é, “grosso” for o fio mais facilmente passam
os electrões. Isto significa que, quanto maior for a secção do fio, menor é a
resistência eléctrica do fio.

Finalmente, entender que a facilidade com que se dá esse movimento, depende da


estrutura atómica do condutor, o que significa que, a resistência do fio condutor
depende do material de que é feito esse corpo (fio).

A resistência eléctrica dos fios condutores é inversamente proporcional à área da


secção dos fios.

A tradução da expressão matemática desta grandeza é a seguinte:

comprimento
Resistência = resistividade x
sup erfície

ou
l
R =δ
S

Onde: R – resistência
δ – letra grega que se lê “rô” e é constante do material
l - comprimento
S – área ou superfície.

A unidade de resistividade no sistema internacional é Ohm x metro que se lê “Home


vezes metro” que provém da seguinte dedução.

l R.S
R= δ ⇒ R.S = p. l ⇒ p
S l

Unidade

R.S  Ωxm 2 Ωxmxm 


p=  = = Ωxm
l  m m 

caro/a professor/a, a potência de um receptor pode-se concluir que se um


determinado condutor está submetido à diferença de potencial durante um certo
tempo, a corrente que o percorre transfere para ele a energia que algum modo
acabará se manifestando.

Pág.107_CN04
Energiatransferida ou E
Potência P=
Tempo T

E
Mas P = ; sabemos que E = V.I.t
T
V .I .T t
Então, P = ; mas = 1
t t
Daí temos
P = V.I

Caro/a professor/a, aqui onde chegamos significa que caminhamos juntos


e, provavelmente, você tem a experiência da bicicleta que o próprio seu
vizinho lhe deu boleia para transportar a si ou alguém da sua casa para
o centro de saúde e, porque era distante anoiteceu tendendo para o
destino. Mas na real situação ele ligou, o dínamo ou melhor, pós em
contacto o dínamo da bicicleta e a roda traseira e, ai a lâmpada da
bicicleta começou a iluminar. A partir daí começou a ganhar nova
consciência sobre a diferença de potencial (d.d.p) ou por outra a tensão,
senão falar do gerador de corrente eléctrica. Este histórico é narrado para
a mais difícil experiência, porque, para outros podia se falar de ligar uma
lâmpada, a geleira, os phones que se lê fones, aquecedores computadores
e, porque não o próprio vídeo, que se diz “vidiu”.
Calcule a potência da corrente eléctrica que a diferença de potencial é igual a 220V e
atravessa uma intensidade igual a 40A.

Vamos resolver o exercício conforme a orientação dada:

1. Dados 4 Resolução 5. Resposta

∆V = 220V Pel = ∆V Ι[V . A = W ] A potência eléctrica da


I = 40 A Pel = 220 x 40W corrente é igual a 8800 W
Pel = 8800W ou 8,8KW.
2. Pedido
Pel = 8,8 x 103 W
P-?
ou
3. Fórmula
Pel = 8,8 KW

Pág.108_CN04
Pel = ∆V x I

Continuamos juntos?

– Tudo bem! – vamos prosseguir caro/a professor/a, se o condutor não estiver


isolado termicamente, há um fluxo de calor do condutor para a sua vizinhança. Esta
energia dissipada, isto é, que se liberta chama-se efeito de Joule, o seu símbolo é
letra “Q” maiúscula.

Este fenómeno se traduz matematicamente da seguinte maneira:

1. sabemos que a energia transferida é Q = ∆V . I . t


∆V
2. sabemos ainda que a resistência é: R =
I
∆V
3. se a resistência é R = , então a tensão será: ∆V = I × R
I
4. vamos substituir na fórmula da quantidade eléctrica de calor.

Prontos vamos fazer a substituição.

1. Q = V.I.t, onde V = I x R

2. Q = I x I x R x t

3. Q = I 2 × R • t ⇔ Q = I2 • R • t

Onde:

R – resistência eléctrica do condutor em Ohm (Ω)


I – intensidade em ampere (A)
T – tempo de passagem da corrente eléctrica em segundos (s)

A unidade de energia no sistema internacional é o “Joule” cujo o símbolo


é “J”, mas também se pode exprimir a energia térmica numa outra
unidade que se chama “Caloria” e a sua abreviatura é “Cal”. A caloria
não é unidade do sistema internacional. É uma unidade prática de
energia.
Então, se a energia térmica estiver expressa em caloria, a expressão matemática da
lei de Joule é:

Q = 0,24 x Ι2 x R x t Onde 1J = 0,24 cal

Pág.109_CN04
Vamos exercitar para verificar o nosso nível de fixação.

1. Calcular a energia térmica libertada num condutor de resistência eléctrica 12Ω,


quando é percorrido por uma corrente eléctrica de intensidade 2A durante 2
minutos.

Então vamos resolver o exercício:

1. Dados 4. Resolução

R = 12Ω Q = Ι2 x R x t [A2 x Ω x s = J]
I = 2A Q = 22 x 12 x 120J
t = 2mim = 120s Q = 4 x 12 x 120J
Q = 4 x 1440J
2. Pedido Q = 5.760J

Q-?
5. Resposta
2. Fórmula
A energia térmica libertada no condutor
Q = Ι2 x R x t de resistência eléctrica é de 5.760J.

Um aquecedor eléctrico liberta uma quantidade de calor 288000J durante 20s.


Determine a sua intensidade sabendo que a sua resistência é de 100Ω.

1. Dados 4. Resolução

Q = 288000J Q = Ι2 .R.t
t = 120s
Q  Ι A 2 .Ω.s 2 
R = 100Ω Ι=  = A 
R.t  Ω.s Ω.s 
2. Pedido
288000 2
Ι-? Ι= A
20 x100
3. Fórmula
288 x10 2 x10 2
I= A
Q = Ι2 .R.t 2 x10 x10 2

Pág.110_CN04
288 x10 x10 −1
Ι= A
2

Ι = 144 x1A
Ι = 12A

5. Resposta: A intensidade do aquecedor eléctrico era de 12 Amperes (12A)

Agora, quando o receptor consome a energia fornecida, ao mesmo tempo há outra


energia que se transforma em calor este fenómeno do efeito de Joule se aplica no
aquecimento eléctrico dos fogões, ferro de engomar, aquecedores, secadores de
cabelo, etc.

Caro/a professor/a, apela-se que se tenha as devidas precauções quando


se manipulam os electrodomésticos ou melhor, quando se usam os
aparelhos eléctricos referidos anteriormente. Pois, quantos acidentes
eléctricos ocorrem, em virtude de falta de cuidados que os utentes têm no
uso destes aparelhos, portanto, os riscos de electrocussão (os vulgos
choques eléctricos), são muito graves, sobre tudo quando se utilizam estes
aparelhos em meio húmido.
Assim:

− Nunca efectuar qualquer ligação à tomada com as mãos molhadas.


− Nunca utilizar aquecedores eléctricos na casa de banho.
− Nunca utilizar o secador de cabelo, enquanto se toma banho, pois o
corpo humano é um bom condutor da corrente eléctrica.
− Nunca deitar água numa cafeteira eléctrica ligada à corrente.
− Nunca utilizar os ferros de engomar com os fios de ligação a
descoberto (fios descascados).

Caro/a professor/a, estes são alguns conselhos que chamamos atenção. Mas
estamos cientes que há tantos outros cuidados a ter no uso de aparelhos eléctricos e
como deve entender, não seria possível esgotá-los todos aqui. Contudo, estamos
seguros que acatou a nossa advertência.

Caro/a professor/a, no dia a dia vários foram as vezes que falou da


trovoada. Talvez neste preciso momento tivesse dificuldade de explicar o
trovoada.
− Tudo bem! – Juntos vamos explicar a trovoada. Vamos dizer que trovoada
não é mais do que uma “tempestade eléctrica” no ar. As nuvens são

Pág.111_CN04
constituídas por pequenas gotas de água líquida e pequenos pedaços de
gelo. Quer as gotas de água, quer os pedaços de gelo podem electrizar-se
por fricção, quando se movimentam com grande velocidade. Assim, uma
parte da nuvem pode ficar electrizada negativamente e outra positivamente.
Se a diferença de potencial entre as diferentes partes de uma nuvem ou
entre as nuvens ou ainda entre as nuvens e o solo for suficientemente
grande, normalmente um valor típico desta diferença de potencial é de
3.000.000V ou 3x106V, pode originar-se uma corrente eléctrica muito forte,
com um valor que pode atingir 30.000A ou 3x104A, embora temporária,
através da própria nuvem, ou entre nuvens ou ainda entre nuvens e a terra.
Isto acontece apesar de tanto a água, como o gelo e o ar serem maus
condutores. É essa corrente eléctrica muito intensa, mas de pequena
duração que constitui a descarga eléctrica ou, faísca que se chama
trovoada.

A corrente eléctrica produz um clarão muito intenso, daí que se vê o relâmpago. O ar


aquecido expande-se e vibra provocando estrondos fortes e aí, se ouvem os trovões.

Então, quando a descarga ocorre entre a nuvem e o solo, diz-se que “caiu um raio”.
Estes raios podem provocar incêndios, matar pessoas e animais e, ou danificar
outras coisas possíveis.

Caro/a professor/a, para evitar os efeitos de descarga dos raios, usam-se os pára
raios. Estes são constituídos por postes metálicos ligados ao solo, colocados acima
das habitações e convenientemente isolados das habitações.

Como os pára-raios são feitos de material metálico, condutor, se um raio atingir uma
habitação, a carga eléctrica transportada pelo “raio” é captada pelo “pára-raios” é
imediatamente transferido para o solo.

Durante uma trovoada deve evitar-se ficar em locais altos, por exemplo, é perigoso
ficar perto ou debaixo de uma árvore, num monte, etc,. porque esses locais são
facilmente atingidos pelos raios.

Caro/a professor/a, um outro fenómeno natural muitíssimo importante


na vida dos seres existentes no mundo que nos rodeia, é a existência da
luz.
Como é do nosso conhecimento, o sol e as estrelas enviam a luz para terra, a qual
nos permite visualizar os corpos. Esta luz percorre milhões e milhões de quilómetros
até atingir a terra, ou por outra, alcançar o nosso planeta.

Por outra se estivermos num lugar escuro, para ver os objectos que aí se encontram,
precisamos de lanternas eléctrica, a vela acesa ou de fósforo aceso, etc.

Os corpos físicos como o sol, as estrelas, a lâmpada de lanterna eléctrica, a vela


acesa, em física são emissores de energia luminosa, quer isto dizer, que são corpos
que emitem a luz.

Pág.112_CN04
Todos os corpos que emitem a luz se diz que são fontes luminosas.

A energia emitida, pelas fontes luminosas, penetram, isto é, estimulam os nossos


olhos, afectando os “nervos ópticos” que transmitem os sinais ao cérebro. É desta
forma que vemos corpos que emitem a luz.

Para além, de fontes luminosos existem também os corpos iluminados, por exemplo,
a terra, a lua, as nuvens, a parede e outros tantos corpos iluminados que podemos
tomar em consideração.

Caro/a professor/a, perceba que os corpos iluminados apenas enviam energia


luminosa para os nossos olhos quando a recebem das fontes luminosas.

E mais, todos os corpos que vemos, emitem ou reflectem a luz que nos penetra nos
olhos.

As fontes de luz podem ser puntiforme ou extensa. Chamamos de fontes puntiforme


quando suas dimensões são desprezíveis em relação as distâncias a que se
encontram os objectos que ilumina. Se o fenómeno ocorre de forma contrária
chamar-se-á fonte extensa.

Tomemos em consideração o exemplo a seguir:

Figs. 129 e 130 lâmpadas e um olho fontes pontiformes e fonte

Quanto a região por onde se propaga a luz recebe o nome de meio de propagação. É
necessário realçar que a luz se propaga mesmo no espaço, ou seja, no vácuo.

Um meio de propagação pode ser homogéneo ou heterogéneo. Dissemos que o meio


é homogéneo quando apresenta as mesmas propriedades físicas em qualquer
elemento do volume que se tomou em consideração. Caso apresente propriedade
diferente em algum elemento do volume tomando em consideração diremos que o
meio de propagação é heterogéneo.

Caro/a professor/a os meios de propagação também podem ser transparente,


translúcido ou opaco .

Pág.113_CN04
Um meio é transparente quando a luz se propaga neste meio por distância
consideráveis com trajectórias regulares e geometricamente bem definidas e
interposto, isto é, colocado entre o objecto e observador permitir que se enxergue
facilmente a luz, quer isto dizer, que se visualize perfeitamente o objecto.

Tomemos em consideração os exemplos a seguir:

O ar, água, vidro transparente, etc.

Figura 131 raios luminosos atravessar um meio óptico

Um meio se diz que é translúcido quando a luz se propaga por distâncias


consideráveis, com trajectórias irregulares. Este meio interposto entre um objecto e
um observador, permitirá que o observador note a presença do objecto sem, no
entanto, dar maiores detalhes sobre ele.

Caro/a professor/a, você tem vários exemplos sobre este fenómeno, tais como,
fumaça, neblina, papel vegetal, vidro fosco (este tipo de vidro é muito usado em
construções religiosas).

A luz atravessa com dificuldades

Pág.114_CN04
Figura 132 raios a atravessar um meio óptico com dificuldades

O meio opaco é aquele que não permite a penetração da luz. O meio opaco
interposto de um objecto e observador, impede que este veja o objecto.

Este é um outro cenário que é sobejamente conhecido pelo prezado/a professor/a,


pois, a madeira, o ferro, o betão, arvore, etc. já observou que impedem visualizar
outros corpos através deles.

A luz é totalmente impedida de atravessar.

Figura 133 raios luminosos totalmente impedidos de atravessar

Caro/a professor/a, vamos dizer que em princípio é impossível individualizar o feixe,


quer isto dizer, tomar um único feixe luminoso experimentalmente devido ao
fenómeno de difracção. Isto permite que se represente a luz como um conjunto de
feixes luminosos.

Como por exemplo:

Figs 134,135 e 136 feixes divergentes, paralelos e convergentes

Pág.115_CN04
Os feixes de luz durante a sua propagação podem ser:

Os feixes são divergentes quando todos os feixes de luz, passam por um ponto
comum e se propagam no sentido de afastamento do ponto comum.

Figura 137 feixes divergentes

Os feixes são convergentes quando todos os raios de luz passam por um ponto
comum P e propagando-se no sentido de aproximação do ponto comum.

Fig. 138 feixes convergentes

Também os feixes podem ser paralelos quando os raios de luz são paralelos.

Figura 139 feixes paralelos

Um exemplo de feixes divergentes que emana de uma fonte, puntiforme e de feixe


paralelo é o feixe que chega até a terra proveniente do sol e, o feixe convergente
pode ser obtido artificialmente através do uso de uma lente (elemento que possibilita
o desvio dos raios da luz) conforme o exemplo a seguir.

Pág.116_CN04
Figura 140 feixes luminosos que atravessam uma lente

Feixe de luz é o conjunto dos infinitos raios que emanam dos pontos que constituem
a fonte extensa.

Caro/a professor/a, o princípio da propagação da luz diz-nos que num meio


homogéneo e transparente a luz se propaga em linha recta.

Por exemplo:

Figura 141 feixe luminoso que atravessa dois meios ópticos

Como se pode observar na imagem a fonte F e o observador são


interpostos por dois corpos, adoptados respectivamente de orifícios A e
B. O observar enxergará a luz proveniente da fonte se F, A e B
estiverem sobre a linha recta da luz que passa pelo centro do seu globo
ocular.
O princípio da independência da propagação dos raios luminosos diz-nos que um
encontro, ou por outra, a intersecção de dois ou mais raios luminosos em cada altura
a propagação dos mesmos.

Pág.117_CN04
Considere o exemplo

Figura 142 duas fontes de feixes luminosos cujos feixes intersectam durante a
propagação

* Cada feixe dirige-se na sua direcção e sentido, não obstante o facto de ter havido
encontro dos raios luminosos provenientes de duas fontes de luz.

Um outro princípio é o princípio da reversibilidade do raio luminoso que nos diz que o
trajecto seguido pela luz é independente do qual é percorrido.

Tomemos em consideração o trajecto do feixe luminoso ABCD, representado na


figura abaixo.

Figura 143 feixes luminosos que mudam sucessivamente da direcção e sentido

E se a luz incidisse no sentido de D para C, ela percorreria a trajectória DCBA, isto é,


a luz se propagaria sobre o mesmos trajecto em sentido inverso.

A reflexão é o fenómeno que se caracteriza pelo retorno da luz ao próprio meio de


incidência, depois de encontrar uma superfície que separa este meio de um outro. A
reflexão pode ser difusa e regular.

Leis de reflexão

1. o raio reflectivo pertence ao plano de incidência. ∠I = ∠r

Pág.118_CN04
2. o ângulo de reflexão é igual ao ângulo de incidência.

Figura 144 a reflexão regular


Este é o exemplo de uma reflexão regular, onde a luz retorna ao meio com sentido
contrário a propagar-se em direcção bem definida.

Figura 145 refracção de feixes luminosos

A reflexão difusa, retorna ao meio propagando-se em todas as direcções possíveis.

Caro/a professor/a, o fenómeno de refracção caracteriza-se pela passagem da luz do


meio de incidência, depois de encontrar esta superfície que separa este meio doutro.

Figura 146 refracção de feixes luminosos

Leis de refracção

1. o raio rafratado pertence ao plano de incidência.


2. para dois meios dados, e para uma determinada luz simples incidente, é
constante a razão entre o seno do ângulo incidente e o seno do ângulo
refractado desde seno i ≠ 0.

Pág.119_CN04
Também existe o fenómeno de absorção que se caracteriza pelo facto de a luz, ao
incidir na superfície de separação de dois meios não se propaga no segundo meio e
nem retorna no primeiro meio (meio de incidência).

Caro/a professor/a, vamos chamar de espelho plano o sistema óptimo formado por
uma superfície reflectora plana.

Consideremos o exemplo das imagens seguintes:

Figs. 147, 148 e 149 superfícies planas com as respectivas imagens

Caro/a professor/a, neste tipo de espelhos, podemos concluir que:


− para um espelho plano, o objecto e a imagem são simétricos ponto à ponto
em relação ao plano do espelho, tendo portanto, mesmas dimensões e
naturezas contrárias.
Quanto aos espelhos esféricos chama-se de espelhos esféricos qualquer superfície
reflectora que faça parte da superfície esférica.
Se a superfície reflectora estiver voltada para o centro da esfera, se diz que o
espelho esférico é convexo.
Consideremos os seguintes exemplos:

Figs. 150, 151 e 152 espelhos esféricos

Pág.120_CN04
A face interna da calota é reflectora, este tipo de espelho é côncavo.
A face externa da calota é reflectora, este tipo de espelho é convexo.
Caro/a professor/a, antes de caminhar muito com o estudo dos espelhos esféricos,
definamos elementos constituintes de espelhos esféricos que são:
− o raio luminoso, centro de curvatura, vértice, eixo principal eixos
secundários, ângulo e raio da abertura, e por último planos meridianos de
abertura.
Observemos o seguinte exemplo:

Figura 153 ilustrar espelho esférico

Comentário

O centro de curvatura do espelho, C, coincide com o outro de curvatura de calota o


raio de espelho, R, é o próprio raio da curvatura da esfera à qual pertence a calota.

O vértice do espelho, V, é o vértice (polo) da calota e qualquer recta que passa pelo
centro de curvatura do espelho constituí um eixo. Se a recta passa pelo eixo chama-
se principal e caso contrário se chama secundário.

Caro/a professor/a, agora vamos fazer a representação esquemática de espelhos


esféricos:

Figura154 espelho esférico a reflectir raios luminosos

A título de exemplo os espelhos convexos são utilizados como retrovisores de


automóveis.

Pág.121_CN04
figura 155 espelho esférico a reflectir raios luminosos

Por exemplo os espelhos côncavos são utilizados nos faróis dos automóveis.

Para obter algumas imagens nos espelhos esféricos precisamos de proceder de


seguinte maneira.

1. traçar um raio que parte de extremidade do objecto (ponto dado), que incide
paralelamente ao eixo principal e que encontra o espelho num ponto que
podemos chamar Ι .

Figs.156 e 157 construção de imagem em espelhos esféricos

2. Unir o ponto Ι ao foco do espelho.

Figura 158 construção de imagem

Pág.122_CN04
3. Unir a extremidade do objecto ao centro C do espelho.

Figura 159 construção total da imagem

Caro/a professor/a, estes são os procedimentos fundamentais para constituir as


imagens em espelhos côncavos ou convexas.

Então, as únicas situações que podem variar na construção das imagens são as
posições que o objecto pode formar em relação ao centro, foco e o espelho.

− A título de exemplo, o objecto está entre

1. o foco e o centro

Figura 160 construção da imagem

2. O espelho e o foco

Figura 161 construção de imagem

Pág.123_CN04
Colega professor/a, você foi bem sucedido no estudo dos temos anteriores, continue
com o seu estudo com atenção desta feita virada para o tema Combustão. Mas para
melhor compreender este tema precisa de conhecer corpos combustíveis,
incombustíveis, comburentes e incomburentes. – Chama-se combustíveis todas
as substâncias que ardem no seio do ar onde outro gás; Incombustíveis são as
substâncias que não ardem.

Comburentes são as substâncias que alimentam as combustões e Incomburentes as


que não alimentam combustões.

Os combustões mais empregados na indústria são os carvões, os derivados do


petróleo e certas misturas gasosas, como o gás de iluminação. O comburente mais
empregado é o ar, por conter oxigénio. É este que alimenta as combustões.

As combustões podem ser lentas e/ou vivas

− O fenómeno que conhecemos com o nome de combustão é acompanhado de


desenvolvimento de luz e calor. Mas você já teve ocasião de ver, o fósforo
consome lentamente o oxigénio do ar, sem chama nem incandescência,
consumindo-se ele próprio também. Este fenómeno é análogo ao que se
passa quando o fósforo arde; a diferença está na ausência de chama e de
desenvolvimento de calor, imediatamente sensível. É em virtude de tal
semelhanças que se emprega a designação de combustão para ambos os
fenómenos, reservando o nome de combustão viva para o caso de haver
chama ou incandescência e o de combustão lenta para o caso de a não
haver.
O fenómeno fisiológico da respiração dos animais e das plantas é também uma
combustão lenta; o mesmo diremos do enferrujamento do ferro.
O enxofre, o carvão, o magnésio, o ferro e outros metais sofrem combustão viva,
embora nem todos com a mesma facilidade. Para se fazer a combustão dos três
primeiros no ar basta aquecê-los numa chama.
O ferro também arde, mas é preciso encontrar-se em estado de grande divisão(em
pó).
Experiência(fig. A) – Deixe-se cair um pouco de limalha de ferro sobre a ponta da
chama do bico de Bunsen. Observar-se-á que as partículas de limalha ardem,
produzindo faíscas de brilho vivíssimo.

Fig. 162

Pág.124_CN04
No seio do oxigénio, as combustões do carvão e do enxofre fazem-se com
comodidade usando uma colher de combustão(fig. B) a qual se introduz num frasco
de vídeo cheio de oxigénio.

O enxofre arde com uma bonita chama azul(fig. C) formando um gás denominado
anidrido sulfuroso, de cheiro irritante, que provoca a tosse. Temos assim:

Enxofre + Oxigénio Anidrido sulfuroso

Fig. 163 Combustão do enxofre no Fig. 164 Combustão do carvão no


oxigénio oxigénio

O Carvão adquire uma incandescência viva e muitas vezes deflagra, atingindo


partículas incandescentes para todos os lados (fig. B) e formando outro gás,
chamado anidrido carbónico, que é precisamente a substância que forma na
respiração dos animais e das plantas:

Carvão + Oxigénio Anidrido Carbónico

Inflamando a extremidade de uma fita de magnésio e introduzindo-a rapidamente


num frasco de oxigénio (fig. D), observa-se que a chama se tornou ainda mais
deslumbrante em virtude da maior violência da combustão. Desta resulta uma
espécie de cinza constituída por óxido de magnésio:

Magnésio + Oxigénio de magnésio

Fig. 165 Combustão do magnésio

Pág.125_CN04
Um fio de ferro enrolado em hélice, tendo a ponta rubra, logo que se introduz no
oxigénio torna-se incandescente e consome-se em poucos segundos, desprendendo
pequenos glóbulos negros de uma substância que negros de uma substância que se
chama óxido salino de ferro:
Ferro + Oxigénio Óxido salino de ferro

Nesta combustão do ferro torna-se necessário, para manter rubra a extremidade,


prender a esta uma isca de papel ou de algodão a arder(fig. E) pois de contrário, ao
transferir o fio da chama para o frasco, a temperatura baixa e a combustão não pode
ter início.

Fig. 166 Combustão do ferro no oxigénio

As experiências precedentes mostram-nos que as combustões no oxigénio se fazem


com maior violência que no ar. Outra coisa não haveria a esperar uma vez que, num
certo volume de ar, só a quinta parte é de oxigénio.

Em todas as combustões descritas há combinação da substância combustível com o


oxigénio. Por isso a combustão também se chama oxidação.

Em suma, combustão é acto de queimar ou de arder; é a combinação de uma


substância com oxigénio ou com certos outros elementos, como, por exemplo, o
cloro com desenvolvimento de calor e luz.

Continue a estudar o seu módulo. A seguir você vai estudar mais um


capítulo das Ciências Naturais no qual vai aprender a produção do som,
as suas características e a audição como órgão sensorial humano
responsável pela captação do som.
Vamos iniciar esta nossa abordagem dizendo que o som é o mais antigo meio e
comunicação utilizado pelo Homem. Pois já na Idade da pedra, nos tempos
primitivos, o homem sentiu necessidade de produzir sons através da voz ou das
mãos para comunicar.

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O primeiro instrumento que usou talvez foi o tronco oco percurtido por uma vara de
madeira. Mais tarde, peles de animais depois de esticadas e postas a vibrar.
Contudo, com a evolução dos tempos, o Homem foi concebendo, não só,
instrumentos que emitissem sons, também modulando-os, de forma a torná-los cada
vez mais harmoniosos.
Afinal, o que é o som? – Muito bem! – Vamos dizer que som é a sensação auditiva
causada pela vibração de corpos que é percebida pelos nossos ouvidos desde que
sejam atingidos por vibrações com certas características.

Para produzir o som é muito fácil e simples. Bastará ter um objecto qualquer junto de
si, que pode ser régua, moeda, esferográfica, elástico, etc; e fazê-lo variar a sua
posição de equilíbrio, isto significa que, alterar o estado de repouso ou de
movimento(alterar o estado de inércia) do corpo em causa para produzir um
determinado som.

Parece que não entendeu devidamente. Tudo bem! - Pegue na régua ou


esferográfica que estão por cima da sua carteira, levante e largue imediatamente. Já
viu que produziu um som. É isso que deve perceber com a produção de som.

O som produzido pela vibração do corpo pode ser visualizado pelo


osciloscópio previamente ligado a um microfone colocado perto da fonte
sonora.

Fig. 167

O som é produzido devido a vibração dos corpos. Pelo que se deve perceber que a
produção de sons resulta da vibração dos corpos que pode ser obtida através de
instrumentos de cordas de percussão e até de sopro.

Prezado cursista tenha em consideração os seguintes instrumentos de sons:

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Fig. 169 instrumento de
Fig. 168 instrumento de corda percussão Fig. 170 instrumento de sopro

Para facilitar a compreensão, vamos falar da voz humana que tem origem em corpos
vibratórios com as cordas vocais existentes na garganta.

Quando inicia a vibração, esta é comunicada as partículas do meio


envolvente(geralmente o ar) que entram também em vibração, vibração esta que é
transmitida às seguintes e assim sucessivamente. É esta perturbação que, ao
propagar-se, acaba por atingir a membrana do tímpano fazendo-a também vibrar.
Desta vibração resulta o som.

A Altura é uma característica do som que permite distinguir um som alto também que
se chama som agudo ou fino de outra característica um som baixo que também se
pode chamar som grave ou grosso.

Caro/a cursista, se tomarmos a régua como corpos vibrantes podemos observar que
produz um som que é tanto mais alto quanto mais curta for a extremidade onde aplica
a força e o ponto de fixação.

Para facilitar a compreensão deste aprendizado, faça a experiência usando uma


régua que pode ser de 30 centímetros (30cm),procedendo da seguinte maneira:

1. Coloque a régua sobre a sua carteira


2. fixe a régua com outra mão aos 5cm, 10cm até aos 30cm
3. observará que a vibração produzida pelo corpo, variará do som mais alto, isto
é, agudo ou fino ao som mais baixo que também, se diz grave ou grosso.

Atenção prezado/a cursista, esta experiência pode fazer um elástico, pente,


esferográfica ou qualquer outro corpo que estiver ao seu alcance. A opção da régua é
por ser um material que contém uma graduação precisa.

Então, como teria observado pode-se concluir que ao diminuir o comprimento


vibrante, isto é, de som para som contribui-se para que no mesmo intervalo de
tempo, o número de vibrações aumente tornando assim o som mais alto.

Assim, torna fácil perceber que a altura do som está relacionada com o número de
vibrações executadas em cada unidade de tempo, quer isto dizer, que relaciona-se
com a frequência de vibração.

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Por último, diremos que um som é tanto mais alto ou agudo quanto maior for a
frequência de vibração ou vice – versa.

A frequência de vibração depende das características do corpo vibrante,


nomeadamente, o comprimento, tensão da espessura onde nestes dois últimos casos
se tratar de uma corda. Pelo que o fenómeno sonoro que ocorre com o corpo sólido
também acontece com as partículas de ar. Pois, a frequência de vibração depende
da coluna de ar existente. Dentro de um instrumento. Se não vejamos os seguintes
exemplos:

Fig. 171
Comentários
Pode-se observar que batendo igualmente nas garrafas ouvem-se sons de alturas
diferentes, pois sendo as colunas diferentes de ar em vibração, são também
diferentes as frequências de vibração.
Para o exemplo concreto pode-se verificar que a altura do som tem a frequência
de vibração a aumentar de A para D

Fig. 172 Fig. 173

Fig. 174 Fig. 175


Comentário

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Aqui nesta situação da corda tocando a corda igualmente haverá oscilações das
amplitudes de vibração da corda e consequentemente diferentes frequências de
vibração para a corda A e B.

Talvez, fosse oportuno dizer que a frequência é uma grandeza física, por tanto pode
ser medida e tem umas unidades próprias. Deste modo diremos que a frequência
exprime-se geralmente em Hertz, cuja abreviatura é HZ que foi assim denominado
em homenagem ao físico Alemão Heinriut Hertz que viveu entre (1857 – 1894)

Um Hertz representa uma vibração completa executada num segundo, isto significa
que, é a unidade da frequência igual a um ciclo vibratório por segundo ou período.

Temos o exemplo da Frequência da Vibração da corda:

Fig. 176 Fig. 177

Fig. 178 Fig. 179

Prezado/a professor/a pode observar que a corda A é comprida e grossa e ao passo


que a corda B é curta e fina. Estas características têm efeito na vibração das cordas.

Se não vejamos:

A corda a ter um som fraco e a sua intensidade é fraca enquanto que a corda B tem
um som forte e a sua intensidade forte. Assim, facilmente pode-se observar que as
cordas(A e B) têm a mesma frequência(2Hz) mas têm amplitudes diferentes e os
sons emitidos têm intensidades diferentes.

A intensidade é uma característica que permite apreciar, isto é, permite avaliar um


som, classificando-o de fraco ou forte.

A intensidade do som também depende da amplitude de vibração sonora. Pois um


som é tanto mais forte quanto maior for a sua amplitude.

A amplitude é o deslocamento máximo da lâmina, isto é, a curvatura em relação a


sua posição de equilíbrio.

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Por exemplo:

Fig. 180

Prezado/a professor/a embora a intensidade de um som dependa da amplitude de


vibração da fonte sonoro, é verdade que dois ouvintes colocados a distâncias
diferentes da referida fonte, têm sensações diferentes de audição. Para eles, o som
não tem a mesma intensidade porque quando um som é emitido, propaga-se através
do meio envolvente em todas as direcções e sentidos. Então, as partículas do ar, um
contacto com a fonte sonora, adquirem energia cinética que vai sendo transmitida
sucessivamente às outras partículas, para além da Energia cinética que se dissipa
com o atrito.

Assim, as partículas mais afastadas da fonte sonora recebem menos Energia, a sua
amplitude de vibração é menor e, consequentemente, o som captado é mais fraco.

Um som produzindo tem um certo timbre. O timbre é uma características sonora que
permite distinguir sons com a mesma intensidade e altura, mas produzidos por fontes
sonoros diferentes.

Tomem como exemplo, uma mesma nota musical, produzida por um piano ou por um
violino, pode ser distinguida em virtude de terem timbres diferentes. Também é
relevante realçar que é pelo timbre que distinguimos as vezes das pessoas, uma vez
que forma como as cordas vocais vibram é diferente.

Caro/a professor/a fique lembrado que são poucos os sons que têm uma única
frequência. E os seus com uma só frequência se designam-se de sons puras ou sons
simples. Pode-se tomar como exemplo, o caso do som emitido por um diapasão, se
percutido debilmente ou por uma flauta desde que soprada levemente.

Fig. 181 Som puro

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Mas na verdade, a maioria dos sons são misturas em que predomina um som, que se
chama som fundamentalmente e, outros de maior frequência, que se chamam sons
harmónicos.

Fig. 182

Prezado/a professor/a dissemos anteriormente que a frequência é uma grandeza


física e a sua unidade fundamental é o Hertz(Hz).

Então juntos pensemos da seguinte maneira para facilitar a compreensão na


reformulação da equação da frequência:

1. Sabemos que o som se propaga no meio em forma circular


2. A distância percorrida pelo som é perímetro da circunferência ( λ )
3. A onda sonora se propaga com uma certa velocidade
4. A velocidade e o comprimento da onda são as duas grandezas que determinam a
intensidade e amplitude da onda sonora, ou por outra, definem o tempo da
realização do ciclo ou período da onda sonora, que é a frequência da onda
sonora.

Agora vamos a apresentação da equação baseando nos exemplos da corda e


objecto lançado numa superfície líquida:

1.

Fig 183 Fig. 184 Fig. 185

2. A distância: λ = S = p 0 = 2ΠΓ (Perímetro da circunferência) ⇔ P0 = 2ΠΓ

s
3. A verdade: V = , onde t(tempo) = T(período) ⇔ t =T
t

4. A velocidade: V = λ • F ; onde: λ - é comprimento

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F – é frequência.
V V v
5. A frequência: F = ou F= ou F = ;
λ p0 s
s s s
F = t ou F = t ou F = t ;
λ p0 s
s s s
F = ÷ λ ou F = ÷ p 0 ou F = ÷ s ; S = p 0 = λ
t t t
ou
p 0 = 2ΠΓ
s 1 s 1 s 1
F= × ou F = × ou F = ×
t λ t p0 t s

2ΠΓ 1 2ΠΓ 1 2ΠΓ 1


F= × ou F= × ou F = ×
T 2ΠΓ T 2ΠΓ T 2ΠΓ
1 1 1
F= ou F = ou F = Onde:
1
T T T T

Unidades:

1 1  1
F=  = 1s −1 = 1Hz  ⇒ F = [1Hz ] Unidade Fundamental
T s  T

Prezado/a professor/a o som se propaga. Ele propaga-se no ar com uma velocidade


extremamente pequena se comparada com a velocidade da luz. Neste processo
devemos perceber que a velocidade das ondas sonoras depende, tal como acontece
com todas as ondas, das propriedades do meio, tais como a temperatura, a
densidade e a elasticidade que interferem acentuadamente conforme a natureza do
material que propaga a onda sonora.

O som propaga-se de forma crescente de gases, líquidos à sólidos, em virtude de as


partículas constituintes dos corpos que transportam o som ser mais próximas umas
das outras nesta ordem de crescimento da natureza de material.

Para facilitar a compreensão tomemos os seguintes exemplos:

1. O sino da igreja a tocar 2. O som produzido pela 3. As mensagens


o altifalante da casa de máquinas do transportadas pelo fio
mesquita ou agente de navio que é ouvido telefónico do Emissor
recenseamento a pelo mergulhador ao receptor
chamar
Fig. 186 Fig. 187 Fig. 188

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Nesta situação o som Nesta Segunda o som Na terceira situação o som
propaga-se através do ar propaga-se através da se propaga através do
nos gases água - nos líquido metal – nos sólidos.

Querido/a professor/a para que o som seja transmitido, não basta a existência de um
meio material; é necessário que o meio seja elástico, isto significa que, o meio deve
ter propriedades com partículas susceptíveis de vibração, pois caso contrário, a
transmissão do som será prejudicada ou mesmo anulada, isto porque o som não se
propaga no vazio.

Neste contexto, podemos tomar como exemplos de materiais não elásticos a cortiça,
a lã e o algodão. Portanto, estes materiais e outros com comportamento igual são os
que se aplicam quando se pretende resolver problemas de isolamento do som.

Um outro factor que interfere na propagação do som é a temperatura. Pois o som


propaga-se mais depressa num meio como ar, em ambiente mais quente do que frio,
devido a elevação da temperatura que provoca a diminuição da densidade no meio
de propagação.

As ondas sonoras durante a sua propagação no meio elástico podem ser reflectidos,
difractados ou refractadas.

O som reflecte-se ao encontrar uma superfície rugosa ou material elástico. Este tipo
de superfície reflectora deverá apresentar uma dimensão não muito pequena par que
o som seja reflectido na totalidade.

Mais, a reflexão do som é um fenómeno físico que só se manifesta se superfície


reflectora apresentar uma dimensão superior ao comprimento da onda sonora.

Fig. 189 Fig. 190

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Prezado/a professor/a, se o obstáculo no qual o som incide, for mais pequeno que o
comprimento da onda sonora, só uma pequena parte do som será reflectida. Neste
caso, o som contornará o obstáculo originando outro fenómeno que se chama
difracção.

Este fenómeno se diz vulgarmente que o som “contorna as esquinas”.

Vejamos o exemplo:

Fig. 191 Fig. 192

Quanto ao fenómeno da refracção é aquele que ocorre quando uma onda sonora
passa de um meio elástico para outro de densidade diferente. Nessa passagem, a
velocidade do som altera-se e, por consequência, a direcção de propagação da onda
é modificada, a menos que incida perpendicularmente à superfície «fronteira» dos
dois meios.

Recorde-se que é extremamente difícil as ondas sonoras passarem de um meio para


outro, de densidade de diferente e, como resultado deste fenómeno, as paredes ocas
proporcionam melhor insonorização que as paredes maciças.

Fig. 193

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* o ponto A é o encaminhamento convergente por forma o som refractado seja
intensificado.

Colega professor/a já prestou atenção para situações que se numa montanha, num
túnel ou até numa sala despida de móveis, o som emitido repete-se.

Na realidade, o que acontece é que o som emitido reflecte-se nos obstáculos que
encontra, nomeadamente, nas paredes e, assim, vai e vem várias vezes. Aí diremos
que temos neste caso eco.

Assim, diremos que o Eco é a reflexão do som produzida diante de um obstáculo


(com superfície dura) que projecta sucessivamente o som emitido.

Agora, se o som reflectido volta ao ponto de origem antes de decorrer 0,1s ou 10Hz,
aproximadamente à 34m, em relação a fonte e o ouvinte haver uma sobreposição de
sons, dando sensação de que o som foi reforçado, diremos que não é Eco, mas sim
ressonância.

E numa situação que o fenómeno provoca a sensação de que o som reflectido tem e
aos múltiplos e cada vez mais pode ser ouvidos de forma fraca em instantes
diferentes e, prolonga o som original se chama Reverberação.

Prezado/a professora/a estes fenómenos físicas, referentes ao som, têm diversas


aplicações na vida quotidiana da sociedade humana.

Temos exemplo da refracção de ondas sonoras que é usada no estudo da estrutura


profunda da terra, bem como na prospecção sísmica de combustíveis fósseis e de
minerais.
Á reflexão é aproveitada para medir a profundidade do mar num determinado local,
na localização de submarinos e outros “obstáculos”(que podem ser Iceberg –
montanha de gelo, barcos ou navios afundados, etc.), no fundo do mar, etc. e a
técnica que aproveita este fenómeno chama-se SONAR (Souna Navigation And
Ranging – o que significa sistema de navegação e localização por son).

Estas técnicas também se utilizam em medicina, nas Ecografias, a fim de determinar


o tamanho e a forma de diferentes órgãos e para desfazer as pedras dos rins sem
que seja necessário recorrer a intervenção cirúrgica.

Como está vendo os sons têm diversas aplicações práticas, pois as pessoas se
comunicam através dos sons, os comboios transmitem mensagens a outros
comboios, a pessoas e até a estações de Caminho – de - Ferro a grandes distâncias
através de sons, há discotecas, concertos e serenatas porque existe a indústria de
produção de aparelhagem sonora na escala mundial.

Mas, se a produção sonora não é regulada em conformidade nível de consumo, a


produção sonora pode causar perturbações que criam poluição sonora o ambiente.

O ouvido, sendo um órgão extremamente delicado, possui uma notável sensibilidade,


precisa de consumir quantidades de som que mantêm o meio ambiente saudável.

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Deste modo é necessário evitar produzir ruídos, porque estes estão associados a
ondas sonoras irregulares, e, normalmente o ruído acumula todas as frequências e,
geralmente desagradáveis ao ouvido.

O progresso e o desenvolvimento da ciência e tecnologia, também contribuem com a


produção da poluição sonora. Se não vejamos alguns exemplos:

l Os meios de transporte nas zonas urbanas, e em especial nas horas de ponta,


as instalações industriais, a construção civil e obras públicas que utilizam
máquinas como os canterpíllar, a brocas perfuradoras, as discotecas e rádios
domésticos ou de automóveis são algumas das principais causas do ruído no
meio ambiente.

Para minimizar a poluição sonora, pode através da legislação, tomar-se medidas de


protecção contra ruídos que passam necessariamente em:

l Fixar limitações sobre veículos motorizados ou automóveis e isolamento acústico


nas mais diversas situações, como é o caso das discotecas, buzinar nas
unidades hospitalares, etc.
l Recorrer a utilização de barreiras de cortar – sons nas auto – estradas.
l Estabelecer prazos(anos) para um veículo motorizado circular no centro urbano.

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CURRÍCULO DO CURSO DE 10ª + 2

Formação Geral----------------------- 30 módulos

DISCIPLINA Nº. DE MÓDULOS

1. Português ( 5 módulos )
2. Inglês ( 3 módulos )
3. Linguística Bantu ( 3 módulos )
4. Matemática ( 2 módulos )
5. História ( 2 módulos )
6. Geografia ( 2 módulos )
7. Ciências Naturais ( 4 módulos )
8. Educação Moral e Cívica ( 3 módulos )
9. Educação Visual e Tecnológica ( 2 módulos )
10. Educação Musical ( 2 módulos )
11. Metodologia de Investigação Científica ( 2 módulos )

Formação Profissional ----------------35 módulos e 2 guiões

DISCIPLINA Nº. DE MÓDULOS

12. Pedagogia (4 módulos )


13. Psicologia (3 módulos )
14. Organização e Gestão Escolar (3 módulos )
15. Sociologia de Educação (3 módulos )
16. Metodologia do Ensino de Português (3 módulos )
17. Metodologia do Ensino de Inglês (3 módulos )
18. Metodologia do Ensino de Matemática (4 módulos )
19. Metodologia do Ensino de Ciências Sociais (2 módulos )
20. Metodologia do Ensino de Ciências Naturais (3 módulos )
21. Metodologia do Ensino de Educação Moral e Cívica (1 módulo )
22. Metodologia do Ensino de Ofícios (1 módulo )
23. Metodologia do Ensino de Educação Física (3 módulos )
24. Metodologia do Ensino de Educação Musical (2 módulos )
25. Educação Bilingue (1 guião )
26. Estágio Supervisionado (1 guião )

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PROPRIEDADE DO IAP – AUTORIZADA A REPRODUÇÃO OU CÓPIA APENAS AO NUFORPE

COPYRIGHT: REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

IAP – INSTITUTO DE APERFEIÇOAMENTO DE PROFESSORES

FORMATADO E IMPRESSO NO CENTRO DE PROCESSAMENTO DE DADOS


E GRÁFICA DO INSTITUTO DE APERFEIÇOAMENTO DE PROFESSORES
TIRAGEM: 70 000 EXEMPLARES – 1ª EDIÇÃO -2003

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