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CARGA ELÉTRICA

Um corpo tem carga negativa se nele há um excesso de elétrons e positiva se há falta


de elétrons em relação ao número de prótons.

A quantidade de carga elétrica de um corpo é determinada pela diferença entre o


número de prótons e o número de elétrons que um corpo contém. O símbolo da carga
elétrica de um corpo é Q, expresso pela unidade coulomb (C). A carga de um coulomb
negativo significa que o corpo contém uma carga de 6,25 x 10 18 mais elétrons do que
prótons.
CORRENTE ELÉTRICA

Corrente (I) é simplesmente o fluxo de elétrons. Essa corrente é produzida pelo


deslocamento de elétrons através de uma d.d.p em um condutor. A unidade
fundamental de corrente é o ampère(A). 1 A é o deslocamento de 1 C através de um
ponto qualquer de um condutor durante 1 s.

I=Q/t

O fluxo real de elétrons é do potencial negativo para o positivo. No entanto, é


convenção representar a corrente como indo do positivo para o negativo.

*Para medir a corrente elétrica nos temos os seguintes instrumentos:

Amperímetro: medidas em ampère;

Microamperímetro: medidasem microampère;

Miliamperímetro: medidas em miliampère;

Kiloamperímetro: medidas em kiloampère.

*Efeitos da Corrente Elétrica

Calor: o calor nada mais é do que a energia térmica em trânsito, ou seja, a


transferência dessa energia de um corpo para outro, quando há diferença de
temperatura, este aquecimento é útil em chuveiros, aquecedores, lâmpadas
incandescentes, fusíveis, e totalmente inútil em motores elétricos.

Efeito Joule: é o fenômeno de transformação de energia elétrica em energia


térmica(calor). Podemos calcular esta quantidade de calor com a fórmula:

Q= 0,24 x R x I² x t

onde:

Q = quantidade de calor em calorias;

0,24 = constante [equivalente térmico de calor( 1J=0,24 Cal)];

R = Resistência em ohms;
I² = Corrente elétrica ao quadrado, em ampères;

t = Tempo em segundos.
A eletricidade está presente nas nossas vidas, em nosso cotidiano, em praticamente tudo o que fazemos como, por
exemplo, quando tomamos banho, ao acendermos uma lâmpada, quando utilizamos a televisão, etc.. O estudo dessa
parte da física se faz necessário, pois ajuda a compreender os inúmeros fenômenos que estão ligados ao nosso dia-a-
dia. A todo o momento o ser humano se relaciona com fatos da natureza e o seu modo de viver depende da
eletricidade e dos aparelhos elétricos modernos.

Thales de Mileto, filósofo e matemático grego, ficou conhecido por suas teorias na área da cosmologia, além de ser, de
acordo com a história, o homem que fez as primeiras descobertas relacionadas aos fenômenos elétricos. Tales
observou que após atritar pele de animal com o âmbar, uma resina vegetal, ela adquiria propriedades de atrair corpos
pequenos e leves como, por exemplo, sementes de grama e pedaços de palha. Muitos anos mais tarde, cerca de 2000
anos, começaram a ser feitas observações mais cuidadosas a respeito dos fenômenos elétricos, dentre todas se
destacam as que o médico inglês W. Gilbert fez. Gilbert observou o comportamento de vários corpos quando atritados
e concluiu que eles se comportavam como o âmbar, ou seja, tinham a capacidade de atrair outros corpos.

A eletricidade é o resultado da existência de carga elétrica nos átomos que constituem a matéria. Como se sabe, um
átomo é composto por prótons (cargas positivas), elétrons (cargas negativas) e nêutrons, que não possuem carga. Os
prótons e os nêutrons ficam no interior do núcleo do átomo, os elétrons ficam na eletrosfera - ao redor do núcleo.

O estudo da eletricidade é dividido em três partes:

• Eletrostática – estuda as cargas elétricas em repouso;


• Eletrodinâmica – é o estudo das cargas elétricas em movimentação, ou seja, o estudo de corrente elétrica e das
propriedades dos circuitos que são percorridos por ela.
• Eletromagnetismo – nessa parte são estudadas as relações entre a eletricidade e o magnetismo, bem como a
ligação entre os fenômenos magnéticos e elétricos.

Energia Nuclear / Atómica

 A que se encontra armazenada nos núcleos atómicos e se liberta por


cisão (fissão) dos núcleos pesados, ou por síntese (fusão) dos núcleos
leves. Constitui a forma de energia mais moderna e de maior
rendimento com que conta o homem para o seu serviço. Actualmente é
utilizada para a obtenção de electricidade, de isótopos radioactivos, em
Radiologia, em Medicina, etc. Mais>>>
Energia hidroeléctrica

 Nome que se dá à corrente eléctrica industrial que se destina à


iluminação, à impulsão de motores, produção de calor, etc. Em geral é
obtida em centrais hidroeléctricas, aproveitando as diferenças do nível
da água, ou em centrais térmicas, mediante a utilização de um
combustível adequado. A unidade de potência eléctrica é o watt, que
equivale a um joule por segundo; na prática emprega-se o quilowatt,
equivalente a mil watts. Mais>>>

Energia Eólica

 É aquela que aproveita o vento, ou seja, o ar em movimento. É a


mais económica de todas as formas de energia e uma das primeiras
utilizadas pelo homem. Mais>>>

Energia Geotérmica

 É a devida ao calor interno da Terra. Este calor provoca a


evaporação de grandes quantidades de água nas camadas profundas do
solo e a sua saída violenta para a superfície. A crise energética de que
padece o mundo faz com que sejam procuradas possíveis energias
alternativas. A energia geotérmica foi utilizada pelo homem desde os
tempos mais remotos; basta recordar o uso que foi feito das águas
termais. Nas zonas que poderíamos chamar privilegiadas, é possível
aproveitar as emanações para fins de aquecimento ou produção de
electricidade. Mais>>>

Energia Potencial

 A que possui um corpo pelo facto de se encontrar num campo de


forças; por exemplo, o da gravidade.

Energia Solar

 A obtida pelo aproveitamento das radiações solares. Reúne duas


grandes vantagens: a sua abundância e a sua condição de recurso
renovável e não contaminante. A técnica moderna utiliza a energia solar
para diversos fins: domésticos (em forma de aquecimento doméstico ou
da água), fornos solares, depuradores e evaporadores de água do mar,
etc.
Energia do mar

 Os oceanos podem ser uma fonte de energia para iluminar as nossas


casas e empresas. Neste momento, o aproveitamento da energia dos
mar é apenas experimental e raro. Mais>>>

Energia termoeléctrica

 A energia termoeléctrica é produzida a través de carvões vegetais,


que em Portugal não existem. O carvão é queimado e com a sua pressão
faz com que as turbinas funcionem.
Disjuntor é um dispositivo eletromecânico que permite proteger uma determinada
instalação eléctrica contra sobre-intensidades (curto-circuitos ou sobrecargas).
Sua principal característica é a capacidade de poder ser rearmado manualmente quando
estes tipos de defeitos ocorrem, diferindo do fusível, que tem a mesma função, mas que
fica inutilizado depois de proteger a instalação. Assim, o disjuntor interrompe a corrente
em uma instalação elétrica antes que os efeitos térmicos e mecânicos desta corrente
possam se tornar perigosos às próprias instalações. Por esse motivo, ele serve tanto
como dispositivo de manobra como de proteção de circuitos elétricos.

Um dusjuntor temomagnético é um dispositivo usado na proteção de circuitos elétricos,


contra: curto circutos ou sobrecargas. A lámina bimétalica é um instrumento que se
dilata com a medida em que a temperatura aumenta, no caso se a corrente almentar
muito, logo a temperatura vai aumentar também e a lâmina vai começar a se dilatar,
abrindo o circuito e eliminado a corrente de falta .

Atualmente é muito utilizado em instalações elétricas residenciais e comerciais o


disjuntor magnetotérmico ou termomagnético, como é chamado no Brasil.
Esse tipo de disjuntor possui três funções:
Manobra (abertura ou fecho voluntário do circuito)
Proteção contra curto-circuito - Essa função é desempenhada por um atuador magnético
(solenóide), que efetua a abertura do disjuntor com o aumento instantâneo da corrente
elétrica no circuito protegido
Proteção contra sobrecarga - É realizada através de um atuador bimetálico, que é
sensível ao calor e provoca a abertura quando a corrente elétrica permanece, por um
determinado período, acima da corrente nominal do disjuntor
As características de disparo do disjuntor são fornecidas pelos fabricantes através de
duas informações principais: corrente nominal e curva de disparo. Outras características
são importantes para o dimensionamento, tais como: tensão nominal, corrente máxima
de interrupção do disjuntor e número de pólos (unipolar, bipolar ou tripolar).
TRABALHO E ENERGIA
Os objetos de estudo da mecânica
Paulo Augusto Bisquolo*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
A energia é algo com que convivemos constantemente. Para nos mantermos vivos,
precisamos nos alimentar e, para isso, extrair a energia dos alimentos. Historicamente, o
homem se encontra em uma busca constante por formas de energia. A queda das águas
para gerar energia elétrica, a queima de combustíveis para a geração de movimento e
mais um enorme número de exemplos.

Desses todos, é importante observar que em nenhum deles ocorreu criação de energia,
mas sim a sua transformação. Um caso clássico que pode ser citado é o de uma usina
hidrelétrica, onde ocorre a transformação da energia mecânica em energia elétrica.

Aqui vamos explicar as formas de energia que são estudadas na mecânica, como o
trabalho e as energias cinética, potencial e mecânica.

Trabalho
Para se colocar algum objeto em movimento, é necessária a aplicação de uma força e,
simultaneamente, uma transformação de energia. Quando há a aplicação de uma força e
um deslocamento do ponto de aplicação dessa força, pode-se dizer que houve uma
realização de trabalho.

Note que, para realizar-se um trabalho, existe a necessidade de um deslocamento. Caso


algum objeto esteja sob a ação de uma força, mas em repouso, não haverá a realização
de trabalho. As forças que atuam sobre uma pessoa parada segurando uma mala não
realizam
trabalho pois não há deslocamento do ponto de aplicação dessas forças.

Considere um objeto que está submetido a uma força e, devido a essa força, esse
objeto sofre um deslocamento , como se vê abaixo:

A força pode ser dividida em dois componentes, e , como se mostra a seguir:


Observe que o componente de que realiza o trabalho é , pois é o que tem a mesma
direção do deslocamento. O componente não realiza trabalho, pois é perpendicular
ao deslocamento e, por isso, não interfere diretamente no movimento.

O trabalho é definido como sendo o produto do componente pelo deslocamento


sofrido pelo objeto e como , teremos a seguinte definição matemática
para o trabalho:

No Sistema Internacional, a unidade de trabalho é o joule (J).

No exemplo citado, a força mostrada é causadora do movimento do objeto, mas existem


casos em que a força é de oposição ao movimento, como por exemplo o atrito. Nessas
situações o trabalho será negativo. Observe o quadro abaixo:

Uma força que merece uma atenção especial, ao realizar trabalho, é a força da
gravidade. Considere um corpo que é abandonado de certa altura. Durante o movimento
de queda temos um deslocamento para baixo e uma força, a gravidade, que também é
direcionada para baixo. Sabemos que, se há uma força e um deslocamento do ponto de
aplicação, haverá a realização de trabalho. Nesse caso o trabalho será determinado pelo
produto da força da gravidade pela altura de queda do objeto:

É importante salientar que o trabalho da força da gravidade independe da trajetória


descrita durante o movimento e por isso ela é classificada como força conservativa.

A força da gravidade também é conhecida como força peso que é constante quando se
está próximo da superfície da Terra e é calculada com o produto da massa do objeto
pela a aceleração da gravidade local.
Em uma descida, o trabalho da força da gravidade é positivo, pois ela está contribuindo
com o movimento, mas, em uma subida, o trabalho da força da gravidade será negativo,
pois agora ela é de oposição ao movimento.

é o vetor que indica deslocamento.

Energia Cinética
Considere um corpo inicialmente em repouso, como por exemplo, uma bicicleta. Para
colocá-la em movimento será necessária a aplicação de uma força e, com isso, a
realização de trabalho. Se essa força for paralela ao deslocamento, o trabalho será
determinado pelo produto da força pelo deslocamento.

A força aplicada é determinada pela Segunda lei de Newton, ou seja:

Considerando que a força aplicada foi constante e que a bicicleta partiu do repouso,
então a ela realizará um movimento uniformemente variado e o seu deslocamento e a
sua velocidade serão determinadas da seguinte forma:

Substituindo as equações de força e deslocamento na definição de trabalho, teremos:

Lembre que v = a.t e então chegaremos à equação que determina o trabalho realizado
pela força aplicada a essa bicicleta, para que ela atinja a velocidade v.
A expressão acima é definida como energia cinética, e expressa a capacidade de um
corpo em movimento para realizar trabalho.

Energia potencial gravitacional


Estamos todos submetidos a uma força da gravidade e essa força é praticamente
constante quando se está próximo à superfície do planeta. Agora, imagine-se segurando
uma pedra a certa altura do solo. Para fazê-la entrar em movimento, basta largá-la e
durante a queda haverá a realização de trabalho pela força gravitacional.

Observe que quanto maior for a altura inicial da pedra, tanto maior será o trabalho
realizado pela força da gravidade, pois maior será o deslocamento realizado por ela. É
importante perceber que a pedra entra em movimento espontâneo, ou seja, você não
precisa forçar o movimento. Se isso ocorre, é porque na pedra existe uma energia
armazenada que será utilizada na realização de trabalho. Essa energia é definida como
energia potencial e, no caso descrito, isto é, em que a força da gravidade realiza
trabalho, essa energia é definida como energia potencial gravitacional.

A energia potencial depende da posição do objeto. No caso da energia potencial


gravitacional a posição é definida pela a altura em que o objeto se encontra de um nível
horizontal definido como nível de referência.

Para determinar o valor da energia potencial gravitacional, basta sabermos o valor do


trabalho realizado pela força peso, ou seja, a energia potencial gravitacional é
numericamente igual ao trabalho da força peso.
Energia mecânica
Considere novamente um corpo em queda. Durante esse movimento, observamos que,
ao longo do trabalho realizado pela força peso, ocorre um aumento da energia cinética,
pois há um aumento de velocidade. O trabalho da força peso realizado durante esse
movimento pode ser determinado pela variação da energia cinética, ou seja:

A expressão matemática anterior é conhecida como o Teorema da Energia Cinética.

Observe também, que durante a queda, a energia potencial do corpo diminui, pois se
tomarmos como nível de referência o solo, a altura do corpo em relação ao mesmo, está
diminuindo. Nesse caso, o trabalho realizado pela força peso pode ser determinado pelo
decréscimo da energia potencial, isto é:

As duas equações mencionadas aqui são usadas para o mesmo fim, que é a
determinação do trabalho da força peso, e por isso elas são iguais. Igualando a primeira
equação com a segunda, teremos:

Isolando os termos de energia cinética dos termos de energia potencial, chegamos ao


seguinte resultado:

A soma da energia cinética com a energia potencial é definida como energia mecânica,
e a expressão anterior mostra a sua conservação durante qualquer movimento sob ação
exclusiva de forças conservativas, como por exemplo, na mecânica, a força peso e a
força elástica. Sistemas físicos que se encontram sob essa situação são definidos como
sistemas conservativos.

 Energia mecânica
 Sistema conservativo

No nosso dia-a-dia, é muito difícil encontrarmos um sistema conservativo. Em uma


queda real existe o atrito com o ar e isso fará com que a energia mecânica inicial seja
diferente da energia mecânica final, e tal diferença ocorre porque o atrito provoca a
dissipação em forma de calor. Essa energia dissipada tem o seu valor, em módulo, igual
à diferença da energia mecânica inicial pela energia mecânica final.
Balística é a ciência que se preocupa em estudar o movimento de corpos lançados ao ar
livre, o que geralmente está relacionado ao disparo de projéteis por uma arma de fogo.
Ao se estudar um projétil disparado por uma arma de fogo, pode-se separar seu
movimento em três partes distintas: a balística interior, balística exterior e a balística
terminal. A balística interior fica encarregada de estudar o que ocorre desde o momento
do disparo até o instante em que o projétil abandona a arma. Este estudo fica baseado
então na temperatura, volume e pressão dos gases no interior da arma durante a
explosão do material combustível, assim como também se baseia no formato da arma e
do projétil. Dependendo da quantidade utilizada de pólvora, deve-se ser estudado qual o
material utilizado para a construção da arma e do projétil para evitar explosões
desagradáveis.

A construção do cano interno da arma também tem de ser bem projetada. Grandes
desenvolvimentos da balística interior foram realizados por Benjamin Robins, um
engenheiro que realizou diversos experimentos nesta área no século XVIII. A balística
exterior trata de estudar o que ocorre a partir do instante em que o projétil abandona a
arma e o instante em que este atinge o alvo. Neste estudo entra a aerodinâmica,
preocupada em estudar qual é a relação entre o movimento do projétil e o ar que o
envolve. Calibre, formato, massa, velocidade inicial e rotação são fatores determinantes
para a construção de um projétil com grande poder de destruição. Da simples análise
física do assunto utilizando energia, podemos deduzir que a massa e a velocidade são
muito importantes no desenvolvimento de uma arma e de um projétil, já que a energia
cinética de um corpo é igual a Ec=½ mv2, e como a energia que será transmitida ao alvo
será igual à energia cinética, a maximização desta permitirá um melhor resultado. Um
dos motivos de controvérsia do passado estava relacionado com a trajetória dos
projéteis.

Antes de Galileu, acreditava-se que a trajetória descrita por um projétil era retilínea,
porém Galileu e Newton demonstraram que a trajetória de qualquer corpo sob ação da
gravidade era parabólica. Os métodos utilizados para a medição da velocidade dos
projéteis eram variados, e podiam ser feitos através da medição do momento deles ou
então da distância percorrida entre dois pontos em um intervalo de tempo. O primeiro
método era feito utilizando-se para isto um pêndulo balístico, que consistia em um
anteparo pendurado em um teto. O projétil acertava então este anteparo e o deslocava. O
ângulo de deslocamento era medido e sabia-se então qual era o momento transferido
pelo projétil para o corpo, e através da fórmula para o momento, Q=mv, achamos
facilmente o valor da velocidade. A balística terminal se encarrega de estudar o que
ocorre no momento do impacto do projétil com o alvo. 0 estudo de balística terminal
envolve muitas formas empíricas, porém estudos teóricos são realizados também para
maximizar a penetração, permitir ou não a fragmentação do projétil ao atingir o alvo, a
utilização ou não de apetrechos explosivos nos extremos do projétil, aumentando desta
forma sua capacidade de destruição, etc.

Nos últimos anos, o estudo da balística têm obtidos grandes êxitos, já que o
desenvolvimento de fotografias de alta- velocidade e do estroboscópio têm permitido o
estudo aprofundado da movimentação de projéteis desde o momento em que são
disparados até o instante em que atingem o alvo. Estes estudos são feitos através da
inclusão destes dados em supercomputadores que permitem a otimização de armas e
projéteis.

Lançamento de Projétil

Uma partícula é lançada com velocidade inicial v0, segundo um ângulo em relação ao
eixo horizontal (lançamento oblíquo), estando sob a ação da aceleração da gravidade,
agindo verticalmente para baixo, impondo uma trajetória parabólica, resultante da
composição de dois movimentos.

Sendo a velocidade uma grandeza vetorial, podemos decompô-la segundo os eixos x e


y, com o intuito de estudarmos os movimentos separadamente. Com respeito a vertical,
tem-se o movimento uniformemente variado e movimento uniforme segundo o eixo
horizontal, visto que a aceleração da gravidade sendo vertical, não tem componente
nesta direção. Em termos das componentes da velocidade inicial, percebe-se que:

1. a componente de v0, na direção do eixo x é dada pela equação (3.14)

(3.14)

2.[1.] a componente de v0, na direção do eixo y é dada pela equação (3.15)


(3.15)

Equações de Posição e Velocidade

As equações de posição e velocidade estão agrupadas de acordo com o tipo de


movimento, além de considerarmos a origem dos eixos de referência na posição de
lançamento da partícula, o que faria de x0 e y0 valores nulos. Vamos às equações:

1. movimento na direção x (MRU)

(3.16)

2.[1.] movimento na direção y (MUV)

deslocamento (3.17)

velocidade (3.18)

Torricelli (3.19)

Obtenção de Alguns Resultados no Lançamento de Projétil

Nossos resultados serão obtidos para uma referência positiva sendo considerada para
cima e origem no ponto de lançamento. Os resultados são:

1. Altura máxima ymax. Por Torricelli (3.19) e sabendo-se que vy é nulo,

então, a altura máxima é


dada pela equação (3.20)

(3.20)

2.[1.] Tempo de subida ts. Partindo-se da equação de velocidade (3.18) e sabendo-


se que vy é nulo, encontra-se para o tempo de subida, equação (3.21)

(3.21)
3.[2.] Alcance máximo R = xmax. O alcance é máximo quando o tempo t é igual ao
tempo de queda tq. Sendo o tempo de queda o dobro do tempo de subida, pois y
= 0 e usando-se a equação de movimento (3.17)

obtém-se o tempo de queda

e substituindo-se o tempo de queda na equação de movimento horizontal (3.16)


encontra-se

rearrumando tem-se para xmax

(3.22)

4.[3.] y em função de x Devemos isolar o tempo na equação de movimento para o


eixo x (3.16) e substitui-lo na equação de movimento para o eixo y (3.17)
encontrando-se

de onde se tem y em função de x mostrado na equação (3.23)

(3.23)

MASSA E PESO
Descubra a diferença entre esses
conceitos
Luís Fábio Simões Pucci*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Massa
A massa é uma grandeza física fundamental. Segundo a mecânica newtoniana, ela dá a medida da inércia ou
da resistência de um corpo em ter seu movimento acelerado. Ela também é a origem da força gravitacional,
atuante sobre os corpos no Universo.

Mais recentemente, dentro da física moderna, a massa aparece relacionada com a energia, relação formulada
por Einstein através da equação E = mc2.

A massa inercial de um corpo é definida pela Segunda Lei de Newton como uma constante de
proporcionalidade entre a força (F) aplicada e a aceleração (a) causada:

Considerando que a força e a aceleração são grandezas vetoriais, isso implica em dizer que a massa é uma
grandeza escalar. Então, a massa inercial indica a tendência de aceleração de um corpo para uma dada força.

Chamamos de massa gravitacional a intensidade da força de atração gravitacional gerada por um corpo
dotado de massa. Nesse momento, é bom introduzirmos a relação que pode ser deduzida de leis da Mecânica,
notando que a força peso que conhecemos depende da massa do corpo, mas não é equivalente a ela
conceitualmente.

Peso
O peso é a força gravitacional sofrida por um corpo na vizinhança de um planeta ou de outro corpo celeste de
massa significativa. Enquanto força, o peso é uma grandeza vetorial. Portanto, apresenta intensidade, direção e
sentido.

Para corpos próximos da Terra, por exemplo, a direção é a linha que passa pelo objeto e pelo centro da Terra.
O sentido é aquele que aponta para o centro da Terra.

Matematicamente, ele pode ser descrito como o produto entre massa e a aceleração da gravidade local:

Unidades
A força (o peso) é medida comumente em quilograma-força (kgf), em newton (N) ou em dina (dyn). Já a
massa é medida em quilograma (kg), grama (g), tonelada (t), etc.

Se considerarmos que o valor de g na superfície da Terra é de aproximadamente 10 m/s2, teremos então que
um corpo com a massa de 1 kg pesa 10 N ou 1 kgf; um corpo com a massa de 2 kg pesa 20 N ou 2 kgf; e
assim por diante.

Nas balanças de farmácia, o peso é indicado por um ponteiro que é acionado por molas na plataforma. Quanto
maior a massa da pessoa, maior a força peso que ela exerce sobre a plataforma, deformando mais as molas
que a sustentam. Essa indicação de deformação é passada para o visor por meio de um ponteiro ou de uma
indicação eletro-digital.
No cotidiano, os conceitos de massa e peso se confundem. É comum as pessoas dizerem, por exemplo, "peso
62 quilos", quando o certo seria dizer "peso 62 quilogramas força", ou "peso 620 newtons" (620 N).

Peso lunar
A Lua também tem aceleração gravitacional, mas como possui massa e tamanhos bem menores do que os da
Terra, sua gravidade na superfície é de cerca de um sexto da encontrada em nosso planeta.

Com esse valor, o peso de um astronauta de massa 70 kg, por exemplo, seria de apenas 112 newtons quando
ele estivesse na Lua (o valor de g na superfície lunar é de 1,6 m/s2). Na Terra, o mesmo astronauta tem quase
700 newtons de peso.

Esse fato torna os movimentos de um homem na Lua bem mais fáceis do que seriam aqui. Entretanto, a massa
do astronauta permanece inalterada. Você pode calcular seu peso em outros planetas no Museu Interativo de
Astronomia.

MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME

Velocidade angular e transmissão


Paulo Augusto Bisquolo*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Define-se o movimento circular e uniforme como sendo um movimento em círculos e com velocidade
constante. Pode parecer que não, mas é um movimento bastante corriqueiro: ele está presente nos
ventiladores, liquidificadores e nas rodas dos automóveis quando se locomovem com velocidade constante.

Velocidade no movimento circular e uniforme


Considere um móvel que, em seu movimento, descreve uma curva circular com velocidade constante
percorrendo o arco AB, como ilustrado na figura abaixo.

Quando o móvel percorre o arco AB, ele sofre um deslocamento . Sua velocidade linear, por ser
constante, é determinada com a equação da velocidade média:
Agora se você observar atentamente esse movimento, será possível perceber que, quando o móvel percorre o

arco AB, além de sofrer o deslocamento , ele também varre um ângulo . Observe a figura:

Quando um móvel executa um movimento curvilíneo ou circular também deve se considerar uma segunda
velocidade que não aparece nos movimentos retilíneos. Essa velocidade é a velocidade angular e ela está ligada
ao movimento de rotação. O cálculo da velocidade angular é muito parecido ao da velocidade linear, mas, nesse

caso, em vez de usarmos o , usaremos o .

A velocidade linear e a velocidade angular se relacionam por uma das expressões mais importantes do
movimento circular:

Onde R é o raio da trajetória.

O movimento periódico
Quando se executa um movimento em círculos e com velocidade constante, é fácil perceber que sempre se
completará uma volta no mesmo intervalo de tempo. Por isso esse movimento é classificado como movimento
periódico.

O movimento periódico em si pode ser definido por duas grandezas que são o período e a freqüência. O período
é o tempo que o móvel leva para completar uma volta e a freqüência é o número de voltas completadas em um
determinado intervalo de tempo.

Freqüência e período se relacionam facilmente. Se o móvel executar uma volta, teremos que n = 1 e o intervalo
de tempo para isso será o período, que aqui será simbolizado pela letra T. Então teremos que a freqüência é o
inverso do período.
Aceleração centrípeta
Você pode estar achando estranho falarmos sobre a aceleração em uma aula de movimento uniforme. Afinal,
nesse movimento a velocidade é constante e a aceleração é uma grandeza ligada à variação de velocidade.

Para entender onde a aceleração se encaixa aqui, primeiro precisamos ampliar a nossa visão sobre o que é a
variação de velocidade. Estamos acostumados a entendê-la como sendo uma variação na sua intensidade, mas
não é só isso. A velocidade pode variar na sua direção e sentido e, para isso, também é necessária uma
aceleração.

Quando falamos de movimento circular, é importante perceber que a direção da velocidade está mudando
durante a realização da curva, como pode ser ilustrado na figura a seguir, que representa um movimento de
um objeto de um ponto A para um ponto B, realizando um quarto de volta.

Observe que no inicio da curva (ponto A) a velocidade é horizontal e para a direita e depois de um quarto de
volta, ponto B, a velocidade é vertical e para baixo. Apesar de a velocidade ser constante, deve existir uma
aceleração para variar a direção da velocidade. Essa aceleração é chamada de aceleração centrípeta (acp) e,
como diz o nome, ela sempre está direcionada para o centro da curva.

Observe que a aceleração centrípeta faz noventa graus com a velocidade. É por isso que ela provoca a variação
na direção do vetor velocidade. A intensidade da aceleração centrípeta e dada pela expressão a seguir:
Transmissão de movimento circular
Para entendermos o conceito de transmissão de movimento circular, vamos usar como exemplo um meio de
transporte muito conhecido. Quando se pedala uma bicicleta, executa-se um movimento circular em uma roda
dentada (coroa) através dos pedais. Esse movimento é transmitindo através de uma corrente para outra roda
dentada de menor raio, a catraca, que está ligada à roda traseira da bicicleta. É fácil observar que a bicicleta se
move com uma velocidade maior que aquela com que se está pedalando, e isso ocorre devido à diferença dos
raios entre a coroa e a catraca.

Na transmissão de movimento circular apresentada, a velocidade linear é a mesma para a coroa e a catraca e
por isso vale a seguinte relação entre raios e freqüência de rotação.

Para entender como funciona o mecanismo da equação acima, vamos considerar uma bicicleta que tem uma
coroa com um raio uma vez e meia maior que o raio da catraca. Se aplicarmos esses dados na equação acima,
veremos que a freqüência da catraca será uma vez e meia maior que a da coroa. Tal procedimento é detalhado
no quadro seguinte.

O resultado acima mostra que, quando se dá uma volta com a coroa, a catraca fará uma volta e meia. É por
isso bicicleta tem se desloca a uma velocidade maior que a velocidade com que se está pedalando.
POLIAS E ENGRENAGENS

Movimento e freqüência
Luis Fábio S. Pucci*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Objetos móveis que executam movimento circular possuem uma propriedade denominada freqüência. A
freqüência indica o número de vezes que o fenômeno se repete na unidade de tempo. Então, medidas usuais de
freqüência podem ser: voltas por segundo, rotações por minuto (rpm), etc.

No Sistema Internacional, a unidade é chamada de Hertz (Hz). Por exemplo, um motor elétrico que gira a
3.000 rpm teria a seguinte freqüência:

f = 3000 rotações / 60 segundos = 50 Hz

Veja alguns dos inúmeros casos em que temos movimentos circulares envolvidos: motores de automóveis,
brinquedos de parques de diversão, limpadores de pára-brisas automotivos, discos, engrenagens, câmbios de
bicicletas e de outros veículos, polias e correntes transmissoras de movimentos, esteiras mecanizadas, etc.

Polias
As polias utilizam correias ou correntes para transmitir movimento de um eixo para outro. Vamos analisar o
caso em que duas polias de aros diferentes são ligadas por uma correia de borracha dita inelástica,
desprezando o escorregamento que ocasionalmente ocorre entre os corpos das polias e a correia. As polias são
de raios Ra e Rb:

Se não ocorre escorregamento e a polia é inelástica, então todos os pontos da correia e da periferia das polias
têm a mesma velocidade escalar.

Então: Va = Vb

Como: V = .R

Podemos dizer que esta é uma relação válida:

a . Ra = b . Rb

Também é possível deixar a relação expressa em função do valor da freqüência (já que =2 . f):

2 . fa . Ra = 2 . fb . Rb

fa . Ra = fb . Rb

Exemplo: Se trabalhamos com polias de raios de 25 cm e 5 cm respectivamente, quantas rotações por minuto
conseguiríamos obter na polia B, se a polia maior (A) girar a 1000 rpm?

Resolução:
fa . Ra = fb . Rb
1000 . 25 = fb . 5
fb = 5000 rpm

Observe que é possível projetar sistemas que reduzam ou ampliem o número de rotações utilizando as polias
(ou as engrenagens). É isso que acontece em inúmeras aplicações tecnológicas.

Engrenagens
As engrenagens também têm ampla aplicação na indústria mecânica. Basicamente, elas são discos dentados
que podem ser feitos de diversos metais ou ligas resistentes (para serviços mais pesados, como máquinas,
câmbios e motores) ou de plástico (para usos mais leves, como em relógios de parede, por exemplo).
Correia dentada de um motor
de automóvel.

Por meio da combinação de engrenagens de diferentes características, é possível transmitir movimentos e


ampliar ou reduzir forças. Nesse caso, é possível dispensar as correias ou polias, fazendo a transmissão
diretamente pelo contato entre as engrenagens:

Para um acoplamento formado por uma engrenagem de raio r e n dentes e outra engrenagem de raio R com N
dentes, vale a seguinte relação: r.n = R.N

As engrenagens possuem algumas vantagens sobre outros sistemas, quando se utiliza o funcionamento por
meio do contato direto dos dentes:
 Evitam o deslizamento entre as engrenagens, fazendo com que os eixos ligados a elas estejam sempre
sincronizados um com o outro.
 Tornam possível determinar relações de marchas exatas. Assim, se uma engrenagem tem 60 dentes e a
outra tem 20, a relação de marcha quando elas estão engrenadas é de 3:1.
 São feitas de tal maneira que possam trabalhar mesmo que haja imperfeições no diâmetro e na
circunferência reais das duas engrenagens, pois a relação de marcha é controlada pelo número de dentes.
 As bicicletas com câmbio funcionam com um conjunto de discos dentados, acionados por corrente de aço.
Conforme mudamos a combinação entre eles, conseguimos mais força ou maior velocidade.
Einstein e a equivalência entre matéria e
energia
Carlos Roberto de Lana*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Einstein, em célebre recorte de uma foto da


Universidade de Jerusalém
Você já deve ter visto a seguinte equação: E=mc2

Essa é a mais célebre equação científica do século 20 e foi desenvolvida por Albert Einstein. Ela estabelece a
equivalência quantitativa da transformação de matéria em energia ou vice-versa.

Nela, E = energia, m = massa e c2 = velocidade da luz elevada ao quadrado. Sendo a velocidade da luz
300.000 Km/s ou, nas unidades do Sistema Internacional de Unidades, 300.000.000 m/s, a energia teoricamente
obtenível da transformação completa de um único quilograma de massa é de astronômicos 9 x 10 16Joules
[1kg . (300.000.000 m/s)2].

Para se ter idéia do significado desse número, segundo a equação de Einstein, a transformação completa de
dez quilogramas de massa produziria uma quantidade de energia suficiente para evaporar toda a água da Baía
de Guanabara.

Transformação de matéria em energia


À primeira vista, essa sentença matemática parece mais próxima dos misteriosos cálculos relativistas do grande
cientista alemão que da física que aprendemos nas salas de aula.

Na verdade, a parte relativista da equação se concentra no elemento "c", a velocidade da luz que, segundo a
teoria da relatividade, é a única constante do universo. Ou seja, tempo, espaço, matéria e energia são
relativos, mas a velocidade da luz no vácuo é sempre a mesma, independentemente do referencial adotado
para medi-la.

Entender o porquê de uma quantidade de matéria se converter em outra quantidade equivalente de energia em
uma proporção direta da velocidade da luz, implica observar o aspecto de constante relativística dessa
grandeza.

No restante, podemos comparar a equação de Einstein com os desdobramentos matemáticos de duas


"formulinhas" bem conhecidas.

Fórmulas
1a. A equação da segunda lei de Newton, princípio fundamental da dinâmica:

 F = m.a

Onde: F = força, m = massa e a = aceleração.

2a. A equação que define energia ou trabalho em função da força e distância.

 E = F.d

Onde: E = energia ou trabalho, F= força e d= distância.

No Sistema Internacional de Unidades, isso significa que, quando deslocamos uma massa de peso 1 Newton
pela distância de 1 metro, produzimos 1 Joule de trabalho, para o que precisamos consumir 1 Joule de energia.
Como peso é a força resultante da aceleração da gravidade, basta recorrermos à equação de Newton citada e à
aritmética básica para calcularmos qual massa corresponde à força-peso de 1 Newton, para aceleração da
gravidade g = 9,8m/s2.

Força = massa x aceleração

Força-peso = massa x aceleração da gravidade

Como no exemplo a força-peso = 1N e aceleração da gravidade = 9,8 m/s2

Então: 1N = m x 9,8m/s2 m = 1/9,8 = 0,102 kg

Assim, quando deslocamos uma massa de 0,102 kg pela distância de 1 metro, produzimos 1 Joule de trabalho
e consumimos 1 Joule de energia, desconsideradas as perdas e outras interações.

Exemplificada essa correlação conhecida entre massa e energia, podemos voltar à equação de Einstein, E =
mc2.

Se combinarmos a equação de Newton e a definição de energia/trabalho temos:

1. E = F.d

2. F = m.a

Substituindo F na equação 1 por seus equivalente m.a da equação 2, temos:

3. E = m.a.d

Aceleração é a variação da velocidade ao longo do tempo, ou v/t, onde v = velocidade e t= tempo.

Substituindo, na equação 3, a por v/t, temos:

E = m.a.d E = m. v/t. d

Aritmeticamente, E = m. v/t. d = E = m. v. d/t

d/t é distância dividida pelo tempo, o que é o mesmo que velocidade (v).

Assim, E = m.v.d/t é o mesmo que E = m.v.v ou E= m.v2

A fórmula de Einstein e a física do dia-a-dia


Temos, então, que a equação de Einstein que estabelece equivalência entre quantidades de matéria e energia
não é tão diferente assim das equações da física do nosso dia-a-dia. Podemos perceber claramente a
semelhança aritmética e física entre E = m.c2 e E = m.v2, principalmente se lembrarmos que a constante "c"
também representa uma velocidade.

Claro que há distinções a fazer, uma vez que a equação de Einstein versa sobre a transformação de matéria em
energia ou vice-versa, enquanto as equações que decompomos e analisamos tratam do trabalho produzido ou
da energia necessária para deslocar uma quantidade de massa, o que em termos conceituais é bem diferente.

Mas entender as semelhanças e diferenças entre as equações da física básica e da física avançada é um bom
exercício para melhor compreender a ambas.
CINEMÁTICA -A

Entenda o que são velocidade e


aceleração escalar média
Paulo Augusto Bisquolo*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Observamos ao nosso redor um mundo em movimento. Podemos notar os carros se locomovendo, as pessoas
andando, um objeto que cai e mais uma série de exemplos que poderiam ser citados. O interessante é saber
que uma boa parte dessas situações podem ser descritas e que - se o movimento de um objeto mantiver uma
certa regularidade - poderemos saber o que ocorreu antes e o que vai acontecer depois. Quando fazemos a
descrição do movimento sem nos preocupar com as suas causas estamos entrando em uma área da física
conhecida como cinemática.

Referencial
Em uma viagem de carro você observa o velocímetro e ele indica 100 km/h. Ao mesmo tempo o seu veículo
está ultrapassando um caminhão cujo velocímetro indica 80 km/h. Será que o caminhoneiro irá observar o seu
carro também a 100 km/h?

A resposta dessa pergunta vem do conceito de referencial, que pode ser considerado como um marco ou ponto
de referência usado para definir a posição de outros objetos. Os velocímetros são fabricados para registrar
velocidades em relação a um referencial fixo na Terra, ou seja, o automóvel está a 100 km/h em relação à
Terra.

Para o caminhoneiro que está em movimento, ele não verá o seu automóvel a 100 km/h, mas a 20 km/h, ou
seja, a velocidade do seu carro menos a velocidade do caminhão. Se você e o caminhão estivessem em
sentidos opostos, qual seria a sua velocidade em relação ao caminhão?

Um referencial adotado não altera somente a noção de velocidade, mas pode alterar a noção de repouso e
movimento. Considere o seguinte exemplo: Você está sentado em um ônibus. Se adotarmos como referencial o
ônibus, você está em repouso, mas se o referencial for um observador em um ponto fixo da Terra, você estará
em movimento.

Trajetória
Outra grandeza que pode ser alterada pela adoção de referenciais é a trajetória. A trajetória pode ser
considerada como o conjunto dos pontos percorridos por um móvel, como por exemplo, quando se faz um risco
com giz em uma lousa, os pontos percorridos pelo giz ficarão marcados e definirão a sua trajetória.

Como dissemos, a trajetória pode mudar com a mudança de referencial. Considere que você está novamente
sentado em um ônibus. Nesse instante, ele está em uma trajetória retilínea e com velocidade constante. De
repente, uma lâmpada presa ao teto cai. Para você, que está no ônibus, a trajetória descrita pela lâmpada será
retilínea. Porém, para um observador externo e em repouso em relação a Terra, a trajetória será um arco de
parábola.

Espaço
No estudo do movimento, além da trajetória, é importante localizar a posição do móvel. Quando você está
viajando em uma estrada, de quilômetro em quilômetro, encontra-se uma placa indicando a quilometragem. O
valor dessa placa mostra a que distância você se encontra do marco zero dessa estrada, ou seja, a sua posição
em relação à origem da trajetória.

Por exemplo, a Rodovia dos Imigrantes, que liga a cidade de São Paulo à baixada santista, tem as suas
quilometragens marcadas em relação ao marco zero da cidade de São Paulo que se encontra na Praça da Sé.
Em outras palavras, quando você está no quilômetro 50 da rodovia, isso significa que você está a 50 km da
Praça da Sé. Podemos, então, definir espaço como sendo a distância entre um ponto na trajetória e a sua
origem, e serve para indicar a posição do móvel.

O conceito de velocidade e velocidade média


Para entender o conceito de velocidade, imagine novamente você em um carro a 100 km/h em uma agradável
viagem de férias. O que essa indicação significa? Significa que se seu o automóvel mantiver essa velocidade,
ele percorrerá 100 km a cada intervalo de tempo de uma hora, ou seja, a velocidade é uma grandeza que
mostra o quanto um móvel percorre em um determinado intervalo de tempo.

Agora, é muito pouco provável que, em um longo intervalo de tempo, você consiga manter sempre essa
mesma velocidade constante. Se mencionarmos o trânsito urbano, isso se torna uma tarefa praticamente
impossível. Dessa situação podemos entender o conceito de velocidade média. Tome como exemplo a locução
de uma corrida de Fórmula 1. É comum ouvirmos o locutor dizer que determinado carro teve, durante uma
volta, a velocidade média de, por exemplo, 170 km/h. Isso não significa que o carro manteve essa velocidade
durante toda a volta. Esse número mostra o valor da velocidade que melhor representa todas as velocidades
que ele teve durante essa volta.
Para efetuar o cálculo da velocidade média, considere um móvel que se locomove em uma trajetória como
ilustrado na figura abaixo.

No espaço inicial S0, é acionado o relógio e se registra o tempo inicial t0. Mais à frente, quando esse mesmo
móvel passar pelo espaço final S, novamente se observa o relógio e anota-se o tempo final t. De posse desses
dados é possível calcular o deslocamento escalar do móvel, que será o espaço final menos o espaço inicial, e o
intervalo de tempo decorrido, que será o tempo final menos o tempo inicial.

A velocidade escalar média é definida como sendo o deslocamento escalar dividido pelo intervalo de tempo
gasto pelo móvel.

As unidades mais usadas para velocidade são o m/s, que é a unidade do Sistema Internacional, e o km/h, que
é a unidade usada no nosso dia a dia. Elas podem ser convertidas se usarmos a seguinte relação.

Aceleração escalar e aceleração escalar média


Aprendemos no nosso cotidiano que a velocidade não é uma grandeza que obrigatoriamente tem valor
constante, ela pode variar a sua intensidade em um grande número de casos. Por exemplo, quando um ciclista
inicia o movimento de uma bicicleta, ele necessariamente a tira do repouso e pedala até atingir a velocidade
desejada, e assim dizemos que ele imprimiu uma aceleração a bicicleta. Note que a aceleração é uma grandeza
que está intimamente ligada à variação de velocidade.

Desse modo a aceleração escalar média pode ser definida como a variação de velocidade do móvel dividido pelo
intervalo de tempo necessário para essa variação, ou seja:
A unidade de aceleração vem da divisão entre a unidade de velocidade pela unidade de tempo. Utilizando as
unidades do Sistema Internacional, teremos a seguinte unidade para a aceleração:

Classificação dos Movimentos


Para que seja possível classificar o movimento, primeiramente é importante entender o conceito de trajetória
orientada. É muito comum encontrarmos trajetórias orientadas no nosso dia-a-dia, basta observar a sua rua.
As casas possuem uma numeração e o sentido da sua rua é o sentido crescente da numeração das casas.
Então, uma trajetória orientada é uma trajetória com uma origem e um sentido que é indicado pela ordem
crescente das indicações das posições.

Um primeiro critério a ser adotado é quanto ao sentido do movimento, afinal um móvel pode estar se
locomovendo a favor do sentido da trajetória ou contra o sentido da trajetória. Quando um móvel está se
locomovendo a favor da trajetória, dizemos que ele executa um movimento progressivo, que é caracterizado

pelo deslocamento escalar ( ) positivo ou por uma velocidade positiva.

Por outro lado, quando um móvel se locomove contra o sentido da trajetória, define-se esse movimento como

movimento retrógrado ou regressivo, que é caracterizado pelo deslocamento escalar ( ) negativo ou por
uma velocidade negativa.

O outro critério adotado para a classificação dos movimentos, é quanto à intensidade da velocidade. Quando a
intensidade da velocidade do móvel aumenta, esse móvel está executando um movimento acelerado e as suas
características estão apresentadas na figura abaixo.

Se a intensidade da velocidade do móvel diminuir, o mesmo estará executando um movimento conhecido por
movimento retardado, e as suas características estão demonstradas na figura abaixo.
Movimento uniformemente variado e
equação de Torricelli
Paulo Augusto Bisquolo*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Considere um movimento em que a velocidade do móvel varia, ou seja, o móvel tem aceleração. Se essa
aceleração for constante, dizemos que esse móvel está executando um movimento uniformemente variado.
Um exemplo clássico desse tipo de movimento é o da queda dos corpos sob ação exclusiva da gravidade.

Por ter uma aceleração constante, esse movimento também pode ser descrito por funções matemáticas, como
veremos a seguir.

A aceleração no movimento uniformemente variado


Como se disse, a aceleração no movimento uniformemente variado é constante. Por esse motivo, o seu valor
acaba coincidindo com o valor da aceleração média. Ou seja: quando um móvel executa esse movimento,
podemos calcular a sua aceleração com a mesma fórmula da aceleração média.

A velocidade no movimento uniformemente variado


Quando um móvel tem aceleração constante, significa que ele terá a sua velocidade variando sempre de um
mesmo valor em um mesmo intervalo de tempo. Por exemplo: se tivermos uma composição do metrô que
parte do repouso e tem uma aceleração constante de 1 m/s 2, isso significa que a cada intervalo de tempo de
um segundo, a sua velocidade aumentará de 1 m/s. Com isso, é possível saber com que velocidade ele irá
apresentar em um determinado instante. No caso do metrô, depois de 10s, a composição terá a velocidade de
10 m/s.

Quando a velocidade varia em função do tempo de maneira previsível, ela pode ser calculada através de uma
função conhecida como função horária da velocidade. No movimento uniformemente variado essa função é do
primeiro grau e é dada a seguir.

Onde v0 é a velocidade inicial, v a velocidade final e a é a aceleração.

O gráfico da função acima será uma reta, pois ela é uma função do primeiro grau.
A equação acima nos mostra como a velocidade varia em função do tempo. Mas essa não é a única maneira de
se determinar a velocidade. Afinal, além do tempo, o espaço também varia. Por isso, também é possível
estabelecer uma relação entre velocidade e espaço. Essa relação é conhecida por equação de Torricelli e é
representada a seguir:

A equação de Torricelli é muito útil nas situações em que se conhece apenas o deslocamento do móvel, e não o
tempo.

A função horária dos espaços


Como se disse sobre o movimento uniforme, uma função horária dos espaços é uma função que relaciona
espaço e tempo. Também se viu naquela situação, que a função horária dos espaços era uma função do
primeiro grau, pois a velocidade era constante.

Agora estamos lidando com uma situação em que existe aceleração, que é constante, e por isso a função
horária dos espaços do movimento uniforme nessa situação não funciona. Para o movimento uniformemente
variado, a função horária dos espaços deve vir com um termo de aceleração, como está mostrado na equação a
seguir:

Essa é a função horária dos espaços para o movimento uniformemente variado.

Observe que essa função é uma função do segundo grau. Seu gráfico, portanto, será uma parábola.

A concavidade dessa parábola depende do sinal da aceleração, isto é, se a aceleração for positiva, a
concavidade será para cima e se a aceleração for negativa, a concavidade será para baixo. Note também que o
ponto de onde se inicia a curva do gráfico indica o espaço inicial do movimento.

A queda livre dos corpos


A queda livre dos corpos foi elucidada por Galileu em 1604. Uma das conclusões tiradas por ele e de
fundamental importância para o entendimento do movimento de queda dos corpos é aquela que diz que os
corpos em queda, sob ação exclusiva da gravidade, terão a mesma aceleração independentemente das suas
massas. Galileu nos ensinou que, se tivermos dois corpos de massas diferentes e os abandonarmos da mesma
altura, eles chegarão ao solo ao mesmo tempo, desde que a resistência do ar seja desprezível.

Isso vai contra o senso comum, que nos faz imaginar que o corpo mais pesado deverá chegar primeiro. Para
provar que Galileu estava certo, faça a seguinte experiência: pegue uma folha de papel aberta e um livro e os
abandone da mesma altura. O livro chegará primeiro. Agora amasse a folha e repita o experimento. Você
observará os dois chegando juntos. Por que isso ocorre?

Agora faça o seguinte: pegue uma folha de papel aberta e coloque sobre o livro (a folha deverá ter tamanho
menor que a capa do livro). Pense no que irá ocorrer, e em seguida os abandone. O que aconteceu e por quê?

A aceleração dos corpos em queda será a aceleração da gravidade local, que nas proximidades da Terra tem
um valor constante de aproximadamente 9,8 m/s2. Por essa aceleração ser constante, o movimento de queda
livre é um movimento uniformemente variado. Por isso as equações que descrevem esse movimento podem ser
usadas no estudo da queda livre dos corpos.

Onde g é a aceleração da gravidade local e h é a altura do corpo. Se tivermos um corpo que é abandonado do
repouso, ou seja, com velocidade inicial igual a zero, a função horária dos espaços pode ser reduzida a uma
equação que dará o tempo de queda.

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