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André Marie Ampère

(1775 -1836)

ELABORADA POR: Prof. Zimba

“Do trabalho e experiência aprendeu o homem a ciência”


Maputo, Março 2007

___Prof. Zimba______________________________________________________________________0__
Introdução

A presente ficha de apoio destina –se à recuperação das aulas em algumas turmas das
10ª classes tal é o caso das 10ªs E, F, G, H e I da Escola Primária e secundária Av. Eduardo
Mondlane. Aulas estas perdidas por diversas razões, dentre elas o início tardio das aulas de
física fundamentado por diversos factores decorrentes da espécie social.
Esta ficha de apoio constitui, acima de tudo, um instrumento que te servirá de fonte de
quase todo conhecimentos inerente à corrente eléctrica contínua exigido ao estudante que tenha
concluído o nível básico do S.N.E. Ela debruça conteúdos da corrente eléctrica contínua desde
as condições necessárias para a sua existência, os factores das quais ela depende, elementos
do circuito que ela percorre, os aparelhos de sua medição até os seus efeitos, proporcionando ao
estudante uma vontade, embora relativa mas evidente, de aprender os demais conteúdos sobre este
conceito.
Esta ficha de apoio é complementado por uma ficha de exercício que vai avaliar e controlar a
aprendizagem dos conteúdos tratados.

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Introdução à corrente eléctrica contínua
Electrodinâmica - é a parte da física que estuda o movimento das partículas portadoras da
carga eléctrica.
A palavra deriva de duas outras, a saber: electro - electrões e dinâmica – movimento
As partículas portadoras de carga eléctrica são os electrões e protões, em condutores metálicos
e iões (catiões e aniões) em soluções electrolíticas e nos gases.

1. Corrente Eléctrica Contínua


No quotidiano fala-se de energia eléctrica referindo-se maioritariamente ao trabalho da corrente
eléctrica. A corrente eléctrica é transportada da central eléctrica ao consumidor através dos
chamados fios condutores. Por isso, quando em casa se apagam as lâmpadas ou cessa o
movimento dos comboios eléctricos, diz-se que faltou a corrente.
As questões que nos são colocadas são, portanto, o que é corrente eléctrica da qual sempre
falamos no quotidiano e o que é necessário para que surja e exista durante o período de tempo
que precisamos?
Antes de responder as questões acima colocadas torna-se necessário conhecer na íntegra e na
forma subjectiva o significa dos termos do conceito. Para tal, separemos o conceito segundo os
termos que o compõem, assim teremos corrente que significa movimento ou fluência de algo
(por exemplo, nos rios nas canalizações corre água, “pipelines”, petróleo e, nos gasodutos, o gás.
Neste caso fala-se de corrente ou fluxo de água, petróleo ou gás.
Entretanto, o que se pode movimentar ou correr nos fios que ligam os clientes da EDM à central
eléctrica? Esta é a questão que se coloca e que só pode ser respondida com base nos
conhecimentos da estrutura electrónica da matéria.
Já sabemos que nos corpos existem electrões, cujo movimento explica diversos fenómenos de
electrização. O electrão possui uma carga eléctrica. Partículas maiores, os iões, são também
portadoras de cargas eléctricas. Portanto, nos condutores podem deslocar-se partículas
carregadas de diversos tipos. (Corpos condutores são todas as matérias que possuem cargas
livres e, consequentemente, conduzem corrente eléctrica, Ex: Todos metais, o solo, soluções dos
sais e dos ácidos na água. Corpos não-condutores ou dieléctricos são todas as matérias
isolantes da corrente. Ex.a ebonite, o vidro, o âmbar, a borracha, a seda, as fibras sintéticas, o
querosene e os plásticos.).
Assim, conclui-se que corrente eléctrica é um movimento ordenado de partículas livres carregadas
(fig. 1). Para obter-se corrente eléctrica num condutor é necessário criar nele um campo eléctrico. A
acção deste campo faz com que as partículas carregadas, que podem se deslocar livremente neste condutor,
se ponham em movimento no sentido da acção das forças eléctricas, o que conduz ao aparecimento da
corrente eléctrica. Existem dois tipos de corrente quando classificados segundo a variação do seu sentido,
são eles:
Corrente contínua é aquela cujo sentido se mantém constante. Ex: corrente de uma bateria, pilha, etc.
Corrente alternada é aquela cujo sentido varia alternadamente. Ex: corrente usada nas residências

Fig. 1 – movimento ordenado de cargas livres


(electrões) no seio dum metal (corrente eléctrica)

Em casos mais simples, a corrente eléctrica surge num


condutor que ligue um corpo carregado a um corpo não
carregado ou a terra ( observe a figura ao lado).

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Esta corrente é de muito curta duração, pois a carga do corpo electrizado passa rapidamente
para o outro corpo ou escoa para a terra. E quando o corpo perde a carga, desaparece o campo
eléctrico no condutor e, simultaneamente cessa o movimento das cargas que transportam a
corrente, ou seja, desaparece também a corrente eléctrica. Para que a corrente se mantenha
durante um período bastante longo torna-se necessário mantê-lo sob acção de um campo
eléctrico. Entretanto se o nosso objectivo for este (Ter uma corrente por um longo período) seria
preciso fazer com que o corpo se mantenha permanentemente com carga. Se, por exemplo,
carregarmos um corpo com uma vareta electrizada de vidro torna-se evidente e visível que este
método não serve pois a corrente é também de muito pouco duração.
Na prática, o campo eléctrico nos condutores é criado e mantido durante muito tempo pelas
fontes de corrente eléctrica.

2. Fontes da corrente eléctrica


As fontes de corrente eléctrica têm sempre dois pólos, isto é, locais em que se acumulam cargas
eléctricas. Num dos pólos acumula-se a carga positiva, noutro negativa. Entre os pólos existe um
campo eléctrico. Por isso, se os pólos estão ligados às extremidades dum condutor, por este
condutor passa a corrente eléctrica.
A questão que agora vem ao ar é donde vêm as cargas eléctricas nos pólos da fonte de
corrente?
É do nosso conhecimento que em cada corpo existem partículas carregadas negativamente, os
electrões, assim como os protões, cuja carga é positiva. Mas uma vez que o número de
partículas de ambos os tipos nos corpos, o corpo no seu todo não tem carga nenhuma, ou seja, o
corpo é neutro em termos de carga eléctrica. Se estas cargas forem divididas de tal forma que
uma parte de electrões se acumule numa extremidade e na outra haja excesso de electrões, as
extremidades dos corpos ficarão carregadas, isto é, formar-se-ão pólos (polarização das
cargas). Mas para dividir as cargas, é necessário realizar um certo trabalho pois, pela segunda
lei das interacções eléctricas, as cargas positiva e negativa, sempre e em toda parte do mundo
atrair-se-ão.
Nas fontes de corrente realiza-se o trabalho de separação das cargas positivas das negativas.
Nas diversas fontes de corrente, transforma-se uma espécie de energia em energia
eléctrica.

Exemplo de fontes de corrente


 Máquina electrostática – Onde a energia eléctrica é obtida a partir da transformação da
energia mecânica.
 Termoelemento - A energia eléctrica é obtida a partir da transformação da energia
interna que depende exclusiva e completamente da temperatura.
 Célula fotoeléctrica – Onde a energia eléctrica advém da energia luminosa.
 Pilha galvânica de Volta - Onde a energia eléctrica advém da energia química.
descoberta e desenvolvida pelos cientistas Alessandro Volta e Galvani.
 Hidroeléctricas - Onde a energia eléctrica é obtida a partir da energia potencial da água
durante a sua queda.

3. Intensidade da corrente eléctrica


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Os efeitos da corrente eléctrica podem se mais fortes ou fracos, vamos agora descobrir do que
dependerá a fortaleza ou fraqueza de tais efeitos.
Quando uma partícula carregada livre, o electrão num metal ou um ião numa solução dum
electrólito, se desloca dum pólo para o outro duma fonte observa-se em simultâneo o
deslocamento de carga. Quanto maior for o número de partículas que se deslocam dum pólo
para o outro tanto maior será a carga total transferida pelas partículas.
A carga eléctrica total que passa através da secção transversal do condutor durante 1 segundo
determina a intensidade da corrente eléctrica.
 A intensidade da corrente eléctrica é a quantidade da carga eléctrica total que
atravessa uma secção transversal do contorno nu intervalo de tempo.
ΔQ
I=
Δt

Onde:
∆Q –carga eléctrica
I – intensidade da corrente eléctrica
∆t – intervalo de tempo ou, simplesmente,
tempo Fig. 3 – Representação do movimento ordenado
Sabe-se que, dos electrões num fio condutor (Corrente
ΔQ=n. e eléctrica)
n – número da carga (neste caso, o número
da carga que atravessa a secção transversal)
e – valor da carga elementar, e =1.6.10-19C

Unidade da intensidade da corrente eléctrica


Sendo a intensidade da corrente eléctrica dada pela taxa da variação da carga, dada em Coulomb com respeito ao
tempo dado em segundos, a unidade da intensidade da corrente eléctrica será:
ΔQ [ C ]
I= = =A
Δt [s]
A unidade da intensidade da corrente eléctrica é Ampere, em homenagem a André
Marie Ampère(1775-1836), físico e matemático francês, que ficou célebre por ter
descoberto a teoria do electromagnetismo e o princípio da telegrafia eléctrica.

Submúltiplos de Ampere Múltiplos de Ampere


1mA (miliampere) = 10-3A 1KA (Kiloampere) =103A
1µA (microampere) = 10-6A 1MA (Mega-Ampere) = 106A
1nA (nanoampere) = 10-9A
1pA (picoampere) = 10-12A

Sentido da corrente eléctrica


É de senso comum que corrente eléctrica é o movimento de partículas carregadas dentro do
condutor. Assim sendo, tudo o que move-se tem algum sentido (no contexto de direcção) então,
qual será o sentido da corrente eléctrica?
Esta questão surge na ciência numa altura em que nada se sabia a respeito dos electrões e iões,
ou seja, até então, pensava-se que tanto cargas positivas como cargas negativas se podiam
mover e transportar a corrente eléctrica daí que convencionou-se como sentido da corrente, o

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sentido em que se “poderiam deslocar as cargas positivas no condutor, isto é, a direcção
do pólo positivo para o seu pólo negativo e esta convecção é válida ainda hoje porém, sabe-se
que o mais certo seria considerar como sentido da corrente, o sentido de deslocamento dos
electrões no campo eléctrico, se não vejamos:

Em suma, o sentido convencional da corrente eléctrica é a direcção do pólo positivo para o


pólo negativo da fonte da corrente eléctrica, e o sentido real da corrente é do pólo negativo
para o pólo positivo da fonte da corrente eléctrica.

4. Circuito de corrente eléctrica e seus elementos


Para se utilizar a corrente eléctrica é obrigatória a presença evidente duma fonte, antes de mais
nada e, a tudo que funcionar na base ou com a corrente eléctrica chama-se receptor ou
consumidor da energia eléctrica. A energia eléctrica deve ser transportada até ao receptor
então, o receptor é ligado a uma fonte através de fios. Para ligar e desligar no momento
necessário os receptores da energia eléctrica são utilizados os interruptores. Entretanto, a fonte
de corrente, os receptores e os interruptores ligados através de fios compõem o circuito
eléctrico, assim chamaremos circuito eléctrico ao conjunto formado por uma fonte, receptores
(resistências) e interruptores.
As figuras abaixo mostram exemplos de um circuito eléctrico representado na sua forma real(fig.
0.1) e na sua forma simbólica (fig. 0.2)

Fig. 0.1
Fig. 0.2

Tabela.1
Elemento ou dispositivo circuito Representação simbólica Função
Lâmpada Pode funcionar como
resistência ou
consumidor

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Voltímetro Aparelho que mede a
tensão*
Amperímetro Aparelho que mede a
intensidade da corrente
Resistência eléctrica Resistência eléctrica*

Interruptor Abrir e fechar o circuito

*Conceito ainda por se desenvolver

5. Tensão eléctrica
Sabe-se até já que a corrente eléctrica realiza trabalho: accionar motores, aquecer fogões eléctricos, ferros
de engomar e outros aparelhos. Porém, o que distingue o trabalho realizado por uma corrente do outro
doutra corrente é a potência. Recordemos que a potência é o trabalho executado durante 1 segundo, ou seja:
W
P=
t , a questão que se deva responder é a seguinte: De que depende a própria potência da corrente
eléctrica?
A potência depende da intensidade da corrente eléctrica e experiências comprovam que quanto maior fora a
intensidade da corrente, tanto maior será a potência. Porém, a intensidade da corrente eléctrica depende
duma outra grandeza física denominada tensão eléctrica ou simplesmente tensão.
Experiências também comprovam que, por exemplo, se duas lâmpadas, a primeira duma ligada a um
acumulador (Ex. Bateria ou pilhas secas) e a segunda vulgar ligada à rede da iluminação da cidade, forem
submetidas à mesma intensidade da corrente eléctrica, a segunda lâmpada (a que está ligada à rede da
iluminação da cidade) produzirá mais luz e calor do que a lâmpada da lanterna. Portanto apesar da igualdade
da intensidade da corrente eléctrica nos dois circuitos, a potência da corrente nas duas lâmpadas é diferente.
Isto acontece porque a tensão nas lâmpadas é diferente. A tensão na lâmpada ligada à rede urbana é superior
à tensão na lâmpada da lanterna. Tensão eléctrica é a relação entre a potência e a intensidade da
corrente e é denotada pela letra U dependendo do autor da bibliografia, também ocorre sob forma de V,
contudo aqui usarei a letra V para designar tensão eléctrica.
Portanto, para determinar a tensão nas extremidades dum segmento do circuito é necessário dividir a
potência pela intensidade da corrente, matematicamente tem-se:

P
V=
I onde:
V- tensão eléctrica
I- intensidade da corrente eléctrica
P- tensão eléctrica.

Resumindo tensão eléctrica ou diferença de potencial (d.d.p) entre é a grandeza física definida pelo
quociente entre o trabalho executado e a carga que se desloca duma extremidade à outra do fio condutor,
ou seja, dum pólo para o outro da fonte, isto é:
W
V A−V B= W
q ,ou seja, ΔV =
q
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onde:
∆V- tensão eléctrica
W- trabalho executado pela corrente eléctrica
q – a carga que move-se dum pólo ao outro da fonte da corrente.

Unidade da tensão eléctrica


A unidade da tensão é Volt (V), em homenagem ao físico italiano Alessandro
Volta (1745 – 1827), inventor da pilha e bateria geradora da corrente eléctrica.
V =1 Volt=1 V

6. Resistência eléctrica de um condutor


Experiências provam que num circuito com um dado valor de tensão e com um condutor de arame de ferro,
se em vez do condutor deste material ligamos ao circuito arame de niquelina (liga de ferro, cobre e zinco)
verificaremos que o valor da intensidade da corrente varia mesmo quando temos para ambos condutores os
mesmos valores de comprimento e área da secção transversal.
Logo, a intensidade da corrente no circuito não depende só da tensão mas também do material de que são
feitos os fios condutores ligados ao circuito. O que levou os percursores da ciência à conclusão de que
diferentes condutores possuem diferentes resistências eléctricas.

A resistência eléctrica de um condutor depende do


material de que é feito o condutor (δ), da área da
secção transversal (S) e do comprimento do
condutor (l ).

Expressão matemática
2 2
l Ω. m Ωmm
R= ;.. . R=
R=δ . ; m m
S
Onde:
R – Resistência eléctrica do condutor;
δ – resistividade do material de que é
feito o condutor
ℓ – comprimento do fio condutor
S – área da secção transversal

N.B. Quanto maior for o comprimento do condutor maior é a resistência e vice-versa e quanto menor
for a área da secção transversal maior é a resistência e vice-versa.

Unidade da resistência eléctrica


A unidade da resistência eléctrica é Ohm (Ω), em homenagem ao físico
alemão Georg Simon Ohm (1789-1854), que se dedicou ao estudo da corrente
eléctrica e estabeleceu uma lei que veio a ter se nome (lei de ohm).

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Submúltiplos mais usados de Ohm Múltiplos mais usados de Ohm
1mΩ (miliohm) = 10-3Ω 1KΩ (Kilohm) =103Ω
1µΩ (microhm) = 10-6 Ω 1MΩ (Megaohm) = 106Ω

Definição: A resistência eléctrica de um condutor é uma grandeza física que representa a oposição ao
movimento dos electrões dentro do condutor.

7. Lei de Ohm
Estudando a corrente eléctrica que percorre uma resistência, Georg Simon Ohm determinou,
experimentalmente, que a resistência R é constante para determinados tipos de condutores, isto é, à uma
temperatura fixa, para um certo tipo de condutores denominados condutores óhmicos, for estabelecida uma
d.d.p ou tensão igual à 5V em suas extremidades, e se o valor da intensidade da corrente que atravessa o
condutor for igual à 2A então, passando-se dessa tensão para uma tensão de 10V, o valor da intensidade da
corrente terá de ser 4A e, se passamos para 20V, o valor da intensidade da corrente terá de ser 8A , ou seja,
a razão entre a tensão e a intensidade da corrente é sempre constantes em condutores óhmicos, e à essa
constante denominou-se Resistência eléctrica denotada por R.

V1 V 2 V 3 V4 V n
= = = = =K =R 5 V 10 V 20 V
= = =2 .5 Ω=K=R
I 1 I 2 I3 I 4 In , e neste caso, 2A 4A 8A

Gráficos de tensão em função da intensidade da corrente de substâncias óhmicas e não-ohmicas

Fig. 1.2- gráfico duma resistência óhmica Fig. 1.3- gráfico de resistência não-óhmica

Enunciado da lei de Ohm


“ A intensidade da corrente eléctrica que percorre um condutor é directamente proporcional à tensão
estabelecida em suas extremidades, se a temperatura do condutor for mantida constante.”
Ou seja, I~V. A constante de proporcionalidade é a resistência (R) do condutor.

Matematicamente tem-se:

V
=R
I então, V =R . I

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Onde:
V – tensão nas extremidades do condutor
I- intensidade da corrente
R- resistência eléctrica do condutor

8. Associação de resistência
Existem duas formas de associar as resistências em um circuito, a saber:
 Associação de resistências em série;
 Associação de resistência em paralelo.
E, a outra forma é a mista, que conforme o nome, resulta da mistura duma associação em série e em
paralelo.

8.1. Associação de resistência em série


Diz se que duas resistências estão associadas em série quando duas ou mais resistências estão ligadas uma
após a outra, de modo que sejam percorridas pela mesma corrente. As figuras abaixo visualizam este tipo de
associação:

Duma forma mais compreensível tem-se 

8.1.1.Princípios que regem as ligações em série


I. Numa ligação em série a corrente total (It) é igual à corrente que passa por cada um dos consumidores, pois todos
os consumidores recebem a mesma corrente, entretanto podemos concluir o seguinte:
I t =I 1 =I 2=I 3 =I n
II. Numa associação em série a tensão total (Vt) é igual à soma das tensões parciais, isto é, a soma das tensões nas
extremidades de cada resistência, assim teremos:
V t =V 1 +V 2 +V 3 +V n
III. A resistência equivalente ou total (Rt) a associação de resistência em série é igual à soma de cada uma das
resistências percorridas pela mesma corrente, assim teremos:
Rt =R1 + R2 +R3 +Rn

8.2. Associação de resistência em paralelo


Diz-se que duas ou mais resistências estão em paralelo quando se encontram ligadas de tal
modo que estejam sujeitas à mesma tensão eléctrica. As figuras abaixo são para ajudar a
perceber isso:

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Ou
simplesmente

E, para se tornar mais inteligível:

8.2.1. Princípios que regem as ligações em série


I. Se bem que as figuras acima representadas são idênticas, isto é, representam o mesmo
circuito, então é evidente concluir-se que numa ligação em paralelo as resistências estão sujeitas
à mesma tensão, e analiticamente tem-se:
V t =V 1 =V 2 =V 3 =V n

II. Numa ligação ou associação em paralelo, a corrente ao chegar no ponto A das figuras acima
representadas, ramifica-se em I1 e I2,, onde I1 percorre a resistência R1 e I2 a resistência R2 e ao
chegar no ponto B se unem formando It. Por isso numa ligação em série, a corrente total é igual à
soma das correntes que passam por cada consumidor ou resistência, assim:
I t =I 1 + I 2 + I 3 + I n

II. Numa associação de resistência em paralelo, o inverso da resistência total (Rt) ou equivalente
(Req) é igual ao somatório dos inversos das resistências parciais tomadas individualmente, ou
seja:
1 i 1 1 1 R 1 . R2 .
= + + + Req =
R eq R1 R 2 R3 Rn , também serve a expressão R 1 + R2 para duas resistências.

8.3. Associação ou ligação mista de resistências


Observe a figura abaixo:

Repare que a resistência R1 está associada em paralelo


com R2 e agora qual é o tipo de associação entre a
resistência R2 e R3? Será que estão em paralelo ou em
série? A resposta correcta é nem uma nem outra, pois se
estivessem em série seriam percorridos por uma
corrente com mesma intensidade e isso não é verdade
pois R2 é percorrida por I2 e R3 é percorrida por uma

corrente intensidade I3; e também não podem estar em paralelo pois a d.d.p nas extremidades
das resistências não são iguais. Então o que pode-se dizer acerca das resistências?
A verdade é que a resistência R2 está em paralelo com a resistência R1 e só a total ou equivalente
R12 é que se encontra em série com R3 e não R1 ou R2 individualmente em série com R3, .isto é,
1 1 1
= +
R 12 R1 R 2 e, no entanto, R123=R 12+R3

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Também se pode concluir que Vt =V1= V2 mas Vt é diferente de V3, e Vt =V1+V3.
Em contrapartida I1+ I2= It.

9. Potência eléctrica
Na introdução à tensão eléctrica concluímos que para determinar a tensão nas extremidades
dum segmento do circuito era necessário dividir a potência pela intensidade da corrente, e que
matematicamente tinha-se:

P
V= onde:
V- tensão eléctrica
I I- intensidade da corrente eléctrica
P- tensão eléctrica.

Dedução da fórmula para o cálculo da potência eléctrica ou potência dissipada no resistor

P
V = ⇔ P=V . I
I
∵V =I . R
Substituindo : 2
P=I . R .I ⇔ P=R . I 2 P=R . I
Unidade da potência
A unidade da potência no S.I. é Watt (W), em homenagem ao inventor escocês
James Watt (1736-1819), que consegui a fama com o seu desenvolvimento da
máquina à vapor.

Múltiplos mais usados de watt


1hW (hectowatt) = 102W
1KW (quilowatt) = 103W
1MW (megawatt) = 102W

N.B. A potência eléctrica da corrente será tanto maior quanto maior for a resistência eléctrica.

10. Efeito Joule-Lenz


Qualquer condutor sofre um aquecimento ao ser atravessado por uma corrente eléctrica.
Esse efeito é a base de funcionamento dos aquecedores eléctricos, chuveiros eléctricos,
secadores de cabelo, lâmpadas térmicas etc. este facto acontece porque os electrões que são
aqueles que transportam a corrente eléctrica nos metais e os electrões nas soluções electrólitos,
quando se deslocam sob a acção de um campo eléctrico interactuam com as moléculas e os
átomos da matéria do condutor transmitindo-lhes a sua energia.
As experiências demonstram que nos condutores metálicos imóveis, todo o trabalho da corrente
é consumido no aquecimento dos condutores, isto é, para aumentar a sua energia interna.
Contudo, sabe-se que a medida da variação da energia interna é a quantidade de calor, ou seja,
∆U = Q (9ª Classe, dilatação térmica dos corpos sólidos), logo a quantidade de calor que se
desenvolve no condutor é igual ao trabalho da corrente, ou seja Q =W

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É do nosso conhecimento que:
W 2
Q=I . R . Δt
P= ⇒ W=P . Δt
Δt W=V . I . Δt
∵P=V . I ∵Q=W
Substituindo :W =V .IΔ. t então W=V . I . Δt onde:
V – tensão eléctrica
I – Intensidade da corrente eléctrica
∆t – intervalo de tempo
Q - Quantidade de calor
Unidade do calor
A unidade de calor no S.I. é o Joule (J), em homenagem ao físico inglês James
Prescott Joule(1818-1889), ele que em simultâneo com Emili Khristianovitch
Lenz (1804-1865) estabeleceram independentemente a lei que determina o
efeito térmico da corrente.

Enunciado da lei de Joule-Lenz


“A quantidade de calor desenvolvida por um condutor quando percorrido por uma corrente é igual
ao produto do quadrado da intensidade da corrente, pela resistência do condutor e pelo tempo.”

Q=I 2 . R . Δt

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