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Eletrônica Industrial

AULA SÍNCRONA 09
PROFESSOR: CRISTIANO LÚCIO CARDOSO RODRIGUES
CRISTIANO.RODRIGUES@IFMG.EDU.BR
“O material a seguir é uma videoaula apresentada pelo professor
Cristiano Lúcio Cardoso Rodrigues, como material pedagógico do IFMG,
dentro de suas atividades curriculares ofertadas em ambiente virtual
de aprendizagem. Seu uso, cópia e ou divulgação em parte ou no todo,
por quaisquer meios existentes ou que vierem a ser desenvolvidos,
somente poderá ser feito, mediante autorização expressa deste docente
e do IFMG. Caso contrário, estarão sujeitos às penalidades legais
vigentes”.
Aula passada

 TRIAC controlando fase de uma carga resistiva (Item 8.1)


 Disparo com divisor de tensão (Item 8.2)
 Resolução de exercícios
Aula de hoje

 Revisão TRIAC - Aula Prática


 Item 8.3 - Outros dispositivos
 Item 8.3.1 - DIAC
TRIAC controlando fase de uma carga resistiva
Circuitos estudados – Itens 8.1 e 8.2 da apostila

Item 8.1 Item 8.2

onde:
Circuitos estudados – Itens 8.1 e 8.2
Vantagens

 Apresenta poucos componentes


 Fácil implementação
 Fácil análise e entendimento: aumentando-se a resistência,
aumenta-se o ângulo de disparo.
Circuitos estudados – Itens 8.1 e 8.2
Desvantagens
 Pelo fato do disparo depender dos valores de VGT e IGT e esses parâmetros
variarem de acordo com o quadrante de operação do TRIAC, os ângulos de
disparo podem ser diferentes nos semiciclos positivos e negativos, tornando
a forma de onda sobre a carga assimétrica.
 Não é possível obter ângulos de disparos maiores do que 90° nos
semiciclos positivos e 270° nos semiciclos negativos com os circuitos
apresentados. Isso porque, os maiores valores que poderemos encontrar
para a tensão da rede (valores de pico) correspondem aos ângulos de 90° e
270°. Se continuarmos a aumentar o valor da resistência, com o objetivo de
aumentar o ângulo de disparo além de 90° e 270°, o controle será perdido.
Circuitos estudados – Itens 8.1 e 8.2
Desvantagens
 Se tentássemos disparar um TRIAC ou um SCR com um
ângulo de 150°, por exemplo, o valor instantâneo da
tensão da rede será:

Repare nesse caso que quando a tensão da rede


atingir 89,8V, o disparo acontecerá em 30° e não em
150°. Ou seja, o valor da resistência RX para se ter um
disparo em 150° é o mesmo para um disparo em 30°.

 Assim, devido ao fato da forma de onda senoidal ser


simétrica em 90° e 270°, não iremos conseguir disparar
o TRIAC (ou o SCR) com ângulos superiores a esses
valores com os circuitos apresentados.
Montagem prática
Disparo do TRIAC com divisor de tensão
 Determinação de Rx em função do ângulo de disparo:

 Valor da tensão eficaz (RMS) em função do ângulo de


disparo:
Dados:
IGT = 2 mA (1° e 3° quadrantes)
VGT = 1,4 V (1° e 3° quadrantes)
RGK = 1 K
Carga = Lâmpada 127V/100W
Montagem prática
Disparo do TRIAC com divisor de tensão
 Visualização do ângulo de disparo no  Tabela de resultados:
osciloscópio:
 vrede RX VRMS t
Para f = 60Hz, o período vale: 5° 15,65V 127V 0,23ms
4,2k
(equivalente a 360°) 30° 89,8V 26k 125,2 1,39ms
45° 127V 36,9k 121,1V 2,08ms
Ângulo () Tempo (ms) 60° 155,5V 45,3k 113,9 2,78ms
180° 8,33 90° 179,6V 52,4k 89,9V 4,17ms
 t
 RX escolhido para variações do ângulo de disparo:
 R1 = 2k (fixo)
 R2 = 100k (potenciômetro)
Outros dispositivos
Item 8.3 da Apostila do curso

 DIAC: tiristor utilizado como dispositivo de disparo do TRIAC


(Item 8.3.1)

 Optoacopladores: possuem a função de proporcionar


isolamento elétrico entre o circuito de disparo e o circuito de
potência, já que o contato passa a ser realizado por luz.
(Item 8.3.2)
DIAC
Item 8.3.1 da Apostila do curso
 Um DIAC (Diode Alternative Current) é
um diodo de corrente alternada.
Geralmente ele é utilizado como
dispositivo de disparo do TRIAC.

 Basicamente, trata-se de um TRIAC sem


gatilho. Portanto, ele só dispara quando a
tensão aplicada sobre ele atinge a tensão
de disparo VD (disparo por sobretensão).
Figura 8.8: Curva característica de
um DIAC (a) e seus símbolos (b)
Geralmente este valor se encontra entre
20 e 40 V.
DIAC
Item 8.3.1 da Apostila do curso
 O DIAC não possui polaridade. Ou seja,
conduz corrente nos dois sentidos de
polarização. Em catálogos, os seus
terminais são denominados por MT1 e
MT2 (Terminais Principais 1 e 2).
 Trata-se de um dispositivo simétrico, ou
seja, ele possui as mesmas condições de
disparo tanto para o 1°, quanto para o 3°
Figura 8.8: Curva característica de quadrantes. Portanto, ele corrige o
um DIAC (a) e seus símbolos (b) problema de antissimetria de disparo do
TRIAC em circuitos de corrente alternada.
Rede Defasadora RC (Resistor + Capacitor)
Item 8.3.1 da Apostila do curso
 Em um circuito de corrente alternada
contendo uma resistência R em série
com um capacitor, a tensão no
capacitor encontra-se atrasada
(defasada) em relação à tensão
senoidal da rede, apesar de possuir a
mesma frequência (mesmo período).

Circuito RC em corrente alternada


Rede Defasadora RC (Resistor + Capacitor)
Item 8.3.1 da Apostila do curso
 O ângulo de defasagem () entre a tensão do capacitor
e a tensão da rede pode ser calculado como:

 Na equação acima, o termo XC é conhecido como


reatância capacitiva. A reatância capacitiva é a
dificuldade imposta pelo capacitor à passagem da
corrente elétrica. Pode ser visualizada como sendo a
"resistência" do capacitor em corrente alternada.

 Por se tratar de uma "resistência", a unidade da


reatância capacitiva é o ohm (Ω).
Formas de onda do circuito RC
série
Rede Defasadora RC (Resistor + Capacitor)
Item 8.3.1 da Apostila do curso
 A reatância capacitiva XC depende da frequência e da
capacitância do capacitor conforme a expressão abaixo:

(reatância  Quanto maior a frequência da tensão alternada, menor


capacitiva)
será a reatância capacitiva. Em corrente contínua,
como a frequência é nula, o capacitor se comporta
como um circuito aberto (reatância capacitiva infinita).
 Assim, na expressãopode-se aumentar o ângulo de
defasagem, aumentando-se a resistência R ou a
capacitância C do circuito RC. Note que um aumento
em C provoca uma diminuição em XC.
Formas de onda do circuito RC
série
Circuito DIMMER para controle de potência na
carga com TRIAC, DIAC e rede defasadora RC
 Vantagens desse circuito em relação aos
estudados:

 Uso do DIAC  disparos simétricos nos


semiciclos positivos e negativos.

 Uso da rede defasadora RC  permite obter


ângulos de disparos acima de 90° nos
Figura 8.9: Circuito DIMMER para semiciclos positivos e 270° no semiciclos
controle de potência na carga com negativos.
TRIAC, DIAC e rede defasadora
RC
Circuito DIMMER para controle de potência na
carga com TRIAC, DIAC e rede defasadora RC

 A tensão sobre o capacitor, atrasada em relação à


tensão da rede, é quem vai disparar o DIAC e,
consequentemente, o TRIAC.

 Disparo o DIAC e do TRIAC:

Figura 8.9: Circuito DIMMER para


controle de potência na carga com
TRIAC, DIAC e rede defasadora
RC
Circuito DIMMER para controle de potência na
carga com TRIAC, DIAC e rede defasadora RC
 Quando a tensão no capacitor, atrasada em relação
à tensão da rede, atinge a tensão de disparo do
DIAC, ele conduz e o capacitor descarrega no gate
do TRIAC, que inicia a condução alimentando a
carga.

 Como o DIAC dispara igualmente nos semiciclos


positivos e negativos, teremos ângulos de disparos
iguais nos semiciclos positivos e negativos,
Figura 8.9: Circuito DIMMER para independentemente da corrente IGT do TRIAC,
controle de potência na carga com
TRIAC, DIAC e rede defasadora resolvendo o problema da anti-simetria
RC apresentada nos circuitos mais simples estudados
nos itens 8.1 e 8.2.
Circuito DIMMER para controle de potência na
carga com TRIAC, DIAC e rede defasadora RC
 O circuito formado pelos resistores R1 e R2 e pelo
capacitor C1 formam uma rede defasadora,
responsável por atrasar (defasar) a tensão aplicada
sobre o DIAC em relação à tensão da rede.

 Variando-se a resistência R2, varia-se o ângulo de


defasagem entre a tensão no capacitor e a tensão da
rede e consequentemente o ângulo de disparo do
TRIAC.
Figura 8.9: Circuito DIMMER para
controle de potência na carga com
TRIAC, DIAC e rede defasadora  Devido a essa defasagem, torna-se possível disparar o
RC TRIAC com ângulos de disparos acima de 90° nos
semiciclos positivos e 270° no semiciclos negativos.
Circuito DIMMER para controle de potência na
carga com TRIAC, DIAC e rede defasadora RC

Erro na Figura da apostila!

Figura 8.10: Tensões de disparo com rede defasadora RC


Resumo – Função dos Componentes
Circuito DIMMER com TRIAC, DIAC e rede RC
 R1 = resistor fixo, possui a função de limitar a corrente sobre o DIAC (Q 2) e no gate do TRIAC (Q1).
 R2 = resistor variável, responsável pela variação do ângulo de disparo do TRIAC, por meio da
variação do ângulo de defasagem entre a tensão sobre o capacitor e a tensão da rede.
 C1 = juntamente com os resistores R1 e R2, defasa a tensão aplicada sobre o DIAC. Em um circuito
RC série, a tensão sobre o capacitor fica atrasada em relação à tensão da rede. O ângulo de
defasagem é tanto maior quanto maior for o valor das resistências e da capacitância.
 Q2 (DIAC) = produz ângulos de disparo do TRIAC simétricos nos semiciclos positivo e negativo.
Sempre que a tensão no capacitor for maior do que a tensão de disparo do DIAC, o DIAC conduz (é
disparado por sobretensão) e consequentemente proporciona as condições de disparo do TRIAC,
fazendo-o entrar em condução.
 Q1 (TRIAC) = quando o TRIAC entra em condução, sendo disparado pelo DIAC, faz com que a
tensão da rede seja aplicada sobre a carga. Em condução, comporta-se como uma chave fechada.
Montagem prática
Circuito DIMMER com TRIAC, DIAC e rede RC
 TRIAC: 2N6073BG
 IGT = 2 mA (1° e 3° quadrantes)
 VGT = 1,4 V (1° e 3° quadrantes)

 DIAC: 1N5758
 VD entre 16 e 24V
 R1 = 2k
 R2 = 0-200k (potenciômetro)
 C1 = 150nF
 Carga = Lâmpada 127V/500W
Dúvidas??
Próxima aula

 Item 8.3.2 – Optoacopladores


 Circuitos especiais de disparo

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