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Tecnologia Fotovoltaica

AUL A 0 2
P ROF ESSOR: CR I STI ANO LÚ CI O CA R DOS O RODR I GU ES
CR I STI ANO.RODR IGU ES@IF MG. EDU.BR
Aula de hoje

❑ 3.4 - CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS MÓDULOS


FOTOVOLTAICOS
❑ 3.5 - FATORES DE INFLUÊNCIA NA GERAÇÃO FOTOVOLTAICA
❑ 3.6 - ASSOCIAÇÕES DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
3.4 - CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS
MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
❑ Um módulo fotovoltaico pode ser especificado por sua potência
elétrica de pico nominal (Wp), no entanto, as características de
tensão e corrente para módulos de mesma potência e de
fabricantes diferentes podem variar um pouco.

❑ A potência nominal ou potência de pico que é informada pelo


fabricante é a potência que o módulo pode fornecer levando em
consideração as condições de teste padrão, realizadas em
laboratório (STC – do inglês Standard Test Conditions).
3.4 – CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS
MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
❑ As características elétricas dos módulos fotovoltaicos são medidas
nas condições de teste padrão para ensaio (STC).

❑ Condições-padrão para ensaio (STC):

• Temperatura das células: T = 25C


• Irradiância solar total: G = 1.000 W/m2, normal à superfície de ensaio
• Coeficiente de massa de ar igual a 1,5 → AM = 1,5
3.4 – CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS
MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
Irradiância X Irradiação → Capítulo 2 da apostila

• Irradiância Solar: É a relação entre potência e área da região de incidência.


Assim, a mesma é expressa por W/m².

Curiosidades: A Irradiância que chega à terra advinda do Sol possui valor médio de aproximadamente
1.367 W/m²

• Irradiação Solar: É a relação entre a quantidade de energia solar incidente e a área de determinada
superfície durante um período de tempo definido. Assim, a mesma é expressa por kWh/(m².dia) ou
kWh/(m².mês) ou kWh/(m².ano).

OBS: Para instalação solar fotovoltaica a irradiação solar anual em determinada localidade é
considerada um parâmetro fundamental.
▪ Coeficiente de Massa de Ar (AM) - Razão entre o caminho ótico percorrido
pelos raios solares ao cruzar a atmosfera (SO) e o caminho vertical na direção do
zênite (ZO):
AM = SO
ZO
Zênite
Zênite

Sol no ângulo θZ

θZ

AM = 0 → Extraterrestre AM = 1,5 → θZ = 48,2º


AM = 1,0 → Sol no zênite AM = 2,0 → θZ = 60,1º

Zênite solar → quando o sol está diretamente acima da cabeça, isso geralmente
acontece ao meio-dia.
3.4 – CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS
MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
❑ As principais características elétricas das células e módulos
fotovoltaicos (medidas nas STC), independente da tecnologia e dos
materiais, são:

• Tensão de circuito aberto (Open Circuit) → VOC


• Corrente de curto-circuito (Short Circuit) → ISC
• Tensão do ponto de máxima potência (VPMP), (VMPP), (Vmp) → VMP
• Corrente do ponto de máxima potência (IPMP), (IMPP) , (Imp) → IMP
• Potência nominal (PNOM), (Pmp), (Pmax) → PMP ou Wp
3.4 – CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS
MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
❑ VOC – Tensão de Circuito Aberto (open circuit): Máxima tensão entre os terminais de um módulo. É quando o
mesmo não está fornecendo corrente elétrica. Pode ser medida com um voltímetro ligado aos terminais do módulo
fotovoltaico sem que o mesmo esteja alimentando qualquer carga, ou seja, em circuito aberto.

V VOC

❑ ISC – Corrente de Curto Circuito (short circuit): Corrente máxima que um módulo fotovoltaico pode fornecer.
Como o próprio nome diz, a mesma é obtida a partir de um curto circuito em seus terminais. Para realizar a medição
de ISC basta fazer um curto circuito nos terminais do módulo e medir a corrente que flui com um amperímetro.

A
ISC
3.4 – CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DOS
MÓDULOS FOTOVOLTAICOS
❑ IMP – Corrente de Máxima Potência: Valor de corrente que corresponde à situação na qual o
módulo fornece máxima potência

❑ VMP – Tensão de Máxima Potência: Valor detensão que corresponde à situação na qual o
módulo fornece máxima potência.

❑ PMP – Ponto de Máxima Potência: Máxima potência que o módulo fotovoltaico pode entregar
para um determinado nível de irradiância solar. É calculado como sendo o produto VMP x IMP.,
ou seja, é o ponto da curva característica onde o produto da corrente pela tensão é máximo.
PNOM = PMP = IMP x VMP (@ STC) → Wp (watt-pico)
→ PNOM é o valor de potência especificado na etiqueta do módulo, @ STC.
Curva característica I x V de um módulo fotovoltaico
Mantendo um nível de Irradiância fixa sobre o módulo fotovoltaico, a tensão e a corrente dependem da carga que
está conectada em seus terminais. A relação entre a tensão e a corrente de um módulo fotovoltaico é dada a seguir:

A W

Curva I x V
Pmp
Corrente

Potência
Pmp

Curva de
Potência

V
Tensão
Na apostila do curso:
Exemplos de folhas de dados
(Datasheets) de módulos fotovoltaicos

Figura: Família de Módulos de silício policristalino de 355W a 370W no STC. Fonte: Canadian Solar.
Exemplos de folhas de dados
(Datasheets) de módulos fotovoltaicos

Figura: Família de módulos de silício monocristalino de 430W a 455W no STC. Fonte: Risen Energy. Solar.
3.5 - FATORES DE INFLUÊNCIA NA
GERAÇÃO FOTOVOLTAICA
❑ O principal fator que influencia a geração fotovoltaica é o nível de
Irradiância solar (G) que chega até as células fotovoltaicas, mas
existe outro fator que pode também influenciar na geração que é a
temperatura (T) das células.

❑ O coeficiente de massa de ar (AM) influencia nos valores da


irradiância e da temperatura, mas não foram encontrados estudos
de sua influência de forma isolada.
3.5 – a) Influência da radiação solar
❑ A corrente elétrica que o módulo fotovoltaico pode fornecer
depende diretamente da intensidade da radiação solar que incide
sobre as células. Com uma Irradiância de 1000W/m², o módulo é
capaz de fornecer a corrente máxima especificada em sua etiqueta
(sob temperatura de 25°C).

❑ Com pouca luz, a corrente fornecida pelo módulo é muito pequena


e sua capacidade de gerar energia é severamente reduzida.
3.5 – a) Influência da radiação solar
❑ À medida que a irradiância solar
diminui, a corrente gerada pelo
módulo cai quase que
proporcionalmente, enquanto a
tensão do módulo pouco sofre
com esse efeito, mas diminui com
a diminuição da irradiância.

❑ Concluímos que quanto menor a


irradiância solar incidente no
módulo, menor será a potência
gerada pelo mesmo.
Figura: Curva I x V para diferentes níveis de irradiância
3.5 – b) Influência da Temperatura
❑ A temperatura tem influência sobre a tensão que
o módulo apresenta em seus terminais e,
consequentemente, na potência fornecida pelo
mesmo. Em temperaturas mais baixas a tensão
aumenta e em temperaturas mais altas a tensão
diminui.

❑ A corrente gerada pelo módulo pouco sofre com


esse efeito, mas aumenta com a diminuição da
temperatura.

❑ Pode-se concluir que quanto menor a irradiância


solar incidente no módulo, menor será a potência
gerada pelo mesmo.
Figura: Curva I x V para diferentes temperaturas de células
3.5 – b) Influência da Temperatura
Coeficientes de temperatura
▪ A variação da temperatura de operação influencia o desempenho dos dispositivos
fotovoltaicos, alterando a eficiência de conversão.
▪ A influência da temperatura é especificada pelos coeficientes de temperatura, que
normalmente indicam a variação dos valores de corrente, tensão e potência com relação ao
valor nas STC.

→ Coeficiente de temperatura sobre a corrente ISC (α)


ISC aumenta ligeiramente com a temperatura. O coeficiente α é positivo.

→ Coeficiente de temperatura sobre a tensão VOC (β)


VOC diminui acentuadamente com o aumento da temperatura.
O coeficiente β é negativo.

→ Coeficiente de temperatura sobre a potência PMP (γ)


O coeficiente γ depende da tecnologia e em geral é negativo.
Coeficientes de temperatura
▪ Normalmente os coeficientes de temperatura são especificados na folha
de dados do módulo.
▪ São especificados os coeficientes α, β e γ para VOC, ISC e PMP, nas STC
(T = 25ºC, irradiância de 1.000 W/m² e AM 1,5).
▪ Alguns fabricantes apresentam o coeficiente βVmp.
▪ Exemplo
COEFICIENTES DE TEMPERATURA

▪ Os coeficientes de temperatura podem ser especificados em % / °C ou em unidade / °C.


▪ Para calcular o novo valor da grandeza, devido à variação da temperatura de 25 °C para T
(ΔT ), utiliza-se as expressões a seguir:
✓ ΔT = T - 25º C
✓ Coeficiente de temperatura sobre a corrente ISC (α)
α em mA / ºC → ISC (T) = ISC (25ºC) + (α ΔT)
α em % / ºC → ISC (T) = ISC (25ºC) [1 + (α ΔT/100)]
✓ Coeficiente de temperatura sobre a tensão VOC (β)
β em mV / ºC → VOC (T) = VOC (25ºC) + (β ΔT)
β em % / ºC → VOC (T) = VOC (25ºC) [1 + (β ΔT/100)]

✓ Coeficiente de temperatura sobre a potência PMP (γ)


γ em W / ºC → PMP (T) = PMP (25ºC) + (γ ΔT)
γ em % / ºC → PMP (T) = PMP (25ºC) [1 + (γ ΔT/100)]
3.6 - ASSOCIAÇÕES DE MÓDULOS
FOTOVOLTAICOS
❑ Com exceção de pequenos sistemas de baixa potência, costuma-se
associar módulos fotovoltaicos, formando um arranjo fotovoltaico,
para atingir uma faixa de tensão, corrente ou potência na qual um
único módulo não é capaz de produzir.
❑ As principais associações são:
▪ Módulos fotovoltaicos ligados em série
▪ Módulos fotovoltaicos ligados em paralelo
▪ Associação mista (série – paralela)
a) Módulos fotovoltaicos ligados em série
❑ Associamos módulos fotovoltaicos em série quando o projeto necessita que a geração
fotovoltaica atinja valores de tensão nos quais os módulos comerciais não apresentem.
❑ Na conexão série, as tensões dos módulos se somam e a corrente que percorre os
módulos é a mesma.
❑ Um detalhe importante é que os módulos fotovoltaicos conectados em série devem ser
de mesmo tipo e modelo, mantendo a unicidade das características elétricas entre eles
para evitar que um módulo fotovoltaico de menor capacidade de geração (seja de
potência menor ou de corrente menor) limite a capacidade de geração dos módulos de
maior capacidade.
❑ Se os módulos são iguais, as potências serão somadas.
a) Módulos fotovoltaicos ligados em série

Se os módulos forem iguais:

𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2
𝐼 = 𝐼1 = 𝐼2
𝑃 = 𝑃1 + 𝑃2
V

Se os módulos não forem iguais:


𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2
I = menor valor entre as correntes
𝑃 ≠ 𝑃1 + 𝑃2
b) Módulos fotovoltaicos ligados em
paralelo
❑ Ao associar módulos fotovoltaicos em paralelo as correntes geradas por cada módulo
se somam e a tensão entre eles permanece a mesma. Esse tipo de associação
também soma as potências de cada módulo resultando em uma potência final maior.

❑ Na associação em paralelo, os terminais positivos dos módulos são interligados entre


si e o mesmo deve acontecer para os terminais negativos.

❑ É importante que os módulos associados em paralelo apresentem mesma tensão, pois


um módulo de tensão menor pode passar a receber energia de outro módulo de tensão
maior, funcionando como consumidor ao invés de gerador.
b) Módulos fotovoltaicos ligados em paralelo

❑ Se os módulos forem iguais:

𝑉 = 𝑉1 = 𝑉2
𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2
𝑃 = 𝑃1 + 𝑃2

❑ Se os módulos não forem iguais, o


módulo de tensão menor pode passar a
receber energia de outro módulo de
tensão maior, funcionando como
consumidor ao invés de gerador.

𝑃 ≠ 𝑃1 + 𝑃2
c) Associação mista (série – paralela)

❑ É muito comum a associação mista entre módulos fotovoltaicos aplicados a projetos de


médio/grande porte para atingir níveis de tensões e potências mais altas do que um
simples string pode chegar.

❑ Uma string é formada quando conectamos vários módulos iguais em série. Na string,
as tensões de cada módulo são somadas.

❑ Ao conectarmos strings em paralelo, estaremos somando as correntes de cada string e


no final de tudo somando as potências de todos os módulos fotovoltaicos.
b) Associação mista (série – paralela)
❑ Na ligação em série → formação das strings:

𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2

❑ Considerando as strings ligadas em paralelo:

𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2

❑ Potência final = soma das potências de todos os


módulos fotovoltaicos.
Equivale a potência de cada módulo multiplicado
pelo número de módulos.
Dúvidas??
Próxima aula

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