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Eletrônica Industrial

AULA SÍNCRONA 03
PROFESSOR: CRISTIANO LÚCIO CARDOSO RODRIGUES
CRISTIANO.RODRIGUES@IFMG.EDU.BR
“O material a seguir é uma videoaula apresentada pelo professor
Cristiano Lúcio Cardoso Rodrigues, como material pedagógico do IFMG,
dentro de suas atividades curriculares ofertadas em ambiente virtual
de aprendizagem. Seu uso, cópia e ou divulgação em parte ou no todo,
por quaisquer meios existentes ou que vierem a ser desenvolvidos,
somente poderá ser feito, mediante autorização expressa deste docente
e do IFMG. Caso contrário, estarão sujeitos às penalidades legais
vigentes”.
Aula passada

 Curva ideal e aproximada do diodo e do SCR


 Curva real do diodo e do SCR
 Principais parâmetros do SCR
 Condições de disparo e bloqueio do SCR
 Questionário na plataforma Moodle
Condições de disparo do SCR - Revisão
Item 5.5 da Apostila do curso
Para o SCR ser disparado, ou seja, para que ele possa entrar em condução deve-se ter:
 O SCR deve estar diretamente polarizado;
 Um pulso de tensão positiva deve ser aplicado entre o gate (G) e o catodo (K) com
amplitude maior ou igual a 0,7V.
 O pulso de tensão deverá garantir uma corrente mínima IGT no terminal de gatilho;
 Além disto, o SCR deve conduzir uma corrente entre anodo e catodo (IA) maior do que
a corrente de retenção IL.

Podemos resumir as condições de disparo conforme abaixo:


VAK  VT (1,5V no máximo) VGK  VGT = 0,7V IG  IGT IA  IL
Condições de bloqueio do SCR - Revisão
Item 5.5 da Apostila do curso
Para se obter o bloqueio do SCR, existem duas possibilidades possíveis:
 Polarizar reversamente o SCR
ou
 Fazer com que a corrente de anodo (IA) caia abaixo do seu valor de manutenção IH

Podemos resumir as condições de bloqueio conforme abaixo:


VAK  0
ou
IA  IH
Aula de hoje
 Simulação do Funcionamento do SCR no software Multisim
 Modelo do SCR baseado em 3 diodos
 Analogia do SCR com 2 transistores
 Métodos de disparo de tiristores
Modelo do SCR baseado em 3 diodos
Item 5.6 da Apostila do curso
 Com VAK  0, o SCR está polarizado reversamente e não
conduz. Isso ocorre porque duas junções estão
reversamente polarizadas (J1 e J3) e uma junção polarizada
diretamente (J2). A corrente é nula em toda faixa da tensão
reversa.

 Na polarização direta, existem duas junções polarizadas


diretamente (J1 e J3). Entretanto, ainda não é possível fluir
corrente pelo SCR, pois a junção J2 está polarizada
reversamente. Porém, se for aplicado um pulso de corrente
no gatilho, os portadores injetados causarão um fenômeno
de avalanche na junção J2 levando o SCR ao disparo.
Modelo do SCR baseado em 2 transistores
Item 5.6 da Apostila do curso

O SCR pode ser subdivido


em dois transistores:

 T1  do tipo PNP
 T2  do tipo NPN
Correntes em Transistores NPN e PNP

𝐼 𝐶 =𝛽 × 𝐼 𝐵 𝐶𝑜𝑚𝑜 𝐼 𝐶 ≫ 𝐼 𝐵
Em ambos os
transistores: 𝐼 𝐸 =𝐼 𝐶 + 𝐼 𝐵 𝐼 𝐸 ≅ 𝐼𝐶
Modelo do SCR baseado em 2 transistores
Item 5.6 da Apostila do curso
 Quando é aplicada uma corrente na
base do transistor T2 (gatilho do SCR),
ele conduz e ativa a base do transistor
T1. Agora os dois transistores estão
conduzindo, e o transistor T1 passa a
alimentar a base do transistor T2,
estabelecendo uma realimentação.

 Dessa forma, mesmo que a corrente no


terminal G seja suprimida, o circuito
permanece conduzindo. Isso explica
porque o SCR continua conduzindo
mesmo que a corrente IG seja suprimida.
Modelo do SCR baseado em 2 transistores
versus o Modelo do SCR baseado em 3 diodos
 O modelo do SCR baseado em diodos explica bem o fato do SCR não conduzir
quando estiver reversamente polarizado, mas não explica bem o fato do SCR
entrar em condução se um pulso de tensão for aplicado no seu gatiho, quando
este estiver diretamente polarizado.

 Já o modelo do SCR baseado em transistores explica bem como o SCR entra em


condução pela aplicação da corrente no seu gatilho, bem como o SCR se mantém
conduzindo ainda que que a corrente no seu gatilho seja suprimida.
Outros formas de disparo de tiristores
Item 5.7 da Apostila do curso

Além da aplicação de um pulso de tensão aplicado no gate, existem outras


formas de disparar o SCR. São elas:

 Disparo por sobretensão


 Disparo por aumento de temperatura  indesejável
 Disparo por luz ou radiação
 Disparo por variação de tensão (dv/dt)  indesejável
Disparo por sobretensão
Item 5.7.1 da Apostila do curso
 Quando o SCR está polarizado diretamente e sem corrente no gatilho, a
junção J2 está reversamente polarizada. Ao aplicarmos uma tensão positiva
entre A e K acima de VBO, irá acontecer uma ruptura (processo de
avalanche) na junção do SCR, fazendo com que o SCR entre em condução
por sobretensão.

 VBO = Tensão de breakover ou Tensão de ruptura direta. Tensão de disparo


entre anodo e catodo quando IG = 0 (disparo por sobretensão). Em
catálogos: VBO = VDRM

 Exemplo de dispositivo que utiliza essa técnica: DIAC (TRIAC sem gatilho)
Disparo por aumento de temperatura
Item 5.7.3 da Apostila do curso
 A corrente de fuga (corrente reversa) que circula por uma junção
reversamente polarizada é extremamente dependente da temperatura.

 Assim, a elevação da temperatura pode levar a uma corrente através da


junção J2 suficiente para levar o tiristor à condução.

 Ou seja, o aumento da temperatura poderá provocar um processo de


ruptura (avalanche) na junção J2, com consequente circulação de corrente
sobre o tiristor.

 Método de disparo indesejável, devendo ser evitado.


Disparo por luz ou radiação
Item 5.7.4 da Apostila do curso
 A corrente de fuga de uma junção reversamente polarizada é dependente
da radiação e da temperatura.

 Se for permitida a penetração de energia luminosa (luz) ou radiante


(fótons, raios gama, nêutrons, prótons, elétrons ou raios X) nas junções do
semicondutor, haverá maior combinação de pares elétrons-lacunas,
provocando maior corrente de fuga, o que pode levar o tiristor ao estado
de condução.

 Trata-se de um disparo desejável. Este é o caso do SCR ativado por luz,


chamado foto-SCR ou LASCR (Light-Activated Silicon Controlled Rectifier).
Disparo por variação de tensão (dv/dt)
Item 5.7.4 da Apostila do curso
 Um capacitor armazena carga elétrica e a corrente que carrega o capacitor
relaciona-se com a tensão pela expressão:
∆𝑉
Em que:
𝐼 =𝐶
∆𝑡
 I = corrente no capacitor, em A
 C = capacitância do capacitor, em F
 ΔV = variação de tensão no capacitor, em V
 Δt = variação de tempo, em s

Em que: Q = carga elétrica armazenada, em C (coulomb)


Disparo por variação de tensão (dv/dt)
Item 5.7.4 da Apostila do curso
De posse da equação, pode-se concluir:
∆𝑉
𝐼 =𝐶
∆𝑡

 Somente há circulação de corrente no capacitor se houver variação de


tensão sobre ele.
 Uma vez que o capacitor está totalmente carregado, ele se comporta como
uma chave aberta e não circula corrente sobre ele.
 Quanto maior o valor da capacitância C, menor será a variação de tensão
sobre o capacitor. Ou seja, o capacitor funciona como um filtro de tensão.
Disparo por variação de tensão (dv/dt)
Item 5.7.4 da Apostila do curso
 A junção J2 do SCR, reversamente polarizada, se
comporta como um capacitor.
 Mesmo não havendo pulso no gatilho, a
capacitância da junção J2 pode fazer circular uma
corrente de gatilho, devido à variação de tensão.
 Se a variação de tensão for muito grande, a corrente
resultante pode ser grande o suficiente para
disparar o SCR.
 Trata-se de um disparo indesejado, devendo ser
evitado.
Circuito Snubber
Item 5.7.4 da Apostila do curso
 O disparo indesejado do SCR, por variação de tensão,
pode ser evitado pela ação de um circuito chamado
snubber, formado por um resistor em série com um
capacitor, colocados em paralelo com os terminais de
anodo e catodo, conforme Figura 5.8.
 Seu dimensionamento deve ser feito de modo que ele
funcione como um curto-circuito (filtro) para
frequências acima de um valor que possa provocar
uma variação de tensão suficiente para disparar o
Figura 5.8
SCR.
 Na prática: R = 100, C = 100F
Dúvidas??
Próxima aula

 Leitura do capítulo 5.8 da apostila do curso

 Assuntos a serem discutidos:


 Métodos de comutação ou bloqueio de um SCR
 Exercícios

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