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Eletrônica Industrial

AULA SÍNCRONA 07
PROFESSOR: CRISTIANO LÚCIO CARDOSO RODRIGUES
CRISTIANO.RODRIGUES@IFMG.EDU.BR
“O material a seguir é uma videoaula apresentada pelo professor
Cristiano Lúcio Cardoso Rodrigues, como material pedagógico do IFMG,
dentro de suas atividades curriculares ofertadas em ambiente virtual
de aprendizagem. Seu uso, cópia e ou divulgação em parte ou no todo,
por quaisquer meios existentes ou que vierem a ser desenvolvidos,
somente poderá ser feito, mediante autorização expressa deste docente
e do IFMG. Caso contrário, estarão sujeitos às penalidades legais
vigentes”.
Aula passada

 SCR como retificador de meia onda (Item 6.4)


 SCR controlando fase numa carga resistiva (Item 6.5)
 Resolução de exercícios
Aula de hoje

 Triodo de Corrente Alternada (TRIAC) – Capítulo 7


 Funcionamento do TRIAC (Item 7.1)
 Quadrantes de operação do TRIAC (Item 7.2)
 Controle de onda completa com TRIAC (Item 7.3)
Triodo de Corrente Alternada (TRIAC)
Cap7 da Apostila do curso
• TRI = Três terminais
• AC = Corrente alternada

 Assim como o SCR e o DIAC, o TRIAC


faz parte da família dos TIRISTORES.
Dispositivos eletrônicos que possuem
a característica do disparo
Funcionamento do TRIAC
Item 7.1 da Apostila do curso
 Pinagem:
 G: gate ou gatilho
 MT1 ou T1 ou A1: Terminal principal 1.
Terminal de referência
 MT2 ou T2 ou A2: Terminal principal 2.
 Obs.: MT = Main Terminal ou Terminal
Principal

 Assim como o SCR, o TRIAC é um interruptor


Símbolo do TRIAC
controlado, sendo disparado pelo gate.
Correntes e tensões do TRIAC
Item 7.1 da Apostila do curso
 IA ou IT = corrente de anodo ou corrente principal. É a corrente
que circula entre os terminais principais do TRIAC.
 Em datasheets: IT
 Na apostila e em outros materiais: IA
 IG = corrente no gate do TRIAC. A corrente IG pode entrar ou
sair do gate, dependendo da polaridade da tensão aplicada
entre G e MT1.
 VMT2MT1 ou VA2A1 = tensão aplicada entre os terminais principais
do TRIAC (pode ser positiva ou negativa).
 VGMT1 ou VGA1 = tensão entre gate e o terminal principal 1
(pode ser positiva ou negativa).
Funcionamento do TRIAC
Item 7.1 da Apostila do curso
 O TRIAC pode ser visualizado como dois SCR’s dispostos em
anti-paralelo. Dessa forma, o TRIAC conduz nos dois sentidos
de polarização, ou seja, nunca fica reversamente polarizado.
 Pode ser disparado tanto por pulso de tensão positiva, quanto
por pulso de tensão negativa, ou seja, a tensão entre gate e o
terminal MT1 poderá ser negativa.
 Quando é aplicada uma tensão positiva no gate em relação ao
terminal principal 1, a corrente entra no gate. Quando é
aplicada uma tensão negativa no gate em relação ao terminal
Analogia de um TRIAC com dois principal 1, a corrente sai do gate.
SCRs em anti-paralelo
 Em condução, a queda de tensão VT entre os terminais MT1 e
MT2 geralmente está entre 1 e 2 V, ou seja, VT(TRIAC)  1,5V
Curva Característica Real do TRIAC
Item 7.1 da Apostila do curso
 Note que não há região de polarização
reversa.
 VBO = Tensão de breakover. Tensão de
disparo entre os terminais principais do
TRIAC sem aplicação de corrente no
gatilho (disparo por sobretensão).
Em catálogos: VBO = VDRM
O correto é
VMT2MT1 ou VA2A1
 Existem outros parâmetros importantes
do TRIAC, não representados na curva.
São eles:
 IGT e VGT
 IH e IL
Figura 7.3: Curva característica de um TRIAC
 VT
Formas de disparo do TRIAC
Item 7.1 da Apostila do curso
O TRIAC entra em condução de modo análogo ao SCR, ou seja:

 Disparo por gatilho, ou seja, quando for aplicada uma corrente de gatilho.
 Disparo por sobretensão, ou seja, quando VA2A1 ultrapassa a tensão de
breakover (VBO) sem pulso no gatilho.
 Disparo por variação de tensão (dv/dt)  indesejável. Uso do snubber!!
 Disparo por aumento de temperatura  indesejável
 Disparo por luz ou radiação
Condições de disparo do TRIAC
Vimos que para o SCR ser disparado pelo gatilho, as seguintes condições devem ser garantidas:
 VAK  VT (no máximo 1,5V)  o SCR deve estar diretamente polarizado
 VGK  VGT  0,7V  um pulso de tensão positiva deve ser aplicado entre o G e K
 IG  IGT  a corrente no gate deve ser maior ou igual a IGT
 IA  IL  a corrente principal deve ser maior ou igual a corrente de retenção IL

Similarmente, as condições para que o TRIAC possa ser disparado pelo gatilho, serão (lembrando que
podem ser aplicadas tensões negativas entre os terminais A2 e A1 e entre G e A1):
 VA2A1  VT  1,5V  VT = queda de tensão entre os terminais A2 e A1 do TRIAC em condução
 VGA1  VGT  VGT = Tensão mínima de disparo do TRIAC, aplicada entre G e A1
 IG  IGT  o módulo da corrente no gate deve ser maior ou igual a IGT
 IA  IL  o módulo da corrente principal deve ser maior ou igual a corrente de retenção IL
Obs.: Se for aplicada tensão negativa entre G e A1, a corrente sairá do terminal de gate (IG < 0)
Condições de bloqueio do TRIAC
Vimos que para se obter o bloqueio do SCR, existem duas possibilidades possíveis:
 Polarizar reversamente o SCR  VAK  0
ou
 Fazer com que a corrente de anodo caia abaixo do seu valor de manutenção  IA  IH

No caso específico do TRIAC, como ele nunca fica reversamente polarizado, a única possibilidade de
bloqueá-lo é:
 Fazer com que o módulo da corrente de anodo caia abaixo do seu valor de manutenção, ou seja:
IA < IH
Bloqueio do TRIAC em CA
Pergunta: Em circuitos de corrente alternada, como o TRIAC pode ser bloqueado se ele nunca fica
reversamente polarizado?
Resposta: Na passagem do sinal da tensão da rede por zero, a corrente principal (I A) também cai a zero e o TRIAC é
bloqueado (IA < IH). Bloqueio natural.
Vantagens do TRIAC em relação ao SCR
em circuitos de corrente alternada
 Em circuitos de corrente alternada, O TRIAC permite um melhor controle da tensão e da potência
entregue à carga, visto que o TRIAC conduz nos dois semiciclos da tensão da rede e poderá ser
disparado tanto por tensões positivas quanto negativas, aplicadas entre G e MT1.
 Caso acionássemos uma lâmpada ou um chuveiro com um TRIAC, o brilho da lâmpada ou a potência do
chuveiro seria maior, visto que aplicaríamos sobre eles, tanto o semiciclo positivo quanto o semiciclo
negativo da tensão da rede.

 Já o SCR só conduz nos semiciclos da rede onde estiver diretamente polarizado e só pode ser disparado
por pulso de tensão positiva entre G e K.
Quadrantes de operação do TRIAC
Item 7.2 da Apostila do curso
Existem quatro modos diferentes para disparo de um TRIAC, operando em quatro quadrantes.
Tomando-se MT1 (A1) como referência, os quatro quadrantes são definidos pela polaridade de
MT2 (A2) e o gatilho (G) em relação a MT1 (A1).

Quadrante VGA1 VA2A1 IG IA


I
II
III
IV

Obs.: O sentido de IG depende da polaridade da tensão VGA1,


enquanto que o sentido de IA depende da polaridade da tensão VA2A1
Quadrantes de operação do TRIAC
Item 7.2 da Apostila do curso
Analisando a folha de dados do TRIAC, percebe-se que os parâmetros de disparo, principalmente I GT,
dependem do quadrante de operação, ou seja, o TRIAC não dispara nas mesmas condições para os quatro
quadrantes de operação. Por exemplo, seja a folha de dados do TRIAC BT137:
Controle de onda completa com TRIAC
Item 7.2 da Apostila do curso
 Nesse circuito, no semiciclo positivo, o TRIAC irá operar no
primeiro quadrante de operação, visto que os terminais A2 e
gatilho (G) ficam positivos em relação a A1. Nesse caso,
trabalharemos com valores positivos para VGT e IGT.

 No semiciclo negativo, o TRIAC irá operar no terceiro


quadrante de operação, visto que os terminais A2 e gatilho
(G) ficam negativos em relação a A1. Nos semiciclos
negativos, deve-se trabalhar com valores negativos para V GT e
IGT.
Figura 7.5: Circuito de controle de onda  Exercício: Considerando que o TRIAC possui módulos iguais
completa com TRIAC de corrente de disparo (|IGT| = 50 mA) para o 1° e o 3°
quadrantes, calcular em quais ângulos serão efetuados os
disparos. Considere que a queda de tensão típica de disparo
entre G e MT1 é VGT = 1,2 V.
Controle de onda completa com TRIAC
Item 7.3 da Apostila do curso
 Aplicando Kirchhoff na malha de gatilho do TRIAC:

Assim, teremos os seguintes ângulos de disparos:


- Semiciclo positivo: 1,13°;
Figura 7.5: Circuito de controle de onda - Semiciclo negativo: 1,13°+ 180° = 181,13°;
completa com TRIAC
 Valor instantâneo da tensão da rede no momento de disparo:
Controle de onda completa com TRIAC
Item 7.3 da Apostila do curso
 Forma de onda da tensão sobre a carga:
Dúvidas??
Próxima aula

 Capítulo 8 – Circuitos utilizando TRIAC

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