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Unit 18.

Corrente de Sequência Zero em um


Autotransformador
Um autotransformador de 330 MVA é conectado conforme a figura abaixo. Uma falta C-TERRA
ocorre no setor de 230 kV, a jusante do equipamento.

Figura 18.1. Diagrama Unifilar

Esta falta externa causou a atuação indevida do relé diferencial que protege o transformador. O
elemento diferencial detectou uma falta interna ao transformador, causando o TRIP.

A proteção diferencial é baseada na lei de Kirchhoff’s das correntes, isto é, a corrente que entra no
transformador tem que ser igual a corrente que sai do transformador, levando em conta a relação do
transformador. Havendo diferença suficiente entra estas quantias, o relé vai a TRIP. O relé compara
as correntes por fase.

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Exercício 18.1
Abra a oscilografia Example_18.cev e plote as seguintes correntes: Eixo 1: IAW1, IBW1,
ICW1; Eixo 2: IAW2, IBW2, ICW2. Para visualizar quando o relé deu trip, adicione TRIP e a
word bit 87R no eixo das digitais.

1. Qual a relação de transformação nominal do transformador? As correntes apresentadas na


oscilografia se mostraram corretas antes e durante o evento?

Percebe-se que durante a pré-falta, a relação de transformação estava sendo respeitada, porém
durante o curto-circuito isto deixou de ser verdade.

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Exercício 18.2
Desenhe os diagramas sequenciais para um autotransformador solidamente aterrado com um
terciário em delta. Conecte os diagramas sequenciais para uma falta fase-terra. Adicione os TCs no
diagrama e indique onde o relé mede as correntes primárias e secundárias, marcando cada uma delas
em cada diagrama sequencial, fluindo em cada enrolamento do transformador.

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Exercício 18.3
Por que o relé deu trip? Como pode a proteção diferencial ser aperfeiçoada (em termos de
componentes simétricas)?

Dica 1: Use a oscilografia do exercício 18.1 e o diagrama sequencial do exercício 18.2.

Dica 2: Adicione as correntes de sequência 0 de ambos os lados do transformador em um eixo da


oscilografia (IGW1 e IGW2). A corrente de sequência 0 do lado 2 (IGW2) tem o dobro da amplitude
da corrente de sequência zero do lado 1 (IGW1)?

Resposta:

O relé deu trip porque as quantidades de sequência 0 não são as mesmas em cada lado do
transformador. Há uma injeção de sequência 0 pelo próprio transformador. Isto causa o fato das
correntes de sequência 0 vistas pelo primário e secundário não serem compatíveis. IGW2 deveria ter
o dobro da magnitude de IGW1, mas IGW1 está bem maior que IGW2, devido ao infeed de sequência
0.

Sabemos que 3I0 = IA+IB+IC e, portanto, a sequência zero nesse caso aparece nas 3 fases, criando
uma corrente diferencial quando as correntes são comparadas.

Caso eliminássemos a sequência 0 em ambos os enrolamentos antes de calcular as correntes


diferenciais, isto resultaria em uma corrente diferencial nula para um curto externo e o relé não
operaria indevidamente.

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Exercício 18.4
A figura abaixo é um diagrama trifásico de um autotransformador incluindo o enrolamento terciário.
O enrolamento terciário não possui nenhum terminal, ou seja, está fechado e em vazio, forçando as
correntes induzidas (IT) nas três fases do delta a serem iguais.

Nota-se que existem duas fontes de sequência 0, e uma saída para estas correntes que chegam no
ponto. Uma fonte é o próprio sistema e a outra é o neutro aterrado do autotransformador. A falha é
a saída destas correntes de sequência 0.

Olhe para a oscilografia. O que você nota sobre as faltas não faltosas (A e B) nos enrolamentos 1 e 2
durante a falta? Usando a figura acima, explique porque uma falta C-TERRA afeta as fases A e B no
lado de alta, mas não no lado 2 do transformador, mesmo que a falta este a jusante do enrolamento
1.

Resposta:

Quando uma falta ocorre, as correntes de sequência 0 começam a fluir de todas as fontes de sequência
0 para a falta. A corrente 3I0 vem do sistema pela fase C e 3I0* (neutro), vem do neutro solidamente
aterrado do equipamento.

Agora, repare no enrolamento terciário. Uma vez que a corrente em cada enrolamento no delta tem
que ser igual (caminho fechado) e está acoplada aos enrolamentos do transformador principal, a
corrente que sobe pelo neutro tem que se dividir igualmente por cada fase do autotransformador, o
que resulta na passagem de I0* em cada TC do enrolamento W1, e não passa pelo enrolamento 2.
Esta corrente I0* extra nas fases A e B de W1 é o que torna a corrente de falha nessas fases maior no
relatório de evento, enquanto as fases A e B de W2 permanecem inalteradas.

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