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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Eletricidade Aplicada às Engenharias

Aula 3 – Circuitos série de corrente contínua


 Circuitos paralelos de corrente contínua

- Baterias

Prof. Fabrício Augusto Matheus Moura, Dr.


E-mail: fabricio.moura@uftm.edu.br
Aula 3

. Circuitos Série de Corrente Contínua (Cap. 4)

. Circuitos Paralelos de Corrente Contínua (Cap. 5)

. Baterias (Cap. 6)
Circuitos Série de Corrente Contínua
Circuito série de corrente contínua

. Permite somente um percurso para a passagem da corrente


elétrica;

. A corrente I percorre todos os elementos do circuito (fonte


de tensão e resistores).
Características do circuito série

. A resistência total do circuito, RT, é a soma de todas as


resistências;

. A tensão total, VT, é a soma de todas as tensões nos


elementos.
Ex. 1: Em um circuito série obtém-se 6 V nos terminais de
R1, 30V nos terminais de R2 e 54 V nos terminais de R3.
Qual a tensão total do circuito? Considerando R1 = 24Ω,
qual a corrente do circuito?
Ex. 1: Em um circuito série obtém-se 6 V nos terminais de
R1, 30V nos terminais de R2 e 54 V nos terminais de R3. Qual
a tensão total do circuito? Considerando R1 = 24Ω, qual a
corrente total do circuito?

Resposta:

VT = V1 + V2 + V3 = 90 V

I = VT/RT = V1/R1 = 0,25 A


Polaridade e Queda de Tensão

. Uma corrente circulando através de uma resistência resulta


em uma ddp (diferença de potencial) entre seus terminais.
Essa ddp é conhecida como “queda de tensão”.

. A polaridade da queda de tensão


depende do sentido convencional
de corrente.
Polaridade e Queda de Tensão

. A queda de tensão é verificada em qualquer resistor percorrido


por uma corrente elétrica.

. Sua análise é importante considerando condutores utilizados


para alimentação de equipamentos.
Polaridade e Queda de Tensão

. A queda de tensão é verificada em qualquer resistor percorrido


por uma corrente elétrica.
. Sua análise é importante considerando condutores utilizados
para alimentação de equipamentos.

Ex: Alimentação de uma lâmpada:

I = 0,733 A
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31/01/23
Relação Resistência versus Temperatura

. O valor da resistência de um condutor varia de acordo com a


temperatura.
. A equação que relaciona as duas grandezas é:

em que:
. Rt é a nova resistência com correção de temperatura;
. R0 é a resistência do condutor à temperatura de 20 ºC;
. α é o coeficiente de temperatura do condutor [Ω/ºC];
. ΔT é a variação de temperatura.
Ex. 3: Um fio de tungstênio tem resistência de 10 Ω a 20 ºC.
Calcule o valor da resistência deste fio a 120 ºC.
Ex. 3: Um fio de tungstênio tem resistência de 10 Ω a 20 ºC.
Calcule o valor da resistência deste fio a 120 ºC.

Solução:

R120 = R20 (1 + α ΔT)


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Potência em um Circuito Série

. A potência total em um circuito série pode ser calculada por:

PT  VT  I
Ex. 4: Determine a potência total
do seguinte circuito:

60V
60V I  4A
I  4A 5  10
5  10
PT  PR1  PR 2
PT  VT  I  60  4  240W P  5  42  10  42  240W
T
Divisor Resistivo
Resistores podem ser associados em série para gerar
um divisor resistivo;
O divisor resistivo é utilizado para obter uma tensão
de saída proporcional à tensão de entrada.

R2
VOUT  VIN
R1  R2
Ex. 5:

Obter a tensão de saída Vout do circuito abaixo:


Ex. 5:

Obter a tensão de saída Vout do circuito abaixo:

R2 20k
VOUT  VIN  10  6.66V
R1  R2 10k  20k
Ex. 6:

Obter a tensão de saída Vout do circuito abaixo:


Ex. 6:

Obter a tensão de saída Vout do circuito abaixo:

R2 10k
VOUT  VIN  10  5V
R1  R2 10k  10k
Circuito Paralelo de Corrente Contínua
Definição
Um circuito paralelo é aquele no qual dois ou mais
componentes estão ligados à mesma fonte de tensão;
No circuito paralelo existe mais de um caminho para
circulação de corrente.
Comparação
Circuito Série – a corrente é a mesma em todos os
elementos

Circuito Paralelo – a tensão é a mesma em todos os


elementos
Ex. 7: Duas lâmpadas que drenam 2 A de corrente são
colocadas em paralelo com uma terceira lâmpada que drena 1
A através de uma fonte de alimentação de 110 V. Qual a
corrente total da fonte e qual a resistência de cada lâmpada?
Solução
Como as lâmpadas estão ligadas em paralelo a corrente total é a soma
das correntes drenadas por cada lâmpada, ou seja:

I T  2 A  2 A  1A  5 A

A resistência de cada lâmpada é dada por:

110V V
R1  R2   55 R
2A I
110V
R3   110
1A
Ex. 8: Para a ligação abaixo, determine a corrente drenada por
cada um dos eletrodomésticos e a corrente total.
Solução
A figura abaixo ilustra o circuito equivalente dos
equipamentos:

As correntes I1 (cafeteira), I2 (torradeira), I3 (panela elétrica)


e a corrente total IT podem ser calculadas por:

120V
I1  I 2   8A
15
IT = I1 + I2 + I3 = 26 A
120V
I3   10 A
12
Resistência Equivalente
No circuito paralelo é possível associar todas a
resistências e obter uma única equivalente.
O valor da resistência total (RT) é calculada por:
1 1 1 1 1
    ... 
RT R1 R2 R3 Rn
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Circuito Aberto

Quando houver uma interrupção (“aberto”) no


circuito principal, a corrente não chegará a nenhum dos
ramos conectados em paralelo.
Circuito Aberto

Quando estiver “aberto” em algum dos ramos a


corrente não chegará somente neste ramo.
Circuito Aberto

Quando houver “aberto” em algum dos ramos a


corrente não chegará somente neste ramo.
Curto Circuito

Quando ocorre um curto-circuito em um circuito


paralelo toda a corrente é desviada para o curto.
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Divisão de Correntes

Se for conhecida a corrente total e deseja-se obter as


correntes nos ramos em paralelo, pode-se utilizar as
seguintes equações:
R2
I1  IT
R1  R2

R1
I2  IT
R1  R2
Ex. 10:
Calcule as correntes I1 e I2 do circuito abaixo:

R2 6 R1 3
I1  IT  18  12 A I2  IT  18  6 A
R1  R2 63 R1  R2 63
Baterias
Pilha Voltaica

. Uma pilha voltaica química é constituída por uma combinação


de materiais usados para converter energia química em energia
elétrica;

. Tipos de pilhas voltaicas químicas:


. Úmida: eletrólito líquido
. Seca: eletrólito pastoso
Associação de Pilhas em Série

. Ao conectar 2 ou mais pilhas em série, a tensão através da bateria de


células é igual à soma das tensões de cada pilha separadamente.

. Na associação em série,
o terminal positivo de uma
pilha é conectado ao terminal
negativo da pilha seguinte.
Associação de Pilhas em Série
. Ao conectar 2 ou mais pilhas em série, a tensão através da bateria de
células é igual à soma das tensões de cada pilha separadamente.

. Na associação em série,
o terminal positivo de uma
pilha é conectado ao terminal
negativo da pilha seguinte.
Associação de Pilhas em Série
. Ao conectar 2 ou mais pilhas em série, a tensão através da
bateria de células é igual à soma das tensões de cada pilha
separadamente.

. Na associação em série,
o terminal positivo de uma
pilha é conectado ao terminal
negativo da pilha seguinte.
Associação de Pilhas em Série

. Ao conectar 2 ou mais pilhas em série, a tensão através da bateria


de células é igual à soma das tensões de cada pilha separadamente.

. Na associação em série,
o terminal positivo de uma
pilha é conectado ao terminal
negativo da pilha seguinte.

A corrente que circula por uma bateria


formada por pilhas em série é a mesma
que circula por uma única pilha.
Associação de Pilhas em Paralelo

. Para se obter baterias com maior capacidade de corrente,


associa-se as pilhas em paralelo.

. Todos os terminais positivos são conectados em um único


ponto e os terminais negativos, em outro ponto.
Associação de Pilhas em Série e em Paralelo

. É possível aumentar a
capacidade de tensão e de
corrente de uma bateria
por meio da conexão
em paralelo de duas ou
mais associações de pilhas
em série.
Classificação das Pilhas

. Pilhas primárias: não podem ser recarregadas ou retornarem às


condições originais de funcionamento após diminuição de sua
carga.
Classificação das Pilhas

. Pilhas secundárias: são recarregáveis. Durante a recarga, os


produtos químicos que produzem a energia elétrica são restituídos
às suas condições originais.
A recarga é feita forçando-se uma corrente no sentido oposto
àquele da corrente que a pilha fornece ao circuito.
Tipos de Baterias

. Tradicionalmente são utilizados os seguintes tipos de pilhas:

. Chumbo-ácido
. Zinco-carbono
. Alcalina
. Níquel-Cádmio
. Íon de Lítio
. Mercúrio
Bateria de Chumbo - Ácido

. Formada por células compostas por placas de chumbo imersas


em uma solução de ácido sulfúrico e água.

. A placa positiva é tratada quimicamente para formar peróxido de


chumbo e a placa negativa é formada por chumbo poroso e
esponjoso.
Bateria de Chumbo - Ácido

. Durante a descarga parte do ácido da solução combina-se com as


placas de chumbo;

. Quando ocorre a carga o ácido que foi absorvido pelas placas


retorna ao eletrólito;
Pilha de Zinco-Carbono

. Um dos tipos mais antigos de pilha seca.

. O carbono é colocado em forma de haste no centro da pilha,


sendo o terminal positivo.

. O invólucro é feito de zinco, sendo o terminal negativo.


Pilha Alcalina

.Contém um eletrólito alcalino de hidróxido de potássio ou de


sódio.
. O eletrodo positivo é composto por dióxido de manganês e o
negativo por zinco.
. Possui vida útil mais longa que a pilha de Zinco Carbono.
Bateria de Níquel-Cádmio

. O eletrólito é composto por hidróxido de potássio (pilha seca).


. O eletrodo positivo é composto por óxido de cádmio e o negativo
de hidróxido de níquel.
. Possui reação química reversível (pilha secundária).
. Muito utilizada em dispositivos portáteis (celular, notebook, ...)
. Resistente a choque, vibração e temperaturas elevadas.
Bateria de Íon de Lítio

. As pilhas de íon de lítio são recarregáveis e largamente utilizadas


em equipamentos eletrônicos portáteis.
. Armazenam 3 vezes mais energia que uma bateria de níquel
cádmio (NiCd).
. Ausência do efeito memória.
Bateria de mercúrio
. Elevada vida útil, alta resistência mecânica e pequeno volume.

. Boa regulagem de tensão.

. Aplicações típicas:
. relógio;
. aparelho de surdez;
. instrumentação de teste;
. calculadoras;
. etc.
Características das Baterias

As baterias possuem as seguintes características:


Resistência interna;

Peso específico;

Capacidade;

Vida sem uso;


Resistência Interna
Toda pilha possui uma resistência elétrica interna que
depende de sua composição e das suas características
construtivas;
Essa resistência interna causa uma “queda de tensão”
que depende da corrente fornecida pela pilha.
Peso Específico

O peso específico de um líquido é dado pela razão que compara seu


peso com o peso de igual volume de água;
Ex: O ácido sulfúrico tem peso específico de 1,835.

O peso específico é utilizado para medir o nível de carga de uma


bateria;
Ex: Em uma bateria de chumbo-ácido, o peso específico do eletrólito varia
de 1,210 a 1,3 para baterias novas ou totalmente carregadas;
Se a bateria estiver descarregada o peso específico gira em torno de 1,150.

Quanto mais alto o peso específico, maior a carga e menor a


resistência interna da bateria.
Capacidade

A capacidade da bateria é dado em Ah (Amperes-hora).

A capacidade determina o tempo em que ela funcionará


com uma dada taxa de descarga.
Ex: Uma bateria de 90 Ah deverá descarregar em 9 horas
fornecendo 10 A de corrente.
Vida sem Uso

A vida sem uso é o período durante o qual a bateria pode


ser guardada sem perder mais do que aproximadamente 10%
da sua capacidade original.
A perda da sua capacidade ocorre devido a evaporação do
seu eletrólito e reações químicas entre seus materiais.
Comparativo entre Pilhas
Lista de Exercícios 2

Milton GUSSOW
Eletricidade Básica, 2ª edição

Exercícios propostos dos Capítulos 4, 5 e 6:



4.12, 4.16, 4.20, 4.23, 4.30

5.13, 5.15, 5.18, 5.19, 5.20, 5.22, 5.25, 5.28

6.10, 6.12

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