Você está na página 1de 14

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

COTIL - COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA

CURSO – MECÂNICA - ELETROTÉCNICA

CONCEITOS BÁSICOS DE ELETRICIDADE

Introdução à Análise de Circuítos Elétricos

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES
CIRCUITOS SÉRIE, PARALELO E MISTO

Elaborado por:
Prof.Eng. Marcelo Corbini
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
COTIL - COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA

CURSO – MECÂNICA - ELETROTÉCNICA

1- Introdução
Associação de resistores é o circuito elétrico formado por dois ou mais
elementos de resistência elétrica ôhmica (constante), ligados em série, paralelo
ou ainda, em uma associação mista. Cada forma de associação tem sua
característica e podem representar a distribuição de cargas (Consumidores) em
um sistema elétrico.
2- Associação de resistores em série
Em uma associação série de resistores, os elementos são interligados
de forma sequencial, criando-se um circuito que possibilita apenas um caminho
para a circulação de corrente. Na associação de resistores em série, a
resistência vista pela fonte de tensão é igual à soma das resistências ohmicas
de cada resistor, sendo que a corrente elétrica tem apenas uma intensidade e é
igual em todos os componentes do circuíto.
Para enterdermos melhor, vamos considerar o circuíto abaixo:

De acordo com a primeira lei de Ohm, quando uma corrente circula por
uma resistência, aparece sobre ela uma diferença de potencial ou tensão,
calculado pelo produto da corrente com resistência ( V= R.I ). Então, em um
circuíto série, temos apenas uma corrente de mesma intensidade em todos os
resistores e uma queda de tensão em cada resistor, que somando será igual ao
valor da tensão da bateria.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
COTIL - COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA

CURSO – MECÂNICA - ELETROTÉCNICA

A fonte de tensão não vê uma associação de resistências, e sim, uma


resistência equivalente que é a soma de todos os resistências do circuíto, e
denominamos de resistência total do circuíto (RT).
Podemos transformar o circuíto acima em um um circuíto equivalente
com apenas o resistor total RT.

Sendo que que:

Pela primeira lei de Ohm, o valor da corrente I será:

Resumindo:
Em um circuíto em série, temos apenas uma corrente circulando em
todos os componentes e uma divisão da tensão da bateria pelos resistores.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
COTIL - COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA

CURSO – MECÂNICA - ELETROTÉCNICA

Exemplo:
Dado o circuíto série abaixo:

Calcular:
a- Resistência total do circuíto;
b- Corrente do circuíto;
c- Queda de tensão em cada resistor;
d- Potência dissipada em cada resistor;
e- Potência total do circuíto.
Solução:

a- Cálculo da resistência total do circuíto:


RT = R1 + R2 + R3 RT = 4Ω + 2Ω + 6Ω RT = 12Ω
b- Cálculo da corrente do circuíto:
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
COTIL - COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA

CURSO – MECÂNICA - ELETROTÉCNICA

c- Cálculo da queda de tensão em cada resistor:


VR1 = I . R1 2 (A) . 4(Ω) = 8 V
VR2 = I . R2 2 (A) . 2(Ω) = 4 V
VR3 = I . R3 2 (A) . 6(Ω) = 12 V
______
24 V

Notamos que a soma das


quedas de tensão é
Igual a tensão da bateria.

d- Cálculo da potência dissipada em cada resistor:

Vamos chamar a potência dissipada no resistor de PR

Sabemos que P = V. I (W)

PR1 = VR1 . I 8 (V) . 2 (A) = 16 (W)


PR2 = VR2 . I 4 (V) . 2 (A) = 8 (W)
PR3 = VR3 . I 12 (V) . 2 (A) = 24 (W)

e- Cálculo da potência total do circuíto:

A potência total do circuíto é igual a soma de todas as potências


geradas;

Potência Total (PT) PT = PR1 + PR2 + PR3


PT = 16(W) + 8(W) + 24(W)
PT = 48 (W)

Importante: A potência fornecida pela fonte é igual a potência gerada


pelos resistores;

Potência da fonte ( PF) = Tensão da fonte (VF) x corrente fornecida


pela fonte ( I );
PF = VF. I PF = 24(V) . 2 (A) = 48 (W)

PT = PF
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
COTIL - COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA

CURSO – MECÂNICA - ELETROTÉCNICA

3- Associação de resistores em paralelo


Nessa associação de resistores, os elementos são interligados de forma
paralela, criando-se um circuito que possibilita apenas uma tensão para os
resistores. Na associação de resistores em paralelo, a resistência vista pela
fonte de tensão não é a soma das resistências ohmicas de cada resistor, sendo
que a corrente elétrica fornecida pela fonte é dividida em cada ramo resistivo, e
a soma dessas correntes é igual a corrente fornecida pela fonte.
Para enterdermos melhor, vamos considerar o circuíto abaixo:
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
COTIL - COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA

CURSO – MECÂNICA - ELETROTÉCNICA

3-1 Cálculo da resistência total de um circuíto paralelo

A fonte de tensão não vê uma associação de resistências, e sim, uma


resistência equivalente que é calculada conforme a equação abaixo, e
denominamos de resistência total do circuíto (RT).

Podemos transformar o circuíto acima em um um circuíto equivalente


com apenas o resistor total RT.

A corrente total fornecida pela bateria é:


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
COTIL - COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA

CURSO – MECÂNICA - ELETROTÉCNICA

3-2 Circuíto paralelo com apenas duas resistências


Na prática, muitas vezes temos a situação de apenas duas resistências
em paralelo, sendo com resistências de valores ôhmicos diferentes ou iguais.
Paralelo com duas resistências de valores diferentes:

R1 ≠ R2

Cálculo da resistência total :

Paralelo com duas resistências de valores iguais:

R1 = R2 = R

Cálculo da resistência total :


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
COTIL - COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA

CURSO – MECÂNICA - ELETROTÉCNICA

Exemplo:
Dado o circuíto paralelo abaixo:

Calcular:
a- Resistência total do circuíto;
b- Corrente total do circuíto;
c- Queda de tensão em cada resistor;
d- Corrente em cada resistor;
e- Potência dissipada em cada resistor;
f- Potência total do circuíto.
Solução:
a- Cálculo da resistência total do circuíto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
COTIL - COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA

CURSO – MECÂNICA - ELETROTÉCNICA

b- Cálculo da corrente total do circuíto:

c- Cálculo da queda de tensão em cada resistor:

Sabemos que em um circuíto paralelo, as tensões nos resistores é igual


a tensão fornecida pela bateria, portanto:
VR1 = VR2 = VR3 = 24 V
d- Cálculo da corrente em cada resistor:

Notamos que ao somar as correnteS de cada resistor, temos o valor da


corrente total do circuíto, 22,01 (A), calculado pela resistência total do circuíto,
22 (A), pela soma das correntes dos resistores, a pequena diferença se dá pelo
valor aproximado no cálculo da resistência total do circuíto.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
COTIL - COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA

CURSO – MECÂNICA - ELETROTÉCNICA

e- Cálculo da potência em cada resistor:


PR1 = VR1 . IR1 = 24 (V) . 6 (A) = 144 (W)
PR2 = VR2 . IR2 = 24 (V) . 12 (A) = 288 (W)
PR3 = VR3 . IR3 = 24 (V) . 4(A) = 96 (W)

f- Cálculo da potência total do circuíto


A potência total do circuíto pode ser calculada somando as potêncas dos
resistores ou pelo circuíto equivalente.
Pela soma das potências dos resistores:
PT = PR1 + PR2 + PR3
PT = 144 (W) + 288 (W) + 96 (W)
PT = 528 (W)
Pelo circuíto equivalente:

PT = V . IT = 24 (V) . 22 (A) = 528 (W)


PT = IT . RT = 22 2 .1,09 = 527,56 (W)
PT = V 2 / RT = 242 / 1,09 = 528,44 (W)
PF = V . IT = 24 (V) . 22 (A) = 528 (W)
As diferenças estão relacionadas com as aproximações no cálculo da
resistência total RT.
Comparação das potências
Circuíto série Circuíto paralelo
PR1 = 16 W PR1 = 114 W
PR2 = 8 W PR2 = 288 W
PR3 = 24 W PR3 = 96 W
PT = 48 W PT = 528 W
PF = 48W PF = 528 W
Divisão da tensão da bateria, RT Tensões iguais, RT menor e
maior e corrente menor correntes maiores
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
COTIL - COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA

CURSO – MECÂNICA - ELETROTÉCNICA

4- Associação mista de resistores


Nessa associação, os resistores estão interligados contemplando as
duas formas , série e paralelo no mesmo circuíto. Não existe uma regra
específica para análise de um circuíto misto, temos que aplicar as propriedades
dos circuítos série e paralelo para os cálculos necessários.
Exemplificando:

Calculando a resistência total do circuíto:


Notamos que os resistores R1 e R2 estão em paralelo, portanto
podemos aplicar a regra da associação de dois resistores e transforma-los em
um resistor equivalente:
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
COTIL - COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA

CURSO – MECÂNICA - ELETROTÉCNICA

Agora temos uma associação série com as resistências RX e a


resistência R3, sendo que a soma das duas resulta na resistência RT do
circuíto:

Cálculo de IT

Distribuição das tensões e correntes:


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
COTIL - COLÉGIO TÉCNICO DE LIMEIRA

CURSO – MECÂNICA - ELETROTÉCNICA

Analisando circuíto:
IT = IR1 + IR2
IR3 = 1R1 + IR2
IT = IR3
VR1 = VR2
VR3 + VR1 = 24 V
VR3 + VR2 = 24 V
Cálculo VR3
VR3 = IT .R3 VR3 = 3,16 (A) . 6 Ω VR3 = 18,96 (V)
Cálculo de VR1 e VR2
VR3 + VR1 =24 V VR1 = 24 V – VR3
VR1=VR2 = 24 V – 18,96 V VR1 = VR2 = 5,04 (V)
Cálculo de IR1
IR1 = VR1 / R1 IR1= 5,04 V / 8 Ω IR1 = 0,63 (A)
Cálculo de IR2
IR2 = VR2 / R2 IR2 = 5,04 V / 2 Ω IR2 = 2,52 (A)
Cálculo das potências
PR1 = VR1 . IR1 PR1 = 5,04 (V) . 0,63 (A) PR1 = 3,17 (W)
PR2 = VR2 . IR2 PR2 = 5,04 (V) . 2,53 (A) PR2 = 12,75 (W)
PR3 = VR3 .IR3 PR3 = 18,96(V) . 3,16 (A) PR3 = 59,91 (W)
Cálculo da potência total
PT = PR1 + PR2 + PR3 PT = 3,17 + 12,75 + 59,91 PT = 75,83 (W)
PT = 24 (V) . IT PT = 24 (V) . 3,16 (A) PT = 75,84 (W)
MC / 04 2021

Você também pode gostar