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Eletrotécnica Básica
Texto retirado, em sua grande maioria, do livro Circuitos Elétricos de autoria de Otavio Markus
PRINCÍPIOS DE ELETRODINÂMICA
Tensão Elétrica
Suponha um campo elétrico E criado por uma carga Q positiva. Colocando-se um elétron,
cuja carga é negativa, num determinado ponto dentro deste campo, ele se movimentará
em sentido oposto ao do campo em direção à carga Q. Assim, seguindo o mesmo
raciocínio, se ao invés de um elétron, submetermos ao mesmo campo, um próton, cuja
carga elétrica é positiva, este se afastará da carga geradora do campo.
Sendo assim, podemos analisar que o elétron citado acima movimenta-se do potencial
menor para o maior e que o próton movimenta-se do potencial maior para o menor.
Com base nessas informações, podemos concluir que, para que uma carga se
movimente, ou em outras palavras, haja condução de eletricidade, é necessário que a
carga seja submetida a uma diferença de potencial (ddp).
A essa diferença de potencial entre dois pontos chamamos de tensão elétrica. Ela pode
ser representada pelas letras U, V ou E e sua unidade é o Volt [V].
Corrente Elétrica
Intensidade de Corrente
A intensidade de corrente nada mais é do que a variação de carga dQ [C] que atravessa a
seção transversal de um determinado condutor por um certo intervalo de tempo dt [s]. Ou
dQ
seja: i = .
dt
Gerador de Tensão
Um gerador de tensão ideal deve manter constante sua tensão independente da corrente
solicitada pelo circuito que ele alimenta. No entanto, os geradores reais sempre
apresentam perdas internas fazendo com que sua tensão de saída varie de acordo com a
carga nele acoplada ou com a corrente solicitada. Sendo assim, podemos modelar os
geradores de tensão como sendo uma fonte de tensão ideal E em série com uma
resistência elétrica Ri conforme mostrado na Figura 4.
Quanto menor a resistência interna do gerador de tensão, menor será sua perda e melhor
seu desempenho. Esse desempenho, ou rendimento, pode ser calculado pela equação
V
η = S .100 [%]
E
A tensão de saída VS, levando em consideração as perdas internas, é dada por
VS = E − R i .I .
Na segunda situação é acoplada ao gerador uma carga RL fazendo com que circule uma
corrente pelo circuito provocando, conseqüentemente, uma perda de tensão Vi. Sendo
assim VS = E − Vi .
Com base nessas três situações é possível traçarmos uma curva característica do
gerador conforme mostrado nas Figuras 5, 6 e 7.
Cada carga ligada ao gerador também possui uma determinada curva característica
chamada curva de carga. Ao sobrepormos uma curva à outra, encontramos o ponto
quiescente Q, no cruzamento de ambas, que nos fornece VS e I para aquela determinada
carga.
Gerador de Corrente
Ri V
O valor de IS pode ser calculado pelas equações IS = .IG ou IS = IG − .
RL + Ri Ri
Ao contrário dos geradores de tensão, nos geradores de corrente, quanto maior Ri menor
será a perda observada e melhor será o desempenho do gerador. Esse desempenho, ou
I
rendimento, pode ser calculado pela equação η = S .100 [%] .
IG
Exercícios
1. Um fio condutor é percorrido por uma corrente de 10A. Calcule a carga que passa
através de uma seção transversal em 1 minuto.
3. Um gerador de tensão com E=10V e Ri=0,5Ω, quando em uso, apresenta entre os seus
terminais uma ddp de 9V. Determine a corrente que o atravessa e o seu rendimento.
4. Medindo-se a ddp entre os terminais de uma bateria, quando por ela passa uma
corrente de 2A, obtêm-se 11V. Quando em circuito aberto, a medida entre esses terminais
é 12V. Determine a fem (força eletromotriz) E e a resistência interna Ri da bateria.
6. Uma carga RL=95Ω é acoplada a um gerador de corrente cujo IG=5A e Ri=5Ω. Calcule
a corrente e a tensão entregues a carga e o rendimento desse gerador.
U1 U2 U3 U U
= = = ... = n = cons tan te = = R
i1 i2 i3 in i
Desta maneira Ohm pode postular sua primeira lei onde ele enuncia que num
resistor, mantido a uma temperatura constante, a intensidade da corrente elétrica é
diretamente proporcional à ddp que a originou. Matematicamente: U = R.I .
Essa lei de Ohm é valida para alguns resistores, denominados resistores ôhmicos.
A maioria das resistências elétricas tem comportamento ôhmico, ou seja, linear. Porém,
alguns materiais, principalmente os sensíveis ao calor e à luz, apresentam um
comportamento não linear. A Figura 1 representa a curva de uma resistência ôhmica e
não ôhmica.
Figura 1 – (a) Curva de Carga de uma Resistência Ôhmica. (b) Curva de Carga de uma
Resistência Não Ôhmica
l
R = ρ.
S
ρ = ρ0 .(1 + α.∆T )
onde:
ρ – resistividade do material à temperatura T [Ω.m];
ρ0 – resistividade do material à uma temperatura de referência T0 [Ω.m];
∆T = T-T0 – variação da temperatura [°C];
α – coeficiente de temperatura do material [°C-1].
A Tabela 2 apresenta o coeficiente de temperatura de alguns materiais.
Potência Elétrica
τ
P=
∆t
Analisando as unidades das variáveis que essa expressão envolve, definimos que
a unidade de medida da potência é joule por segundo J .
s
[ ]
Num circuito elétrico, a potência pode também ser definida como sendo a
quantidade de carga elétrica Q que uma fonte de tensão V pode fornecer ao circuito num
intervalo de tempo ∆t. Assim:
V.Q
P=
∆t
P = V.I
Lei de Joule
V2
P = R.I2 ou P =
R
Sendo a energia elétrica consumida pelo resistor transformada em calor, obtemos a
expressão:
τ = R.I2 .∆t
Esta expressão é conhecida como Lei de Joule e permite calcular a energia elétrica
transformada em calor num intervalo de tempo ∆t.
A unidade de energia, como já vimos, é o joule [J]. Entretanto, quando se trata de
consumo de energia elétrica é usual o quilowatt-hora (kWh).
VS = E − Ri .I
Cada ponto da sua curva característica corresponde a uma coordenada (VS, I) para
uma determinada carga. O produto dos valores de cada coordenada corresponde à
potencia em cada carga, ou seja, P = VS .I . Se plotarmos a curva de potência nas cargas
em função de I, obteremos uma parábola, conforme mostra a Figura 2.
O ponto de máxima potência PM, transferida do gerador para a carga, coincide com
as seguintes condições:
E ICC
VS = e I=
2 2
E
VS E
RL = = 2 ∴ RL =
I ICC ICC
2
E
Mas, como vimos anteriormente, = R i . Isso significa que a máxima
ICC
transferência de potência ocorre quando a carga é igual à resistência interna do gerador
de tensão.
A potência máxima PM que o gerador pode fornecer a uma carga pode ser
calculada em função apenas dos seus parâmetros E e Ri:
E ICC 1 1 E E2
PM = . = .E.ICC = .E. ∴ PM =
2 2 4 4 Ri 4.R i
Essa expressão mostra que o gerador de tensão pode fornecer a uma carga, no
E2
máximo, um quarto ou 25% de sua potência total PT = , dissipada com a saída curto-
Ri
circuitada.
Na máxima transferência de potência, o rendimento do gerador é η=50%, pois:
E
VS 1
η= .100 = 2 .100 = .100 = 50%
E E 2
Exercícios
1. Quando se aplica uma ddp de 12V num resistor ôhmico, ele é percorrido por uma
corrente de 3A. Determine a resistência do resistor e a corrente quando a ele se aplicar
uma ddp de 10V.
3. Qual ddp deve ser aplicada a um resistor ôhmico de resistência 200Ω para se obter
uma corrente de 100mA?
8. Um resistor de 20Ω está ligado a uma fonte de tensão de 600V. Qual a potência
consumida pelo resistor? Qual é a energia consumida em uma hora?
9. Um chuveiro elétrico ligado a uma rede de 220V consome 1200W de potência. Qual a
intensidade da corrente utilizada pelo chuveiro? Qual a resistência do chuveiro?
10. Uma cidade consome 100MW de potência e é alimentada por uma linha de
transmissão de 1000Km de extensão, cuja voltagem, na entrada da cidade, é de 100KV.
Esta linha é constituída de cabos de alumínio cuja área de secção transversal total vale
5,26.10-3 m². Sabendo que a resistividade do alumínio é ρ=2,63.10-8 Ω.m, determine a
resistência dessa linha de transmissão, a sua corrente total e a potência dissipada pela
linha.
11. Nos terminais de um gerador que alimenta um circuito, a ddp passa de 8V para 5V
quando a intensidade da corrente que atravessa o gerador passa de 2A para 5A.
Determine a intensidade de corrente que passa pelo gerador no momento em que a
potência transferida para o circuito for máxima.
12. O motor elétrico de uma bomba d’água é ligado a uma rede elétrica que fornece uma
ddp de 220V. Em quantos segundos o motor da bomba consome uma energia de 35,2KJ,
se por ele circula uma corrente elétrica de 2A?
Ramo
Figura 1 – Ramo
Nó
Figura 2 – Nó
Malha
Figura 3 – Malha
Leis de Kirchhoff
Um circuito admite um único sentido de corrente com um único valor para cada
ramo. Uma vez conhecidos os sentidos e as intensidades das correntes em todos os
ramos de um circuito, todas as tensões podem também ser determinadas.
A compreensão e a análise de um circuito dependem das duas leis enunciadas por
Kirchhoff.
Caso uma intensidade de corrente resulte negativa, significa que seu sentido é o
contrário daquele assumido na 2ª etapa.
Exemplo:
I1 − I2 − I3 = 0 I1 = −2
− 35.I1 − 5.I3 = 100 ⇒ I2 = 4
− 20.I + 5.I = −110 I3 = −6
2 3
Associação de Resistores
Associação em Série
Pela Lei de Kirchhoff para tensões, a soma das tensões nos resistores é igual à
tensão total aplicada E:
E = V1 + V2 + ... + Vn
Colocando I em evidência:
E
= R1 + R 2 + ... + R n
I
E
O resultado corresponde à resistência equivalente Req da associação série, isto
I
é, a resistência que a fonte de alimentação entende como sendo a sua carga.
Matematicamente:
R eq = R 1 + R 2 + ... + R n
Nesse circuito, a potência total PE fornecida pela fonte ao circuito é igual à soma
das potências dissipadas pelos resistores (P1 + P2 + ... +Pn). Portanto, a potência total
PE = E.I fornecida pela fonte é igual à potência dissipada pela resistência equivalente
Peq = R eq .I2 .
Associação em Paralelo
Quando dois ou mais resitores estão ligados através de dois pontos em comum no
circuito, de modo a oferecer caminhos separados para a corrente, temos um circuito em
paralelo.
Pela Lei de Kirchhoff para correntes, a sima das correntes nos resistores é igual à
corrente total I fornecida pela fonte:
I = I1 + I2 + ... + In
E E E
Onde: I1 = ; I2 = ; ... ; In =
R1 R2 Rn
E E E 1 1 1
I= + + ... + ⇒ E. + + ... +
R1 R 2 Rn R1 R 2 R n
I 1 1 1
= + + ... +
E R1 R 2 Rn
I
O resultado de corresponde à condutância equivalente Geq da associação
E
paralela. Invertendo esse valor, obtêm-se, portanto, a resistência equivalente Req que a
fonte de alimentação entende como sendo a sua carga.
Matematicamente:
1 1 1 1
= + + ... +
R eq R1 R 2 Rn
1 1 1 R 2 + R1 R1.R 2
= + = ⇒ R eq =
R eq R1 R 2 R1.R 2 R1. + R 2
Associação Mista
Estas configurações não se caracterizam nem como série, nem como paralelo,
dificultando o cálculo da resistência equivalente do circuito e, portanto, sua análise.
Para resolver este problema, é possível converter uma configuração na outra,
fazendo com que os resitores mudem de posição sem, no entanto, mudarem as
caracterísiticas elétricas do circuito.
Utilizando as equações a seguir é possível convertermos um circuito na
configuração estrela para a configuração triângulo:
5. No circuito da figura, ache as intensidades das correntes nos diversos ramos e a ddp
entre os pontos A e B.
a) b)
Divisor de Tensão
Vi = Ri .I
E
I=
R eq
Ri
Vi = .E
R eq
R1 R2
V1 = .E e V2 = .E
R1 + R 2 R1 + R 2
Divisor de Corrente
E
Ii =
Ri
E = R eq .I
R eq
Ii = .I
Ri
R2 R1
I1 = .I e I2 = .I
R1 + R 2 R1 + R 2
Ponte De Wheatstone
R2 R4
VA = .E e VB = .E
R1 + R 2 R3 + R4
R2 R4
.E = .E
R1 + R 2 R3 + R4
R 2 .(R 3 + R 4 ) = R 4 .(R 1 + R 2 )
R 2 .R 3 + R 2 .R 4 = R 4 .R1 + R 4 .R 2
R 2 .R 3 = R 1.R 4
Exercícios
4. Na ponte de Wheatstone abaixo, qual é o valor de RX, sabendo que no seu equilíbrio
RD=18kΩ
Método da Superposição
“Num circuito elétrico formado por vários bipolos lineares, o efeito causado pelos
geradores num determinado ramo ou bipolo é equivalente à soma algébrica dos efeitos
causados por cada gerador individulamente, eliminados os efeitos dos demais.”
Para eliminar o efeito causado num circuito por um gerador de tensão, ele deve ser
substituído por um curto-circuito.
Para eliminar o efeito causado num circuito por um gerador de corrente, ele deve
ser substituído por um circuito aberto.
Exemplo
E1 = 10V
E2 = 20V
R1 = 100Ω
R2 = 220Ω
RX = 100Ω
R X .R 2 100.200
RA = = = 68,75Ω
R X + R 2 100 + 200
RA 68,75
VX1 = VA = .E1 = .10 = 4,07 V
R1 + R A 100 + 68,75
VX1 4,07
I X1 = = = 40,7mA
RX 100
R X .R1 100.100
RB = = = 50Ω
R X + R1 100 + 100
RB 50
VX2 = VB = .E 2 = .20 = 3,7 V
R 2 + RB 220 + 50
VX 2 3,7
I X2 = = = 37mA
RX 100
Método de Thévenin
Teorema de Thévenin
“Num circuito formado por vários bipolos lineares, todos os geradores e receptores
do circuito, que envolvem um determinado bipolo ou ramo de interesse, podem ser
substituidos por um gerador de tensão Thévenin formado por uma fonte de tensão
equivalente Thévenin ETh em série com um resistência interna equivalente Thévenin RTh.”
Exemplo
E1 = 15V
E2 = 10V
R1 = 150Ω
R2 = 100Ω
RX = 1kΩ
5
E1 − R 2 .I − E 2 − R 1.I = 0 → 15 − 100 .I − 10 − 150 .I = 0 → 250 .I = 5 → I= = 20mA
250
E Th = E 2 + R 2 .I = 10 + 100.20.10 −3 = 12V
RX 1000
VX = .E Th = .12 = 11,32V
R Th + R X 60 + 1000
VX 11,32
IX = = = 11,32mA
R X 1000
Método de Norton
Teorema de Norton
“Num circuito formado por vários bipolos lineares, todos os geradores do circuito
que envolvem um determinado bipolo ou ramo de ineresse podem ser substituídos por um
gerador Norton formado por uma fonte de corrente equivalente Norton IN em paralelo com
uma resistência interna equivalente Norton RN.”
Exemplo
I1 = 20mA
I2 = 15mA
E3 = 300V
R1 = 10kΩ
R2 = 12kΩ
R3 = 2k2Ω
R4 = 1kΩ
RX = 4k7Ω
RN 25200
IX = .IN = .3,17.10 −3 = 2,67mA
RN + R X 25200 + 4700
Método de Maxwell
Exemplo
E1 = 20V
E2 = 10V
E3 = 5V
R1 = R3 = R5 = 100Ω
R2 = R4 = 330Ω
Note que em R2 aparecem duas tensões: V21 por causa de I1 e V22 por causa de I2.
Em seguida, aplicaremos a Lei de Kirchhoff para tensões nas duas malhas e
obteremos o sistema de equações:
Malha 1:
E1 − V1 + E 2 − V21 − V22 − V5 = 0
E1 − R1.I1 + E 2 − R 2 .I1 − R 2 .I2 − R 5 .I1 = 0
20 − 100.I1 + 10 − 330.I1 − 330.I2 − 100.I1 = 0
− 530.I1 − 330.I2 = −30 (1)
Malha 2:
E 3 − V3 + E 2 − V22 − V21 − V4 = 0
E 3 − R 3 .I2 + E 2 − R 2 .I2 − R 2 .I1 − R 4 .I2 = 0
5 − 100.I2 + 10 − 330.I2 − 330.I1 − 330.I2 = 0
− 330.I1 − 760.I2 = −15 (2)
530.I1 + 330.I2 = 30
Portanto, o sistema de equações formado por (1) e (2):
330.I1 + 760.I2 = 15
Exercícios
I1 = 500mA
E2 = 20V
R1 = R3 = 100Ω
R2 = RX = 200Ω
E1 = E3 = 20V
E2 = E4 = 10V
R1 = R2 = 22Ω
R3 = R4 = 47Ω
CAPACITORES
Dispositivos resistivos, como já vimos, são aqueles cujo valor ôhmico é constante
tanto para corrente continua como para corrente alternada.
Já os dispositivos reativos, que são os capacitores e os indutores, têm seu valor
ôhmico dependente da variação da corrente neles aplicada. Essa reação às variações de
corrente é denominada reatância capacitiva XC para os capacitores e reatância indutiva XL
para os indutores e sua unidade de medida, assim como nos resistores, é o ohm [Ω].
Capacitor
Porém como entre as placas existe um material isolante, esse fluxo de elétrons não
o atravessa, fazendo com que as cargas fiquem armazenadas nas placas.
Conforme aumenta a carga q armazenada nas placas, aumenta a diferença de
potencial v entre elas, fazendo com que o fluxo de elétrons diminua.
Após um determinado tempo, a carga armazenada atinge o seu valor máximo Q.
Isso ocorre quando a diferença de potencial entre as placas se iguala à tensão da fonte (v
= E), cessando o fluxo de elétrons (i = 0).
Esse dispositivo, com capacidade de armazenar cargas elétricas (energia
eletrostática), é chamado de capacitor ou condensador, cujos símbolos mais comuns
estão representados abaixo.
Capacitância
t
1 dv C
C ∫0
vC = . i.dt + v C0 e i = C.
dt
Pela Lei de Kirchhoff para Tensões, a soma das tensões nos capacitores é igual à
tensão total E aplicada:
E = V1 + V2 + ... + Vn
Q
Como Vi = , tem-se:
Ci
Q Q Q E 1 1 1
E= + + ... + ⇒ = + + ... +
C1 C 2 Cn Q C1 C 2 Cn
1 1 1 1
= + + ... +
C eq C1 C 2 Cn
Isso significa que, se todos os capacitores dessa associação forem substituídos por
uma única capacitância de valor Ceq, a fonte de alimentação fornecerá a mesma carga Q
ao circuito.
No caso de n capacitores iguais a C em série, tem-se:
C
C eq =
n
C1.C 2
C eq =
C1 + C 2
Q = Q1 + Q2 + ... + Qn
Q
= C1 + C 2 + ... + Cn
E
C eq = C1 + C 2 + ... + C n
Isso significa que se todos os capacitores dessa associação forem substituídos por
uma única capacitância de valor Ceq, a fonte de alimentação E fornecerá a mesma carga
Q ao circuito.
No caso de n capacitores iguais a C em paralelo, tem-se:
C eq = n.C .
Circuito RC de Temporização
• [ R ] = Ω (Ohm) = V Volt
A Ampére
(
• [ C ] = F (Farad) = C Coulomb
V
)
Volt
• [ I ] = A ( Ampére ) = C Coulomb
s Segundo
C
V C C C.s
[ R.C ] = Ω.F = . = = 1 = ⇒ [ R.C ] = s = segundo
A V A C C
s
τ = R.C
Num circuito RC, quanto maior a constante de tempo, maior é o tempo necessário
para que o capacitor se carregue.
Carga do Capacitor
Pela Lei de Kirchhoff para tensões, a equação geral desse circuito é (S fechada):
v C (t) + v r (t) = E
A corrente que flui no circuito durante a carga do capacitor pode ser determinada
aplicando a Primeira Lei de Ohm no resistor R:
v r (t)
i( t ) =
R
• Tensão no Resistor
−t
τ
Observe que o termo e diminui com o aumento do instante t.
• Tensão no Capacitor
−t −t
v C (t) + v r (t) = E ⇒ v C ( t ) = E − E.e τ
⇒ v C ( t ) = E.(1 − e τ
)
−t
Observe que o termo (1 − e τ
) aumenta com o aumento do instante t.
• Corrente no Circuito
E
A corrente i inicia com um valor máximo I = quando o capacitor está
R
descarregado (curto-circuito), caindo até zero quando o capacitor está totalmente
carregado (circuito aberto).
Matematicamente:
v r (t) −t
i( t ) = ⇒ i( t ) = I.e τ
R
−t
τ
Observe que o termo e diminui com o aumento do instante t.
Descarga do Capacitor
• Corrente no Circuito
−t
i( t ) = −I.e τ
• Tensão no Resistor
• Tensão no Capacitor
−t
v C ( t ) = E.e τ
Faça uma análise dos valores de vC(t), vr(t) e i(t) em função da tensão E para os
tempos t = 0, t = τ e t = 5.τ quando o capacitor está sendo carregado e quando ele está
sendo descarregado.
Exercícios
1. Qual o valor do capacitor que, submetido a uma tensão de 100V, armazena 10µC
de carga?
INDUTORES
Indutor ou Bobina
Indutância
φ
L=
iL
t
1 diL
L ∫0
iL = v.dt + iL0 e v = L.
dt
L eq = L1 + L 2 + ... + L n
1 1 1 1
= + + ... +
L eq L1 L 2 Ln
L1.L 2
L eq =
L1 + L 2
Circuito RL de Temporização
L
τ=
R
Energização do Indutor
Pela lei de Kirchhoff para tensões, a equação geral desse circuito é (S fechada):
v L (t ) + v r (t ) = E
v r (t )
i( t ) =
R
• Corrente no Circuito
• Tensão no Resistor
• Tensão no Indutor
Desenergização do Indutor
• Corrente no Circuito
• Tensão no Resistor
• Tensão no Indutor
Observação:
A chave aberta representa uma resistência infinita para o circuito, de forma que a
L L
sua constante de tempo τ muda de para , isto é, para praticamente zero. Como no
R ∞
exato momento da abertura da chave a corrente no indutor é máxima (i = I), e sendo a
corrente de tempo τ = 0, pela Lei de Lenz, a tensão induzida v’ deve ter um valor alto para
se opor à queda da corrente num intervalo de tempo tão pequeno.
Portanto, ao abrir a chave de um circuitoindutivo, pode surgir uma tensão induzida
v’ tão elevada (da ordem de milhares de volts) que seria suficiente para produzir um arco
voltaico entre os terminais da chave, podendo até matar o seu operador.
Exercício
a) Da forma como ele se encontra, com a chave S fechada, quais são os valores da
corrente i e das tensões vL e vr?
b) No instante da abertura da chave (t = 0), quais são os novos valores de i, vL e vr?
c) Qual a constante de tempo τ do circuito?
d) Quais são os valores da corrente i e das tensões vL e vr após um tempo igual a τ?
e) Após quanto tempo, a partir da abertura da chave, pode-se considerar que o
indutor esteja desenergizado?
Faça uma análise dos valores de vL(t), vr(t) e i(t) em função da tensão E para os
tempos t = 0, t = τ e t = 5.τ quando o indutor está sendo energizado e quando ele está
sendo desenergizado.
Período e Freqüência
2.π 1
ω= f= ω = 2.π.f
T T
v( t ) = VP . cos ω.t
• Valor de Pico - VP
O valor de pico a pico corresponde à amplitude total entre os dois pontos máximos
(positivo e negativo) e, portanto, ele é o dobro do valor de pico.
VPP = 2.VP
Os valores VP e VPP são mais significativos que o instantâneo, pois por meio deles
é possível comparar a amplitude de sinais diferentes. Além disso, ao analisarmos um sinal
com um osciloscópio, esses valores podem ser facilmente medidos.
O valor eficaz ou RMS (Root Mean Square ou Raiz Média Quadrática) corresponde
ao valor de uma tensão alternada que, se fosse aplicada a uma resistência, dissiparia
uma potência média, em watt, de mesmo valor numérico de uma tensão contínua aplicada
à mesma resistência.
Definição: Considere uma função periódica temporal f(t), com período T. O valor
eficaz F dessa função é definido por:
1 T 2
F= .∫ f ( t ).dt
T 0
Para sinais alternados senoidais e cossenoidais, a fórmula de valor eficaz pode ser
convertida no domínio angular, considerando o período T equivalente a 2.π rad, ou seja:
1 2. π 2
F= . ∫ f (θ).dθ
2.π 0
Assim, considerando a tensão v(θ) = VP . cos θ , a fórmula do seu valor eficaz pode
ser deduzida facilmente:
1 2. π 2
V= . ∫ v (θ).dθ
2.π 0
1 2. π 2
V= . ∫ VP . cos 2 θ.dθ
2.π 0
VP 2 2.π
V= . ∫ cos 2 θ.dθ
2.π 0
VP 2
V= .(π)
2.π
2
VP
V=
2
VP
V=
2
Observe que o sinal cossenoidal adianta-se quando o seu valor máximo ocorre
antes do instante inicial.
Se o sinal está atrasado, a fase inicial θ é negativa na expressão do valor
instantâneo e no respectivo diagrama fasorial, conforme mostram as figuras abaixo.
Observe que o sinal cossenoidal atrasa-se quando o seu valor máximo ocorre após
o instante inicial.
Um número complexo tem duas dimensões, sendo uma real e outra imaginária. Por
isso, eles devem ser representados num plano cartesiano formado por um eixo horizontal
real Re e por um eivo vertical imaginário Im.
Define-se unidade imaginária o número j, tal que: j = − 1 .
3º Semestre – Engenharia Elétrica Profª Engª Camila Soares
52
Eletrotécnica Básica – Aula 8
Onde:
& - número complexo (o ponto sobre a letra caracteriza-o como número complexo;
C
a - componente real (positiva ou negativa)
b - componente imaginária (positiva ou negativa)
C - (ou |C|) módulo do número complexo (sempre positivo)
θ - fase do número complexo (positiva ou negativa, a partir da referência Re+)
& → C = a2 + b2
Módulo de C
& → θ = tg −1 b
Fase de C
a
& = a + jb
C ≡ & = C ∠θ
C e & = a + jb
C ≡ & = C ∠θ
C
1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2
& +C
C & = (a + a ) + j(b + b )
1 2 1 2 1 2
& −C
C & = (a − a ) + j(b − b )
1 2 1 2 1 2
& .C
C & = (C .C )∠( θ + θ )
1 2 1 2 1 2
&
C C
1
= 1 ∠(θ1 − θ 2 )
&
C2 C2
Exercícios
(
2. Considere as tensões v 1( t ) = 10. cos 377.t + π
6
) [V] e v (t) = 8. cos (377.t + π 4) [V].
2
Conceito de Impedância
Z& = R + jX
&
Z = Z∠ϕ
Onde:
A Lei de Ohm pode ser aplicada aos circuitos que operam em corrente alternada.
Porém, como há a possibilidade de existir defasagem entre tensão e corrente, conclui-se
que:
Associação de Impedâncias
1 1 1 1 Z& .Z&
= + + ... + ou Z& eq = 1 2
&Z &Z &Z &Z Z& 1 + Z& 2
eq 1 2 n
• Divisor de Tensão:
Z& 1
V& 1 = &
.V
Z& 1 + Z& 2
• Divisor de Corrente
Aplicando a Lei de Ohm por meio dos valores complexos da tensão V& R e da
corrente &IR no resistor, obtemos a sua impedância Z& , cuja fase é sempre nula e
independente de θv e θi. Isso significa que, no plano dos números complexos, a
resistência é puramente real, isto é, não possui parte imaginária. Portanto o resistor é
uma impedância resistiva pura.
Z& = R + jX
&
Z = Z∠ϕ
XL = ω.L = 2.π.f .L
1 1
XC = =
ω.C 2.π.f .C
V& V ∠θ V
Z& = L = L v = L ∠(θ v − θi ) = XL ∠90° = jX L
&I i L ∠θ i iL
L
V& V ∠θ V
Z& = C = C v = C ∠(θ v − θi ) = X C ∠ − 90° = − jX C
&I iC ∠θi iC
C
Isso significa que no plano dos números complexos, a reatância é uma grandeza
puramente imaginária, isto é, não possui parte real. Portanto, o indutor e o capacitor são
impedâncias reativas puras.
No indutor, a parte imaginária é sempre positiva.
Note mais uma vez que a fase das reatâncias indutiva e capacitiva correspondem à
defasagem ϕ que elas provocam entre a tensão e a corrente fornecidas pelo gerador,
conforme mostram as representações temporal e fasorial mostradas anteriormente.
• No circuito RL série:
Z& = R + jX L = Z∠ϕ +
• No circuito RC série:
Z& = R + jX C = Z∠ϕ −
No circuito RC série:
No circuito RC série:
Potência Instantânea
p(t ) = v( t ).i( t )
Então:
p( t ) = v( t ).i( t ) ⇒ p( t ) = VP . cos( ω.t + ϕ).IP . cos ω.t ⇒ p( t ) = VP .IP . cos( ω.t + ϕ). cos ω.t
Substituindo os valores de pico por seus respectivos valores eficazes, isto é, VP por
2.V e IP por 2.I , e aplicando a identidade trigonométrica
1
cos α. cos β = .[cos( α − β) + cos( α + β)] , obtemos:
2
2.V. 2.I
p( t ) = .[cos( ω.t + ϕ − ω.t ) + cos( ω.t + ϕ + ω.t )]
2
⇓
p( t ) = V.I. cos ϕ + V.I. cos( 2.ω.t + ϕ)
Nesta expressão, distinguimos dois termos: o primeiro, V.I. cos ϕ , é uma constante,
pois independe do tempo t; o segundo, V.I. cos(2.ω.t + ϕ) , é variável com o tempo t e sua
freqüência é o dobro da freqüência ω da tensão e da corrente. A parcela constante da
expressão da potência instantânea corresponde ao seu valor médio. A potência média,
por sua vez, é conhecida como potência ativa ou potência real de um circuito, sendo
simbolizada simplesmente por P.
Observe que, como ϕ só pode assumir valores entre +90° e -90° (primeiro e quarto
quadrantes do diagrama fasorial), o primeiro termo, V.I. cos ϕ , é sempre positivo, pois
cos ϕ = cos(−ϕ) , enquanto o segundo, V.I. cos(2.ω.t + ϕ) , pode ser positivo ou negativo,
dependendo do instante t considerado.
Toda a potência fornecida pelo gerador é ativa, pois ela é sempre positiva, variando
entre 0 e 2.V.I. Nesse caso, a potência média é V.I.
Há potência ativa e reativa, sendo, por isso, sempre mais positiva que negativa.
Portanto, somente uma parcela da potência é devolvida ao gerador. Nesses casos, a
potência média pode estar entre 0 e V.I, dependendo de ϕ. Quanto mais próximo de zero
for o valor de ϕ, maior será a potência ativa.
A potência total (ativa + reativa) é chamada de potência aparente.
Observe que, agora, a fase da potência aparente é -ϕ, isto é, situa-se no primeiro
ou no quarto quadrante e corresponde numericamente à fase ϕ da impedância Z& ou à
& e a corrente &I , a menos de sue sinal, que agora é invertido.
defasagem ϕ entre V
A potência aparente complexa P& S pode ser determinada também em função da
impedância Z por:
V2
P& S = ∠−ϕ ou P& S = Z.I2 ∠ − ϕ
Z
P = V.I. cos ϕ
PQ = −V.I.senϕ
• Potência Ativa - P
P = V.I. cos ϕ
2
V
P = VR .I ou P = R.I 2
P= R
R
• Potência Reativa - PQ
PQ = −V.I.senϕ
Já vimos que uma parcela da região positiva do gráfico de p(t) é a potência ativa P.
Já a outra parcela positiva é usada pela impedância para armazenar energia em sua
reatância. Assim, a área negativa do gráfico de p(t) corresponde à devolução dessa
energia ao gerador, então concluímos que a potência reativa PQ é totalmente perdida,
pois não realiza trabalho útil.
Na reatância indutiva, a corrente armazena energia na forma de campo magnético.
Só que a fase ϕ é positiva, provocando um atraso na corrente e, portanto, no
armazenamento de energia. É por isso que a potência reativa indutiva é negativa, ou seja:
2
2 V
PQ = − VL .IL ou PQ = − XL .IL ou PQ = − L
XL
2
2 V
PQ = VC .IC ou PQ = XC .IC ou PQ = C
XC
• Potência Aparente - PS
PS = V.I
V2
PS = Z.I2 ou PS =
Z
2 PQ
PS = P 2 + PQ e ϕ = −tg−1
P
Onde:
P = PS . cosϕ
PQ = −PS .senϕ
Fator de Potência - FP
P
FP = ou FP = cos ϕ
PS