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1.1. Objetivos
1.1.1. Objetivo Geral:
Analisar a evolução da teoria atómica e os princípios da cinética e equilíbrio químico.
Objetivos Específicos:
Investigar o desenvolvimento dos modelos atômicos desde a antiguidade até a mecânica
quântica.
Identificar as principais contribuições de cientistas como Dalton, Thomson, Rutherford e Bohr
para a teoria atômica.
Descrever e exemplificar conceitos fundamentais de cinética química, como equações
cinéticas e fatores que afetam a velocidade de uma reação.
Explorar os conceitos e implicações do equilíbrio químico, incluindo a lei da ação das massas
e os fatores que influenciam o equilíbrio.
1.2. Metodologia:
Para este estudo, foi realizada uma revisão bibliográfica abrangente, seguida de uma análise
crítica dos conceitos fundamentais relacionados à cinética e equilíbrio químico.
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2. A Evolução da Teoria Atômica
Segundo Soares e Dias (2014) a compreensão do átomo, a menor unidade que define as
propriedades químicas de um elemento, evoluiu ao longo dos séculos. Desde filósofos antigos
até cientistas contemporâneos, diversas teorias e modelos foram propostos. Vamos explorar
esta evolução:
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Modelo do Ernest Rutherford (1911):
Realizou a famosa experiência de dispersão alfa, onde partículas alfa foram disparadas contra
uma folha fina de ouro.
Observou que a maioria das partículas passava direto, mas algumas eram desviadas ou
refletidas.
Concluiu que o átomo possui um pequeno núcleo central positivo (onde estão os prótons) e
que os elétrons orbitam esse núcleo, semelhante a planetas orbitando o Sol.
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Fig. 1: Modelos Atómicos
John Dalton
John Dalton, no início do século XIX, é amplamente reconhecido por sua contribuição
fundamental para a teoria atômica moderna. Sua teoria propunha que cada elemento é
composto de átomos únicos e que esses átomos são indivisíveis, sugerindo que todos os
átomos de um elemento particular têm a mesma massa e propriedades químicas. Esta ideia
contrastava com a visão anterior de que os átomos poderiam ser divididos indefinidamente.
Os postulados de Dalton também sugeriam que compostos são formados pela combinação de
átomos de diferentes elementos em proporções fixas, o que levou ao desenvolvimento da lei
das proporções constantes. Esta ideia foi fundamental para o desenvolvimento posterior da
química, pois ofereceu uma base teórica sólida para a realização de reações químicas e a
formulação de equações químicas (Almeida & Monteiro, 2016).
No entanto, a teoria de Dalton não estava isenta de falhas. Por exemplo, sua suposição de que
todos os átomos de um elemento têm a mesma massa não é verdadeira, como foi revelado
mais tarde com a descoberta de isótopos. Dalton também não tinha conhecimento das
subpartículas do átomo, como elétrons, prótons e nêutrons.
Apesar de suas limitações, a teoria atômica de Dalton foi uma pedra angular na compreensão
da natureza da matéria. Ela forneceu um quadro para os cientistas desenvolverem ideias mais
sofisticadas sobre a estrutura atômica e a natureza dos elementos (Almeida & Monteiro, 2016).
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J.J. Thomson
No final do século XIX, J.J. Thomson fez uma descoberta revolucionária ao identificar a
existência do elétron através de experimentos com raios catódicos. Estes experimentos
demonstraram que os átomos não eram, de fato, as menores partículas da matéria, como
sugerido anteriormente por Dalton, mas que eles contêm subpartículas menores.
Thomson propôs o "modelo do pudim de passas", onde elétrons (as "passas") estavam
incrustados em uma esfera de carga positiva (o "pudim"). Esta foi a primeira teoria a
reconhecer a natureza elétrica dos átomos e a existência de partículas carregadas
negativamente dentro do átomo (Almeida & Monteiro, 2016).
No entanto, este modelo teve falhas significativas. Ele não conseguiu explicar resultados
experimentais subsequentes, como o experimento de dispersão alfa de Rutherford, que
revelou a existência de um núcleo pequeno e positivamente carregado. O modelo do pudim de
passas também não oferecia uma explicação sobre a disposição e o movimento dos elétrons
dentro do átomo. A despeito de suas imperfeições, a contribuição de Thomson para a ciência
foi monumental. Ao identificar o elétron, ele pavimentou o caminho para o desenvolvimento
da física atômica e da mecânica quântica, permitindo uma compreensão mais profunda da
estrutura atômica (Almeida & Monteiro, 2016).
Ernest Rutherford
Ernest Rutherford, no início do século XX, realizou experimentos que foram cruciais para a
evolução da teoria atômica. Ele conduziu a famosa experiência de dispersão alfa, onde
partículas alfa foram disparadas contra uma folha fina de ouro. Contrariamente ao que seria
esperado pelo modelo de "pudim de passas" de Thomson, algumas partículas alfa foram
fortemente desviadas ou mesmo refletidas. Com base nesses resultados, Rutherford propôs
um novo modelo atômico. Ele sugeriu que o átomo consiste em um pequeno núcleo central
positivamente carregado (contendo a maior parte da massa do átomo) em torno do qual os
elétrons orbitavam. Este núcleo concentrado era responsável pela deflexão das partículas alfa
(Fernandez, & Rodrigues, 2016).
Embora este modelo tenha sido revolucionário em identificar a existência de um núcleo
atômico, ele tinha suas falhas. Ele não conseguiu explicar por que os elétrons, em órbitas
circulares ou elípticas, não radiavam energia e colapsavam para o núcleo, o que contrariava as
leis conhecidas da eletrodinâmica. Ainda assim, a contribuição de Rutherford foi fundamental
para a nossa compreensão da estrutura atômica. Ele estabeleceu a existência do núcleo
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atômico e redefiniu o modelo atômico que serviu de base para as teorias subsequentes sobre a
estrutura atômica (Fernandez, & Rodrigues, 2016).
Niels Bohr
Niels Bohr, pouco depois dos experimentos de Rutherford, propôs um modelo atômico que
buscava resolver as lacunas deixadas pelo modelo de Rutherford. Bohr introduziu a ideia de
que elétrons movem-se em órbitas circulares específicas em torno do núcleo, e cada órbita
tem um nível de energia quantizado específico. A grande inovação de Bohr foi sugerir que os
elétrons só poderiam ocupar determinados níveis de energia e que, quando saltavam de um
nível para outro, emitiam ou absorviam energia na forma de fótons. Este modelo foi capaz de
explicar o espectro de emissão de hidrogênio, onde apenas certas cores (energias de fótons)
são emitidas (Fernandez, & Rodrigues, 2016).
No entanto, o modelo de Bohr tinha limitações. Ele funcionava bem para átomos simples
como o hidrogênio, mas falhava em explicar com precisão os espectros de elementos mais
complexos. Além disso, a ideia de órbitas circulares definidas contradizia as futuras
descobertas da mecânica quântica. Apesar destas limitações, o modelo de Bohr marcou um
avanço significativo na teoria atômica, introduzindo o conceito de quantização de energia que
se tornou central para a futura mecânica quântica (Fernandez, & Rodrigues, 2016).
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Números Quânticos
Descrevem os estados eletrônicos dos átomos. Os principais são:
Principal (n): Indica o nível de energia.
Azimutal ou orbital (l): Define o formato do orbital.
Magnético (m_l): Indica a orientação do orbital.
Spin (m_s): Refere-se ao spin do elétron, podendo ser +1/2 ou -1/2.
Exemplos de configuração eletrônica dos átomos e dos íons de acordo com a Mecânica
Quântica
Hidrogênio: 1s¹
Oxigênio: 1s² 2s² 2p⁴
Íon Sódio (Na⁺): 1s² 2s² 2p⁶ (Note que o elétron 3s¹ foi perdido para formar o íon positivo)
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3.2. Equações Cinéticas
As equações cinéticas relacionam a velocidade de uma reação química com as concentrações
dos reagentes. Por exemplo, para uma reação de primeira ordem A→ produtos, a equação
cinética é v=k[A], onde v é a velocidade da reação, k é a constante de velocidade e [A] é a
concentração do reagente A (Soares & Dias, 2014).
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constante de velocidade (Torres & Marinho, 2016). A catálise é o processo de aceleração da
velocidade de uma reação pela presença de um catalisador. Os catalisadores funcionam
diminuindo a energia de ativação da reação, permitindo que ela ocorra mais rapidamente, sem
ser consumido no processo (Monteiro & Santos, 2015).
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4. Conclusão
A jornada através da evolução da teoria atómica revela a tenacidade e curiosidade inerentes ao
espírito humano, buscando desvendar os mistérios do universo em sua menor escala. Desde as
primeiras noções filosóficas sobre a indivisibilidade da matéria até as descrições quânticas do
comportamento atómico, é evidente que o conhecimento acumulado é resultado de séculos de
investigação, experimentação e reflexão. Cada cientista, de Dalton a Bohr, trouxe consigo um
pedaço do quebra-cabeça, desafiando e redefinindo constantemente o entendimento sobre a
estrutura e o comportamento atómico.
Paralelamente, a análise da cinética e do equilíbrio químico proporciona uma visão detalhada
de como as reações ocorrem, à velocidade com que progridem e os fatores que influenciam
esses processos. Ao combinar estes conceitos, torna-se possível prever e controlar processos
químicos, uma habilidade que tem implicações profundas em campos tão variados quanto a
medicina, a engenharia e a ecologia.
Além disso, o entendimento da relação entre cinética química e equilíbrio químico ressalta a
interconexão inerente entre diferentes áreas da química. Não são apenas tópicos isolados em
uma vasta paisagem científica; são conceitos inter-relacionados que, juntos, fornecem uma
compreensão holística das reações químicas e dos sistemas em que ocorrem.
Em suma, este trabalho não apenas traça a evolução do entendimento humano sobre átomos e
moléculas, mas também celebra a capacidade da ciência de se adaptar, evoluir e crescer à luz
de novas descobertas e tecnologias. As reflexões aqui apresentadas servem como um lembrete
da beleza e complexidade do mundo natural e da contínua busca da humanidade por
compreensão e conhecimento.
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