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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema do Trabalho

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1
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 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Aspectos Formatação  Paginação, tipo e 1.0

ii
tamanho de letra,
paragrafo,
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice

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I. Introdução

Para que sejamos de acordo com o conteúdo do tema, em primeiro lugar esbocei a presente
introdução de forma resumida dos conteúdos abaixo detalhados. Porto, importa referir que como
Liberdade está associada à acção moral, que sempre tende ao bem, que é conhecido e querido
pelo homem e se expressa na acção voluntária e a verdadeira felicidade ou o verdadeiro e o bem.
Sempre aquilo que é buscado por si mesmo e não com vistas em outra coisa, por isso ele é algo
de absoluto e não relativo. Para além da honra, a liberdade também encontra limite quando se trata de
discursos de ódio, que incitam a violência ou a agressão . A dignidade da pessoa humana sendo um
pressuposto de qualquer conduta, um limite externo e de caráter tutelar imposto à acção. Estende-
se esse limite ao mundo potencial dos contratos, vale dizer, à esfera de liberdade que tem,
paradoxalmente, também a dignidade humana como fundamento. Se a dignidade é uma
qualificação comum a todos os seres humanos, a sua realização normativa terá sempre a
igualdade como um pressuposto.

Objectivo Geral: Descrever os aspectos da liberdade da pessoa humana com a verdade e a lei
natural.

Objetivos específicos: Conceituar liberdade, sua importância e limites da liberdade. A diferenciar


liberdade e libertinagem. Explicar a liberdade nos dias de hoje; explicar a relação que existe entre
liberdade e a verdade, tendo em conta a lei natural. Falar, em que consiste a lei natural; Falar sobre a
dignidade da pessoa humana, e o conceituar dignidade da pessoa humana.

Metodologia de pesquisa.

Em termos de metodológicos na produção do presente trabalho recorreu-se as consultas


bibliográficas de alguns autores que consubstancia sobre o tema e alguns sites na internet e
módulo do estudante. Quanto a abordagem é uma pesquisa qualitativa; quanto aos objectivos é
exploratória; quanto aos procedimentos de recolha de dados é não experimental e quanto as
fontes de informação é uma pesquisa bibliográfica.

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Liberdade Da Pessoa Humana

O vínculo da liberdade com a verdade e a lei natural

Liberdade

O termo liberdade é a condição daquele que é livre; capacidade de agir por si próprio;
autodeterminação; independência; autonomia. Ausência de constrangimento estes
constrangimentos podem ser de ordem ético, política, social e individual.

 No sentido político, civil ou individual: é o exercício de sua cidadania dentro dos limites
da lei e respeitando os direitos dos outros. "A liberdade de cada um termina onde começa
a liberdade do outro".

 Liberdade Social: Ausência de determinismos sociais;

 Em um sentido ético: trata-se do direito de escolha pelo indivíduo de seu modo de agir,
independentemente de qualquer determinação externa. A liberdade consiste unicamente
em que, ao afirmar ou negar, realizar ou enviar o que o entendimento nos prescreve,
agimos de modo a sentir que, em nenhum momento, qualquer força exterior nos
constrange.

Para Aristóteles “a liberdade é a capacidade de decidir-se a si mesmo para um determinado agir


ou sua omissão”. Assim, liberdade é o princípio para escolher entre alternativas possíveis,
realizando-se como decisão e acto voluntário. É livre e voluntária a acção que não sofre coações.

https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/filosofia-o-tema-da-
liberdade.htm?cmpid=copiaecola

Portanto, Aristóteles e Platão referem que, liberdade está associada à acção moral, que sempre
tende ao bem, que é conhecido e querido pelo homem e se expressa na acção voluntária e a
verdadeira felicidade ou o verdadeiro e o bem. Sempre aquilo que é buscado por si mesmo e não
com vistas em outra coisa, por isso ele é algo de absoluto e não relativo. Daí que as acções

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virtuosas sejam aprazíveis em si mesmas e a consequência disso é que o objetivo da vida política
seja o melhor dos fins, pois essa ciência se esforça por fazer com que os cidadãos sejam bons,
livres e capazes de nobres acções.

Aristóteles, (s/d.) Diz que:

A liberdade, acima de qualquer outra coisa, é considerada como o sumo de felicidade. Ela é
buscada sempre por si mesma e nunca no interesse de outra coisa, enquanto a honra, o prazer, a
razão e todas as demais virtudes, ainda que as escolhamos por si mesmas (visto que as
escolheríamos mesmo que nada delas resultasse), fazemos isso no interesse da felicidade,
pensando que, por meio dela, seremos felizes. Mas a felicidade ninguém escolhe tendo em vista
alguma outra virtude, nem, de uma forma geral, qualquer coisa além dela própria, (s.p.).

“Aristóteles defendia que toda acção moral almeja um fim. E que cada um destes fins, cada
objectivo que traçamos, representa para nós um bem, e o maior bem para os seres humanos é a
felicidade, pois todos os outros bens visam, direta ou indiretamente, à felicidade”, (Reale, 1994,
p.57).

Portanto, importa referir que poder aceite socialmente passa a ser uma forma de poder nas mãos
de quem o detém, Poder este, que pode ser exercido da forma genuína ou da forma abusiva,
dependendo do caso. Quando se procede de forma abusiva, este exercício pode ter sido concebido
de forma errónea. A liberdade excessiva sobre os indivíduos fracos passa a ser denominado por
abuso de poder e é caracterizado como actos éticos (Mau), ou valor ético negativo perante a
sociedade.

Importância e limites da liberdade.

A Liberdade protege simultaneamente os direitos daqueles que desejam expor as suas


opiniões ou sentimentos e os do público em geral. Quando se proíbe uma manifestação
qualquer, viola-se tanto a liberdade dos que são impedidos de exprimir as suas ideias,
como também os direitos dos integrantes do público, que são privados do contato com
pontos de vista que poderiam ser importantes para que formassem livremente as suas
próprias opiniões.”
Uma ideia fundamental, subjacente à liberdade, é a de que o Estado não pode decidir
pelos indivíduos o que cada um pode ou não pode ouvir ou fazer.
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O limite do direito de liberdade dá quando, sob essa pretensa liberdade, atinge-se a honra, a
dignidade ou mesmo a democracia. Inclusive existem crimes, previstos no Código Penal, que
definem a limitação da chamada liberdade de expressão, como os crimes de injúria, difamação e
calúnia.

Aquele que difama, calunia ou injuria outros, pode ser responsabilizado civil ou criminalmente
pelas consequências de seus atos, embora nem nessas hipóteses seja admitida censura prévia. A
liberdade não é um salvo conduto para a agressão, para a violação da dignidade alheia.

O direito penaliza aqueles que usam da palavra escrita ou verbal para desgastar a honra alheia,
abrindo-se uma exceção nas críticas a pessoas públicas em especial autoridades, caso em que
mesmo declarações ácidas, profundas e impiedosas são admitidas, desde que não resvalem na
imputação falsa de crimes, ou em declarações inverídicas sobre fatos desabonadores.

Para além da honra, a liberdade também encontra limite quando se trata de discursos de ódio,
que incitam a violência ou a agressão. Qualquer cidadão pode expressar suas ideias, por mais
absurdas e estapafúrdias que sejam, desde que não ameace terceiros.

Aquino (1947), responde afirmando que:


O homem não escolhe de modo necessário, e dá a razão: Quando é possível que uma coisa não
seja, não é necessário que ela seja; ora é possível ao homem escolher ou não. Em virtude de um
duplo poder que lhe é próprio, pode, com efeito, querer ou não querer, atuar ou não atuar [...] isso
resulta do próprio poder da razão. Para tudo o que esta possa considerar bom, pode tender à
vontade. Ora, a razão pode considerar não só querer e atuar, mas também não querer e nem atuar.
Além disso, em todos os bens particulares submetidos ao seu juízo, pode-se prender ao que os
torna bons ou ao que lhes falta para isso, e os torna, portanto maus; [...] só o bem perfeito, no qual
a beatitude consiste, não oferece a razão de nenhum vestígio de mal, o que explica que o homem
queira necessariamente a beatitude e não possa querer ser infeliz. , (p. 340-34)
Em suma, garante-se qualquer manifestação, desde que não propague o ódio e a violência, contra
pessoas ou instituições. Pode-se defender o voto impresso, a reforma agrária, o voto censitário ou
a volta da monarquia. No entanto, incitar a invasão de prédios públicos para agredir seus
integrantes, recomendar o uso da força para intimidar parlamentares ou juízes, propalar a
homofobia, o racismo ou a intolerância religiosa são condutas que escapam à guarida da Carta
Constitucional, pois incitam a violência e a discriminação. Por mais paradoxal que seja, para
preservar a tolerância é preciso ser intolerante com aqueles que propalam o fim das liberdades

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públicas pela violência. O Estado de Direito não pode admitir a manifestação violenta pelo fim
do próprio Estado de Direito.

A diferença entre liberdade e libertinagem.

A conceituação da liberdade consiste “no direito de se movimentar livremente, de se comportar


segundo a sua própria vontade, partindo do princípio que esse comportamento não influencia
negativamente outra pessoa.” A liberdade só é considerada como verdadeira e plena quando esta,
respeita os limites e os direitos do seu próximo. Neste sentido, até mesmo liberdade precisa
submeter-se a alguns preceitos, regras e limites.

Em contra partida, a libertinagem “é fruto de um uso errado da liberdade, porque demonstra


irresponsabilidade, que pode prejudicar não só a própria pessoa, mas outras pessoas também.”
Aqui não existe respeito ao próximo ou qualquer relevância aos preceitos e limites. A
libertinagem parte do princípio de que “eu faço o que eu quero; ninguém pode me impedir;
ninguém tem nada com isso.” Em muitos casos a libertinagem é traduzida como a ausência de
regras. Quem age desta maneira, não tem empatia pelo próximo e só pensa em si próprio. Um
libertino é egocêntrico, desobediente, rebelde e está escravizado por seus pensamentos e desejos.

Apóstolo Paulo escreveu “ Tudo me é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo me é
permitido”, mas eu não deixarei que nada domine.” (1 Coríntios 6.12)

Portanto, este versículo trata exatamente sobre isso, você é livre para fazer e se comportar
segundo sua própria a vontade, porém esta liberdade não pode colocar em risco sua vida, o seu
próximo e sua salvação. O desejo desenfreado de fazer o que quer sem se preocupar com as
consequências, sem pensar no outro e negligenciando as escrituras pode acarretar danos
irreparáveis. Isto não se trata de liberdade, mas sim de libertinagem. O libertino está
completamente dominado e escravizado, e isto, não é lícito aos olhos de Deus. Ele enviou seu
filho Jesus para que pudéssemos desfrutar a verdadeira liberdade.

“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem
submeter novamente a um jugo de escravidão.” (Gálatas 5.1).

A liberdade nos dias de hoje


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De acordo com os conceitos de alguns autores e muito mais ao “Hobbes”, pôde entender que nos
dias de hoje o homem possui a liberdade, mas não sabe usar. A liberdade é parte constitutiva do
homem, é um valor imanente. A liberdade como valor supremo é também motivo de conflito e
guerra e pode acarretar a perda total da liberdade. O homem entre perda total da liberdade, ou
seja, a própria morte, e a limitação da liberdade, optam pela segunda condição, pois a vida é o
valor maior que o homem possui.

Portanto, hoje em dia a liberdade está nas mãos do estado. O estado de natureza que é um estado
de liberdade completa, porém inseguro que ao contrário do natural, limita a liberdade natural,
deixando mínimas as possibilidades efetivas de liberdade, mas que possui a paz e a segurança.
Sendo assim, o Estado civil é a negação do estado de natureza. Portanto, a liberdade tratada
dentro do Estado civil está ligada de forma intrínseca à obediência dos súditos ao soberano.

Para Thomas Hobbes, a concepção de liberdade, está ligada ao Estado, localiza-se dentro do
Estado. Hobbes destaca que os indivíduos, a partir da própria necessidade, instituíram o Estado, e
assim tornaram-se súditos de um soberano. Desta forma, a liberdade de hoje em dia está limitado
pelo governo e não temos liberdade a exprimir a quilo que é necessário que seja feito apenas o
governo é o dono da liberdade. Ele faz e desfaz e nada se importa ao povo.

A relação entre liberdade e a verdade, tendo em conta a lei natural.

A liberdade está associada à acção moral, que sempre tende ao bem, que é conhecido e querido
pelo homem e se expressa na acção voluntária e a verdadeira felicidade ou o verdadeiro e o bem.
Sempre aquilo que é buscado por si mesmo e não com vistas em outra coisa, por isso ele é algo
de absoluto e não relativo. Daí que as acções virtuosas sejam aprazíveis em si mesmas e a
consequência disso é que o objectivo da vida política seja o melhor dos fins, pois essa ciência se
esforça por fazer com que os cidadãos sejam bons, livres e capazes de nobres acções.

Enquanto que a verdade, é a inclusão do predicado ou consequente no sujeito ou antecedente;


inclusão que pode ser expressa e explícita, no caso das verdades idênticas, ou virtual, nas
verdades não idênticas; inclusão que pode ser demonstrada facilmente por meio da análise lógica
em uma proposição necessária (seja pela análise exclusiva do sujeito, seja pela análise e
comparação dos dois termos, o sujeito e o predicado), ou que exigiria uma análise infinita no caso
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das verdades contingentes que envolvem a liberdade divina e a conexão de cada elemento do
universo criado com todos os demais do conjunto.

São Paulo no segundo capítulo da Epístola aos Romanos:

“Em verdade, quando os gentios, guiados pela razão natural, sem Lei, cumprem os preceitos da
Lei, eles mesmos, sem tê-la, são Lei para si mesmos. E com isto mostram que os preceitos da Lei
são escritos em seus corações, sendo testemunha a sua consciência” (2,14-15).

Podemos dizer que nesta tendência natural se mostra a coerência e o prolongamento no homem
da Providência divina, porque, assim como Deus é a causa sem causa das coisas deste mundo,
também o é de nossa capacidade originária para compreendê-las e amá-las. A lei natural, enquanto
ordenação realizada pela razão, é a disposição que dá ao homem os meios necessários para alcançar o fim
natural que lhe vem imposto pelo hábito dos primeiros princípios práticos na forma de inclinações. Neste
sentido, a lei natural é a mesma ordenação feita pela razão prática, de modo análogo a como as
proposições são produto da razão especulativa.

A lei natural

Quando os preceitos dizem respeito exclusivamente à “natureza” isto é, a natureza humana, eles
não passam de ditados da Razão, e devem ser tomados como simples teoremas ou conclusões
para preservar a vida de cada um; quando, porém, dizem respeito não só à natureza, mas ao autor
da natureza, devem ser tratados como (mandamentos de Deus).

Para Aquino, a lei natural é, em primeiro lugar, uma espécie de lei e, portanto, uma espécie de
ordenação da razão dirigida ao bem comum e suficientemente promulgada. Podemos dizer que
nesta tendência natural se mostra a coerência e o prolongamento no homem da Providência
divina, porque, assim como Deus é a causa sem causa das coisas deste mundo, também o é de
nossa capacidade originária para compreendê-las e amá-las.

Para Aquino (1958), em primeiro lugar, a lei natural é:

Uma ordenação da razão de duas maneiras: é uma ordenação disposta pela razão que faz a lei, e
destinada a outra razão, que o recebe. Em segundo lugar, o fato de que esteja direcionada para o
bem comum significa que as suas disposições transcendem a mera realização individual, porque
ordenam ou dispõem adequadamente o homem a viver em comunidade. E em terceiro lugar, o
homem pode conhecê-la facilmente porque é “promulgada” pela luz natural da sua razão
interagindo com todo o seu dinamismo apetitivo, (p.109).

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Santo Tomás a lei natural está no homem de duas maneiras: como princípio regulador e
mensurante, e como o regulamentado e medido. Como princípio regulador e mensurante, a lei
natural está no homem na medida em que ele, por meio da razão, participa na ordenação do todo
– em primeiro lugar, de si mesmo – em direção ao seu fim último. Neste sentido, o homem é
naturalmente partícipe em um plano previdente superior que, por sua vez, é a medida e a regra do
seu próprio plano.

Dignidade da pessoa humana, e o conceito da dignidade da pessoa humana.

Dignidade da pessoa humana se valem, sobretudo, da etimologia do termo “dignitas”, que


significa respeitabilidade, prestígio, consideração, estima ou nobreza.

A palavra dignidade possui duplo sentido, pois qualifica, à primeira vista, um modo de proceder e
também a pessoa que assim procede: o sujeito é digno porque se comporta dignamente. O seu
segundo sentido que nos interessa de imediato não deriva de uma conduta, nem mesmo de um
padrão de conduta, senão de uma qualidade inerente ao ente, homem ou mulher, não importando
seu modo de conduzir-se. A dignidade da pessoa humana é, já agora, um pressuposto de qualquer
conduta, um limite externo e de caráter tutelar imposto à acção.

Para Leonardo Boff, nada mais violento que impedir o ser humano de se relacionar com a
natureza, com seus semelhantes, com os mais próximos e queridos, consigo mesmo e com Deus.
Significa reduzi-lo a um objeto inanimado e morto. Pela participação, ele se torna responsável
pelo outro e concria continuamente o mundo, como um jogo de relações, como permanente
dialogação.

De acordo com Boff, a ausência de dignidade possibilita a identificação do ser humano como
instrumento, coisa – pois viola uma característica própria e delineadora da própria natureza
humana. Todo ato que promova o aviltamento da dignidade atinge o cerne da condição humana,
promove a desqualificação do ser humano e fere também o princípio da igualdade, posto que é
inconcebível a existência de maior dignidade em uns do que em outros.

Todo ser humano tem uma dignidade que lhe é inerente, sendo incondicionada, não dependendo
de qualquer outro critério, senão ser humano. O valor da dignidade humana se projeta, assim, por

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todo o sistema internacional de proteção. Todos os tratados internacionais, ainda que assumam a
roupagem do Positivismo Jurídico, incorporam o valor da dignidade humana.

Conceito da dignidade da pessoa humana

A dignidade da pessoa humana é uma qualidade intrínseca, inseparável de todo e qualquer ser
humano, é característica que o define como tal. Concepção de que em razão, tão somente, de sua
condição humana e independentemente de qualquer outra particularidade, o ser humano é titular
de direitos que devem ser respeitados pelo Estado e por seus semelhantes. É, pois, um predicado
tido como inerente a todos os seres humanos e configura-se como um valor próprio que o
identifica.

Wolfgang (1988), Dignidade da pessoa humana é:

Qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo
respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido,
um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra
todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as
condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua
participação ativa e co-responsável nos destinos da própria existência e da vida em
comunhão com os demais seres humanos, (p.79).

Para Cristina Queiroz, importa me referir que este conceito de “dignidade” sofreu igualmente
uma evolução. Não se refere ao indivíduo desenraizado da abstracção contratualista setecentista
teorias do contrato social, mas o ser, na sua dupla dimensão de cidadão e pessoa, inserido numa
determinada comunidade, e na sua relação vertical com o Estado e outros entes públicos, e
horizontal com outros cidadãos.

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Conclusão

De acordo com o tema, liberdade da pessoa numa, uma ideia fundamental, subjacente
à liberdade, é a de que o Estado não pode decidir pelos indivíduos o que cada um pode
ou não pode ouvir ou fazer. O Estado de Direito não pode admitir a manifestação violenta
pelo fim do próprio Estado de Direito. Como princípio regulador e mensurante, a lei natural está
no homem na medida em que ele, por meio da razão, participa na ordenação do todo em primeiro
lugar, de si mesmo em direção ao seu fim último. Qualidade intrínseca e distintiva de cada ser
humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da
comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que
assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer acto de cunho degradante e desumano, como
venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de
propiciar e promover sua participação ativa e co-responsável nos destinos da própria existência e
da vida em comunhão com os demais seres humanos.

Ressalte-se novamente que a dignidade não existe apenas onde é reconhecida, posto que é um
dado prévio. Como expressão da própria condição humana, a dignidade pode e deve ser
reconhecida e promovida, mas, não pode ser criada ou concedida. É a vedação da coisificação do
humano, pela compreensão de que toda pessoa humana é digna e, por essa condição singular,
vários direitos fundamentais são conquistados e declarados com o objectivo de proteger a pessoa
humana de abomináveis formas de dominação e instrumentalização de sua ínsita condição.

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Referência bibliográfica

Hegel, G. W. F (1997). Princípios da filosofía do direito, (São Paulo: Martins Fontes).

Hobbes, T. (1969). Elementos de direito natural e política, Ed. F. Tonnies. New York, Barnes &

Noble,

Farias, M, C, B. (1995). A liberdade esquecida: Fundamentos ontológicos da liberdade no

pensamento Aristotélico. São Paulo: Loyola.

Kersting, W. (1998). Política, liberdade e ordem: a política de Kant Philosophy em Guyer, Paul
(comp.)

Sarlet, W. (1998). Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na Constituição

Federal. Porto Alegre.

Wollmann, S. (1994). O conceito de liberdade no Leviatã de Hobbes. (2. ed.). Porto Alegre:

Edipucrs.

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