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Fernando Uchôa
Concepção de Modelo Estrutural
1) Domínio de estudo
Definição: Análise de Estruturas é a
parte da Mecânica que estuda as
estruturas, determinando esforços e
deslocamentos a que ficam
submetidas quando solicitadas por
agentes externos (carregamentos,
variações térmicas, movimentação
de seus apoios).
As estruturas se compõem de um
ou mais elementos, ligados entre
si e ao meio exterior, de modo a
formar um conjunto estável
capaz de receber solicitações
externas, absorvê-las
internamente e transmiti-las até
seus apoios, onde as solicitações
externas encontram seu sistema
estático equilibrante.
Elementos das Estruturas
ΣX=0; ΣY=0
Sistema de forças paralelas: (estudo
da grande maioria das vigas)
ΣY=0; ΣMo=0
3. Graus de liberdade e apoio:
5. Materiais:
Aço, alumínio, concreto armado.
Estaticidade e Estabilidade
A função dos apoios é limitar os graus de
liberdade de uma estrutura. Três casos podem
ocorrer:
a) Os apoios são em número estritamente
necessário para impedir todos os movimentos
da estrutura. Dizemos que a estrutura é
isostática, ocorrendo uma situação de equilíbrio
estável;
b) Os apoios são em número inferior ao
necessário para impedir todos os movimentos
da estrutura. A estrutura é dita hipostática e é
instável;
c) Os apoios são em número superior ao
necessário para impedir todos os
movimentos da estrutura. As equações
gerais da Estática não são suficientes
para a determinação das reações de
apoio, sendo necessárias equações
adicionais. A estrutura é dita hiperestática,
com equilíbrio estável.
Para classificar uma estrutura quanto ao
equilíbrio estático, não devemos
simplesmente contar seu número de
apoios e comparar com seu número de
graus de liberdade. Esse critério só
funciona corretamente no caso de
estruturas hipostáticas. No caso de
estruturas isostáticas e hiperestáticas, ele
fornece apenas uma condição necessária,
mas não suficiente.
Exemplos:
Isostática internamente
Isostática externamente
Isostática internamente
Hiperestática externamente
Exemplos
Hiperestática internamente
Isostática externamente
Exemplos
Hiperestática internamente
Hiperestática externamente
Exemplos
Hiperestática internamente
Hipostática externamente
Exemplos
q Equações de equilíbrio:
M M+ dM dQ/dx = -q
dM/dx = Q
Q Q+ dQ d2M/dx2 = -q (Eq. I)
(condições de equilíbrio)
dx
Exemplo:
Tração: σ = Eε (Lei de Hooke)
f1/A = E u1/L → f1 = AE u1/L
No caso da flexão, a equação é:
EJ d2y/dx2 = -M (Eq. II)
Substituindo-se a equação I: d2M/dx2 = -q
na II, temos:
d2[EJ d2y/dx2]/dx2 = q
Integrando-se quatro vezes e utilizando-se
as condições de contorno em
deslocamentos do exemplo da viga bi-
engastada, podemos obter y(x). Com y(x),
pode-se determinar M(x) = -EJ d2y/dx2 e
Q(x) = dM/dx = d[-EJ d2y/dx2]/dx.
Conclusão: A resolução requer a utilização das condições de
equilíbrio (equação I), da Lei de Hooke embutida na equação
II e das condições de contorno em deslocamentos
(compatibilidade de deslocamentos generalizados).
Nesta equação, Nx, Qy, Qz, Mx, My e Mz reais estão em equilíbrio com f e
Nx, Qy, Qz, Mx, My e Mz são forças virtuais associadas às deformações virtuais
Compatíveis com os deslocamentos virtuais δu.
Nas expressões anteriores:
E – Módulo de elasticidade
longitudinal;
G – Módulo de elasticidade
transversal;
A – Área da seção transversal;
Ix – Inércia à torção da s.
transversal;
Iy – Inércia à flexão da s. transversal
(My);
Iz – Inércia à flexão da s. transversal
(Mz);
χ - Fator de forma de cisalhamento,
Aplicações do PTV
Exemplo 1: Cálculo de deslocamentos
Utiliza-se o PTV Complementar associado a
uma força virtual unitária.
Calcular o deslocamento u real:
δf . u = ∫x (Nx Nx(virtual) / EA) dx
δf . u = (1 / EA) Σi Ni Ni(virtual) Li
RA x 1 – P x (b/L) = 0 → RA = P x (b/L)
Momento Fletor na seção S:
δ1W = Σ f . ∆u = δ1U = 0
Rompe-se o vínculo em S e substitui-se pelo par de momentos MS (vínculo
interno). Aplica-se, então, um deslocamento virtual. Nesse caso, foi
aplicado um deslocamento vertical unitário, verificando-se as rotações
Impostas. Poder-se-ia, sem dúvida, aplicar uma rotação θA = 1,
Calculando-se a rotação θB decorrente.
Assim:
Ms = P . b . s / L
Exemplo 3: Cálculo de deslocamentos
considerando o esforço cortante.
Calcular os deslocamentos u1 (vertical) e u2
(rotação), considerando:
a) Apenas a deformação por flexão;
b) As deformações por flexão e por
cisalhamento.
a) Deformação por flexão:
u2cis = 0
Cálculo da rotação:
EJ δ = ∫ M M ds + (EJ/GJt) ∫ T T ds
Σ P δ = ∫ M dϕ + ∫ N ∆ds + ∫ Q dh + ∫ T dθ (I)
Considerando: dϕ/ds = M/EJ → dϕ = (M/EJ) ds
∆ds/ds = N/EA → ∆ds = (N/EA) ds
Σ P δ = ∫ (M M/EJ) ds + ∫ N (N/EA) ds
Voltando à expressão (I) e calculando dϕ e ∆ds
para a variação de temperatura:
∆t = ti – ts
Convenção adotada:
tg = (65 + (-15)) / 2 = 25 °C
∆t = 65 – (-15) = 80 °C
Representado ao lado →
Barra: (α ∆t/h) ∫ M ds + α tg ∫ N ds
- (α ∆t/h) x (-5) x 2,5/2 + α tg x (-0,5) x 5
- (α ∆t/h) x (-5) x 2,5/2 + α tg x (-0,5) x 5
- (α ∆t/h) x (-5) x 2,5/2 + α tg x (-0,5) x 5
- (α ∆t/h) x (-5) x 2,5/2 + α tg x (-0,5) x 5
tg = 10 °C e ∆t = 0 °C
(No plano da estrutura não há
variação relativa de
temperatura)
δ = α tg AN = 10-5 x 10 x 4
= 0,4 mm
Caso de Variação Uniforme de Temperatura:
P δ = ∫ (M α ∆t/h) ds + ∫ N α tg ds
Como ∆t = 0, a equação fica: P δ = ∫ N α tg ds
Calculando em mm:
2 x 10-4 x 103 = 0,2
Σ Fx = 0 → HB = 0
Σ Fx = 0 → 1,0 - HB = 0 ∴ HB = 1
Σ Fy = 0 → VA = VB
Σ MA = 0 ∴ V B = VA = 0
a) Deslocamento horizontal da seção em A:
δHÁ = ∫ (Mo M1 / EJ) dx = -[ 1/3 x 46 x 4 x 4,61 x 2 + 46 x 4 x 4 +
+ 2/3 x 20 x 4 x 4] / EJ = - 1514,83 / EJ = - 9,35 x 10-3 m
( deslocamento da direita para a esquerda) ( ← )
b) Força horizontal em A para anular o deslocamento devido à carga:
O deslocamento em A devido à uma força unitária aplicada em A é
calculado por:
δHÁ1 = ∫ (M1 M1 / EJ) dx = [1/3 x 4 x 4 x 4,61 x 2 + 4 x 4 x 4] / EJ
= 113,17 / EJ = 6,99 x 10-4 m (→)
M = M0 + M1 x P
Grau de Hiperestaticidade:
3) Classifique as estruturas quanto ao equilíbrio estático. Para as
hiperestáticas determine os graus de hiperestaticidade e
apresente um sistema principal válido.
Respostas:
(28) gext = 0; gint = 6; gtotal = 6
(29) gext = 1; gint = 3; gtotal = 4
(30) gext = 0; gint = 12; gtotal = 12
(31) gext = 3; gint = 6; gtotal = 9
(32) gext = 1; gint = 4; gtotal = 5
(33) gext = 0; gint = 3; gtotal = 3
(34) estrutura hipostática
(35) gext = 9; gint = 21; gtotal = 30
(36) (37)
(38) (39)
Respostas:
(36) gext = 1; gint = 3; gtotal = 4
(37) gext = 1; gint = 0; gtotal = 1
(38) gext = 1; gint = 4; gtotal = 5
(39) gext = 1; gint = 0; gtotal = 1
Exercício de estrutura em arco:
3) Calcular o deslocamento vertical do ponto C.
Dados: EJ constante
∫ cos3θ = senθ -1/3 sen3θ
Carregamento Real:
Ms = - qR2 cos2θ
Carregamento Virtual:
Ms = R(1 - cos θ) – R =
- R cos θ
ds = R dθ
EJ dC = ∫0π/2 (- qR2 cos2θ) (- R cos θ) R dθ
EJ dC = [1 – 1/3 – 0 + 0] (qR4/2) =
Incógnitas:
Esforços seccionais
Precisamos romper
vínculos até obter
uma estrutura
Isostática.
Sistema Principal
E = E0 + E1 X1 + E2 X2 (esforço qualquer)
M = M0 + M1 X1 + E2 X2 (momento fletor)
R = R0 + R1 X1 + R2 X2 (reação de apoio)
Se tivermos n incógnitas, teremos n equações
Coeficientes:
Teremos que resolver o sistema principal para a ação:
a) Das ações externas;
b) Dos estados auxiliares Xk = 1.
A determinação dos deslocamentos é feita por meio do
Princípio dos Trabalhos Virtuais.
Chamando:
Mk – momentos para Xk = 1;
Mi – momentos para Xi = 1;
M0 – momentos devidos às ações externos.
Se considerarmos apenas a contribuição dos
momentos fletores:
JC/Jbarra ∫barra M M ds
a) Carregamento externo:
X1 = 10/91 -3/91 1800 = 138,5
X2 -3/91 10/91 1800 138,5
b) Variação de Temperatura:
d1t = 10-5 x 30 x 15 x (-1/6) = -75 x 10-5
d2t = 10-5 x 30 x 0 = 0
EJc d1t = -315
EJc d2t = 0
X1 = 10/91 -3/91 315 = 34,6
X2 -3/91 10/91 0 -10,4
c) Recalque de Apoio:
d1r = 0
1 x d2r + (-2/15) x 0,02 = 0 ∴ d2r = 0,04/15
EJc d1r = 0
EJc d2r= 1120
X1 = 10/91 -3/91 0 = 36,9
X2 -3/91 10/91 -1120 -123,0
3) Calcular o DMF para a estrutura, em que todas as barras têm EJ
constante, considerando apenas o efeito do momento fletor. Tirar
partido da simetria vertical.
As figuras seguintes apresentam os estados E0, E1 e E2,
aut0-equilibrados, com os correspondentes DMFs.
A partir dos diagramas e utilizando as tabelas:
Sistema de equações:
12 X1 + 2X2 = 1480
2 X1 + 12 X2 = -840
X1 = 138,85 kNm e X2 = -93,14 kNm
Diagrama Final
4) Traçar os diagramas de esforços solicitantes (DMF, DEC e
DMT) para a grelha representada na figura.
Sistema Principal e Hiperestáticos
Σ Fx = 0 → HA = - HB
Σ Fy = 0 → VA + VB = -1
MCrot = 0 → HB = 0 → HA = 0
Σ MA = 0 → 15 X1 + 6 VB – 8 HB = 0 → VB = -15/6 = -2,5 kN
VA = -1 + 2,5 = 1,5 kN
Desprezando a deformação por esforço cortante, temos:
d11 = (1/EvJv) (9 x 9 x 6/3 + 9 x 9 x 9/3) + (1/ETJT) (2,5 x 2,5 x 8) =
= 405 / (21 x 106 x 0,045) + 50 / (210 x 106 x 0,0005) =
= 4,29 x 10-4 + 4,76 x 10-4 = 9,05 x 10-4
Variação Uniforme de Temperatura:
Todas as barras: ∆t = tg = -40 °C
Como todas as barras têm inércia constante:
d1t = α tg ∫ N1 dx = 10-5 x (-40) x (-2,5) x 8 = 8,0 x 103
Pilar central engastado no bloco e na viga e apoios nos encontros de primeiro gênero
Coeficientes de Flexibilidade:
Para o cálculo dos coeficientes d10 e d20, como as forças
normais nas barras em que ocorre variação de temperatura são
nulas, consideraremos apenas a parcela de flexão devida à
variação de temperatura. (∆t/h = (5-17)/1,8 = -6,6667 °C/m
M = M0 + M1 X1
MA = 0 + 1 x (-24) = -24
MB = 0 + 0 x (-24) = 0
Calcule o DMF e as reações de apoio para a viga.
Respostas:
M1 = -39,18 kNm
M2 = -61,41 kNm
d) Quadros simples retangulares: calcular o DMF para o quadro.
X1 = 1 e HA = 1/3 X1 = 1/3
Os comprimentos elásticos são: (Jb = 200 dm4)
L’1 = L’3 = (200/100) x 3,00 = 6,00
L’2 = (200/200) x 8,00 = 8,00
d11 = 1/3 x 6,00 + 8,00 + 1/3 x 6,00 = 12,00
Ma = 0 + (-1) x 8,11 = -8,11 kNm
Mb = -6 + (-1) x 8,11 = -14,11 kNm
Mc = q.a.b/2 + P.a.b/L = 2 x 2 x 6/2 + 8 x 2 x 6/8 = 24 kNm
y1= qa2/8 = 2 x 62/8 = 9 kNm; y2= qb2/8 = 2 x 22/8 = 1 kNm
Marcando-se o valor de Mc a partir da linha de fechamento e,
em seguida, as ordenadas y1 e y2, completamos o diagrama
para a barra horizontal, sendo que para as hastes verticais os
diagramas são lineares.
e) Treliças:
d10 + d11 X1 = 0
N = N0 + N1 X1
Calcular o Diagrama de Esforços Normais para a treliça:
A = 0,01 m2
f) Quadros poligonais: Calcular o DMF para o quadro.
Momentos Fletores:
M1 = -10 + (-1) x 23,10 = -33,10 kNm
M2 = 32 + 40 – 10 + (-1,667) x 23,10 = 23,50 kNm
Matriz de flexibilidade:
d11 = 1/3 x 1 x 1 x 10 + 1 x 1 x 1 x 2 = 5,33
d12 = - 1/2 x 1 x 4 x 10 – 1/2 x 1 x 4 x 2 = -24,00
d22’ = 2 x 1/3 x 4 x 4 x 2 + 1 x 4 x 4 x 10 = 181,33
d22t = (1/10) x (100 x 10-4/10 x 10-4) x 10 = 10,00
d22 = 181,33 + 10,00 = 191,33
Carga concentrada:
d10’ = -1/3 x 800 x 1 x 10 – 1/2 x 800 x 1 x 2 = -3466,70
d20’ = 1/2 x 800 x 4 x 10 + 1/3 x 800 x 4 x 2 = 18133,30
Carga distribuída:
d10’’ = 1/3 x 375 x 1 x 10 = 1250,00
d20’’ = -2/3 x 375 x 4 x 10 = - 10000,00
Equações de compatibilidade:
d11 X1 + d12 X2 = -d1enc
d21 X1 + d22 X2 = -d2enc
X1 = -9 e X2 = 21,3
Diagramas Finais:
A partir de E = -9 E1 + 21,3 E2, temos o diagrama:
Exercício proposto:
Diagrama Final:
Artifício do Arranjo de Cargas
a) Suponhamos a estrutura elástica e geometricamente
simétrica da figura, submetida ao carregamento indicado.
Seção S:
• Deslocamento horizontal nulo
• Rotação nula
• Força cortante
Sendo o carregamento simétrico, se ele tende num dos
lados da seção S a provocar um deslocamento horizontal
ou uma rotação num dado sentido, o carregamento do
outro lado tenderá a provocá-las no sentido oposto,
anulando-se as duas parcelas.
No exemplo, a estrutura três vezes hiperestática pode ser
simplificada para a estrutura duas vezes hiperestática da
figura inferior.
Obtidos os diagramas solicitantes para a metade da
estrutura, os diagramas para a outra metade serão
obtidos lembrando que, para carregamento simétrico, os
diagramas de momentos fletores e esforços normais são
simétricos e o de esforço cortante é anti-simétrico.
Outro exemplo:
b) Suponhamos a mesma estrutura anterior elástica e
geometricamente simétrica submetida ao carregamento
anti-simétrico indicado.
Seção S:
Deslocamento vertical nulo
G=6
Pórtico plano
O Artifício:
Quando tivermos, numa estrutura elástica e
geometricamente simétrica, a atuação de um
carregamento qualquer, vamos decompor este
carregamento em suas componentes simétrica e
anti-simétrica (o que é sempre possível fazer),
resolvendo a estrutura, separadamente, para cada
uma destas componentes do carregamento.
Poderemos explorar as simplificações aqui
apresentadas, superpondo, a seguir, os diagramas
solicitantes encontrados para cada caso, a fim
de obter o diagrama solicitante final.
Exemplos:
Exemplo de Aplicação do Artifício
G=6
G=4 G=2
Exercícios:
1) Para a estrutura elástica e geometricamente
simétrica da figura, identificar as parcelas
simétrica e anti-simétrica do carregamento e o
diagrama de momentos fletores, sendo que o
DMF da parcela simétrica é dado.
O recalque de apoio de
que fala o problema pode
ser decomposto nas
parcelas simétrica e
anti-simétrica indicadas
a seguir.
a) Parte simétrica:
A estrutura está afundando, toda ela, de 1 cm, não
aparecendo nenhum esforço devido a este recalque
uniforme, pois ele não terá qualquer impedimento.
b) Parte anti-simétrica:
A estrutura a resolver é a da figura seguinte. Levando em
conta a rótula em B, podemos escrever que Vc = 0,
Simplificando-se a estrutura a resolver.
A figura abaixo esclarece a resolução:
Assim:
EJ d11 = (1/3)x(-1)x(-1)x2 + (-1)x(-1)x3 = 3,67
2 m é a metade do comprimento da barra ED.
1 x d1r – (1/2) x 0,01 = 0 → d1r = 0,005
EJ d1r = 0,005 x 104 = 50
X1 = -50/3,67 = -13,6
O diagrama já é o
diagrama final, devido
à contribuição nula da
parte relativa ao
carregamento simétrico
Exercícios de Arranjo de Cargas
1) Obter o diagrama de momentos fletores para o quadro
da figura aplicando o artifício do arranjo de cargas.
O carregamento atuante pode ser decomposto nas
parcelas simétrica e anti-simétrica indicadas na figura.
Sistema:
27X1 + 3 X2 = 270
3X1 + 2X2 = 90
X1 = 36,0 e X2 = 6,0
Artifício do Grupo de Incógnitas
Com a mesma vantagem que o procedimento anterior,
mas trabalhando com o carregamento original, tem-se o
artifício de escolha de redundantes estáticas simétricas e
anti-simétricas.
Consideremos o pórtico plano simétrico da figura seguinte,
para o qual se escolhe o SP simétrico mostrado nessa
mesma figura, em que as incógnitas XI e XII são os
momentos fletores à esquerda e à direita da seção de
simetria da barra horizontal. Essas incógnitas podem ser
obtidas a partir das incógnitas simétrica X1 e da incógnita
X2, como indicado na referida figura.
Na figura seguinte estão representados os estados E1 e
E2 correspondentes às incógnitas X1 e X2, juntamente
Com os respectivos diagramas dos esforços seccionais.
Com esses diagramas, identifica-se que o coeficiente d12
é nulo, implicando um sistema de equações sob a forma:
Nesse sistema, a incógnita X1 está desacoplada da incógnita
anti-simétrica X2, o que facilita a resolução do sistema
Exemplos de Aplicação do Artifício
Vigas contínuas simétricas:
Treliças simétricas:
Treliças simétricas:
Grelhas simétricas
Agrupando no vetor Xs as incógnitas simétricas e no vetor
Xa as incógnitas anti-simétricas, o sistema de equações
de deslocamentos toma a forma:
[Δs] {Xs} = {-ds0}
[Δa] {Xa} = {-da0}
onde as incógnitas Xs estão desacopladas das incógnitas
Xa, e –ds0 e da0 são vetores que representam os
coeficientes de carga segundo as redundantes simétricas
e anti-simétricas, respectivamente. A resolução recai na
resolução de dois sistemas menores de soluções:
Xs = -[Δs]-1 {-ds0}
Xa = -[Δa]-1 {-da0}
Outros exemplos:
Estruturas Auto-equilibradas
Nestes casos, não podemos trabalhar com carregamento
anti-simétrico.
Exercícios:
1) Determinar o DMF do pórtico auto-equilibrado de dupla
simetria da figura, sabendo-se que todas as barras têm
o mesmo EJ.
• Engaste elástico:
Suponhamos uma viga sobre colunas. Se a rigidez das
colunas for baixa, ela tenderá a funcionar mais como bi-
apoiada, mas, se a rigidez de uma das colunas tender a
uma rigidez infinita, ela funcionará como apoiada e
engastada.
Se a rigidez do apoio se situar entre os dois limites dos
exemplos anteriores, o apoio oferecerá algum impedimento
à livre rotação, aparecendo uma reação M, associada a
uma rotação θ, tendo em vista que não existe rigidez
suficiente para impedir totalmente a rotação. Esse vínculo é
chamado engaste elástico e é definido pela constante K de
engastamento elástico, que vale: K = M / θ.
• Engaste elástico:
W virtual engaste = M . θ = M . M / K
EJb W virtual engaste = EJb . M . M / K
3. Cálculo de deslocamentos em estruturas
isostáticas com apoios elásticos:
Para calcular deslocamentos, basta acrescentar aos
termos até aqui considerados, no cálculo dos EJb δ,
tantas vezes as parcelas EJb . F . F / k e EJb . M . M / K
quantas forem as molas e engastes elásticos da
estrutura.
Exemplo:
Calcular a rotação relativa das tangentes à elástica em B,
o deslocamento vertical de C e a rotação da tangente à
elástica em A. Considerar EJ=105 kNm2; K=105 mkN/rad
e k = 104 kN/m.
O sistema estático equivalente é:
c) Cálculo da rotação de A:
δA = FA/K = 240 / 105 = 2,4 x 10-3 rad (sentido horário)
Exemplo 1:
Obter o DMF para a viga da figura seguinte.
Dados: EJb = 106 kNm2; K = 105 mkN/rad; k = 105 kN/m
O sistema estático equivalente é:
Resolvendo:
X1 = -60,35 kNm
X2 = 70,50 kNm
Diagramas de Momento Fletor e de Esforço Cortante Finais:
Recalques em A, B e C:
ρA = 650,1 / (1,5 x 105) = 0,0043 m = 4,3 mm (↓)
ρB = 717,2 / (1,2 x 105) = 0,0060 m = 6,0 mm (↓)
ρC= 472,7 / (1,5 x 105) = 0,0032 m = 3,2 mm (↓)
Exemplo 2:
Calcular o deslocamento horizontal da barra CD do
pórtico da figura seguinte.
Dado: EJC = 104 kNm2
EJC δCD = (1/3) x 3 x 3 x (-0,82 + 3,27/2) = 2,45
δCD = 2,45 x 10-4 m = 0,245 mm
Se trabalhássemos com qualquer outro sistema principal,
chegaríamos evidentemente ao mesmo resultado.
Suponhamos o sistema principal da figura abaixo:
EJC δCD = (1/3) x 3 x 3 x (4,09 + 3,27/2) – (1/3) x 3 x 3 x
x 9 + (1/3) x 3 x 3 x 4,09 = 2,45
δCD = 0,245 mm
Exemplo 3:
Verificar a correção do DMF devido ao carregamento
externo representado na figura do exemplo 2.
Calculemos, por exemplo, o deslocamento horizontal do
engaste A, que sabemos a priori ser nulo. Sendo M o
diagrama na estrutura hiperestática indicado no problema 2
e o diagrama M0 no SP escolhido o indicado na figura
abaixo, temos:
Obtemos:
Identificados os coeficientes de X1 e X2 como as duas
equações de compatibilidade elástica para resolução da
estrutura hiperestática, seus valores serão nulos e ficamos
com:
A expressão anterior permite calcular deslocamentos,
devidos a variações de temperatura, trabalhando com o
carregamento virtual num sistema principal isostático e
com as variações de temperatura na estrutura
hiperestática.
Exemplo 1:
Calcular a rotação da tangente à elástica em B devida a
uma diminuição uniforme de temperatura de 30 °C.
Supondo que o diagrama na estrutura hiperestática já é
conhecido, consideraremos o carregamento virtual num
sistema principal isostático. Desprezando a contribuição do
Esforço cortante e do esforço normal (quadro plano) e
sabendo que ti = te = tg, temos:
Diagrama M
(já conhecido)
Exemplo 2:
Calcular o deslocamento vertical da seção central da
estrutura da próxima figura, que tem α = 10-5/°C e cuja
Seção transversal, constante, é um retângulo de 0,4 m de
altura, se suas fibras externas forem resfriadas de 10 °C e
as internas aquecidas de 30 °C em relação à temperatura
do dia de sua execução.
Aqui vamos trabalhar com o carregamento virtual na
estrutura hiperestática, já que não conhecemos os diagramas
solicitantes devidos à variação de temperatura.
Resposta: A seção central sobe, então, 0,98 cm
Respostas:
a) 0,3 cm (→);
b) 0,156 cm (→);
c) 0,75 cm (←).
3 x 3 x 45 x 0,098 = 40
-3 x 10 x 9 x 3 x 0,0153 = -12
12 x 3 x 45 x 0,241 = 391
-3 x 10 x 122 x 12 x 0,038 =
= -1972
-3 x 50 x 12 x 12 x 0,0584 =
= -1262
Cálculo do deslocamento:
EJCδ = 40 -12 + 391 – 1972 – 1262 = - 2815
Assim:
δ = -2815 / 2 x 105 = -0,014 m = -1,4 cm
Portanto o ponto A sobe (↑).
(EJcomp) δ10:
Características das barras e :
λ = 2,4 / 8 = 0,3; n = Jcomp / 5Jcomp = 0,2
Tabela MRA (carga distribuída)
α1 = 0,0351
-2 x 10 x 82 x 8 x 0,0351 = -362,0
(EJcomp) δ11:
Considerando Tabela MRA (triângulos)
as barras e : α1 = 0,207
2 x 8 x 1 x 1 x 0,207 = 3,32
Equação de compatibilidade:
-314 + 3,32 X1 = 0 → X1 = 94,5
Diagrama Final:
3) Obter o diagrama de momentos fletores provocado por
um aumento uniforme de temperatura de 30 °C, para o
quadro da figura. Dado: EJC α = 5 kNm2 / °C.
Sistema Principal e hiperestático:
DMF DEN
Cálculo dos EJC δ:
EJC δ1t:
EJC δ1t = EJC α tg AN1 = 5 x 30 x (-20) = -3000
EJC δ11:
Barras 1 e 2 (MRA): λ = 1; n = JC / 5JC = 0,2
Tabela MRA: α1 = 0,098
2 x 5 x (-5) x (-5) x 0,098 = 24,5
Barra 3 (MRS): λ = 5 / 20 = 0,25; n = 4JC / 20JC = 0,2
Tabela MRS: α = 0,222 e β = 0,144
2 l’ M1 M1 (α + β) = 2 x 5 x 52 x (0,222 + 0,144) = 91,5
EJC δ11 = 24,5 + 91,5 = 116
Equação de compatibilidade:
-3000 + 116 X1 = 0 → X1 = 25,8
Diagrama final de momentos fletores:
4) Calcular o DMF para a estrutura representada pela
figura abaixo:
Dados: JA = Jb; JB = 5Jb; JC = 2Jb; JD = 2Jb
Considerar d11 = 2,285 (dado)
Diagramas M1, M2 e M0:
Comprimentos elásticos:
L’1 = 8 m
L’2 = 6 / 2 = 3 m
L’3 = 10 / 2 = 5 m
Cálculo de δ12: (barra do meio)
λ = 1,00; n = 0,40; β = 0,105
δ12 = 0,105 x 1 x 1 x 3 = 0,315
Cálculo de δ22:
(barra do meio)
λ = 1,00; n = 0,40; α2 = 0,264
δ22 = 0,264 x 1 x 1 x 3 = 0,792
(barra da direita)
λ = 1,00; n = 1,00; α = 0,333
δ22 = 0,333 x 1 x 1 x 5 = 1,665
(barra do meio)
λ = 1,00; n = 0,40; N = 6 (meio)
η1 (interpolado) = 0,0358
n = 0,20 → η1 = 0,0234
n = 0,50 → η1 = 0,0420
δ10 = 0,0358 x 1 x 50 x 6 x 3
= 32,22
(barra da direita)
λ = 1,00; n = 1,00; α = 0,0416
δ20 = 0,0416 x 1 x 30 x 102 x 5 =
= 624,00
Total:
δ11 = 2,171 + 0,284 + 0,223 = 2,678
δ10 = -δ20:
λ = 1/4 = 0,25; n = Jc/5Jc = 0,20
L’ = 4 m; (barra vertical esquerda)
δ10 = -L’ [120 (0,5α1 + 1,0β)] =
= -4 x 120 x (0,5 x 0,223 +
+ 1,0 x 0,155) = -127,92
Total:
δ10 = - 127,92 – 68,10 – 53,52 =
= -249,60
δ20 = + 249,60
Sistema:
2,678 X1 – 1,350 X2 = 249,60
-1,350 X1 + 2,678 X2 = -249,60 → X1 = 61,96; X2 = -61,96
Diagrama de Momentos Final:
MA = (-1) x (61,96) + (0) x (-61,96) + 0 = -61,96
MB = (0) x (61,96) + (-1) x (-61,96) + 0 = 61,96
MC = (-0,5) x (61,96) + (0,5) x (-61,96) + (120) = 58,04
MD = (0,5) x (61,96) + (-0,5) x (-61,96) + (-120) = -58,04
O diagrama será antimétrico, como era de se esperar.
Exercícios de Inércia Variável
1) Calcular a rotação da tangente à elástica em B na
estrutura representada abaixo. Adotar hiperestático(s)
em A. Dado: EJ = 2,955 x 106 kNm2.
Cálculo de δ11:
Barra horizontal: Barra vertical:
λ = 0,50; n = 0,40; L’ = 4 m λ = 0,20; n = 0,20, L’ = 5 m
L’x1x1xα1 = 4x0,210 = 0,84 L’x1x1(α1+2β+α2) =
5x(0,242+2x0,159+0,332) =
= 4,46
δ11 = 0,84 + 4,46 = 5,30
Cálculo de δ10:
Barra horizontal: Barra vertical:
λ = 0,50; n = 0,40; L’ = 4 m λ = 0,20; n = 0,20, L’ = 5 m
-L’x500x1xα1 = -4x500x0,210 -L’x500x1x(α1+β) =
= -420,00 -5x500x(0,242+0,159) =
= -1002,50 (triângulo)
-qxL2xL’x(α1+ α2) =
-40x52x5x(0,0384+0,0413) =
= -398,50
δ10 = - 420,00 -1002,50 - 398,50 = -1821,00
Cálculo de δ11:
Barra esquerda:
λ = 0,25; n = 0,50
L’ x 1 x 1 x α1 = 10 x 0,273 =
= 2,73
Barra direita:
λ = 0,50; n = 0,25
L’ x 1 x 1 x α = 25 x 0,200 = 5,00
Obs: (0,213 + 0,186)/2 = 0,200
(interpolação linear)
δ11 = 2,73 + 5,00 = 7,73
Cálculo de δ10:
Barra esquerda:
λ = 0,25; n = 0,50; N = 6 (Posição)
PxLxL’x1xη1 = 120 x 20 x 10 x 1 x
0,0597 = 1432,80
Barra direita:
λ = 0,50; n = 0,25
qxL2xL’x1xα = 60 x 252 x 25 x 1 x
0,0317 = 29718,75
Obs: (0,0329 + 0,0305)/2 = 0,0317
(interpolação linear)
δ10 = 1432,80 + 29718,75 = 31151,55
Assim:
X1 = -31151,55 / 7,73 = -4029,96
Diagrama Final de Momentos:
Reações de Apoio:
VA = 60 + (1/20) x (-4029,96) = -141,50
VB = 810 – [(1/20) + (1/25)] x (-4029,96) = 1172,70
VC = 750 + (1/25) x (-4029,96) = 588,80
Reações de Apoio:
VA = 60 + (1/20) x (-2804,17) = -80,21
VB = 810 – [(1/20) + (1/25)] x (-2804,17) = 1062,38
VC = 750 + (1/25) x (- 2804,17) = 637,83
Diagrama Final de Momentos:
Estudo dos momentos máximos:
Viga com inércia variável:
M = -4029,96 / 2 + 4687,50 = 2672,52 kNm
Viga com inércia constante:
M = -2804,17 / 2 + 4687,50 = 3285,42 kNm
Barra direita:
λ = 3/10 = 0,3; n = Jc/5Jc = 0,2
L’ x 1 x 1 x α1 = 10 x 0,238 = 2,380
Barra esquerda:
λ = 3/10 = 0,3; n = 0,5; N = 9
P x L x L’ x 1 x η1 = 80 x 10 x 4 x
1 x 0,0380 = 121,60
Considerando a função: η = (M M JC / J)
E JC δ = ∫ η dx
Regra de Simpson:
Dividindo-se o vão da barra L em um número n par de
intervalos ∆x, temos:
∫0L η dx = (∆x /3) [4Σ ηímpares + 2 Σ ηpares + ηextremos]
Aplicação:
Calcular a rotação da tangente à elástica em A para a viga
da
figura abaixo. A seção é retangular, com base de 40 cm e
com altura variável. O módulo de elasticidade E vale 2,1 x
107 kN/m2.Dado:
EJC = 2,1 x 107 x 0,4 x13 /12 = 7 x 105 kNm2
E JC δ = (2/3) x 3855.6 = 2570,4
δ = 2570,4 / (7 x 105) = 3,67 x 10-3 rad (sentido horário)
Comparações entre a integração numérica por Simpson e a
integração clássica:
a) Função: y = -x3/8 + x2 (intervalo [0,8])
Integração normal: 42,667
Integração p/Simpson com 4 intervalos de ∆x=2: 42,667
Diagramas (M,T,M(virtual),T(virtual)):
Utilizamos as equações: ΣMx = 0; ΣMy = 0; ΣFz = 0
Cálculo do deslocamento:
EJ δ = ∫ MM ds + (EJ/GJt) ∫ TT ds = ((1/3) x 6 x 1 x 120 +
+ (1/3) x 3 x 120 x 0,5 + (1/2) x 3 x 120 x (1,0 + 0,5)
= 2010
δ = 2010 / (2 x 106) = 1,005 x 10-3 rad (sentido arbitrado)
2) Resolver a grelha da figura. Sabe-se que EJ/GJt = 1,5.
Diagramas no SP (M0,T0,M1,T1,M2,T2,M3,T3):
Cálculo dos EJ δ: (Comb. Mi c/ Mj) + EJ/GJt (Comb. Ti c/ Tj)
Extrapolando:
Grelha elástica e geometricamente simétrica em que o eixo
de simetria intercepta ortogonalmente uma barra:
Na seção S de simetria:
Solicitação simétrica: Qs = Ts = 0;
Solicitação antimétrica: Ms = 0.