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1-CONCEITOS FUINDAMENTAISDA ANÁLISE ESTRUTURAL

A Anáiise Estrutural é a parte da Mecânica que estuda as estruturas, consis- tindo este
estudo na determinação dos esforços e das deformações a que elas ficam submetidas
quando solicitadas por agentes externos (cargas, variações térmicas, movimento de seus
apoios, etc.).

As estruturas se compõem de uma ou mais peças, ligadas entre si e ao meio exterior de


modo a formar um conjunto estável, isto é, um conjunto capaz de receher solicitações
externas, abso~ê-Ias internamente e transmiti-las até seus apoios, onde estas solicitações
externas encontrar50 seu sistema estático equilibrante. As peças que compõem as
estruturas possuem, evidentemente, três diien- sões. Três casos podem ocorrer: a) duas
dimensões são pequenas em relação à terceira; h) uma dimensão é pequena em relação
às outras duas; c) as três dimens8es são consideráveis.

No l? caso, que corresponde ao da maioria das estruturas da prática, a dimensão maior é


o comprimento da peça, estando as duas outras dimensães nadas no plano a ele
perpendicular (plano da seção transversal da peça). :ste caso, o estudo estático da peça,
que será denominada barra, pode ser ito considerando-a unidimensional, isto é,
considerando-a representada pelo u eixo (lugar geométrico dos centros de gravidade de
suas seções trans- rsais). Uma barra será dita reta ou curva, conforme seu eixo seja reto
ou INO. Conforme os eixos das diversas barras que compõem a estrutura este- m ou não
contidos no mesmo plano, a estrutura será chamada estrutura ana ou espacial O 2P e o
39 casos são aqueles, respectivamente, das placas; das cascas uja espessura 6 pequena
em presença da superfície da peça, superfície estplana para as placas e curva para as
cascas) e dos blocos (caso das barragens) e não serão abordados neste Ciifiau de Análise
Estrutural; são estudados, a par- tir da teoria da Elasticidade, erri Cadeiras próprias (em
nível & especialização ou pós-graduação, dependendo da Universidade). Nosso Curso
de Análise Estrutural será, então, um curso da Análise Estni- tural das barras. A teoria
que aqui desenvolveremos tem precisão excelen- te para barras cuja relação do
comprimento para a altura seja superior a 10 : 1, apresentando precisáo ainda boa para
relações até 5 : 1. Estas relações englobam a esmagadora maioria das barras da prática
(Nos casos em que esta relação se torne inferior, a peça não mais poder6 ser classificada
como barra, devendo ser estudada como placa, casca ou bloco, conforme o caso.)
2 - AS GRANDEZAS FUNDAMENTAIS: FORÇA E MOMENTO

l - Força

A noção de força é das mais intuitivas possfveis: podemos exercer uma força sobre um
corpo por meio de um esforço muscular; uma locomotiva exerce força sobre os vagões
que ela reboca; uma mola esticada exerce forças sobre as peças que fotam suas
extremidades; etc. Em todos estes casos, O corpo que exerce a força está em contato
wm aquele sobre o qual ela é exer- cida - tratam-se, pois, de forças de contato. Há,
também, forças que atum através do espaço, sem contato, chamadas, por esta razão,
forças de ação à distância - são as forças devidas à existência de campos agindo sobre o
corpo. É o caso das forças elhtricas, magnéticas, das forças de gravitação e, no caso da
Terra, das forças devidas à gravidade (que são os pesos dos corpos). Estas últimas serão
as mais importantes da Análise Estrutural, confme veremos em seu desenvolvimento. E
wmum chamar-se b forças que aluam numa estrutura de cargas, denominação esta que
manteremos em nosso Curso. As forças são grandezas vetoriais, caracterizadas por
direçáo, sentido e intensidade. Sua unidade, no sistema MT*S, que é o adotado em
Engenharia Estrutural, é a tonelada-força, cujo símbolo B t*, ou, mais
simpmcadarnente, t.

No caso mais geral, que é o das forças situadas no espaço, elas ficam de- fuiidas por um
ponto de passagem e por suas componentes X, Y e Z segundo os eixos triortogonais x,
y. z, a partir das quais podemos expressá-las pela igualdade 1.1 :

Não nos deteremos no estudo das propriedades das forças, para as quais valem as
propriedades dos vetores, já estudadas em Cálculo Vetorial.
2.2 - Momento

Seja a barra da Fig. 1-1, suportada em Cpor um cutelo sem atrito e tendo um peso de 10
kg suspenso em B, que se deseja contrabalançar por um peso suspenso em A.

Figura 1: Momento.

E fácil ver que o peso a ser colocado em A, a fm de contrabalançar o efeito da rotação


da barra em tomo do cutelo C, deve ser inferior a 10 kg, por estar mais afastado de C do
que este último; por tentativas, veríamos que seu valor deve ser de 5 kg. Este exemplo
simples foi escolhido para ilustrar o fato de que o efeito de rotação de uma força em
torno de um ponto depende do valor da força e também de sua distância ao ponto, sendo
diretarnente pro- porcional a ambos. Se desejarmos, então, criar uma nandeza física,
através da qual queiramos representar a tendência de rotação em torno de um ponto,
provocada por uma força, esta grandeza deverá ser função da força e de sua distância ao
ponto.

Esta grandeza é o momento, que será defmido da maneira a seguir. + Chama-se


momento de uma força F em relação a um ponto O ao produto vetorial do vetzr OM
(sendo+M um ponto qualquer situado sobre a Iinlia de ação da força F) pela força F,
conforme indica a Fig. 1-

Teremos:

2.2.1 - Propriedades do momento

Estudaremos, a seguir, algumas propriedades do momento, que conduzirão a conclusóes


importantes no estudo da Análise Estrutural.

2.2.1.1 - O momento m' de uma força em relação a um ponto 0' é igual à soma vetoribdo
momento da força F em relação ao ponto O com o momento de F, suposta aplicada em
O, em relação ao ponto 0'.
2.2.1.3 - O momento iii de uma força F em relação a um ponto O pode ser representado
por suas projecções M,, My e Mz na direcção de 3 eixos cartesianos tri ortogonais,
conforme indica a Fig. 1-5, a partir das quais pode ser definido pela igualidade.

b) O momento resultante de um sistema de forças colunares em relação a qualquer


ponto situado no plano destas forças será sempre perpendicular a este plano, pois, a
partir da observação anterior, imaginando ser este plano o que contém os eixos x e y,
leríamos M, = My = O e o momento resultante .. m ficaria dado por % = M, k, sendo z o
eixo perpendicular ao plano das forças, conforme indica a Fig. 1-7. Usaremos esta
propriedade no estudo das estruturas planas, carregadas no próprio plano.

c) O modulo do momento resultante de uma força em relação a um eixo pode ser obtido
directamente, sem ser necessário calcular o momento resultante para, após, achar sua
componente na direcção do eixo.

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