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Teoria das Estruturas I

Aula 1 - Introdução
INTRODUÇÃO

Teoria das Estruturas é a parte da Mecânica cujo estudo consiste na determinação dos esforços e das deformações a
que as estruturas ficam submetidas quando solicitadas por agentes externos (cargas, variações térmicas, movimentos
de seus apoios etc.). (SUSSEKIND, volume 1)

Uma estrutura recebe solicitações externas (cargas, ventos etc.) e tem que transmitir essas cargas até o apoio.

Nessa aula, você irá identificar uma classificação dos elementos estruturais, compreender também o que são forças e
momentos, e quais os tipos de apoios em uma estrutura.

O objetivo desta disciplina é dar continuidade aos conceitos relativos às disciplinas de Mecânica Geral e Resistências
dos Materiais necessários ao curso de Engenharia Civil.
OBJETIVOS

Distinguir os tipos de elementos estruturais;

Reconhecer as forças e os momentos;

Calcular as equações de equilíbrio;

Identificar os aparelhos de apoio;

Reconhecer quais os tipos de carregamento em uma estrutura.


FUNDAMENTOS DE COMPONENTES
A Mecânica é uma ciência física aplicada que trata dos estudos das forças (glossário) e dos movimentos. Ela descreve
e prediz as condições de repouso ou movimento de corpos sob a ação de forças.

Fonte: popular business / Shutterstock

A finalidade da Mecânica é explicar e prever


fenômenos físicos, concedendo, assim, os
fundamentos para as aplicações da
Engenharia.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Os conceitos fundamentais da Mecânica baseiam-se na Mecânica Newtoniana:

Espaço

É associado à noção de posição de um ponto material, o qual pode ser definido


por três comprimentos, medidos a partir de certo ponto de referência, ou de
origem, segundo três direções dadas. Esses comprimentos são conhecidos
como as coordenadas do ponto;
Tempo

Para se definir um evento não é suficiente definir sua posição no espaço. O


tempo ou instante em que o evento ocorre também deve ser dado;
Força

Representa a ação de um corpo sobre outro; é a causa que tende a produzir


movimento ou a modificá-lo. A força é caracterizada pelo seu ponto de
aplicação, sua intensidade, direção e sentido; ela é representada por um vetor.

SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES


O Sistema Internacional de Unidades (SI) é subdividido em:

• unidades básicas: metro (m), quilograma (kg) e segundo (s);

• unidades derivadas, entre outras: Newton, Joule, Pascal etc.

As unidades do SI formam um sistema absoluto de unidades. Isso significa que as três unidades básicas escolhidas
são independentes dos locais onde são feitas as medições.

Fonte da Imagem: Shutterstock

A força é medida em Newton (N) que é definido como a força que imprime a aceleração de 1 m/s2 à massa de 1 kg. A
2
partir da equação F=m.a (Segunda Lei de Newton), escreve-se: 1 N = 1 kg × 1 m/s .

O peso de um corpo também é uma força, e é expresso em Newton (N). Da equação P=m.g (Terceira Lei de Newton ou
2
Lei da Gravitação) segue-se que o peso de um corpo de massa 1 kg é = (1 kg) × (9,81 m/s ) = 9,81 N, onde g =
2
9,81m/s é a aceleração da gravidade.

A pressão é medida no SI em Pascal (Pa) que é definido como a pressão exercida por uma força de 1 Newton
uniformemente distribuída sobre uma superfície plana de 1 metro quadrado de área, perpendicular à direção da força
Pa = N/m2. Pascal é também unidade de tensões normais (compressão ou tração) ou tensões tangenciais
(cisalhamento).

TIPOS DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS


Neste item apresenta-se uma classificação dos elementos estruturais com base na Geometria e nas dimensões, e
também as principais características dos elementos estruturais mais importantes e comuns nas construções.
Fonte da Imagem: In Green / Shutterstock

Elementos Lineares — Unidimensionais

São aqueles onde o comprimento longitudinal é maior em pelo menos três vezes a maior dimensão da seção
transversal (NBR 6118, item 14.4.1), chamados “barras”. Os exemplos mais comuns são: vigas; pilar ou coluna; arcos;
treliças; tirante e grelha.

Fonte da Imagem: zhu difeng / Shutterstock

Elementos Bidimensionais

Também chamados “elementos de superfície”, são aqueles onde a espessura é pequena comparada às outras duas
dimensões (comprimento e largura) (NBR 6118, item 14.4.2). Os exemplos mais comuns são lajes, paredes e cascas.

Fonte da Imagem: Christian Delbert / Shutterstock


Elementos Tridimensionais

São os elementos onde as três dimensões têm a mesma ordem de grandeza. Exemplos mais comuns: os blocos de
fundação e as sapatas de fundação.

Grandezas Fundamentais

Força

É a ação de um corpo sobre outro, causando deformação ou movimento. As forças são


grandezas vetoriais, caracterizadas por ponto de aplicação, direção, sentido e intensidade.
Sua unidade no SIA é Newton.

Momento

É a tendência de rotação, em torno de um ponto/eixo, provocada por uma força (vide Notas).

Momento = força x distância. Sua unidade no SIA é N.m.

Esforços Normais (EN)

São solicitações aplicadas na direção do eixo da barra, sendo que quando produzem o
alongamento das fibras serão consideradas “positivas” (tração). Quando produzem o
encurtamento das fibras serão consideradas “negativas” (compressão).

Os Esforços Normais são dados pela razão entre a força perpendicular à área de atuação e
essa, isto é:

EN = (força)/Área

Esforços Cortantes (EC)

São solicitações aplicadas na direção transversal ao eixo da barra e provocam o “corte” da


seção.

O corte pode ser dado de “cima para baixo” ou de “baixo para cima”, ou ainda, “da esquerda
para a direita” ou da “direita para a esquerda”, sem que isto produza efeitos distintos.

O esforço cortante “distorce” o elemento, ou seja, altera sua forma e não suas dimensões.
Dessa forma o sinal “positivo” ou “negativo” não tem influência nas tensões e sim na direção
das fissuras.

Os esforços cortantes são dados pela razão entre a força tangente à área de atuação e essa,
isto é:

EC = (força)/Área

Momento Fletor (MF)


É esforço que tende a “dobrar” as barras, causando solicitações de tração (alongamento) e
de compressão (encurtamento) das fibras.

Momento Torsores (MT)

É o esforço que tende a “rodar” as barras sobre seu próprio eixo, causando tensões
cisalhantes (mudança de forma) na seção. Usando a mão direita, o polegar indica a seta
dupla, e os dedos o sentido da direção (regra da mão direita — no negativo o dedo entra e no
positivo o dedo sai).

CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO
Um corpo qualquer submetido a um sistema de forças está em equilíbrio estático caso não haja qualquer tendência à
translação ou à rotação.

As equações universais da Estática, que regem o equilíbrio de um sistema de forças no espaço, são:

No plano, na análise de solicitações em estruturas isostáticas serão sempre utilizadas as equações fundamentais da
estática:

∑Fx = 0 (somatório das forças horizontais igual à zero)

∑Fy = 0 (somatório das forças verticais igual à zero)

∑MF = 0 (somatório dos momentos fletores igual à zero)

∑MT = 0 (somatório dos momentos torsores igual à zero)

GRAUS DE LIBERDADE
Uma estrutura espacial possui 6 graus de liberdade: 3 translações e 3 rotações segundo 3 eixos ortogonais.

A fim de evitar a tendência de movimento da estrutura, esses graus de liberdade precisam ser restringidos. Essa
restrição é dada pelos apoios (vínculos), que são dispositivos mecânicos o quais, por meio de esforços reativos,
impedem certos deslocamentos da estrutura.

Esses esforços reativos (reações), juntamente com as ações (cargas aplicadas à estrutura) formam um sistema em
equilíbrio estático.

APARELHOS DE APOIO
Para garantir que uma estrutura ou um elemento estrutural permaneça na posição desejada sob todas as condições de
carregamento, eles são fixados em uma fundação ou conectados a outros membros estruturais por meio de apoios.

As representações para os apoios mais usuais serão destacadas a seguir.

galeria/aula1/img/img9.jpg
Apoio de Primeiro Gênero
Também chamado apoio móvel é capaz de impedir o movimento do ponto vinculado do corpo em
uma direção predeterminada.
galeria/aula1/img/img10.jpg
Apoio de Segundo Gênero
Apoio fixo ou do 2º gênero ou rótula, é capaz de impedir qualquer movimento do ponto vinculado do
corpo em todas as direções, permanecendo livre apenas a rotação.
galeria/aula1/img/img11.jpg
Apoio de Terceiro Gênero
O engaste ou apoio do 3º gênero é capaz de impedir qualquer movimento do ponto vinculado do
corpo e o movimento de rotação do corpo em relação a esse ponto.
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Exemplo de apoio na Ponte Rio-Niterói.

CARREGAMENTOS
As estruturas devem ser dimensionadas de modo que atenda as cargas que uma estrutura deve suportar.
Normalmente, são dois tipos: carga permanente e sobrecarga.

Fonte da Imagem:

Cargas concentradas

São uma forma aproximada de tratar cargas distribuídas segundo áreas muito reduzidas (em presença das dimensões
da estrutura). São representadas por cargas aplicadas pontualmente.
Fonte da Imagem:

Cargas-momento

São cargas do tipo momento fletor (ou torsor) aplicadas em um ponto qualquer da estrutura.

Fonte da Imagem:

Cargas distribuídas

São cargas distribuídas continuamente. Os tipos mais usuais são as uniformemente distribuídas e as triangulares
(casos de empuxos de terra ou água).

Fonte da Imagem:
Observação

• na carga triangular, a resultante fica a 1/3 da maior altura;

• na carga retangular, a resultante fica no centro (l/s).

ATIVIDADE
1) Na prática, o que seria uma carga permanente e uma carga móvel?

Resposta Correta
ATIVIDADE
2) O que seria uma carga distribuída? E carga concentrada?

Resposta Correta

Glossário
FORÇAS

Em Física, é qualquer causa capaz de produzir ou acelerar movimentos, oferecer resistência aos
deslocamentos ou determinar deformações dos corpos. Em Mecânica, é potência, agente, ação,
causa que gera movimentos.
MOMENTO

Em Física, é qualquer causa capaz de produzir ou acelerar movimentos, oferecer resistência aos
deslocamentos ou determinar deformações dos corpos. Em Mecânica, é potência, agente, ação,
causa que gera movimentos.

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