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DESCRIÇÃO

Estudo do equilíbrio de treliças planas isostáticas, baseado nas equações de equilíbrio da estática, para determinação
da força atuante em cada elemento (barra), ou seja, seu módulo, e a condição de compressão ou tração.

PROPÓSITO
Perceber a importância do estudo de uma treliça plana — elemento estrutural muito utilizado na Engenharia —, a fim de
dar início aos primeiros passos para projetar tal estrutura, o que ocorrerá durante a formação de um engenheiro.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora científica ou use a calculadora
de seu smartphone/computador.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Identificar a geometria, os tipos, as cargas, o comportamento e os esforços em uma treliça plana

MÓDULO 2

Reconhecer o método de resolução de treliças planas – “método dos nós”

MÓDULO 3

Reconhecer o método de resolução de treliças planas – “método das seções”


MÓDULO 4

Descrever a modelagem computacional das treliças planas

INTRODUÇÃO

MÓDULO 1

 Identificar a geometria, os tipos, as cargas, o comportamento e os esforços em uma treliça plana

INTRODUÇÃO
No início do estudo das treliças planas, alguns aspectos devem ser inicialmente compreendidos.

As treliças planas são estruturas formadas por barras que se unem por meio de rótulas.

Assim, nas uniões, não há uma reação de momento, apenas as duas restrições relativas à translação.


Cada barra que forma essa estrutura, denominada treliça, está sujeita exclusivamente a esforços com linha de ação
coincidente com a barra, que podem estar comprimindo-as ou tracionando-as.

GEOMETRIA DE TRELIÇAS PLANAS

UMA TRELIÇA (PLANA OU ESPACIAL) É FORMADA A PARTIR


DE SEUS ELEMENTOS PRIMÁRIOS (BARRAS RETAS OU
CURVAS). A ESTRUTURA É MONTADA UNINDO-SE OS
ELEMENTOS POR MEIO DE PINOS.

Uma estrutura plana rígida tem como elemento básico um triângulo ABC, conforme mostra a figura 1:

 Figura 1: Elemento básico de uma treliça simples – triângulo / Fonte: Autor

 ATENÇÃO

Observe os pinos de união das barras nas extremidades destas. A partir desse elemento básico, duas novas barras são
unidas por pinos. Essa sequência garante que a estrutura se mantenha rígida, originando a denominada treliça
simples.
Observe a figura 2, na qual um par de barras (destacadas em verde) é unido ao elemento básico da treliça — o triângulo
(três barras unidas por pinos nas extremidades):

 Figura 2: Formação de uma treliça simples a partir do elemento básico ABC / Fonte: Autor

A união entre as duas barras, por meio do pino rotulado, é denominada “nó”.

Nem toda treliça rígida é formada apenas de triângulos. É possível que, em algum dos passos citados anteriormente, a
figura formada não seja o triângulo. A questão, nesse caso, é apenas didática. Essa treliça continuará a ser denominada
simples e, portanto, rígida, ou seja, utilizável como estrutura em um projeto.

Observe a figura 3, em que a estrutura é rígida, porém nem todos os elementos são triângulos:

 Figura 3: Treliça simples rígida com elementos não triangulares / Fonte: Autor

 ATENÇÃO

É possível mostrar que, para uma treliça plana isostática simples, a relação matemática dada entre o número de barras
“b“ e o número de “nós” “n” é b = 2n – 3. Na figura 3, são 6 “nós” e 9 barras. Assim: 9 = 2.6 – 3 → 9 = 9 (equação
satisfeita).
TIPOS DE TRELIÇAS PLANAS
A partir da ideia descrita no tópico anterior, é fácil perceber que existem várias configurações finais para uma treliça
simples. De maneira semelhante, o mesmo ocorre para as treliças que não são denominadas simples.

MUITAS TRELIÇAS SÃO AMPLAMENTE UTILIZADAS NA


ENGENHARIA, E SEUS NOMES SÃO ASSOCIADOS A SEUS
CRIADORES OU APERFEIÇOADORES.

No slide abaixo, há alguns exemplos de treliças planas comuns na Engenharia:

WARREN

PRATT
FINK

HOWE

A partir de agora, a representação das treliças será simplificada. O desenho não as apresentará explicitamente: os pinos
rotulados e as barras serão representados por segmentos, apenas por uma questão de simplicidade de representação.

 SAIBA MAIS

É interessante perceber que todas são rígidas, porém nem todas são simples (não podem ser formadas a partir de um
único triângulo inicial, adicionando-se duas barras e formando um novo “nó”). É o caso da treliça Fink, por exemplo.

CARGAS APLICADAS NAS TRELIÇAS PLANAS


No estudo inicial das treliças, algumas considerações são adotadas, mas, na prática, em vários casos, podem ser
utilizadas. Em termos de cargas, essas são sempre concentradas e aplicadas em um ou mais “nós” da treliça.

Eventualmente, caso o peso das barras de treliça não possa ser desprezado frente aos valores dessas cargas externas
aplicadas, será adotado que cada metade do peso da barra seja aplicada nos “nós” das extremidades da barra.

A figura 5 mostra um exemplo do carregamento que será adotado no estudo do tema:


 Figura 5: Carregamento de treliças planas / Fonte: Autor

COMPORTAMENTO DAS TRELIÇAS PLANAS


No estudo inicial das treliças planas, o objetivo é a determinação das forças que atuam nas barras — elementos unidos
por pinos rotulados da estrutura. Consequentemente, conhecendo a área da seção reta, é possível determinar a tensão
normal média atuante em cada elemento.

 COMENTÁRIO

Neste primeiro contato com o tema, algumas premissas são adotadas para diminuir a complexidade. O objetivo é
entender os métodos matemáticos para que você conheça os elementos básicos da teoria a fim de facilitar a
compreensão.

Entre as várias premissas adotadas, algumas já citadas anteriormente, a estrutura não sofre deformações (rígidas), e as
uniões entre os elementos comportam-se como pinos rotulados, ou seja, não oferecem resistência ao momento fletor.
Essa última consideração é mantida mesmo quando os elementos são presos, por exemplo, por meio de solda.

ESFORÇOS EM UMA TRELIÇA PLANA


No estudo deste tema, a treliça se encontra em equilíbrio estático. Assim, cada um de seus elementos também estará
em equilíbrio. Lembrando que as uniões entre as barras são feitas por pinos rotulados (momento fletor nulo); a condição
para que ocorra o equilíbrio da barra, com apenas duas forças agindo em suas extremidades, é que essas forças
tenham a mesma linha de ação; e que esta coincida com a direção do elemento dentro da estrutura. Tais forças são
chamadas de forças normais, pois são perpendiculares à seção reta das barras.

A partir desse entendimento, falta a análise dessas forças sob a óptica do sentido. Duas são as possibilidades: a barra
está sendo tracionada ou está sendo comprimida. De maneira simples e objetiva, a força sob tração tende a ter seu
comprimento alongado e, sob compressão, tende a ter seu comprimento reduzido.

No item anterior, uma restrição foi imposta ao estudo das treliças planas nesse momento: cada elemento é rígido, ou
seja, não sofre deformação. Dessa maneira, a explicação para uma barra tracionada ou comprimida apenas se refere a
uma tendência à variação do comprimento, mas não a uma deformação real.
Na figura 6, a seguir, duas barras são mostradas — uma sob tração e outra sob compressão:

 Figura 6: Esforços de tração e compressão nas barras de treliças planas / Fonte: Autor

 ATENÇÃO

Perceba que, nos dois casos, a linha de ação do par de forças é coincidente com a barra analisada. Convenciona-se
utilizar para barras sob tração o valor positivo e, para barras sob compressão, valores negativos.

Na resolução dos problemas de treliça, devemos ter muito cuidado com os sinais positivo e negativo. Caso, na
resolução, você tenha arbitrada a força como trativa e encontre um valor positivo, de fato, a força atuante é de tração.
Ao contrário, será compressiva. Na eventualidade de a escolha arbitrar a força como compressiva, o valor negativo
indica que a escolha foi oposta em termos de sentido da força. Nesse caso, a força será trativa. Contudo, o módulo será
encontrado.

O momento de uma força é determinado por um produto vetorial. No caso das treliças planas, como o carregamento é
plano, o módulo do momento pode ser calculado por M = F.d, sendo d a distância do ponto O à linha de ação da força.
Adota-se, como convenção, que, no sentido anti-horário, o momento é positivo e, no sentido horário, negativo. O vetor M
é perpendicular ao plano da treliça. Observe a ilustração a seguir:

M = + F.d (positivo, pois o giro é no sentido anti-horário), em relação ao ponto O.


 Momento de uma força / Fonte: Autor

TEORIA NA PRÁTICA
A Engenharia é rica em exemplos em que são aplicadas as estruturas reticuladas rotuladas, denominadas treliças
(planas ou espaciais). No dia a dia, é fácil identificar essas aplicações nas gruas, nos viadutos, nas torres, nas
coberturas de estádios esportivos, nos telhados etc.

 EXEMPLO

Algumas vantagens em relação às estruturas totalmente preenchidas podem ser identificadas, como, por exemplo, a
resistência específica (resistência por unidade de peso), a menor resistência oferecida a locais em que o vento é uma
análise importante no projeto etc.

Na figura 7, vemos um croqui esquemático de uma estrutura treliçada, similar ao viaduto da Linha Vermelha sobre a
Avenida Brasil, na cidade do Rio de Janeiro:

 Figura 7: Croqui de uma estrutura com treliças planas / Fonte: Autor


 COMENTÁRIO

A fundamentação matemática para a determinação das forças atuantes nas barras que compõem a treliça será
apresentada nos dois módulos seguintes (método dos “nós” e método das “seções”).

Em linhas gerais, utilizaremos os conceitos e as equações de equilíbrio de um corpo rígido bidimensional. Tomando-se a
estrutura (treliça) como um todo em equilíbrio, cada parte dela também estará em equilíbrio.

Dessa forma, é possível iniciar o cálculo a partir da estrutura, aplicando as equações de equilíbrio e determinando as
reações nos apoios (vínculos) da treliça.

Vamos às equações:

∑ Fx = 0

∑ Fy = 0

∑ Mz = 0

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

As duas primeiras garantem o equilíbrio translacional nos eixos x e y, e a última garante o equilíbrio rotacional. Com a
aplicação dessas três equações, as três incógnitas associadas aos apoios de primeiro e de segundo gênero são
determinadas.

 SAIBA MAIS

Na análise das treliças, a Terceira Lei de Newton (ação-reação) também será importante. A barra e o pino trocam forças
que constituem um par ação e reação (a ser detalhado mais à frente).

Supondo que uma dada treliça tenha “n” “nós” e “b” barras, cada nó está associado a um pino. Por sua vez, como se
trata de um equilíbrio no plano, cada “nó” gerará 2 equações (∑ Fx = 0 e ∑ Fy = 0 ). Assim, os “n” “nós” gerarão “2n”
equações lineares (que resolverão “2n” incógnitas). Além disso, 3 equações iniciais podem ser escritas para a
determinação das reações.

Como já vimos, para treliças simples, é verdadeira a relação: b = 2n – 3 ou, ainda, 2n = b + 3. Assim, para “resolver” a
treliça, ou seja, para determinar as forças nas “b” barras e as três reações nos apoios, serão necessárias “2n” equações.
No vídeo, a seguir, o professor falará sobre a utilização de treliças em viadutos. Assista:

MÃO NA MASSA

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Reconhecer o método de resolução de treliças planas — “método dos nós”

INTRODUÇÃO
O DIMENSIONAMENTO DE UMA TRELIÇA INICIA-SE COM A
DETERMINAÇÃO DOS VALORES DAS FORÇAS QUE ATUAM
SOBRE AS BARRAS QUE CONSTITUEM ESSE ELEMENTO
ESTRUTURAL.

Dessa forma, existem métodos específicos para a determinação da intensidade (ou módulo) dessas forças e das
condições em que atuam, isto é, comprimindo ou tracionando cada uma das barras da treliça.

Neste módulo, apresentaremos o chamado método dos nós, que, em linha gerais, baseia-se na utilização das duas
equações do equilíbrio translacional de cada “nó”, ou seja:

∑ Fx = 0

∑ Fy = 0

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

DETERMINAÇÃO DAS REAÇÕES NOS APOIOS DE UMA


TRELIÇA PLANA ISOSTÁTICA PELO MÉTODO DOS
“NÓS”
O principal objetivo deste estudo é que a treliça plana isostática seja “resolvida” ou, em outras palavras, que os valores
das reações nos apoios e as forças axiais atuantes nas barras (elementos da treliça unidos por pinos rotulados) sejam
determinados tanto em módulo quanto em direção e sentido.

O primeiro método que será apresentado denomina-se método dos “nós”: união de duas ou mais barras da treliça. A
primeira etapa desse método é considerar a treliça uma estrutura única rígida (uma das premissas comentadas nos
tópicos anteriores) em equilíbrio.

Utilizando as equações de equilíbrio do corpo rígido bidimensional (∑ Fx ;


= 0 ∑ Fy = 0 e ∑ Mz = 0 ) é possível
fazer manipulações algébricas e determinar as reações nos apoios (vínculos).

Para que isso fique menos abstrato, segue um exemplo simples, mas que poderá ser utilizado para situações mais
complexas.

EXEMPLO 1
(IF-SP - 2011 - IF-SP - Professor - Construção Civil) Vamos calcular o valor das reações RA e RC da treliça a seguir:

RESOLUÇÃO
Considerando a treliça em equilíbrio, as reações são:

∑ Fx = 0  → Como não existem forças externas na horizontal, a primeira equação está satisfeita.

∑ Fy = 0 → RA + RC – 8 = 0 → RA + RC = 8.

∑ Mz = 0 → Considerando o sentido anti-horário como momento positivo e aplicando os momentos em relação


ao ponto A, como a força RA está em A em relação a esse ponto, não gera momento. Assim: 0 + 2a.RC – 1,5a.8 =

0 → RC = 6 kN. Na segunda equação do equilíbrio: RA + RC = 8. Logo: RA = 2 kN.

O resultado é RA = 2 kN e RC = 6 kN

 ATENÇÃO

Os valores encontrados para RA e RC foram positivos. Logo, os sentidos inicialmente arbitrados na figura estão corretos.

DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS EM BARRAS DE UMA


TRELIÇA PLANA ISOSTÁTICA PELO MÉTODO DOS
“NÓS”
Para a utilização deste método, é necessário que você determine, inicialmente, as reações nos apoios da treliça como já
foi visto anteriormente. O método de resolução dos “nós” indica que cada nó que une as barras das treliças se encontra
em equilíbrio translacional. O equilíbrio rotacional já é satisfeito, pois não ocorre reação de momento nos pinos dos
“nós”.

É importante ressaltar uma das premissas já comentadas anteriormente: os pinos são rotulados. Então, não existe a
restrição de momento. Dessa forma, a equação do equilíbrio dada por ∑ Mz = 0 já se encontra satisfeita. Assim,
apenas devemos escrever as duas outras equações do equilíbrio para cada “nó”, ou seja, ∑ Fx = 0 e ∑ Fy = 0 .

Para a compreensão do método, um exemplo será resolvido a partir da figura 8:

 Figura 8: Treliça simples ABC – método dos “nós” / Fonte: Autor

Para resolver esta treliça, inicialmente, devemos seguir os passos apresentados antes, ou seja, determinar as reações
nos apoios da treliça ABC. Uma vez que esses valores tenham sido determinados, o método dos “nós” propriamente
dito se inicia.

 ATENÇÃO

Observe o “nó” A: união das barras AB e AC. Apenas por escolha, o processo será iniciado por esse “nó”, ou seja,
“isolaremos” tal “nó” (similar ao DCL de um corpo rígido).

Já sabemos que as forças que agem nas barras das treliças são axiais (compressão ou tração). Observe, na figura 9, o
nó A e as forças que atuam nele:

 Figura 9: Forças que atuam no “nó” A da treliça simples ABC / Fonte: Autor

As forças FAB e FAC têm apenas a direção conhecida (direção da barra). Os sentidos foram arbitrados, e, ao final da

resolução, valores positivos ratificarão a escolha inicial.

Como o nó A se encontra em equilíbrio, as equações que garantem a não translação em x e y serão escritas. Contudo,
existe uma força (FAC) que não se encontra nem na direção x nem na direção y. Portanto, faremos a projeção desta nos
eixos x e y.

Em módulo: (F AC
)
x
= F
AC
 . cos α e (F
AC
)
y
= F
AC
 . senα . Agora, é possível escrever as equações do equilíbrio
para os eixos x e y:

∑ Fx = 0 → F – (F ) = 0 ou, ainda, F –F  .  cosα = 0(*)


AB AC x AB AC

∑ Fy = 0 → R – (F ) = 0 ou, ainda, R – FAC  .  senα = 0(**)


A AC y A

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Resolvendo o sistema entre as equações (*) e (**), os valores de FAB e FAC serão determinados, uma vez que RA foi

encontrado no início e o ângulo é conhecido.

Repetindo os passos anteriores, podemos determinar todas as forças que atuam na barra. Mesmo em uma treliça com
poucas barras, o método dos “nós” exige grande algebrismo.

A solução apresentada foi a tradicional. No entanto, para nós com três forças atuantes, é muito prático utilizar o fato de
que a soma vetorial das forças forma um polígono, visto que ele se encontra em equilíbrio.

Assim, conforme mostra a figura 10 seguinte, temos:

 Figura 10: Resolução do “nó” A da treliça simples ABC pela regra do polígono / Fonte: Autor

Considerando o valor de α e RA conhecidos, a partir das relações trigonométricas, é possível a determinação dos

valores de FAB e FAC.

MAS COMO DESCOBRIR SE A FORÇA ESTÁ SOB UMA AÇÃO


COMPRESSIVA OU TRATIVA?

A partir da Terceira Lei de Newton, é possível fazer o esquema representado na figura 11 a seguir:
 Figura 11: “Nó” e barra sob compressão / Fonte: Autor

TEORIA NA PRÁTICA
Como vimos, as treliças são muito utilizadas nas diversas aplicações da Engenharia. No campo da Engenharia Civil,
muitas estruturas utilizam vigas treliçadas, assim como na Engenharia Mecânica, em estruturas fixas ou móveis (gruas,
guindastes etc.).

As torres de transmissão, amplamente utilizadas na Engenharia Elétrica, são mais exemplos de aplicação das treliças.
Em muitos casos, são treliças espaciais e, em outros, treliças planas. De qualquer forma, o entendimento físico-
matemático das treliças é fundamental para a formação do futuro engenheiro.

Suponha que uma pequena garagem de uma casa tenha a estrutura que suporta o telhado utilizando vigas treliçadas
planas, em que as barras são metálicas. A figura a seguir representa uma dessas vigas e o carregamento a que está
sujeita:

 Treliça utilizada como viga em uma garagem / Fonte: Autor

Considere que todas as seis barras horizontais tenham 0,6 m de comprimento, e que as três verticais tenham 0,8 m. As
barras são todas rotuladas. Para reforçar o método aprendido aqui (método dos nós), aplicando-o a uma estrutura na
prática da Engenharia, vamos determinar os valores das reações nos apoios A e B e as forças axiais nas barras AC, AD
e EF.
Aproveitando o exemplo, alguns outros pontos serão explorados. É fácil verificar que a treliça é isostática, tendo apoios
do primeiro e do segundo gêneros, o que implica três incógnitas, que podem ser resolvidas pelas equações de equilíbrio
do corpo rígido: ∑ Fx ,
= 0 ∑ Fy = 0 e ∑M = 0 . Também é fácil verificar que a treliça é composta de 13 barras (b)
e 8 “nós” (n), valores que satisfazem a equação 2n = b + 3.

No vídeo, a seguir, o professor apresentará a resolução da questão. Assista:

MÃO NA MASSA

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 3

 Reconhecer o método de resolução de treliças planas — “método das seções”


INTRODUÇÃO
No módulo anterior, estudamos o método dos “nós” para a determinação das forças que atuam nas barras de uma
treliça e suas condições de tracionamento ou compressão.

O método a ser estudado agora é denominado “método das seções”. Sua principal vantagem é que os cálculos são
mais diretos, sendo particularmente útil quando desejamos determinar a força que age em uma ou mais barras
específicas.

DETERMINAÇÃO DAS REAÇÕES NOS APOIOS DE UMA


TRELIÇA PLANA ISOSTÁTICA PELO MÉTODO DAS
“SEÇÕES”
No módulo anterior, estudamos o método dos “nós” para a resolução das treliças planas isostáticas, ou seja, para
determinar os valores das forças de reações nos apoios da estrutura e das forças axiais atuantes nas barras da treliça,
estejam elas em seu estado de compressão ou de tração.

O primeiro passo a ser executado no método estudado no módulo 2 foi a determinação das reações nos vínculos. Para
tanto, foram utilizadas as equações do equilíbrio de um corpo rígido (∑ Fx = 0,   ∑ Fy = 0  e   ∑ M = 0) ,
considerando a treliça uma estrutura única rígida.

No método das “seções” ou de Ritter, o primeiro passo será exatamente o mesmo. Por isso, inicialmente os métodos se
assemelham.

DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS NAS BARRAS DE UMA


TRELIÇA PELO MÉTODO DAS “SEÇÕES”
Na segunda etapa dos métodos das seções (o método propriamente dito), um ou mais “cortes” (abstração) serão
realizados na treliça, fazendo com que as forças axiais que atuam em algumas barras, chamadas de forças internas,
comportem-se como forças externas de um corpo rígido. Feito o corte, uma das partes da treliça será utilizada para a
determinação dos valores de algumas forças axiais.

 ATENÇÃO

A escolha da parte que será utilizada na aplicação do método pode torná-lo mais simples matematicamente. De
qualquer forma, é bom esclarecer que qualquer parte pode ser escolhida para a aplicação do método das “seções”.

Baseando-se no fato de que a treliça está em equilíbrio, uma dessas partes escolhidas também estará. Então,
novamente, serão utilizadas as equações do equilíbrio de um corpo rígido para a determinação das forças axiais nas
barras.

Nas figuras 12 e 13, são mostradas uma treliça com corte a-a’ e as partes a serem escolhidas para a aplicação do
método:

 Figura 12: Treliça simples / Fonte: Autor

 Figura 13: Treliça seccionada e forças internas “expostas” / Fonte: Autor

O método das seções pode ser facilitado, dependendo da escolha feita para a seção de corte a-a’, o que necessita de
experiência e treinamento. Uma sugestão, que pode ajudar você no início, é evitar utilizar seções para o corte da treliça
que atravessem quatro ou mais barras, uma vez que são três as equações para o equilíbrio do corpo rígido (∑ Fx = 0 ,
∑ Fy = 0 e ∑M = 0) .

Outra sugestão que pode ser útil no início do aprendizado do método de Ritter é utilizar seções de corte que levem à
exposição de algumas forças concorrentes. Essa situação é favorável, pois, ao utilizarmos a equação do equilíbrio
rotacional (∑ M = 0) , momentos em relação ao ponto de concorrência serão nulos.

 ATENÇÃO

Os métodos dos “nós” e das “seções” podem ser utilizados em conjunto. Parte da resolução pode ser iniciada por um
dos métodos e, depois, é possível utilizar o outro método.

Para que você possa perceber os passos a seguir, apresentamos, agora, um exemplo para a resolução de uma treliça
pelo método das seções.
EXEMPLO 2
(PaqTcPB - Prefeitura de Patos - PB - Engenheiro Civil - 2010) Seja a treliça, a seguir, submetida ao carregamento
indicado:

Os elementos AB e AD estão submetidos a quais esforços normais?

RESOLUÇÃO
Vamos determinar a seção de corte conveniente. Como uma das forças que se deseja determinar é a da barra AB, será
efetuado um seccionamento que passe por essa barra. Por exemplo:

Inicialmente, determinaremos o valor da força na barra AB. Assim, é conveniente aplicar os momentos em relação ao
ponto D, por onde a linha de ação da força FAD “passa”.

Primeiro, consideramos o equilíbrio dos momentos em relação ao ponto D (positivo no sentido anti-horário):

∑ MD = 0 → 120. 4 − FAB . 3 = 0 → 480 = FAB . 3 = 0 → FAB . 3 = 480 → FAB = 480/3 = 160 kN (T )

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Para determinar o valor da força na barra AD, será necessário determinar a distância da linha de ação de FAD ao ponto

B (M = F.d). Da geometria, é verdade que:

 Fonte: Autor

Em seguida, consideramos o equilíbrio dos momentos em relação ao ponto B (positivo no sentido anti-horário):
∑ MB = 0 → 120. 4 + FAD . 2, 4 = 0 → 480 + FAD . 2, 4 = 0 → FAD . 2, 4 = −480 → FAD = −480/2, 4 = −200 kN

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

O valor negativo indica que o sentido arbitrado no DCL é o inverso. Logo: FAD = 200 kN (C).

Aproveitando o exemplo, será utilizado o método dos “nós” na parte final da resolução para determinar a força na barra
AD. Isolando o “nó” A, temos:

 Fonte: Autor

Há semelhança dos triângulos:


FAD 120 600
= →  3. F AD = 5 .120   →  3. F AD = 600  →  FAD = = 200 kN
5 3 3

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Resposta: 160 kN (T). 200 kN (C)

TEORIA NA PRÁTICA
Como um elemento estrutural presente em muitos projetos de Engenharia, a treliça é fundamental no curso. Aqui,
apresentamos alguns conceitos que introduzirão o assunto para iniciar seu primeiro contato com o dimensionamento de
uma treliça. Para tanto, é fundamental que você seja capaz de utilizar algum método que determine as forças nas barras
que compõem a treliça.

Para apresentar um aspecto prático, imagine uma treliça plana isostática, que é utilizada como viga de uma estrutura,
em que desejamos determinar para algumas barras o valor da força axial e seu estado de tração ou de compressão.
Vamos ao exemplo.

EXEMPLO 3
(Adaptado de: VUNESP - Prefeitura de Cananeia - SP - Engenheiro Civil – 2020) A treliça da figura a seguir está
submetida a uma carga concentrada (P) no nó G:
Estudaremos algumas barras que compõem a treliça.

RESOLUÇÃO
Inicialmente, serão determinadas as reações nos apoios (A e E) da treliça. Nesse caso particular, existem simetrias da
geometria e de carregamento. Além disso, não existe carregamento horizontal. Assim, como o carregamento vertical
total é P, cada apoio terá reação vertical para cima: VA = VE = P/2.

No segundo passo, serão determinados os valores e as condições de cada barra (tração e compressão) a partir do
método das “seções”. Em alguns momentos, o método dos “nós” poderá ser utilizado por uma questão de simplicidade
matemática para alguma barra particular.

Observe no desenho a seção a-a’, mostrada na figura inicial. Tomando a “parte” à esquerda da treliça após o corte pela
seção, temos:

 Fonte: Autor

Vamos considerar o equilíbrio dos momentos em relação ao ponto F (positivo no sentido anti-horário):

∑ MF = 0 → −a. FAB  –  (P /2). a = 0 → −a. FAB = (P /2). a → FAB = −P /2

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como o valor encontrado é negativo, o sentido arbitrado inicialmente é o oposto. Assim, o pino A está comprimido, e,
pela Terceira Lei de Newton, a barra AB também está comprimida.
Agora, vamos considerar o equilíbrio dos momentos em relação ao ponto B (positivo no sentido anti-horário):

√2  P √2  P P √2
∑ MB = 0 → (a ). FAF  – (  ). a = 0 → (a ). FAF = (   ). a → FAF =
2 2 2 2 2

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como o valor encontrado é positivo, o sentido arbitrado inicialmente está correto. Assim, o pino A está tracionado, e,
pela Terceira Lei de Newton, a barra AF também está tracionada.

Observe no desenho a seção b-b’, mostrada na figura inicial. Tomando a “parte” à direita da treliça, após o corte pela
seção, temos:

 Fonte: Autor

Considerando o equilíbrio dos momentos em relação ao ponto G (positivo no sentido anti-horário):

∑ MG = 0 → a. F + (P /2). 2a = 0 → a. F + (P ). a = 0 → a. F = −(P ). a → F = −P
CB CB CB CB

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como o valor encontrado é negativo, o sentido arbitrado inicialmente é o oposto. Assim, o pino C está comprimido, e,
pela Terceira Lei de Newton, a barra CB também está comprimida.

No vídeo, a seguir, o professor falará sobre a determinação de forças nas barras de uma treliça pelo “método das
seções”. Assista:
MÃO NA MASSA

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 4

 Descrever a modelagem computacional das treliças planas

INTRODUÇÃO
Nas Ciências Exatas, de maneira genérica, e na Engenharia, em particular, existem algumas fases que devem ser
entendidas e realizadas para a determinação de uma situação real. São elas:

OBSERVAR O FENÔMENO FÍSICO


Inicialmente, deve ser observado o fenômeno físico associado à situação em estudo. Nesta fase, todos os elementos
físicos teóricos devem ser considerados para a elaboração de um modelo físico que reproduza a situação com a maior
realidade.

SIMPLIFICAR O MODELO FÍSICO


Na segunda fase, a partir do modelo físico elaborado, algumas simplificações podem ser introduzidas, tornando, assim,
o modelo físico inicial simplificado e com um tratamento matemático menos complexo, porém sem perder informações
fundamentais para a situação real.

FAZER A MODELAGEM MATEMÁTICA DO MODELO FÍSICO


Com o modelo físico simplificado, será necessário fazer a modelagem matemática dele, ou seja, associar os fenômenos
físicos por meio de equações matemáticas que os descrevam.

ENCONTRAR A SOLUÇÃO PARA O CONJUNTO DE


EQUAÇÕES DESCRITAS NO MODELO MATEMÁTICO
Nesta fase, soluções analíticas podem ser utilizadas, mas as várias ferramentas computacionais já existentes ou
desenvolvidas particularmente para a situação podem ser fundamentais para agilizar a resolução de modelos com
grande número de incógnitas, por exemplo, ou com resolução analítica não possível.

ANÁLISE FÍSICA DE UMA TRELIÇA E SUA


MODELAGEM MATEMÁTICA
A modelagem física de uma treliça já será precedida por algumas simplificações que, neste tema, foram denominadas
premissas. Seguem algumas dessas premissas impostas para o estudo de uma treliça nesta etapa do curso de
Engenharia:

Treliça simples isostática rígida, ou seja, sem deformações das barras.


2

São estruturas em que as barras estão rotuladas nos “nós”, não oferecendo resistência aos momentos fletores.


3

As forças externas são aplicadas diretamente sobre os “nós”.


4

As barras estão sujeitas apenas às forças axiais de tração (T) ou compressão (C);

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Os pesos das barras são desprezíveis quando comparados às forças externas. Na eventualidade de se considerar os
pesos das barras, haverá uma divisão desses valores de tal forma que metade do peso será aplicado sobre um dos
“nós”, e a outra metade, no outro “nó” das extremidades da barra.

Para efeito de entendimento da metodologia deste módulo, utilizaremos uma treliça simples, mas todos os passos da
técnica serão apresentados. Exceto pela complexidade algébrica, não há perda de generalidade.

Na figura, a seguir, observamos uma treliça em que a barra BC mede 6 m, a altura do triângulo isósceles é de 4 m, e as
barras AB e AC têm 5 m:

 Figura 14: Treliça ABC com carregamento externo único / Fonte: Autor

Despreze os pesos das barras e considere a força F vertical e de módulo 20 kN. A orientação é dada pelo par de eixos
x-y.

Inicialmente, serão desenhados os diagramas do corpo livre dos “nós” A, B e C da treliça ABC da figura 14. Note que
são 6 incógnitas (3 forças nas barras mais 3 reações nos apoios). Como cada “nó” pode gerar 2 equações (equilíbrios
translacional em x e y), o total de equações também será igual a 6.

Na figura 15, os nós têm seus DCLs:

 Figura 15: DCLs dos nós A, B e C da treliça ABC / Fonte: Autor


Lembre-se da Terceira Lei de Newton: a força F que a barra AB exerce no “nó” A é, em módulo, igual à força que este
exerce na barra AB. Além disso, como a barra AB está em equilíbrio sob a ação de apenas duas forças, em módulo,
FAB é igual a FBA. Assim, os módulos FAB e FBA, FAC e FCA e FBC e FCB são, dois a dois, iguais.

São 6 as variáveis (também VB, VC e HB). Utilizando o par de eixos do início, serão escritas 6 equações lineares, dando

origem a um sistema linear 6 x 6. Para tanto, serão feitas as projeções das forças oblíquas em relação aos eixos x e y, e
iremos impor a condição de equilíbrio para cada eixo.

NÓ A
NÓ B
NÓ C
Equilíbrio das forças na direção x (positivo para direita):

∑ Fx = 0  →   −  F . sen α  +   F . sen α  =  0


AB AC

− 0, 6. F
AB
  +   0, 6. F
AC
  =  0 (Equa ç ã o 1)

Equilíbrio das forças na direção y (positivo para cima):

∑ Fy = 0  →   −  F   −  F . cos  α  −   F . cos  α  =  0


AB AC

− 0, 8. F
AB
  −   0, 8. F
AC
  =  20  (Equa ç ã o 2)

Equilíbrio das forças na direção x (positivo para direita):

∑ Fx = 0  →  F   +  HB    +  F . cos  θ  =  0


BC AB

F
BC
  +  H    +   0, 6. F
B AB
  =  0  (Equa ç ã o 3)

Equilíbrio das forças na direção y (positivo para cima):

∑ Fy = 0  →  V   +  F . sen θ  =  0
B AB

V   +  0, 8. F
B AB
  =  0 (Equa ç ã o 4)

Equilíbrio das forças na direção x (positivo para direita):

∑ Fx = 0  →   −  F   −  F . cos  θ  =  0
BC AC

− F
BC
 –  0, 6. F
AC
  =  0  (Equa ç ã o 5)

Equilíbrio das forças na direção y (positivo para cima):

∑ Fy = 0  →  V   +  F . sen θ  =  0
C AC

V   +  0, 8. F
C AC 
=  0  (Equa ç ã o 6)

Depois que todas as duas condições de equilíbrio translacional foram escritas para cada um dos 3 “nós”, foram geradas
6 equações com 6 incógnitas. A seguir, as 6 equações lineares são dispostas na forma mais comum de um sistema:
⎧ 0 ,6. FAB + FBC + HB = 0





⎪ 0 ,8. FAB + VB = 0




−0 ,6. FAB + 0 ,6. F = 0
AC

⎪ −0 ,8. FAB − 0 ,8. FAC = 20





⎪ −1. FBC − 0 ,6. FAC = 0




VC + 0 ,8. FAC = 0

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Escrevendo na forma matricial o sistema anterior, temos:

É fácil perceber que, mesmo para uma treliça mínima (apenas um triângulo), o sistema apresentará alguma dificuldade
para resolvê-lo, sem, contudo, tornar impossível sua resolução. Dessa forma, o ideal é utilizar os conhecimentos de
cálculo numérico ou modelagem matemática.

 SAIBA MAIS

Vários programas estão disponíveis para a resolução de sistemas lineares. Via de regra, eles utilizam métodos
conhecidos como de Cramer, Gauss-Jordan, decomposição LU etc. Você também pode desenvolver um programa em
uma linguagem de programação (C++, Python etc.) que conheça e utilizá-lo.

Usando uma ferramenta computacional, pelo método do escalonamento, o sistema apresentará o seguinte aspecto
escalonado:

A partir da sexta equação, é possível determinar cada incógnita:

VC = 10 kN
2.VB = 20 → VB = 10 kN

1.HB = 0 → HB = 0

0,6.FAC + 0,75.VB = 0 → FAC = - 12,5 kN

(-4/3).FBC + (-4/3).HB + VB = 0 → FBC = 7,5 kN

0,6.FAB + FBC + HB = 0 → FAB = - 12,5 kN

Como FAC e FAB apresentaram valores negativos, as opções iniciais dos sentidos são opostas. Assim, as duas barras

estão comprimidas.

Treliças maiores, por exemplo, com 9 “nós”, gerarão 18 equações e 18 incógnitas. A resolução analítica do sistema é
demasiadamente trabalhosa. O uso de uma ferramenta computacional quase se torna imperativo.

O exemplo mostrado anteriormente, mesmo para um número reduzido de “nós”, é válido para situações em que a treliça
isostática apresente um número de “nós” bem maior.

TEORIA NA PRÁTICA
Como já vimos, o estudo da estrutura denominada treliça é fundamental para o futuro engenheiro. Muitos projetos nos
diversos ramos da Engenharia usam as treliças como parte de uma estrutura ou, por vezes, como toda a estrutura.
Vários exemplos foram citados ao longo do tema.

Dois métodos analíticos foram apresentados para a resolução da treliça ou, ainda, para a determinação das forças
axiais de compressão ou de tração atuantes nas barras e as reações nos apoios.

O entendimento desses métodos é muito importante, pois permite compreender os fenômenos físicos atuantes e
transformá-los em equações matemáticas que solucionem o problema. Sem dúvida, os processos são relevantes, mas
demandam grandes esforços algébricos e aritméticos quando a estrutura apresenta muitas barras.

Neste último módulo, foi apresentada a possibilidade de minimizar o esforço aritmético pelo uso de alguma ferramenta
computacional. O exemplo a seguir mostra a determinação dos esforços nas barras de uma treliça e em seus apoios,
utilizando uma ferramenta computacional que resolva sistemas lineares (por métodos diretos ou indiretos). Nesta
atividade, vamos determinar pela modelagem computacional todas as forças envolvidas.

(FUNIVERSA - CEB - Engenheiro - 2010) A treliça metálica representada na figura a seguir está submetida ao
carregamento indicado:
As letras maiúsculas representam os encontros das barras em nós rotulados.

A figura é um quadrado ABCD de diagonal BC sobre apoios C e D. O ângulo que a diagonal do quadrado faz com cada

lado é 450. Assim: sen450 = cos 450 = 0,7017.

No vídeo, a seguir, o professor apresentará a resolução da questão:

MÃO NA MASSA
VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Abordamos uma estrutura rígida com vasta utilização no campo da Engenharia estrutural: as treliças. Também definimos
o conceito de treliças simples, formadas a partir de um único triângulo e algumas premissas, como a união entre as
barras serem feitas por pinos rotulados e a não deformação de cada elemento da treliça (barras). Além disso,
apresentamos alguns tipos mais comuns de treliças.

Em seguida, conhecemos os métodos para a resolução da treliça, isto é, a determinação das forças axiais nas barras
(sob tração ou compressão): método dos “nós” e método das seções. Cada um com suas peculiaridades e vantagens.
Por exemplo, o método das seções é particularmente útil para determinar valores das forças em algumas barras
particulares. Já o método dos “nós” é mais algébrico. Por isso, indicamos uma técnica em que seja possível solucionar
um sistema de equações lineares (originado a partir do equilíbrio translacional dos nós), que resulta nos valores das
forças nas barras e das reações: a modelagem computacional.

 PODCAST

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
BEER, F. P.; JOHNSTON, E. R. J. Mecânica vetorial para engenheiros – Estática. 2. ed. São Paulo: McGraw-Hill do
Brasil, 1976. v. 1.

HIBBELER, R. C. Mecânica para Engenharia – Estática. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2011.
MERIAM, J. L.; KRAIGE, L. G. Mecânica para Engenharia – Estática. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 1.

EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, assista:

Treliças – método das seções – Canal Mecânica dos Sólidos.

Acesse:

A ferramenta computacional WolframAlpha: Computational Intelligence;

Matrix calculator – Soluções de sistemas de equações lineares.

CONTEUDISTA
Júlio Cesar José Rodrigues Junior

 CURRÍCULO LATTES

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