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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ATIVIDADE AVALIATIVA - AA01


ANÁLISE DE ESTRUTURAS COM A UTILIZAÇÃO DO
FRAME TOOL(FTOOL)

Disciplina: Sistemas Estruturais I


Professor: Prof. Dr. Arthur Álax de Araújo Albuquerque
Aluno: Eduardo Leite Rocha

Goiânia, GO
2023
1. INTRODUÇÃO
Neste presente trabalho serão avaliadas três estruturas (Estrutura A, B e C), sendo estas
apresentadas com configurações diferentes, mesmo apresentando comprimentos, materiais e
seções transversais iguais em todas as barras. A diferença em cada uma delas será discutida e
ficará evidente ao serem apresentados os diagramas de esforços (momento fletor, cortante e
normal).
Para essa análise foi proposto a utilização do programa Frame Tool (FTOOL), um
programa desenvolvido pelo Prof. Luiz Fernando Martha, capaz de analisar estruturas
bidimensionais se destacando pela sua simplicidade e poder de cálculo.
A abordagem do estado de tensões característico em cada estrutura será discutida, assim
como também a classificação do sistema estrutural de cada estrutura, com a finalidade de
desenvolver os conhecimentos aprendidos em sala de aula.

2. OBJETIVO
Analisar três estruturas, sob a utilização do FTOOL, com o objetivo de concretizar os
conceitos passados em sala de aula sobre tipos de esforços, estado de tensões e classificação de
sistemas estruturais.

3. DESENVOLVIMENTO
Para cada estrutura foram usadas como material, o aço, em todas as barras, e como seção
transversal, o Anel, com espessura (t) e diâmetro (d) iguais para todos os casos. A espessura usada foi
de 10 mm e o diâmetro usado foi de 30 mm.
Assim como o material e a seção transversal usados foram os mesmos, assim também em todos
os casos foi aplicado uma carga (P) de 100 kN (na direção y, negativo) nos mesmos nós de cada
estrutura.

Figura 1 - Seção transversal (Anel) Figura 2 - Aço

Diante das configurações apresentadas abaixo, Figuras 3, 4 e 5, pode-se verificar que os


apoios em todas as estruturas são de engaste (inclinação de -90º), sendo este um apoio que
impede todos os movimentos possíveis da estrutura. Todavia, ao observar a composição dos
nós nas estruturas, entendemos que a diferença está presente nesse detalhe.
Na Estrutura A, Figura 3, os nós presentes na configuração são fixos, sem a presença de
rótulas, em que a rotação relativa é impedida, tendo por conclusão que a ligação entre os nós é
rígida.

Figura 3 - Estrutura A - Composição de nós e Cargas Aplicadas

Enquanto que na Estrutura B, Figura 4, há uma mistura de dois tipos de nós, sendo eles
misto e rígido. Nas extremidades das barras inclinadas podemos ver a presença do tipo misto,
em que algumas rotações são impedidas e outras são livres. O restante das barras tem ligações
do tipo rígido.

Figura 4 - Estrutura B - Composição de nós e Cargas Aplicadas

Já na Estrutura C, Figura 5, temos rótulas em todos os nós, sendo este do tipo flexível,
em que a rotação é livre.
Figura 5 - Estrutura C - Composição de nós e Cargas Aplicadas

Em consequência do desenvolvimento sobre a diferença dos tipos de nós em cada


estrutura, podemos avançar para a verificação dos diagramas de esforços de cada estrutura,
Figura 6, 7 e 8, observando atentamente como a composição dos nós pode interferir nos
diagramas resultantes.
Atentando para o diagrama de esforços na Estrutura A, Figuras 6 a 8, podemos ver que
há presença de esforços normais, cortantes e momento fletor. Além disso, pode-se notar que os
elementos da configuração estrutural estão contidos no mesmo plano.

Figura 6 - Estrutura A - Diagrama de esforço normal (kN)


Figura 7 - Estrutura A - Diagrama de esforço cortante (kN)

Figura 8 - Estrutura A - Diagrama de momento Fletor (kNm)

Com isso, podemos concluir que o sistema estrutural deste caso é um Pórtico Plano, já
tendo em mente que, em adição ao fato da presença dos esforços ditos, na estrutura, como já
discutido anteriormente, há pelo menos uma ligação rígida entre as barras.
Outrossim, o estado de tensão característico da estrutura é flexão composta reta, onde as
cargas estão aplicadas em um dos eixos principais, porém fora do centroide.
Posto o diagrama de esforço normal na Estrutura B, Figura 9, podemos observar que há
uma semelhança entre os seus valores e os da Estrutura A, Figura 6. A discrepância está nas
casas decimais, e a semelhança, além dos valores estarem muito próximos, está no fato de que,
em todas barras, onde há tração na Estrutura A, também há na Estrutura B, e assim vale também
onde tem compressão.

Figura 9 - Estrutura B - Diagrama de esforço normal (kN)

Nas Figuras 10 e 11, temos a oportunidade de fazer uma certa comparação entre os
diagramas de esforço cortante e de momento fletor da Estrutura B e os diagramas resultantes
da Estrutura A, Figura 7 e 8, da mesma forma que foi feito quanto aos diagramas de esforço
normal.
A comparação revela que houve uma diminuição no módulo dos valores de esforço
cortante e de momento fletor da Estrutura A para B. Os valores da Estrutura A são maiores que
os da Estrutura B.
A diminuição se dá pelo motivo de haver ligações do tipo misto na Estrutura B, onde
algumas barras unidas por essas ligações estão fixas e outras flexíveis. Portanto, a transferência
de esforço cortante e de momento fletor é reduzida em relação a Estrutura A, em que somente
há ligações rígidas.
Assim, diante de toda a análise, podemos classificar o sistema estrutural da Estrutura B,
que é o mesmo da Estrutura A, como um Pórtico Plano, que está sob estado de tensão baseado
na flexão composta reta.
Figura 10 - Estrutura B - Diagrama de esforço cortante (kN)

Figura 11 - Estrutura B - Diagrama de momento fletor (kNm)

Abaixo temos os diagramas de esforços da Estrutura C, Figuras 12 a 14, e é bastante


perceptível a nulidade de esforços cortantes e momentos fletores nos diagramas resultantes,
Figura 13 e 14. Isso se deve ao fato de que a ligação entre as barras é do tipo flexível, o que
possibilita rotação livre das barras não havendo ocorrência de esforço cortante e momento
fletor.
Posto isso, chegamos a conclusão de que o sistema estrutural é uma Treliça, pois todas
ligações são flexíveis entre as barras, havendo somente força axial (esforço normal). Além
disso, nota-se que a estrutura está sob o estado de tensão baseado na tração e compressão
uniforme.
Figura 12 - Estrutura C - Diagrama de esforço normal (kN)

Figura 13 - Estrutura C - Diagrama de esforço cortante (kN)


Figura 14 - Estrutura C - Diagrama de momento fletor (kNm)

4. CONCLUSÃO

Com todas as análises realizadas foi possível atentar para a influência da


composição de nós na configuração estrutural, observando de que forma ela pode trazer
impacto na transferência de esforço cortante e de momento fletor. Assim também, foi
notável como o sistema estrutural pode ser modificado através de uma simples troca de
ligações entre elementos estruturais.
Ademais, a utilização do Frame Tool(FTOOL) elevou o nível do conhecimento
passado em sala de aula pela proposta de gerar os diagramas de esforços pelo software e
desenvolver o raciocínio por trás das informações de cada diagrama. Pois, antes da
análise, todas as três estruturas (A, B e C) tinham suas formas parecidas, mas, ao decorrer
do trabalho, foi possível entender como cada estrutura diverge uma da outra.
Em todo o desenvolvimento foi constatado que a Estrutura A e B, apresentando
esforço normal, cortante e momento fletor, sendo a primeira com ligações rígidas e a
segunda com ligações mistas, podem ser classificados como pórtico. E a Estrutura C,
apresentando somente esforço normal, tendo somente ligações rígidas entre os elementos,
pode ser classificada como treliça.

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