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Pedro Neto
Fevereiro de 2007
ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
Nota Prévia
O presente documento tem como principal objectivo contribuir para uma melhor
compreensão de algumas matérias leccionadas na disciplina de Mecânica I da Escola
Superior de Tecnologia do Barreiro, do Instituto Politécnico de Setúbal. Deste modo os
alunos têm acesso a um conjunto de conceitos teóricos, ilustrados com vários exemplos
práticos devidamente comentados.
Pedro Neto.
Análise da Estatia de uma Estrutura
Índice
Índice............................................................................................................................ 1
1. Introdução ............................................................................................................. 3
2. Estatia Exterior...................................................................................................... 3
2.1 Condições de apoio........................................................................................ 4
2.2 Análise da estatia ........................................................................................... 7
2.3 Ligações ao exterior mal distribuídas ............................................................. 8
3. Estatia Interior....................................................................................................... 9
3.1 Tipos de ligações ........................................................................................... 9
3.2 Abordagem estática ..................................................................................... 10
3.3 Abordagem cinemática ................................................................................ 16
3.4 Ligações interiores mal distribuídas ............................................................. 21
4. Estatia global....................................................................................................... 21
4.1 Ligações mal distribuídas ............................................................................ 22
5. Análise de Estruturas Trianguladas...................................................................... 22
6. Método das Estruturas Arborescentes .................................................................. 24
7. Exercícios Propostos ........................................................................................... 26
Agradecimentos .......................................................................................................... 28
Bibliografia ................................................................................................................. 28
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ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
2
Análise da Estatia de uma Estrutura
1. Introdução
2. Estatia Exterior
A estatia exterior de uma estrutura está relacionada com a forma como esta se encontra
ligada ao exterior de acordo com as respectivas condições de apoio. Esta análise, ao
envolver apenas forças exteriores, nomeadamente as designadas reacções de apoio,
corresponde a considerar a estrutura como um corpo rígido, ou seja, que esta é
indeformável, pois admitem-se como inalteráveis as distâncias entre cada parte
constituinte da estrutura.
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ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
Apoio móvel 1
Apoio fixo 2
Encastramento 3
Tabela 1
Os tipos de apoio referidos podem ser observados nas diversas estruturas com
aparências distintas. Considere-se a ponte metálica representada na Figura 1, em relação
à qual é possível observar a forma como se processa a ligação do tabuleiro aos
encontros e pilares, por meio de aparelhos de apoio, os quais se destacam na Figura 2. A
Figura 2 (a) mostra um apoio móvel, pois é permitida a rotação e uma translação, neste
caso na horizontal, por meio de uma articulação e de rolamentos, respectivamente. O
apoio ilustrado na Figura 2 (b) difere do anterior na medida em que os deslocamentos
horizontais estão impedidos, resultando então num apoio fixo. Outros exemplos de
aparelhos de apoio podem ser observados na Figura 3 (a) e (b), sendo que a primeira
figura se refere a um apoio móvel e a segunda a um apoio fixo.
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Análise da Estatia de uma Estrutura
Figura 1
(a) (b)
Figura 2
(a) (b)
Figura 3
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ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
Figura 4
No caso da estrutura obrigar a uma análise tridimensional, esse aspecto deve ser
considerado na análise das condições de apoio. O número de disposições possíveis das
reacções de apoio é naturalmente maior do que no caso plano, atendendo a que o
número de reacções passa de três (plano) para seis (espaço). No Tabela 2, representam-
-se alguns dos principais apoios que podem ser definidos no espaço tridimensional.
Apoio móvel 1
Apoio fixo 3
Encastramento 6
Tabela 2
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Análise da Estatia de uma Estrutura
Das forças exteriores aplicadas numa estrutura, são as reacções de apoio que são em
geral desconhecidas à partida, sendo que, o grau de estatia pode ser determinado através
da diferença entre o número de incógnitas estáticas e o número de equações de
equilíbrio (abordagem estática). No caso da referida diferença ser nula, a estrutura
classifica-se, numa primeira análise, de exteriormente isoestática, significando que o
número de ligações ao exterior é o necessário e suficiente para garantir o equilíbrio.
Este sistema é então possível e determinado, significando que o equilíbrio é sempre
possível, existindo apenas uma distribuição das cargas actuantes pelos apoios.
Outra situação que pode ocorrer é resultado do número de reacções de apoio apresentar-
-se inferior ao número de equações de equilíbrio. Neste caso, as ligações são menos que
as estritamente necessárias para assegurar o equilíbrio, sendo o sistema impossível. De
salientar que para casos particulares de carregamento o equilíbrio pode ser possível,
porém a classificação da estatia não é alterada, uma vez que é referente a um caso
genérico de carga, como já mencionado. A estrutura é neste caso exteriormente
hipoestática de grau n.
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ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
Nas condições referidas, quando no plano todas as reacções concorrem num mesmo
r r
ponto O qualquer, como M oR = ∑ M o ≠ 0 , é permitida a rotação do corpo em torno
desse ponto O (Figura 5 (a)). Outra situação de ligações ao exterior mal distribuídas
surge quando todas as reacções são paralelas, pois na direcção perpendicular, a soma
das forças é sempre diferente de zero, havendo a possibilidade do corpo apresentar
movimento de translação segundo a direcção ortogonal à linha de acção das reacções
(Figura 5 (b)).
(a) (b)
Figura 5
Generalizando para o caso espacial, obtém-se uma situação de ligações mal distribuídas
quando todas as reacções intersectam um eixo, pelo que o corpo pode rodar em torno
desse eixo, como ilustra a Figura 6 (a). Por outro lado, se não há reacções segundo uma
ou mais direcções, o corpo pode ter movimento de translação segundo essa ou essas
direcções (Figura 6 (b)).
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Análise da Estatia de uma Estrutura
(a) (b)
Figura 6
3. Estatia Interior
A análise da estatia interior de uma estrutura está relacionada com a forma como as
várias partes componentes da estrutura se encontram ligadas entre si e com o seu
contributo para o equilíbrio da estrutura. Atendendo às grandezas envolvidas na análise
da estatia serão apresentadas duas abordagens: estática e cinemática. De salientar que a
classificação da estrutura quanto à estatia é independente da abordagem adoptada.
No que respeita à análise da estatia interior importa conhecer a forma como cada parte
da estrutura se encontra ligada entre si, o que passa por conhecer as respectivas ligações
interiores. Em geral as ligações podem ser rotuladas ou de continuidade, sendo as
primeiras muito comuns em estruturas metálicas, servindo de exemplo a ligação
representada na Figura 7, relativa à ponte da Figura 1.
(a) (b)
Figura 7
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ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
Figura 8
Os diferentes elementos que constituem uma estrutura encontram-se ligados entre si por
meios das forças internas. À semelhança do que sucede com a estatia exterior, o grau de
estatia pode ser determinado através da diferença entre o número de incógnitas estáticas
e de equações de equilíbrio. Porém, neste caso, as reacções não são as incógnitas a
considerar, mas sim a forças interiores, responsáveis pela ligação dos vários elementos
da estrutura. Assim, nesta análise são ignoradas as condições de apoio da estrutura,
sendo as reacções encaradas como quaisquer forças exteriores.
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Análise da Estatia de uma Estrutura
B C
Figura 9
Como apenas se pretende analisar a estatia interior, as condições de apoio são para o
efeito ignoradas. A Figura 10 mostra cada uma das barras da estrutura separadamente,
bem como as forças interiores responsáveis pela sua união. De salientar que apenas
estas forças estão representadas, não tendo havido preocupação na sua definição, uma
vez que o carregamento não foi especificado, pois pretende-se que esta análise seja
geral. Começando aleatoriamente pela barra AB, são quatro, as forças exercidas pelas
restantes barras da estrutura, em A e B, correspondendo naturalmente ao número de
incógnitas. O número de equações de equilíbrio nesta barra é de três, dado tratar-se de
um corpo rígido definido no plano. Seguindo para a barra BC, tem-se que as forças de
ligação em B resultam da aplicação da Terceira Lei de Newton e não por equilíbrio da
barra, não constituindo novas incógnitas. Porém, no ponto C surgem mais duas novas
forças de ligação, que terão de ser consideradas, bem como mais três equações de
equilíbrio relativas à barra BC. Por fim, na barra AC todas as forças de ligação podem
ser determinadas por aplicação da Terceira Lei de Newton, não sendo por isso novas
incógnitas. Não se consideram então as equações de equilíbrio associadas a este
elemento, pois seriam linearmente dependentes em relação às restantes, o que falsearia a
conclusão quanto à estatia interior da estrutura. Contabilizando o número de incógnitas
e de equações, αi = (4 + 2) – (3 + 3) = 0, tem-se que esta estrutura é interiormente
isestática, em que αi representa o grau de estatia interior de uma estrutura.
+ 2 incógnitas
B 3 equações C
C
B
4 incógnitas
3 equações A A
Figura 10
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ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
No exemplo da Figura 9, onde todas a ligações eram rotuladas, considere-se, agora, que
passam a ser ligações de continuidade, como ilustra a Figura 11. Note-se que não foi
feita referência às condições de apoio da estrutura dada a sua irrelevância na análise da
estatia interior.
B C
Figura 11
A Figura 12 mostra as forças interiores actuantes em cada barra. Começando pela barra
AB, tem-se que o número de forças exercidas em A e B pelas restantes barras da
estrutura, é de seis, sendo o número de equações de equilíbrio de três. Seguindo para a
barra BC, tem-se que as forças de ligação em B resultam da aplicação da Terceira Lei
de Newton e não por equilíbrio da barra, não constituindo novas incógnitas. Porém, no
ponto C surgem duas novas incógnitas, que serão consideradas, tal como as três
equações de equilíbrio relativas à barra BC. Finalmente, na barra AC todas as forças de
ligação podem ser determinadas por aplicação da Terceira Lei de Newton, não sendo
consideradas, bem como as equações de equilíbrio associadas a este elemento. Então,
contabilizando o número de incógnitas e de equações, αi = (6 + 3) – (3 + 3) = 3, tem-se
que a estrutura é interiormente hiperestática do 3º grau.
+ 3 incógnitas
B 3 equações C
C
B
6 incógnitas
3 equações A A
Figura 12
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Análise da Estatia de uma Estrutura
+ 3 incógnitas
B 3 equações C
C
B
3 incógnitas
3 equações A A
Figura 13
Isoestática
B (αi = 0) C C
B C
A 4 incógnitas
A A 3 equações
(a) (b)
Figura 14
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ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
possível, porém a classificação da estatia não é alterada, uma vez que é referente a um
caso genérico de carga, como já mencionado. A estrutura é neste caso exteriormente
hipoestática de grau n, servindo a Figura 15 para ilustrar uma situação nessas condições.
B C
Figura 15
Como mostra a Figura 16, são duas as forças interiores actuantes na barra AB, sendo
três as equações de equilíbrio. Na barra BC, as forças de ligação em B resultam da
aplicação da Terceira Lei de Newton e não por equilíbrio da barra, pelo que não são
consideradas, bem como as equações de equilíbrio associadas a este elemento. Ao
contabilizar o número de incógnitas e de equações, αi = 2 – 3 = -1, tem-se que a
estrutura é interiormente hipoestática do 1º grau.
B C
B
2 incógnitas
3 equações A
Figura 16
Nos exemplos anteriores procedeu-se à análise de cada uma das barras da estrutura de
forma a classificá-la quanto à estatia. Contudo, em situações onde se conheça em
antemão a estatia de parte da estrutura, é possível abreviar a análise com base nesses
dados. A fim de ilustrar o referido considere-se a estrutura representada na Figura 9,
tendo-se adicionado duas barras, BD e CD, dispostas como indicado na Figura 17.
B C
Figura 17
14
Análise da Estatia de uma Estrutura
A Figura 18 mostra as forças internas nas barras BD e CD. Ao iniciar-se a análise pela
barra BD, as forças de ligação no ponto D pertencente à barra CD são determinadas por
aplicação da Terceira Lei de Newton e não por equilíbrio da barra, logo não constituem
novas incógnitas. Atendendo à parte da estrutura cuja estatia já é conhecida tem-se
αi = 0 + (4 – 3) + (2 – 3) = 0, classificando-se a estrutura de interiormente isoestática.
Assim, é possível concluir que ao adicionar a uma estrutura duas barras bi-articuladas
concorrentes entre si numa rótula, a estatia da estrutura não é alterada. Esta conclusão
tem particular interesse na análise da estatia de estruturas trianguladas, como se verá
adiante no Parágrafo 5. No exemplo, a estrutura manteve-se isoestática após a
consideração destas duas barras.
D D
4 incógnitas
3 equações
+2 incógnitas
3 equações C
B
Isoestática
B (αi = 0) C
Figura 18
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ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
C
B
D
B
6 incógnitas
6 equações
A
Figura 19
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Análise da Estatia de uma Estrutura
2 rest. 2 rest.
3 g.l.
B C
3 g.l.
A
2 rest.
Figura 20
Considere-se agora a estrutura representada na Figura 21 (a), sobre a qual se sabe que a
substrutura formada pelo triângulo ABC é isostática, servindo por isso de referência na
presente análise (Figura 21 (b)). As barras BD e CD apresentam cada uma 3 g.l.
relativamente à parte da estrutura que serve de referência, de modo a avaliar os
deslocamentos relativos. Estas duas barras encontram-se ligadas entre si por meio de
uma ligação de continuidade, a qual impõe 3 restrições, impedindo as duas translações e
a rotação. A barra BD encontra-se também ligada à restante estrutura por uma rótula em
B, sucedendo algo de semelhante com a barra CD. Deste modo e sabendo que cada
ligação rotulada corresponde a 2 restrições, tem-se αi = 2 × 2 rest. + 3 rest. –
2 × 3 g.l. = 1, tratando-se assim de um estrutura interiormente hiperstática do 1º grau.
De salientar que a forma mais eficaz de chegar a este resultado, consiste em notar que à
estrutura triangulada ABC foi adicionada uma barra bi-articulada (barra BDC).
D 3 rest.
D
3 g.l. 3 g.l.
B C 2 rest. 2 rest.
B C
A A
(a) (b)
Figura 21
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ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
D
B E C
Figura 22
Considerando por exemplo a barra AB como sendo de referência, cada uma das
restantes barras, antes de se procederem às ligações, apresenta 3 g.l. em relação à barra
AB, o que perfaz um total de (7 barras – 1 barra referência) × 3 g.l. = 18 g.l. Analise-se
agora o que se passa em relação ao número de restrições introduzidas por cada uma das
ligações. O nó A permite a ligação da barra AC à barra de referência, impondo 2
restrições. As barras BD e BE encontram-se ambas ligadas à barra AB por meio de uma
rótula, resultando em 2 × 2 restrições. Em C é efectuada a ligação das barras CD e CE à
restante estrutura de forma similar ao que acontece no nó B, devendo-se então
considerar mais 2 × 2 restrições. A ligação entre as barras BD e CD é de continuidade,
de modo que são introduzidas na estrutura 3 restrições. Quanto à ligação em D, da barra
DE, é do tipo rotulado conduzindo a mais 2 restrições. Falta apenas considerar a ligação
em E, cujas condições são idênticas à do caso anterior e como tal tem-se
3 + 2 restrições. Atendendo ao referido, obtém-se um número total de
2 + 2 × 2 + 2 × 2 + 3 + 2 + 3 + 2 = 20 restrições. Assim, contabilizando a diferença
entre o número de restrições e de graus de liberdade resulta αi = 20 rest. – 18 g.l. = 2,
chegando-se ao resultado esperado, embora por uma via mais sinuosa.
D (3+2) rest.
3 g.l. 3 g.l.
3 g.l.
(2+2) rest. E (2+2) rest.
B (3+2) rest. C
3 g.l.
A 2 rest.
Figura 23
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Análise da Estatia de uma Estrutura
analisada, obtém-se mais 1 g.l. por razões análogas às anteriores. Por fim, para
completar a estrutura resta introduzir a ligação rotulada em A, conferindo 2 restrições,
pelo que αi = 2 rest. – 2 × 1 g.l = 0, confirmando-se que a estrutura é interiormente
isoestática.
B -1 C B -1 -1 C B -1 -1 C
+2
A A A
Figura 24
D (3+3) rest.
D 6 g.l.
C
6 g.l. 6 g.l. (3+3) rest.
C
6 g.l. 6 g.l.
(3+3) rest. (3+3) rest.
A B B
A
(a) (b)
Figura 25
De salientar que no caso de uma barra não ser bi-articulada e/ou nela convergir uma ou
mais barras, já não se tem as condições anteriores, como se mostra no exemplo da
Figura 26, tratando-se agora de uma estrutura interiormente hipoestática do 1º grau, pois
há possibilidade da barra AD rodar em torno do seu eixo.
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ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
D
F
C
E
A B
Figura 26
(a) (b)
Figura 27
Outro resultado importante é o que se apresenta por meio do exemplo da Figura 28 (a),
neste caso a parte da estrutura formada pela barras AC, CD e BD, formam uma malha
aberta, pelo que logo se conclui ser isoestática interiormente, analogamente ao
observado no caso plano. Ao introduzir-se a barra EF, tem-se uma estrutura
interiormente hiperestática do 1º grau, pois αi = 2 × 3 rest. – 5 g.l. = +1, como se pode
observar na resolução esquematizada na Figura 28 (b). Tal como já acontecera no plano,
conclui-se que no espaço tridimensional, adicionar uma barra bi-articulada corresponde
a elevar o grau de estatia em uma unidade.
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Análise da Estatia de uma Estrutura
C C
E D 3 rest.
E D
5 g.l.
F F
A A 3 rest.
B B
(a) (b)
Figura 28
(a) (b)
Figura 29
4. Estatia global
O grau de estatia global de uma estrutura, αg, pode ser determinada, simplesmente, a
partir da soma algébrica dos graus de estatia exterior, αe, e interior, αi,: αg = αe + αi.
Com o objectivo de melhor elucidar, apresenta-se na Tabela 3 alguns resultados
referentes à estatia global, aproveitando para o efeito as análises efectuadas
anteriormente em relação à estatia exterior e interior.
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ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
Figura αe αi αg
9 0 0 0 Estrutura globalmente isoestática
17 0 0 0 Estrutura globalmente isoestática
21 0 1 1 Estrutura globalmente hiperestática do 1º grau
22 0 2 2 Estrutura globalmente hiperestática do 2º grau
25 3 0 3 Estrutura globalmente hiperestática do 3º grau
26 3 -1 2 Ligações mal distribuídas
27 3 0 3 Estrutura globalmente hiperestática do 3º grau
28 6 1 7 Estrutura globalmente hiperestática do 7º grau
Tabela 3
(a) (b)
Figura 30
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Análise da Estatia de uma Estrutura
Figura 31
Esta metodologia é por ventura a forma mais eficaz de avaliar a estatia interior de uma
estrutura triangulada plana. De salientar, no entanto, que o facto de uma estrutura ser
constituída por barras bi-articuladas formando triângulos, não significa que seja
isoestática interiormente, como é o caso que se apresenta na Figura 32.
D E
A B
Figura 32
4 incógnitas
D 3 equações E
D Isoestática E
(αi = 0)
A B
Figura 33
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ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
G H I G H I
D E F D E F
+3 +3
A B C A B C
(a) (b)
Figura 34
O método das estruturas arborescentes pode também ser aplicado na avaliação da estatia
global. Atendendo a que a existência de um único encastramento permite classificar a
estrutura de exteriormente isoestática, então para que o seja globalmente é necessário
que o mesmo aconteça interiormente. Assim, se o apoio de uma estrutura que se
apresenta como uma malha aberta for um único encastramento, esta é globalmente
isoestática, sendo esta a base de aplicação do método em relação à estatia global.
Considere-se novamente a Figura 34 (a), sendo necessário proceder aos cortes indicados
na Figura 35 para que a estrutura fique nas condições anteriores, em que
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Análise da Estatia de uma Estrutura
+3 H +3 I
G
D E F
+3 +3
A B C
Figura 35
+6
+6
+6
+6
(a) (b)
Figura 36
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ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
Para finalizar, refira-se que a designação deste método se deve ao aspecto das estruturas
após a sua aplicação, dada a sua semelhança com árvores, principalmente na análise da
estatia global.
G I +3 H +3 I
G G
D E F D E -1 F
+3 -1 -1 +3
A B C A -1 B -2 C
(a) (b)
Figura 37
7. Exercícios Propostos
Proceda à análise da estatia exterior, interior e global, de cada uma das estruturas
representadas nas alíneas seguintes.
(a) (b)
(c) (d)
26
Análise da Estatia de uma Estrutura
(e) (f)
(g) (h)
(i) (j)
(k) (l)
(m) (n)
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ESTBarreiro/IPS Análise de Estruturas Isostáticas
(o) (p)
(q) (r)
(s) (t)
Agradecimentos
Aos alunos António José Henriques de Jesus Simões e Sérgio Paulo Pereira Pós de
Mina agradece-se a cedência da maioria das fotografias presentes no texto.
Bibliografia
Neves, I. C., Estatia e Equilíbrio, Instituto Superior Técnico, Agosto, Abril, 2002.
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