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UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA

ENGENHARIA CIVIL

ESTATICIDADE DAS ESTRUTURAS

FERNANDO ASSAO

Presidente Prudente - SP
2020
ESTATICIDADE DAS ESTRUTURAS

1. INTRODUÇÃO
Uma estrutura relaciona-se a um conjunto de sistemas conectados com
a função de resistir a cargas e transmiti-las para os apoios. São utilizadas na
engenharia civil em abundância para a construção de edifícios, pontes, entre diversos
outros sistemas construtivos.
Para a escolha da estrutura ideal para determinado sistema, há diversos
fatores que devem ser considerados, tais como, fatores econômicos, eficiência,
funcionalidade, ambiente, estética, entre outros. Para isso, são necessários diversos
estudos independentes com soluções distintas até que seja definida uma resolução
final mais apropriada para o caso (HIBBELER, 2013).

2. OBJETIVO
O objetivo do presente artigo é uma pesquisa sobre os conceitos e
aplicações da estaticidade das estruturas dentro da engenharia civil. Além disso,
busca-se uma técnica para a definição do número estático de uma determinada
estrutura.

3. CONCEITOS
Uma série de conceitos se faz necessário para a compreensão da
estaticidade das estruturas. Entre eles, o grau de liberdade e os apoios. Grau de
liberdade é a ação estática de um sistema que provoca uma tendência de translação
ou rotação em uma estrutura (SUSSEKIND, 1981). Os apoios possuem a função de
restringir os graus de liberdade de uma estrutura. Os apoios são classificados
conforme a restrição que ele provoca.
Os apoios são divididos em gêneros:

a) Primeiro gênero
O apoio de primeiro gênero, também chamado de apoio simples móvel,
restringe apenas o movimento linear em uma direção.
Figura 1 – Apoio de primeiro gênero

Fonte: ENGENHEIRACO (2013).

Conforme visto na figura, o apoio restringe apenas o movimento vertical


causado pelo peso próprio da estrutura e a força F 1. Não há restrição à força horizontal
F2, por isso esse apoio também é chamado de apoio simples móvel. Também pode
ser representado conforme a seguir:

Figura 2 – Representação do apoio de primeiro gênero

Fonte: SUSSEKIND (1981).

b) Segundo gênero
O apoio de segundo gênero, ou apoio simples fixo, restringe o
movimento linear em duas direções.

Figura 3 - Apoio de segundo gênero

Fonte: ENGENHEIRACO (2013).


Na figura acima, podemos notar que o apoio de segundo gênero
restringe o movimento causado pelas forças F 1 e F2 gerando duas reações. Outras
formas de representação desse gênero são:

Figura 4 - Representação do apoio de segundo gênero

Fonte: SUSSEKIND (1981).

c) Terceiro gênero
O apoio de terceiro gênero ou engaste restringe o movimento linear em
duas direções e a rotação e torno do próprio ponto.

Figura 5 – Apoio de terceiro gênero

Fonte: ENGENHEIRACOS (2013).

Percebe-se que o engaste restringe os movimentos lineares possíveis e


também impede a barra de rotacionar criando para essa finalidade um momento fletor
contrário à tendência do movimento. Outras representações desse tipo de apoio:
Figura 6 - Representação do apoio de terceiro gênero

Fonte: SUSSEKIND (1981).

Essas reações provocadas pelos apoios são chamadas de reações de


apoio e são de extrema importância para a determinação da estaticidade da estrutura
analisada.

4. ESTATICIDADE
A estaticidade da estrutura é classificada através de três parâmetros.
Quando o número de reações de apoio for igual ao número de equações
de equilíbrio disponíveis (número de incógnitas), a estrutura é definida como
isostática, ou seja, é uma estrutura estável e possui vínculos suficientes para garantir
sua estabilidade e imobilidade.
Quando o número de reações de apoio for menor ao número de
equações de equilíbrio disponíveis (número de incógnitas), a estrutura é definida como
hipostática, ou seja, é uma estrutura instável e não possui vínculos suficientes para
garantir sua estabilidade e imobilidade. Por ser instável, esse tipo de estrutura não é
utilizado para nenhuma construção civil.
Quando o número de reações de apoio for maior ao número de equações
de equilíbrio disponíveis (número de incógnitas), a estrutura é definida como
hiperestática, ou seja, é uma estrutura estável e possui vínculos em abundância para
garantir sua estabilidade e imobilidade.
Uma estrutura é classificada segundo seu grau de estaticidade (g), que
relacionará as reações de apoio, rótulas e as forças empregadas sobre a estrutura
(SPERANDIO; PIFFER, 2011). Para o cálculo desse grau de estaticidade, temos a
seguinte equação:
Onde:
r é o número de reações de apoio;
i é o número de esforços internos na seção do elemento;
m é o número de membros ou de elementos da estrutura;
e é o número de equações de equilíbrio da estática aplicáveis a cada nó
na estrutura;
n é o número de nós da estrutura;
nr é o número de equações adicionais, devidas às seções rotuladas.

Logo, temos a seguinte análise:

g<0 g=0 g>0

• estrutura • estrutura • estrutura


hipostática isostática hiperestática

5. CONCLUSÃO
Por ser instável, a estrutura hipostática não é utilizada dentro da
engenharia civil. São mais utilizadas as estruturas isostáticas e hiperestáticas pois
essas fornecem estabilidade para a estrutura. Há diversas técnicas desenvolvidas por
pesquisadores para a determinação das reações de apoio e deslocamento em
estruturas hiperestáticas, o que possibilita ao engenheiro civil a utilização desse tipo
de estrutura em suas construções.

7. REFERÊNCIAS

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 8ª ed. PEARSON, 2013.

SILVA; WILLIAM. Tipos de apoio. Disponível em:


https://engenheiraco.blogspot.com/2013/11/tipos-de-apoio.html. Acesso em 25 de
março de 2020.
SPERANDIO; LEONARDO S. PIFFER. VINICIUS S. Determinação do
grau de estaticidade de uma estrutura. Universidade Federal do Espírito Santo.
Departamento de Engenharia Civil, 2011.

SUSSEKIND, JOSÉ CARLOS. Curso de Análise Estrutural –


Estruturas Isostáticas Vol. 1; 6ª Ed.; Editora Globo, Porto Alegre – 1981.

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