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PROPÓSITO
Compreender os conceitos e as equações do equilíbrio estático do corpo rígido para o
aprendizado do dimensionamento de estruturas.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora
científica ou use a calculadora de seu
smartphone/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 1
Identificar os
principais vínculos de uma
estrutura bidimensional
INTRODUÇÃO
Boas-vindas ao estudo do equilíbrio dos corpos rígidos.
Figura 1 -
Apoio do tipo engaste. Fonte: Autor
Figura 2 -
Restrições. Fonte: Autor
Uma translação
Duas translações
A figura 3 ilustra a representação mais comum para os três apoios citados. Observe que
existem rótulas na parte superior dos apoios de primeiro e
segundo gênero, não
restringindo movimentos de rotação. Observe, ainda, na figura 3, as representações
desses vínculos.
Figura 3 -
Apoios de 1º, 2º e 3º gêneros. Fonte: Autor
REAÇÕES NOS VÍNCULOS DE ESTRUTURAS BIDIMENSIONAIS
Figura 4 -
Reações em apoios de 1º, 2º e 3º gêneros. Fonte: Autor
SAIBA MAIS
A figura 5 apresenta uma representação esquemática de uma marquise. Note que uma de suas
extremidades apresenta-se presa à estrutura, com
restrições à translação e à rotação,
enquanto a outra extremidade encontra-se livre. A ideia do balanço fica bem explícita
nesse elemento.
Figura 5 -
Exemplo real de vínculo de 3º gênero. Fonte: Autor
GRAUS DE LIBERDADE
Figura 6 -
Junta universal. Fonte: Autor
TEORIA NA PRÁTICA
Na Engenharia, a presença de estruturas equilibradas e com diversos tipos de apoios está
muito presente no dia a dia. Como foi visto neste módulo,
três classes são possíveis
para os vínculos. Para que você possa perceber isso na prática, alguns exemplos de
situações reais serão apresentados
neste tópico.
Rodas
traseiras de um carrinho de compras (apoio de 1º gênero). Fonte: Autor
Sistema
preso a um apoio articulado de segundo gênero. Fonte: Autor
Neste módulo, foi visto o apoio de terceiro gênero, o que impõe as três restrições, as
duas translações nos eixos x e y (∆x = 0 e ∆y = 0) e,
também, a
rotação em torno do eixo z (∆θz = 0).
Exemplos clássicos são as
varandas e as marquises. Na figura seguinte, uma estrutura em balanço é
apresentada na
forma de uma pequena varanda.
RESOLUÇÃO
Vínculos em estruturas bidimensionais - exemplos reais.
MÃO NA MASSA
1. EM MUITAS ESTRUTURAS DE PONTES, É COMUM A UTILIZAÇÃO DAS VIGAS GERBER (DENTES DE GERBER),
QUE PERMITEM A “TRANSMISSÃO” DO MOMENTO DE UMA REGIÃO DA ESTRUTURA PARA OUTRA. NA FIGURA A
SEGUIR, TEM-SE UM ESQUEMA DA VIGA GERBER EM DESTAQUE.
FONTE: AUTOR
CONSIDERANDO APENAS A VIGA GERBER (EM VERDE), O APOIO DESTACADO PODE SER CLASSIFICADO COMO
UM APOIO DE QUE GÊNERO?
A) 2 ≤ n + g ≤ 6
B) 0 ≤ g ≤ 3 e 0 ≤ n ≤ 3
FONTE: AUTOR
A) 1 grau de liberdade.
B) 2 graus de liberdade.
C) 3 graus de liberdade.
D) 4 graus de liberdade.
4. CONSIDERE UMA ESTRUTURA EM EQUILÍBRIO ESTÁTICO SOB UM CARREGAMENTO PLANO. NA ILUSTRAÇÃO
A SEGUIR, PARTE DESSA ESTRUTURA É REPRESENTADA COM UM DE SEUS VÍNCULOS.
FONTE: AUTOR
6. UM APOIO DE PRIMEIRO GÊNERO É AQUELE QUE RESTRINGE UMA TRANSLAÇÃO EM UM EIXO, POR EXEMPLO
Y, PERMITINDO A TRANSLAÇÃO NO OUTRO EIXO, O X. EM SUA PARTE SUPERIOR EXISTE UMA RÓTULA QUE NÃO
RESTRINGE A ROTAÇÃO. SUPONHA QUE UMA ESTRUTURA TENHA ALGUNS APOIOS METÁLICOS DESSE TIPO E
QUE ELA ESTEJA LOCALIZADA PRÓXIMO A UM AMBIENTE DE ATMOSFERA CORROSIVA. EM VIRTUDE DISSO, UM
DESSES VÍNCULOS É AFETADO PELA OXIDAÇÃO E A RÓTULA FICA EMPERRADA. DESSA FORMA, É POSSÍVEL
AFIRMAR QUE ESSE VÍNCULO:
C) Passará a ter 2 restrições, pois continuará a impedir a translação no eixo y, mas também a rotação.
GABARITO
1. Em muitas estruturas de pontes, é comum a utilização das vigas Gerber (dentes de Gerber), que permitem a “transmissão” do momento
de uma região da estrutura para outra. Na figura a seguir, tem-se um esquema da viga Gerber em destaque.
Fonte: Autor
Considerando apenas a viga Gerber (em verde), o apoio destacado pode ser classificado como um apoio de que gênero?
As vigas tipo Gerber comportam-se como rótulas nas estruturas a que pertencem, não restringindo, assim, o movimento de rotação. Contudo, uma
análise da figura permite concluir que não são possíveis translações na horizontal e na vertical. Sendo assim, existem duas restrições de translação,
ou seja, o apoio é do segundo gênero.
2. Um estudante, refletindo sobre os vínculos de uma estrutura, pensou sobre a definição do grau de liberdade desse vínculo na estrutura
em questão. Suponha que “n” seja o número de restrições impostas por um vínculo de uma estrutura tridimensional, em que “n” é um
número natural e “g” o grau de liberdade do vínculo. É correto afirmar que:
Na situação extrema, um vínculo apresenta grau de liberdade (g) igual a 0, impondo apenas 6 restrições (n). Assim, é verdade que n + g = 6. Ao se
pensar em todas as possibilidades, é possível concluir que um vínculo como a rótula, por exemplo, permite 3 rotações (g) e impede 3 translações (n).
Então, é possível que n = g. Quanto à razão (n+g)/g=4, como n + g = 6, tem-se que 6/g=4, ou ainda 6/4=g, o que implica que g = 1,5, logo, não é
possível porque g é um número natural.
3. No estudo dos vínculos de uma estrutura, é possível compreender perfeitamente suas atuações fazendo uma análise dos graus de
liberdade. Suponha que o vínculo da figura a seguir (um mancal com atrito) pertença a uma estrutura tridimensional em equilíbrio estático.
Avalie as restrições possíveis e responda o grau de liberdade do vínculo.
Fonte: Autor
4. Considere uma estrutura em equilíbrio estático sob um carregamento plano. Na ilustração a seguir, parte dessa estrutura é representada
com um de seus vínculos.
Fonte: Autor
O apoio restringe o movimento da estrutura apenas na direção perpendicular à sua base. Não é possível, a priori, definir o sentido dessa reação,
apenas a direção. Após a realização dos cálculos oriundos das equações de equilíbrio é que se pode chegar à conclusão sobre o sentido da reação.
Valor positivo indica que o sentido arbitrado para a reação está correto, e negativo indica que o sentido arbitrado deve ser invertido.
5. A definição de um vínculo pode ser realizada a partir do grau de liberdade ou das restrições impostas por ele. Suponha um vínculo numa
estrutura tridimensional com carregamento genérico. Sejam p e q, respectivamente, o grau de liberdade do vínculo e o número de restrições
que ele impõe à estrutura a que pertence. É correto afirmar que:
6. Um apoio de primeiro gênero é aquele que restringe uma translação em um eixo, por exemplo y, permitindo a translação no outro eixo, o
x. Em sua parte superior existe uma rótula que não restringe a rotação. Suponha que uma estrutura tenha alguns apoios metálicos desse
tipo e que ela esteja localizada próximo a um ambiente de atmosfera corrosiva. Em virtude disso, um desses vínculos é afetado pela
oxidação e a rótula fica emperrada. Dessa forma, é possível afirmar que esse vínculo:
O problema cita um apoio de 1º gênero (ver figura), ou seja, apresenta uma restrição (direção y) e 2 graus de liberdade (translação em x e rotação em
torno de z). Com a oxidação da rótula, haverá mais uma restrição imposta, visto que não será permitida a rotação em torno do eixo z. Assim, o total de
restrições é 1 + 1 = 2.
Fonte: Autor
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONSIDERE PARTE DE UMA ESTRUTURA INDICADA NA FIGURA E SUPONHA UM CARREGAMENTO SOBRE ELA.
AS HASTES QUE COMPÕEM A ESTRUTURA ESTÃO VINCULADAS ENTRE SI POR MEIO DE PARAFUSOS
(EQUIVALENTE A SOLDAS) E A UMA GRANDE CHAPA DE AÇO, DE TAL FORMA QUE É POSSÍVEL ASSOCIAR CADA
UNIÃO FEITA PELOS PARAFUSOS AO TIPO DE APOIO:
A) Do primeiro gênero, uma vez que impede apenas uma translação (∆x > 0, 0, ∆y = 0 e ∆θz = 0).
B) Do segundo gênero, uma vez que impede duas translações (∆x > 0, ∆y < 0 e ∆θz = 0).
C) Do terceiro gênero, uma vez que impede duas translações e uma rotação (∆x = 0, ∆y = 0 e ∆θz = 0).
D) Dependendo do carregamento, de qualquer um dos três gêneros (∆x, ∆y e ∆θz podem assumir quaisquer valores).
GABARITO
1. Considere parte de uma estrutura indicada na figura e suponha um carregamento sobre ela. As hastes que compõem a estrutura estão
vinculadas entre si por meio de parafusos (equivalente a soldas) e a uma grande chapa de aço, de tal forma que é possível associar cada
união feita pelos parafusos ao tipo de apoio:
Observando o plano anterior, é possível perceber que a ligação da barra é feita com um grande parafuso, impedindo, assim, translações e rotação (∆x
2. Parte de um sistema mecânico em equilíbrio encontra-se representado na figura, onde é possível visualizar dois vínculos: A e B. Em
relação a esses vínculos, é correto afirmar que:
Observando os vínculos, percebe-se que apresentam pinos que permitem rotação (∆θz ≠ 0). O apoio B apresenta a possibilidade de translação na
horizontal (∆x ≠ 0, ∆y = 0 e ∆θz ≠ 0). Assim, o apoio A apresenta 2 restrições e 1 grau de liberdade (rotação), enquanto o apoio B apresenta 1 restrição.
MÓDULO 2
Reconhecer os
sistemas de forças e as
condições de equilíbrio de um corpo rígido
INTRODUÇÃO
→
No estudo do equilíbrio de um corpo rígido, os dois entes físicos que caracterizam esse
estado são a resultante das forças R e a soma dos momentos
−
→ → −
→
M aplicados por elas. Quando R e M são simultaneamente nulos, está garantido o equilíbrio, que é dividido em
estático e dinâmico. No primeiro,
→ −
→
além das condições para R e M , sua velocidade é zero. No equilíbrio dinâmico, a diferença é que o sistema
apresenta movimento retilíneo uniforme
(MRU), ou seja, velocidade constante.
SITUAÇÃO 1
Suponha a situação em que uma pessoa movimente a cadeira para sentar-se à mesa. Mesmo
não conhecendo o conceito oficial de força, é bastante
intuitiva a ideia de que foi
necessário atuar na cadeira para que ela se movimentasse. Relacionado a essa
situação, surge o juízo popular do ente
físico força.
SITUAÇÃO 2
Se a situação imaginada for a de trocar o pneu furado de um carro, será preciso atuar
de tal forma na retirada dos parafusos que ocorra uma rotação
deles. Surge a ideia
do momento provocado por uma força, associando-o à rotação provocada por esta.
Figura 6 –
Representação de uma grandeza vetorial (força) e seus atributos. Fonte:
Autor
VOCÊ
SABIA
No caso da força concentrada, existe um único ponto de aplicação sobre a estrutura. Para
exemplificar, suponha uma pessoa de pé em um
apartamento. A força que ela faz sobre a
laje é considerada uma força concentrada.
Observe a figura 7 que, de maneira esquemática, apresenta a
situação descrita.
Figura 7 –
Representação de uma força (carga) concentrada. Fonte: Autor
Figura 8 –
Representação de uma força (carga) distribuída. Fonte: Autor
ATENÇÃO
Figura 9 –
Representação de uma força no plano xy atuando em um sistema. Fonte: Autor
Tomando-se como referência o par de eixos cartesianos x e y, qualquer vetor no plano pode
ser escrito a partir de suas componentes retangulares Fx e
Fy, que
representam seus módulos nas direções x e y, respectivamente. Além disso, são utilizados
os vetores unitários i (1,0) e j (0,1).
No caso do
→
vetor que representa a força F , pode-se escrevê-lo conforme a equação 1:
→
F = Fx . i + Fy . j
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
Equação 1
→
A figura 10 mostra a representação geométrica da decomposição da força F em suas componentes retangulares Fx e Fy.
Figura 10 –
Decomposição de uma força no plano xy. Fonte: Autor
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
Equação 2
Fy Fy
tgθ = → θ = arctg ( )
Fx Fx
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
Equação 3
→
A partir das equações 1 e 2 e utilizando os vetores unitários i e j, é
possível reescrever a força F conforme a equação 4.
→
F = F . cos θ . i + F . senθ . j
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
Equação 4
de Fx, Fy e F,
mostrados na equação 5.
2 2 2
Fx + Fy = F
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
Equação 5
ATIVIDADE
Seja a força apresentada na figura e o par de eixos xy. O módulo da força é 100N e o
ângulo θ que o vetor força forma com o eixo x é tal que o seno
vale 0,6 e o cosseno,
0,8. Escreva a força F em coordenadas retangulares.
Fonte:
Autor
RESOLUÇÃO
A partir da equação 2, é possível determinar as projeções da força F sobre os eixos x
e y, ou seja:
→
F = F . cosθ . i + F . senθ . j
→
F = 80 . i + 60 . j
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
forma com os eixos. Ainda é possível perceber as projeções da força nos eixos x,
y e z, ou seja, Fx, Fy e Fz.
→
Figura 11 –
Representação da força F no espaço e suas componentes retangulares. Fonte:
Autor
Fx
cos θx = → Fx = F . cos θx
F
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
Equação 6
Fy
cos θy = → Fy = F . cos θy
F
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
Equação 7
Fz
cos θz = → Fz = F . cos θz
F
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
Equação 8
ATENÇÃO
→
F = F . cos θx . i + F . cos θy . j + F . cos θz . k
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
Equação 9
ATIVIDADE
√2 3.√2 2√2
Suponha que uma força de intensidade 10kN atue de tal forma em uma estrutura que seus cossenos diretores valham 2
,
10
e
5
.O
engenheiro precisa escrever essa força em coordenadas retangulares e solicita
que seu estagiário resolva.
RESOLUÇÃO
Inicialmente, o estagiário transformou a unidade e encontrou para o
módulo da força o valor de 10. 000N . A partir das equações 6, 7 e 8, ele
determinou as componentes da força F
nas direções dos eixos x, y e z.
√2
Fx = F . cos θx → Fx = 10000 . = 7071N
2
3.√2
Fy = F . cos θy → Fy = 10000 . = 4243N
10
2 √2
Fz = F . cos θz → Fz = 10000 . = 5657N
5
→
F = F . cos θx . i + F . cos θy . j + F . cos θz . k
→
F = 7071 . i + 4243 . j + 5657 . k
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
RESULTANTE DE FORÇAS
Seja uma estrutura em que atue um conjunto com “n” forças. Por razões simplificadoras
matemáticas, é possível fazer a substituição desse conjunto
de forças por uma única,
denominada resultante das forças ou, simplesmente,
resultante. Essa substituição matemática não altera a consequência
física. A figura 12 apresenta uma estrutura em que agem quatro forças coplanares e a
substituição delas pela força resultante.
Figura 12 –
Sistema de forças em uma estrutura e sua resultante. Fonte: Autor
A resultante das forças que agem sobre um corpo é a soma vetorial dessas forças. É
possível fazer a decomposição retangular das várias forças e
agrupar “os termos
semelhantes” (em i, em j e em k). A equação 10 mostra essa
descrição.
→ → →
R = ∑ Fi → R = (∑ Fx ) . i + (∑ Fy ) . j + (∑ Fz ) . k
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
Equação 10
ATENÇÃO
| F1 − F2 | ≤ R ≤ | F1 + F2 |
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
ATIVIDADE
Suponha que um corpo esteja sob a ação de várias forças nas direções dos eixos ortogonais
x, y e z, conforme a figura. Determine a resultante das
forças.
Fonte:
Autor
RESOLUÇÃO
Inicialmente, deve-se observar os eixos desenhados e suas respectivas
orientações positivas (setas). Após identificar as resultantes em cada eixo, é
possível aplicar a equação 10 para determinar a resultante no corpo.
→ → →
R = ∑ Fi → R = (∑ Fx ) . i + (∑ Fy ) . j + (∑ Fz ) . k
∑ Fz = 40N
→
R = − 30 . i + 60 . j + 40 . k
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
−
→ →
→
Observando a figura 13, é possível perceber que o vetor momento M é perpendicular ao plano formado pela força F e o vetor posição r . Além
disso, é possível observar que ele apresenta um sentido de rotação.
Figura 13 –
Momento da força F em relação ao ponto O. Fonte: Autor
O momento de uma força em relação a um ponto é dado por um produto vetorial, conforme
mostra a equação 11.
−
→ →
→
M = r × F
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
Equação 11
→ −
→
→
Escrevendo os vetores posição r (rx, ry e rz) e a força F (Fx, Fy e Fz) em coordenadas retangulares,
obtém-se o vetor momento M a partir do
determinante a seguir.
∣ i j k ∣
−
→ ∣
∣
M = ∣
rx ry rz ∣
∣ ∣
∣ Fx Fy Fz ∣
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
ATENÇÃO
Fonte: Autor
ATIVIDADE
Suponha que uma força F (10, 20, 30), em N, seja aplicada num ponto A de coordenadas (1,
2, 5). Determine o momento dessa força em relação à
origem O (0, 0, 0) dos eixos x, y e
z.
RESOLUÇÃO
O vetor posição
−−→
→
r = OA = A − O = (1, 2, 5) − (0, 0, 0) = (1, 2, 5) .
−
→ →
→
A força F já se encontra escrita com suas coordenadas. Assim, aplicando-se
o produto vetorial M = r × F , da equação 11, é possível
determinar o vetor
momento.
∣ i j k ∣
−
→ ∣
∣
M = ∣
1 2 5 ∣
= 60i + 20k + 50j − 20k − 30j − 100i = − 40i + 20j + 0k
∣ ∣
∣ 10 20 30 ∣
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
→ → → −
→ −
→ →
R = ∑ Fi = 0
E M = ∑ M
i = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
Equação 12
Como foi visto nos itens anteriores, é possível escrever a resultante das forças, assim
como o momento resultante, em função de suas componentes
retangulares. Para garantir o
equilíbrio estático do sistema, basta que cada uma das componentes retangulares seja
igual a zero. Surgem, dessa
maneira, seis equações para o equilíbrio:
∑ Fx = 0
∑ Fy = 0
∑ Fz = 0
∑ Mx = 0
∑ My = 0
∑ Mz = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
Fonte:
Autor
−
−→
DETERMINAÇÃO DO VETOR UNITÁRIO NA DIREÇÃO AB
onde,
∣−−→∣ 2 2 2
= √( xB − xA ) + (yB − yA ) + (zB − zA )
∣ AB ∣
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
→ →
MULTIPLICAÇÃO DO MÓDULO DE F PELO VETOR UNITÁRIO. ASSIM, F = λ−
−→ . F
AB
−
−→
Exemplo: Considere uma força F de intensidade 100N que passe pelos pontos A (1, 3, 5) e B (4, 3, 9), tal que seu
sentido seja do vetor AB .
Determine a força em coordenadas retangulares.
−
−→
Solução: Determinação do vetor unitário na
direção do vetor AB
( 4, 3, 9) − (1, 3, 5) ( 3, 0, 4)
λ−
−→ = =
∣ −
−→ ∣ ∣ −
−→ ∣
AB ∣ AB ∣ ∣ AB ∣
Mas,
∣−−→∣ 2 2 2 2 2 2
= √( xB − xA ) + (yB − yA ) + (zB − zA ) = √(3) + (0) + (4) = √9
∣ AB ∣
Assim,
(3, 0, 4)
λ−
−→ =
5
AB
→
F = λ−
−→ . F
AB
→ (3, 0, 4)
F = . 100 = (3, 0 , 4) . 20 = (60, 0, 80)N
5
TEORIA NA PRÁTICA
Na Engenharia, o equilíbrio das estruturas é muito presente. Não faltam exemplos
práticos, como torres de transmissão, estruturas treliçadas (Linha
Vermelha no Rio de
Janeiro, por exemplo), dentre tantos outros. Em linhas gerais, o equilíbrio
translacional e o rotacional devem ser garantidos nessas
estruturas. Um exemplo
simplificado, porém, que não deixa de auxiliar na aplicação das equações do equilíbrio
em casos práticos, será realizado. A
seguir, tem-se uma questão apresentada em um
concurso.
Fonte:
Concurso
vestibular da FCM-PB
MÃO NA MASSA
A) R = 100N .
B) R = 400N
C) R = 800N
D) R = 1200N
2. SEJA UMA VIGA AB HOMOGÊNEA DE MASSA LINEAR DE Μ KG/M ENGASTADA A UMA PAREDE E PRESA A UM
CABO DE AÇO CONSIDERADO IDEAL (INEXTENSÍVEL E SEM MASSA), CONFORME A FIGURA. O CABO DE AÇO
FORMA UM ÂNGULO Θ COM A VIGA, DISPOSTA HORIZONTALMENTE. SUPONDO O EQUILÍBRIO, DETERMINE A
TRAÇÃO (EM N) NO CABO DE AÇO EM TERMOS DE COMPONENTES RETANGULARES, SENDO O MÓDULO DA
TRAÇÃO 13KN.
FONTE: AUTOR
→
A) T = − 5000i + 12000j
→
B) T = 12000i + 5000j
→
C) T = − 12000i − 5000j
→
D) T = − 12000i + 5000j
3. CONSIDERE UMA ESTRUTURA EM EQUILÍBRIO ESTÁTICO. UMA DAS FORÇAS QUE AGE NA ESTRUTURA É
→
DADA POR F = 200i + 400j − 500k . SEJA UM PONTO A DA ESTRUTURA COM COORDENADAS (1,0,1).
→
DETERMINE O VETOR DO MOMENTO DA FORÇA F EM RELAÇÃO À ORIGEM DOS EIXOS (0, 0, 0).
−
→
A) M = 400i + 700j + 400k
−
→
B) M = 400i − 700j + 400k
−
→
C) M = − 400i + 700j + 400k
−
→
D) M = − 400i − 700j + 400k
4. SEJA UMA VIGA DE 4M QUE FAZ PARTE DE UMA ESTRUTURA MAIOR EM EQUILÍBRIO ESTÁTICO. SENDO A VIGA
DE SEÇÃO RETANGULAR HOMOGÊNEA, DISPOSTA HORIZONTALMENTE, DE PESO 1200N E APOIADA SOBRE DOIS
→
APOIOS (UM DO 1º GÊNERO E OUTRO DO 2º GÊNERO). SUPONDO UMA FORÇA F DE MÓDULO 400N, APLICADA
VERTICALMENTE, CONFORME A FIGURA, DETERMINE AS REAÇÕES NOS APOIOS A E B ESCRITAS EM
COORDENADAS RETANGULARES.
FONTE: AUTOR
−
−→ −
−→
A) FA = 900j e FB = 700j
−
−→ −
−→
B) FA = 700j e FB = 900j
−
−→ −
−→
C) FA = 800j e FB = 800j
−
−→ −
−→
D) FA = 900j e FB = − 700j
5. SEJA UMA ANTENA DE TRANSMISSÃO CUJO PESO É 3000N PRESA VERTICALMENTE NO CHÃO E ANCORADA
POR QUATRO CABOS DE AÇO IDEAIS, CONFORME A FIGURA. SUPONHA QUE EM CADA CABO ATUE UMA FORÇA
DE TRAÇÃO CUJO MÓDULO VALHA 1000N. QUAL O VALOR DA REAÇÃO NA BASE DA ANTENA?
FONTE: AUTOR
→
A) F = 4500j
→
B) F = 5400j
→
C) F = 2400j
→
D) F = 5000j
FONTE: AUTOR
A) 600N e 600N
B) 650N e 550N
C) 900N e 700N
D) 1000N e 200N
GABARITO
1. Em muitas situações da Engenharia, há a necessidade de se calcular a resultante de algumas forças concentradas que atuam num
−
→ −
→
sistema. Para simplificar, suponha que duas forças F1 = 500N e F2 = 600N atuem em um ponto. Dos valores abaixo, assinale o único
−
→ −
→
que não é possível para o módulo da resultante R entre F1 e F2 .
Dois vetores apresentam duas situações limites caso somados vetorialmente: quando apresentam a mesma direção e sentidos opostos e quando
−
→ −
→
apresentam a mesma direção e o mesmo sentido. No primeiro caso, a resultante é a diferença entre os módulos de F1 e F2 , no segundo caso, a
−
→ −
→
soma dos módulos de F1 e F2 . Sendo assim, é verdadeira a relação | F1 − F2 | ≤ R ≤ | F1 + F2 | .
No exercício,
|500 − 600| ≤ R ≤ |500 + 600| , ou ainda 100N ≤ R ≤ 1100N . Assim, o único valor fora desse intervalo é 1200N .
2. Seja uma viga AB homogênea de massa linear de μ kg/m engastada a uma parede e presa a um cabo de aço considerado ideal
(inextensível e sem massa), conforme a figura. O cabo de aço forma um ângulo θ com a viga, disposta horizontalmente. Supondo o
equilíbrio, determine a tração (em N) no cabo de aço em termos de componentes retangulares, sendo o módulo da tração 13kN.
Fonte: Autor
Na figura, tem-se um triângulo retângulo ABC de hipotenusa BC. Utilizando o teorema de Pitágoras, é possível determinar que BC = 13m. A partir das
definições das funções trigonométricas seno e cosseno, é possível escrever que senθ =
5
13
e cos θ =
12
13
.
→ →
Assim, T = Tx i + Ty j → T = − 12000i + 5000j
→
3. Considere uma estrutura em equilíbrio estático. Uma das forças que age na estrutura é dada por F = 200i + 400j − 500k . Seja um
→
ponto A da estrutura com coordenadas (1,0,1). Determine o vetor do momento da força F em relação à origem dos eixos (0, 0, 0).
4. Seja uma viga de 4m que faz parte de uma estrutura maior em equilíbrio estático. Sendo a viga de seção retangular homogênea, disposta
→
horizontalmente, de peso 1200N e apoiada sobre dois apoios (um do 1º gênero e outro do 2º gênero). Supondo uma força F de módulo
400N, aplicada verticalmente, conforme a figura, determine as reações nos apoios A e B escritas em coordenadas retangulares.
Fonte: Autor
5. Seja uma antena de transmissão cujo peso é 3000N presa verticalmente no chão e ancorada por quatro cabos de aço ideais, conforme a
figura. Suponha que em cada cabo atue uma força de tração cujo módulo valha 1000N. Qual o valor da reação na base da antena?
Fonte: Autor
−
→
Cabo 1: (8,-6,0)/10 = (0,8; -0,6; 0) → T1 = 1000. (0,8; -0,6; 0) = 800.i – 600j
−
→
Cabo 2: (0,-6,-8)/10 = (0; -0,6; -0,8) → T2 = 1000. (0; -0,6; -0,8) = -600j – 800k
−
→
Cabo 3: (-8,-6,0)/10 = (-0,8; -0,6; 0) → T3 = 1000. (-0,8; -0,6; 0) = -800i – 600j
−
→
Cabo 4: (0,-6,8)/10 = (0; -0,6; 0,8) → T4 = 1000. (0; -0,6; 0,8) = -600j + 800k
→
Determinação da força peso: P = -3000j
→
Considere F a força que age na base da antena.
Equilíbrio translacional:
→ → → → → → → →
R = 0 → F + T1 + T2 + T3 + T4 + P = 0
Equilíbrio rotacional: Como todas as forças são concorrentes, o momento delas em relação a esse ponto é nulo. Assim, a soma dos momentos é
zero, garantindo o equilíbrio rotacional.
6. Considere a viga biapoiada em A e B, apoios de segundo e primeiro gêneros, respectivamente. Determine os módulos das reações em A e
B, considerando que o peso da viga seja desprezível e ela encontre-se em equilíbrio estático.
Fonte: Autor
Inicialmente será feita a “troca” da carga distribuída (q = 600N/m) pela concentrada equivalente F = 600 (N/m) x (2m) = 1200N atuando no ponto médio
da base do retângulo. Em seguida, será desenhado o DCL do corpo atentando para o fato de ele estar apoiado sobre A, apoio de segundo gênero,
duas reações (vertical e horizontal) e sobre o apoio B, apenas uma reação (vertical), pois trata-se de um apoio de primeiro gênero.
Fonte: Autor
∑ Fy = 0 → Ay + By − 1200 − 400 = 0 → Ay + By = 1600
Soma dos momentos em relação ao ponto A igual a zero (sentido anti-horário positivo):
∑ Mz = 0 → − 1200 . 1 − 400 . 4 + By . 4 = 0 → 4 . By = 2800N
2800
→ By = = 700N
4
Como Ay + By = 1600 . Substituindo-se o valor de By na equação anterior, tem-se que Ay + By = 1600 , logo
Ay = 1600 − 700 = 900N
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
2. (CESGRANRIO – PETROBRAS – 2017) A VIGA ABC, MOSTRADA NA FIGURA, ESTÁ SOB A AÇÃO DE UMA FORÇA
F, CONFORME INDICADO.
PELA AÇÃO DA FORÇA F, A FORÇA REATIVA NO APOIO B TEM O SENTIDO DO EIXO Y, ENQUANTO AS DUAS
COMPONENTES DA FORÇA REATIVA NO APOIO A TÊM DIREÇÕES PARALELAS AOS EIXOS X E Y, SENDO UMA NO
SENTIDO DO EIXO:
GABARITO
1. (VUNESP – 2015 – adaptada) Em uma academia de ginástica, há um equipamento de musculação como o esquematizado na figura.
Um peso P é atado à extremidade de um cabo flexível, inextensível e de peso desprezível, que passa pelo sulco de uma roldana presa a uma
base superior. A outra extremidade do cabo é atada ao ponto B de uma alavanca rígida AC, de peso desprezível, articulada na extremidade
C; o ponto C é fixado em um suporte preso à base inferior do aparelho. A pessoa praticante deve exercer uma força vertical aplicada em A.
São dados os valores: P = 400N, CB = 20cm e AB = 60cm. A intensidade da força vertical aplicada pelo praticante em A para manter o
sistema em equilíbrio na posição mostrada deve ser de:
Desenhar o diagrama do corpo livre da barra não esquecendo de nenhuma força (tração, forças no apoio e força que o praticante exerce em A).
Aplicar a condição para que a barra não gire, ou seja, a soma dos momentos em relação ao ponto C é igual a zero. Observe o DCL da estrutura.
Fonte: Autor
Equações do equilíbrio:
Soma dos momentos em relação ao ponto C igual a zero (sentido anti-horário positivo): 400 x 20 + F x 80 = 0. Logo, 80F = - 8000 → F = -
8000/80 → F = - 100N. O sinal negativo indica que o sentido da força é oposto ao adotado no DCL. Logo, F tem intensidade 100N e é vertical
para baixo.
2. (CESGRANRIO – Petrobras – 2017) A viga ABC, mostrada na figura, está sob a ação de uma força F, conforme indicado.
Pela ação da força F, a força reativa no apoio B tem o sentido do eixo y, enquanto as duas componentes da força reativa no apoio A têm
direções paralelas aos eixos x e y, sendo uma no sentido do eixo:
Desenhar o diagrama do corpo livre da barra não esquecendo de projetar a força F (Fy vertical para baixo e Fx horizontal para esquerda). Equilíbrio em
x, Ax será oposta a Fx, ou seja, horizontal para a direita (x positivo). Equilíbrio rotacional em relação ao ponto B. Para que a soma dos momentos de Fy
e de Ay seja nula, Ay deve ser vertical para baixo (y negativo). Observe o DCL da barra.
Fonte: Autor
Equilíbrio translacional em y: B = Ay + Fy
Equilíbrio rotacional: Momento em relação ao ponto B igual a zero. As forças Ax e Fx não exercem momento, pois suas linhas de ação passam pelo
ponto B. Assim, para que os módulos dos momentos das forças Fy e Ay sejam iguais, Ay deve ser vertical para baixo (sentido negativo de y).
MÓDULO 3
Esquematizar o
diagrama do corpo livre
(DCL)
INTRODUÇÃO
As estruturas bidimensionais ou tridimensionais em equilíbrio estático sempre estão
presas a apoios (vínculos) que restringem um ou mais tipos de
movimentos (translação ou
rotação). Para realizar o estudo do equilíbrio do corpo rígido, há a necessidade de
substituir os apoios pelas reações que
eles provocam, além dos carregamentos externos.
Esse desenho representa o diagrama do corpo livre (DCL).
Fonte:
Autor
Desenho do diagrama do corpo livre
Figura 14 –
Ação e reação – terceira lei de Newton. Fonte: Autor
−
−→ −
−→
As forças fAB e fBA constituem um par ação e reação e, portanto, apresentam mesma direção, mesma
intensidade e sentidos opostos. A
−
−→
nomenclatura fAB indica a força que o corpo A faz no corpo B.
DESENHANDO O DCL
Para entender como desenhar o diagrama do corpo livre é fundamental perceber como os
corpos ligados ao que será separado interagem com ele e
de que maneira as forças
reativas (dos vínculos) atuam sobre esse corpo. Essa é a “fase física” do problema. Esse
estudo deve ser extremamente
cuidadoso e talvez valha a pena “gastar” parte do tempo
nessa análise para que eventuais erros não se propaguem na “fase matemática” da solução.
A figura 15 apresenta um sistema simples, mas que ajudará no início do entendimento do
desenho do DCL.
→
A figura 15 é um sistema composto por uma alavanca homogênea de peso P , um cabo de aço suposto ideal (inextensível e sem massa) e dois
vínculos
denominados B e O. O objetivo é isolar a alavanca do sistema, ou seja, enxergá-la
isoladamente de forma abstrata. Em outras palavras,
desenhar seu diagrama do corpo
livre. Inicialmente, deve-se perceber que a barra está “interagindo” com o cabo de aço e
com o apoio O, de segundo
gênero. Além disso, existe a força exercida pelo campo
gravitacional da Terra, o peso. Observe o diagrama do corpo livre dessa alavanca na
figura 16.
Figura 15 -
Sistema alavanca cabo. Fonte: Autor
Figura 16 –
DCL da alavanca do sistema da figura 15. Fonte: Autor
→
A força peso (P ) exercida pelo campo gravitacional da Terra.
→
A força de tração (T ) exercida pelo cabo de aço.
→
A forca F exercida pelo apoio de segundo gênero.
ATENÇÃO
→
Nesse momento do estudo, cabem duas observações
importantes. A primeira é que a força F pode ser decomposta em duas componentes, sendo
uma vertical e a outra
horizontal (restrições de translações nesses eixos). A segunda é que, se um
corpo está em equilíbrio sob a ação de 3 forças
coplanares, ou essas forças são
concorrentes (figura 16) ou são paralelas.
Figura 17 –
Sistema composto por braço treliçado. Fonte: Autor
→
A força peso do braço treliçado (P treliça) exercida pelo campo gravitacional da
Terra.
→
A força de tração (T ) exercida pelo cabo de aço.
→
O peso (P ) e as reações nos apoios A e B.
ATENÇÃO
Para facilitar a análise do DCL do braço, será feito simultaneamente o DCL do corpo
suspenso. Observe a figura 18, em que são desenhados os DCLs
do braço treliçado e do
corpo suspenso.
Figura 18 –
DCLs do braço treliçado e do corpo suspenso. Fonte: Autor
Analisando a figura 18, perceba que o corpo suspenso está sob a ação de duas forças
indicadas:
→
Peso (P )
→
Tração (T )
→
As duas forças em destaque (T ) constituem um par ação-reação.
→
O peso do braço treliçado P treliça atua em seu centro de massa (G) e
surgem as reações nos vínculos A e B.
→
A força de tração (T ) atua na extremidade C do braço treliçado.
Uma vez que o vínculo B é do segundo gênero, ele impõe duas restrições,
representadas pelas forças Bx e By.
Quando você estiver dominando o desenho do diagrama do corpo livre, poderá avançar para a
próxima etapa, as equações do equilíbrio e, assim,
determinar as incógnitas que aparecem
no DCL. No último exemplo, são elas: Ax, Bx e By.
TEORIA NA PRÁTICA
Nos projetos de engenharia, várias são as fases até a concepção final de um produto.
Neste tópico, veremos uma etapa importante em qualquer
projeto de engenharia, do mais
simples ao mais complexo: o diagrama do corpo livre. Qualquer imperfeição no DCL
acarretará equações de equilíbrio
erradas, o que levará a resultados diferentes dos
reais.
Atenção! Para visualização completa da equação
utilize a rolagem horizontal
ou tridimensional
Atenção! Para visualização completa da equação
utilize a rolagem horizontal
Fonte:
Autor
Na análise inicial do DCL será considerado o pórtico integralmente. As forças que agem
são a tração no cabo ideal (em módulo, equivale ao peso do
corpo suspenso) e as forças
reativas nos apoios A e D.
No apoio de segundo gênero, as translações nos eixos x e y são impedidas (∆x= 0 e ∆y= 0),
mas não a rotação em torno do eixo z (∆θz ≠ 0). Dessa
forma, as
forças
Ax e Ay são marcadas no DCL. No apoio de primeiro gênero D, apenas
a translação horizontal é impedida, sendo permitidas a
translação em y e a rotação em z.
Matematicamente, ∆x = 0, ∆y ≠ 0 e ∆θz ≠ 0. Em termos de reações,
apenas a
força horizontal Dx aparece no DCL.
Fonte:
Autor
No segundo momento, as hastes que compõem o pórtico são separadas e seus DCLs são
traçados. Os valores associados não são o objetivo desta
análise, apenas as forças de
maneira genérica (os sentidos são arbitrários nesse primeiro momento). Vale a pena
ressaltar a presença da terceira lei
de Newton (ação e reação). Observe o ponto B, que é
a união de duas barras. Em um dos DCLs (na barra vertical), as forças que atuam são: uma
vertical para cima e uma horizontal para a direita. De acordo com a terceira lei de
Newton, na barra oblíqua, as forças terão sentidos opostos
(mantendo constantes os
módulos e as direções). Essa mesma análise pode ser observada em vários outros pontos de
união das barras. Observe a
figura a seguir.
Fonte:
Autor
RESOLUÇÃO
Diagrama do corpo livre em um pórtico e aplicação da terceira lei de Newton.
MÃO NA MASSA
1. CONSIDERE UM CORPO RÍGIDO EM EQUILÍBRIO ESTÁTICO SOB A AÇÃO DE APENAS TRÊS FORÇAS
COPLANARES. DESENHANDO-SE O DCL DESSE CORPO, É POSSÍVEL AFIRMAR QUE:
D) São forças paralelas em que os módulos de duas somados devem ser iguais ao módulo da terceira.
2. CONSIDERE UMA TORRE VIGA TRELIÇADA APOIADA EM DOIS APOIOS A E B E COM MASSA DE 120KG.
SUPONHA QUE O PESO DA TORRE SE CONCENTRE NO PONTO G E A ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE LOCAL G =
10M/S2. ALÉM DISSO, O PONTO G ENCONTRA-SE NA LINHA VERTICAL QUE PASSA PELO PONTO MÉDIO DA
DISTÂNCIA ENTRE OS APOIOS. QUANTO AOS APOIOS A E B, É CORRETO AFIRMAR QUE:
FONTE: AUTOR
A) Ambos os apoios são de primeiro gênero, e as forças que atuam sobre eles são verticais e iguais a 600N.
B) Ambos os apoios são de segundo gênero, e as forças que atuam sobre eles são verticais e iguais a 600N.
C) O apoio A é de primeiro gênero e o apoio B de segundo gênero, e as forças que atuam sobre eles são verticais e iguais a 600N.
D) O apoio A é de segundo gênero e o apoio B de primeiro gênero, e as forças que atuam sobre eles são verticais e iguais a 600N.
UMA CHAPA TRIANGULAR PLANA, DE PESO DESPREZÍVEL, É FIXADA A UMA ESTRUTURA POR MEIO DE TRÊS
PINOS POSICIONADOS EM P, Q E R, CONFORME A FIGURA. SE AS FORÇAS DOS PINOS P E Q SOBRE A CHAPA
SÃO, RESPECTIVAMENTE, PARALELA A PQ E PERPENDICULAR A QR, UMA DAS CONDIÇÕES QUE GARANTEM O
EQUILÍBRIO ESTÁTICO DA CHAPA É O FATO DE A FORÇA DO PINO R TER A DIREÇÃO:
4. CONSIDERE UMA VIGA HOMOGÊNEA DE PESO 1,2KN ENGASTADA EM UMA PAREDE. SEU COMPRIMENTO É DE
4M E EM SUA EXTREMIDADE LIVRE EXISTE UMA FORÇA VERTICAL F DE 300N DIRIGIDA PARA BAIXO, DE
MANEIRA QUE A VIGA SE ENCONTRA EM EQUILÍBRIO ESTÁTICO. OBSERVE A FIGURA A SEGUIR. A RESPEITO
DAS REAÇÕES QUE OCORREM NO VÍNCULO QUE PRENDE A VIGA À PAREDE, É CORRETO AFIRMAR QUE:
FONTE: AUTOR
A) Existem duas reações que impedem a translação (forças) e uma que impede a rotação (momento). As forças são horizontal e vertical e apresentam
módulo igual a 1500N.
B) Existe uma reação que impede a translação (força) e uma que impede a rotação (momento). A força é vertical e apresenta módulo igual a 1500N.
C) Existe uma reação que impede a translação (força) e uma que impede a rotação (momento). A força é horizontal e apresenta módulo igual a 1500N.
D) Existem duas reações que impedem a translação (forças) e uma que impede a rotação (momento). As forças são horizontal e vertical e apresentam
módulo igual a 750N.
5. CONSIDERE UMA VIGA AC ENGASTADA EM UMA DE SUAS EXTREMIDADES (A) E COM O CARREGAMENTO
DISTRIBUÍDO TRIANGULAR QUE VARIA DE 10 KN/M ATÉ 0, CONFORME MOSTRADO NA FIGURA. SUPONHA QUE
ESSA VIGA TENHA PESO DESPREZÍVEL E QUE AC = 6M E BC = 4M.
A) No ponto A, atuarão duas forças (uma vertical e outra horizontal). A carga distribuída será trocada por uma força concentrada de módulo 60kN no
ponto médio da viga, ou seja, a 3m do ponto A.
B) No ponto A, atuará apenas uma força (vertical). A carga distribuída será trocada por uma força concentrada de módulo 60kN localizada no ponto B,
ou seja, a 2m do ponto A.
C) No ponto A, atuarão uma força (vertical) e um momento. A carga distribuída será trocada por uma força concentrada de módulo 30kN no ponto
médio da viga, ou seja, a 3m do ponto A.
D) No ponto A, atuarão uma força (vertical) e um momento. A carga distribuída será trocada por uma força concentrada de módulo 30kN no ponto B da
viga, ou seja, a 2m do ponto A.
FONTE: AUTOR
A FIGURA ACIMA ILUSTRA UMA BARRA HOMOGÊNEA ARTICULADA EM A, QUE ESTÁ MANTIDA EM EQUILÍBRIO,
NA HORIZONTAL, SUSTENTADA POR UM CABO INEXTENSÍVEL E DE MASSA DESPREZÍVEL. CONSIDERE QUE A
BARRA TENHA PESO 200N E O ÂNGULO Θ VALHA 30O. FAZENDO O DESENHO DO CORPO LIVRE, É POSSÍVEL
AFIRMAR QUE:
A) As forças de tração (T), do peso da barra (P) e da reação no apoio A (F) são necessariamente concorrentes e seus módulos são todos iguais a
200N.
B) As forças de tração (T), do peso da barra (P) e da reação no apoio A (F) não são necessariamente concorrentes e seus módulos são todos iguais a
200N.
C) As forças de tração (T), do peso da barra (P) e da reação no apoio A (F) são necessariamente concorrentes e os módulos de T e F somam 200N.
D) As forças de tração (T), do peso da barra (P) e da reação no apoio A (F) não são necessariamente concorrentes e os módulos de T e F somam
200N.
GABARITO
1. Considere um corpo rígido em equilíbrio estático sob a ação de apenas três forças coplanares. Desenhando-se o DCL desse corpo, é
possível afirmar que:
Em um corpo rígido em equilíbrio sob a ação de apenas três forças coplanares, duas condições geométricas são possíveis para essas forças: ou elas
são concorrentes, ou paralelas (teorema). Observe a figura a seguir.
Fonte: Autor
2. Considere uma torre viga treliçada apoiada em dois apoios A e B e com massa de 120kg. Suponha que o peso da torre se concentre no
ponto G e a aceleração da gravidade local g = 10m/s2. Além disso, o ponto G encontra-se na linha vertical que passa pelo ponto médio da
distância entre os apoios. Quanto aos apoios A e B, é correto afirmar que:
Fonte: Autor
Uma chapa triangular plana, de peso desprezível, é fixada a uma estrutura por meio de três pinos posicionados em P, Q e R, conforme a
figura. Se as forças dos pinos P e Q sobre a chapa são, respectivamente, paralela a PQ e perpendicular a QR, uma das condições que
garantem o equilíbrio estático da chapa é o fato de a força do pino R ter a direção:
4. Considere uma viga homogênea de peso 1,2kN engastada em uma parede. Seu comprimento é de 4m e em sua extremidade livre existe
uma força vertical F de 300N dirigida para baixo, de maneira que a viga se encontra em equilíbrio estático. Observe a figura a seguir. A
respeito das reações que ocorrem no vínculo que prende a viga à parede, é correto afirmar que:
Fonte: Autor
A viga está engastada na parede, conforme a figura da questão. Esse apoio (engaste) impede a translação (representada por força) e a rotação
(representada por momento). O DCL da viga apresenta-se na figura a seguir:
Fonte: Autor
∑ Fx = 0, ∑ Fy = 0, ∑ Mz = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
∑ Fx = 0 → H = 0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Soma dos momentos em relação ao engaste igual a zero (sentido anti-horário positivo):
→ M = 3600N . m
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
5. Considere uma viga AC engastada em uma de suas extremidades (A) e com o carregamento distribuído triangular que varia de 10 kN/m
até 0, conforme mostrado na figura. Suponha que essa viga tenha peso desprezível e que AC = 6m e BC = 4m.
Fonte: Autor
No engaste (ponto A), podem surgir três reações associadas às restrições (duas forças e um momento). Como o carregamento da barra é apenas
vertical, não há tendência ao movimento na horizontal e, portanto, a força associada é igual a zero.
No carregamento distribuído triangular, a carga concentrada equivalente corresponde à área do triângulo ( e localiza-se a
b . h 6 . 10
= = 30 kN )
2 2
1/3 do ângulo reto do triângulo, isto é, ( 3 . 6m do ponto A. Nesse caso, como a base tem 6m de comprimento, a carga se localizará a 2m
1
= 2m)
do ponto A, ou seja, no ponto B. Além disso, surge uma reação de momento no engaste A.
Fonte: Autor
A figura acima ilustra uma barra homogênea articulada em A, que está mantida em equilíbrio, na horizontal, sustentada por um cabo
inextensível e de massa desprezível. Considere que a barra tenha peso 200N e o ângulo θ valha 30o. Fazendo o desenho do corpo livre, é
possível afirmar que:
A alternativa "A " está correta.
Fonte: Autor
Como a barra está em equilíbrio sob a ação de três forças coplanares, essas são concorrentes ou paralelas. Pelo DCL, é possível afirmar que elas são
concorrentes.
Fonte: Autor
O ângulo que as forças P e T formam vale 60o e, pela simetria do DCL, o triângulo acima é equilátero (todos os lados são congruentes), ou seja, os
módulos de T, F e P são iguais a 200N.
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONSIDERE UMA SEMIESFERA DE RAIO R E CENTRO O APOIADA EM UM PLANO HORIZONTAL E UMA BARRA
AB DE COMPRIMENTO L < 2R. A CONFIGURAÇÃO DE EQUILÍBRIO É MOSTRADA NA FIGURA. DESCONSIDERANDO
O ATRITO ENTRE A BARRA E A SEMIESFERA, É CORRETO AFIRMAR SOBRE A BARRA QUE:
FONTE: AUTOR
A) A força exercida na barra, no ponto A, nunca terá linha de ação passando pelo centro O.
B) A força exercida na barra, no ponto B, nunca terá linha de ação passando pelo centro O.
2. CONSIDERE A FIGURA ABAIXO EM QUE O SISTEMA É FORMADO POR UMA BARRA AO, DOIS APOIOS O E B E
UM CABO IDEAL. AS PROJEÇÕES DAS FORÇAS QUE AGEM NA BARRA, NO PONTO O, TÊM MÓDULOS 15N (NA
HORIZONTAL) E 20N (NA VERTICAL).
A PARTIR DO DCL DA BARRA, É VERDADE QUE NO APOIO O AS FORÇAS QUE AGEM SÃO:
A) Uma vertical para cima, de módulo 20N, e uma horizontal para a direita, de módulo 15N.
B) Uma vertical para baixo, de módulo 20N, e uma horizontal para a esquerda, de módulo 15N.
GABARITO
1. Considere uma semiesfera de raio R e centro O apoiada em um plano horizontal e uma barra AB de comprimento L < 2R. A configuração
de equilíbrio é mostrada na figura. Desconsiderando o atrito entre a barra e a semiesfera, é correto afirmar sobre a barra que:
Fonte: Autor
Desenhar o diagrama do corpo livre da barra, conforme figura abaixo. Como não existe atrito, as forças em A e B serão normais e, portanto, devem
passar pelo centro da semiesfera. Como a barra está em equilíbrio sob a ação de três forças (seu próprio peso), elas devem ser concorrentes. Assim,
a linha de ação da força peso não passará pelo centro geométrico da barra, ou seja, ela não será homogênea.
Fonte: Autor
2. Considere a figura abaixo em que o sistema é formado por uma barra AO, dois apoios O e B e um cabo ideal. As projeções das forças que
agem na barra, no ponto O, têm módulos 15N (na horizontal) e 20N (na vertical).
A partir do DCL da barra, é verdade que no apoio O as forças que agem são:
A alternativa "B " está correta.
Inicialmente, serão desenhados o DCL da barra e as projeções das forças nos apoios, conforme a figura.
Fonte: Autor
A partir da terceira lei de Newton, se na extremidade O da barra agem duas forças: uma vertical para cima e uma horizontal para a direita, no apoio O
as forças apresentam direções e módulos iguais às que agem na barra e sentidos opostos, isto é, uma vertical para baixo e uma horizontal para a
esquerda. Segundo a terceira lei de Newton, as forças do par ação e reação apresentam mesmo módulo. Dessa forma, os módulos das forças que
agem no apoio serão iguais a 15N (horizontal) e 20N (vertical).
MÓDULO 4
Reconhecer as
reações nos vínculos de uma
estrutura bidimensional
INTRODUÇÃO
Nos módulos anteriores, os vínculos (apoios) foram apresentados gradativamente para que
alguns conceitos começassem a ser entendidos. Neste
módulo, aprofundaremos esse estudo.
Lembre-se sempre de que desenhar o diagrama do corpo livre é uma etapa primordial na
resolução de
problemas e, para tanto, é necessário o perfeito conhecimento dos vínculos
e das suas reações.
VÍNCULOS
Quando se imagina uma estrutura em equilíbrio estático, deve-se fazer uma associação a
vínculos que a mantêm “presa”. De forma mais técnica,
apoios restringem movimentos de um
corpo rígido ou de um sistema de corpos rígidos. São seis possibilidades, portanto. O
impedimento de
translações nas direções dos eixos cartesianos x, y e z e o impedimento
de rotações em torno desses mesmos eixos. A situação ora exposta é a mais
genérica
possível e pode ocorrer para corpos com carregamentos tridimensionais. Uma abordagem
mais simples, porém não menos importante e
muito frequente na Engenharia, é o
carregamento bidimensional. Dessa forma, faremos a releitura de alguns tópicos já
apresentados, mas
acrescentando novos conceitos.
RELEMBRANDO
RESUMINDO
A partir dos aspectos descritos, faremos uma classificação dos apoios em estruturas
bidimensionais e associação das reações (forças/momentos). A
classificação é apenas uma
ferramenta didática. O importante é que você reconheça o tipo de vínculo e saiba
substituí-lo pelas restrições que ele
promove à estrutura.
Figura 19 – Apoios de
primeiro gênero. Fonte: Autor
Figura 21 – Apoios de
terceiro
gênero. Fonte: Autor
TEORIA NA PRÁTICA
As estruturas em equilíbrio estático na Engenharia apresentam-se vinculadas. Considerando
um carregamento bidimensional, vimos as possibilidades
de apoios. Um exemplo que reflete
uma tendência atual na engenharia civil é o das pontes estaiadas, cuja beleza é
incontestável. Vários são os
exemplos pelo mundo. A de Millau, na França, as das cidades
do Rio de Janeiro e de São Paulo etc.
Esquematicamente, a figura seguinte representa uma ponte estaiada e seus vários apoios,
evidenciando algumas reações nos vínculos. É possível
perceber os três gêneros de
apoios. Além disso, os cabos apresentam papel estrutural na fixação dos tabuleiros das
pontes estaiadas.
Esboço
de uma ponte
estaiada e as reações nos apoios. Fonte: Autor
Na figura, são colocadas de maneira genérica (os sentidos das forças e dos momentos são
meramente ilustrativos) as reações que podem surgir nos
diversos apoios, todas em função
do grau de liberdade que cada apoio proporciona, ou ainda, das restrições impostas por
eles.
Genericamente, após
o desenho do DCL, devem ser aplicadas as equações do equilíbrio, ou
seja,
∑ Fx = 0, ∑ Fy = 0, ∑ Mz = 0
,
Atenção! Para visualização completa da equação
utilize a rolagem horizontal
RESOLUÇÃO
Apresentação das reações dos vínculos em uma estrutura real – ponte estaiada.
MÃO NA MASSA
1. SEJA UMA MANIVELA AOB EM FORMA DE L COM PESO DESPREZÍVEL QUE SE ENCONTRA VINCULADA A UM
APOIO DE SEGUNDO GÊNERO EM O. NO PONTO B, É APLICADA UMA FORÇA VERTICAL F DE 150N DE
INTENSIDADE; NO PONTO A, EXISTE UM CABO DE AÇO IDEAL, QUE ATUA COM FORÇA DE TRAÇÃO IGUAL A 250N,
CUJA PROJEÇÃO HORIZONTAL EQUIVALE A 200N.
FONTE: AUTOR
AO SE DESENHAR O DCL DESSA MANIVELA, QUE VETOR REPRESENTA A FORÇA EXERCIDA PELO APOIO O NA
BARRA E A INTENSIDADE DE SUA COMPONENTE VERTICAL?
A) → e 400N
B) ← e 350N
C) ↗ e 300N
D) ↙ e 300N
FONTE: AUTOR
O CANTO A DO DEGRAU É UM VÍNCULO DE QUE TIPO? QUE REAÇÃO(ÕES) ELE IMPÕE? E QUAL O MÓDULO DA
PROJEÇÃO VERTICAL NO VÍNCULO A?
FONTE: AUTOR
NO DESENHO DO DCL DO CILINDRO, O VÍNCULO REPRESENTADO PELO CANTO A SERÁ SUBSTITUÍDO POR UMA
FORÇA REATIVA. SOBRE ESSA FORÇA, É VERDADE QUE:
A) Uma força comprimindo o cilindro no ponto A e tendo sua linha de ação passando pelo ponto mais alto do cilindro, cuja projeção vertical tem módulo
300N.
B) Uma força comprimindo o cilindro no ponto A e tendo sua linha de ação passando pelo centro O do cilindro, cuja projeção vertical tem módulo 120N.
C) Uma força comprimindo o cilindro no ponto A e tendo sua linha de ação vertical, cuja projeção vertical tem módulo 300N.
D) Uma força comprimindo o cilindro no ponto A e tendo sua linha de ação horizontal, cuja projeção vertical tem módulo 750N.
4. (CESGRANRIO – 2018 – TRANSPETRO – ADAPTADA) CONSIDERE O CROQUI DE UMA ESTRUTURA E OS DADOS
A SEGUIR PARA RESPONDER A QUESTÃO.
A) Ambos são do segundo gênero e, por isso, impedem as translações horizontal e vertical nos dois.
B) Ambos são do primeiro gênero e, por isso, impedem apenas translações na vertical nos dois.
C) O apoio A é do segundo gênero e impede as translações horizontal e vertical, enquanto o apoio B é do primeiro gênero, impedindo apenas a
translação vertical.
D) O apoio B é do segundo gênero e impede as translações horizontal e vertical, enquanto o apoio A é do primeiro gênero, impedindo apenas a
translação vertical.
A) 2 e 1
B) 1 e 0
C) 0 e 1
D) 1 e 2
6. SUPONHA OS SISTEMAS 1 E 2, ILUSTRADOS PELAS FIGURAS A SEGUIR, FORMADOS POR UMA BARRA E UM
CABO DE AÇO PRESO A UMA PAREDE. NO SISTEMA 1, NÃO EXISTE ATRITO ENTRE A BARRA E O CHÃO (PONTO
B) ENQUANTO, NO SEGUNDO, O ATRITO EXISTE (PONTO D).
GABARITO
1. Seja uma manivela AOB em forma de L com peso desprezível que se encontra vinculada a um apoio de segundo gênero em O. No ponto
B, é aplicada uma força vertical F de 150N de intensidade; no ponto A, existe um cabo de aço ideal, que atua com força de tração igual a
250N, cuja projeção horizontal equivale a 200N.
Fonte: Autor
Ao se desenhar o DCL dessa manivela, que vetor representa a força exercida pelo apoio O na barra e a intensidade de sua componente
vertical?
Desenhando o DCL da manivela já com as forças de tração T e as forças que atuam no apoio projetadas, tem-se que:
Fonte: Autor
T2 = (Tx)2 + (Ty)2 → 2502 = 2002 + (Ty)2 → 62500 – 40000 = (Ty)2 → 22500 = (Ty)2 → Ty = √22500 → Ty = 150N
O apoio é de segundo gênero. A direção da força é a composição das forças Qx e Qy, ou seja, um vetor com o seguinte aspecto: ↗
2. Suponha o cilindro homogêneo mostrado na figura. A situação é de equilíbrio em que o cilindro homogêneo de peso 300N está na
iminência de subir o pequeno degrau, existindo atrito entre essas superfícies (cilindro e degrau).
Fonte: Autor
O canto A do degrau é um vínculo de que tipo? Que reação(ões) ele impõe? E qual o módulo da projeção vertical no vínculo A?
3. A situação apresentada a seguir é a mesma da questão (2), ou seja, um cilindro homogêneo de peso 300N, na iminência de subir o
pequeno degrau de 0,4m, existindo atrito entre essas superfícies.
Fonte: Autor
No desenho do DCL do cilindro, o vínculo representado pelo canto A será substituído por uma força reativa. Sobre essa força, é verdade
que:
Determinação de reação em um apoio e utilização do teorema das forças coplanares em um corpo em equilíbrio.
4. (CESGRANRIO – 2018 – Transpetro – adaptada) Considere o croqui de uma estrutura e os dados a seguir para responder a questão.
Despreze o peso da estrutura e considere que os círculos representem tubos apoiados na estrutura e sejam considerados como cargas
pontuais de 10kN no eixo, aplicadas sobre sua geratriz inferior que se apoia nas barras da estrutura. Observando a estrutura, existem dois
apoios denominados A e B. A respeito desses apoios, é correto afirmar que:
As figuras geométricas dos apoios A e B são amplamente utilizadas para a representação de apoios de primeiro e segundo gêneros, respectivamente.
Observando o apoio A, a única restrição é a translação vertical. Já o apoio B impede translações horizontal e vertical.
5. (CESPE – 2016 – POLÍCIA CIENTÍFICA – adaptada) Na formulação do equacionamento do equilíbrio para a solução de problemas da
estática de corpos rígidos, a utilização do diagrama de corpo livre exige a determinação do número de reações decompostas nos eixos x, y e
z, do sistema de coordenadas cartesianas ortogonais, com base nos tipos de apoio que caracterizam os graus de liberdade. Nesse sentido,
o número de reações que os apoios articulado fixo e móvel apresentam nos eixos x e y são iguais, respectivamente, a:
A alternativa "A " está correta.
Considerando um carregamento no plano xy, os apoios articulados fixo e móvel são também denominados, respectivamente, apoios de segundo e
primeiro gêneros. Das definições desses apoios, as restrições que eles impõem são, respectivamente, duas translações e uma translação. No desenho
de seu diagrama de corpo livre, esses apoios devem ser substituídos por suas reações. Dessa forma, duas e uma reações, como mostra a figura, ou
seja, o apoio fixo impede as translações em x e y (duas restrições) e o apoio móvel apenas a translação em y (uma restrição).
Fonte: Autor
6. Suponha os sistemas 1 e 2, ilustrados pelas figuras a seguir, formados por uma barra e um cabo de aço preso a uma parede. No sistema
1, não existe atrito entre a barra e o chão (ponto B) enquanto, no segundo, o atrito existe (ponto D).
Considerando os diagramas de corpo livre para os dois sistemas, tem-se que: no caso da estrutura do sistema 1, as forças que atuam são o peso
próprio, a tração do cabo e a força normal (vertical). É fácil perceber que a projeção da tração na direção do eixo x não tem outra força para garantir
que a resultante nessa direção seja nula, isto é, não ocorrerá o equilíbrio nessa direção. Já no caso da estrutura do sistema 2, a projeção da tração na
direção do eixo x tem a força de atrito na base da barra que pode garantir que a resultante nessa direção seja nula, isto é, o equilíbrio.
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A FIGURA REPRESENTA UMA TRELIÇA METÁLICA PLANA SUBMETIDA A DOIS CARREGAMENTOS APLICADOS
SOBRE O NÓ B. OS ENCONTROS DAS BARRAS SÃO ROTULADOS. AS BARRAS CH E GD NÃO SE INTERCEPTAM;
PORTANTO, O CRUZAMENTO DESSAS DUAS BARRAS REPRESENTADO NO DESENHO NÃO CONSTITUI UM NÓ. O
MESMO PODE SER DITO EM RELAÇÃO AOS PARES DE BARRAS DI-EH E EJ-IF. COM RELAÇÃO À TRELIÇA
METÁLICA APRESENTADA, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.
A) No apoio G, existem duas reações (vertical e horizontal) e o módulo da reação horizontal é 15kN.
B) No apoio G, existem duas reações (vertical e horizontal) e o módulo da reação vertical é 20kN.
D) No apoio G, existe uma reação representada por um momento que equivale a 40.L kN.m.
2. (IF – SP – 2011 – ADAPTADA) UMA TRELIÇA É UMA ESTRUTURA RETICULADA COMPOSTA DE ELEMENTOS
UNIDOS NAS SUAS EXTREMIDADES, DE MODO A FORMAR UMA ESTRUTURA RÍGIDA. NA FIGURA, EXISTEM TRÊS
TRELIÇAS DISTINTAS APOIADAS SOBRE DOIS VÍNCULOS. AS REAÇÕES POSSÍVEIS NESSES APOIOS SÃO:
A) Nas três treliças, podem surgir seis reações nos apoios, independentemente do carregamento.
B) Em todos os seis apoios (dois de cada treliça), sempre surgirão duas reações, independentemente do carregamento.
C) Nas três treliças, podem surgir nove reações nos apoios (três reações de apoio em cada treliça), dependo do carregamento.
D) Nos apoios da direita de cada treliça, podem surgir duas reações, independentemente do carregamento.
GABARITO
A figura representa uma treliça metálica plana submetida a dois carregamentos aplicados sobre o nó B. Os encontros das barras são
rotulados. As barras CH e GD não se interceptam; portanto, o cruzamento dessas duas barras representado no desenho não constitui um
nó. O mesmo pode ser dito em relação aos pares de barras DI-EH e EJ-IF. Com relação à treliça metálica apresentada, assinale a alternativa
correta.
O apoio em J é do primeiro gênero, permitindo translação na horizontal e rotação. A única restrição é na vertical, o que impõe o surgimento de reação
apenas em y (Jy). O apoio G é do segundo gênero e existem restrições à translação na horizontal e na vertical, ou seja, forças em x e y (Gx e Gy).
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
2. (IF – SP – 2011 – adaptada) Uma treliça é uma estrutura reticulada composta de elementos unidos nas suas extremidades, de modo a
formar uma estrutura rígida. Na figura, existem três treliças distintas apoiadas sobre dois vínculos. As reações possíveis nesses apoios são:
Os apoios presentes em cada treliça são do segundo e primeiro gêneros. Sendo assim, podem surgir duas forças (vertical e horizontal) e uma força
vertical. No apoio de segundo gênero, eventualmente não há a força horizontal numa situação de carregamento exclusivamente vertical. Logo,
dependendo do carregamento em cada treliça, surgirão 2 + 1 = 3 reações. Para as três treliças, nove reações.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, foram abordados os principais aspectos do equilíbrio dos corpos rígidos.
Inicialmente, identificamos os vínculos que mantêm a estrutura
em equilíbrio.
Apresentamos os tipos mais utilizados na Engenharia e suas atuações no equilíbrio da
estrutura, seja restringindo a translação ou a
rotação. Nessa fase do estudo, as
restrições impostas pelos vínculos foram substituídas por entes físicos
(forças/momentos) e, portanto, uma fase
importante do objetivo do tema foi alcançada: o
desenho do diagrama do corpo livre de um corpo rígido em equilíbrio. Em seguida foi
observado,
qualitativamente, que o equilíbrio de um corpo se refere, ao mesmo tempo, à
não translação e à não rotação. Matematicamente, a resultante das
forças e dos momentos
devem ser nulos. Surgem, portanto, as equações do equilíbrio para um corpo
bidimensional:
∑ Fx = 0, ∑ Fy = 0, ∑ Mz = 0
Atenção! Para visualização completa da equação
utilize a rolagem horizontal
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BEER, F. P.; JOHNSTON, E. R. J. Mecânica vetorial para engenheiros –
Estática. 2. ed. v. 1. São Paulo: McGraw-Hill, 1976.
EXPLORE+
CONTEUDISTA
Julio Cesar José Rodrigues Junior
CURRÍCULO LATTES