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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Tecnologia e Geociências (CTG)


Departamento de Engenharia Civil

Mecânica dos Solos 1

AULA 11
Rede de fluxo

PROFESSORA: ANALICE FRANÇA LIMA AMORIM
REDE DE FLUXO

Percolação da água nos solos:

Tipos de escoamento:

Regime permanente: não há


influência do tempo, a descarga é
constante em qualquer tempo.

Regime transiente: varia com o


tempo. Ex. rebaixamento do NA.

Regime laminar: a trajetória das partículas é suave. E não se cruzam.

Regime turbulento: as trajetórias das partículas se interceptam.


REDE DE FLUXO

Fluxo unidimensional:

As partículas de um fluido em movimento num meio poroso possuem uma


quantidade de energia resultante de três tipos de trabalho cedidos ao fluido
que correspondem a três tipos de energia:

Energia Cinética: trabalho cedido à partícula de um fluido para aumentar


sua velocidade de uma velocidade de referência para aquela que se
encontra no momento.

Energia de Pressão: trabalho cedido à partícula para aumentar sua


pressão de um valor de referência para sua pressão aquela no momento.

Energia de Elevação: trabalho cedido à partícula para elevá-la de uma cota


de referência para sua cota no momento.
REDE DE FLUXO
Fluxo tridimensional:
Em geral, o fluxo da água através do solo é tridimensional.
z
  2h  2h  2h 
 K x 2  K y 2  K z 2   0
dz  x y z 

dy
dx
x

y
Fluxo bidimensional:
 2h  2h
considerando fluxo bidimensional, Kx 2  Kz 2  0
x z

 2h  2h
Se o solo for isotrópico, Kx  Kz  2  0 Equação de Laplace
x 2
z
REDE DE FLUXO

Métodos de solução:
Método analítico: Solução analítica da equação diferencial. Simples
apenas para fluxo unidirecional
Método gráfico:
Solução analítica da duas famílias de curvas
Rede de fluxo
equação de Laplace ortogonais entre si

LINHAS DE FLUXO curvas na direção do fluxo


LINHAS EQUIPOTENCIAIS curvas de igual carga total

Métodos numéricos: Diferenças Finitas


(MDF) e Elementos Finitos (MEF)

Métodos analógicos: Analogias: fluxo


viscoso, fluxo elétrico e fluxo de calor

Modelos reduzidos
REDE DE FLUXO

Método gráfico - rede de fluxo:

A solução da Equação de Laplace é representada por duas famílias de curvas


(linhas equipotenciais e linhas de fluxo) que se interceptam ortogonalmente
formando a chamada Rede de Fluxo.

a) Rede de fluxo: representação gráfica


dos caminhos percorridos pela água. E
constituída por linhas de fluxo
(trajetórias das partículas) e por linhas
equipotenciais (linhas de igual carga
total).
b) Canal de Fluxo: região entre duas
linhas de fluxo.
c) Perda de Carga: na rede de fluxo, a
perda de carga entre duas linhas
equipotenciais é igual a uma certa
quantidade h da perda de carga total h.
REDE DE FLUXO

Definição básica:
• As linhas de fluxo devem determinar canais de igual vazão;
• As equipotenciais devem determinar faixas de perda de potencial de igual
valor.

q  K .i. A

h
qK b
l

a vazão em todos os canais será a mesma se a relação b/l for constante


REDE DE FLUXO

Método gráfico:

Traçado, à mão livre, das diversas linhas de fluxo e equipotenciais.


As linhas equipotenciais cortam as linhas de fluxo segundo ângulos retos,
onde os elementos são quadrados curvilíneos.
A rede de fluxo define:
• Número de canais de fluxo (Nf);
• Número de faixas de perda de potencial (Nd).

Vazão por 
elemento

Vazão total

(por metro de comprimento)


REDE DE FLUXO

Fluxo confinado:
NA
NA
∆ℎ ℎ ℎ
h1
A B C h2 D

M N

AB = Equipotencial Carga Máxima


• Desenhar em escala; CD = Equipotencial Carga Mínima
• Definir condições de contorno; BRC = Linha de fluxo
• Identificar equipotenciais conhecidas; MN = Linha de fluxo
• Desenhar linhas de fluxo;
REDE DE FLUXO
Número de canais de fluxo (Nf);
Número de faixas de perda de potencial (Nd).

Canal de fluxo

Nf = 5
Linha de fluxo Nd = 10

Linha equipotencial

Ao longo de um canal de fluxo a velocidade é variável (quando o canal


se estreita, para que a vazão seja constante, a velocidade deve
aumentar)
REDE DE FLUXO

Melhor desenho da rede de fluxo – para cortina

https://www.youtube.com/watch?v=OF_1JA0ks4o

https://www.youtube.com/watch?v=tnZWJ6pRkk8
REDE DE FLUXO
Interpretação de redes de fluxo - exemplo:

K  10 4 m / s

Vazão total: Nf Nf 5 Número de canais de fluxo (Nf)


Q  K .h.
Nd N d  14 Número de faixas de perda de potencial (Nd)

5
Q  10  4 15,4   5,5 10  4 m 3 / s (por metro de comprimento de barragem)
14
REDE DE FLUXO

Gradientes:
h h Nf 5
i 
l Ndl N d  14

15,4
a perda de carga entre 2 equipotenciais consecutivas=  1,1m
14
O gradiente varia ponto a ponto, e será tanto maior quanto menor for l
REDE DE FLUXO

Cargas e pressões:

No ponto A: z A  40  5  35m u
hTA  55,4  6 1,1  48,8m
h z
w
carga piezométrica: h p  ht  z  48,8  35  13,8m u
hp 
u  h p . w  13,8  10  138kPa w
REDE DE FLUXO

Cargas e pressões:

No ponto B: hTB  hTA  48,8m

No ponto C: zC  z A  35m

No ponto D: h pD  h pA  13,8m
h pD  hTD  z D  hTA  4  1,1   z A  4,4   hTA  z A
REDE DE FLUXO
Outros exemplos de rede de fluxo:
Outros exemplos de
rede de fluxo:
a) Barragem de terra
homogênea com dreno em
fundação impermeável

b) Barragem de concreto
com cutoff e fundação
permeável

c) Barragem com núcleo


impermeável e fundação
permeável

d) Estaca prancha
REDE DE FLUXO
Recomendações de Casagrande:
• utilizar toda a oportunidade de estudar a aparência de redes de fluxo bem
construídas. Uma vez fixada, tentar desenhar a mesma rede sem consultar a
solução adequada; repetir até se alcançar a rede apropriada.
• 4 ou 5 canais de fluxo são, em geral, suficientes para a primeira tentativa.
• observar sempre a aparência geral da rede; não tentar ajustar detalhes até que
toda a rede esteja aproximadamente correta.
• geralmente, há regiões na rede nas quais as linhas de fluxo devem ser
aproximadamente retas e paralelas; os canais de fluxo devem, então, ter a mesma
largura, e os quadrados são uniformes; começando-se o traçado da rede por esta
região, pode-se facilitar a solução.
• a rede de fluxo em áreas confinadas, limitada por contornos paralelos, é
simétrica, consistindo de curvas de formas elípticas.
• o iniciante geralmente comete o erro de desenhar transições marcantes entre as
seções retas e curvas das linhas de fluxo e/ou equipotenciais; todas as transições
devem ser suaves, de forma elíptica ou parabólica; o tamanho dos quadrados em
cada canal vai variar gradualmente
REDE DE FLUXO

• em geral, a primeira hipótese de canais de fluxos não resultará numa rede com
elementos quadrados. A variação de carga entre equipotenciais vizinhas
correspondentes a um número arbitrário de canais, não será uma integral da
variação de carga total. Para propósitos usuais, não há desvantagens e a última
linha é tomada em considerações computacionais por estimativa da razão entre
os lados dos retângulos. Caso se deseje resolver toda a área por elementos
quadrados, torna-se necessário modificar o número de canais de fluxo, ou por
interpolação ou por reinício. Não se deve tentar a modificação para quadrados em
áreas vizinhas, a menos que a correção seja muito pequena.
• notar que as condições de contorno podem introduzir peculiaridades na rede de
fluxo.
• numa superfície livre de fluxo, os quadrados são incompletos; deve ser mantida
a condição de iguais quedas de carga entre pontos de interseção de
equipotenciais.
• inicialmente, deve ser assumida a superfície livre de fluxo e então determinar as
posições dos pontos limítrofes do fluxo.

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